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Caminha, R. M. & Caminha, M. G. (2011). Baralho das Emoções. Porto Alegre, Sinopsys. 
Caminha, R. M. & Caminha, M. G. (2012). Baralho dos Pensamentos. Porto Alegre: Sinopsys. 
Grave, J. & Blissett, J. (2004) Is cognitive behavior therapy developmentally appropriate for young 
children? A critical review of the evidence, Clinical Psychology Review, 24 (4), pp. 399-420. 
Stallard, P. (2002). Cognitive behaviour therapy with children and young people: A selective review 
of key issues. Behavioural and Cognitive Psychotherapy, 30 (3), pp. 297-309. 
Kreitchmann, R. S.*; Guimarães, E. R.*; Soares, T.*; Kruel, L. R. P.*; Caminha, M. G.*; Caminha, R. M.* 
*Instituto da Família de Porto Alegre – INFAPA, Porto Alegre, Brasil. 
Contatos: haifa.k33@gmail.com; caminhar@terra.com.br 
O BARALHO DE PENSAMENTOS: 
PROMOVENDO CONSCIÊNCIA, RECICLANDO IDÉIAS 
INTRODUÇÃO 
 A terapia cognitivo-comportamental (TCC) com crianças vem ganhando forte impulso desde a última década e a alta eficácia dessa modalidade de 
terapia para a psicopatologia infantil já foi relatada em diversos estudos (Grave & Blissett, 2004). No entanto, dentro do “guarda-chuva” da TCC, a maior 
parte dos estudos ainda compreendem abordagens predominantemente comportamentais (Stallard, 2002), direcionando pouco foco sobre as emoções e 
as crenças. 
 Uma modalidade de intervenções vem sendo desenvolvida por Caminha & Caminha e visa auxiliar abordagens que atentem tanto aos 
comportamentos, quanto às emoções e às crenças. Ela é composta pelo Baralho das Emoções (2011), Baralho de Pensamentos (2012) e Baralho de 
Comportamentos (2012, in press). 
Este trabalho apresenta do instrumento Baralho de Pensamentos (BP), desenvolvido no Ambulatório de Terapia Cognitivo-Comportamental Infantil do 
Instituto da Família de Porto Alegre (INFAPA). O trabalho descreve ainda a estrutura do BP e exemplifica sua fácil aplicação através de um exemplo 
ilustrativo e fictício. 
OBJETIVOS DO INSTRUMENTO 
O BP objetiva a reestruturação cognitiva em três fases de aplicação: 
Fase 1: Através dos conectores linguísticos “porém”, “portanto” e “logo, 
posso aceitar...” objetiva “esticar” crenças intermediárias “que não 
ajudam”, promover a aceitação (mindfulness) e criar pensamentos 
alternativos. 
A HISTÓRIA DE MARCOS – UM CASO FICTÍCIO 
Segue o exemplo de aplicação da Fase 1 do Processo Completo a partir de um caso fictício, a fim de facilitar a compreensão do instrumento. 
Marcos 
 Marcos é um menino de 9 anos. Foi encaminhado à 
psicoterapia pela escola por irritar-se ao realizar exercícios 
de aula e por ter dificuldade para socializar-se com os 
colegas. Em casa, os pais do menino relatam que ele tem 
dificuldade em executar tarefas, por pensar não ser capaz 
de concluí-las com êxito. 
 No consultório, durante a aplicação do Baralho das 
Emoções (BE), Marcos identificou, dentre as cartas das 
emoções básicas transculturais, que a emoção que sente 
com maior frequência é a tristeza, e, usando o termômetro 
do instrumento, mostrou que a tristeza apresenta 
intensidade Muito Forte. 
Partindo dessa tristeza que Marcos sente, seu terapeuta iniciou a 
aplicação da Fase 1 do Baralho dos Pensamentos. O primeiro passo foi 
psicoeducar o menino sobre a existência de pensamentos que ajudam e, 
que não ajudam, e a importância de reciclar os últimos. 
Em seguida, Marcos foi convidado a escolher entre as 9 cartas de 
pensamentos predefinidos (e uma em branco caso não fosse representado 
por outra) qual o pensamento que vinha a sua cabeça quando estava 
triste; Marcos identificou “Sou burro, não sou inteligente”, e marcou outra 
vez “Muito Forte” no termômetro. 
Adicionando o “Porém” ao seu pensamento inicial, o menino identificou, 
outra vez entre outras 9 cartas, o complemento: “Nem sempre 
conseguimos entender ou saber de tudo”. 
Marcos foi convidado então a “balançar” o pensamento com o conector 
“Portanto” e complementou com a frase de sua própria criação “Talvez eu 
não seja burro” (nesse momento não há cartas predefinidas). Apresentado 
outra vez a novas 10 cartas, escolheu, referente ao “Logo, posso aceitar...” 
a carta contendo “Nem sempre conseguimos entender ou saber de tudo”. 
Dessa vez o termômetro apontou “Muito Forte” não mais para o 
pensamento inicial, porém para o novo pensamento criado no processo, 
assim como passou a indicar “Muito Fraco” ao inicial. Elaborou então seu 
Cartão S.O.S. para ajudá-lo a identificar quando um pensamento que não 
ajuda surgisse, e lembrá-lo de buscar o pensamento alternativo. 
Ainda, para cada etapa da aplicação o terapeuta deve pedir que seja 
feito o resumo do processo e pode, se necessário, utilizar técnicas para 
facilitar a compreensão (ex.: Questionamento Socrático). 
O próximo passo foi “esticar” o pensamento, 
usando o que o terapeuta chamou de conexão 
adversativa: o Porém. 
 
PRÓXIMOS PASSOS 
Já estão sendo elaborados relatos de casos nos quais o instrumento é 
aplicado a fim de avaliar o processo e o desempenho. Pretende-se ainda 
realizar estudos sobre sua aplicação em escolas e outros contextos. 
É composto de cartas lúdicas que facilitam a psicoeducação a partir das 
metáforas da Reciclagem dos Pensamentos que não ajudam, da 
Máquina de Difusão de Idéias e do Efeito Bumerangue, utilizadas nas 
três diferentes fases da aplicação (ao lado), respectivamente. 
O BP enfoca seu trabalho nas crenças intermediárias. Como as crenças 
centrais dizem respeito a conteúdos semânticos globais não situacionais 
(ex.: “sou inadequado”), que exigem grande capacidade de abstração e 
manipulação mental, o trabalho direto com essas crenças na prática infantil 
é mais difícil. Por sua vez, as crenças intermediárias são muito mais 
específicas e situacionais (ex.: “se eu não for bem na prova, sou burro” ou 
“devo ir bem na prova”). 
Ainda levando em conta aspectos do desenvolvimento, possui dois tipos 
de aplicação: O Processo Lúdico (6 a 8 anos) e o Completo (9 a 14 anos). 
O INSTRUMENTO 
Fase 2: A partir do reconhecimento das emoções 
positivas e demonstração deste, objetiva promover 
comportamentos assertivos e reforçar os vínculos afetivos. 
Fase 3: A partir da compreensão de que as ações tem 
consequências proporcionais, visa a conscientização e 
engajamento social e ambiental. 
Todas as fases têm como produto final um cartão S.O.S. 
(acrônimo para Saque, Olhe e Siga seu cartão). 
REFERÊNCIAS

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