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www.projeto-timoteo.org 1ª edição 1 Apostila do Aluno C o m o C re sc e r n a V id a E sp ir it u a l Projeto Timóteo Apostila do Aluno www.projeto-timoteo.org 1ª edição 2 C o m o C re sc e r n a V id a E sp ir it u a l Apostila preparada por: Dr. Raymond Brown Coordenador do Projeto Dr. John Barry Dyer Equipe Pedagógica Marivete Zanoni Kunz Tereza Jesus Medeiros Claudeci Costa Nobre Leonardo Araújo Projeto Timóteo www.projeto-timoteo.org 1ª edição 3 COMO CRESCER NA VIDA ESPIRITUAL 1. A VIDA DE LOUVOR 4 2. ORANDO COM FÉ 8 3. COMUNHÃO DIÁRIA COM DEUS 12 4. ANGÚSTIA E ESPERANÇA 16 5. ALEGRIA E AÇÃO DE GRAÇAS 21 6. A VIDA VITORIOSA 26 7. O DEUS ONISCIENTE 31 8. A BÊNÇÃO PROMETIDA POR DEUS 35 www.projeto-timoteo.org 1ª edição 4 LIÇÃO Lesson 1 Texto temático: “Aleluia! Louvem a Deus no seu santuário, louvem-no em seu magnífico firmamento. Louvem-no pelos seus feitos poderosos, louvem-no segundo a imensidão de sua grandeza! ” (Salmo 150:1-2). O Livro dos Salmos oferece um ótimo ponto de partida para iniciar este estudo da importância de crescimento em nossa vida cristã, por duas razões: (a) Os Salmos apresentam uma rica expressão da fé de Israel. Estes cânticos são afirmações públicas das verdades que os israelitas consideram ser de suma importância na vida. Para nós a leitura dos Salmos é um imenso privilégio porque expressaram as prioridades de Israel no culto público, preservadas no seu hinário ou livro de cânticos. Aqui é o tipo de fé que encoraja o crescimento. Martinho Lutero disse que o Livro dos Salmos bem poderia ser chamado de „uma Pequena Bíblia‟; „cada homem em qualquer ocasião pode achar no Salmos algo que conforma com suas necessidades ... como se tivesse sido colocado ali puramente para o seu benefício próprio‟. (b) Além disso, um grande número dos Salmos são confissões pessoais de confiança ou esperança em Deus em meio a períodos difíceis. Eles registram os profundos desejos de crentes individuais no meio de dificuldade séria, orações íntimas tais como podiam ser incluidas num jornal espiritual contemporâneo, expressando uma ampla gama de experiências bem pessoais, desde o desespero esmagador à alegria exuberante. 1 A VIDA DE LOUVOR I A RELEVÂNCIA DOS SALMOS www.projeto-timoteo.org 1ª edição 5 Os Salmos tinham grande importância na vida espiritual de Jesus. Como outras pessoas (Mt 21:9), Jesus tinha memorizado muitos deles, citando-os na conversa diária (Mt 21:16), na pregação pública (Mt 21:42; 22:44) e nas orações tanto de agonia (Mt 27:46) como também de confiança (Lc 23:46). Outrossim, os seus discípulos davam grande valor aos Salmos (Jo 2:17), e os pregadores talentosos usaram os Salmos para explicar, confirmar, amplificar e ilustrar o seu ensinamento (At 2:25-28, 34; 4:25-26; 13:33, 35) e os escritores do Novo Testamento (por exemplo: Jo 19 24, 36; Rom 4:6-8, 8:36; 1 Co 10:26; 2 Co 4:13; 1 Pe 3:10; Hb1:5, 7, 8, 10, 12; 7:17; 10:5; Ap 2:27). Sendo de tanto valor para os crentes do Antigo Testamento, e mais significantemente para o nosso Senhor, e na vida dos primeiros cristãos, sem dúvida os Salmos são importantes para o nosso desenvolvimento espiritual também. Precisamos seguir o seu exemplo no uso desta coleção impressionante de louvor (público e privativo) para enriquecer a nossa vida espiritual dia após dia. O apóstolo Paulo foi convencido que estes grandes cânticos israelitas têm incomparável valor pedagógico. Ele afirmava que, como uma seção altamente estimada do Antigo Testamento, os Salmos foram “escritos para nos ensinar”; e quando compartilhou essa convicção (Ro 15:3-4), ele tinha acabado de citar um Salmo! Uma das grandes verdades que os Salmos querem que aprendamos é a importância vital do louvor. Não estamos incitados a louvar a Deus porque Ele próprio precisa de louvor; quem o precisa somos nós! Não somos capazes de crescer na vida cristã sem o louvor; a vida sem louvor pode tornar-se egocêntrica, auto-dirigida e auto-motivada. O louvor a Deus identifica as nossas prioridades, expressa a nossa dívida, e reconhece a nossa dependência contínua dEle. Deve ser um ato deliberado do nosso louvor diário pessoal, que significa o „reconhecimento do valor de Deus‟. A palavra grega axios („tu es digno‟, Ap 4:11) foi o grito repetido da multidão exultante („Axios! Axios! ’), quando um atleta vitorioso fez uma volta de honra depois de ganhar uma corrida. Apreciação profunda é uma parte natural de prazer compartilhado (“Não foi maravilhoso?”, “Magnífico, não é!”, “Que lindos!”). Então, quando sentimos uma superabundância de louvor e admiração, queremos que outros vão compartilhar 2 A IMPORTÂNCIA DOS SALMOS 3 O ENSINAMENTO DOS SALMOS www.projeto-timoteo.org 1ª edição 6 a nossa alegria: “Proclamem a grandeza do Senhor comigo; juntos exaltemos o seu nome.” (Sl 34:3). Responder: O que é que persuadiría você a usar os Salmos do Antigo Testamento diáriamente no desenvolvimento de sua vida espiritual? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Embora a palavra “louvor” figura no Salmo 22 (3, 22, 23, 25, 26), podemos considerar que o tema de „Louvor‟ é uma escolha incomum aqui porque o salmista está em angústia profunda, e as suas dificuldades não são insignificantes. Isso nos lembra que o louvor não deve ser limitado aos dias mais alegres da vida. Mesmo na escuridão extrema, seríamos sábios se pensássemos naquelas coisas que nos dão motivos de magnificar a Deus, apesar da gravidade das adversidades da vida. Jesus pensou neste Salmo quando ele levou os nossos pecados na cruz, e as primeiras palavras deste salmo expressaram, de uma maneira assustadora, a sua angústia nas horas mais aflitas de sua vida (Sl 22:1; Mc 15:34). Sejam quais forem as circustâncias, o adorador verdadeiro louva a Deus por QUEM ELE É. Crescemos como cristãos quando, de propósito, ao invés de focalizar inicial ou primáriamente as nossas falhas, necessidades, dificuldades ou aspirações, concentrarmos na natureza, caráter e atributos imutáveis de Deus, tais como: O seu reino eterno (3) – o salmista fica abatido pelos insultos dos adversários (6-8), a sua fragilidade emocional (11) e fraqueza física (14-18), „porém‟ (3) reconheceu que Deus é “entronizado” nos céus. Na sua soberania, últimamente todas as coisas são sob o seu controle e Ele é capaz de transformar a angústia mais perigosa em algo que pode nos beneficiar sobremaneira.A sua fidelidade inexaurível (4-5, 9-10) para com outros (4-5 que clamaram, confiaram e foram libertados) e para si mesmo (9-10), desde a infância. O homem angustiado diz que “não há ninguém que me socorra” (11) agora reconhece que Deus é o seu ajudador de confiança, como inumeráveis outras provaram no passado. A sua força suficiente (19) – embora o vigor humano “secou-se” (15), a força divina é assegurada. Paulo o experimentou na prisão (Fp 4:13) e na dor (2 Co 12:9-10). Assim, mesmo nessas adversidades ferozes o salmista pode louvar, e a sua profunda angústia se torna um testemunho (22-24 „a meus irmãos‟) e ações de graça (25-31). O salmo que começou com www.projeto-timoteo.org 1ª edição 7 o grito desnorteado de “por que ...?” (1) termina com repetidas afirmações de confiança no Senhor (22, 25, 26, 27, 29, 30, 31). O Salmo 89 é mais um salmo que enfatiza a importância de „louvor‟ no contexto de angústia, talvez aqui com as dificuldades nacionais do rei (38-45) ao invés de problemas pessoais. Nessas adversidades o „louvor‟ focaliza: O inalterável amor divino – a palavra hebraica hesed (que ocorre cerca de 250 vezes no Antigo Testamento) traduzida (nos versos 1, 2, 14, 24, 28, 33, 49) como „amor‟ ou „grande amor‟, e em outras partes do Antigo Testamento como „misericórdia‟, „devoção‟, „fidelidade‟ ou „benignidade‟ (Jr 31:3). Hesed descreve o amor de confiança total que se baseia numa aliança firme – com grande resolução Deus se compromete ao seu povo, e sempre nos amará (28) e nunca nos falhará porque tem prometido a cuidar de nós, em tempos bons e ruins (33), se vamos nos comprometer a Ele com amor e dependência dEle. A mesma palavra se encontra numa outra exortação para louvar em Sl 145 (veja o versículo 8) num salmo igualmente rico em termos de descrições da natureza de Deus. Muitos outros salmos nos incitam a „Louvar‟, uma importante dimensão de oração, mas frequentemente negligenciada. Louvor tem em foco