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A Crise de Efetividade dos Direitos Sociais

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jusbrasil.com.br
29 de Junho de 2021
A Crise de Efetividade dos Direitos Sociais
O Estado do Bem-Estar Social (ou Welfare State, em inglês) surgiu no
início do século XX em meios a Primeira Guerra Mundial, como nas
constituições do México, de 1917; da Rússia, de 1918; da Alemanha, de
Weimar, de 1919. Neste mesmo ano, por meio do Tratado de Versalhes,
foi constituída a OIT, demonstrando a preocupação internacional com
as questões sociais, sobre as quais até a Igreja Católica já havia se
pronunciada na encíclica Rerum Novarum, do Papa Leão XIII.
Diferente dos direitos de primeira dimensão ou geração, segundo a
classificação de Karel Vasak, os quais possuem garantias mais efetivas,
como os remédios constitucionais: habeas corpus, habeas data,
mandado de segurança, mandado de injunção e ação popular (art. 5º,
LXVIII até LXXIII da CRFB/1988); as garantias dos direitos de
segunda dimensão (ou de igualdade/sociais) não possuem os mesmos
remédios ou garantias. Apesar do entendimento de parte da doutrina
pela aplicabilidade dos writs constitucionais aos direitos sociais, na
prática não se vê muita eficácia.
Parte da doutrina critica a ineficácia desses direitos de forma
semelhante às críticas de Ferdinand Lassalle, no conceito sociológico
de constituição ao afirmar que a real constituição nada mais era do que
os fatores de poder de uma sociedade e o texto escrito uma mera folha
de papel.
Em razão da limitação orçamentária, dos custos financeiros dos
direitos sociais e da alegada reserva do possível; os direitos sociais, art.
6º entre outros da Constituição Cidadã de 1988, muitas vezes são
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10727821/inciso-lxviii-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641309/artigo-6-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
desrespeitados pelo poder público, como se observa na carência de
sistemas de saúde, transporte e educação públicos de qualidade.
No âmbito do Direito do Trabalho já existem correntes defendendo a
derrocada do princípio da Proteção e aplicação do princípio de origem
lusitana da Compensação da Posição Debitória Complexa das Partes,
defendido por Maria do Rosário Palma Ramalho, propondo uma
releitura da ciência jurídica laboral, por meio da conciliação da
salvaguarda dos interesses da gestão e da proteção do trabalhador.
Quanto a legislação trabalhista, cresce o posicionamento pela
flexibilização das normas. No entanto, entendemos que nas
negociações trabalhistas coletivas deverão ser observados: a
participação obrigatória dos sindicatos dos trabalhadores (art. 8º, VI,
CRFB/1988), princípio da contrapartida (não se pode apenas renunciar
direitos, sem a concessão de alguma vantagem), e o princípio da
adequação setorial negociada. Este último determina que só podem
haver negociações para ampliar direitos ou, se for transacionar, que
seja apenas os de indisponibilidade relativa, os quais não abrangem as
normas constitucionais, as normas de internacionais de direitos
humanos sociais, normas de segurança e medicina do trabalho e de
identificação do trabalhador.
Porém, a constituição, segundo Konrad Hesse, não é uma mera
intenção política, mas possui força normativa própria que deve ser
cumprida pelos agentes políticos, sendo que, muitas vezes, na omissão
dos poderes executivos e legislativos, por meio de uma postura mais
ativa, o Ministério Público e o Poder judiciário acabam por intervir nas
políticas públicas, com o fito de garantir um patamar mínimo
civilizatório para os cidadãos, em respeito ao Estado do Bem-Estar
Social garantido constitucionalmente.
O sistema brasileiro constitucional tem como axioma maior a
dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CRFB/1988), valorizando o
ser humano, o qual não pode ser tratado como mera mercadoria
(Declaração de Filadélfia, Constituição da OIT, Anexo 1). A
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641170/artigo-8-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10725353/inciso-vi-do-artigo-8-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641860/artigo-1-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10731879/inciso-iii-do-artigo-1-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
Constituição Cidadã de 1988, ainda discorre a respeito da ordem
econômica no seu art. 170, privilegiando a função social da empresa e
da propriedade; a valorização do trabalho humano; a justiça social.
Com fundamento no art. 7º da constituição brasileira (vedação ao
retrocesso social) e no art. 26 do Pacto de São José da Costa Rica/1969
(desenvolvimento progressivo), a doutrina aponta que o modelo
brasileiro também se adequa ao direito protetivo/tuitivo do trabalho,
difundido por Américo Plá Rodriguez, bem como seus subprincípios da
norma mais favorável, da condição mais benéfica e do indubio pro
operario.
Dessa forma, não há que falar em cooptação do Estado do Bem-Estar
Social pelo subsistema econômica, mas a adequação do modelo
econômico aos princípios, regras e valores de ordem constitucional e
infraconstitucional que regem a República Federativa do Brasil.
Disponível em: https://robinsonlopesdacosta.jusbrasil.com.br/artigos/433328943/a-crise-de-
efetividade-dos-direitos-sociais
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10660995/artigo-170-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641213/artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10638596/artigo-26-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988

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