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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM AULA 8 COMUNICADO SOBRE A PANDEMIA COVID-19 Caro aluno, Devido à pandemia que enfrentamos neste momento, estamos passando por tempos desafiadores, juntos e com esforços de cada um, certamente venceremos essas adversidades. Pensando na saúde e bem-estar de todos os nossos alunos, corpo docente e administrativo, e seguindo as determinações dos órgãos municipais, estaduais e dos Ministérios da Saúde e da Educação, as práticas pedagógicas propostas pelo seu curso deverão ser desenvolvidas em casa. Precisamos nos assegurar de que nossos alunos estão em segurança e, por isso, pedimos que você utilize sua criatividade, mas não deixe de realizar suas práticas, pois elas são fundamentais para a sua formação. FLUXO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO A parte de planejamento/organização e RELÁTORIO DAS ATIVIDADES devem ser realizados em sua casa... NÃO HÁ PERDA DA QUALIDADE DO PRODUTO A SER APRESENTADO! PARTE PRÁTICA DE EXECUÇÃO DO PROJETO Vale realizar as atividades propostas em cada projeto com os pais, irmãos, sobrinhos (QUE RESIDAM EM SUA CASA...), vale fazer videoconferência com a amiga que é professora, com o colega que trabalha como secretário, enfim, use sua imaginação, mas não deixe de fazer suas práticas pedagógicas e postar no portal, pois essas atividades compõem sua avaliação. Se você residir sozinho(a), utilize a sua CRIATIVIDADE, mas execute o plano da atividade que você está propondo para as PRÁTICAS PEDAGÓGICAS. Temos certeza de que essa pandemia se trata de algo que iremos superar e, rapidamente, poderemos normalizar nossas vidas. Um abraço, Equipe da UNIFAVENI Avaliação Pedagógica e Análise dos Resultados Abertura Olá! A análise dos resultados da avaliação da aprendizagem dos alunos e avaliação pedagógica dos professores serve principalmente para que se tenha uma visão ampla da educação no país e, consequentemente, para que seja possível saber o que fazer para melhorar as políticas públicas nesta área. Nesta aula, aprenderemos mais sobre instrumentos avaliativos e as distintas esferas onde estes devem ser aplicados: avaliação docente e discente. BONS ESTUDOS! APRESENTAÇÃO CONCEITUAL PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM GESTÃO DA APRENDIZAGEM 1 – O QUE É AVALIAÇÃO PEDAGÓGICAS? As avaliações dos resultados pedagógicos são de extrema importância, podendo ser externas ou internas. As externas, como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), entre outras, são válidas, mas não podem ser usadas como o único meio de avaliação da performance de uma escola. A análise dos resultados da avaliação da aprendizagem dos alunos e avaliação pedagógica dos professores serve principalmente para que se tenha uma visão ampla da educação no país. E, consequentemente, para que seja possível saber o que fazer para melhorar as políticas públicas nesta área. 2 – QUAL É A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA? Este é um momento muito importante de avaliação para que se decida o que será mudado e o que será mantido. Mas este não deve ser o único momento de avaliação e reflexão. Ao final de cada bimestre, a coordenação e os professores precisam separar um momento para discutir sobre o desenvolvimento da turma e de cada aluno, em particular. É hora de olhar para a produção dos estudantes, os dados relacionados ao desempenho escolar, o trabalho desenvolvido pelo professor e as condições oferecidas pela instituição. 3 - AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DO ALUNO Este procedimento não serve somente para comparar se a nota dos alunos melhorou ou piorou. Serve para fazer a avaliação da aprendizagem dos alunos como um todo e em cada área de estudo. Para tanto, é muito importante o uso de diários de classe, portfólios e fichas de registro com as atividades e produções dos estudantes, que demonstrem de forma clara o avanço (ou não) de cada um e em cada conteúdo. 4 - RESULTADOS DA AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA Agora, com os resultados em mãos, chegou a hora de decidir quais ações serão necessárias para que a turma ou o aluno alcance o aprendizado que ficou defasado. Estar em contato frequente com os pais é essencial para que eles tenham ciência de como anda o aprendizado de seus filhos e, assim, também possam ajudá-los. É preciso ter o cuidado de não comparar um aluno com outro, pois cada um é um ser único e especial. Além disso, as condições físicas e estruturais oferecidas pela escola também fazem parte desta avaliação. Afinal, não adianta o coordenador querer que os professores utilizem a sala de informática se ela não está funcionando direito, por exemplo. E, considerado como um dos pontos mais relevantes, é um ótimo momento para fazer a avaliação pedagógica dos professores. 5 – PORQUE FAZER A AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES? A ideia de avaliar o professor surge no momento em que sabemos que ele é o elemento mais importante durante a aprendizagem do aluno, para que este obtenha sucesso. Um bom profissional influencia (e muito!) nesse processo. Entretanto, não se pode vincular o sucesso ou o fracasso dos estudantes apenas à qualidade do docente. Isso porque precisamos considerar que existem outros elementos que também influenciam de forma significativa na evolução do aluno. Por isso, fazer a fazer a avaliação pedagógica dos professores é tão importante assim como fazer a avaliação da aprendizagem dos alunos. 