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FONOAUDIOLOGIA NA UTI NEONATAL

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Neonatos e o trabalho fonoaudiológico na UTI Neonatal 
Newborns and the Speech Therapy work in neona ta l ICU 
 
Luanna Vivório Cardoso Santos 
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil 
E-mail: luannavivorio25@gmail.com 
Prefácio 
Este mini l i vro foi esc ri to para auxi l i a r a população acerca da prá t i ca e da import ânc ia do 
fonoaudiólogo nas UTIs Neonata i s. Temas como prematuridade , a t ribuições da fonoaudiologia 
nessa espec i fi c idade e os benefí c ios dessa a tuação se rão abordados brevemente nos tópicos a 
segui r. Espera -se que , com a l i da dest e l i vro, o reconhec imento do fonoaudiólogo nessa á rea 
hospi t a l a r se j a maior. 
Abstract 
This mini book was wri t t en to he lp the popula t ion about t he prac t i ce and import ance of speech 
therapi st s i n Neona ta l ICUs. Themes such as prematuri ty, speech therapy a t t ribut ions in thi s 
spec i fi c i ty and the benefi t s of t hi s performance wi l l be bri e fly addressed in the fol lowing 
topics. It i s expec ted tha t , wi th the reading of t hi s book, t he recogni t ion of speech therapi st s i n 
thi s hospi t a l a rea wi l l be grea t e r. 
 
 
1. Prematuridade e seus cuidados 
O bebê que nasce com menos de 37 semanas de gest ação (36 semanas e 6 di as) é considerado 
prematuro, ou pré -
t e rmo. No Brasi l , o 
nasc imento de bebês 
prematuros 
corresponde a 12,4% 
dos nasc idos vivos, 
de acordo com dados 
do Si st ema de 
Informações Sobre 
Nasc idos Vivos 
(Sinasc) e do 
Mini st é rio da Saúde , confi rmados pe la UNICAMP em 2014. 
Os prematurinhos podem ser c l assi fi cados de acordo com a idade gest ac iona l ao nascer, sendo o 
prematuro l imí t rofe aque le nasc ido ent re 37 e 38 semanas; moderado nasc ido ent re 31 e 36 
semanas e prematuro ext remo aque le nasc ido ent re 24 e 30 semanas de idade gest ac ion a l . 
Quanto ao peso de nasc imento, denomina -se os bebês com menos de 2kg como ba ixo peso, 
mui to ba ixo peso os com menos de 1,5kg e ext remo 
ba ixo peso aque les com peso menor que 1kg. 
Nos RNPT o desenvolvimento que deveri a ocorre r na 
vida int ra -ute rina fi cou incomple to e est es recém -
nasc idos (RN) consequentemente prec i sarão de 
cuidados espec ia i s de uma equipe mul t idi sciplinar. 
 
 
 
 
 
