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Ensina-me os Teus Caminhos - Pensando as Escrituras

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E-book Gratuito
ENSINA-ME OS
TEUS CAMINHOS
31 reflexões para uma vida cristã
bíblica
PENSANDO AS ESCRITURAS
Organizado Por
FABRÍCIO A. DE MARQUE
Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este
material em qualquer formato, desde que informe as fontes e não altere o
seu conteúdo nem o utilize para quaisquer fins comerciais.
MARQUE, Fabrício A. de. Ensina-me os Teus Caminhos: 31 reflexões para uma vida cristã
bíblica. Araçatuba, SP: Pensando as Escrituras, 2021.
1. Vida cristã. 2. Teologia. 3. Ética cristã. 4. Devocional.
Organização
Fabrício A. de Marque. 
 
Revisão e edição
Fabrício A. de Marque. 
 
Diagramação
Franciane C. Almeida de Marque.
 
Capa
Franciane C. Almeida de Marque.
110 páginas.
1. Causadores de Desconfiança 
(Fabrício A. de Marque)
2. Leia a Bíblia!
 (Welerson Duarte)
3. A Vontade de Deus Para o Seu Povo 
(Mauro de Moraes Porto)
4. Satisfação Pessoal ou Cura Interior? 
(Fernando Fernandes)
5. Descartando a Cultura ou Resgatando-a Para a Glória de 
Deus? 
(Raul Cardoso)
6. A Minha Ansiedade e a Graça de Jesus
 (Matheus Nogueira Dantas)
7. O Inimigo do Aprendizado 
(Fabrício A. de Marque)
8. Em Defesa de uma Submissão Humilde
 (Diego Vinícius de Oliveira)
9. Aprendendo a Viver Contente
 (Alexandre Cortês)
10. Quando Devemos Orar?
 (Cléber Matos)
11. Tesouros Para as Horas Difíceis
 (Isaías Lobão)
12. Sexualidade Redimida
 (Guilherme Gonçalves [Zamba])
13. As Duas Dimensões do Perdão 
(Marcos Vinícius Marques)
14. Amanhã é Segunda-feira, graças a Deus!
 (Vinícius Mello)
15. Princípios Para um Casamento Feliz
 (Wanderley Santana)
Índice
I N T R O D U Ç Ã O 4
6
10
13
17
21
26
29
32
35
37
39
43
46
50
54
Índice
16. Paciência: Uma Virtude Entrando em Extinção
 (Fabrício A. de Marque)
17. Sofrimento ou Felicidade às Avessas? 
(Fernando Fernandes)
18. Refletindo a Santidade de Deus Através da Obediência
 (Diego Vinícius de Oliveira)
19. É Pecado Planejar? 
(Cléber Matos)
20. A Amorosa Disciplina Divina 
(Welerson Duarte)
21. Como Posso Ser Cheio do Espírito Santo? 
(Mauro de Moraes Porto)
22. Expulsando a Inveja do Coração
 (Fabrício A. de Marque)
23. A Cruz de Cristo me Ensina a Ser Generoso 
(Matheus Nogueira Dantas)
24. Ou Você Anda com Deus ou Você Anda com Medo
 (Alexandre Cortês)
25. Criados Para a Adoração e Não Para a Idolatria
 (Guilherme Gonçalves [Zamba])
26. O Prazer Secreto
 (Isaías Lobão)
27. Como Posso Vencer a Tentação? 
(Marcos Vinícius Marques)
28. A Verdadeira Amizade 
(Wanderley Santana)
29. Vinho Para a Glória de Deus?
 (Vinícius Mello)
30. Em Qual Igreja Devo Congregar?
 (Raul Cardoso)
31. Marcas no Corpo: Uma Reflexão Sobre o Cristão e a 
Tatuagem 
(Fabrício A. de Marque)
57
61
64
67
69
72
76
78
82
84
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91
94
96
100
104
INTRODUÇÃO
 Uma vida cristã saudável só é possível se a Palavra de Deus for
colocada em prática. Para que a Palavra de Deus seja colocada em
prática, é necessário entendê-la. E, para entendê-la, precisamos meditar
em seus ensinos. Diferente do que algumas pessoas pensam, a Bíblia trata
de todos os assuntos da vida humana. A Bíblia é a Palavra de Deus. Por
isso, ela lida com o ser humano em sua totalidade.
 Deus está interessado em todos os aspectos do ser humano. E a
razão disso é simples: Deus quer ser glorificado em todas as esferas de
nossa vida (1Co 10.31). De fato, esse é o significado de amar a Deus com
todo o nosso ser, conforme nos ensinou o Senhor Jesus (Mt 22.37).
 Tendo em vista esse fato, o presente e-book aborda diversas áreas
da vida humana, apresentando a cosmovisão bíblica sobre aquela esfera
em particular. Como devemos perdoar aqueles que nos ofendem? O que é
a verdadeira amizade? Planejar é indicativo de arrogância? Um cristão
pode consumir bebida alcoólica? Essas e outras perguntas tentarão ser
respondidas à luz da Palavra de Deus.
 O e-book está organizado em 31 reflexões, cada uma abordando um
assunto diferente. O objetivo inicial deste projeto é encorajar você,
leitor, a meditar diariamente nos textos, lendo uma reflexão por dia,
durante o mês de Janeiro de 2021. Contudo, nada impede que você faça
isso em outros meses do ano. De qualquer forma, queremos que a Palavra
de Deus influencie positivamente a sua mente e, consequentemente, a
sua vida.
4
 Este projeto foi idealizado pelo “Pensando as Escrituras”. Não há
qualquer lucro financeiro envolvido nesse trabalho virtual, embora não
haveria problema se quiséssemos estabelecer um preço para o material. O
e-book grátis visa motivar o maior número de pessoas a consumir um tipo
de material que, julgamos, ser de qualidade.
 Este é o primeiro e-book organizado pelo “Pensando as Escrituras”.
No entanto, você pode encontrar mais materiais sobre teologia e vida
cristã que disponibilizamos gratuitamente através da internet. Você pode,
por exemplo, acessar o blog e o canal no Youtube do “Pensando as
Escrituras”, e aproveitar o conteúdo que é oferecido através desses meios
(links na página 110).
 Por fim, quero agradecer a cada irmão em Cristo que, gentilmente,
aceitou o convite para participar desse projeto. Cientes de que a
produção literária seria sem remuneração, mesmo assim aceitaram
participar. Minha oração é para que o Senhor recompense cada um,
segundo as riquezas da Sua graça. Que a generosidade do nosso Deus seja
derramada sobre a família e sobre o ministério de cada um de vocês.
 Quanto a você, querido leitor, minha oração é para que esse e-book
lhe traga fortalecimento na fé, instrução na mente e piedade no coração.
Desejo que no ano de 2021 você conheça mais profundamente o nosso
Salvador, afinal, a exortação da Palavra de Deus é clara: “[...] cresçam na
graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja
a glória, tanto agora como no dia eterno” (2 Pedro 3.18).
Fabrício A. de Marque
28 de Dezembro de 2020 
Araçatuba/SP5
1. CAUSADORES DE DESCONFIANÇA
DIA 1
 A desconfiança é um sentimento provocado, muitas vezes, por
pessoas cujo histórico de vida não demonstra uma integridade
irrepreensível. O passado de uma pessoa tem muito a dizer a respeito de
quem ela foi ou acerca do que ela continua sendo. Contudo, a
desconfiança também pode ser gerada pelas atitudes que essa mesma
pessoa pratica no presente momento.
 A desconfiança referida aqui é aquela que provoca certos
questionamentos em nós, do tipo: será que essa pessoa é verdadeira no
que fala? Será que posso confiar no caráter dela? Ela “apronta” coisas
terríveis nos bastidores? Ela é falsa ou isso é coisa da minha cabeça? Na
maioria das vezes, a pessoa que provoca desconfiança em você, tem
alguma coisa contra você. Os motivos são inumeráveis: inveja,
inferioridade, ódio sem razão, cobiça de algo que você tem, etc.
 Como lidar com as pessoas que causam esse terrível sentimento
de desconfiança em nós? É muito ruim ficar com o pé atrás, porque,
naturalmente, isso levanta barreiras no relacionamento, impedindo que
haja uma conexão efetiva. O problema torna-se ainda mais complicado
quando se trata de alguém muito próximo, alguém que precisamos ter
alguma proximidade devido às circunstâncias. Exemplos de situações
assim são: colegas de trabalho, membros da família, irmãos da igreja,
vizinhos, etc.
6
 Vamos ver algumas atitudes simples que poderão servir de auxílio
quando enfrentarmos situações desse tipo. A primeira atitude a ser
tomada é a oração. Se o sentimento de desconfiança estiver
incomodando você, é necessário apresentar isso ao Senhor. Por quê?
Porque, uma vez que o nosso coração é enganoso, você pode estar
enganado a respeito desse sentimento. Nossas emoções são como
gangorras num parquinho de diversão. Elas oscilam e, frequentemente,
brincam conosco, nos levando a conclusões equivocadas.
 Quando apresentar isso ao Senhor, fale acerca do “fulano”. Fale
das situações que aconteceram que acabaram provocando essadesconfiança em você. Por exemplo: “Senhor, aquela atitude me deixou
muito desconfiado. Estou equivocado acerca disso?” Peça, também,
sabedoria e discernimento através das Escrituras. Peça que Deus o
ajude a não agir como um tolo.
 Depois de orar, a segunda atitude é a observação. A Bíblia diz que
a árvore é conhecida pelos frutos: “Porquanto cada árvore é conhecida
pelo seu próprio fruto. Porque não se colhem figos de espinheiros, nem dos
abrolhos se vindimam uvas” (Lucas 6.44). Podemos dizer que as atitudes
de uma pessoa são sinais do seu coração e das suas intenções mais
íntimas e ocultas.
 É óbvio que há exceções em que podemos julgar as atitudes
inapropriadamente a partir de uma interpretação distorcida. Todavia,
atitudes erradas sempre serão erradas, ainda que as motivações sejam
“boas” aos olhos de quem as praticou.
7
Diz a Bíblia: “Não é certo que se despreza o ladrão, quando furta para
saciar-se, tendo fome? Pois este, quando encontrado, pagará sete vezes
tanto; entregará todos os bens de sua casa” (Provérbios 6.30-31). Em
outras palavras, o crime de um ladrão será ignorado só porque ele
roubou para matar sua fome? Não! Ele terá que arcar com as
consequências, mesmo que precise vender todos os seus bens. Portanto,
fique de olho na pessoa que gera desconfiança em você. Não seja
precipitado. Apenas observe e aguarde. As atitudes falarão bastante à
medida que o tempo passar.