6 – COMO FAZER A AVALIAÇÃO DO PROFESSOR? O maior problema enfrentado quando se fala em fazer a avaliação pedagógica dos professores é a grande resistência desses profissionais em serem avaliados. Não existe um modelo único de avaliação e, ao redor do mundo, ela é feita de várias formas diferentes. França: a avaliação pedagógica dos professores é realizada pela equipe pedagógica da própria escola; na Inglaterra: os responsáveis são o diretor da instituição e avaliadores externos treinados para isso; já em Portugal: são os próprios professores que avaliam uns aos outros. Temos, ainda, a observação da aula por parte do coordenador, bem como a imprescindível autoavaliação feita pelo professor. O ideal seria a utilização de avaliadores internos e externos, mas esta é uma alternativa que sai muito cara e, portanto, pouco utilizada. O que é considerado como essencial é que ela seja justa, eficaz e que tenha objetivos claros. Assim, seus resultados serão considerados confiáveis pelos professores, pois eles são profissionais que desempenham tarefas complexas — e avaliá-los não é uma tarefa simples. Veja alguns dos aspectos que podem ser considerados na hora da avaliação pedagógica dos professores: • o domínio científico do conteúdo lecionado; • o uso de ferramentas pedagógicas em sala de aula; • o planejamento das aulas; • seu relacionamento com os alunos; • como ele lida com a indisciplina; • a participação em reuniões; • o cumprimento de horários. É preciso tomar cuidado para não focar na avaliação de muitos pontos e acabar por não chegar a lugar algum ou se ater a uma questão e não obter um resultado confiável e real sobre o desempenho de cada professor. É preciso chegar a um equilíbrio. Se avaliadores externos forem utilizados no processo, deve-se ter a certeza de que tais pessoas foram muito bem treinadas para isto. 7 – O QUE FAZER COM OS RESULTADOS PEDAGÓGICOS OBTIDOS? Realizar a avaliação pedagógica dos professores sem ter o que fazer com seus resultados torna-se inútil. É necessário que seja marcado um horário com cada docente para uma devolutiva. O objetivo é de elogiá-lo e encorajá-lo a repensar seu desempenho e a melhorar nos aspectos que forem necessários. Com os resultados em mãos, o coordenador pode ainda usar tais reuniões para trabalhar com as dificuldades encontradas pelos profissionais. Assim, desenvolvendo uma formação continuada ao longo do ano. Sendo assim, elas não se tornam apenas momentos de passarrecados ou resolver problemas administrativos, mas oportunidades de aprendizado efetivo para todos. Referencial Teórico Para refletir mais sobre a avaliação pedagógica, convidamos você a fazer a leitura do artigo intitulado "A avaliação dos professores enquanto alunos: O uso da experiência pessoal como agente de mudança", de Leonor Segurado Falé Balancho. BOA LEITURA! 1. INTRODUÇÃO «Il s’agit presque d’une activité natu- relle de l’homme; chacun de nous est, sans cesse, amené à juger, èvaluer.» Dina Sensi, 1990 A avaliação, no seu sentido mais abrangente, faz parte da história da humanidade e é intrínse- ca à sua evolução. Enquanto factor de consciên- cia e desencadeador de transformação na forma de estar e ser sempre serviu para nos orientarmos nas constantes decisões sobre a vida, reflectir- mos sobre as atitudes a tomar, conhecermo-nos e impulsionarmo-nos a melhorar (Valadares & Graça, 1998). Em educação a avaliação é um elemento cen- tral de qualquer processo de ensino-aprendiza- gem. Numa multiplicidade estonteante de con- cepções, formatos e designações (APA, 2000; Fernandes, 1999; Novak & Gowin, 1995; Pinto, 1991, 1994) tem-se transfigurado, muito para além da estaticidade dos entendimentos mais tra- dicionais, a ponto de ser considerada, como o se- rá neste trabalho, como um instrumento de mu- dança pessoal (Valadares & Graça, op. cit.). A tensão que tem resultado do abandono dos paradigmas psicométrico e comportamentalista em favor do paradigma cognitivista, passando assim da ênfase na própria medição ou no produ- to da aprendizagem, para a ênfase no processo dessa aprendizagem, não está contudo resolvida. As novas perspectivas atestam a relevância dos aspectos afectivos, cognitivos, psicomotores, contextuais e de construção pessoal que devem ser inerentes à avaliação, dando assim relevo aos factores dinâmicos e construtivistas do processo (Gronlund & Linn, 1990; Valadares & Graça, 1998). Encaminham a definição de avaliação no sentido de uma visão subjectiva, contínua e siste- mática, e defendem que «as concepções susten- tadas por um professor são os melhores indica- dores das decisões que diariamente toma nas suas práticas pedagógicas e são determinantes no modo como encara o processo ensino-aprendiza- gem-avaliação» (Valadares & Graça, 1998, p. 52). Se durante anos a avaliação experimentada no contexto escolar foi uma avaliação estritamente centrada nos alunos, nos dias de hoje, e