os aspectos ricos do caráter de Deus, por exemplo Sl 67 com as lembranças de Sua graça (1), amor universal (2-4a), justiça, orientação, (4b) e generosidade (6, „colheita‟). E o Livro dos Salmos conclui com o convite repetido para todos a louvarem a Deus com uma grande variedade de instrumentos (Sl 150), usando diferentes talentos musicais para exaltar ao Deus de imenso poder segundo „a imensidão de sua grandeza‟. Responder: Num espírito de oração leia o Salmo 145, e anotar as descrições do caráter de Deus que nos encorajam a louvá-LO. __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ www.projeto-timoteo.org 1ª edição 8 LIÇÃO Texto temático: “Portanto, que todos os que são fiéis orem a ti enquanto podes ser encontrado” (Salmo 32:6a). Oração assídua é uma indicação inconfundível de piedade genuína: „todos os que são fiéis orem a ti‟ (6). A ênfase em oração no Salmo 32 fornece um padrão impressionante para crentes que oram, ansiosos para crescer na vida cristã. As melhores personagens bíblicas são apresentadas como pessoas de oração (Gn 18:22-33; Êx 4:1-17; 5:22-6:13; 6:28-7:13; 33:7-23; 34:5-10; Nm 14:10-35; Dt 9:25-29; Jz 6:11-40; 1Sm 1:9-20, 26-2:20; 1 Rs 17:17-24; 18:36-37; 19:9-18; 2 Cr 20:5-12; Jr 11:18- 12:17). Cristãos que não cultivam o hábito de orar diáriamente não podem esperar que vão desenvolver espiritualmente. A oração dá expressão prática da nossa dependência total de Deus. John Flavel (1627-1691), um puritano inglês, disse que „tudo que vem para você da parte de Deus, vem por meio deste canal (de oração)‟. Períodos diários de oração não são apenas oportunidades para falarmos a Deus, mas, sim, para Ele poder revelar-se a nós, especialmente (se vamos alocar tempo suficiente) através de Sua Palavra, a Bíblia. Dias sem oração são declarações silenciosas de auto- suficiência: estamos dizendo claramente „Acho que estou à altura das coisas, e não preciso de qualquer ajuda hoje‟. Se o Senhor Jesus, numa vida de muitas demandas, considerava que foi necessário planejar períodos precisos de oração, é possível que podemos fazer menos? (Mt 14:23; Mc 1:35; Lc 5:16; 6:12; 9:18, 28; 11:1). Neste salmo Davi fica convencido que a oração do crente é: 2 ORANDO COM FÉ 1 ORAÇÃO DIÁRIA www.projeto-timoteo.org 1ª edição 9 (1-5) Ao orar, o nosso Senhor impecável não precisava pedir perdão – mas nós precisamos fazê-lo! O „canal‟ de oração fica sériamente entupido por pecabilidade humana. É só o pecado que estraga e atrapalha a nossa comunhão com Deus. Tanto profetas como reis reconheceram a sua própria necessidade de purificação interior (Is 6: 6-13; Sl 41:4; 51:4). No início do Salmo 32, Davi usa três distintas palavras no hebraico para descrever o pecado: no primeiro versículo „transgressões‟ significa rebelião determinada, e „pecados‟ significa „desviando-se‟, enquanto „iniquidade‟ significa „maldade moral‟ ou „torcendo a verdade‟. Estes termos diferentes (e a „hipocrisia‟ [NVI] ou „dolo‟ [ARA] cobrindo o pecado, v. 2) enfatizam a seriedade da ofensa. Mas o pecado confessado pode ser perdoado totalmente e, como se fosse para enfatizar esta mudança que só Deus pode efetuar, mais três palavras hebraicas são usadas aqui para descrever o milagre do perdão: nos versículos 1-2 „perdoado‟ (o pecado é uma carga tirada), „apagado‟ (uma mancha removida) e „uma culpa não atribuida‟ (que significa uma dívida cancelada). Um tríplice curso de ação necessária („reconheci diante de ti o meu pecado ... e não encobri as minhas culpas ... confessarei as minhas transgressões‟) trouxe aquela convicção consoladora: „tu perdoaste‟. Enquanto Davi tentou esconder os seus pecados („hipocrisia‟ - uma alternativa tola e inútil à confissão: Ro 3: 9-19; Tg 3:2; 1 Jo 1: 8, 10) a sua saúde física ficou seriamente afetada (3-4). A consciência culpada resulta em um interno conflito perturbador que rouba o crente sensitivo da felicidade (1), e da paz. Nossa sincera confissão de pecado garante a purificação imediata, porque Deus sempre cumpre as suas promessas. O seu revelado caráter garante que Deus é „fiel‟ em tudo quanto diz e „justo‟ em tudo quanto faz (1 Jo 1: 9). Agostinho comentou que a ferida de Davi foi sarada quase antes que a confissão tinha chegado à sua boca. (6-7) Uma vez perdoados, todos nós precisamos renovar a nossa oração, porque é provável que vamos encontrar novas e inesperadas tentações (1 Pe 5:8) como também as tentações do dia- a-dia. Para todos nós, uma vez ou outra, a vida cotidiana pode tornar-se uma experiência tempestuosa. „Muitas águas‟ perigosas e ameaçadoras podem nos assolar de repente, e nos deixarem sem fôlego. Ao orarmos, vamos descobrir de novo que Deus é nosso „abrigo‟ seguro (7). Esta provisão protetiva foi uma experiência cotidiana para Davi e outros; a mesma palavra hebraica descrevendo Deus como um esconderijo seguro se encontra em outros salmos (27:5; 31:20; 91:1). 2 PRAYING FOR FORGIVENESS2 ORAÇÃO POR PERDÃO 3 ORAÇÃO POR PROTEÇÃO www.projeto-timoteo.org 1ª edição 10 Responder: Davi declara (32:6) ‘que todos os fiéis orem a ti’. Por que é assim? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ (8-9) Note como, a partir deste ponto do Salmo mudamos o foco do que Davi diz (7, „tu és …‟) para o que o Senhor diz (8, „eu o instruirei ...‟). Ele sabe que a vida é perigosa e complexa ao mesmo tempo. Nem sempre é fácil saber qual é a coisa certa para fazer ou dizer. Um caminho desconhecido pode ser simples até chegarmos a uma bifurcação. Nesta altura precisamos de orientação, e Deus é o melhor navegador e diretor do caminho. Só Ele pode nos guiar seguramente no caminho de vida. Aqui há promessas generosas para nos instruir, ensinar, aconselhar, e cuidar de nós pessoalmente (8 „você‟ é singular aqui), e podemos exigir e aplicar estas promessas às circunstâncias variadas de vida quando oramos sobre o caminho que devemos seguir. Mas, no versículo 9, há uma mudança do singular ao plural quando Davi encoraja outros para que não sejam como animais sem entendimento, mas sim para serem conscientes dos propósitos de Deus quando Ele nos guia em caminhos específicos. Isto significa que temos de evitar alternativas (que talvéz às vezes vão aparecer mais atrativas). Tem sido dito que antes de alguém poder fazer algo devem haver outras coisas que a gente não fará. Então, oração deve incluir tempo generoso para escutar em silêncio. A pessoa cujas orações constantemente apresentam listas de pedidos achará dificuldade na área de ouvir o que Deus está dizendo em suas respostas. Por isso temos a injunção repetida „espere no Senhor‟ (Sl. 27:14; 33:20; 130:5-6) para descobrir o que Ele dirá, e o que Ele quer de nós. (10) Como ouvintes de Deus, vamos descobrir que, sejam quais forem, as excolhas que Ele fará por nós são símbolos de Sua compaixão imútavel. Os dons de perdão, proteção e orientação mencionados neste salmo, que recebemos através de oração diária, são símbolos de um amor e de confiança total que nunca falharão. Aqui outra vez, a bem conhecida palavra hebraica hesed (que significa o amor dedicado de uma aliança) baseada no compromisso divino, ou num acordo de amor leal que nunca será retirado. A nossa parte deste compromisso é para 4 ORAÇÃO POR ORIENTAÇÃO 5 COM A CERTEZA QUE SOMOS AMADOS www.projeto-timoteo.org 1ª edição 11 amá-LO e confiar que Ele proverá todas as nossas necessidades variáveis. Às vezes a vida está dura e difícil, mas, mesmo nos tempos escuros e confusos, o crente agarra-se à grande garantia deste salmo que somos amados eternamente. (11) O salmo que começou com suspiros (3) termina com cânticos. „Os retos‟ tem sido justificado somente em Cristo, e por Cristo, o Único Justo (1 Co 1:30; 2 Co 5:21; Fp 3:9); não há outro capaz de fazê-los „íntegros de coração‟ como também na conduta exterior. „Alegrando-se no Senhor‟ é uma característica dominante na vida de oração dos crentes. Quando se encontram com Deus, não estão ali apenas para apresentar petições persistentes, mas diáriamente reconhecem tudo quanto recebem da generosidade divina. É aquele aspecto negligenciado de ação de graças que os faz „alegres‟, sempre lhes dando motivo de cantar. Responder: Tem sido dito que a maior tristeza no mundo é para ser (ou sentir-se) não- amado. Por que é que esta expressão nunca podia ser usada a respeito de um crente dedicado, e como poderíamos convencer uma pessoa que duvida disso? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 6 COM GRATIDÃO www.projeto-timoteo.org 1ª edição 12 LIÇÃO Texto temático: “Os meus olhos estão sempre voltados para o Senhor ...” (Salmo 25:15). Salmos 25 and 86 O cristão que deseja crescer espiritualmente reconhece a importância vital de alocar um período de tempo cada dia para ficar na presença de Deus a fim de falar com Ele (orando) e escutar a Sua voz (lendo a Bíblia). A nossa comunhão com Deus é o maior tesouro da vida; mas nenhum relacionamento pode desenvolver bem se há pouca comunicação. É uma boa prática orar cedo de manhã (Sl 5:3; Mc 1:35), mas nem todos podem dedicar um período nas primeiras horas do dia, e talvez não seja o melhor arranjo para todo o mundo. Mas, é necessário planejar um período diário, mesmo que seja limitado. Este salmo indica que nestes períodos diários de comunhão com Deus podemos: (25:1-3) Diáriamente necessitamos ser lembrados de nossa dependência das promessas de poder, amor, paciência, graça, paz, e outros essenciais recursos espirituais. Davi „eleva a sua alma‟ a Deus com quem goza de um relacionamento pessoal de grande valor („meu Deus‟). Ele confia constantemente nEle; veja também o Salmo 86: 1-4. 3 COMUNHÃO DIÁRIA COM DEUS 1 O MAIOR TESOURO DA VIDA 2 RENOVAR A NOSSA CONFIANÇA www.projeto-timoteo.org 1ª edição 13 (25:4-10) É precisamente nesta área que é tão relevante gastar tempo ouvindo a Deus. Além de usar uma boa Bíblia, é útil guardar um caderno ao lado dela a fim de registrar as nossas orações prioritárias e, de igual importância, para anotar o que o Senhor nos tem dito através da leitura bíblica daquele dia. Mais tarde, talvez no fim do dia, teremos a oportunidade de refletir naquelas lições: „Tenho podido colocá-las em prática?‟ „Mostra-me … ensina-me … guia-me‟ são orações prioritárias tanto nas decisões de vida (4, „veredas‟, especialmente ao chegarmos às bifurcações) como também para os recursos de vida (5, nas „verdades‟ bíblicas). Davi reconhece que, no passado, nem sempre tem obedecido os mandamentos de Deus e assim desviou em veredas rebeldes („transgressões‟, 7). Mas, mesmo em sua desobediência, Deus o tem procurado com amor (6, 7); mais uma vez é aquela palavra hesed descrevendo o amor-da-aliança que é totalmente de confiança (e notar os versos 10 e 14). Precisamos ler uma passagem bíblica não somente para perceber o seu sentido para todo o mundo (mesmo que isso tem importância) mas, sim, para descobrir a sua mensagem para nós mesmos. Lembre-se que a Bíblia não só registra o que Deus disse no passado, mas também comunica o queEle está dizendo para nós hoje em dia. Leia cuidadosamente a passagem importante de Hb 3:7-15 („Assim, como diz (não „disse‟) o Espírito Santo, Hoje, se vocês ouvirem a sua voz …‟) – é um exemplo de como os eventos e ditados do Antigo Testamento foram aplicados diretamente aos cristãos do primeiro século; e, se para eles, então para nõs também. Depois de ler, sem pressa, uma passagem bíblica, seria útil fazer perguntas diretas para nós mesmos a respeito da mesma: „Exatamente o que é que este trecho está dizendo para mim sobre a minha vida hoje? ‟, e então, à luz do seu ensino, exemplo, apelo, promessas ou ameaças, „Quais as maneiras práticas em que posso responder hoje ao trecho que acabo de ler? ‟. „Há qualquer coisa que devo fazer, orar, dizer, ou considerar como minha resposta pessoal para esta orientação pessoal que recebi hoje (5, 9)?‟ (25:11-15) Quando Davi refletiu honestamente sobre a sua necessidade de instrução, foi lembrado de seu passado desobediente (7) e a necessidade de purificação contínua. „Pecadores‟ (8) são aqueles que, literalmente, „se desviaram‟ (Is 53:6) ou têm „seguido o caminho errado‟. Só Deus é capaz de dirigir os nossos passos nas veredas certas de vida (Pv 3:5-6). Davi reconheceu as suas falhas mais recentes, e não faz nada para minimizar ou desculpar tal „pecado‟. Este pecado é grande aos seus próprios olhos (11), então quanto mais é sério aos olhos de Deus? Mas o Senhor tem prometido perdoar e, pela honra de seu nome (11) e porque é um Deus misercordioso e fiel (Êx 34:6-7; Sl 86:5; 103:3), certamente não falhará. 3 RECEBER AS NOSSAS INSTRUÇÕES 4 CONFESSAR OS NOSSOS PECADOS www.projeto-timoteo.org 1ª edição 14 A confissão de pecado é uma necessidade diária para todos nós. Jesus lembrou os seus discípulos deste fato quando lhe pediram ajuda em sua vida de oração (Lc 11:1-4). É menos provável que aqueles com „os olhos fitos em Jesus‟ vão ficar com os pés nas armadilhas (15) ou se desviarem dos melhores e certos caminhos na vida (Hb 12:2-3; Cl 3:1-2). Mas note bem aqui que só o Senhor é capaz de liberar os pés machucados e sarar as feridas. Responder: Davi tinha uma consciência sensitiva. O que diria você a ele se tinha compartilhado o seu medo que Deus lembraria os pecados de sua juventude (7) e suas transgressões anteriores? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ (25:16-21) Talvez as preocupações de Davi naquela altura não sejam iguais às nossas, mas a sua variada gama descrita aqui nos encoraja a crer que o Senhor deseja ouvir quando clamamos a Ele sobre as questões específicas e particulares do nosso cotidiano. Davi falou com o Senhor sobre a sua solidão desanimadora (16), os problemas que multiplicaram (17), os pecados que o pegaram em armadilha (18b) e a oposição cada vez mais feroz (19). Estas são adversidades dolorosas, mas os crentes cuja „esperança‟ está em Deus (21) nunca ficarão decepcionados (3a). (25:22) Depois de pensar em seus consideráveis problemas pessoais Davi focaliza a situação geral. O seu povo também enfrenta desafios inumeráveis („liberta Israel de todas as suas aflições‟). Louvor (a adoração a Deus) é uma prioridade, e a súplica (pedidos em favor de nós mesmos) também tem uma importância óbvia como elementos de oração, mas o aspecto de intercessão (oração em favor de outros) não deve ser neglicenciado. Aqui, Davi termina a sua oração com um pedido que Israel tenha libertação de suas adversidades. Daniel orou diante de janelas abertas (Dn 6:10); assim nós também quando oramos precisamos de uma „janela aberta que dá para o mundo‟ (1 Tm 2:1-2), tendo em vista as necessidades de outros ao invés de sermos auto-absorvidos. O Senhor Jesus orou sensitiva e confiantemente em favor de outros, mesmo no meio de experiências duríssimas (Lc 22:31-32) e ainda continua orando por nós (Hb 7:25; Rm 8:34). Apesar de ficar separado frequentemente de seus amigos, às vezes por causa de estar incarcerado, Paulo orou assíduamente em favour deles (Rm 1:9-10; 2 Co 5 IDENTIFICAR AS NOSSAS NECESSSIDADES 6 LEMBRAR OS NOSSOS COMPANHEIROS www.projeto-timoteo.org 1ª edição 15 13:9; Fp 1:3-4; 1 Ts 1:2; 2 Tm 1:3; Fm 4-6) e deu imenso valor às suas orações por ele (2 Co 1:10-11; Fp1:19; Fm 22). Os cinco temas mencionados acima são usados também no Salmo 86, às vezes numa linguagem quase igual àquela usada no Salmo 25, e com imagens e ilustrações semelhantes. Tudo isso confirma a importância destas prioridades na comunhão que Davi tinha com Deus. Vale a pena notar que o quase idêntico uso de orações, ditados, e ensinamentos em ambos os salmos, por exemplo: „Guarda a minha vida‟ (25:20; 86:2), „elevo a minha alma‟ (25:1; 86:4), „Mostra-me/Ensina-me os teus caminhos‟ (25:4; 86:11), „Volta-te para mim‟ (25:16; 86:16); a descrição do Senhor clemente como „bom‟ (25:6-7; 86:5), os inimigos ferozes (25:19; 86:14) e o tema de decepcão e humilhação (25: 3, 20; 86:17). Talvez, caro aluno, você possa achar outros paralelos. Mas além dos cinco apectos que notamos no Salmo 25, o Salmo 86 apresenta mais um, que é a lembrança que em nossa comunhão diária com Deus nós vamos: (86:8-17) Davi gloria na imparidade de Deus (8a, 10b, „nenhum dos deuses é comparável a ti …só tu és Deus‟), incomparável poder (8b), creatividade (9, „todas as nações que tu formaste‟), grandeza (10), amor (5, 13, 15) e fidelidade (15). Davi crê que Deus é verdadeiramente magnífico e usa cada oportunidade para expressar isso para o Senhor. Estas grandes características e atributos da natureza de Deus inspiram as suas ações de graças diárias - um tema em que vamos pensar numa lição posterior. Responder: Qual seria sua resposta à alguem que pergunta, ‘Como podemos manter os nossos olhos ‘sempre voltados para o Senhor’ no meio de uma vida exigente (Salmo 25:15)? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 7 OFERECER A NOSSA ADORAÇÃO www.projeto-timoteo.org 1ª edição 16 LIÇÃO Texto temático: “Ó Senhor, Deus que me salva, a ti clamo dia e noite” (Salmo 88:1a). Salmo 88 Todos somos inspirados pelos cânticos exultantes do culto coletivo de Israel e, em particular, encorajados pelas afirmações corajosas de fé e confiança, expecialmetne quando lembramos que estes grandes salmos foram cantados muitas vezes em períodos de dificuldade extrema. A lembrança coletiva da pessoa de Deus, e do que Ele tem dito e feito, encorajou o povo a crer que o Senhor não falharia mesmo quando tudo parecia estar contra eles. Mas há algo imensamente comovente nos muitos salmos pessoais que expressam confusão e dor quando homens e mulheres indivíduos os cantaram para expressar sua angústia e miséria.Há muitos salmos deste tipo (por exemplo: 6, 7, 9, 11, 12, 17, 22, 26, 30, 31, 35, e 38, além de muitos outros) e foram escritos para encorajar os crentes cristãos (Rm 15:3-4) como também o povo israelita. Vamos escolher um destes cânticos, o Salmo 88, para ver o que é que tem para nos dizer ao estarmos „na cova mais profunda‟ ou „na escuridão das profundezas‟ (6). Este cântico está atribuido a um indivíduo específico, Hemã, descrito como „ezraita‟, que talvez fosse um dos „sábios‟ de Israel (1Rs 4:31, como o „ezraita Etã‟ no título de Sl 89) ou „o músico Hemã‟ de 1Cr 6:33, ou o profeta de 1Cr 25:1, 4-5. A incerteza sobre a sua identidade nos lembra que este sentido de abandono espiritual é capaz de ameaçar ou engolfar qualquer pessoa. Seja qual fosse a sua ocupação, Hemã estava em grande dificuldade; não podemos ter certeza sobre a natureza de sua dor, mas sabemos que era intensa, e o levou ao desespero extremo. Não significa necessáriamente que tinha pecado ou falhado. Certamente Deus não tinha se afastado dele, apesar dos sentimentos contrários; temporáriamente o salmista tinha perdido a percepcão da presença de Deus, mas isso não foi a realidade. Parece que todos os seus amigos mais chegados tinham o abandonado (8, 18) e, até pior, Deus parecia distante (14). Não há qualquer indicação de alívio nem no final do salmo; tudo que o completamente deprimido Hemã diz ao terminar é que „as trevas são a minha única companheira‟ (18). O repetido tema é de „escuridão‟ e „trevas‟ (6, 12, 18), então o que é que Hemã faz na escuridão? 4 ANGÚSTIA E ESPERANÇA 1 O SALMISTA CERCADO PELAS TREVAS www.projeto-timoteo.org 1ª edição 17 (1-2) Apesar de sentir que Deus o tem rejeitado (14), Hemã continua a orar. Está com medo que Deus o tenha rejeitado, mas não permite que esta noção modifique a sua relação com Deus, nem abandona a sua fé em Deus. Ao invés de negligenciar a oração, ele ora mais intensamente. Nenhum dia passa sem ele orar de mãos erguidas, para alcançar socorro (9). Ora a qualquer hora do dia e durante as horas compridas das noites sem conforto (1). Ao amanhecer o homem está de joelhos (13), para expressar a sua confusão e lançar perguntas ao Deus que parece ausente (14). Hemã tem muita coisa para nos ensinar aqui. Com certeza Deus está presente mesmo quando o homem não desfruta da percepção de sua presença. Jesus ensinou os seus discípulos que „deviam orar sempre e nunca desanimar‟ (Lc 18:1), por mais escuro seja o dia. Quando Jesus andou com seus amigos no jardim do Getsêmani as circunstâncias não podiam ser mais escuras; a tristeza intensa levou Jesus às fronteiras da morte (Mc 14:34). E a situação piorou; a sua angústia foi maior que qualquer coisa que Hemã podia ter sofrido quando clamou em seu abandono. Também, Jesus orou nas trevas (Lc 23:44); orou em favour dos seus inimigos (Lc 23:34); orou no seu abandono (Mc 14:34); e orou para o seu Pai (Lc 23:46); achando conforto num salmo de confiança calma (Sl 31:5). (3-9) Hemã fica resoluto em orar de dia e noite, mesmo gastando a maior parte do tempo com queixas. Apesar da fragilidade de sua fé, ele fica convencido que seus gritos de angústia profunda serão ouvidos. Ele deseja que Deus falasse, mas raramente tem dúvidas que o Senhor não ouve. Quando a vida fica dura é muito melhor expressar as nossas queixas ao invés de engarrafá-las dentro de nós, e é mais sábio falar com Deus sobre elas ao invés de outras pessoas. Por mais que nossos companheiros, colegas e vizinhos tenham simpatia, pode ser cansativo para eles quando repetimos as mesmas queixas. Os melhores amigos podem ficar fatigados, mas o Senhor nunca se fatigará. Os outros podem entender parcialmente; Deus sempre entende, e quer que nosso coração esteja completamente aberto para Ele. Hemã está profundamente deprimido (6); sente como se estivesse morando (3) ou morto de verdade (4-5). Às vezes tem a sensação de se afogar (7, 17) ou se sente numa armadilha, como um prisioneiro condenado na cadeia, sem a possibilidade de escapar (8b). Quanto mais, tais péssimas dificuldades não são de curta duração; a sua juventude foi caracterizada por experiências amargas (15) e os problemas continuaram implacávelmente na fase adulta de sua vida. Quando ansia por um ouvinte simpatizante, não há ninguem com quem pode falar; os amigos anteriores acham que é „repugnante‟ (8). Pensa que é possível que Deus o tem roubado de camaradagem humana e simpática (8,18). Tal angústia tem que ser compartilhada com o Deus que cuida de nós, mesmo quando há pouca evidência deste fato. 2 ELE ORA NA ESCURIDÃO 3 ELE SE LAMENTA NA ESCURIDÃO www.projeto-timoteo.org 1ª edição 18 (10-12) Em sua dor tão emocional, Hemã tem que lidar com pensamentos imensamente aflitivos. Durante aqueles dias desolados e noites aparentemente sem fim, a sua mente atormentada não tem outra coisa para fazer senão pensar nestas coisas tristes. Dá franca expressão aos seus pensamentos, mas nem tudo que passa por aquela mente atormentada pode ser considerado verdadeiro. Ele está assombrado por dois pensamentos perversos, e nenhum dos dois chega perto da verdade. Em primeiro lugar, nada é capaz de abalar a sua convicção que as adversidades penosas devem indicar que Deus está irado contra ele. Hemã sente que o sofrimento de tantas dimensões feias deve ser a expressão diária da ira contínua de Deus (7a,16). Com certeza, qualquer homem sensitivo poderia imaginar cem razões para explicar porque tem desagradado a Deus, mas será que merecem perseguição tão intensiva e prolongada? De fato, Hemã está totalmente errado ao inferir que Deus está desagradado com ele. Esta foi a mensagem dos amigos de Jó (que não lhe ofereceram qualquer alívio), e o veredicto de Deus a respeito de tais chavões e condenação mordaz foi bem claro e direto – „Vocês não falaram o que é certo a meu respeito‟ (Jó 42:7,8). Num mundo caído, o sofrimento é inevitável e misterioso; pelo menos os amigos de Jó entenderam bem esta verdade (Jó 5:7)! Não devemos culpar Deus pelas adversidades particulares na vida de cada indivíduo. Apesar do pensar de Hemã, Deus não estava irado contra ele; o sofredor estava errado. Deus o amava, como ama todo o mundo, e claramente Deus não deve ser representado como um todo- poderoso adversário celestial que lança terrores em vítimas culpados. Hemã podia se sentir rejeitado (14) mas de fato não estava. Alguns dos contemporâneos bem influenciais de Jesus foram convencidos que ele era um impostor blasfemo (Mt 26:63-66); mas eram totalmente errados. Certas profundas convicções de pessoas genuinamente persuadidas podem ser totalmente falsas. O raciocínio de Hamã nem sempre foi correto. Em segundo lugar, em sua angústia Hemã desejava morrer, mas o seu entendimento do futuro estava igualmente errado. Repetidas vezes, o pensamento perverso entrou sua cabeça que ao morrer seria um supremo desastre, porque uma vez morto foi o fim de tudo. Ele acha que, „Deus não tem qualquer interesse nos mortos‟ – „dos quais não te lembras, pois foram tirados de tua mão‟ (5). Não há oportunidade para os mortos levantarem-se e louvarem o seu Criador (10); não são amados (11). O lugar das trevas é uma „terra de esquecimento‟ (12). Tudo isso fez com que o seu sofrimento ficou insuportável demais; ele achou que não podia conceber um melhor tempo futuro quando Deus ia retificar tudo, e quando a „vítima repugnante‟ podia ser considerado um santo que estava batalhando. Nos tempos do Antigo Testamento,os crentes não podiam enfrentar a morte com