 Por último, se você concluir que aquilo era coisa da sua cabeça, ou
se a pessoa consertou a situação durante o tempo em que você a
observava, esqueça a situação. Tudo foi resolvido. Bola para frente. No
entanto, se depois de orar e observar, ficou evidente que você tinha
razão, vá conversar com a pessoa: “Se teu irmão pecar [contra ti], vai
argui-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão” (Mateus
18.15).
 Esclareça os pontos. Conte o processo todo de oração e observação
que você vem praticando para não chegar até ela injustamente.
Pergunte a razão de tudo aquilo. Pode ser que alguma coisa tenha
ficado mal resolvida. Dê a ela o direito de falar. Dê liberdade para que a
transparência e a humildade ajudem na resolução do problema.
 Finalmente, a pessoa poderá confessar a culpa e resolver a situação,
ou poderá negar a culpa e criar um atrito relacional. Esteja pronto para
as duas reações. Simplesmente se prepare para qualquer tipo de reação.
8
 As pessoas são imprevisíveis, então vá preparado. Se a pessoa
negar todas as evidências e hostilizá-lo, se afaste dela aos pouquinhos,
se isso for possível. Essa não é uma boa companhia e, portanto, deve ser
evitada. Se ela trabalhar para resolver a situação, louve a Deus, porque
“ganhaste o teu irmão”.
 Todos precisamos de sabedoria para resolver situações desse tipo,
assim como precisamos de sabedoria para assumirmos a nossa culpa
quando estivermos errados. Procure tapar os buracos por onde vaza a
desconfiança. Busquemos, todos juntos, uma vida irrepreensível: “Bem-
aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que andam na lei do
SENHOR” (Salmos 119.1).
Fabrício A. de Marque
9
 Todos sabemos da importância de uma boa alimentação para a
saúde. Uma alimentação saudável previne doenças e nutre nosso corpo
para o trabalho e estudos. Da mesma forma, todo cristão sabe, e a
experiência comprova, que sem a leitura e a prática da Palavra de Deus,
a fé se torna anêmica, enfraquecida e mais susceptível às investidas do
inimigo. 
 A leitura da Bíblia, além de alimentar, também nos purifica (João
15.3). Todavia, mesmo sabendo da importância de uma boa alimentação,
nem sempre nos dedicamos a ela. Isso é ainda mais verdadeiro quando o
aplicamos à nossa saúde espiritual. Infelizmente, esse é um exercício
geralmente negligenciado pelos discípulos de Cristo. 
 A leitura diária da Bíblia nos capacita a conhecer e amar mais a
Deus. É através da Bíblia que Deus revela a Si mesmo, Sua aliança e
quem nós somos. Estudando a Bíblia conhecemos nossas limitações e
podemos ver o quão dependentes somos da graça de Deus. Quando
lemos e meditamos na Bíblia, temos uma compreensão melhor da
Pessoa e Obra do nosso Redentor. Não há ninguém mais precioso para
se conhecer do que Deus, e nenhum outro lugar para encontrá-lo
diariamente do que em Sua Palavra.
2. LEIA A BÍBLIA!
DIA 2
10
 A leitura diária da Bíblia também nos dá esperança e conforto. Não
importa o contexto que estivermos vivendo, por mais difícil que ele
seja, encontraremos na Bíblia esperança, não apenas quanto ao futuro,
o que já seria muito, mas também para o presente, pois cremos no Deus
que é por nós (Romanos 8.31). Deus inspirou as Escrituras para que seu
povo desfrutasse de consolo e esperança até nos piores momentos da
vida. Segundo Paulo, “tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso
ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das
Escrituras, tenhamos esperança” (Romanos 15.4).
 Um dos grandes objetivos do ser humano, se não o maior de todos,
é ser feliz. A Bíblia nos conduz à suprema felicidade em Deus. É na
Bíblia que encontramos em quem podemos realmente nos alegrar. O
salmista afirma que “na presença do Senhor há plenitude de alegria” (Sl
16.11) e a Bíblia revela esse caminho de felicidade uma vez que declara
que quem medita nela de dia e de noite é bem-aventurado (Sl 1).
 Nosso maior problema hoje é o pecado. Essa é a verdadeira
pandemia vivida desde a queda. A leitura diária da Bíblia capacita o
cristão a mortificar o pecado pelo poder do Espírito. Sendo a Palavra
de Deus a “espada do Espírito” (Efésios 6.17), ela é usada por Ele para
decepar o pecado da vida dos filhos de Deus. Com a Bíblia somos
capacitados a nos despir do velho homem e nos revestir do novo
(Efésios 4.22-32).
 Estudando a Bíblia percebemos as áreas da vida que carecem de
mudança e crescimento à imagem de Cristo. De acordo com o Apóstolo
Paulo, quando contemplamos “a glória do Senhor, somos transformados,
de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”
(2Co 3.18). 
11
O fato é que, quando o cristão contempla Cristo nas Escrituras, ele se
depara com o modelo e percebe as áreas de sua vida em que ele precisa
ser transformado e crescer à medida da estatura de Cristo. Não meditar
diariamente na Escritura traz a ilusão de que está tudo bem com nossa
condição espiritual. 
 
 Quando eu era criança cantava uma música que dizia: “Leia a
Bíblia e faça oração, se quiser crescer. Quem não ora e a Bíblia não lê,
diminuirá”. A Bíblia nos ensina a orar eficientemente. A oração é a
oportunidade que o filho tem de derramar seu coração diante do Pai
celestial. Deus recebe as orações de Seus filhos como um incenso
aromático, algo agradável às suas narinas (Apocalipse 5.8). 
 Todavia, nem toda oração feita a Deus é aceitável, pois “o que
desvia os ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração é abominável”
(Provérbios 28.9). Somente quando permanecemos nas palavras de
Jesus temos a promessa de que tudo o que pedirmos em Seu nome será
concedido (João 15.7).
 Deus disse a Josué que, para se conduzir prudentemente e ser
bem sucedido, deveria meditar dia e noite na Lei e obedecê-la (Josué
1.8). Josué seguiu a direção do Senhor e foi bem sucedido, e ao chegar
ao final de sua trajetória nesta vida reuniu o povo e deu a eles a mesma
orientação que recebeu (Josué 23.6).
 Portanto, saúde espiritual só pode ser alcançada com estudo
diário da Bíblia sob a iluminação e capacitação do Espírito Santo.
Welerson Duarte12
 Quando pensamos na vontade de Deus para nossa vida, nossos
corações e olhos quase automaticamente se voltam para Romanos
12.1-2 onde o grande apóstolo Paulo, depois de revelar nos capítulos
anteriores como o velho homem pode restabelecer sua relação com
Deus por meio da conversão, santificação e uma vida entregue sem
reservas, agora (12.1—15.3),mostra também como o novo homem
pode desfrutar da bem-aventurada convivência com Deus, consigo
mesmo, com sua comunidade de fé e com os demais homens na
sociedade. 
 Recentemente, numa pesquisa de opinião na América,
perguntou-se a mil pessoas o que mais desejavam na vida. A
conclusão fascinante foi que dos 90% de cristãos que criam na Bíblia,
disseram que desejavam: um relacionamento íntimo com Deus, um
propósito claro na vida, um alto nível de integridade e um profundo
comprometimento com a fé. 
 Isso é “a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”, que Paulo
deseja que experimentemos, e é o mesmo que Miquéias¹ profetizou
durante a segunda metade do oitavo século a.C., no tempo de Isaías,
de Amós e Oséias.
“Ele te declarou, ó homem, o que é
bom e que é que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a
misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus” (Miquéias 6.8)
3. A VONTADE DE DEUS PARA O SEU POVO
DIA 3
13
¹ Miquéias foi um profeta da vila de Moresete, próxima de Gate, cerca de quarenta quilômetros a sudoeste de Jerusalém.
Fazer a vontade de Deus, segundo o entendimento de Warren W.
Wiersbe, “é uma questão pessoal que cada pecador deve considerar
como indivíduo”. O que é, então, “praticar a justiça, amar a
misericórdia, e andar humildemente com o nosso Deus”? 
 Primeiro, não podemos praticar a justiça, a menos que
entendamos que nos tornamos justos pela fé, que toda nossa
iniquidade foi perdoada, nossos pecados cobertos e, por isso, o
Senhor não encontra culpa alguma em nós. Também se torna
necessário que prestemos conta de nossos atos, aos superiores, aos
iguais e aos inferiores a nós; que sejamos verdadeiros e justos com
todos, e que, de forma alguma, venhamos a oprimir nosso
semelhante, sua pessoa ou sua reputação, mas sim, manifestar a
equidade com todos. 
 Outra necessidade para experimentar a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus, é amar a misericórdia. E somente amamos
a misericórdia quando experimentamos, pessoalmente, a misericórdia
de Deus que “sendo rico em misericórdia, por causa do seu grande amor
com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos e
pecados, nos deu vida juntamente com Cristo; nos salvou, nos
ressuscitou e nos colocou nos lugares altos”, conforme nos ensina
Paulo em Efésios 2.4-6.
 
 Tudo isso é muito bonito e verdadeiro, assim como são lindas
e verdadeiras as promessas de que podemos experimentar Deus, Sua
vontade bondosa, agradável e perfeita.
14
 No entanto, precisamos ir além e entender que amar a misericórdia
é não usar de severidade, ou exercer malícia, inveja, vingança,
inimizade ou ódio contra quem quer que seja, mas ser compassivo,
misericordioso, perdoador, gentil e bondoso para com todos, não mais
dando vazão às obras da carne, mas sim, tornando o fruto do Espírito
uma realidade prazerosa. Amar a misericórdia, é exibir aquela
qualidade de benevolência incessante que se observa em Jeová e que
vem d’Ele. 
 Por fim, somos exortados por Miquéias a andar humildemente com
Deus. Para isso, precisamos antes nos prostrar diante d’Ele
confessando nossos pecados e nos apropriando de Suas promessas de
perdão com as mãos purificadas e um coração limpo. Como Noé, que
achou graça diante do SENHOR; Enoque, que Deus tomou para Si;
Abraão, que foi chamado de amigo de Deus e tantos outros, no passado
e no presente, podemos hoje, com o conhecimento que temos,
experimentar a vontade de Deus – em constante comunhão com Ele,
pelo exercício de uma fé humilde, santa, amorosa e obediente,
servindo ao SENHOR com alegria. Tais sacrifícios de atitudes corretas
e caráter honesto, são aceitáveis por Jeová. 