em 371 Análise Psicológica (2000), 3 (XVIII): 371-379 A avaliação dos professores enquanto alunos: O uso da experiência pessoal como agente de mudança LEONOR SEGURADO FALÉ BALANCHO (*) (*) Escola Superior de Educação João de Deus, Lisboa. muitos países ocidentais, ela é encarada também na perspectiva da caracterização e do julgamento da função do professor (APA, 2000; Perrenou, 1999). Esta mudança faz sobressair uma crescen- te preocupação com a qualidade do ensino, e uma perspectiva mais dinâmica e aberta de todo o contexto educativo. O professor deixa de ser um ser intocável todo poderoso para ser alvo de escrutínio do seu desempenho e desenvolvimen- to. A avaliação educacional passou assim a abranger, na visão mais actual, dois tipos de in- tenções: a pedagógica e a social. No primeiro ca- so pretende auxiliar os alunos na construção de conhecimentos e os professores na eficácia de os ministrar; no segundo tem como intenção melho- rar o ensino na sua globalidade e estimular, apoiando, as mudanças e melhorias individuais e colectivas. Acreditamos que estas transições conceptuais e práticas são, indiscutivelmente, sinais de um claro avanço qualitativo e de uma evolução que intui os procedimentos avaliativos como passíveis de serem instrumentos de auto- conhecimento e de construção pessoal e, por ine- rência, de pontuação de transformações. Esta potencialidade tem vindo a ser confirma- da na minha experiência pessoal. Como forma- dora de professores do 1.º ciclo, e ao ser, obriga- toriamente, avaliadora das suas aprendizagens nas acções de formação em exercício, fui reco- nhecendo as dificuldades que experimentam, num intrincado paralelismo, quer em ser avalia- dos, quer em avaliar os seus alunos. Sendo a avaliação inevitável e inerente ao processo ensino-aprendizagem, e dada a sua re- levância particular no sucesso escolar e na estru- turação e regulação das práticas pedagógicas, dos conhecimentos adquiridos pelos alunos e das relações com o mundo interior pessoal dos acto- res escolares e com o mundo exterior à escola (Carvalho et al., 1994; Valadares & Graça, 1998), acreditamos que deva ser um elemento central na área da Formação de Professores. Tendo presentes estes pressupostos, este tra- balho analisa a importância e possibilidade do professor-aluno reinvestir na sua prática pedagó- gica os ganhos e ensinamentos da experiência de ser avaliado, potenciando e melhorando, para si e para os seus alunos, a utilidade e função da avaliação. Aqui se defende que, para desenvol- ver qualquer mudança esclarecida nas suas práti- cas, e se desenvolver como profissional, o pro- fessor necessita passar por um processo de auto- avaliação e auto-conhecimento, em que a refle- xão pela experiência directa é o fulcro do início de uma construção pessoal e de uma transição majorante (Martins, 1988). 2. OS PROFESSORES COMO AVALIADORES São inúmeras as dificuldades e questões que assolam o campo da avaliação dos alunos, re- flectindo a importância cada vez maior do suces- so escolar, para o próprio, para a instituição edu- cativa, para a família e para a sociedade. Por isso mesmo muitos têm sido os critérios propostos como essenciais a qualquer sistema avaliativo (APA, 2000). De entre eles seleccionámos (1) o controlo do enviesamento (o esforço para que a medição e o seu resultado não se baseie em pre- ferências pessoais eticamente criticáveis, mas re- sulte em classificação justa e o mais objectiva possível do desempenho); (2) a capacidade de saber identificar a necessidade de alterar ou me- lhorar as práticas pedagógicas para produzir maior e melhor aprendizagem; (3) o alargamento da avaliação a áreas que não incidam apenas so- bre o conhecimento adquirido, sempre tendo presente o uso de metodologias e conhecimentos múltiplos e complementares para realizar essa avaliação. 2.1. A ética da avaliação Dizia Barbier (1990, p. 34, citado em Pinto, 1994), que «tudo se passa como se o espaço ideológico esteja construído em redor da ideia de avaliação, estruturada na periferia de dois pólos: um pólo negativo organizado em volta das no- ções de repressão, selecção, sanção, controlo, e um pólo positivo organizado em redor das no- ções de progresso, mudança, adaptação, raciona- lização». Num aprofundamento do lado menos saudável da avaliação, vemos que, na formula- ção e entendimento típico, aos professores não é muitas vezes possível escapar àquilo que para al- guns se transforma numa armadilha, e que acaba associado a burn out e a reactividade negativa de alunos e encarregados de educação; aos alunos, nada os protege das tensões, medos, injustiças, subjectividades, enviesamentos e incoerências 372 associadas ao facto de serem avaliados pelo professor. Em Portugal, como ainda em muitos cantos do mundo, «...o professor tem o privilégio de não ter de prestar contas da correcção e signifi- cado do seu trabalho» (Bartolomeis, 1981, p. 40), nem da própria forma como avalia os alu- nos. Apenas superficialmente é avaliado sobre como avalia, e sempre sobre o resultado e nunca sobre o processo que o gerou (Espiney & Caná- rio, 1992). O escrúpulo moral e o esforço de ido- neidade, esse cabe a cada um, e é muitas vezes falho, por ignorância ou