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PROCESSO DE ATIVAÇÃO DOS LINFÓCITOS B E PRODUÇÃO DE ANTICORPOS MIGRAÇÃO DE LINFÓCITOS B • Células B naive utilizam os mesmos mecanismos que as T naive para chegarem aos tecidos linfoides secundários, o que garante maior probabilidade de responderem aos antígenos microbianos em diferentes locais. • Células B imaturas deixam a medula óssea pelo sangue, entram na polpa vermelha do baço e migram para a periferia da polpa branca. • Maturação específica → expressa o receptor de quimiocina CXCR5 → promove seus movimentos em direção a polpa branca em resposta a quimiocina CXCL13. • Maturação completa dentro da polpa branca → células B naive foliculares entrem novamente na circulação por um processo dirigido por S1P e chegam aos linfonodos e tecidos linfoides de mucosa. • HOMING (deslocamento) das células B naive do sangue para os linfonodos envolve: interações de rolamento com as HEVs (vênula de endotélio alto), ativação de integrinas pelas quimiocinas e retenção estável. • Esse processo depende dos receptores de quimiocinas CCR7, CXCR4 e CXCR5 presentes nas células B naive e seus respectivos ligantes CCL19/CCL21, CXCL12 e CXCL13 expostos pelas HEVs. • Células B naive recirculantes entram no estroma dos órgãos linfoides secundários, elas migram para os folículos onde encontram o antígeno e se tornam ativadas. • Essa migração para os folículos → mediada por CXCL13 → produzido nos folículos por células estromais não hematopoiéticas → as CÉLULAS DENDRÍTICAS FOLICULARES (FDC), e que se liga aos receptores CXCR5 nas células B naive. • O CXCL13 é exposto nos condutos de FDC na zona de células T e nos condutos de FDC nos folículos, ambos servindo para guiar o movimento direcional das células B. • Nas respostas de células B aos antígenos proteicos, células B e T auxiliares se interagem por movimentos regulados nos órgãos linfoides secundários por quimiocinas. • A saída das células B dos órgãos linfoides secundários depende de S1P. • Células B foliculares no baço migram para sua zona marginal → e daí para a circulação. o Células B foliculares sem S1PR1 têm capacidade reduzida em deixar o baço. o Estas células B foliculares naive que entraram nos tecidos linfoides secundários e que não se tornaram ativadas → entram novamente na circulação → como células T o fazem. • Células B da zona marginal esplênica circulam os linfonodos. • As subpopulações de células B que produzem tipos particulares de anticorpos migram dos órgãos linfoides secundários para os tecidos específicos → se diferenciam em PLASMÓCITOS DE VIDA LONGA. • Diferentes populações de plasmócitos secretam diferentes tipos de anticorpos (ISOTIPOS) → com funções distintas. • Algumas células B ativadas que são geradas em órgãos linfoides secundários → se diferenciaram em células migratórias → PLASMABLASTOS. o Elas entram na circulação e migram para a MO ou tecidos de mucosa → onde se diferenciam em plasmócitos e secretam anticorpos por longos períodos. • PLASMÓCITOS DA MEDULA ÓSSEA produzem IgG → distribuídos pelo corpo pelo sangue. • PLASMÓCITOS DOS TECIDOS LINFOIDES DE MUCOSAS → IgA em tecidos de mucosa que recobrem o epitélio → como intestino e trato respiratório. o A diferenciação local das células B em células secretoras de IgA nos tecidos linfoides da mucosa + homing dessas células para a mucosa → otimiza as defesas mediadas por IgA contra a invasão de microbiana através das barreiras de mucosa. • Os mecanismos pelos quais diferentes populações de células B migram para os diversos tecidos são similares aos da migração de células T efetoras para um tecido específico e dependem da expressão de distintas combinações de moléculas de adesão e receptores de quimiocinas em cada subpopulação de célula B. o EX: plasmócitos secretores de IgG → homing para a MO por VLA-4 e CXCR4 → se ligam a VCAM-1 e CXCL12 expressos nas células endoteliais sinusoidais da MO. o Plasmócitos secretores de IgA → homing para a mucosa por α4β7 e CCR9 → se ligam a MadCAM-1 e CCL25 nas células endoteliais da mucosa. • Células B secretoras de IgG são recrutadas para sítios inflamatórios crônicos → homing por VLA-4 e CXCR3 nessas células B → ligam a VCAM-1, CXCL9 e CXCL10, de superfície endotelial inflamados. • Ativação de