Características do prematuro: 
* G er a lmente tem ba ixo peso ao nasce r 
* Pe le f ina , br i lhante e r osada 
* V e ia s visíve is 
* Pouca gor dur a sob a pe le 
* Pouco cabe lo 
* O r e lhas f ina s e mole s 
* Cabeça despr opor c iona lmente ma ior 
do que o cor po 
* Muscula tur a f r aca e pouca 
a t i vidade corpora l 
* Poucos r e f lexos de sucção- deglut ição 
Nutrição 
Quando a inda não conseguem sugar, os prematuros mui to ext remos recebem água com gl i cose 
(soro), e com o passar do t empo, va i -se acrescentando prote ínas, gorduras, vi t aminas e minerais 
aos fluidos que recebem a t ravés da ve ia , o que chamamos de "Nut ri ção Parente ral Tota l 
(NPT)". 
Se e l es j á t i verem uma ma ior maturidade gast rointest ina l, i ni c iam a a l imentação a t ravés de uma 
sonda , um tubo fl exíve l que é int roduz ido no nari z (nasogást ri ca ) ou na boca (orogást ri ca ) e 
chega ao estômago do bebê . Dessa forma, o l e i t e materno (da própri a mãe ou de doadoras) ou 
mesmo fórmulas infant i s, na fa l t a do l e i t e humano, são ofe rec idos para o prematuro na UTI. O 
volume ini c i a l da di e t a de l e gera lmente é mui to pequeno e ofe rec ido em int e rva los de 2 ou 3 
horas. À medida que desenvolve os re fl exos na tura i s de sucção e de deglut i ção, o bebê 
provave lmente ini c ia rá a vi a ora l com o a l e i t amento ou receberá a l imentação por mamadei ra . 
O fonoaudiólogo apresenta -se na equipe da UTI Neonata l com um pape l fundamenta l , uma vez 
que apresenta conhec imento aprofundado da ana tomofi siologia das funções estomatogná t icas 
(sucção, respi ração, deglut i ção), t endo o obje t ivo de promover a sucção no se io materno e 
cont ribuindo, assim, para uma boa nut ri ção do RNPT. 
A int rodução da a l imentação vi a ora l nos RNPT, na maiori a das Unidades de Cuidados 
Int ensivos Neonata i s, j á pode se r rea l i zada por vol t a de 34ª semanas de IG, quando o padrão de 
sucção se rá coinc idente ao do RN a t e rmo. O padrão de sucção do RN a t e rmo será o c ri t é rio 
corre to para ava l i a r a pront idão para a a l imentação ora l do RN pré -t e rmo. A int e rvenção 
fonoaudiológica , nest es casos, é i ni c i ada a t ravés da sucção não nut ri t i va . A sucção não -
nut ri t i va é uma séri e de ec losões de sugadas a l t e rnadas e com pausas. Na a tuação 
fonoaudiológica a est imulação da sucção é fe i t a com o dedo enluvado propo rc ionando um 
aumento nas sé ri es de ec losões de sugadas a l t e rnadas e rí tmicas. Est a est imulação, ao se r 
complementada com a a l imentação por sonda orogást ri ca ou nasogást ri ca , ace le ra a maturação 
do re fl exo de sucção, fac i l i t ando a t ransi ção para a l imentação por vi a ora l e , com i sto, 
auxi l i ando no ganho de peso. 
 
 
Principais Complicações 
 
 
 
 
 
 
Os problemas respiratórios são os mais comuns, pois os prematuros nascem carentes de surfactante, uma proteína 
produzida nos pulmões que permite que eles se encham de ar. Muitas vezes é necessário o uso do CPAP, que ajuda o 
bebê a respirar. No caso de o bebê não conseguir respirar sozinho, pode haver a necessidade de ventilação mecânica 
até que os pulmões amadureçam. Outro tratamento consiste na administração do surfactante, para abrir os alvéolos 
pulmonares e evitar a tão temida "apnéia" (pausa na respi ração). 
A complicação cardíaca mais comum é a persistência do canal arterial, ou ductus arterioso, um vaso que faz com que 
o sangue não passe pelos pulmões, uma vez que o feto recebe o oxigênio através da placenta. Normalmente, este vaso 
se fecha logo após o nascimento, permitindo que o sangue chegue aos pulmões. Nos prematuros, o ductus, por vezes, 
não se fecha de forma adequada, provocando uma insuficiência cardíaca. A persistência do ductus pode ser 
diagnosticada através de ecografias, pelo aparecimento de um sopro. O tratamento consiste na administração de 
medicamentos e, em alguns casos, é necessária intervenção cirúrgica. 
A enterocolite necrotizante (NEC) é uma complicação intestinal grave, que se associa a uma baixa tolerância à 
alimentação, distensão abdominal e piora clínica geral. O tratamento consiste em suspender a dieta, oferecendo 
alimentação somente intravenosa e também uma administração de antibióticos. Por vezes é necessária intervenção 
cirúrgica. 
Nos prematuros mais extremos, pode ocorrer hemorragia cerebral (ou intraventricular) nos primeiros dias de vida, 
diagnosticada pela realização de ecografia cerebral. Na maioria dos casos são hemorragias pequenas que são 
reabsorvidas espontaneamente pelo organismo, sem consequências graves. As mais graves podem danificar o tecido 
cerebral. Quando há dilatação (hidrocefalia) pode ser necessária a colocação de uma válvula para drenar os ventrículos 
cerebrais. 
Bebês prematuros, principalmente os nascidos com menos de 32 semanas podem desenvolver também retinopatia. A 
retinopatia da prematuridade é o crescimento desorganizado dos vasos sanguíneos que chegam à retina (camada mais 
interna do globo dos olhos) do bebê. Esses vasos podem sangrar e, em casos mais sérios, a retina pode descolar e 
ocasionar a perda da visão da criança. 
 