incompetência formati- va. Quantas vezes a avaliação não é mais do que uma forma inconsciente de punição do aluno ou o resultado de cristalização de expectativas, tão longe do desejado referencial que auxilie a aba- lizar as áreas que é necessário gerir, os compor- tamentos de aprendizagem/ensino que é preciso mudar, os próprios processos de pensamentoe funcionamento que há que conhecer (Pinto, 1992)? Da falta de operacionalização de critérios à ausência da sua homogeneização, muito há que andar até acreditarmos em sistemas avaliativos que reduzam as injustiças. Diz Edgar Morin (ci- tado em Astolfi, 1997, p. 9) que há que atender «à relatividade dos conhecimentos, à sua depen- dência em relação ao observador e às condições de observação, e não esquecer que uma porção de conhecimento num plano facilmente se paga com uma ignorância noutro». Só uma avaliação universal, pró-activa e partilhada, em que professores e alunos se avaliem mútua e aber- tamente, poderá encorajar novas utilidades e objectividades neste processo. É nossa crença que a subjectividade da avaliação pode relativi- zar-se se a entendermos de uma filosofia que a encara e concretiza como um processo de cres- cimento pessoal de todos os envolvidos. Passará a ser uma forma de incentivar e progredir, e de usar um instrumento acessível a todos: o erro. De acordo com Astolfi (1997), há uma aversão espontânea ao erro, e a sua rejeição no contexto didáctico impede o seu uso como factor de qua- lidade superior para a aprendizagem significati- va. 2.2. Mudanças nas estratégias pedagógicas e avaliativas: da teoria à prática Levar o professor a objectivamente conhecer e avaliar o seu próprio trabalho ou o sistema de formação de que é alvo é um ganho recente, que pretendeu conseguir que ele fosse mais do que o tradicional medidor de produtos de aprendiza- gem (APA, 2000; Fernandes, 1999). A complexi- dade e diversidade do sistema actual de avalia- ção, bem como do seu entendimento teórico, trouxe-nos uma mudança no quadro conceptual, tendente a implicar mudanças na prática pedagó- gica. No entanto, a realidade concreta das acções educativas tem-se mantido globalmente imutá- vel, com prejuízo para formas menos proveitosas que permitam um maior impacto da avaliação no desenvolvimento pessoal e escolar dos interve- nientes no processo. Com Fernandes (1999, p. 112) defendemos que «avaliar não é contabilizar erros; não é atribuir níveis; é incentivar a (mudar e a) melhorar; é convercer(-se) do que (se) é ca- paz.» Com efeito, e em nosso entender, a alteração dos entendimento teóricos não se fez acompa- nhar da desejada mudança prática, apesar dos despachos legais e normativos; salvo honrosas excepções, as mudanças visíveis foram sobretu- do superficiais ou aparentes. Mais não seria de esperar, já que a formação de docentes no domí- nio da avaliação dos alunos é quase inexistente nalguns currículos de formação inicial de profes- sores, e em muitos programas de Centros de For- mação Contínua, deixando os docentes, tantas vezes, dependentes apenas da intuição, das con- versas entre colegas, de eventuais projectos-es- cola sobre o tema, e das memórias da forma co- mo eles próprios foram avaliados enquanto alu- nos. Avaliar «o que se aprendeu (...) e o que, e co- mo se ensinou» (Pinto, 1991, p. 38) enriquece o entendimento e a eficácia da avaliação. Se consi- derarmos que «o verdadeiro fim da educação são as intervenções inovadoras» (Bartolomeis, 1981, p. 12), quer da parte do docente, quer do aluno, então consideraremos que qualquer inovação, mudança, ou construção pessoal e académica, deverá partir duma base apoiada na reflexão pessoal e no feed-back. O que se faz no domínio da avaliação está dependente das teorias e das práticas pessoais sobre o ensinar e o aprender, sejam essas teorias explícitas ou implícitas e es- sas práticas automatizadas ou reflectidas (Fer- nandes, 1999). Em todo o caso, o desenvolvi- mento do conhecimento pessoal dessas teorias e 373 do seu impacto, quanto do tipo de prática e das suas razões, será básico na referida mudança. 2.3. Dificuldades na evolução e diversificação dos formatos avaliativos São inúmeras as razões para as insuficiências e limitações no uso de instrumentos e procedi- mentos avaliativos, e na sua gestão diária num contexto que é, por definição, afectivo, como é o do ensino-aprendizagem. Se a menor, ou a mais facilmente resolúvel, talvez seja a da ausência de formação específica, prática e interiormente transformadora, como já referimos, são eventual- mente mais limitativas a resistência à mudança e a falta de apoio estrutural, institucional e relacio- nal, quando se ousa experimentar mudar (Perre- noud, 1993). A avaliação deve em si mesma ser pedagógi- ca, e o processo de ter presente os objectivos da avaliação, escolher as técnicas e os instrumentos de avaliação relevantes e coerentes com os objectivos definidos, diversificar essas técnicas e instrumentos e conhecer as suas limitações (Va- ladares & Graça, 1998) parecem ser passos deci- sivos na melhoria das tomadas de decisão avalia- tivas. Que é difícil, nos actuais contextos escolares, duros e complexos, imprevisíveis e diferencia- dos, conseguir a planificação e a concretização destas intenções, ninguém hoje duvida. Mas que a diversificação de estratégias e o reconhecimen- to da avaliação como muito mais abrangente do sujeito-aluno-total e do professor em todas as suas dimensões pessoais e profissionais, são uma saída possível para a estagnação e indefini- ção de que padecemos no contexto escolar por- tuguês, também não duvidamos. 