a mesma certeza que mais tarde os seus companheiros cristãos desfrutariam. Até um certo ponto os israelitas tinham alguma noção duma vida além do túmulo, mas foi vaga, velada e indefinida. Só o incomparável Filho de Deus é capaz de transformar tal noção, quando, na cruz cruel, a Vítima Inocente carregou os nossos pecados, tornou-se o nosso Salvador, e entrou no domínio da morte como o Vencedor Invençível, assim abrindo o caminho para o céu eterno. O sofredor tinha pensamentos 4 ELE REFLETE NA ESCURIDÃO www.projeto-timoteo.org 1ª edição 19 errados, registrados neste salmo (e em outras partes das escrituras) mas as suas idéias são de imensa ajuda porque nos trazem à memória que nem tudo que pensamos em tempos de adversidade é verdadeiro. Para os crentes, a morte é apenas uma porta. O céu é real. Não somos rejeitados (14); somos amados! O grito prolongado por socorro deste salmista é uma frágil afirmação de fé e, ao mesmo tempo, uma oração fervorosa. O seu pedido testifica à convicção, embora fraca, que está chamando para um Deus que ouve (1-2,9,13). Ademais, está implorando a um Deus que salva (v 1); náo somente escuta mas tem o poder para agir em favor do seu povo. Para Hemã, é uma espera prolongada, mas socorro vai chegar. Apesar do fato que é capaz de errar, este sofredor agonizado crê num Deus que reina. Está errado quando culpa Deus por todos os aspectos de sua angústia (6-8,16-18), mas tem uma convicção inegável da soberania de Deus. Estas adversidades não são acidentes desligados, totalmente sem sentido ou valor. O bem pode resultar das experiências péssimas de vida, porque ele busca um Deus que ajuda (13). Responder: Se você, como Hemã, se sentisse seriamente deprimido (e com razão), o que é que diria para si mesmo? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Lamentavelmente, o pessimismo do Salmo 88 não tem uma conclusão positiva, mas Hemã não tem a palavra final sobre o problema do sofrimento. Outros salmistas enfatizam que além de falar com Deus quando estamos sofrendo, como Hamã o fez, é de suma importância que devemos falar conosco mesmos. Esta noção se expressa bem eloqüentemente nos Salmos 42 e 43. Estes dois salmos (que dão início a um pequeno grupo colecionado para „o mestre de música‟, e identificado com „os filhos de Corá‟, 1 Cr 6:31-48; 25:1-8) talvez formassem um só salmo originalmente; além da precisa repetição neles há muito mais para uni-los. Este salmista está em dificuldades também, mas aqui o sofredor fica anônimo. Ao contrário de Hemã, não conhecemos o nome do salmista mas sabemos qual foi a ocupação dele; previamente tinha sido um cantor principal no culto público em Jerusalém, mas infelizmente aqueles dias já eram do passado distante. Talvez ele fosse um dos exilados na Babilônia, refletindo saudosamente naquelas ocasiões inspirativas quando tinha dirigido grandes prossições e os átrios do templo vibraram com aleluias (42:4). Agora, tudo aquilo parece 5 ELE CONFIA EM MEIO ÀS TREVAS 6 ELE CONTINUA A ESPERAR PELO FUTURO DE DEUS www.projeto-timoteo.org 1ª edição 20 bem distante e, como Hemã, a sua mente está pertubada com questões atormentadoras: Quando podia se encontrar com Deus? (3), e Como podia responder aos vizinhos cínicos quando o escarnecem constantemente, perguntando „Onde está o seu Deus?‟ (3). O templo em Jerusalém tinha sido queimado até o chão e ele está um cativo vencido numa nação alheia. Porque é que ele se sente tão deprimido? (5,11; 43:5). A depressão assume muitas formas e cria conflitantes reações emocionais. Às vezes, o salmista se considera como espiritualmente estéril, suspirando por água num deserto árido (42:1-2); e às vezes está esmagado, como se estivesse afogando, deseperado por ar, lutando para reemergir das profundezas da água (42:7). Aqui há muita coisa que nos lembra da aflição, queixas e lágrimas de Hemã (3); ambos se sentiram submergidos sob ondas ameaçadoras (Sl 88:7; Sl 42:7). Outrossim, este salmista exiliado se sentiu abandonado, esquecido pela „Rocha‟ de confiança (42:9) e rejeitado por sua „fortaleza‟ segura (43:2), mas estes dois salmistas têm reações diferentes para os seus problemas. Como Hemã, nosso cantor também fala com Deus em sua adversidade, mas as suas recordações da natureza e caráter de Deus são infinitamente mais robustas. Ele fala para Deus e escreve sobre Deus. Os grandes temas destes majestosos salmos, cantados anos atrás em Jerusalém (agora tão distante) tinham achado um lugar bem seguro na sua mente. O sofredor confuso anseia pelo Deus vivo (42:1), Salvador (6), pessoal (6 „meu‟), que ama (8), é forte (9), justo (43:1), protetivo (43:2), e orientador (43:3). Tal Senhor cuidador assegura os seus filhos crentes de „luz e verdade‟ (43:3); em meio às dificuldades Ele iluminará os seus passos e enriquecerá as suas mentes. A contribuição única deste salmista ao nosso tema é que repetidamente fala consigo mesmo. Recusa deixar aquelas constantes incertezas assaltantes terem a última palavra. Sabe que a recitação incessante de queixas, dúvidas e perplexidades têm o efeito de abaixar o seu estado de espírito; não pode prevenir a chegada de tais sentimentos agitadores, mas resolutamente escolhe pensar de uma maneira diferente (42:5,11; 43:5). Deliberada e fortemente este realista fala consigo mesmo, perguntando sobre a razão porque se sente tão desanimado: „Por que você está assim tão triste, ó minha alma, e tão perturbada? ‟ Então, ainda falando para si, ele provê uma resposta apoiante e uma afirmação confiante. Há algo que ele deve fazer (esperar em Deus), e algo Deus vai fazer (dar lhe motivos de louvar). Esta não é uma recitação rotineira, mas sim um testemunho vibrante de fé pessoal. A sua confiança, resoluta e inabalável, está no seu Salvador e Deus (42:11b) que vai trazê-lo dias melhores. Responder: Quando não consegue dormir, este cantor busca motivos de cantar (42:8). Você pode imaginar quais os temas que podiam ser incluídos em sua canção noturna – e porque os mesmos podiam ser relevantes ainda hoje? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ www.projeto-timoteo.org 1ª edição 21 LIÇÃO Texto temático: “Dêem graças ao Senhor, porque ele é bom; o seu amor dura para sempre” (Salmo 118:1). Salmo 118 Vários dos temas centrais deste salmo já têm sido salientados em lições anteriores, mas a sua mensagem (repetida no Novo Testamento: Mc 12:10-11; Jo 12:13; At 4:11; 1 Pe 2:7) tem em foco algumas características chave do culto coletivo do templo. Como vimos antes, alguns salmos são confissões pessoais de necessidades e relatam específicamente aosproblemas e dificuldades encontradas por indivíduos particulares. Ao contrário, o Salmo 118 é um daqueles que foram usados quando o povo de Deus se encontraram para cultuar juntos em ocasiões tais como a Festa dos Tabernáculos, quando manteram viva a memória da bondade divina para com eles durante a jornada momentosa do Egito para Canaã. Anualmente esta festa alegre de ações de graças foi celebrada para lembrar o amor, poder e bondade que fizeram possível esta transição milagrosa. Note o tema repetido de ações de graças e júbilo nesta canção impressionante (1,15,19,21,24,28,29). O salmo combina de uma maneira jeitosa os elementos de gratidão tanto pessoais como coletivos. É possível que os versículos mais pessoais (5-18) foram expressados inicialmente pelos reis israelitas. Esta possibilidade nos ajuda a entender melhor as referências tais como „a derrota dos meus inimigos‟ (7), „todas as nações me cercaram‟ (10-11), e „empurraram-me ...