Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prova de Análise do Discurso - Exercício do Conhecimento - Tentativa 1 de 2 Questão 1 de 6 A paráfrase é um recurso de interpretação textual que consiste na reformulação de um texto, trocando as palavras e expressões originais, mas mantendo a ideia central da informação. No campo linguístico, a paráfrase pode significar o modo diferente de transmitir determinada mensagem que já foi dita anteriormente, alterando apenas algumas palavras por seus sinônimos. A respeito dessas afirmações, leia o texto a seguir. “Ai que moleza no corpo. Uma vontade de me estender no chão. Deixar que o capim cresça em volta. Deixar que os insetos, os fungos se abriguem em mim. Estranha alegria em virar uma paisagem.” Disponível em https://www.significados.com.br/parafrase/. Acesso em 8/12/2019. Agora, identifique a alternativa que apresenta uma paráfrase do texto-fonte. A - “ Ai que firmeza nos membros. Um gosto de levantar do piso. Deixar que o calor invada toda a volta. Pensar que os insetos, os ácaros se abriguem em mim. Felicidade poder se transformar em um animal.” B - “Ai que felicidade no corpo. Uma vontade de me esticar no chão. Deixar que o orvalho caia em volta. Autorizar que os insetos, os fungos se abriguem em mim. Quero virar uma paisagem.” C - “Ai que fraqueza nos membros. Uma vontade de deitar no piso. Permitir que frio diminua o calor em volta de mim. Permitir que os bichos, os agáricos se alojem em mim. Desconhecida esta felicidade de me transformar em um cenário.” D - “Ai que indolência. Uma tentação de sentar no piso. Esperar que a relva aumente no entorno. Aguardar que os bichos, os ácaros subam em mim. Conhecida alegria em mudar para uma paisagem. E - “Ai que tremedeira nos membros. Um desejo de me rolar no chão. Esperar que o capim cresça em volta. Deixar que os animais, os fungos se hospedem em mim. Que alegria virar uma paisagem.” Questão 2 de 6 Entre os anos 1950 e 1960, o teórico francês Émile Benveniste passou a destacar a figura do sujeito falante, mostrando a posição desse indivíduo no enunciado que emite. Brandão (2006, p.54) afirma que, ao tratar da posição e perspectiva do locutor, Benveniste traz à tona a relação que se forma entre locutor/enunciado transmitido/mundo exterior. Por isso, para Benveniste, o que torna possível a comunicação humana? A - É o fato de avaliar todas as esferas que engloba o sistema literário; ou seja, descrever o poema em seus aspectos métrico, sintático, morfológico, léxico e simbólico. B - É o fato de descrever o processo pelo qual a língua é entendida; ou seja, a descrição da constituição da frase pelo falante, no momento da enunciação, faz com que o interlocutor construa o sentido desse enunciado. C - É o fato de utilizar a linguagem como elemento objetivo na construção do texto; ou seja, empregar a linguagem clara, que não dê margem a outras relações de sentido com o mundo exterior. D - O fatos de os estudos avaliarem as unidades da frase; ou seja, analisar as partes que compõem uma frase como elementos constitutivos da comunicação humana. E - Primeiramente, é a condição da linguagem de dar lugar à subjetividade; ou seja, a comunicação só é possível porque o locutor pode se posicionar como sujeito na instância do discurso. Questão 3 de 6 O sentido do discurso muda em função do contexto, da estética, da ordem do discurso e da sua forma de construção. Por isso o sentido do discurso não se restringe a um mero fenômeno de comunicação, visto pelo contexto da ciência, mas também abrange, em seu interior, uma série de fenômenos que colaboram para a transmissão de uma mensagem. Indique que fenômenos são esses os quais podem ser identificados pelos leitores aptos. A - Discursivos, analíticos, históricos e sintéticos. B - Interpretativos, linguísticos, descritivos e históricos. C - Linguísticos, históricos, sociológicos e econômicos. D - Psicanalíticos, linguísticos, históricos e filosóficos. E - Sociais, políticos, históricos e ideológicos. Questão 4 de 6 Para Ferdinand Saussure a linguagem é social e individual; psíquica; psicofisiológica e física, portanto, a fusão de língua e fala. Para ele, a Língua é definida como a parte social da linguagem e que só um indivíduo não é capaz de mudá-la. O linguista afirma que “a