3. OS PROFESSORES AVALIADOS A formação de professores é um processo ain- da em construção. Como certezas talvez apenas tenhamos a de que deve promover mudanças nos professores e nas escolas, que precisa transfor- mar o ensino e dar vida a novas práticas e apren- dizagens. Rui Canário (1995, p. 38, citado em Fernan- des, 1999) dizia a propósito «Como todas as ou- tras pessoas, os professores formam-se a partir de um trabalho sobre si próprios, da acção dos outros e da influência dos contextos de trabalho em que estão inseridos». Voltar a estar do lado dos alunos é seguramen- te uma experiência rica em aprendizagens para os professores. Tomar consciência de fenómenos que os docentes criticam nos alunos, e que se vêem a desempenhar quando aprendizes, auxilia- os a olhar distanciadamente a realidade da sua experiência como agentes da aprendizagem. No entanto, para que esta situação aconteça e provo- que mudanças positivas nas práticas pedagógi- cas, é necessário que o formador auxilie os pro- fessores a «verem» com olhar construtivamente crítico os seus próprios comportamentos, e a fa- zerem paralelismos com as necessidades e vivên- cias dos seus alunos. Mesmo com a diferença de capacidades, competências, experiência de vida, aprendizagens ou idades a interferirem neste processo, há uma enorme riqueza na situação do professor poder passar a olhar os seus alunos, os seus próprios comportamentos durante as aulas ou as suas práticas de ensino e aprendizagens, de uma forma mais reflexiva e perspectivada. Sabe- mos como é oportuno aperfeiçoar as competên- cias dos docentes para interpretarem e identifi- carem as áreas e os procedimentos a precisar de mudança. De acordo com Kemmis e McTaggart (1988, citado em Vilar, 1993), o professor deve: - compreender tudo quanto faz - interpretar criticamente os seus próprios «valores» à luz de outros «valores» coexis- tentes - analisar o seu trabalho, na escola e na sala de aula, à luz dos textos e contextos em que actua - situar historicamente a Educação e a escola, tanto do ponto de vista sincrónico como do ponto de vista diacrónico - conhecer-se a si próprio, através da «histó- ria da sua vida» pessoal e profissional. A consciência da incompletude, o desejo de experimentar diferente, o interesse em conhecer mais, a crença na mudança esperada, a percepção de benefícios ou tensões, as interacções estimu- lantes e valorizadoras, todas podem confluir no desenvolvimento/mudança do professor em bus- ca de uma nova identidade (Alves, 2000). A compreensão e o desenvolvimento pessoal, 374 entendidos como uma consciência plena da sua forma de ser e estar, são hoje considerados es- senciais para uma acção pedagógica eficiente (Marujo, Neto & Perloiro, 1998; Neto, Marujo & Perloiro, 1999). O facto do professor aprendera olhar as suas atitudes, gestos, entendimentos e acções como se de um observador externo se tra- tasse, parece ser básico para que a educação prospere e cresça em coerência e qualidade. Em consonância, o processo avaliativo deve cada vez mais envolver a avaliação de comporta- mentos e atitudes, emoções e competências so- ciais. Por isso exige o manuseamento informado de novos instrumentos, que permitam ao profes- sor olhar e detalhar outras áreas do saber, do sa- ber estar e do saber ser, que se prendem com o analfabetismo emocional, mais do que apenas a com iliteracia. Num país em que a avaliação e a pressão para o sucesso cada vez mais marcam a relação pedagógica e familiar da classe média, e em que o clima emocional das escolas se dete- riora, tendendo para relações pessoais negativas, desmotivadoras e conflituosas, há que descentra- lizar a avaliação e assumir novas áreas de centra- ção do reconhecimento do saber. É assim que o aproveitamento dos momentos das acções de formação, como trampolim para transformações pessoais, nos faz avançar para uma proposta concreta. 3.1. Professores em Formação Contínua Os professores em Formação têm, também eles, de ser avaliados. Identificar as aprendiza- gens que desenvolvem ou as mudanças que con- seguem, quer estejamos a ensinar em Curso ou em Oficina de Formação, é uma exigência da le- gislação da Formação Contínua. No entanto, é dada ao formador alguma liberdade na escolha das metodologias e formatos avaliativos a utili- zar, o que permite propor avaliações contínuas, finais, individuais ou grupais, sumativas ou for- mativas, processuais ou de resultados. Esta pos- sibilidade torna viável a utilização dos vários formatos, levando os professores a experimen- tarem de novo os ganhos, as dificuldades e os impactos de ser alvo de um processo de avalia- ção. Ainda que tendencialmente mais suave do que aquela que eles tendem a imputar aos seus próprios alunos, a avaliação que realizam colo- ca-lhes desafios e tensões. A apropriação e re- flexão sobre esta experiência enquanto