‟ (13) numa batalha perigosa antes da divina libertação vitoriosa. Então, estes ditados e orações são pessoais (feitos pelo rei como um indivíduo) e coletivos ao mesmo tempo porque na presença de Deus o rei representa os seus sujeitos (igualmente necessitados e gratos quanto o rei). Este cântico de celebração alegre tem em foco a imensa bondade de Deus (1,29), lembrando com gratidão especial: 5 ALEGRIA E AÇÃO DE GRAÇAS 1 PESSOAL E COLETIVO www.projeto-timoteo.org 1ª edição 22 (1-4) Nas ocasiões quando este salmo foi usado durante a Festa dos Tabernáculos, os adoradores não podiam falhar de lembrar que, durante a sua jornada no deserto, o povo de Israel nem sempre foi amoroso e leal para com Deus. Aqueles peregrinos que tinham sido libertados milagrosamente bem sabiam o imperativo divino que deviam amar o Senhor seu Deus (Dt 6:4-5) e obedecer aos seus mandamentos (Dt 6:1-3) e que isso foi para o seu próprio bem- estar. Mas, apesar de compreender este fato intelectualmente, eles desobedeceram intencionalmente, transferindo o seu amor para ídolos proibidos (Êx 32:1-14). Mesmo assim, o amor de Deus não foi semelhante ao deles, que era inconstante e falível. Moisés declarou que o amor divino seria imutável (Êx 34:5-6) e, nos séçulos subseqüentes, o culto no templo expressou a gratidão do povo por causa daquela promessa de amor eterno. Esta verdade imutável (Jo 3:16; Rm 5:8; Ef 2:4-5; 1 Jo 3:1; 4:7-10; Ap 1:5-6) é de suprema importância nas ações de graças diárias do cristão. (5-7) O fato de que este salmo foi enraizado no contexto do culto público é sugerido pelas respostas e repetições, tais como – „A sua misericórdia dura para sempre‟. Outras seguem, sugerindo que uma seção da congregação fez respostas familiares para declarações ou perguntas entoadas por outros adoradores, tais com „O Senhor está comigo‟ – „Ele é o meu ajudador‟ (5-7). Outros versículos têm um padrão semelhante (8-9,10-12,15-16) e isso sugere formas de louvor congregacional que encorajaram a participação de todos os presentes. Os adoradores não eram espectadores passivos, mas sim profundamente involvidos, e ansiosos para darem expressão pessoal às declarações públicas de fé e confiança. Uma daquelas aclamações afirma „O Senhor está comigo‟ (6-7), uma fiança que foi valorizada sobremaneira pelos personagens do Antigo Testamento que enfrentaram uma variedade de desafios em suas vidas, como por exemplo José, o cativo inocente (Gn 39:2, 3, 21, 23), Moisés, o líder sobrecarregado (Êx 33:14), Josué, o seu nomeado sucessor (Dt 31:6), Gideão, o comandante hesitante (Jz 6:12-18), Josafá, o rei medroso (2 Cr 20:5-17), e Jeremias, o profeta relutante (Jr 1:6,8,19). O Novo Tetamento tem a mesma mensagem resseguradora. Jesus prometeu sempre estar com os seus seguidores „até o fim dos tempos‟ (Mt 28:20). Paulo testificou à realidade desta presença (2 Tm 4:17) como o fez João, exilado em Patmos (Ap 1:12-18). A epístola aos Hebreus cita este salmo diretamente (6) ao afirmar a ajuda do Senhor para encorajar crentes vulneráveis na face de persegição ameaçadora (Hb 13:6). 2 A COMPAIXÃO DURADOURA DE DEUS 3 A PRESENÇA TRANSFORMADORA DE DEUS www.projeto-timoteo.org 1ª edição 23 (8-16)- Nestes versículos particularmente estamos ouvindo sem dúvida o testemunho grato de um rei israelita que tinha passado por provas severas, e reconheceu que às vezes as suas tropas foram bem superadas em número (10-12) e em perigo de serem conquistadas por tropas inimigas (13-14). Mas, no momento quando estava a ponto de cair (a necessidade de vitória), o Senhor o ajudou (a fonte de vitória), tornou-se a sua força (a causa de vitória), a sua canção (a celebração da vitória) e a salvação (o resultado da vitória). Nos conflitos cotidianos da nossa vida podemos nos sentir „cercados‟ por oposição opressiva, como „os fortes touros de Basã‟ ou um „leão voraz rugindo‟ (Sl 22:12-13) ou irritações relativamente pequenas como „um enxame de abelhas‟ (Sl 118:12) mas, sejam os problemas grandes ou pequenos, precisamos da ajuda que só a poderosa „mão direita‟ do Senhor é capaz de nos trazer. Responder: O que é que o salmista quer dizer quando afirma repetidas vezes (10-12) que quando foi cercado por oponentes inumeráveis ele os derrotou ‘em nome do Senhor’? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ (17-18) É pouco realista imaginar que vamos ser completa e constantemente vitoriosos em todos os conflitos da vida. Nem sempre estamos em forma e o Diabo sabe exatamente como nos desanimar quando não fazemos muito bem. Talvez possamos aprender mais dos aparentes fracassos do que dos aparentes sucessos. Em cada situação há lições importantes para aprender. Algumas experiências de vida causaram o salmista a ficar „castigado com severidade‟ (18); uma noção que vemos em outros salmos (94:12; 119:75). A disciplina carinhosa é o elemento chave em nosso andar com Deus e, embora naqueles momentos não nos sentimos alegres, com certeza devemos ser agradecidos. O povo israelita freqüentemente aprenderam muito por meio de suas derrotas (Êx 17:11; Js 6:18-19; 7:1-26; 1 Sm 4:1–7:14) e indivíduos foram trazidos mais perto de Deus através de seus fracassos (Jz 16:15-30; 2 Sm 11:1–12). O povo de Deus foi instruido que depois da disciplina do exílio em Babilônia ia regressar para a sua terra, perdoado e restaurado (Jr 31:16-20). A disciplina corretiva é um sinal da compaixão do Pai; Ele nos ama demais para permitir que vamos estragar a nossa vida 4 O PODER FIDEDIGNO DE DEUS 5 A CORREÇÃO AMOROSA DE DEUS www.projeto-timoteo.org 1ª edição 24 por erros sérios; e por isso, frequentemente, Ele intervem com amor (Hb12:5-11). Alguns estudantes da Bíblia consideram que este salmo foi composto para marcar a ocasião quando Davi conquistou e entrou em Jerusalém (2 Sm 5:6-10), se fosse assim talvez a frase no versículo 18, „O Senhor me castigou severamente‟,se refira ao erro cometido quando a Arca da Aliança foi levada à cidade. Este evento da história de Davi está pormenorizado nas escrituras (2 Sm 6:1-19; e 1Cr 13:1-14; 15:1-15). (19-21) Aqui, o salmo retrata uma procissão de adoradores gratos. Se foi usado na entrada triunfal da Arca da Aliança, é um reconhecimento animador da ajuda do Senhor quando Ele respondeu às orações do rei (21) e lhe deu a vitória que necessitou sobre os ocupantes de Jerusalém que tinham confiança em si mesmos (2 Sm 5:6). Foi uma ocasião única para o povo unidamente expressar ações de graças (19,21) mas os últimos versos do salmo têm em foco o que é de longe a maior causa de ação de graças na história do mundo (2 Co 9:15). s (22-29) Neste contexto do templo, descrevendo o culto num edifício impressionante, a „pedra rejeitada‟, considerada pelos construtores como de sem valor, talvez se refira ao rei israelita, zombado pelos hostis vizinhos geográficos (10), mas aceito e usado pelo Senhor, ou talvez ilustre a experiência do povo israelita, desprezado e atacado ferozmente pelas nações cercantes (10), mas salvos (14b) pelo Senhor cuja força (14a) causou a sua vitória sobre os inimigos (7). Aquela „Pedra‟ rejeitada tornou-se a pedra angular, ou posta estratégicamente para criar estabilidade essencial (Jó 38:6; Is 28:16; Jr 51:26), ou uma proeminente pedra de cobertura para completar o edifício. Mas aqui, Davi está dizendo muito mais que ele mesmo podia compreender, porque claramente o Espírito Santo está apontando mais além das circunstâncias imediatas para a chegada do próprio Filho de Deus. Ele mediará para nós todas estas realidades anteriores (1- 21), fazendo-as infinitamente mais especiais que podiam ser para os crentes do Antigo Testamento: o incomparável amor de Deus em Cristo (Ef 3:18; 1Jo 4:10), a sua presença que nunca se afastará (Mt 18:20; 28:20b), o seu poder sem par (Fp 4:13; 1 Tm 1:12), a sua disciplina mansa (Mt 11:29-30; Jo 15:2) e a sua ajuda infalível (Jo 14:13-14). O Senhor Jesus faz referência a esta passagem em seus ensinos (Mt 21:42), e Pedro expõe o tema tanto em sua pregação como por escrito (At 4:11; 1 Pe 2:7). As palavras memoráveis deste salmo estavam nos lábios da multidão exultante durante a procissão festal do primeiro Domingo de Ramos quando Jesus entrou em Jerusalém, não como um vencedor intimidador, mas sim como um rei humilde (23-27; Mt 21:4-9). Exercendo um ministério de correção necessária, Jesus foi para o átrio dos gentios no templo e derrubou as mesas dos cambistas que estavam restringindo acesso à „casa de oração para todas as nações‟ (Mt 21:12-13; Is 56:6-7). As 6 A AJUDA PROMETIDA POR DEUS 7 O INCOMPARÁVEL FILHO DE DEUS www.projeto-timoteo.org 1ª edição 25 „hosanas‟ do povo, uma oração que significa „Salve agora!