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José Roberto do Amaral Lapa
Caio Prado Júnior – Formação do Brasil Contemporâneo (1942)
Era marxista e comunista.
Antes dele, os historiadores não explicavam por que o Brasil foi colonizado. Simonsen possuía um modelo com ciclos ascendentes e descendentes das economias agrícolas e mineratória do Brasil (idéia ultrapassada, pois não existiram ciclos exclusivos de produtos).
Analisa (método):
A intenção do colonizador (que era obter lucro no comércio mercantil)
A natureza brasileira (país tropical com produtos raros para Europa)
“Sentido” da colonização significa: a lógica, a razão pela qual fomos colonizados. Ou seja, por sermos um país tropical, nossa colonização visou oferecer produtos raros para o lucro de nossos colonizadores.
Explica o enfraquecimento das rotas terrestres na Europa e seus monopólios
A primazia de Portugal é explicada por sua posição geográfica
No Brasil não deu certo o sistema de feitorias (utilizado nas Índias), porque nossos índios nada produziam, e o pau-brasil foi uma tentativa fracassada de exploração
A exploração da cana-de-açúcar era lucrativa, e justifica a colonização brasileira
A exploração efetiva começa em 1530 devido a:
Presença excessiva de franceses nas costas brasileiras 
Holanda destrói o comércio português com as Índias tomando a rota africana
A exploração utilizou a estrutura de grande produção, escravista e monocultora
O “sentido” da colonização era “explorar os recursos naturais da colônia em proveito do comércio europeu” 
Nobres portugueses não queriam vir para o Brasil -> sistema de Capitanias e sesmarias pouco deram certo.
Utilização do negro no trabalho escravo porque o índio era visto como “preguiçoso” e inapto para o trabalho pesado nas lavouras
Setor exportador era dinâmico e setor de subsistência era secundário, somente para dar subsídio ao primeiro
Metodologia de Caio Prado (marxista): escolhe um aspecto econômico (colonização), e explica toda a sobre-estrutura a partir de nossa infra-estrutura.
Fernando Novais – Brasil e Portugal na Crise do Antigo Sistema Colonial (1970) 
Critica o modelo de Caio Prado por carecer de dinâmica própria, uma vez que a condição de fornecedor de matéria-prima somente seria superada quando se esgotassem os recursos naturais do Brasil, o que não se observou.
Sistema colonial é o fruto do surgimento do capitalismo
Sistema colonial é o responsável pela acumulação primitiva do capital da Europa, anterior ao capitalismo industrial, caracterizado como antigo regime, que vai desde a decadência do feudalismo na Europa até a Revolução Francesa e Revolução Industrial
Com base nessa evolução, as colônias precisavam ser transformadas em independentes para que pudessem se tornar mercado consumidor para os produtos industrializados ingleses.
Metodologia de Novais apela para uma análise geográfica da ocupação (Max Sorre): migração humana, mostrando sua visão eurocêntrica: ocupação => povoamento => valorização. A migração ocorre quando há desequilíbrio entre recursos naturais, população e técnicas produtivas. Nesse caso houve o aumento da população na Europa. Etapas de sua análise (aproximações), com crítica e evolução do modelo:
Colonização é um conjunto de relações Colônia-Metrópole (crítica: genérico, pois cada metrópole tinha relações diferentes com suas colônias)
Colonização é uma relação em que a Colônia dinamiza as atividades da Metrópole (crítica: só explica as relações funcionais)
A Colônia foi um instrumento de acumulação primitiva, imprescindível para a emergência do capitalismo (explica o papel colônia no processo histórico)
Crítica de outros autores a Novais: ele já sabe que o capitalismo existe e explica o que veio antes pelo que veio depois
Disputa européia pelas colônias
Novais critica Prado em relação ao fato de que as colônias deveriam produzir coisas raras (intertropicais), pois deixava de enquadrar o colonialismo no Antigo Regime. Na verdade, o importante era produzir VALOR, e na época os produtos raros tinham valor na Europa.
Primazia de Portugal devido sua centralização política nas mãos do rei e a expansão ultramarina (ver todo o fluxo de superação do feudalismo), contentando a burgesia.
Colônia não retém nenhum lucro e totalmente voltada ao comércio externo
Crítica a Caio Prado: Trafico negreiro justifica a escravidão africana, dá lucro a Portugal (melhor para Portugal ao invés do uso do índio, que era interno à colônia)
Brasil sem mercado interno (secundário)
Celso Furtado – Formação Econômica do Brasil (1959)
Concorda com Novais que colonização envolve ocupação, povoamento e valorização.
O motivo da valorização coincide com Caio Prado Júnior.