células B gera → proliferação e diferenciação em plasmócitos secretores de anticorpo e células de memória. • As respostas imunes humorais são iniciadas pelo reconhecimento do antígeno pela célula B, em órgãos linfoides secundários. O ANTÍGENO SE LIGA À IgM E À IgD DE MEMBRANA EM CÉLULAS B NAIVE MADURAS, GERANDO OS SINAIS PARA SUA DIFERENCIAÇÃO EM PLASMÓCITOS • Em 1 semana → 1 célula B origina até 5.000 células secretoras de anticorpo. • As respostas de anticorpo são T-dependentes ou T-independentes → depende da interação de células T auxiliares. o ANTÍGENOS PROTEICOS requerem → célula T → e são antígenos T-DEPENDENTES. • São lentas, porém mais potentes e “sofisticadas”. • Linfócitos T auxiliares → estimulam os linfócitos B a produzirem anticorpos. • Respostas T-dependentes → células B produzem anticorpos distintos da IgM por troca (switching) de isotipo (classe) de cadeia pesada. • Células B ativadas produzem anticorpos que se ligam aos antígenos com afinidade crescente → há dominação da resposta → maturação de afinidade. • CÉLULAS T AUXILIARES ESTIMULAM → PRODUÇÃO DE PLASMÓCITOS DE VIDA LONGA E CÉLULAS B DE MEMÓRIA. o ANTÍGENOS NÃO PROTEICOS (MULTIVALENTES) → ativam células B sem ajuda da célula T → são os T-INDEPENDENTES. • Essas respostas são rápidas e + simples → apenas IgM de baixa afinidade participa. • As respostas primárias e secundárias de anticorpos a ANTÍGENOS PROTEICOS diferem qualitativa e quantitativamente. o PRIMÁRIAS → ativação de células B naive não previamente estimuladas. o SECUNDÁRIAS → estimulação de clones expandidos de células B de memória. • + rápido e tem mais anticorpos produzidos. • Há mais IgG e outros isotipos do que IgM → há maior afinidade. • Subpopulações distintas de células B respondem de modo preferencial a diferentes tipos de antígenos. o CÉLULAS B FOLICULARES NOS ÓRGÃOS LINFOIDES PERIFÉRICOS → respondem a antígenos proteicos → T DEPENDENTES. o CÉLULAS B DA ZONA MARGINAL, NO BAÇO E EM OUTROS TECIDOS LINFOIDES, CÉLULAS B-1 DE TECIDOS DE MUCOSA E NO PERITÔNIO → reconhecem antígenos multivalentes no sangue → T-INDEPENDENTES. o ISSO NÃO É ABSOLUTO. RECONHECIMENTO ANTIGÊNICO E ATIVAÇÃO ANTÍGENO-INDUZIDA DA CÉLULA B • para iniciar as respostas de anticorpos → antígenos precisam ser capturados e transportados para as áreas de células B dos órgãos linfoides periféricos (secundários). • A apresentação às células B naive ocorre por múltiplas vias a depender do tipo de antígeno. o A maioria são transportados para os linfonodos pelos vasos linfáticos aferentes. o Antígenos solúveis → alcançam as células B por condutos entre o seio subcapsular e os folículos subjacentes. o Macrófagos sinusais subcapsulares capturam microrganismos grandes e complexos antígeno-anticorpo, e os distribuem aos folículos. o Antígenos grandes demais e não capturados que entram no linfonodo pelos vasos linfáticos aferentes → acredita-se que chegam lá por células dendríticas residentes. o Antígenos em imunocomplexos →se ligam a receptores de complemento ([CR2]) de células B da zona marginal) → elas os levam às células B foliculares. • CR2 de células dendríticas foliculares podem apresenta-los a → células B antígeno- específicas. • Anticorpos naturais podem contribuir para a formação de imunocomplexos e a apresentação de alguns antígenos durante as respostas imunes primárias. o ANTÍGENOS POLISSACARÍDICOS → são capturados por macrófagos na zona marginal dos folículos linfoides esplênicos → levados às células B. • Os polissacarídeos → são apresentados intactos → não são processados por APCs. • Essaé uma das diferenças entre o reconhecimento de linfócitos B e T. • Ainda é desconhecido como ocorre essa apresentação sem alterações conformais. ATIVAÇÃO DAS CÉLULAS B POR ANTÍGENOS E OUTROS SINAIS • COMPLEXO RECEPTOR ANTIGÊNICO DA CÉLULA B → TEM MOLÉCULAS DE IG DE MEMBRANA E PROTEÍNAS IGΑ E IGΒ ASSOCIADAS → PAPÉIS ESSENCIAIS NA ATIVAÇÃO DA CÉLULA B. • 1° → ligação antígeno-receptor envia sinais bioquímicos para células B se ativarem. o Sinalização é mais intensa com antígenos T-independentes multivalentes. o Sinais bioquímicos antígeno-induzidos são iniciados por fosforilação das tirosinas ITAM de Igα e Igβ mediada por quinases da família Src. • 2° → antígenos peptídicos são internalizados por