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BIOFILME Pode ser encontrado em vários locais (banheiro, mangas de água, próteses articulares, feridas) São formações de bactérias + matriz extracelular BIOFILME DENTÁRIO Pode ser conhecido também por: Massa de microrganismos Placa dentária Placa gelatinosa Placa ácida Placa bacteriana dentária 24h sem escovar o dente: tempo para ser visualizado a olho nu (massa branca/amarelada) Estima-se que em um ser humano saudável, a população bacteriana do organismo pesa cerca de 2kg Originalmente: acúmulos de células Posteriormente: sistema complexo CONCEITO Uma ou mais comunidades de MO embebidos em um glicocálice e aderidos a uma superfície solida. Representam o método preferido de crescimento para a maioria das bactérias COMPOSIÇÃO Células bacterianas, microcolônias (15- 20% volume) Matriz ou glicocálice (75-80%) Células epiteliais descamadas Polissacarídeos Restos alimentares Leucócitos Sais minerais CRESCIMENTO Quanto + bactérias na matriz + biofilme Estratificações verticais e horizontais: microhabitats ou microambientes Colonizadoras primárias > micro colônias > bactérias secundárias > comunidade clímax (estável) > expansão BACTÉRIAS VANTAGENS DO BIOFILME PARA BACTÉRIAS Proteção contra: - Competição - Fatores ambientais como os mecanismos de defesa do hospedeiro Facilita a obtenção de nutrientes (utilização de outras bactérias) Desenvolvimento de um ambiente físico-químico adequado Formam uma estrutura semelhante a uma cidade: várias bactérias coabitando, cada uma com sua característica ORIGEM DAS BACTÉRIAS Cavidade bucal MATRIZ Constituída de exopolissacarídeos (EPS): produzidos pelas bactérias dos biofilmes (também chamado de PEC: polissacarídeo extracelular) Função: - Manter a integridade do biofilme - Prevenir a desidratação e o ataque de agentes nocivos - Criar um ambiente nutricionalmente rico - Meio de comunicação Sensor de quórum e transferência de informações genéticas - Método de sinalização intercelular - Potencial de influenciar a estrutura da comunidade, estimulando o crescimento de espécies benéficas (para o biofilme) e desestimulando o crescimento de espécies competidoras - Alta densidade celular facilita as trocas de informações genéticas entre as células da mesma espécie, entre espécies ou mesmo gêneros LOCALIZAÇÃO Biofilme supragengival - Cárie: desmineralização do dente pelas bactérias (físico-quimica) Biofilme subgengival - Doença periodontal: ação defensiva do organismo contra as bactérias (imunológica) Pode se acumular também em implantes ETAPAS DE FORMAÇÃO Sequencia ordenada de eventos, resultando em um biofilme microbiano estruturado e funcionalmente organizado Meramente teórico, pois pode ocorrer diferentes fases em diferentes faces do dente 1. Formação da película adquirida - O dente nunca está seco, sempre banhado em saliva (90%) e fluido gengival (10%) que forma a (bio)película adquirida COMPOSIÇÃO: Proteínas e glicoproteínas salivares (maior parte) Enzimas (amilase, lisozima, IgA, IgG) Lipídeos FUNÇÃO: Proteção da superfície do esmalte (perda de minerais por osmose/dissolução) Influência na aderência de microrganismos Substratos para microrganismos adsorvidos ESPESSURA: 0,01um – 1um - Camada de hidratação: cálcio do dente atrai proteínas e glicoproteínas para formação da película 2. Adesão de células bacterianas primarias – fase de aderência inicial - Reversível: a bactéria começa a se aproximar da película, se ligando por forças de Van der Waals (fracas, inespecífica e de longo alcance), teoria relacionada a cargas - Irreversível: ocorre a partir de 3h sem escovar os dentes, adesão forte, especifica e de curto alcance, os constituintes da película sofrem modificações para expor novos receptores (cada bactéria tem seu receptor), ou mudanças para revelar receptores ocultos (criptitopos), adesina-receptor - Nem todas as bactérias tem a capacidade de se fixar diretamente a película de forma irreversível (ex.: S. mutans) - As bactérias capazes de se ligar irreversivelmente a película são chamadas de colonizadores iniciais (primeiras a se fixar) COMUNIDADE PIONEIRA: Streptococcus (90%-80%): grupo MITIS (S. sanguinis, S. oralis, S. mitis e S. gordonii) Bacilos gram positivos: actinomyces spp Cocos gram negativos: neisseria + haemophilus 3. Crescimento de bactérias aderidas - Multiplicação dos microrganismos aderidos inicialmente ao biofilme - Dobra de número a cada 3h - Em 24h, 1 bactéria = 256 bactérias 4. Sucessão microbiana - Coagregação de bactérias - Aumento da variabilidade - Microbiota mais complexa - Diminuição dos streptococcus (45%) e surgimento de cocos anaeróbicos gram negativos: veillonella (20%) - Colonizadores secundários - Após 72h: aumento de outras espécies como Actinomyces (25%) e fusobacterium (5%) - Comunidade intermediária A medida que aumenta o biofilme em altura, o oxigênio fica cada vez mais rarefeito na base, favorecendo as bactérias anaeróbicas nesse local, e concentração de produtos metabólicos 5. Comunidade clímax - Equilibrio dinâmico: constantes modificações fisiológicas - Intensificiação dos canais - Crescimento em espessura e área - Favorece microrganismos anaeróbicos (prevotella, porphyromonas. eubacterium) e espiroquetas (treponema) - Estrutura de espiga de milho formada pela Corynebacterium matruchotil e cocos na placa MECANISMOS DO BIOFILME Co-adesão e co-agregação Reconhecimento BIOFILME MADURO A medida que se distancia da base as bactérias se tornam mais frouxas Dependendo da dieta, há um aumento muito maior na espessura Ocorre o desligamento e envio de bactérias para outros locais TENDÊNCIA GERAL Crescimento com aumento de espessura Favorecimento de microrganismos anaeróbios Aumento próximo ao dente de Bastonentes Gram negativos Significativo número de bactérias inviáveis CONSEQUÊNCIAS DA FORMAÇÃO DO BIOFILME Interação metabólica Bactérias colaboram para quebrar moléculas do hospedeiro (complementação enzimática) Cadeias alimentares/teias alimentares: uma bactéria produz alimento para a outra Coagregação: quanto maior a união de diferentes bactérias em harmonia, melhor para o biofilme Sinalização célula-célula – quórum sensing: (moléculas sinalizadoras do mecanismo de comunicação entre as bactérias), possibilita adaptação a densidade populacional, coordena a expressão genica (auto indutores – linguagem universal) Transferência de genes Modificação ambiental: permite a multiplicação de determinadas bactérias DIVERSIDADE DO BIOFILME É causada por: Desenvolvimento de cadeias e redes alimentares + bactérias diferentes + metabólicos distintos + novas bactérias diferentes Ausência de um nutriente que limite o crescimento de todas as espécies bacterianas É antagonizada por: Produção de bacteriocinas: substancias que inibem o crescimento de outras espécies (s. salivarius inibidor da s. pyogenes) Produção de peróxido de hidrogênio Ácidos orgânicos Baixo pH Competição por nutrientes FATORES QUE MODIFICAM O EQUILÍBRIO (HOMEOSTASE) Defesa do hospedeiro (doença periodontal por exemplo) Distúrbios físicos Antibiótico-terapia Hormônios Espécies exógenas Dieta Stress ecológico FATORES QUE AFETAM O DESENVOLVIMENTO DO BIOFILME Em alguns locais é mais fácil de bactérias se assentarem do que outros, devido a: Anatomia dos dentes (liso/sulco) Estrutura dentária Higienebucal Atrito com a dieta COMPOSIÇÃO DA COMUNIDADE CLÍMAX EM DIFERENTES ÁREAS BIOFILME DE SUPERFÍCIE LISA Equilíbrio dinâmico – constantes modificações fisiológicas BIOFILME PROXIMAL E DE SULCO GENGIVAL Maior recuperação de anaeróbios estritos nesses locais BIOFILME DA PRÓTESE Altamente variável Edêntulos – habitat primário para streptococcus dos grupos mitis e mutans ÁREAS ESTAGNADAS Biofilme acidogênico – prevalência de streptococcus (grupo mutans), as vezes cândida spp. SAÚDE X DOENÇA O que determina se o biofilme é patogênico ou não, é o predomínio de bactérias ruins
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