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Luísa Ribeiro- MED 105 Embriologia do digestório Introdução • Intestino primitivo- cabeça, cauda e as pregas laterais incorporam- se à parte dorsal da vesícula umbilical (saco vitelino) o 4ª semana o Fechado na extremidade cranial- membrana bucofaríngea o Fechado na extremidade caudal- membrana cloacal • Epitélio cranial- estomodeu • Epitélio caudal- fosseta anal • Endoderma especifica as informações temporais e posicionais- desenvolvimento do intestino • Mesênquima esplâncnico- tecido muscular, tecido conjuntivo e outras camadas da parede do tubo • Somatopleura de um lado fecha com a outra- parede anterior do abdome • Eplancnopleura- intestino/ mesentério Intestino anterior • A faringe primitiva e seus derivados • O sistema respiratório inferior • O esôfago e o estômago • O duodeno, proximal à abertura do ducto biliar • O fígado, as vias biliares (ductos hepáticos, vesícula biliar e ducto biliar) e o pâncreas • Obs: supridos pelo tronco celíaco Esôfago • Caudal a faringe, atrás do coração, atravessa o diafragma (tem buraco) • Epitélio e glândulas derivam do endoderma- oblitera o lúmen do esôfago • Músculo estriado- camada externa do terço superior- deriva do mesênquima no quarto e no sexto arcos faríngeos • Músculo liso- terço inferior- mesênquima esplâncnico circundante Estômago • 4ª sem- dilatação- local do estômago primitivo o Aumento fusiforme da parte caudal do intestino anterior o No plano mediano • Parte esquerda alarga anteroposteriormente • Polarização e rearranjo radial do epitélio- margem posterior direita do estômago cresce mais rápido- desenvolvimento da curvatura maior do estômago • Rotação- aumento do mesentério e dos órgãos adjacentes e crescimento das paredes do estômago o 90º no sentido horário o Margem anterior (curvatura menor) move-se para a direita o Margem posterior (curvatura maior) para a esquerda- mesogastro dorsal o Lado esquerdo original torna-se a superfície anterior e o lado direito original torna-se a superfície posterior • A rotação e o crescimento do estômago explicam por que o nervo vago esquerdo supre a parede anterior do estômago do adulto e o nervo vago direito inerva a parede posterior • Mesogástrio dorsal primitivo- levado para a esquerda na rotação- formação da bolsa omental • Mesogástrio ventral primitivo- une-se ao estômago, une o duodeno ao fígado e à parede anterior do abdome Luísa Ribeiro- MED 105 Bolsa omental • Fendas isoladas desenvolvem-se no mesênquima- mesogástrio dorsal espesso • Fendas coalescem- unem- bolsa omental • Rotação do est^mago puxa mesogástrio para esquerda- aumenta bolsa- fica entre estômago e parede posterior do abdome • Facilita os movimentos do estômago • Desenvolvimento do diafragma- parte superior da bolsa omental é cortada- bolsa infracardíaca • Região inferior da parte superior da bolsa persiste como o recesso superior da bolsa omental • Estômago aumenta- recesso inferior da bolsa omental entre as camadas do mesogástrio dorsal alongado- omento maior • Recesso inferior desaparece à medida que as camadas do omento maior se unem • Bolsa omental comunica-se com a cavidade peritoneal por meio de uma abertura, o forame omental Duodeno • 4ª sem- parte caudal do intestino anterior, da parte cranial do intestino médio e do mesênquima esplâncnico associado a essas partes do intestino • A junção de duas partes do duodeno está distal à origem do ducto biliar Luísa Ribeiro- MED 105 • Duodeno cresce- alça em C- gira- pressionada contra a parede posterior da cavidade abdominal ou para a posição retroperitoneal (externa ao peritônio) • 5a e a 6a sem- proliferação de células epiteliais- lúmen do duodeno torna-se menor- temporariamente obliterado • Células epiteliais se degeneram- vacuolização- duodeno recanalizado Fígado e aparelho biliar • 4ª sem- divertículo hepático • Divertículo invade o septo transverso- forma o mesogástrio ventral- aumenta e divide entre as camadas do mesogástrio ou mesentério • Parte cranial maior do divertículo- primórdio do fígado • Parte caudal menor- primórdio da vesícula biliar • Pedúnculo do divertículo- ducto cístico- ducto biliar • As células endodérmicas em proliferação- cordões entrelaçados de hepatócitos- epitélio da parte intra-hepática do sistema biliar • Os cordões hepáticos anastomosam- se ao redor dos espaços revestidos de endotélio, os primórdios dos sinusoides hepáticos • O fígado cresce rapidamente da 5a à 10a semana e preenche grande parte da cavidade abdominal superior • A hematopoese (formação e desenvolvimento de vários tipos de células sanguíneas) começa no fígado durante a 6a semana- migração das células-tronco hematopoéticas da aorta dorsal para o fígado • A bile, que entra no duodeno através do ducto biliar após a 13a semana, dá ao mecônio (eliminação intestinal do feto) uma cor verde-escuro • Mesentério ventral- dá origem o Ao omento menor, que passa do fígado para a curvatura menor do estômago (ligamento hepatogástrico) e do fígado para o duodeno (ligamento hepatoduodenal) o Ao ligamento falciforme, que se estende do fígado à parede anterior do abdome. Pâncreas • Desenvolve-se entre as camadas do mesentério, a partir dos brotos pancreáticos dorsal e ventral das células endodérmicas • Maior