língua é um sistema supra- individual utilizado como meio de comunicação entre os membros de uma comunidade”, portanto “a língua corresponde à parte essencial da linguagem e o indivíduo, sozinho, não pode criar nem modificar a língua” (COSTA, 2008, p.116). Embora as contribuições saussereanas para Línguística sejam indiscutíveis, elas foram questionadas e descontruídas em novos estudos. Marque a alternativa que apresenta uma justificativa para o questionamento das ideias de Saussure feita pelos novos teóricos. A - A afirmação de Saussure dirige a atenção para o ato de comunicação em que os falantes conseguem se entender. B - A linearidade do processo de comunicação compreende a fala e o entendimento da mensagem. C - A substituição do pensamento por palavras revela o compartilhamento de informações entre dois usuários da língua de modo compreensível para os interlocutores. D - Ao escrever uma mensagem, o usuário da língua está substituindo um pensamento, um conceito ou opinião por meio de signos convencionados e compreensíveis pelo interlocutor. E - O ato de comunicação apresentado por Saussure desconsidera o contexto, as experiências e as demais influências externas. Questão 5 de 6 A relação entre sujeito e ideologia é o tópico central e recorrente da matéria estudada em Análise do Discurso. Assim, a Análise do Discurso pretende analisar o discurso não apenas como uma mera mensagem que transmite uma informação linear, mas como a expressão de sujeitos inseridos em uma situação real em que fatores externos participam ativamente, misturam-se e constituem o sujeito em si. Portanto, a disciplina de Análise do Discurso pretende analisar o discurso como A - um sistema de regras formais estabelecidas que negam o papel da exterioridade e sua intervenção. B - uma expressão dos sujeitos inseridos em uma situação real, na qual elementos heterogêneos e variáveis se emaranham constantemente, envolvendo sujeitos, ideologias, história e linguagem. C - uma mensagem transmitida pelo emissor e acabada no momento em que era recebida e assimilada pelo receptor. D - uma prática linguística construída a partir de questões relativas à linguagem formal e objetiva, sem interferências exteriores ou subjetivas. E - uma simples troca de informações entre o sujeito e o seu interlocutor, sem interferências externas. Questão 6 de 6 Segundo Michel Pêcheux (2002), filósofo francês, a linguagem está materializada na ideologia e esta se manifesta na linguagem, estabelecendo a relação existente no discurso entre língua/sujeito/história ou língua/ideologia. Nesta perspectiva, entende-se que os sentidos podem ser lidos num texto mesmo não estando ali, sendo de suma importância que se considere tanto o que o texto diz quanto o que ele não diz, ou seja, o que está implícito, que não é dito, mas é significado. Pensar o imaginário linguístico é, então, segundo Pêcheux: “tirar as consequências do fato de que o não dito precede e domina o dizer”. Portanto, na palavra se inscreve o não dito, o que não é verbalizado, mas que está ali, configurado no espaço do branco do papel; guarda segredos nas entrelinhas, gerando um silêncio que suspende o entendimento e aguça a criatividade. https://vivasamas.wordpress.com/2012/02/14/os-ditos-e-os-nao-ditos-no-ambito-discursivo/. Acesso em 8/12/2019. De acordo com Michel Pêcheux A - a formação discursiva compreende o lugar de construção dos sentidos, determinando o que “pode” e “deve” ser dito, a partir de uma posição, numa dada conjuntura. Portanto, é nas entrelinhas, nos interdiscursos, nos desvãos entre o dito e o não dito, que se encontra a formação discursiva. B - buscaro que está explícito no discurso é encontrar o verdadeiro e único sentido dele; é explorar as várias formas e a relação do discurso com os possíveis sentidos. C - o não dito, implícito no discurso, tem uma relação fundamental com o não dito, porque se entende que todos os sujeitos, todos os discursos e todos os sentidos estão prontos e acabados. D - o processo de compreensão de um discurso envolve a sua produção e o seu significado, sem levar em consideração o sujeito da história. E - o silêncio gerado pelo não dito revela que a sua existência é um elemento dispensável do discurso, mas estruturalmente necessária à sua enunciação.
Compartilhar