‟, foram respondidas pelo único Salvador que no templo curou os cegos e coxos (Mt 21:14). O salmo termina com uma oração de graças (28), e repete a mesma exortação com qual o salmo começou. Ações de graças são uma dimensão essencial do crescimento cristão. Diferenciam o crente do impiedoso, pois uma das características tristes dos impiedosos é que não dão graças ao seu generoso Deus (Rm 1:21). Note o contraste evidente na prática de dar graças na vida de Jesus (Jo 6:11, 23; 11: 41; Lc 22:17, 19; 24:30) e nos ensinos e exemplo do seu servo Paulo (Rm 1:8; 1 Co 1:4; Fp 1:3; 1 Tm 1:12; 2 Tm 1:3). Veja, por exemplo, o tema recorrente de graças ao longo da Epístola aos Colossenses (1:3,12; 2:7; 3:15-17; 4:2). Não podemos enfatizar demais a sua importância. Responder: Salmo 118 dá graças ao Senhor por ser ‘bom’ (1,29), uma exaltação e afirmação expressadas tanto quando Davi trouxe a Arca para a recém cativada Jerusalém (1 Cr 16:34-35) como também à dedicação do templo por Salomão (2 Cr 7:3). Qual é a prova daquela bondade divina encontrada neste salmo? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ www.projeto-timoteo.org 1ª edição 26 LIÇÃO Texto temático: “Tu me livraste dos meus inimigos ... e de homens violentos me libertaste. Por isso eu te louvarei entre as nações, ó Senhor; cantarei louvores ao teu nome” (Salmo 18:48-49). Salmo 18 O título deste salmo fornece um contexto histórico específico para sua mensagem (veja também 2 Sm 22) e provávelmente refere às dificuldades, façanhas, e libertações da juventude e idade media de Davi: nos dando a lembrança que cada crente tem que lidar com conflitos de vários tipos. Tais conflitos são inevitáveis e variados; diferentes para cada um de nós e desafiantes para todos. Tanto a biografia extensiva como os cânticos de Davi têm lições práticas para nossa própria vida (Rm 15:4). Davi encontrou (a) oposição dentro da família: quando era jovem, enfrentou a hostilidade, e talvez ressentimento, dum irmão mais velho (1 Sm 16:6-7; 17:26-29) e, depois, a falta de compreensão e cooperação da parte de sua primeira esposa (1 Sm 18:20-21; 2 Sm 6:16-23) e, mais tarde, tinha dois filhos ambiciosos e usurpadores, Absalão (2 Sm 15:1-12) e Adonias (1 Rs 1:5-6); (b) inveja no palácio: as tentativas repetidas de Saulo para matá-lo, mencionadas especificamente no título deste salmo (1 Sm 18:6-11; 19:1,9-10; 20:30-34); (c) contínua divisão nacional depois da morte de Saul (2 Sm 2:8-4:12), (d) oficiais traiçoeiros no palácio (1 Sm 21:7; 22:9,18-22); (e) nações vizinhas hostis (2 Sm 8:1-14; 10:1-19), e (f) servos instáveis, como, por exemplo, o seu sobrinho Joabe que era leal mas sem piedade (2 Sm 18:9-19:8). Além destes problemas já mencionados, Davi tinha que enfrentar as tentações insidiosas da vida que todos nós encontramos. A história de Davi, que os seus biógrafos apresentam com tantos pormenores, o representa sucessivamente como um defensor jovem, amigo leal, líder amado, fugitivo inocente, refugiado irado, poeta dotado, adúltero intrigante, pecador penitente, e líder usurpado. Aqui vemos um homem que enfrentou um grande sortimento de adversidades e oportunidades fora do comum, então há muita coisa aqui para nos ensinar a respeito de conflito e conquista na vida cristã. 6 A VIDA VITORIOSA 1 CONFLITO E CONQUISTA www.projeto-timoteo.org 1ª edição 27 Pensando em Davi, tanto os seus fracassos como também os triunfos têm uma aplicação relevante para nossa vida, e este salmo oferece um resumo impressionante. Aqui há sete dimensões da vitória: (1-2) O salmo começa (1) com uma expressão ardente, até apaixonada, com uma ênfase na língua hebraica que significa „Eu te amo, mesmo‟ – uma confissão expressando o relacionamento bem chegado que Davi tinha com Deus, e o segredo de sua imensa confiança em Deus como „minha força ... minha rocha ... minha fortaleza‟, ‘meu libertador ... meu escudo... o poder que me salva‟ (literalmente „chifre‟, como de uma besta feroz, simbolizando poder superior), e „minha torre alta‟. A confiança de Davi não se baseia nos seus consideráveis talentos humanos, masno Deus que possibilita todas as suas proezas. O primeiro passo para a vitória é amar a Deus, sem reserva (Dt 6:4-5; Jo14:21-23). (3-6) A sua experiência quase-morte (4-5) o roubou de senso algum de auto-suficiência e as suas vitórias são o resultado direto de suas orações sérias por aquilo que precisava (note o quádruplo pedido – „clamo‟, ‟clamei‟, „gritei‟ e „grito‟), e seu louvor grato para o Doador Generoso. Não há vitórias substanciais sem oração assídua. (7-15) Esta descrição vívida de uma tempestade ou terremoto tornou-se um símbolo da majestade e poder imponente de Deus que encorajou Davi, em especial a sua „presença‟ iluminativa (12) e a „voz‟ ressoante (13). Aqui foi a „voz‟ efetiva de Deus respondendo à „voz‟ suplicante de Davi (6), dando ao crente assolado um resseguro de socorro divino e apoio infalível. 2.1 O NOME DE DEUS EXALTADO 2.2 BUSCAR O SOCORRO DE DEUS 2.3 A GRANDEZA DE DEUS MANIFESTADA 2 SETE DIMENSÕES DA VITÓRIA www.projeto-timoteo.org 1ª edição 28 (16-19) A poderosa intervenção divina na natureza é seguida imediatamente por sua misericórdia compassiva em experiência. O verbo „tirar‟ („tirou-me‟, 16) tem um significado especial. Somente se usa uma vez mais no Antigo Testamento (Êx 2:10) para descrever uma outra intervenção misericordiosa, isto é o resgate do nenê Moisés (cujo nome em hebraico significa „tirar‟) da ameaça de morte (Êx 1:22). Outrossim, Davi tinha encontrado um „inimigo poderoso‟ (17), adversários „fortes demais para mim‟ (como os egípcios homicidas eram fortes demais para o vulnerável nenê Moisés), mas o Senhor interveio, transformando um cenário potencialmente desastrosa (18) num resgate milagroso. Responder: O testemunho pessoal de Davi foi que no conflito ‘O Senhor foi o meu amparo’ (18). Como podia falar assim tão confiantemente? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ (20-24) Aqui Davi faz repetidas declarações de sua „justiça‟ pessoal e da pureza de suas mãos (20, 24), mas devemos entendê-las dentro do seu contexto. Isso não pode significar que Davi é inocente de todo pecado, como podemos ver em outros salmos (Sl 19:12-13, 25:11; Sl 32:1- 2). Os seus protestos de retidão aqui podiam significar que é inocente do „crime‟ específico de traição contra Saul (veja o título deste salmo, e outros protestos semelhantes em Salmo 17, e 1 Sm 20:1-3, 30-31; e capítulos 24 e 26). Mais provávelmente Davi está opondo a opinião (que os amigos de Jó mantinham – veja, por exemplo, Jó 4:7-9) que tais adversidades tão graves e ameaçadoras (4-6, 16-18) eram o castigo divino causado por seus pecados. Mas o servo resgatado aqui declara a sua lealdade total e sua dependência constante do Deus que o ama, apesar de suas imperfeições (19). Cristãos lêem qualquer declaração sobre justiça à luz da mensagem de Paulo que nossa justiça se baseia somente em Cristo, e não em nossos próprios méritos, obras ou proezas morais (Rm 3:20-26). No seu testemunho escrito („Graça Abundante ao Principal dos Pecadores‟ - Grace Abounding to the Chief of Sinners) John Bunyan (1628-1688) disse que, 2.4 O SERVO DE DEUS AJUDADO 2.5 A PALAVRA DE DEUS OBEDECIDA www.projeto-timoteo.org 1ª edição 29 quando se sentia esmagado pela culpa, ele achou paz através destas palavras de segurança (não da Bíblia) que de repente entraram na sua mente atribulada: „A sua justiça está nos céus‟, quer dizer: „você é santificado pelo único sacrifício do Cristo exaltado‟ (1 Co 1:30; 2 Co 5:21). Davi tinha muitas culpas, mas, mesmo assim, tentava honrar e obedecer à Palavra de Deus (21-22). A Palavra de Deus é sempre relevante, e nossa resposta primária a ela deve ser para reconhecer a sua mensagem sobre a vida vitoriosa: se confessarmos a nossa carência pessoal de Cristo como nosso Justo Salvador e Senhor, Ele nos recompensará (24) não conforme à nossa justiça, mas pela justiça de Cristo e a Sua obra salvadora na cruz. A „pureza‟ das nossas mãos (24) é só possível em Cristo, mas, pelo Seu poder, queremos viver de uma maneira justa, a fim de mostrar evidência e servir como testemunho de Sua obra transformadora em nossa vida. (25-45) Crentes fiéis dependem totalmente da fidelidade de Deus (25). Ao enfrentar os oponentes, este líder militar cria que era de maior importância ter uma atitude correta para com Deus ao invés de ter confiança em si mesmo. Apesar de ter talentos naturais, Davi deliberadamente escolheu o caminho de humilidade; „os humildes‟ (27) não gloriam em suas próprias habilidades, experiências e recursos. Uma série de quadros-em-palavras enfatiza a dependência de Deus que „transforma em luz as trevas‟ (28), supera obstáculos ameaçadores (29), protege os vulneráveis (30b), fornece recursos únicos (31), fortifica os fracos (32a) para que possam realizar o que é impossível (33), e equipa