avaliados torna-a viva e passível de servir de modelo para as próprias acções pessoais, em particular en- quanto avaliadores. Ao aliar-se aos formatos pedagógicos (Pinto, 1991), a avaliação e a formação aproximam-se de forma a permitir que a primeira seja, não só um instrumento de gestão da segunda, mas que esta seja um modulador da primeira. Frequentemente se ouvem professores que estão a passar pela experiência de formação a, espontaneamente ou induzidos, referirem compa- rações entre o seu comportamento de alunos e o dos seus próprios educandos. Esta vivência é por nós considerada de grande riqueza em termos da mudança atitudinal e comportamental. Não se conseguem facilmente mudanças nos seres humanos; mudar atitudes ou comporta- mentos é das tarefas mais complexas com que a vida nos confronta (Hargreaves, 1998). Se enten- dermos as Acções de Formação Contínua como um momento, central no percurso do professor, para o levar a reflectir sobre as suas práticas e a melhorar – senão para quê a formação no de- correr da carreira? – então há que identificar as potencialidades do próprio processo formativo, na sua forma e metodologia, tanto ou mais que nos seus conteúdos, para levar a mudanças. Porque não, então, aproveitar o facto de ter um grupo de professores a quem é preciso ava- liar, para os fazer reaprender informações e da- dos que os levem a reflectir, e optimisticamente mudar, melhorando, a sua acção avaliativa? 3.2. Professores-Alunos Os mecanismos psicológicos principais que podem justificar esta aprendizagem e mudança são o processo de descentração por que o profes- sor passa ao voltar a ser um «aluno-avaliado», e o de aprendizagem vicariante que o leva a ter um modelo valorizado que tenha vontade de seguir. 3.2.1. Processos de descentração Quanto ao processo de descentração, o profes- sor, ao sentar-se «do outro lado da secretária» e ao voltar a sentir-se um aluno, torna a assumir-se e sentir-se como um aprendiz. Revê-se como al- guém que tem que desempenhar um conjunto de 375 papéis e comportamentos que permitam a apren- dizagem, e aí se (re)encontra com os seus pró- prios alunos. O olhar sobre a realidade do ensi- no-aprendizagem torna-se distanciado, porque visto de duas posições, e permite por isso uma empatia e proximidade com o «lugar da carteira» há muito abandonado. Com o apoio do formador, o professor pode desenvolver activamente esta experiência, treinando a descentração e a capaci- dade de fazer paralelismo com as suas necessi- dades, vontades, ansiedades, dificuldades e com- portamentos enquanto aluno, em geral, e enquan- to alvo de avaliação em particular. 3.2.2. Aprendizagem vicariante Observar um modelo que nos impressiona e com quem estabelecemos uma relação afectiva pode ser uma forma fantástica de aprender e mu- dar. O formador deve, tal como o Professor em relação aos seus jovens alunos, estar plenamente consciente do seu impacto como modelo, para poder «utilizar-se» e provocar aprendizagens atitudinais e comportamentais que considere de- sejadas. No domínio particular do tema deste tra- balho, ele deve ser um modelo central de como podem ser usados os necessários e inevitáveis formatos avaliativos para um melhor auto-co- nhecimento, numa verdadeira progressão cons- ciente na aprendizagem. 3.3. O processo de avaliação dos professores- -formandos Nas acções de Formação Contínua realizadas pela autora deste texto, pretendeu-se levar os professores a, independentemente dos conteúdos ministrados, atingirem os seguintes objectivos: - serem capazes de se observar e tomar cons- ciência metacognitiva das suas acções, pes- soais e profissionais, aumentando o seu grau de auto-conhecimento - potenciarem a capacidade de se avaliarem e reconhecerem o impacto, umas vezes nega- tivo, outras positivo, dessa avaliação - melhorarem a sua capacidade de tomada de decisão - aumentarem a capacidade de utilizarem o produto da sua reflexão avaliativa para avanços nos seus processos e produtos de aprendizagens - desenvolverem a sua capacidade de avalia- ção grupal, e de como gerir conjuntamente a avaliação individual, as expectativas sociais sobre o seu desempenho e a participação e funcionamento em grupo - co-construirem a capacidade de se avalia- rem e avaliarem os outros com um máximo de isenção e um mínimo de juízos de valor. Para atingir estes objectivos foram utilizadas técnicas pedagógicas e psicológicas de: - auto e hetero observação (treinos e instru- mentos de observação e registo; Estrela, 1984; Laishley, 1983; Neto, Marujo & Per- loiro, 1999). Estes instrumentos apoiaram- se em histórias de vida (com apelo à memó- ria das experiências pessoais enquanto alu- nos e filhos, uso de gravações em áudio ou em vídeo das aulas com os seus alunos e análise das interacções verbais com alunos e colegas a partir de grelhas fornecidas pelo formador) - tomada de decisão e resolução de problemas (Shure, 1992). Neste domínio foram usados estudos de caso em sessão, que implicaram trabalhos grupais para treino de competên- cias de pensamento alternativo e sequencial, de análise valorativa de possibilidades, de flexibilidade na interpretação de situações e de reflexão sobre as soluções criativas. A diversidade inerente ao trabalho em grupo possibilitava, à partida, riqueza de alternati- vas, e dava o mote para a sua análise dife- rencial e consequêncial. - auto-avaliação escrita e oral. Nesta área os formandos viam-se envolvidos em momen- tos escritos e orais, individuais e colectivos, de reflexão pessoal e grupal sobre os seus desempenhos. De novo eram dadas grelhas que facilitassem a interpretação da expe- riência, e atribuído um feed-back sempre valorativo, que se podia seguir da especifi- cação das áreas a necessitarem de melhoria. O uso do Inquérito Apreciativo (Neto, Ma- rujo & Perloiro, 1999) auxiliava no reco- nhecimento da cantração, não nas falhas ou nos erros, mas nas áreas que já são bem su- cedidas como pontos de partida paraa evo- lução pessoal. 