 Na parábola que Jesus contou sobre o fariseu e o publicano no
templo (Lucas 18.9-14), temos essas três expectativas que Deus requer
de cada um de nós. O publicano, sendo judeu, não se achava merecedor
da misericórdia divina, mas obrigado ainda, a borrifar sangue alheio
diante do altar. 
15
 Ao renunciar a todos os seus pensamentos elevados de si mesmo
e a toda dependência em sua própria justiça, voltou justificado para
sua casa, se deleitou com a misericórdia e, com certeza, passou a andar
humildemente com Deus. 
 Voltando agora nossos corações e olhos para Romanos 12.1-2 e,
unindo a esse texto as palavras de Miquéias, podemos descobrir,
encontrar ou aprender qual é a vontade de Deus para nossa vida: que
pratiquemos a justiça, a misericórdia e a humildade. E a vontade de
Deus é boa, agradável e perfeita. É isso que Deus deseja que
experimentemos, é isso que Deus requer de cada um de nós.
Mauro de Moraes Porto
16
 A vingança, o ato ou o efeito de se vingar por meio de um ato lesivo
praticado por alguém que foi ofendido ou lesado, em represália contra o
causador do dano gera um sentimento de satisfação pessoal, de desforra,
enquanto perdoar é assumir a culpa do outro, numa demonstração de
amor incondicional e altruísta. 
 O ato de perdoar é desafiador porque isenta o agressor da culpa e da
punição merecida, soltando as amarras que nos prendem aos
sentimentos negativos causados pelo desejo de vingança e pela falta de
perdão (Rm 5.8; 2Co 5.18-19). Perdoar, nesse sentido, é conceder
livramento ao ofensor ao mesmo tempo em que nos libertamos das
lembranças e dos ressentimentos que o abuso causou. Quem perdoa não
sofre mais as dores e tristezas do abuso sofrido, mesmo quando vê as
cicatrizes que ficaram na alma, na mente e no coração. 
 Embora a predisposição inicial da pessoa ofendida seja a de vingança,
devemos perdoar para que Deus libere poder e autoridade espiritual em
nossas orações (Mc 11.24-25). Devemos perdoar para que seja agregado
valor espiritual às nossas ofertas (Mt 5.23-24), e para que sejamos
perdoados por Deus (Mc 11.25-26).
 Perdoar é um desafio de fé e funciona como processo de
retroalimentação espírito existencial, proporcionando espiritualidade
sadia e um estado emocional equilibrado, que nos abençoam e nos faz 
4. SATISFAÇÃO PESSOAL OU CURA INTERIOR? 
DIA 4
17
bem psicológica e existencialmente. Assim sendo, ao invés de nos
vingarmos do ofensor, devemos perdoar, porque, quando perdoamos,
transferimos para o ofensor a responsabilidade espiritual da quebra do
relacionamento (Pv 25.21-22; Rm 12.17-21). 
 Esse texto de Romanos é uma citação expandida de Provérbios e
algumas questões devem ser destacadas, tais como: a) não retribuir, vs. 17,
que indica que não devemos dar de volta ao ofensor aquilo que dele
recebemos; b) devemos procurar fazer o bem colocando diante da mente,
ou seja, publicamente, coisas boas e positivas, vs. 17; c) fazer o possível
para viver em paz é buscar desenvolver o poder espiritual que nos capacita
para a convivência pacífica, vs. 18; d) não procurar se vingar é não fazer
justiça por si mesmo, com as próprias mãos ou atitudes, vs. 19; e) dar lugar
à ira de Deus é deixar que Deus, justo Juiz, nos justifique, vs. 19; f)
conforme o teólogo F. F. Bruce, o vs. 20 diz que devemos tratar o inimigo
“com bondade, pois isto aumentará a culpa dele; assim você conseguirá para
ele um julgamento mais terrível, e para você uma recompensa melhor – da
parte de Deus”; 
g) colocar brasas vivas sobre a cabeça do inimigo é tornar público e notório
que a responsabilidade espiritual, a culpa moral, pela quebra do
relacionamento é dele. Na verdade, este provérbio se refere a um ritual
egípcio, no qual a pessoa evidenciava o seu arrependimento levando pelas
ruas uma bacia cheia de carvão em brasas na cabeça, admitindo e
assumindo a culpa publicamente; e h) vencer o mal com o bem é
demonstrar fibra emocional, maturidade espiritual e firmeza de caráter,
humano e cristão, em situações adversas, vs. 21. No original o texto diz que
“o bom vence o mal”.
18
 Pois bem, quando nos deparamos com questões nas quais até
poderíamos desejar a vingança, se refletirmos sobre o ocorrido à luz da
Bíblia Sagrada,percebemos que o perdão não é algo que está em moda em
nossos dias, porque perdoar não parece um instrumento de sobrevivência
muito útil numa sociedade má como a nossa, que privilegia o personalismo,
as nulidades, a desonra, a injustiça e a corrupção. Porém, à luz de Romanos
12.17-21, aprendemos que perdoar nos ajuda a desenvolver a
espiritualidade e a alcançar maturidade cristã, promovendo não apenas
satisfação pessoal, mas cura interior. Perdoar responsabiliza o agressor
diante de Deus e nos capacita a desenvolver virtudes cristãs essenciais.
 
 Perdoar nos ajuda a viver em retidão diante de Deus e dos homens.
Perdoar desenvolve em nós uma predisposição sempre benévola, mas não
ingênua, para os relacionamentos. Perdoar nos capacita a manter o
autocontrole e mantém a nossa fé e esperança sempre vívidas, nos
tornando vitoriosos sempre, não importando a intensidade do abuso
sofrido. 
 Perdoar pode não promover uma satisfação pessoal na mesma
intensidade que a vingança, inicialmente, mas ao contrário da vingança,
perdoar faz bem para nós mesmos, nos aliviando dos fardos impostos pelos
sentimento negativos e ressentimentos, promovendo, além de pura
satisfação pessoal, cura interior e libertação não apenas para o agressor,
mas principalmente para nós, agredidos, que, por nos sentirmos
abençoados, nos tornamos pessoas melhores para nós mesmos, nossa
família, igreja e para sociedade. 
19
 A vingança, além de ter que ser consumida, isto é, praticada a frio,
lentamente, adoece e machuca ainda mais o coração. O perdão, por sua
vez, promove cura interior e é libertador, rompendo as amarras
psicológicas, emocionais e espirituais que nos prendiam ao agressor.
 Não se vingue. Perdoe. Amém.
Fernando Fernandes
20
 “Cultura” é uma palavra muito complexa. Ela pode tomar alguns
significados em nossos dias, mas a palavra é derivada do termo grego
τέχνη (technē), que é usado para se referir à técnica ou à profissão,
ocupação, inteligência, habilidade e ofício que, por sua vez, pode
também ser usado para a palavra cultura, sendo a cultura parte da
técnica, gerando assim, o termo “agricultura”, por exemplo. A palavra
“cultura” foi tomando alguns significados com o passar dos séculos,
até em meados dos anos 1960 surgir a expressão “cultura pop”, que
era uma cultura mais popular, misturada com a cultura erudita que
desemboca em um padrão feito exatamente para fins comerciais.
 Existe um tipo de pensamento muito comum no meio dos
cristãos, que gera uma tensão entre cultura e religiosidade. Essa
tensão se dá por meio de uma dualidade que afirma que tudo o que
pertence à esfera eclesiástica deve ser mantido e visto como santo e
imaculado, enquanto aquilo que pertence à esfera “mundana” — tudo
o que não faz parte do meio “religioso” — é visto como secularizado,
profano e mau aos olhos de Deus. Assim, a igreja está dividida entre
uma classe de pessoas que acredita que não se pode consumir
qualquer tipo de cultura mundana como filmes, músicas, teatros e até
mesmo o trabalho, incluindo, é claro, a própria política. Todas essas
atividades são “seculares”.
5. DESCARTANDO A CULTURA OU RESGATANDO-A
PARA A GLÓRIA DE DEUS?
DIA 5
21
 Esse grupo pode ser denominado de “anoréxicos culturais”, pois
buscam se afastar, ao máximo, de toda forma de cultura vista,
baseados no versículo de 1 João 2.15: “Não ameis o mundo nem as
coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não
está nele”.
 Todavia, devemos ter cuidado com a interpretação ligeira desse
mesmo versículo. João não fala do mundo físico como ordem criada
por Deus. Basta pensarmos em Gênesis 1.31: “Viu Deus tudo quanto
fizera, e eis que era muito bom”. João não ordenaria o seu público a
odiar aquilo que Deus afirma ser “muito bom”, ainda que a Criação
tenha sido negativamente marcada pela Queda pecaminosa de Adão
(Gn 3).
 Vale mencionar o Salmo 19.1-4: “Os céus proclamam a glória de
Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a
outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há
linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no
entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até
aos confins do mundo. Aí, pôs uma tenda para o sol”. O salmista nos faz
perceber que a Criação proclama a glória de Deus através da beleza
ímpar dos céus. Assim como o salmista, eu tenho certeza de que
você, leitor desse texto, já perdeu alguns minutos, senão horas,
observando a beleza de um pôr-do-sol, ou de uma linda noite
estrelada. De fato, é uma visão maravilhosa, pois nos remete ao
poder criador de nosso Deus.
22
 Na contramão do salmista, essa maneira errada de enxergar a
cultura e até de produzi-la, tem sido uma forma clara de rebelião
contra Deus da parte de homens desprovidos de Sua graça. Em 1916,
surgiu um movimento chamado “Dadaísmo”, movimento artístico
criado por Tristan Tzara (1896—1963) e Hugo Bal (1886—1927).
 Esses homens visavam desconstruir a arte objetiva dos quadros
clássicos, transformando a arte em subjetiva. Através da cosmovisão
e da falta de sentido que havia nesses homens, eles transformaram a
arte no nonsense (sem sentido). Em 1917, após a partida de Hugo
Ball, Tzara assumiu o controle do movimento dadaísta em Zurique e
proclamou a sua vontade de destruir a sociedade, os seus valores e a
linguagem. Com isso, podemos perceber que a arte, a cultura e o
entretenimento sempre serão expressões interiores de seus autores,
ou seja, a arte tem relação intrínseca ao coração de seu autor.