Sobrevivência e sequelas 
As possibi l i dades de sobrevida est ão condic ionadas pe la idade gest ac iona l, o peso ao nascer e 
pe l as compl i cações que o bebê prematuro apresenta . De todos est es fa tores, o mai s import ante é 
a i dade gest ac ional, uma vez que est a de t e rmina a maturidade dos órgãos. 
Infe l i zmente, mesmo com todos os cuidados na Unidade de Terapia Int ensiva , nem todos os 
neona tos sobrevivem. Os que o fazem, adqui rem seque las na maiori a das vezes. Confi ra na 
t abe la aba ixo as t axas de sobrevivênc ia e possíve i s problemas de saúde dos RNPT: 
 
 
Prematuros de 22 semanas 
Sobrevivência: pesquisas têm 
mostrado taxas de sobrevivência 
de 2% a 15%. 
Prognóstico: poucos bebês 
nascidos tão prematuros conseguem 
sobreviver, por isso não há muita 
informação sobre possíveis sequelas 
para a saúde nesse grupo de bebês. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prematuros de 23 a 25 semanas 
Sobrevivência: bebês nascidos de 
23 semanas têm taxa de 
sobrevivência entre 15% e 40%. 
Com 25 semanas é em torno de 
55% a 70%. 
Prognóstico: aproximadamente 30-
40% destes bebês vão desenvolver-
se normalmente, sem grandes 
problemas de saúde ou deficiências. 
Cerca de 20 a 35% terão 
deficiências graves, como paralisia 
cerebral, deficiência intelectual 
grave, cegueira, surdez, ou uma 
combinação destes, o que exigirá 
cuidados médicos significativos. 25 
a 40% deles poderão ter deficiências 
leves a moderadas, tais como 
formas sutis de deficiência visual, 
paralisia cerebral leve que afeta o 
controle motor, asma crônica, 
dificuldades de aprendizagem e 
problemas de comportamento como 
transtorno de déficit de atenção. 
 
Prematuros de 26 a 28 semanas 
Sobrevivência: as taxas de 
sobrevivência são de 75% a 85%. 
Prognóstico: Aproximadamente 10 
a 25% terão deficiência graves, tais 
como a paralisia cerebral, 
deficiência intelectual grave, 
cegueira, surdez, ou uma 
combinação destes. 50 a 60% terão 
dificuldades de natureza leve, como 
formas sutis de deficiência visual, 
paralisia cerebral leve que afeta o 
controle motor, asma crônica, 
dificuldades de aprendizagem e 
problemas de comportamento como 
transtorno de déficit de atenção. 25 
a 40% terão deficiências leves a 
moderadas, tais como formas sutis 
de deficiência visual, paralisia 
cerebral leve que afeta o controle 
motor, asma crônica, dificuldades 
de aprendizagem e problemas de 
comportamento como transtorno de 
déficit de atenção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prematuros de 29 a 32 semanas 
Sobrevivência: a taxa de 
sobrevivência é entre 90% e 95%. 
Prognóstico: cerca de 60% a 70% 
desenvolvem normalmente, sem 
quaisquer problemas graves. Cerca 
de 10% a 15% estão em risco de 
deficiências graves, como paralisia 
cerebral, deficiência intelectual 
grave, cegueira, surdez, ou uma 
combinação destes, o que exigirá 
cuidados médicos significativos. 
Cerca de 15% a 20% terão 
dificuldades leve a moderados, tais 
como formas sutis de deficiência 
visual, paralisia cerebral leve que 
afeta o controle motor, asma 
crônica, dificuldades de 
aprendizagem e problemas de 
comportamento como transtorno de 
déficit de atenção. 
Prematuros de 33 a 36 semanas Sobrevivência: a taxa de Prognóstico: o risco para 
sobrevivência é maior do que 95%. deficiências graves é praticamente o 
mesmo das crianças nascidas a 
termo. No entanto, estes bebês estão 
sob maior risco de paralisia cerebral 
leve, atraso no desenvolvimento e 
problemas relacionados ao período 
escolar. 
Fonte: preemieHelp.com (2012) 
 
