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pág. 1 1 Doenças neurodegenerativas GENERALIDADES: Perda progressiva irreversível dos neurônios de determinada região do cérebro Alzheimer tem Incidência mais elevada em pacientes idosos (1 a 2 % na população acima de 60 anos) até um valor que confere 100% nos pacientes centenários. O Parkinson tem um percentual mais fixo nessa população Excitotoxicidade: caracteriza-se por ser uma atividade excessiva que resulta na morte neuronal. Por exemplo >> se colocar glutamato no meio de cultura de células humanas, pode causar mecanismos ou danos que levam à morte neuronal apoptose. VILÕES: Glutamato Despolarização de membrana, por meio da abertura de canais para cálcio operados por voltagem e induz o influxo de cálcio pelo próprio receptor. ** Excesso de cálcio é sinônimo de sinalização excessiva (↑ da quantidade de oxido nítrico e de proteases, perda da integridade da membrana, ↑ da função mitocondrial ↑ das espécies reativas de oxigênio > dano estrutural e morte da célula). HERÓIS: Mecanismo antioxidantes (eliminar espécies ROR), de remoção do cálcio de dentro da célula e que impedem a despolarização excessiva. Para evitar o EXCESSO! ** Se o consumo de vitamina E ou sistema superóxido redutase não for suficiente, ou devido ao polimorfismo, tem-se a maior probabilidade de ocorrência de posterior desenvolvimento de doenças genéticas. A fosforilação oxidativa é necessária para geração de ATP, no entanto, pode ocorrer a formação de espécies reativas de oxigênio (ROS), como radicais livres de oxigênio e peróxido de hidrogênio. Se não forem anulados, esses compostos podem causar danos ao DNA, provocar a peroxidação de lipídeos da membrana e causar morte neuronial. Vários mecanismos de defesa, como a enzima superóxido dismutase e substâncias antioxidantes (ex.: glutationa e α- tocoferol), mantém essas espécies reativas sob controle. Anormalidades do metabolismo ligadas a idade ou deficiências hereditárias podem predispor a neurodege- neração. PARKINSON Apresentações iniciais: Bradicinesia (fraqueza da força muscular > dificuldade de iniciar o movimento) Rigidez muscular (mãos fechadas por exemplo) Tremor de repouso Desequilíbrio postural (postura curvada) Relembrando vias dopaminérgicas: Medicamentos também podem incitar a doença, alguns psicóticos levam a sinais e sintomas semelhantes ao parkisonismo Obs! Parkinsonismo é diferente da doença de Parkinson desenvolvido por indução medicamentosa O achado patológico mais comum é a perda dos neurônios dopaminérgicos da substância negra (núcleo da base), que passam a apresentar inclusões intracitoplasmáticas conhecidas como corpúsculos de Lewy. Esses neurônios fornecem inervação dopaminérgica ao núcleo estriado. A perda de DA é gradual ocorrendo ao longo de vários anos, e os sintomas da doença de Parkinson aparecem apenas quando o conteúdo de 2 dopamina no estriado caiu a 20 - 40% do normal, dificultando o diagnóstico precoce e a cura da doença. Formação da dopamina: L-tirosina >> tirosina hidroxilase >> L-DOPA >> L-dopa descarboxilase >> a dopamina A presença de processo degenerativo além do sistema nigroestriatal, como nos núcleos do tronco cerebral (por exemplo, núcleo motor dorsal do vago), no córtex cerebral e mesmo em neurônios periféricos, como os do plexo mioentérico, pode explicar uma série de sintomas e sinais não motores, tais como: Alterações do olfato; Distúrbios do sono; Hipotensão postural; Constipação; Mudanças emocionais, depressão, ansiedade; Sintomas psicóticos; Prejuízos cognitivos e demência. A demência do Parkinson é diferente da demência do Alzheimer TRATAMENTO DO PARKINSON: LEVODOPA: (L→ mesmo tipo de estereoisomeria > levógeno: esquer- da) Mecanismo de ação: O medicamento atua aumentando o substrato e assim o produto (percussor metabólico da dopamina sendo aumentado, aumenta-se os níveis de dopamina) ** Não se adiciona a dopamina pq ela não tem ação somente no sistema nervoso mais também nos sistemas periféricos, como por exemplo o sistema cardiovascular, além de não atravessar as barreiras em quantidade suficiente, já que circula por vários sistemas. Para isso é necessário inibir a