 Mas como enxergar o mundo e a cultura através de uma ótica
cristã? Jonathan Edwards nos dá uma dica de como ver a criação
através de uma lente cristã:
“Quando nos sentimos deliciados com campos floridos e sopros suaves
de brisas, poderíamos considerar que vemos apenas as emanações da
doce benevolência de Jesus Cristo; quando seguramos a rosa com sua
fragrância e o lírio, vemos seu amor e sua pureza. Assim as árvores
verdes e os campos, e o cantar dos pássaros, são emanações de sua
infinita alegria e bondade; a simplicidade e naturalidade das árvores e
das vinhas são sombras de sua infinita beleza e amabilidade; os rios
23
cristalinos e os murmurantes cursos d’agua tem as pegadas de sua doce
graça e bondade.”
 
 O mundo, para Edwards, não é um universo opaco. É, na verdade,
um universo que aponta para a realidade e beleza divina. Apelando para
nossa percepção, ele está dizendo que o perfume da rosa deve ser a
pista do sinal da graça divina, ou seja, a arte e a cultura não são neutras,
mas podemos modificar a maneira como a buscamos e mantemos
relação com a cultura em geral através de uma cosmovisão
genuinamente bíblica: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo
o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é
amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor
existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Filipenses 4.8).
 Paulo diz aos filipenses que se alguma coisa deve ocupar o
pensamento deles, deve ser tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo,
puro, amável e de boa fama. Pode-se consumir cultura, arte e
entretenimento com temas religiosos. O que não pode é sentir-se
culpado por não trabalhar temas religiosos. A preocupação é com
elementos na arte, mesmo não cristã, que não glorificam a Deus e
deturpam a criação e a verdade.
“A primeira razão para valorizarmos a criatividade é que Deus é o criador.
Em segundo lugar, uma obra de arte tem valor como criação porque o
homem é feito à imagem de Deus e, portanto, pode não apenas amar,
pensar e sentir emoções; ele tem também a capacidade de criar. Tendo sido
feito à imagem do criador, somos chamados à criatividade. Portanto, não
devemos ter medo de usar a imaginação.” (F. Schaeffer - A Arte e a Bíblia)
24
 Quando dizemos que algo é do mundo, tiramos Deus do Seu lugar
de soberania, e a consequênciaé a luta contra o secularismo. Em
outras palavras, vivemos através de experiências religiosas, mas
quando olhamos para o mundo, ele se torna opaco e sem sentido
novamente.
 Não devemos descartar a cultura, mas lutar contra o que há de
maligno na cultura: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os
guardes do mal” (João 17.15).
Raul Cardoso
25
Estabilidade financeira;
Bonança;
Saúde;
Relacionamentos estáveis;
Paz.
 O segredo da alegria é a confiança e saciedade. Certamente você já
sentiu paz, alegria e tranquilidade. Normalmente esses sentimentos
brotam quando há um alto nível de confiança no ar. Todas as vezes que
passamos por momentos turbulentos, temos grandes dificuldades, pois
nossa confiança é abalada.
 Nós precisamos constantemente olhar para a Palavra de Deus e nos
recuperarmos nela, sermos reabastecidos. A verdade é que normalmente
nos sentimos muito confiantes e encorajados quando as coisas vão bem.
Normalmente isso acontece porque nossa confiança quase sempre anda
de mãos dadas com:
 Tudo isso é muito bom e aconselho que você busque viver assim,
fará bem para sua alma e corpo. No entanto, quando estamos sem um ou
mais desses itens, você já sabe. Nosso chão some. O salmista,
escrevendo o Salmo 131.1-3, pinta um cenário muito lindo de uma
criança saciada após ter sido amamentada por sua mãe. Ele está nos
trazendo um grande incentivo a andarmos tranquilos e sem ansiedade,
pois assim como uma mãe procura amamentar seu filho na hora certa,
6. A MINHA ANSIEDADE E A GRAÇA DE JESUS
DIA 6
26
mantendo-o suprido, o Senhor também o fará em relação a nós. Isso
significa que não deveríamos ter medo ou desconfianças, pois a Escritura
também afirma que, ainda que meu pai e minha mãe se esqueçam de
mim, o Senhor não se esqueceria jamais. Em outras palavras, o consolo
que o salmista traz é ainda maior. Uma mãe ainda pode ser má com seu
filho, mas Deus é sempre bom e sabe bem do que seus filhos necessitam.
 Infelizmente, somos constantemente assaltados pela ansiedade
quando não somos atendidos naquilo que julgamos ser bom para nós.
Contudo, o encorajamento do salmista é para que abandonemos a
impaciência, o medo, a insegurança e os pré-julgamentos, e fiquemos
como um filho que acabou de mamar no colo de Deus. Isso é
extraordinário! Esse é um chamado à fé!
 Mas, afinal, o que significa viver pela fé? Viver pela fé é crer que
Deus cuida de você mesmo que tudo pareça estar desmoronando. Ora, se
Ele nos deu o Seu Filho, por acaso não nos dará juntamente com Ele
todas as coisas (Rm 8.32)? Ter fé significa saber que não estamos sós. O
Paracleto está conosco, o Espírito Santo está aqui. Ter fé significa
esperar pelo “leite”, sabendo que ele virá de Deus.
 Quando olhamos para o Salmo 131, percebemos que o melhor amigo
da ansiedade é a falta de confiança em Deus. No primeiro verso, o
salmista diz que a criança que recebeu o leite está recém desmamada, ou
seja, está alimentada e satisfeita. A grande questão, aqui, é saber se
Deus tem nos dado o que precisamos, pois muitas vezes não nos
sentimos saciados. Achamos que entendemos melhor sobre as nossas
necessidades e queremos controlar tudo, inclusive Deus (se isso fosse
possível). O que deveríamos fazer é exatamente o contrário. Deveríamos
27
entregar tudo nas mãos de Deus. A verdade é que ninguém pode se
comparar a Deus ou ter o Seu entendimento das coisas. Por isso, a
palavra-chave para vencermos a ansiedade é confiança. O chamado do
salmista é para sermos como uma criança. Esse é o mesmo chamado de
Jesus no evangelho de Mateus 18.4. Precisamos da humildade e da
confiança de uma criança no colo da mãe. Quando uma criança está em
fase de amamentação, ela estabelece um profundo senso de dependência
e confiança com sua mãe. Um adulto, porém, normalmente não se
comporta assim, pois ele é guiado pelos seus sentimentos, instintos e
memórias. Além disso, sua visão das coisas é limitada e ele está cheio de
pré-conceitos.
 Desde a infância, a ansiedade é resultado da fome. E a grande
questão é: do que estamos com fome? Deus não tem nos provido em
tudo? Acaso Ele não tem cuidado de Seus filhos? A verdade é que
deveríamos ter mais fome de Deus e menos fome das coisas desta vida.
 Para vencermos a ansiedade, o caminho é Jesus! Precisamos ter
confiança total em Deus, sem reservas, desarmado, tendo preocupações
normais e não desequilibradas. Lembre-se das palavras de Jesus:
“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes
darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou
manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas
almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mateus 11.28-30).
Matheus Nogueira Dantas
28
 Você conhece alguma pessoa que possui uma visão exagerada dela
mesma? Você já experimentou o desprazer de estar perto de um
indivíduo orgulhoso e fechado para o aprendizado? Você conhece algum
jovem imaturo que se acha o mais sábio dentre os homens? E uma pessoa
de mais idade — de 35 anos para cima — que se julga experiente e,
portanto, boa demais para ter que sentar e aprender alguma lição? Todos
nós conhecemos pessoas com essas características, pessoas
redondamente enganadas pelo orgulho que se encarregou de distorcer a
visão que possuem delas mesmas. Vamos conversar um pouco sobre esse
inimigo do aprendizado chamado “orgulho”.
 O Dicionário da Língua Portuguesa (Dício) define o orgulho com as
seguintes palavras: “Soberba; elevado conceito que alguém tem de si
próprio”. É exatamente assim que esse sentimento traiçoeiro age no
coração humano. Lembro-me de alguns alunos a quem tive a
oportunidade de ensinar no seminário. Dentre as várias pessoas da sala
de aula, algumas eram mais novas, e outras eram de mais idade. Depois
de determinado tempo, tive bastante dificuldade com alguns “gatos
pingados” mais velhos do que eu. Durante as explicações em sala de
aula, essas pessoas reagiam com variadas expressões faciais.
 As expressões revelavam a indiferença, o deboche e a raiva. A
linguagem corporal, seguida da expressão facial, não podia negar que
elas tinham bronca do professor e estavam decididas a não receber
qualquer lição vinda de alguém mais novo do que elas. Vemos, aqui, uma 
7. O INIMIGO DO APRENDIZADO
DIA 7
29
ilustração real de como o orgulho pode ser traiçoeiro. Pagava-se o curso
a fim de aprender, todavia, resistiam ao aprendizado porque o orgulho as
impedia de progredir. A Bíblia diz que o orgulhoso resistente será, por
fim, resistido por Deus: “[...] Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos
humildes.” (Tiago 4.6). Muitas pessoas não aprendem e não crescem
porque lhes falta humildade, não oportunidade.
 Eu reconheço que muitos jovens de nossa época bancam os “sabichões”
quando, na verdade, carecem de maturidade e de humildade. Muitos não
são capazes nem mesmo de lidar com as próprias emoções e com os
próprios desejos da carne e querem falar de virtude? Apesar desse fator
bastante negativo, existem jovens que são exemplo de fé, maturidade e
sabedoria. Ora, o jovem pastor Timóteo, discípulo do apóstolo Paulo,
tinha aproximadamente 27 anos de idade quando assumiu o pastorado,
e, todavia, ele foi alguém digno de ser imitado tanto pelos mais novos
quanto pelos mais velhos.
 Timóteo foi desprezado por sua pouca idade. Paulo precisou encorajá-
lo: “Ninguém o despreze pelo fato de você ser jovem, mas seja um exemplo
para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza.” (1
Timóteo 4.12). Portanto, não é a idade que determinará a tua capacidade
de ser exemplo para alguém, mas sim, a tua dependência de Deus
acompanhada da disposição em assumir responsabilidades. Quem teme a
Deus é sábio: “Para ser sábio, é preciso primeiro temer a Deus, o Senhor. Os
tolos desprezam a sabedoria e não querem aprender.” (Provérbios 1.7).