para o conflito (34-35). Este testemunho radiante da abundante bondade de Deus para Davi em circunstâncias perigosas é uma lembrança da promessa para „revestir de força‟ (32,39) todos os que genuinamente confessam a sua carência. Muitos dos grandes personagems da Bíblia provaram com Davi que mesmo nas experiências difíceis a „mão direita‟ divina (35, Sl 63:8; Sl 98:1) nunca deixou de os sustentar. Ao longo dos séculos, estas ricas promessas de ajuda assegurada têm sido cumpridas maravilhosamente na vida dos crentes cristãos que insistem que a vitória sobre a tentação é devido ao poder do Espírito Santo que os capacita (At 1:8). (46-50) Davi reconheceu com gratidão que as „grandes vitórias‟ (50) foram realizações desmerecidas porque Deus tem tanto a habilidade (poder) como o desejo (amor) para socorrer aqueles que o buscam num espírito de dependência. Então, Davi conclui este cântico com uma apropriada e exemplar aclamação (46), louvando (49) o poder invencível do Deus que é vivo (46) (ao contrário dos ídolos inanimados que as nações vizinhas adoravam), poderoso („Rocha‟), 2.6 O PODER DE DEUS RECEBIDO 2.7 O LOUVOR A DEUS DECLARADO www.projeto-timoteo.org 1ª edição 30 determinado a resgatar (47-48) – por causa de Seu amor inalterável, e que age para salvar não só Davi e seus sucessores (50) mas todos os que ao longo da história respondem positivamente. Aqui „bondade‟ ou „benignidade‟ traduz aquela bem usada palavra hebraica hesed (notada antes) que indica um amor especialmente rico e confiável - amor leal baseado no firme vínculo estabelecido pela aliança. O amor de Deus é infinitamente maior que qualquer experiência de amor humano, por mais rico e belo que seja. Karl Barth, um teólogo do século vinte, salientou que Deus nos amou antes de qualquer outra pessoa pensou em nos amar; agora Deus nos ama melhor que mais alguem é capaz de nos amar; e que seu amor por nós continuará, quando outras pessoas têm esquecido de nós. É este amor que nunca falhará (50) que inspira o louvor de Davi. Os vencedores cristãos são notáveispor canções de agradecimento exultante bem como por suas orações de carência urgente. Responder: Davi clamou ao Senhor e foi ‘salvo’ (3). Outrossim, os seus oponentes pediram socorro e ‘clamaram ao Senhor, mas ele não respondeu’ (41). Porque foi assim? Será que Deus tem ‘prediletos’? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ www.projeto-timoteo.org 1ª edição 31 LIÇÃO Text temático: “Antes mesmo que a palavra me chegue a língua, tu já a conheces inteiramente, Senhor” (Salmo 139:4). Salmo 139 Nem sempre é fácil ser cristão. Jesus deixou isso bem claro (Mc 8:34-35; Jo 16:35) como também o apóstolo Paulo (At 14:22; 2 Tm 3:12). Vivemos num mundo hostil e às vezes podemos ficar profundamente descontentes com o nosso próprio desenvolvimento espiritual. Naqueles momentos precisamos lembrar os recursos ao nosso dispor. Como Davi, devemos ter uma grande visão de Deus para que possamos compreender de novo tudo quanto Ele almeja dar e fazer por nós. Há anos, o talentoso tradutor da Bíblia, J. B. Phillips, escreveu um livro intitulado „Seu Deus é Pequeno Demais‟ („Your God is too Small‟). Apesar de Deus ser invisível (1 Tm 6:16), neste salmo familiar, Davi tem cinco retratos vívidos do nosso grande Deus singular: (1-4) Absolutamente nada fica escondido diante de Deus; Ele sabe exatamente o que somos e o que somos capazes de ser. Ele conhece os nossos pensamentos íntimos (2), caminhos secretos (3), e nossas palavras inexpressadas (4). Ele sabia tudo sobre os diversos personagens bíblicos como, por exemplo, Hagar afligida (Gn 16:13), Jacó temeroso (Gn 28:15), Acã desobediente (Js 6:18-19; 7:1,18-21), e Jonas rebelde (Jn 1:2-4,10; 2:7; 3:1-5,10; 4:1-3). Como nós, todos eles podiam dizer, „Tu és o Deus que me conheces‟ – a minha necessidade de crescer e o meu desejo de crescer, os obstáculos que enfrento, as frustrações, falhas, e meu imenso potencial. 7 O DEUS ONISCIENTE 2 NOSSO DEUS ONISCIENTE 1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINÁRIAS www.projeto-timoteo.org 1ª edição 32 Este tema do nosso „Deus onisciente‟ se encontra em outras partes da Bíblia (Sl 17:3;13-15; Jr 12:3; 16:16-18; 23:24; Hb 4:13). Nos evangelhos, Jesus está descrito sensitivamente como o Salvador que “vê” dentro e além do que era visível para os seus contemporâneos (Jo 1:47-49; 2:24-25; 4:16-18; 13:18-30, 37- 38; 20:24-25,27; 21:18-19); „seus olhos eram como chama de fogo‟ (Ap 1:14; 2:18; 19:12) e podiam ver tudo escondido nos lugares secretos do coração humano, tanto os elementos prejudiciais como os belos e louváveis (Jo 21:17). Nunca devemos esquecer que Aquele que sabe tudo sobre nós é resoluto em nos amar. A covardia do discípulo não o supreendeu (Lc 21:31-34) e, embora Pedro tivesse dito publicamente que não era um dos discípulos do Senhor (Jo 18:25), Jesus fez questão de o incluir no convite enviado aos seus discípulos para um encontro na Galiléia (Mc 16:7). Assim, vemos que mesmo quando Pedro negou Jesus, o Senhor entendeu a sua fragilidade, e o seu remorso (Lc 22:62), mas valorizou o seu amor, antecipou a sua restoração (Jo 21:15-17) e reconheceu o seu potencial (At 2:14, 37-41). (5-12) O nosso Guia infalível sabe todos os passos que temos feito („por trás‟, incluindo os erros do passado) e que vamos fazer („pela frente‟, antecipando necessidades futuras), e a sua mão amorosa (expressando o seu cuidado constante) está sobre nós (5). Ele tem todos os recursos de que precisamos, e assim é impossível descrever a sua grandeza (6); não é possível escapar a sua presença (7-9), e o seu amor é incomparável (10). Este único Deus guia o seu povo através das experiências perigosas da vida – sejam distantes (8a), desalentadoras (v 8b „sepultura‟ [NVI] ou „profundo abismo‟ [ARA] = Sheol no hebraico, o lugar dos mortos), perigosas (9, „mar‟ sempre simboliza ameaças para os hebreus – veja Is 57:20; Jd 13; Ap 21:1). Aonde quer que estejamos, nas alturas ou profundezas (8), no oriente (9 „alvorada‟) ou no oeste (9 „mar‟ = o Mediterrâneo para os israelitas), na luz reveladora ou escuridão desnorteante (11-12), nosso Guia também é o nosso Guarda; a sua mão que está sobre nós (5), nos segura e sustera também (10). Responder: Este salmo mostra a convicção que Deus sonda e conhece o nosso coração (1, 23). Em que sentido é este ensino um conforto sustentador e, ao mesmo tempo, um desafio penetrante? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 3 NOSSO GUIA SEMPRE PRESENTE www.projeto-timoteo.org 1ª edição 33 (13-16) Deus não só conhece o vasto cenário do espaço distante (8) mas também o mundo bem pessoal do „espaço interior‟, a intimidade de cada vida individual, porque Ele nos formou no ventre. Davi ficou esmagado diante da distintiva obra de arte que é cada vida humana: o pensamento majestoso sobre a singularidade do ser humano (13a „Tu criaste‟); a perfeição (13-14) e a pura admiração (15) tanto de nossa origem (13-15) como também da história subseqüente (16). Porque Ele nos fêz, Deus sabe o que poderia nos prejudicar (1 Co 10:13), tudo de que somos capazes, e quanto melhores poderíamos ser (1 Co 9:24-27; Fp 3:12-15). (17-18) Deus inspira os „pensamentos‟ que seus filhos têm sobre Si e sobre nós mesmos, e em especial sobre os Seus desejos mais profundos por nós; a frase „como preciosos para mim‟ pode ser traduzido „a respeito de mim‟. Tais pensamentos, planos e propósitos divinos são inestimáveis (17a „preciosos‟), e inumeráveis (17b-18a), e nosso Mestre Divino, com grande paciência, almeja comunicar estes pensamentos não só para nós, mas ao lado de nós, como nosso Amigo amoroso que sempre está conosco, dia após dia (18). (19-24) Deus tem revelado aspectos majestosos de Si mesmo e sobre a humanidade, mas certas pessoas deliberadamente rejeitam a Sua mensagem e fomentam intenções destrutivas (19, „assassinos‟ [NVI] ou „ homens de sangue‟ [ARA]) e blasfemam (20). Tais ações são pecados tanto contra o seu próximo como também contra Deus. Um Deus santo e justo não pode ignorar tais pessoas rebeldes (21-22, „que se revoltam‟). Mas Davi sabe que Deus não só julgará „os ímpios‟ (19) mas ele mesmo será julgado também; talvez houvesse ofensas em sua própria conduta (24). Davi retorna ao tema de sondagem com qual o salmo começou (1); as
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