conversão precoce da levodopa em dopamina antes do sistema nervoso central (inibidores a l-dopa descarboxilase fora do SNC) e regularizar a neurotransmissão ineficiente dos parkinsonianos. Geralmente é administrado junto a CARBIDOPA ou BENSERAZIDA, que não penetram bem no SNC, mas inibem a dopa-descarboxilase intestinal. Nome comercial: levodopa + benserazida = PROLOPA Só que não inibe a causa da morte neuronal, ou seja, inibe somente os sintomas, de modo que em determinado momento a perda neuronal é superior ao aumento dos substratos, ou devido ao processo de downregulation onde ocorre a internalização de neurônios dopaminérgicos o tratamento se torna insuficiente. Apesar da excelente eficácia terapêutica, com o tempo a efetividade terapêutica da prolopa declina gradualmente. Os prováveis motivos que explicam esse fenômeno são a progressão natural da doença e mecanismos compensatórios, como downregulation de receptores. Downregulation: é um mecanismo de controle pelo qual uma célula diminui a quantidade de um componente celular, em resposta a uma variável externa. Formas farmacêuticas de liberação lenta ajudam a diminuir, no entanto tendem a ser mais caras... Efeitos adversos: Discinesia (movimentos involuntários) pode surgir alguns anos depois do início do tratamento, fruto do downregulation na via nigroestriatal, efeito central; Rápidas flutuações do estado clínico, com pioras súbitas da bradicinesia e rigidez (wearing off, on- off) AGONISTAS DA DOPAMINA: Bromocriptina (mais antigo), pramipexol e ropinirol (mais novos) Mecanismo de ação: Agonistas diretos dos receptores dopaminérgicos estriatais D2, sem depender de conversão enzimática para sua atividade. Bromocriptina: menos seletiva para receptores D2 (também é agonista parcial D1), o que facilita o aparecimento de efeitos adversos como hipotensão, náuseas, vômitos e sonolência Pramipexol e ropinirol: mais seletivos para D2 (pouca ou nenhuma atividade sobre receptores D1) 3 INIBIDOR SELETIVO DA MAO-B Selegilina e rasagilina A monoamina tem que ser recapitada para que se encerre a ação da mesma, reestocada em vesículas para ele ser utilizado de novo, além de uma pequena quantidade do mesma ser degradada. Mecanismo de ação: Inibem as formas como o corpo degradam monoaminas, inibindo o sistema enzimático que degradam o neurotransmissor que foi liberado. INIBIDORES DA MONOAMINOXIDASE (IMAOs). Sua eficácia se deve a capacidade de retardar a degradação da dopamina no estriado. Deve-se ter cautela com doses elevadas, pois podem acabar inibindo a MAO de forma inespecífica. MAO-A (noraepinefrina) e MAO-B (dopamina) são duas isoenzimas que oxidam monoaminas. ** Embora ambas estejam presentes nos tecidos periféricos, a isoenzima MAO-B é a forma predominante no estriado e é responsável pela maior parte do metabolismo da dopamina no cérebro. Consequentemente mais dopamina vai ser liberada quando os inibidores da MAO-B forem administrados ANTICOLINÉRGICOS: Biperideno (mais antigo de todos) ** O neurônio dopaminérgico tem outro neurônio que vai atuar modulando o mesmo. O neurônio dopaminérgico tem um receptor muscarínico. Quando a acetilcolina se liga a ele, vai ocorrer uma modulação negativa sobre a dopamina, tendendo a aumentar a liberação de dopamina no SNC. Mecanismo de ação: Os receptores muscarínicos centrais da ACh exercem efeitos inibitórios sobre terminais nervosos dopaminér-gicos. A supressão desses receptores compensa a falta de dopamina. ** Só que quando administrado tinha efeitoantimuscarínico por todos os sistemas e não só no SNC. No passado, antes do início da utilização da levodopa, eram extensamente utilizados, mas devido aos efeitos antimuscarínicos são utilizados apenas em casos específicos, dentre esses efeitos estão: Boca seca, Constipação, Comprometimento da visão, Retenção urinária AMANTADINA: ** Efeitos modestos na doença de Parkinson, sendo útil no início do tratamento, quando a doença ainda é branda. Mecanismo de ação: Inibição do receptor NMDA é o fenômeno mais evidente, mas aparentemente também inibe o transportador de dopamina que atua na recaptação de dopamina a ainda apresenta atividades anticolinérgicas. PROTOCOLO CLÍNICO DO