30
 Caminhando para o fim desta breve reflexão, gostariade apresentar
alguns conselhos práticos que impedirão que você caia nas armadilhas
do orgulho. 
 Em primeiro lugar, sente-se para aprender. Nenhum ser humano
aprendeu tanto a ponto de não precisar mais aprender. A vida é um
aprendizado contínuo do começo ao fim. Crianças, jovens e idosos
precisam continuar aprendendo. O aprendizado deve cessar apenas
quando a vida se findar.
 Em segundo lugar, não despreze os meios de aprendizado que Deus
usa para ensinar. Você já parou para pensar que Deus pode abençoar
muito a vida de alguém através de pessoas mais novas? Já notou a
frequência com que as crianças são usadas para nos fazer refletir? Ao
desprezar os meios de Deus, estamos desprezando o próprio Deus, pois
na qualidade de Soberano, Ele usa os meios que bem entender.
 Em terceiro e último lugar, ignore a voz do inimigo chamado orgulho.
O orgulho sempre dirá que você é melhor do que o outro, ainda que o
outro saiba mil vezes mais do que você. O orgulho não se dará por
vencido, por isso você precisa vencê-lo ignorando a sua voz e optando
pela voz da humildade. A humildade nos levará a glorificar a Deus, a
amar o próximo e a crescer de maneira plenamente saudável.
 Concluo este artigo com a belíssima frase do falecido pastor e
teólogo John Stott (1921-2011): “Não há maior obstáculo ao
conhecimento do que o orgulho, e nenhuma condição mais essencial do
que a humildade”.
Fabrício A. de Marque
31
 Neste texto, podemos encontrar uma orientação para a submissão. A
resistência à autoridade espiritual e espírito indócil não é coisa somente
de jovens e adolescentes, ainda que encontremos neles as maiores
resistências. Às vezes podemos encontrar tais atitudes até em pessoas
mais velhas que pensam saber de tudo, ou que, por terem vivido mais
tempo, julgam-se “imunes” às opiniões dos mais novos.
 Essa resistência à submissão também é um tipo de orgulho. Muitas
vezes não paramos para pensar nisso, mas esse pecado de insubmissão é o
que Jerry Bridges chama de “espírito independente”. Independente, porque
acha que não depende de ninguém para tomar decisões. Assim como as
pessoas que decidem não congregar, elas frequentemente não têm a quem
se dirigir e, assim, vivem de forma independente. Esse não é o plano que
Deus tem para nós (Hb 10.25). Para obedecer o mandato de ser submisso
à uma autoridade, essa autoridade deve existir, e só existirá se estivermos
congregando.
 De modo geral, esses dois comportamentos andam de mãos dadas.
Eles podem estar associados ao pensamento de que sabemos tudo. Muitas
vezes vemos pessoas ocupando determinadas áreas de autoridade e, de
forma silenciosa, os criticamos sem termos nenhuma experiência naquilo.
8. EM DEFESA DE UMA SUBMISSÃO HUMILDE
DIA 8
“Obedeçam aos seus líderes e sejam submissos a eles, pois zelam pela alma
de vocês, como quem deve prestar contas. Que eles possam fazer isto com
alegria e não gemendo; do contrário, isso não trará proveito nenhum para
vocês.” (Hebreus 13.17)
32
 Da mesma forma acontece quando jovens criticam pais que educam
os filhos de uma forma que eles não concordam. O resultado é o mesmo:
críticas. Isso é um tremendo orgulho. Não temos experiência naquilo e,
mesmo assim, pensamos que faríamos melhor do que eles. O pensamento
de achar que sabemos tudo nos leva à insubmissão, pois quando a
liderança que foi posta para exercer autoridade sobre nós nos oferece
um conselho, não damos ouvidos. E, com isso, agimos com desrespeito e
hostilidade contra essa autoridade.
 Frequentemente temos opiniões diferentes dessa liderança. Às vezes,
nossas opiniões não têm base bíblica, são somente coisas da nossa
cabeça, opiniões baseadas em experiência, e não na Escritura Sagrada. 
 Os líderes da igreja são como pastores fieis que Deus preparou para nos
apascentar, servindo de modelo para o povo de Deus (Jr 23.4; 1Pe 5.2-4).
Eles também são como o vigia que aciona o alarme de perigo para a
cidade (Ez 33.6). O cuidado dos líderes é profundo e genuíno porque eles
são nomeados por Deus e prestarão contas a Ele. Todos sofrem quando
há resistência ao ministério dos líderes nomeados pelo Senhor.
 Contudo, gostaria de dizer que autoridade espiritual não significa
que o líder tem o poder de decidir quem será o seu cônjuge ou em qual
profissão você deve trabalhar. Na verdade, significa que o líder,
revestido de autoridade, zela por sua vida e, por isso, é capaz de opinar
sobre esses e outros assuntos semelhantes, dando-lhe conselhos sábios
e bíblicos. Significa também que as pessoas mais experientes têm
capacidade de ajudá-lo a crescer e a tornar-se um cristão maduro, capaz
de auxiliar outras pessoas.
33
 Devemos entender que não sabemos de todas as coisas.
Frequentemente não sabemos que há caminhos mais fáceis de serem
percorridos, ou caminhos que até mesmo não nos levará a lugar algum. A
liderança nos ajuda a tomar algumas decisões que vão fazer grande
diferença em nossas vidas. Nossos líderes podem nos ajudar a tomarmos
decisões segundo a vontade de Deus.
 Para deixar bem claro: submissão não equivale à obediência
incondicional. Também não significa que estaremos debaixo de uma
“cobertura espiritual”. Significa, sim, que vamos ser submissos ao líder
espiritual, quando ele: 1) nos der alguma orientação baseada na Palavra
de Deus; e 2) com amor, corrigir alguma postura nossa, à luz da Palavra
de Deus.
Diego Vinícius de Oliveira
34
 Todos nós passamos por momentos de alegria, de prazer, de
satisfação, de contentamento. Momentos esses que gostaríamos que
fossem permanentes, um estilo de vida. Quem não gostaria de viver
contente? Parece uma utopia, parece ser impossível, mas só parece,
porque viver uma vida satisfatória está totalmente ao nosso alcance.
Viver contente, ser alguém contente, independente da situação, é uma
questão de aprendizado. Sim, na escola da vida aprendemos a matéria de
como ser contente.
 Na carta aos Filipenses, capítulo 4, a partir do versículo 10, até o
versículo 13, Paulo diz que aprendeu o segredo de viver contente em toda
e qualquer situação. Na versão bíblica NVI (Nova Versão Internacional),
Paulo diz que aprendeu a se adaptar (se encaixar) em qualquer
circunstância. E no decorrer do texto, ele cita as mais diversas
circunstâncias, ou situações, sejam elas boas ou más. Em todas elas, ele se
diz contente. Paulo aprendeu a viver contente, ele se permitiu passar por
situações, ele adquiriu experiência. Tudo se aprende com experiência.
 Por isso, aproveite as circunstâncias, sejam elas favoráveis ou
desfavoráveis, assim você poderá sempre aprender algo. Deus sempre
está nos ensinando algo. Mas, afinal de contas, o que Paulo aprendeu ao
se permitir passar por várias situações? Qual foi o grande aprendizado de
Paulo no final? Qual é o segredo que ele aprendeu para viver contente?
9. APRENDENDO A VIVER CONTENTE
DIA 9
35
 A resposta se encontra no versículo 13, quando Paulo diz: “Tudo
posso naquele que me fortalece”. Uma frase muito conhecida, usada até
como um bordão cristão de efeito instantâneo, mas que na verdade é
uma lição que Paulo aprendeu durante toda a sua experiência, e agora
ele nos passa de forma enriquecedora.
 Paulo nos ensina, nessas palavras, que o contentamento não está
ligado às circunstâncias, ou àquilo que você possui. O contentamento
está ligado a uma pessoa, e essa pessoa é Jesus. Paulo aprendeu que as
circunstâncias são transitórias e passageiras; que o importante não é
aquilo que você possui, mas quem você possui.
 O nosso sustento vem do Dono do ouro e da prata. As tempestades
da vida podem passar, bastando apenas uma palavra dAquele que fez os
céus e a terra. Paulo termina nos dando um dos seus maiores
aprendizados de vida, dizendo: “Tudo posso naquele que me fortalece”. Em
outras palavras: aprendi a viver contente em toda e qualquer situação,
porque a minha força vem do Senhor.
Alexandre Cortês
36Entre as diversas exortações que o apóstolo Paulo faz nesta carta,
temos nos versos 16-18 as seguintes exortações: "Sejam sempre alegres,
orem sempre e sejam agradecidos [...]”. Em alguns momentos de nossas
vidas, parece que somos mais voltados à contínua busca em oração,
especialmente quando esses momentos envolvem algum tipo de pedido
pessoal, desejos, necessidades “urgentes”, dentre outros motivos. Mas, o
nosso maior motivo quanto à oração deve ser a comunhão e a busca da
realização da vontade de Deus. Confiar em Deus, o nosso Provedor
suficiente, é o que nos faz descansar e nos alegrar continuamente,
independente das circunstâncias.
 Não temos um horário ou local específico para falar com Deus. Temos
a liberdade de glorificar, exaltar, clamar, interceder em todo o tempo e em
todos os lugares. A Palavra de Deus nos mostra que até mesmo dentro da
barriga de um grande peixe é possível orar (Jonas 2.1).
 Quando orar? Em família, entre irmãos, amigos, colegas de trabalho,
com um desconhecido, a sós em seu quarto, caminhando, enquanto viaja,
deitado, em pé, ajoelhado, na igreja, no velório, em uma festa ou na
faculdade? Quando? Respondo: Sempre! Nossa disposição e pensamentos
devem estar sempre ligados ao Senhor em oração.
10. QUANDO DEVEMOS ORAR?
DIA 10
"Orem sempre" (1 Tessalonicenses 5.17 NTLH)
“A oração é o antídoto para todas as nossas aflições” (João Calvino, 1509-1564)
37
 Mas, afinal, qual é o objetivo da oração contínua? Oração é um
exercício espiritual em que o salvo aspira mais por Deus do que pelas
Suas bênçãos. Deus deve ser o fim principal em nossa vida de oração,
uma vida que busca refletir nosso relacionamento restaurado com o Pai,
por meio de Jesus que nos deu livre acesso a Deus (Efésios 3.11-12).