2. A atuação do fonoaudiólogo clínico na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal 
O fonoaudiólogo que trabalha em uma UTI Neonatal irá encarregar-se, principalmente, sobre a estimulação da oral 
do bebê, ensinando a ele como coordenar sucção-deglutição-respiração, a fazer a pega correta e a sugar o seio (ou 
a mamadeira) efetivamente. Além disso, é ele o responsável pela avaliação dos resultados do indispensável teste 
da orelhinha no bebê prematuro. 
Em outras palavras, os fonoaudiólogos participam ativamente na facilitação da sucção do bebê, colaborando na 
orientação da amamentação, do estímulo oral, na escolha dos bicos ou das posturas mais adequadas para o bebê 
ser alimentado; junto aos outros terapeutas – fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais –, eles desenvolvem uma 
atenção especial com a integração sensorial do bebê, buscando apoiá-lo não só na tarefa da alimentação, como 
também na empreitada de apreender e descobrir o mundo. 
Como se pôde notar, os fonoaudiólogos são profissionais que procuram manter satisfatórias as condições de saúde 
do recém-nascido, por meio de ações que incluem posturas especiais, exercícios, estimulações, limpeza de 
secreções e outras. 
Infe l i zmente, nem sempre as UTIs Neonata i s conseguem te r em suas equipes esse especial ista , 
por vari adas c i rcunst ânc ias. Nesses casos, embora não t enham formação especí fica para i sso, os 
demai s profi ssiona i s presentes t entam supri r a fa l t a de l e da melhor manei ra possíve l . Contudo, 
essa si tuação t ende a mudar na medida em que mai s governantes entendem a rea l import ância 
que e l es t êm no a t endimento int ensivo neona ta l . 
 
3. APÊNDICES 
3.1. Alimentação do recém-nascido 
Mui tos dos desafios que o bebê prematuro enfrenta ao nascer est ão int imamente re l ac ionados à 
a l imentação. Bebês com idade gest ac iona l i nfe rior a 32 semanas vão necessi ta r de uma out ra 
vi a de a l imentação a t é consegui rem aprender a su gar e coordenar a sucção com a respi ração e a 
deglut i ção. 
Além di sso mui tos dos problemas médicos assoc iados a prematuridade ext rema (cardiopat ias, 
doenças gast roint est ina is, problemas respira tórios, a t raso neuro -motor) impac tam di re t amente 
no conforto e na habi l idade da sua a l imentação. 
A assoc iação ent re problemas médicos e ora i s (inabi l idade para sugar , por exemplo) a t inge a t é 
50% das c ri anças com di fi culdades para se a l imentar. Se aprofundando acerca do segundo, o 
a to de sugar, engol i r e mas t igar rea l i zado pe la boca é fundamenta l. A coordenação ent re 
sucção/deglut ição/ respi ração ut i l izada precocemente para amamentação é um movimento 
rí tmico e base para o aprendizado a l imentar . É esse ri tmo que a juda o l e i t e i r da frente para 
t rás na boca do bebê e possibi l i t a r a amamentação. Al i ás, é e ssa coordenação ri tmada que , 
post e riormente , o bebê ut i l i za rá para rea l izar a sucção do a l imento na colher. 
Por i sso, t odo o processo de a l imentação do bebê prematuro necessi t a de a t enção e assi stência 
espec ia l . E é import ante de ixar bem c la ro que essa assi st ênc ia não se encerra na a l t a 
hospi t a l a r. O t raba lho essenc ial rea li zado por fonoaudiólogos nas UTIs neona ta i s é apenas e t ão 
somente o primei ro passo para o iní c io da jornada a l imentar do bebê . 
Observação: 
Isso pode acontecer por que mesmo com a idade corrigida a lguns bebês podem não apresenta r 
as habi l idades motoras ora i s e sensori a i s necessári as para a int rodução dos a l imentos. Ou se j a , 
por não possuí rem a inda as condições necessári as para consegui r comer de mod o e fi c i ente , 
acabam a l t e rando seu comportamento. Choram, recusam, vi ram o rosto ou só ace i t am os 
a l imentos se est iverem di st ra ídos. Para os pa i s essa si tuação pode se tornar ameaçadora 
“Estudos comprovam estatisticamente que bebês prematuros apresentam significativamente mais 
dificuldade na Introdução da alimentação complementar quando comparados a bebês nascidos a termo, 
mesmo com idade corrigida.” – Prematuridade.com 
gerando ansi edade , preocupação e a prá t i ca de a t i tudes cont ra -producent es como di st ra i r o bebê 
para comer, força -lo ou a t rasar a i nt rodução da a l imentação complementar. 
3.2. Método Canguru 
O Método Canguru faz part e de um 
conjunto de pol í t i cas públ i cas que 
vem cont ribuindo fort emente para a 
redução da morbimorta l idade 
neona ta l poi s é um modelo de 
assi st ênc ia vol t ado para a melhori a 
docuidado perina t a l . Basi camente , 
e l e consi st e em colocar o bebê em 
conta to pe le a pe l e com sua mãe ou 
com seu pa i . Tra t a -se da a t enção 
humanizada ao recém -nascido de 
ba ixo peso. Esse conta to gradua l e 
progressivo favorece o vínculo a fe t ivo, a est abi l idade t é rmica, o a l e i t amento materno e o 
desenvolvimento do bebê . É desenvolvido em t rês e t apas de “cuidado progressivo” , 
promovendo a cont inuidade do cuidado e com base na humanização, no favorec imento do 
vínculo fami l i a r e na qua l i fi cação do a t endimento neona ta l. 
Primeira Etapa: 
Tem in ício no p ré -natal quando se iden tif ica uma gestação de r isco ou no par to /nascimento em que ex ista 
a necessidade de in ternação na un idade de t ratamento in tensivo neonatal ou unidade de cu idado 
in termed iár io neonatal convencional. É p r ior idade neste momento a recepção e a ap rox imação da família 
com o recém -nascido , favorecendo a fo rmação de v ínculo , a par ticipação dos pais no cu idado e a posição 
canguru assim que possível. Nesta etapa o s cu idados com a ambiência são p r imord iais para p roteger 
neu rodesenvolv imen to destes bebês. 
 
