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Fisiologia Renal: Filtração e Reabsorção

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Transporte tubular de sangue e água
Referências:: Fisiologia de Berne & Levi
Após o processo de filtração dentro do glomérulo o que foi filtrado, presente no espaço capsular, vai começar a passar para os túbulos inicialmente pelo túbulo proximal, depois alça de Henle depois túbulo distal para enfim chegar ao ducto coletor, durante essa passagem o processo de reabsorção vai acontecer. Inicialmente esse filtrado tem a composição muito semelhante ao plasma, e ao liquido intersticial que reveste o exterior do túbulo, o espaço intersticial, o que é u problema, pois para haver reabsorção, para haver o transporte de substâncias é necessário que haja uma diferença de gradiente entre esses dois espaços e para isso vai haver a necessidade do uso de transportadores. O túbulo proximal, onde se inicia a reabsorção, tem sua parede composta por um epitélio cúbico simples, com células apresentando uma grande quantidade de microvilosidades (“Borda em escova”), na parte voltada para o lúmen revestido essas microvilosidades têm uma membrana apical e na base das células na parte mais externa do vaso temos a membrana basolateral, na membrana basolateral é onde vão estar às bombas de sódio e potássio responsáveis por criar o gradiente necessário para que haja a reabsorção, essa reabsorção vai acontecer em ambos os lados do túbulo. 
A ação dessas bombas presentes na membrana basolateral vai criar um gradiente para absorção do sódio na célula e devido a esse gradiente outros transportadores vão promover por transporte ativo secundário, o co-transporte de outras substancias como cálcio, potássio glicose, aminoácidos, fosfato, bicarbonato, junto ao sódio para dentro da célula, essa concentração de íons dentro da célula vai fazer com que por difusão facilitada esses íons sejam colocados para fora no liquido intersticial, essa passagem e concentração de íons vai estimular a abertura das aquaporinas (aquaporina tipo 1) nas células e a absorção por osmose de água pela célula que quando estiver em grande concentração vai, também por ação das aquaporinas, transferir essa água para o liquido intersticial. A reabsorção de bicarbonato vai acontecer quando mediante ao gradiente gerado pelo sódio o hidrogênio vai ser liberado no lúmen do túbulo vai reagir com o bicarbonato, formando ácido carbônico e por ação da enzima anidrase carbônica extracelular esse vai ser transformado em água e dióxido de carbono esses vão ser absorvidos pela por transporte passivo e dentro da célula vão reagir mediados pela enzima anidrase carbônica intracelular e vão voltar a ser transformados em bicarbonato e hidrogênio, e esse bicarbonato na célula quando em excesso vai ser liberado no liquido intersticial, já o hidrogênio por ação das bombas e do gradiente de sódio vai voltar a ser liberado no lúmen do túbulo proximal. 
Estima-se que no túbulo proximal haja a reabsorção geral de 67% do filtrado que chega a ele, e na reabsorção especifica cerca de 67% da água, do cloro, potássio e do sódio, 80-90% de bicarbonato ali presente é reabsorvido, e a reabsorção de glicose, aminoácidos e proteínas é total. 
Alça de Henle
Saindo do túbulo contorcido proximal vamos entrar na alça de Henle esse segmento é dividido em ramo descendente fino, ramo ascendente fino e ramo ascendente espesso, cada parte vai participar da reabsorção de um modo, a descendente fina vai realizar principalmente a reabsorção de água do filtrado para o interstício por diferença de gradiente. Os ramos ascendentes são impermeáveis a água não havendo reabsorção de água nesses segmentos, por isso na ascendente fina esse filtrado vai estar hipertônico vai tender a sair fazendo a reabsorção de íons para o interstício por difusão facilitada, já na descendente espessa a diferença de concentração entre o filtrado e o liquido intersticial não é tão grande para permitir a reabsorção por transporte passivo, assim a reabsorção de íons vai ocorrer de modo ativo por bombas e por transporte ativo secundário (transportador 1Na+/2Cl-/1K+).