 Como podemos ter certeza de que somos ouvidos por Deus? Segundo
o apóstolo João: “Se pedirmos alguma cousa segundo a sua vontade, ele nos
ouve” (1 João 5.14). Deus revela a nós a Sua vontade através das Sagradas
Escrituras. Assim, temos a direção e o caminho a seguir. Portanto, “que
seja feita sua vontade assim na terra como no céu” (Mateus 6.10).
 Ao orarmos continuamente, reconhecemos a nossa dependência de
Deus e percebemos que podemos descansar na Sua providência em todos
os aspectos da nossa vida. A minha oração é que o seu relacionamento
com Deus seja profundo e eterno por meio de Jesus Cristo.
Cléber Matos
“Orando em todo o tempo no Espírito” (Efésios 6.18)
38
 Pesquisas apontam o alto nível de endividamento das famílias
brasileiras. 66% dos brasileiros possuem dívidas, e o pior, a maioria delas
no cartão de crédito, no cheque especial e em empréstimos pessoais;
dívidas com taxas de juros muito altas. Sucessivas crises econômicas, a
falta do planejamento financeiro pessoal, a ganância do coração, que
busca satisfazer os desejos rapidamente, contribuem para ampliar este
quadro.
 Em alguns casos, as dívidas podem estar relacionadas a situações
emergenciais, como o fato de alguém da família ter ficado doente, por
exemplo; e você pode ter se endividado por conta disso. No entanto, na
maioria dos casos, as dívidas decorrem de péssimos hábitos financeiros,
como gastar além da conta ou comprar por impulso respondendo aos
apelos do consumismo.
 Quem não está com as contas em dia vive estressado e ansioso, pois
teme as inúmeras ligações dos cobradores, fica preocupado (a) com as
contas atrasadas e sofre pressão por parte dos familiares. Em muitos
casos, as pessoas chegam a ter depressão, já que a questão financeira
influencia a vida espiritual, a saúde mental, a rotina da família e os planos
para o futuro.
11. TESOUROS PARA AS HORAS DIFÍCEIS
DIA 11
"Na casa do sábio há tesouros preciosos e o suficiente para viver, mas
o tolo desperdiça tudo o que tem." (Provérbios 21.20)
39
 Se você está endividado (a), ou prestes a se endividar, atente para o
que diz o texto bíblico de Provérbios 21.20. Aqui são apresentados dois
princípios sobre dívidas e como deve ser feita a administração de sua vida
financeira.
 Em primeiro lugar, o princípio do contentamento. O sábio confia que
Deus irá prover o necessário para sua vida. Como diz a Bíblia: “Não amem
o dinheiro; estejam satisfeitos com o que têm. Porque Deus disse: ‘Não o
deixarei; jamais o abandonarei’.” (Hebreus 13.5). Todo o sucesso, a
segurança e as bênçãos da vida dependem da providência de Deus. Tudo
o que precisamos vem de Deus: a casa que nos traz proteção; a cidade
que nos dá segurança e estabilidade; os alimentos e as provisões diárias
que precisamos para sustentar a vida. Portanto, para ser feliz e se sentir
satisfeito (a), você não precisa responder aos constantes apelos do
consumismo.
 Porém, devemos nos lembrar que a promessa de suprir nossas
necessidades não significa que Deus irá nos empanturrar com bens
materiais, como anunciam os pregadores da teologia da prosperidade. O
texto bíblico é claro, teremos o suficiente para viver e devemos ser
gratos por isso. “Não digo isso por estar necessitado, pois aprendi a ficar
satisfeito com o que tenho. Sei viver na necessidade e também na fartura.
Aprendi o segredo de viver em qualquer situação, de estômago cheio ou
vazio, com pouco ou muito. Posso todas as coisas por meio de Cristo, que me
dá forças” (Filipenses 4.11-13).
40
 O segundo princípio que aprendemos aqui é o princípio da moderação.
O tolo vive gastando e se endividando. Ele consome tudo que possui,
comprando o que não precisa, com o dinheiro que não tem, para
impressionar pessoas que não gosta, a fim de tentar ser uma pessoa
descolada e moderna. Portanto, seja moderado (a) em seus gastos.
Aprenda a poupar.
 A maioria das pessoas prefere os bens do presente em detrimento aos
bens do futuro. Este conceito está relacionado ao fato de preferirmos
eliminar um dissabor futuro o quanto antes, por meio de ações que
atribuímos um maior valor. Concluindo, para poupar e se livrar das
dívidas, você precisa desistir de uma satisfação presente, onde
geralmente alcançamos uma recompensa imediata, por uma satisfação no
futuro.
 A Bíblia nos incentiva a economizar, mas não acumular tesouros. O
dinheiro deve ser gasto com prudência e controle. Gênesis registra a
história de José, filho de Jacó no Egito. Ele utilizou o princípio da
moderação para resolver o problema das vacas magras. Deus anunciou
que viria um tempo de fome e carestia e determinou que 20% de toda
produção fosse poupada. 
 José seguiu à risca as determinações de Deus. Durante 7 anos, o povo
do Egito foi obrigado a poupar 20% de sua produção. E quando chegou o
período de calamidade, eles tinham recursos para alimentar toda a
população do Egito e ainda vender o excedente para os povos que viviam
ao seu redor.
41
 Por isso, adote esse princípio e seja moderado em seus gastos. Como
é dito por aí: “O dinheiro não aceita desaforo”. Isto quer dizer que
ninguém consegue viver gastando mais do que ganha. Portanto, devemos
ser prudentes com nossos gastos, inclusive fazendo poupança para as
horas difíceis ou para emergências. Além disso, a pessoa que tem o hábito
de poupar pode adquirir à vista bens de maior valor, sem a necessidade
de pagar juros exorbitantes.
Isaías Lobão
42
 Existe algo conhecido como a vontade de Deus, e as Escrituras
revelam a vontade de Deus para nós. A Bíblia revela, já no comecinho, a
vontade de Deus para a sexualidade: o homem e a mulher como uma só
carne (Gênesis 2.24). O sexo é uma dádiva divina para um homem e uma
mulher em aliança de casamento. Assim Deus é glorificado. Essa é a
vontade de Deus para a sexualidade, e a vontade de Deus é boa, perfeita e
agradável (Romanos 12.2). Deus é bom e justo, e, já que fomos criados por
um Deus bom e justo, nada mais justo que vivamos para Sua glória.
 O problema, porém, é que houve uma Queda. Adão, o representante
da raça humana, caiu em pecado juntamente com sua esposa, Eva, e,
consequentemente, toda a raça humanatambém caiu (Gênesis 3). Nossa
natureza se tornou corrompida e começamos a odiar a vontade de Deus
para nós. Idólatras nos tornamos, pois o cerne do pecado é a idolatria.
Assim, nos tornamos idólatras também em relação à sexualidade.
Colocamos o sexo no altar do nosso coração, ou melhor dizendo, no trono.
 Começamos a crer que a dádiva que foi dada a nós, não é tão boa
assim, se for desfrutada segundo a vontade de Deus. Seguimos, após a
Queda, crendo que o sexo monogâmico é tedioso e enfadonho.
12. SEXUALIDADE REDIMIDA
DIA 12
“Pois a vontade de Deus é a santificação de vocês: que se abstenham
da imoralidade sexual; que cada um de vocês saiba controlar o seu
próprio corpo em santificação e honra, não com desejos imorais, como
os gentios que não conhecem a Deus.” (1 Tessalonicenses 4.3-5)
43
 Pensamos que o sexo, para ser desfrutado somente em um contexto
de aliança entre duas pessoas, é aprisionador. Preferi usar o termo
“sexo”, ao invés de “intimidade sexual”, pois até mesmo a intimidade
relacional é considerada escravizadora por muitos. Por isso, o sexo casual
e sem nenhum compromisso, está no altar de nossa sociedade de homens
caídos.
 Mas Deus é bom e reto, e aponta o caminho para os pecadores
(Salmos 25.8). Foi da vontade de Deus redimir um povo para Si, um povo
que estava debaixo da escravidão da vontade de transgredir a Sua justa
Lei. Ao invés de nos condenar por nossa sexualidade idólatra, Deus
enviou Seu Filho para morrer pelas nossas depravações, incluindo as
depravações sexuais.
 E, como Ele é o nosso representante perfeito, Ele não pecou durante
Sua vida aqui na terra, mesmo estando debaixo da Lei. Ele ressuscitou e
venceu a morte. Assim, nos concedeu não somente a vida eterna, mas
também uma direção. Não recebemos somente a justificação, mas
também a santificação. E, em santificação, Deus nos guiará até o fim
rumo à glorificação, onde seremos libertos, por toda a eternidade, de
todo desejo pecaminoso. Maranata!
 O versículo de 1 Tessalonicenses 4.3 diz que a vontade de Deus é a
nossa santificação. Fomos separados por Deus para voltarmos para Ele.
Mesmo que o pecado permaneça em nós, recebemos o Espírito Santo para
lutarmos contra nossas tendências pecaminosas. Recebemos uma
renovação de mente e, agora, a nossa mente tem prazer na Lei de Deus.
44
 Mas, o que a Lei de Deus requer? Ela requer que nos abstenhamos
da prostituição. Sexo fora do casamento é prostituição aos olhos de Deus.
No mesmo versículo, Paulo deixa claro que a santificação e a prostituição
são totalmente opostas e antagônicas. E, na sequência do texto (1Ts 4.4-
5), está escrito que o cristão que não santifica e honra o seu próprio
corpo, sendo dominado pela lascívia, está agindo como um pagão que é
idólatra e que não conhece o Deus verdadeiro. Você já reparou que o
maior número de exortações no Novo Testamento é contra a imoralidade
sexual, incluindo até mesmo a imoralidade que praticamos com nossos
olhos (1 João 2.16; Mateus 5.28)?
 A boa notícia é que Deus colocou em nosso coração a busca por um
prazer superior, que é fazer a Sua vontade. Quando erramos o alvo desse
prazer superior, não ficamos bem com isso. Queremos nos desembaraçar
de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia (Hebreus 12.1),
lutando na força do Espírito Santo contra o pecado sexual que prejudica a
nossa alegria e comunhão com Deus. Deus é a fonte de toda a alegria e,
por gratidão ao Seu amor que nos constrange, buscamos a Sua vontade.