Segunda Etapa: 
Tem in ício na un idade de cu idados in termed iário s neonatais canguru , onde a mãe deve permanecer o 
maio r temp o possível para que com o apo io da equ ipe possa assumir o s cu idados in teg rais com o recém -
nascido . É nesta etapa que se conso lidam o aleitamen to materno, a posição canguru e o p ro tagonismo dos 
pais no cu idado com seu f ilho . A equ ipe deve contr ibuir para so lucionar as dúv idas e para que o s pais 
estejam ap tos para alta hosp italar e o s cu idados domiciliares. 
Terceira Etapa: 
In icia-se após a alta hosp italar . Tem como função p roteger a adap tação da família ambien te ex tra -
hosp italar . O cu idado compartilhado en tre a atenção básica e a un idade hosp italar de o r igem é essencial 
para garan tir a con tinu idade do cu idado . 
 
 
 
 
 
 
3.3. Desenvolvimento do RNPT pós-alta 
Mui tos prematuros podem se desenvolver sem problemas de saúde signi fi ca tivos. No entanto, 
quanto menores e mai s imaturos nascem, maior é o ri sco de apresenta rem a lgumas di fi culdades 
motoras e de a l imentação. 
Para ava l i a r o desenvolvimento de um prematuro corre t amente , é import ante di fe renciar a i dade 
c ronológica e a i dade corrigida para a l inhar as expec ta t ivas de desenvolvimento. Confi ra 
aba ixo como func iona : 
Idade cronológica Idade corrigida 
A idade crono lóg ica é a que considera a data de 
nascimen to do bebê. Po r exemplo : se o bebê nasceu 
em 1 º de setembro , terá 3 meses de idade 
crono lóg ica em 1 º de dezembro. 
A idade corrigida é ajustada ao grau de prematuridade. É a 
idade que o bebê teria se tivesse nascido com 40 semanas de 
gestação. Por exemplo: se um bebê nasce de 30 semanas exatas 
de gestação em 1º de setembro, calcula-se como se tivesse 
nascido 10 semanas depois (10 de novembro). 
 