376 - avaliação grupal oral no decorrer das ses- sões, sempre centrada sobre processos de pensamento e de trabalho. Pretendia-se com esta metodologia treinar a capacidade dos formandos em reconhecerem e expressarem, de forma positiva e construtiva, feed-back aos colegas de curso. O cuidado que era im- posto nessa expressão pretendia vir a desen- volver nos formandos a competência de avaliar sem denegrir, e apontar áreas de mudanças já apresentando propostas alter- nativas. - avaliação individual escrita pontual, em momentos estratégicos, nos intervalos das sessões, e sistemática no final da Formação. Os instrumentos escritos orientados (contra- pondo a outros anteriormente referidos mais abertos e apenas com perguntas gerais), em formato de rating-scale ou de teste mais formal permitiam ao formando ter uma experiência mais próxima daquela que propõe aos seus alunos. Eram em seguida analisadas as emoções associadas a este tipo de avaliação, quer nas suas limitações e ne- gatividades, quer nas suas vantagens even- tuais. Realizavam-se comparações com os outros tipos de formatos avaliativos já refe- ridos. Com todas estas metodologias pretendeu-se diversificar ao máximo a experiência da avalia- ção, por forma a permitir analisar conjuntamente as potencialidades ou limitações de cada estra- tégia. Teve-se sempre o cuidado de ir fazendo pontes com os professores relativamente à expe- riência passível de ser vivida, com cada metodo- logia, pelos seus próprios alunos. Desta feita, foram propostas várias formas práticas a concre- tizar inter-sessões, para que os professores pu- dessem ir cimentando e contrapondo o que vivi- am com aquilo que os seus alunos poderiam vi- ver em situações semelhantes. Entre essas en- contram-se as gravações das aulas, já referidas, a passagem, aos alunos, de alguns instrumentos avaliativos simples, com componentes de auto- -avaliação, individual e grupal, construídos nas sessões da própria formação, ou a tarefa de tra- zer para as sessões alguns dos testes e outros ins- trumentos usados por cada professor, com res- postas dos alunos, para análise colectiva, sempre que possível, anónima. Este factor do anonimato pretendeu reduzir a resistência dos professores a partilharem material e experiências pessoais e, pelo contrário, aumentar a sua confiança no gru- po, no formador, e no espaço da formação para trazer o mais profundo do seu sentir e o mais tí- pico da sua prática. Assim, levou-se cada um à reflexão sobre sen- timentos e crenças enraizadas – não apenas frias cognições – associadas a cada procedimento. Analisou-se a subjectividade inerente à avalia- ção, e os factores que tendiam a potenciá-la ou minorá-la; construiram-se conjuntamente, em trabalho de grupo, critérios para auxiliarem na diminuição dessa subjectividade (Noizet & Ca- verni, 1985). Fizeram-se ligações com os pro- dutos da aprendizagem e as metodologias que pareciam mais eficazes para aprender (Leitão et al., 1993). Como exemplo, refere-se que algumas das sessões foram leccionadas em formatos espaciais tradicionais (em filas de carteiras com os alunos de costas uns para os outros e de frente para o formador e com tarefas intencionadas para a aprendizagem e avaliação individualizada) e outras em formatos cooperativos (de pequenos grupos em círculos, com tarefas a serem realiza- das e avaliadas em acção colectiva). Interessante notar, neste particular, que os professores siste- maticamente preferiam, como forma de aprendi- zagem e de avaliação que consideravam mais eficaz para eles na Formação, o trabalho em gru- po, apesar de sistematicamente tenderem a ensi- nar e avaliar os seus alunos em formatos indivi- duais. Esta foi uma das áreas em que se notaram mais mudanças e mais situações de experiência de «fazer diferente» na prática subsequente da sala de aula, tanto mais que algumas das sessões foram realizadas, propositadamente, não na sala da Formação Contínua, mas nas próprias salas dos professores em formação. Estamos em crer que a Formação referida, com este tipo de formato (e apesar de não se cen- trar apenas sobre avaliação, mas também em me- todologias pedagógicas gerais e atitudes pessoais e comportamentais subjacentes e concomitantes) provocou muito mais mudanças e compressões transformadoras neste domínio do que muitas Formações tradicionais, específicas, meramente informativas sobre novas metodologias avalia- tivas. A vivência e a consciência plena, com atenção às emoções envolvidas, às expectativas, 377 aos comodismos, às resistências e aos «fantas- mas no armário», foram um motor gerador de mudanças que fez perceber com mais plenitude a verdadeira intencionalidade da tarefa de avaliar. 