Furtado defende a tese que a empresa açucareira foi extremamente lucrativa (preços altos na Europa), cujo êxito deveu-se:
Experiência anterior de Portugal
Decadência econômica da Espanha no meio séc. XVI (explicada pelo interesse principal no ouro, gastos da coroa e decadência de seu setor manufatureiro).
Portugal perde monopólio açucareiro em 1580 com a União Ibérica e com a concorrência holandesa, quando após expulsos do Brasil em 1654, vão para as Antilhas
Furtado trata de questionar porque o Brasil não se desenvolveu, seja com a economia açucareira, criatória ou de mineração e conclui que o problema é que não se desenvolveu o Mercado Interno, tanto por repressão da coroa portuguesa (com relação às produções internas), como pelo fato da renda se esvair (inclusive como pagamento de dívidas), não havendo re-investimentos no Brasil, a não ser na própria manutenção da produção dos bens exportados.
Nossa economia mineratória sustentou o Tratado de Methuen (1703), transferindo indiretamente todo o ouro para a Inglaterra.
Furtado diz que a mineração não favoreceu nosso desenvolvimento pela incapacidade técnica dos imigrantes, agravada pelo tratado de Methuen. A Austrália (em 1850) se desenvolveu por causa dos imigrantes chineses.
Segundo Furtado, Portugal no séc XVII estava correndo atrás do prejuízo, por ter perdido o monopólio do açúcar, e seguia uma política proposta por Colbert, reduzindo suas importações para deixar a balança externa favorável. Cria indústrias coroadas de sucesso, porém com mão de obra estrangeira. Com a descoberta do ouro, Portugal sela o Tratado dos Panos e Vinhos com a Inglaterra - Methuen.
Gorender
Fatores sociais explicam o pioneirismo de Portugal.
O significado da expansão ultramarina é o pioneirismo (que acabou gerando um atraso no desenvolvimento do capitalismo), explicado pelos fatores sociais, configuração territorial, pacificação, etc. (concorda com Fernando Novais). Descarta o argumento da localização privilegiada (Caio Prado), pois porque aconteceu somente em 1415, se Portugal formou-se desde o séc. XIII.
Vitorino Magalhães Godinho
A expansão ultramarina portuguesa foi um plano para romper o monopólio muçulmano-veneziano e estabelecer o monopólio português.
Portugal fez esta expansão (início em 1415 com a tomada de Ceuta)
Tem-se como fator para a expansão a aproximação da burguesia ao rei, com a revolução de Avis em Portugal, com a subida de um rei bastardo em 1380.
O Brasil em nenhum momento é intenção da coroa portuguesa e renegado a segundo plano por muito tempo (sua descoberta foi uma fatalidade). Depois surge uma idéia de que deveria ser colonizado e tornar-se útil, rentável, gerando receita para a coroa portuguesa
Godinho mostra que existe uma controvérsia entre motivos de natureza religiosa e natureza econômica os autores que estuda. No aspecto religioso, vê a expansão como motivação religiosa, cruzada, cavalaria, pensamento da nobreza. Nobres não tinham trabalho braçal, somente participam de guerras. No aspecto econômico, trata da burguesia, associando elementos de natureza cientifica (ex: oceano atlântico precisa de desenvolvimento cientifico para se navegar, explorar comercialmente).
Godinho trata em sua tese que a expansão deveu-se a: fatores internos a Portugal, como explicam o conflito entre direções e interesses (nobreza quer uma coisa e burguesia outra); a importância de D.Pedro(regente de Afonso); e de D. João II (1481-95) com o plano das Índias.
Divergência com Celso Furtado sobre o Tratado de Methuen: para Godinho esse tratado não destruiu as manufaturas em Portugal, foi conseqüência da producao manufatureira dos vinhos e somente aumentou as especializações, com a Inglaterra exportando têxteis populares e Portugal com o vinho do porto (tinha uma elite vinícola). Segundo Godinho, os têxteis de Portugal já não existem em 1703.
Boxer
O texto do Boxer parte deste ponto, onde o estado da índia era muito grande. Tenta examinar a formação desse estado e mostrar porque Portugal teve uma instalação tão rápida nesse império. Quatorze anos depois Portugal já esta na china e Japão. A questão é como os portugueses financiaram isso? O que se transacionava (era pimenta do reino). A duração do império da índia foi extremamente curta, finalizando entre 1575 e 1600, quando Portugal ingressa na união ibérica (muitos dizem que foi a queda do estado português). Mas Boxer diz que existiram outras causas, como a ascensão do açúcar, e o fato do império das índias basear-se em pequenas feitorias (cidadelas), que serviam somente para efetuar as transações, num quadro de conflito no oriente. Impérios com essas características (talassocráticos, baseados no mar, ex: império britânico) precisam de marinhas e soldados, que Portugal não possuía, derruba o império português, não porque não era rentável, mas porque outros reinos tinham mais força, como a Holanda.

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