Túbulo Distal e ducto coletor
Saindo da alça de Henle vamos entrar no túbulo distal essa região é revestida por epitélio cúbico simples, mas diferentemente do túbulo proximal, ela não possui a “Borda em escova”, e têm células muito menores, o túbulo distal é impermeável a água, o ducto coletor também geralmente, contudo sobre ação do ADH ele pode se tornar permeável a água, devido a essa impermeabilidade na região do túbulo distal vai haver principalmente a reabsorção de íons como sódio, cloro, potássio, por transporte ativo. Na porção final desse túbulo distal, chamado néfron distal, vão haver certos tipos celulares especializados, essas vão ser de dois tipos células principais e células intercalares, as células principais estão relacionadas a reabsorção de sódio no túbulo distal essas células tem transportadores exclusivos para sódio, já as células intercaladas elas estão relacionadas a absorção de hidrogênio e bicarbonato, elas tem dois subtipos alfa e beta. Células intercalares do tipo alfa são tipos celulares mais ativos na condição de acidose, em casos de alta de hidrogênio, essas células secretam hidrogênio para ser excretado, ou tentam gerar mais bicarbonato, nessas situações de acidose a hipercalemia é comum, pois durante a secreção de hidrogênio há a absorção do potássio no lugar, pela bomba de H+/K+. Células intercalares do tipo beta são tipos celulares mais ativos na condição de alcalose, em casos de alta de bicarbonato, nesse caso para controlar essa situação vai haver na célula uma mudança na posição dos transportadores nas membranas, invertendo assim a direção de absorção, fazendo com que no lúmen do túbulo haja uma maior excreção de bicarbonato, e na região do interstício uma absorção de hidrogênio, e por conta da bomba H+/K+ com a absorção de hidrogênio vai haver a excreção de potássio, por isso que junto a excreção do bicarbonato há uma excreção de potássio, sendo comum nessa situação uma hipocalemia (baixa de potássio no sangue). 
OBS: Em algumas situações para se referir a parte final do túbulo distal e o ducto coletor é usado a expressão néfron distal, mas esse termo não é o correto.
OBS: Ação do hormônio ADH é desloca aquaporinas para as membranas dos túbulos para aumentar a absorção de água, o álcool inibe o ADH por isso quando embriagados temos a micção de maior volume e a desidratação mais rápida. 
Olhar clínico: Acidose metabólica hiperclorêmica ou Acidose tubular renal do tipo 2 é problema de origem genética por mutações em transportadores e enzimas que realizam a absorção bicarbonato essa não reabsorção de bicarbonato cria uma reabsorção aumentada de cloro fazendo com que a urina alcalina, e o Ph sanguíneo fique baixo pela ausência de bicarbonato(solução tampão) e com isso haja a acidose metabólica. 
Síndrome de Fanconi: doença renal hereditária ou adquirida causada por alteração na bomba de sódio e potássio, alteração pode ser congênita, ou induzida por drogas, intoxicação por metais pesados, essa disfunção resulta em uma capacidade diminuída de reabsorver bicarbonato (HCO3), fosfato, aminoácidos, glicose e proteínas de baixo peso molecular pelo túbulo proximal. Como outros segmentos do néfron não podem reabsorver esses solutos e proteínas, a síndrome de Fanconi resulta em aumento da excreção urinária dessas substancias devido a isso o individuo apresentará glicosúria, acidose, desidratação, poliúria, aminosúria e urina alcalina. 
Síndrome de Bartter: doença renal rara de causa genética no qual há problemas na absorção de cloro por mutação no transportador na alça de Henle espessa (transportadores 1Na+/2Cl-/1K+) gerando uma excreção excessiva de eletrólitos e a produção excessiva de urina, gerando a desidratação, urina ácida, alcalose metabólica pelo aumento da absorção de bicarbonato, entre outros. 
Em casos de hipertensão o uso de medicações diuréticas pode ser feita, alguns tipos de diuréticos, chamados diuréticos de alça (furosenamida) que vão agir bloqueando os transportadores 1Na+/2Cl-/1K+, na alça de Henle ascendente espessa,esse bloqueio vai interferir no gradiente geral dentro do liquido intersticial e vai fazer com que a absorção de água na alça de Henle descente fina seja menor. 
Extra: https://youtu.be/m64CFMpllZU
		Gabriela Sodré

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