Amém.
Guilherme Gonçalves (Zamba)
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 O perdão é um dos pilares centrais do Cristianismo. Quando uma
pessoa afirma ser cristã, ela precisa compreender o significado do perdão
e também praticá-lo. Entretanto, para que se possa entender o perdão, é
necessário a convicção de que todos somos pecadores, e é isso que a
Bíblia afirma em Romanos 3.23: “Todos pecaram e estão destituídos da
glória de Deus”. Desta forma, todos nós carecemos do perdão de Deus.
 O perdão acontece em duas direções: (1) vertical: quando Deus
perdoa o pecado do homem e o lança nas profundezas do mar (Miqueias
7.18-19), e (2) horizontal: quando o homem perdoa o seu próximo
(Colossenses 3.13). Essas duas direções estão intimamente ligadas; uma
não existe sem a outra. Quando Deus perdoa o homem, Ele decreta que o
homem precisa perdoar o seu irmão, assim como o homem não é capaz de
perdoar sem antes ter sido perdoado por Deus. 
 Jesus afirma que essa é a posição de Deus. Quando estava
ensinando os apóstolos a orarem, Ele disse: “Perdoa-nos as nossas dívidas
assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mateus 6.12). Vejamos,
de forma mais aprofundada, essas duas direções.
13. AS DUAS DIMENSÕES DO PERDÃO
DIA 13
46
1. O Perdão Vertical
 A Palavra de Deus nos diz que, por causa do pecado original, todo
ser humano tem uma natureza pecaminosa e é indesculpável diante de
Deus. Também afirma que, por isso, todos precisam de um Salvador, e
que esse Salvador será Aquele que retirará nossos pecados e nos tornará
justos diante de Deus. Jesus, ao vir à terra como homem, passou por
todos os tipos de tentações e provações para então morrer em nosso
lugar.
 Assim, Ele levou todos os nossos pecados naquela cruz, dando ao
homem livre acesso ao Pai (visto que antes de Cristo somente algumas
poucas pessoas podiam ter acesso a Deus, através do tabernáculo,
quando uma vez ao ano o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos e
ficava face a face com Deus). A cruz de Cristo é o meio pelo qual Deus
escolheu perdoar o Seu povo. Se não fosse a morte e ressurreição de
Jesus, o homem nunca poderia alcançar o perdão dos seus pecados.
 Um dos atributos de Deus, relatados nas Escrituras, é a misericórdia.
Deus dá ao homem o privilégio de se arrepender dos seus pecados e
buscar o perdão, e Ele afirma categoricamente que o perdoará. O profeta
Isaías diz em seu livro: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o
enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os
seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne
para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar” (Isaías 55.6-7).
 O Deus de misericórdia convida a todos para buscarem o
arrependimento. E o tempo que Ele determina é agora. Não existe um
momento melhor do que esse para dobrar seu joelho e se arrepender dos
seus pecados tendo a certeza de que Ele o perdoará.
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2. O Perdão Horizontal
 O homem, ao receber o perdão da parte de Deus, tem como
obrigação perdoar o seu próximo da mesma forma. Jesus ensina Seus
seguidores a perdoarem, enfatizando que todo tipo de mal que os outros
fizerem contra as nossas vidas, não se compara ao mal do pecado que
temos cometido contra Deus. E, se Deus tem nos perdoado, nós também
precisamos perdoar nosso próximo, pois somente desta forma, quando
orarmos clamando o perdão de Deus, Ele nos ouvirá e perdoará nossas
falhas.
 
 Durante nossa caminhada cristã, passaremos por muitos problemas
em que teremos que perdoar as pessoas que nos feriram. Essa prática
precisa ser libertadora para o cristão, pois a falta de perdão não traz
nenhum benefício para o homem. Ao contrário, apenas leva o cristão a
ter mágoa, ressentimento e até mesmo um sentimento de vingança.
 Mas quantas vezes precisamos liberar perdão a uma pessoa que nos
feriu? A Bíblia nos orienta a perdoarmos sempre que um irmão vier pedir
perdão (Lucas 17.3-4). Mesmo depois de nos entregarmos ao Senhor
como único e suficiente Salvador de nossas vidas, nós ainda continuamos
a pecar e Deus continua a nos perdoar. 
 Da mesma forma acontece com o homem. Continuamos a errar contra
o nosso próximo, e ele continuará a errar conosco. Por isso, precisamos
perdoar a todo momento, compreendendo que todos nós somos
pecadores que necessitam da ação do Espirito Santo.
48
 Infelizmente, em nossa sociedade atual, o perdão não é umassunto
que agrada a todos. A cultura tem pregado muito mais sobre pagar com a
mesma moeda o mal que o próximo nos fez, ao invés de ser humilde e
liberar perdão sobre ele. 
 Por isso é tão importante que o cristão ande na contra mão do
mundo e mostre que a crença em Deus transforma a pessoa por inteiro.
Precisamos amar o próximo, não importa quem ele seja. Afinal, é assim
que saberemos que já passamos da morte para a vida (1 João 3.14).
Marcos Vinícius Marques
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 “O trabalho não é ruim. O ruim é ter que trabalhar”. Assim iniciava a
fala de um famoso personagem de seriado de televisão ao se referir à sua
aversão ao trabalho. Provavelmente você não siga esta mesma filosofia de
vida, porém, quantas vezes não tratou a segunda-feira com desprezo e
desânimo, enquanto a sexta-feira tornou-se o dia mais aguardado da
semana? E em quantos momentos não se perguntou o que estaria fazendo
atrás de uma escrivaninha ou apertando algum parafuso enquanto poderia
estar se “aventurando” nas terras africanas levando o evangelho aos mais
longínquos rincões da terra?
E quem inventou o trabalho?
 Deus ordenou ao homem e deu a ele toda capacidade de trabalhar
nas mais diferentes atividades. Chamamos isto de “mandato cultural”. Em
Gênesis 1.28, Adão é instruído a cuidar da terra recém criada – seu
contexto então era o da agricultura. Enquanto a Bíblia relata a história
pós-queda, Deus continua a dotar o ser humano com talentos, desde a
criação de instrumentos musicais até a fabricação de ferramentas
(Gênesis 4.21-22).
 Seja dando nome aos animais (Gênesis 2.19), seja colhendo as frutas
desconhecidas, toda forma de trabalho ali é reconhecida como um sinal de
obediência a Deus.
14. AMANHÃ É SEGUNDA-FEIRA, GRAÇAS A DEUS!
DIA 14
50
 Não há possibilidade de que Deus não supervisione e possa ser
engrandecido por alguma atividade, desde o desenvolvimento de novas
tecnologias à produção de material artístico – tudo pode ser trabalhado
para a glória de Deus.
 O trabalho não foi planejado para ser um fardo ao homem, mas, com
a queda e a entrada do pecado na história, o relacionamento “homem x
trabalho” sofreu um processo de dificuldades – surgem espinhos (Gênesis
3.18) e agora o sustento traria um suor dolorido (Gênesis 3.19). Aquilo
que seria algo prazeroso e que poderia resultar em glória a Deus torna-se
um fardo que aterroriza as segundas-feiras de alguns. Mas ainda assim, o
trabalho não é uma consequência do pecado.
 A resposta para a dificuldade de se encontrar e permanecer em um
bom relacionamento com o trabalho está no fato de que toda a criação
nesse momento geme por estar afastada de seu Criador. O pecado
distorceu os propósitos divinos para o trabalho e, com isso, tornou-se
uma fonte de esgotamento para alguns, e uma fonte de frustração para
outros. Pode ser difícil pensar assim, mas, como em outras áreas
contaminadas pelo pecado – relacionamentos, política, educação, família,
etc. – corremos o risco de ser engolidos pelo nosso trabalho e nos
tornarmos “apertadores incontroláveis de parafusos”, como o
personagem famoso de Charles Chaplin em “Tempos modernos”.
Deus se importa com seu lugar de trabalho
 À luz da célebre frase de Kuyper, não há um centímetro em seu
escritório ou oficina sobre o qual Cristo não afirme: “É meu”. A obra da
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redenção não se limitou a retirar o crente de seu convívio na sociedade,
mas deu a ele a possibilidade de expressar seu relacionamento com Deus
através do trabalho. O plano dEle é nos tornar mais semelhantes a Seu
filho, Jesus Cristo, e isto inclui um interesse especial também por onde
trabalhamos.
 Quando entendemos o alcance da salvação no trabalho cristão,
podemos enxergá-lo não mais como uma fonte de frustração, mas como
um instrumento de Deus para nossa santificação – nosso caráter pode ser
moldado através de um bom testemunho e nosso serviço e testemunho
cristão validados – não mais desejando e vivendo apenas para alcançar as
sextas-feiras aqui, mas, ansiando pelo nosso descanso verdadeiro por
todo trabalho cristão aqui realizado. Fazemos Deus conhecido enquanto
trabalhamos e quando não estamos trabalhando, buscamos conhecer a
Deus. Aliás, com um Deus tão grande para conhecer, não há tempo a
perder com futilidades, apenas observando o tempo passar. De certa
forma, nosso trabalho é constante.
 O ditado popular diz que se você fizer o que gosta, não precisará
nem trabalhar. Mas isto não é real e ilude a muitos. Precisamos trazer dia
após dia o sustento para nossa casa e nem sempre isso será agradável.
Mas, podemos ao menos mudar nossa visão de trabalho ao enxergar que
chamado não é só o pastor ou o missionário, mas também aquele que usa
sua vocação, não para ser mais um “médico-cristão”, “professor-cristão”,
mas, para ser um cristão que é profissional e seu trabalho é seu campo
missionário.
52
Então, se eu não for um missionário...
 Se nossos olhos forem guiados por uma cosmovisão cristã de trabalho,
então compreenderemos que não seremos melhores se abandonarmos
tudo e ir trabalhar nos campos missionários. Deus não vocacionou e
separou todos para que vão. Ele quer que também fiquemos. Você pode
servir e ser um missionário quando prepara uma peça no torno mecânico
ou até quando serve um café no balcão – apenas se servir “... de boa
vontade, como ao Senhor e não como a homens” (Efésios 6.7).
