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AULA 6 - MARX - POLÍTICA E REVOLUÇÃO

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PENSAMENTO POLÍTICO
MARX: POLÍTICA E REVOLUÇÃO
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Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Identificar as contribuições para a concepção moderna de Estado, no pensamento de Karl Marx;
2. perceber na concepção de Estado proposta por Marx os conceitos de revolução, emancipação política,
emancipação social e alienação;
3. relacionar o pensamento de Marx com a nossa realidade política e com as formas de organização da sociedade
contemporânea.
Karl Marx viveu em uma época onde os ventos revolucionários atravessavam a Europa, e a Alemanha encontrava-
se defasada em relação à boa parte do continente, malgrado a influência das ideias oriundas de uma França pós-
revolucionária.
Weffort (1998) aponta que vários historiadores, incluindo o próprio Marx, "descrevem uma Alemanha que
teimava em viver no passado, a despeito da influência das novas ideias vindas de Paris".
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O jovem Marx começa seus estudos em Direito, Filosofia e História, tratando também de efetuar uma revisão
crítica da teoria dialética hegeliana – a qual, diga-se de passagem, foi de grande influência para as suas
formulações teóricas, ainda que seja "pelo avesso", como muitos gostam de colocar.
Apenas em um momento posterior surgem os textos mais propriamente revolucionários e uma efetiva crítica à
economia política.
A época em que vivia Marx foi das mais propícias a revoluções:
1848
"Em 1848, Marx esperava, já para o ano seguinte, uma guerra mundial como resultado de uma insurreição que
considerava inevitável por parte da classe operária inglesa".
1850
Entretanto, já em 1850, Marx coloca que a condição para a revolução seria a emergência de uma crise no
capitalismo – e para ele, a crise seria inevitável, uma vez que seria intrínseca ao próprio modo de produção e
desenvolvimento capitalista.
1857
Os rumores, em 1857, de que a crise estava por vir, conferiu grande ânimo a Marx. Porém, essa crise não
culminou na revolução esperada pelo pensador.
Conforme Weffort (1998), Marx pensava que a revolução estaria para além da mera ideologia, do mero
posicionamento político. E revolução, em Marx, seria inevitável porque as análises teórico-crítica e metodológica
o levam a essa conclusão.
É um ponto de suma pertinência frisar, especialmente quando consideramos que muitos – inclusive alguns
estudiosos – tendem a pensar que Marx pensava a revolução exclusivamente em função de sua militância.
Ao contrário, a revolução seria uma consequência direta dos pressupostos marxistas. Portanto, Marx não era
favorável à revolução exclusivamente por razões "altruístas", mas especialmente em função de sua fidelidade ao
seu rigor teórico e metodológico que apontava a revolução como inevitável.
Trata-se de uma implicação teórica, filosófica, para além de qualquer ideologia. "A teoria da revolução é bem
mais do que um fruto dos entusiasmos do jovem Marx. A lógica da Revolução está embutida na própria lógica das
contradições do sistema capitalista".
Tais contradições engendrariam a crise que culminaria na revolução: "A revolução, portanto, vai além das
manifestações de vontade dos revolucionários. Ela está inscrita na própria história real e, por isso, está também
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na lógica (dialética) que a desvenda". E isso se deve ao fato de que a ascensão burguesa acaba por produzir seus
próprios "coveiros" – o proletariado – segundo as palavras de Marx e Engels no Manifesto Comunista.
O próprio proletariado, enquanto classe revolucionária, também estaria condenada a desaparecer, dando lugar a
uma sociedade sem classes, pois "o modo de ser do proletariado é o de uma classe portadora das virtualidades
da sociedade sem classes, isto é, da sociedade comunista".
Weffort (1998) aponta Marx como um democrata radical, tanto nas obras do "jovem" Marx quanto nas obras do
"velho" Marx.
Nesse sentido, o pensador defende uma democracia radical que não se limita à democracia apenas política.
Weffort (1998) frisa que discorda das interpretações que passaram a prevalecer após Althusser, que distingue
um jovem Marx humanista e um velho Marx cientista. Isso porque, para Weffort (1998), os textos do velho Marx
correspondem a uma continuidade dos antigos.
O comentador Weffort reforça sua colocação a partir de Landshut e Mayer (que em 1934 escreveram a
introdução para a Crítica da ) e por Lucio Colletti. Wefford se opõe àqueles queFilosofia do Estado de Hegel
buscam "rupturas onde existem apenas variações e mudanças inteiramente normais no interior de um
pensamento em formação".
A democracia radical de Marx reside na formulação do confronto entre "emancipação política" e "emancipação
social"; ideias abstratas de liberdade e igualdade apenas revelariam a ilusão de emancipação política no
momento em que a questão do proletariado é revelada.
Os direitos do homem presentes na Constituição seriam definidos pelo Direito burguês, de modo que os direitos
assegurados pelo Estado não definem a igualdade que deve se efetuar na sociedade – ao contrário, culminam na
desigualdade econômica e social.
Weffort (1998) também menciona a inversão, feita por Marx, da dialética hegeliana. Enquanto Hegel supunha
que a vida real, concreta, é definida a partir da consciência e das ideias criadas pelo homem, Marx propõe o
inverso – são as condições materiais (estrutura) que definem o plano das ideologias, das ideias, dos valores
(superestrutura).
Isso porque, a classe que dispõe dos meios de produção material é a mesma classe que dispõe dos meios de
produção intelectual, de modo que as ideias dominantes expressam as condições materiais dominantes.
Entretanto, não se deve entender esse ponto mediante como uma leitura determinista, tão cara ao "marxismo
vulgar" que entende que as ideias são meramente reflexos das condições materiais.
Deve-se entender, conforme Weffort tem o cuidado de colocar, que "a luta de classes é tanto uma luta no plano
material quanto no plano das ideias". Isso porque, em momentos de crise e propícios à revolução, a classe
dominante perde o monopólio da produção intelectual.
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O próximo ponto diz respeito ao Estado e a transição para o socialismo. Para Marx, não basta a classe operária
tomar o Estado – é necessário destruir a própria máquina estatal.
Entretanto, o desaparecimento do Estado só é possível após o período de "ditadura do proletariado",
caracterizado pela tomada, por parte do Estado, de todos os instrumentos de produção da mão da burguesia.
Esse seria o caminho para a abolição das classes e do Estado.
Como pensar, nos dias de hoje, em uma revolução em termos marxistas?
Weffort (1998) aponta para a necessidade de se pensar uma nova concepção para a luta pela emancipação
humana e universal e atentar-se para o fato de que mesmo a obra de Marx deve ser lida hoje com olhos mais
críticos, considerando o momento histórico de sua formulação e nas transformações que ocorreram até então. Se
os problemas são os mesmos, eles se redimensionaram.
O que vem na próxima aula
• Apresentar o conceito de Constituição e as características do poder constituinte;
• reconhecer os Fundamentos e Objetivos da República Federativa do Brasil dispostos na Constituição 
Federal;
• identificar e refletir sobre como estão dispostos os Direitos Sociais na Constituição Federal;
• identificar e refletir sobre como está disposta a Seguridade Social na Constituição Federal.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Identificou as contribuições para a concepção moderna de Estado, no pensamento de Karl Marx;
• percebeu na concepção de Estado proposta por Marx os conceitos de revolução, emancipação política, 
emancipação social e alienação;
• relacionou o pensamento de Marx com a nossa realidade política e com as formas de organização da 
sociedade contemporânea.
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	Olá!
	
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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