PARKINSON: Fatores a ser considerados: Estágio da doença, Sintomatologia presente, Ocorrência de efeitos colaterais, Idade do paciente, Medicamentos em uso e seu custo. ** Evita-se ao máximo anticolinérgicos nos pacientes idosos: Pacientes com DP em fase inicial Sintomas leves sem prejuízo funcional → Tratamento inicial com inibidores da MAO-B visa a obter benefícios sintomáticos em pacientes com sintomas leves (sem prejuízo para atividades de vida diária). → Amantadina tem efeito sintomático modesto e é bem tolerada, podendo ser utilizada nessa situação. Pacientes com DP em fase inicial Sintomas leves com prejuízo funcional → Tratamento terá que ser feito com o levodopa ou os agonistas dopaminérgicos. “Sendo que o levodopa é o medicamento mais efetivo no controle dos sintomas da DP, especialmente a rigidez e a bradicinesia”. 4 Prevenção de flutuações motoras e discinesias. → Se por ventura os efeitos adversos não possibilitar a continuação do tratamento serão tratados com agonistas dopaminérgicos. Paciente com DP em fase avançada → levodopa é o medicamento mais eficaz nas fases avançadas da doença. DOENÇA DE ALZHEIMER: Apresentações iniciais: Deterioração cognitiva e da memória; Comprometimento progressivo das atividades de vida diária; Variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais. Está associada a uma acentuada atrofia do córtex cerebral e a perda localizada de neurônios no hipocampo e na parte basal do prosencéfalo. ** Placas amiloides/senis sendo formadas, envolvidas no processo de neurodegeneração. Embora alterações em muitos sistemas transmissores tenham sido observadas, a perda de neurônios colinérgicos nos núcleos prosencefálicos basais é característica. O enfoque terapêutico desde que essa perda ficou clara tem sido direcionado a transmissão colinérgica, com os melhores resultados após a utilização de anticolinesterásicos. Obs! Difere do anticolinérgico (antagonistas colinérgico que diminue a ação da acetilcolina) TRATAMENTO DO ALZHEIMER ANTICOLINESTERÁSICOS Donepezila e Rivastigmina Mecanismo de ação: Aumenta a neurotransmissão da acetilcolina, diminuindo a ação da acetilcolinesterase Efeitos adversos: geralmente podem causar náusea e vômitos. ANTAGONISMO DOS RECEPTORES DE NMDA Memantina Mecanismo de ação: Provavelmente funciona através da inibição seletiva da ativação excessiva e patológica do receptor de NMDA. PROTOCOLO CLÍNICO DO ALZHEIMER: Leve e moderada → inibidores da colinesterase Moderada e grave → memantina Fármacos capazes de induzir parkinsonismo medica- mentoso: Metoclopramida (plasil/antiermético/antagonista dopaminérgico com efeitos adversos de carac- terística motora) Haloperidol Flunarizina Risperidona Plasil é um remédio indicado para o alívio de enjoos e de vômitos de origem cirúrgica, causados por doenças metabólicas e infecciosas, ou secundárias a medicamentos, antihermético é estimulante da moti-lidade gastrintestinal superior Discussão do artigo: Paciente do sexo feminino, 58 anos de idade, aposentada, com doença de Parkinson e depressão há 3 anos. Estava em uso de amantadina, pramipexol, paroxetina e lorazepam. Ela relata que nos últimos 2 anos notou descolorações avermelhadas em forma de “renda” quando exposta ao frio, especialmente na face, parte “de dentro” dos membros superiores, seios e pernas. Ela nega problemas articulares, hipertensão, episódios tromboembólicos, ou mesmo casos parecidos na família. Livedo reticular: sinal cutâneo caracterizado por um padrão cianótico, em forma de renda/rede que pode ser persistente ou transitório, é meio borrado e as colorações variam de vermelho, verde, púrpura à azulado, que afeta principalmente mulheres jovens até mulheres de meia idade. É um achado patológico (desordem benigna). Com padrão da vasculatura, que vai ascendendo pelas arteríolas > resposta vasoespastica. 5 A amantadina tem sido relatada como uma das causas do livedo reticular, inibindo a recaptação da dopamina e noradrenalina, além de ter um efeito anticolinérgico, bloqueia os receptores de N-metil-D-aspartato (NMDA) e ainda pode inibir catecolaminas, na periferia de alguns pacientes.
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