vesículas endossomais → apresentados na superfície da célula B para reconhecimento de células T auxiliares. o O RECONHECIMENTO DO ANTÍGENO INICIA RESPOSTAS DE CÉLULAS B → PORÉM ESSE PROCESSO É FRACO PARA ESTIMULAR PROLIFERAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DE CÉLULAS B, MESMO POR ANTÍGENOS T-INDEPENDENTES. o RESPOSTAS COMPLETAS → outros estímulos cooperam → proteínas do complemento, receptores de reconhecimento de padrão e, em antígenos proteicos, células T auxiliares. • ATIVAÇÃO DAS CÉLULAS B É FACILITADA POR CORRECEPTOR CR2/CR1 PRESENTE NELAS → RECONHECE FRAGMENTOS DE COMPLEMENTO LIGADOS AO ANTÍGENO OU IMUNOCOMPLEXOS COM ANTÍGENO. • A ativação do complemento → resposta a antigenos que ativam esse sistema na ausência de anticorpos pelas vias ALTERNATIVA e da LECTINA e na presença de anticorpos pela via CLÁSSICA. • Em todas essas situações → são gerados FRAGMENTOS DE COMPLEMENTO → se ligam aos microrganismos. o Um desses fragmentos (C3d) → reconhecido pelo CR2/CD21 → ISSO INTENSIFICA A FORÇA DA SINALIZAÇÃO DAS CÉLULAS B. o Alguns polissacarídeos não microbianos também ativam o complemento pela via alternativa ou da lectina → isso mostra como antígenos conseguem induzir respostas de anticorpo sem ajuda da célula T. o Produtos microbianos se ligam a receptores do tipo Toll nas células B → TAMBÉM INTENSIFICA A ATIVAÇÃO DA CÉLULA B. • Células B → vários TLRs (Toll-like receptors) → TLR5 que reconhece flagelina bacteriana; o TLR7 endossomal → RNA de fita única; e TLR9 → para DNA não metilado nos endossomos. o ESSES RECEPTORES INTENSIFICAM AQUELES SINAIS EMITIDOS PELO COMPLEXO RECEPTOR DA CÉLULA B DURANTE A ATIVAÇÃO. • Em adição → ativação de células mieloides por esses receptores podem promover indiretamente a ativação da célula B, de 2 modos. o 1° → Células dendríticas ativadas via TLRs contribuem para a ativação da célula T auxiliar → estimulam as células B em resposta aos antígenos proteicos. o 2° → células mieloides ativadas por TLRs podem secretar APRIL e BAFF → citocinas capazes de promover respostas T-independentes das células B. o A interação de diferentes tipos de antígenos com as células B inicia a diferenciação delas de modos distintos. o A importância da sinalização pelo complexo BCR (imunoglobulinas sinalizadoras para células B após ligação com antígeno) para as respostas celulares subsequentes varia com a natureza do antígeno. • A maioria dos antígenos T-independentes contêm múltiplos epítopos idênticos em cada molécula → pode gerar LIGAÇÃO CRUZADA com muitos receptores antigênicos da célula B e iniciar respostas, mesmo que não sejam reconhecidos por linfócitos T auxiliares. • Já antígenos proteicos globulares naturais com única cópia de cada epítopo por molécula → não realizam ligação cruzada com múltiplas moléculas de Ig, e sua capacidade de ativar o BCR é limitada. • Esses antígenos tipicamente não induzem sinais que podem dirigir a proliferação e diferenciação da célula B. • Esses sinais fracos podem ser suficientes para manter as células B vivas, induzir alterações na expressão de receptor de quimiocina e promover endocitose do antígeno. PAPEL DAS CITOCINAS Células produtoras Ações TNF-a (caquectina) Macrófagos, células NK, células T Promoção da inflamação, ativação endotelial IFN-alfa (pelo menos 12 proteínas distintas) Leucócitos, células dendríticas, células dendríticas plasmacitoides células dendríticas convencionais Antiviral, aumento da expressão do MHC de classe 1 IFN-beta Fibroblastos Antiviral, aumento da expressão do MHC de classe 1 IFN- gama Células T, células NK Ativação de macrófagos, aumento da expressão de moléculas do MHC e dos componentes do processamento de antígenos, troca de classe de lg, supressão de TH2 IL-2 (fator de crescimento de células T) Células T Proliferação de células T IL-4 (BCGF·1, BSF-1) Células T (CD4+), mastócitos, fibroblastos Ativação de células B, mudança para lgE, indução de diferenciação em células TH2 IL-6 (IFN-8502, BSF-2, BCDF) Células T, macrófagos, células endoteliais Crescimento e diferenciação de células B e T, produção de proteínas de fase aguda, febre IL-10 (fator inibidor da síntese de citocina) Monócitos Potente supressor das funções dos macrófagos
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