Quando esse bebê nasc ido com 30 semanas de gest ação comple ta 3 meses (13 semanas) de 
idade c ronológica , e l e t e rá idade corrigida para t rês semanas. E só comple t a rá os t rês meses 
corrigidos em 10 de fevere i ro. 
O que se espera para essa c ri ança é o desenvolvimento correspondente a t rês semanas de vida, e 
não de t rês meses. A idade corrigida a juda a a just a r os est ímulos de acordo com a 
potenc ia l idade do bebê , di rec ionar o cuidado e a c ri a r expec ta t ivas rea li stas. 
Os benefícios do método canguru são fortemente evidenciados pela comunidade científica e entre eles estão: o fortalecimento 
do vínculo mãe/pai-filho e redução do tempo de separação entre eles; o estímulo ao aleitamento materno; diminuição do risco 
de infecção hospitalar e do período de internação; possibilita adequado controle térmico ao recém -nascido; promove 
estimulação sensorial protetora; desenvolvimento neuropsicomotor de qualidade; redução do estresse e da dor; melhora o 
relacionamento da família com a equipe de saúde além de ser uma intervenção com boa relação custo -benefício. 
 
Assim, evi t a -se frust rações e cobranças desnecessári as, como esperar que um bebê prematuro 
sente , enga t inhe , fa l e ou ande no mesmo t empo em que um bebê nasc ido a t e rmo. 
Contudo, o uso da idade corrigida é recomendado a t é os 2 anos. Para os prematuros de ext remo 
ba ixo peso (nasc idos com menos de 1 kg) e com menos de 28 semanas, a ori entação é corrigi r a 
i dade a t é os 3 anos. 
Importante: pode acontecer que , mesmo com a idade corrigida , bebês prematuros fiquem 
aba ixo dos padrões nos grá fi cos de c resc imento (peso, comprimento, perímetro cefá l ico). Além 
di sso, é recomendado o acompanhamento periódico com um p edia t ra de confi ança . Conhecendo 
o hi stóri co da c ri ança , e l e va i i nvest igar sina i s de a l e rt a e encaminhar a um a tendimento 
espec ia l izado em caso de necessidade. 
3.4. Como cuidar do prematuro em casa 
Amamentação 
O idea l é que a t emporada de UTI, com auxí l io da enfermagem, t enha pe lo menos a judado na 
implementação ini c ia l da amamentação, mas, mesmo que esse não t enha sido o caso, a inda é 
possíve l amamentar. A mãe pode t anto pedi r apoio da própri a equipe do hospi t a l como procurar 
o banco de l e i t e mai s próximo. 
A recomendação ofi c i al do Mini st é rio da Saúde e da Organização Mundia l da Saúde (OMS) é 
que todos os bebês se j am amamentados exc lusivamente no pe i to a t é os 6 meses, e que depoi s 
di sso o l e i t e materno se j a mantido na a l imentação a t é os 2 anos ou ma i s. 
Oxigenoterapia domiciliar 
Alguns bebês a inda podem prec i sa r receber oxigênio em casa . Se for o caso do RNPT, a mãe 
receberá informações dos profi ssiona i s do hospi t a l sobre o equipamento e o bebê cont inuará a 
se r moni torado, a t é que est e j a pronto para r espi ra r comple t amente soz inho. Tra t a -se de um 
processo gradua l . 
 
 
 
Sono 
Coloque o bebê para dormi r de barriga para c ima, a menos que t enha t i do ori entação di fe rente 
de um espec ia li st a. A 
recomendação baseada nas 
pesqui sas mai s recentes é 
que se posi c ione o bebê em 
um berço próximo à sua 
cama nos primei ros se i s 
meses, mas sem colocar a 
c ri ança para dormi r na 
mesma cama que você . 
Est a é uma recomendação 
bast ante import ante para 
reduz i r ao mínimo os ri scos 
de morte súbi t a . Out ras 
providênc ias são: 
• Não superaqueça o 
bebê na hora de dormi r. 
Evi t e o excesso de roupas. 
• Só use mantas e cobertores aba ixo da l i nha da axi l a , para que o bebê não se enrole 
ne l es. 
• Não fume e não de ixe ninguém fumar por perto. A presença de fumaça de c igarro em 
casa e l eva o ri sco de morte súbi t a i nfant i l . Além di sso, a fumaça do c igarro aumenta o 
ri sco de o bebê t e r asma e infecções.

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