 Precisamos rejeitar a dicotomia “sagrado-secular” que vem se
arrastando desde o catolicismo romano medieval. O que torna qualquer
trabalho, desde o pastor até a mais humilde profissão, louvável, não é
onde ele é realizado, mas a capacidade de torná-lo um campo missionário
onde você pode glorificar a Deus, obedecê-Lo, servindo e amando ao
próximo. Toda nossa vida pertence a Deus e a utilizamos para
engrandecê-Lo – no domingo à noite e na segunda pela manhã.
 Se você não foi chamado para ser um missionário, e entende que pode
glorificar a Deus em sua profissão, recomendo as palavras do puritano
Richard Baxter (1615-1691):
“Escolha aquele emprego ou chamado no qual você pode ser mais
útil a Deus. Não escolha aquele no qual possa ser mais rico ou
ilustre no mundo, mas aquele no qual possa fazer maior bem e
manter-se longe de pecar.”
Vinícius Mello
53
 Casamento e família são dádivas de um Deus sumamente sábio e
maravilhoso. Infelizmente, hoje em dia não é raro o manual do Criador ser
desconsiderado ou mesmo rejeitado. No tocante ao plano de Deus para a
instituição sagrada do lar, não faltam ignorância, apatia e hostilidade em
nossa cultura.
 Os conflitos no casamento, contudo, não são males característicos
apenas dessa época. Na verdade, existem desde que o primeiro casal foi
criado por Deus e colocado no paraíso. O pecado original destruiu a
harmonia que havia entre Adão e Eva. A partir da queda, vemos o
casamento ser maculado pela acusação, discórdia, dominação e conflitos
diversos. Deus, contudo, mediante a redenção pelo sacrifício de Seu Filho,
não apenas redime a alma dos pecadores arrependidos, mas também,
dentre outras coisas, restaura a vida do homem em suas relações sociais,
em especial sua relação no casamento. Além disso, Deus elevou o
casamento à dignidade de aliança ou pacto, e fez dessa aliança um
símbolo do amor entre Cristo e Sua Igreja.
 Para que o casamento seja de fato uma bênção é necessário que
ambos observem os princípios estabelecidos pelo Criador e se atentem,
dentre outras coisas, nas diferenças características entre os sexos.
Seguem abaixo alguns princípios que, via de regra, são negados pelos
ideólogos do pós-modernismo:
15. PRINCÍPIOS PARA UM CASAMENTO FELIZ
DIA 15
54
1. Somente Deus pode satisfazer plenamente seu coração.
 Embora essa verdade seja enfatizada no momento em que estamos
sendo evangelizados, frequentemente é esquecida quando o assunto é
casamento. Muitos casamentos chegaram ao fim porque as pessoas se
casarambuscando em seus cônjuges algo que pode ser encontrado
unicamente em Deus: satisfação plena.
 Seria impossível não recordar aqui as palavras de Agostinho em
uma oração ao Altíssimo: “Fizeste-nos para Vós, Senhor, e inquieto está o
nosso coração, enquanto não repousar em Vós”. Em outras palavras,
enquanto nossa relação vertical (homem/Deus) não estiver sadia, a
horizontal (casamento, família e sociedade) também não estará.
2. Homens e mulheres não são iguais.
 Embora muitos ideólogos queiram tratar os gêneros masculino e
feminino como sendo uma mera construção social, nunca poderão negar a
realidade de que homens e mulheres são real e profundamente
diferentes. Nenhuma propaganda falaciosa poderá mudar este dado da
natureza. Dois mais dois são quatro, independente do quanto alguém
possa gritar em contrário.
 
 Essa tentativa de negar as diferenças entre homem e mulher, além
de anticientífica, é uma clara atitude de rebeldia contra Deus. A negação
ou a ignorância dessas diferenças apenas aprofundará as crises na
relação.
55
3. O amor entre o casal deve ser um retrato da união entre Cristo e a
Igreja.
 O marido deve amar sua esposa como Cristo ama Sua Igreja e a
esposa deve amar seu marido como a Igreja ama a Cristo. É evidente que
nosso amor será apenas um reflexo imperfeito desse amor divino. Mas,
embora imperfeito, é fundamental. O amor do marido pela esposa,
ilustrado pelo amor de Cristo pela Igreja, consiste basicamente em:
protegê-la, sustentá-la, edificá-la espiritualmente e torná-la cada dia
mais linda (Efésios 5.25-29).
 Já o amor da esposa pelo marido, nesta mesma ótica, consiste,
dentre outras coisas, em ser-lhe submissa (aceitar sua missão) e tê-lo
como o cabeça do lar (Efésios 5.22-24).
Wanderley Santana
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 A paciência é uma qualidade quase em extinção. Todos os dias
alguém perde a paciência perto de nós. Mas nós também perdemos a
paciência perto de alguém. Não é fácil manter a calma quando as coisas
vão mal. Não é fácil manter a calma quando as situações contribuem para
que a paciência vá embora. Todavia, é necessário que a paciência seja
agarrada para não encurralarmos a nossa vida em problemas.
O campo fértil da impaciência
 Você já deve ter notado que a semente da impaciência cresce com
rapidez e gera frutos em quantidades abundantes. O grande problema é
que tais frutos fazem mal. Ora, muitas vezes acordamos tranquilos
emocionalmente, mas um pequeno problema é suficiente para colocarmos
tudo a perder. Pense naquela cobrança do patrão que não foi muito legal.
Pense naqueles imprevistos que bagunçam as folhas de nosso orçamento
financeiro. Ou então, pense naqueles motoristas no trânsito que são
verdadeiros testes para exercitarmos o autocontrole. Os exemplos são
inumeráveis.
 Acredito que somos frequentemente enganados pelo nosso coração.
Quem disse que estar tranquilo emocionalmente é garantia de que
teremos atitudes de sabedoria? Com certeza é mais fácil agir certo
quando estamos bem emocionalmente, mas se a nossa vida for pautada
por emoções agradáveis, e não por princípios bíblicos, cedo ou tarde
vamos pisar no tomate.
16. PACIÊNCIA: UMA VIRTUDE ENTRANDO EM EXTINÇÃO
DIA 16
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 Uma atitude bela é aquela que exerce o autocontrole mesmo
quando as emoções estão explodindo dentro do peito. Não quero que
você pense que o problema é circunstancial. As circunstâncias podem
potencializar o que está em nosso coração, mas elas não são,
necessariamente, a causa da nossa impaciência. Portanto, o campo fértil
da impaciência é o coração humano.
O alicerce teológico da paciência
 Você merece tolerância? Você é digno de paciência? É claro que
a resposta deve ser um enfático “não”! Você pecou contra o Deus de toda
a terra. Os seus pecados ofenderam Aquele “que não pode ver o mal”
(Habacuque 1.13). Na verdade, a sua impaciência continua ofendendo a
Deus com certa frequência. Quando penso nessas coisas, fico bastante
incomodado. Eu não sou paciente como deveria e não gosto quando as
pessoas são impacientes comigo. Eu não sou paciente como deveria e
ainda quero que Deus seja mais paciente comigo.
 A minha esperança repousa no fato de que “[...] Cristo amou a
igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com
a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja
gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e
irrepreensível” (Efésios 5.25b-27). Em outras palavras, embora a minha
paciência não seja madura como deveria ser, Jesus está trabalhando
nisso. Ele está me moldando para um dia me apresentar para Ele mesmo.
 Que bom saber que o caráter de Deus é a base teológica da
verdadeira paciência. Que bom saber que Ele foi paciente comigo quando
a única coisa que eu merecia era a Sua ira: "[...] na sua paciência, Deus
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deixou de punir os pecados anteriormente cometidos” (Romanos 3.25). E
mais: “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com
que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou
juntamente com Cristo [...]” (Efésios 2.4-5a). Observe a expressão
“riquíssimo em misericórdia”. Quem é rico em misericórdia também é rico
em paciência. Não há motivo para ser impaciente quando a misericórdia
assume o primeiro lugar. Portanto, o alicerce teológico da paciência é o
caráter misericordioso de Deus.
Cultivando um coração paciente
 Não pretendo ser simplista nem exaustivo na lista de conselhos
práticos. Posso garantir que os conselhos são bíblicos e, por isso, eles
trarão crescimento para você. Vamos para os três conselhos práticos:
1. Pratique a virtude tríplice da fé.
 A Bíblia diz em Romanos 12.12: “Alegrai-vos na esperança, sede
pacientes na tribulação, perseverai na oração”. Se você está em Cristo,
você tem uma esperança na qual se alegrar, você tem graça para suportar
as tribulações, e você tem favor para perseverar nas orações. A paciência
durante as tribulações produzirá força espiritual em seu caráter.
Consequentemente, você será perseverante na oração. Ao invés de agir
impacientemente, você vai orar.
2. Cultive o fruto do Espírito Santo.
 A Bíblia diz em Gálatas 5.22-23: “Mas o fruto do Espírito é amor,
alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e
domínio próprio. Contra essas coisas não há lei”. Se você nasceu de novo, o
Espírito Santo habita dentro de você. Ele está trabalhando para que tais 
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virtudes espirituais floresçam de maneira mais visível com o passar dos
anos. No entanto, você também tem um papel ativo nesse processo. Para
que tais virtudes se tornem mais evidentes em sua vida, você precisa se
santificar através dos meios de graça: estudo da Bíblia, oração,
comunhão, jejum, arrependimento e confissão dos pecados, etc.
3. Seja imitador de Deus.
 Já foi dito aqui que Deus não nos tratou conforme o nosso
merecimento, mas de acordo com a Sua misericórdia. Escrevendo aos
efésios, Paulo afirmou: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos
amados” (Efésios 5.1). Literalmente, Paulo está dizendo: “Sejam mímicos
de Deus, como filhos amados”
 Isso é possível graças ao poder do Espírito Santo que é derramado
sobre nós, capacitando-nos para vivermos o evangelho. Colocando em
poucos termos, imitar a Deus significa tratar as pessoas como Ele nos
tratou. As pessoas não merecem paciência. Nós também não merecíamos,
mas Deus foi paciente conosco. Portanto, devemos manifestar paciência
em relação às pessoas. Isso não acontece da noite para o dia. O trabalho é
árduo e contínuo, mas acredite: existe graça para você.
“O amor é paciente” (1 Coríntios 13.4)
Fabrício A. de Marque
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 Felicidade é a qualidade ou estado de feliz. É o estado de uma
consciência plenamente satisfeita e cheia de contentamento, que desfruta
de bem-estar pelo seu bom êxito, por sua fortuna, por seus acertos e pelo

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