4. CONCLUSÃO A formação tem que se enquadrar na área do desenvolvimento profissional do professor (Day, 1992). Este, por sua vez, tem que se integrar num processo de desenvolvimento pessoal, cada vez mais abrangente e aprofundado, sem o qual dificilmente a escola evoluirá. As mudanças não poderão continuar a ser «mudanças legisladas», mas têm de começar a ser «mudanças reflecti- das», desejadas e escolhidas, entendidas num contexto sistémico e construtivista de impacto circular (APA, 2000; Perrenoud, 1999; Valadares & Graça, 1998). No domínio da avaliação, esta tem de transformar-se numa estratégia de estí- mulo à evolução, construção e conhecimento pessoal, cada vez mais coerente com um ensino em direcção à autonomia, à reflexão, à constru- ção pessoal e à verdadeira vontade de mudança. A energia gasta no processo avaliativo tem de passar a ser investida na inovação, não numa multiplicação utópica de formas e instrumentos, mas numa cuidada reflexão das possibilidades e das alternativas (Hargreaves, 1998). Abrir portas novas e olhares reflexivos permite entrever no- vos caminhos de futuro. Só assim a avaliação passará a ser uma mais valia para todos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Allal, L. et al. (1986). A avaliação formativa num ensi- no diferenciado. 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Avaliando... para melhorar a aprendizagem. Amadora: Plátano Uni- versitária. Vilar, M. (1993). A avaliação nos alunos do Ensino Básico. Porto: Edições Asa. RESUMO Neste artigo analisa-se a importância e a possibili- dade do professor, enquanto aluno de acções de forma- ção contínua ou de complementarização de formação, reinvestir na sua prática pedagógica os ganhos e ensi- namentos da experiência de ser avaliado. Partindo de propostas concretas já realizadas, defende-se que a ex- periência da descentração, proporcionada pelo retorno ao lugar e ao papel de aluno, se adequadamente utili- zada, possa potenciar e melhorar, para o professor e para os seus alunos, a eficácia e a função da avaliação. Crê-se que, para desenvolver qualquer transformação esclarecida nas suas práticas, e dada a habitual resis- tência à mudança, o professor necessita passar por um processo de auto-avaliação e auto-conhecimento orien- tado pelo formador, no qual a reflexão pela experiên- cia directa pode ser o fulcro do início de uma nova construção pessoal e de uma transição majorante. Palavras-chave: Formação de professores, avalia- ção da aprendizagem, construtivismo. ABSTRACT This article is based on the assumption that the ex- perience of decentration – that comes from returning to the place and functions of a student – will make the teacher construct a new perspective on evaluation and develop a new awareness that will ameliorate his use of evaluation with his own students. In actions already developed while training teachers, and as a consequence of the usual resistance to transformations, the author defends the idea that, to initiate any change in their pedagogical practices, in particular in the evolving area of evaluation, the teacher needs to go through a process of self-evaluation and self-un- derstanding, were reflecting over a personal experien- ce is the beginning of a personal construction and a change to a higher and more complex level. Key words: Training teachers, learning evaluation, constructivism. 379 Portfólio PRÁTICA PEDAGÓGICA Avaliação da aprendizagem - Cipriano Luckesi https://www.youtube.com/watch?v=JqSRs9Hqgtc Na prática cotidiana da sala de aula, a avaliação é um grande desafio para os educadores. Este é um convite não só ao estudo do tema, como também à transformação de nossas condutas, no sentido de aprendermos a nos servir da avaliação como uma aliada na busca da qualidade e eficiência em nossas atividades educativas escolares Para esta prática, observe os materiais que construiu ao longo desta disciplina e reflita, avaliando seu trabalho quanto à qualidade das atividades propostas. OBS: Para redigir sua resposta, use uma linguagem acadêmica. Faça um texto com no mínimo 20 linhas e máximo 25 linhas. Lembre-se de não escrever em primeira pessoa do singular, não usar gírias, usar as normas da ABNT: texto com fonte tamanho 12, fonte arial ou times, espaçamento 1,5 entre linhas, texto justificado. OBS: Para redigir sua resposta, use uma linguagem acadêmica. Faça um texto com no mínimo 20 linhas e máximo 25 linhas. Lembre-se de não escrever em primeira pessoa do singular, não usar gírias, usar as normas da ABNT: texto com fonte tamanho 12, fonte arial ou times, espaçamento 1,5 entre linhas, texto justificado. CONTINUAÇÃO PRÁTICA PEDAGÓGICA Com base nos conhecimentos adquiridos ao longo desta disciplina, elabore instrumentos avaliativos para seus alunos e para seus colegas professores. Sabendo quão difícil é se auto-avaliar proponha, também, um instrumento de auto avaliação de seu desempenho enquanto docente. N Portfólio
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