parte deriva do broto pancreático dorsal maior • Broto pancreático ventral menor desenvolve-se próximo à entrada do ducto biliar no duodeno e cresce entre as camadas do mesentério ventral • Duodeno gira para direita- formato de C- broto transportado dorsalmente com ducto biliar- funde no broto pancreático dorsal • Broto pancreático ventral forma o processo uncinado e parte da cabeça do pâncreas • Estômago, o duodeno e o mesentério ventral giram- pâncreas em posição retroperitoneal Luísa Ribeiro- MED 105 • Botões pancreáticos se unem- ductos anastomosam • Ducto pancreático= ducto do broto ventral e da parte distal do ducto do broto dorsal • A parte proximal do ducto do broto dorsal persiste como um ducto pancreático acessório- se abre na papila menor do duodeno Baço • Deriva de massa de células mesenquimais entre as camadas do mesogástrio posterior • Baço fetal é lobulado- desaparecem antes do nascimento • Células mesenquimais no primórdio esplênico diferenciam- cápsula, estrutura de tecido conjuntivo e parênquima do baço • Funciona como um centro hematopoético até a vida fetal tardia o Mantém o seu potencial para a formação de células sanguíneas até na vida adulta Intestino médio • Intestino delgado, incluindo o duodeno distal à abertura do ducto biliar • Ceco, apêndice, cólon ascendente e metade a dois terços direitos do cólon transverso • OBS: supridos pela artéria mesentérica superior Herniação da alça do intestino médio • Fígado e rins grandes- sem espaço suficiente na cavidade abdominal para o cresmento do intestino médio • Intestino médio se alonga- alça ventral em forma de U- projeta no celoma extraembrionário o Parte proximal do cordão umbilical • 6ª sem- herniação umbilical fisiológica • Comunica-se com a vesícula umbilical pelo estreito ducto onfaloentérico • Tem um ramo cranial (proximal) e um ramo caudal (distal) e é suspensa da parede posterior do abdome pelo mesogástrio dorsal • Ducto onfaloentérico está unido ao ápice da alça do intestino médio- dois ramos se juntam o Ramo cranial- alças do intestino delgado o Ramo caudal- proeminência cecal (divertículo), primórdio do ceco e do apêndice vermiforme Rotação da alça do intestino médio • Alça do intestino médio está no cordão umbilical • Componentes da alça giram 90° no sentido anti-horário,em torno do eixo da artéria mesentérica superior Luísa Ribeiro- MED 105 • Ramo cranial (intestino delgado) da alça para a direita • Ramo caudal (intestino grosso) para a esquerda • Ramo cranial alonga-se e forma as alças intestinais (ex., os primórdios do jejuno e do íleo). • A rotação da alça do intestino médio resulta do crescimento diferencial dos vários componentes Retração das alças intestinais • 10ª sem-intestinos retornam ao abdome- redução da hérnia do intestino médio • Intestino delgado retorna primeiro- ocupa a parte central do abdome • Intestino grosso retorna- rotação de 180° no sentido anti-horário • O cólon descendente e o cólon sigmoide movem-se para o lado direito do abdome • O cólon ascendente torna-se reconhecível com o alongamento da parede posterior do abdome Fixação dos intestinos • A rotação do estômago e do duodeno levam o duodeno e o pâncreas para a direita • O cólon aumentado de tamanho pressiona o duodeno e o pâncreas contra a parede posterior do abdome • Maior parte do mesentério duodenal é absorvida • O mesentério do cólon ascendente funde-se ao peritônio parietal nessa parede e desaparece • Cólon ascendente também se torna retroperitoneal • Outros derivados da alça do intestino médio (p. ex., jejuno e íleo) retêm seus mesentérios Ceco e apêndice vermiforme • 6ª sem- elevação na margem do ramo caudal da alça- dilatação cecal • Apêndice vermiforme= pequena bolsa aberta a partir do ceco- aumenta- tubo resultante da extremidade distal do ceco • À medida que o cólon ascendente alonga, o apêndice vermiforme pode passar o Posterior ao ceco (apêndice retrocecal) o Ao cólon (apêndice retrocólico) o Descer sobre a abertura superior da pelve (apêndice pélvico) Luísa Ribeiro- MED 105 Intestino posterior • De um terço a metade do cólon transverso esquerdo, cólon descendente, cólon sigmoide, reto e parte superior do canal anal • Epitélio da bexiga urinária e maior parte da uretra. • OBS: supridos pela artéria mesentérica inferior Cloaca • É uma câmara na qual o intestino posterior e a alantoide se esvaziam • Revestida por endoderma em contato com o ectoderma superficial na membrana cloacal • Membrana é composta por endoderma da cloaca e ectoderma da fosseta • A cloaca recebe a alantoide anteriormente • É dividida em partes dorsal e ventral por uma cunha de mesênquima, o septo urorretal- se desenvolve no ângulo entre a alantoide e o intestino posterior • Septo cresce- forquilhas- dobramentos das paredes laterais- unem- divisória em 3 partes o Reto, a parte cranial do canal anal e o seio urogenital • Após a ruptura da membrana cloacal por apoptose, o lúmen anorretal fica temporariamente fechado pelo tampão epitelial • A recanalização do canal anorretal ocorre por morte celular apoptótica do tampão anal epitelial, que forma a fosseta anal Canal anal • 2/3 superiores- intestino posterior • 1/3 inferior- fosseta anal • Linha pectinada= epitélio derivado do ectoderma da fosseta anal e o endoderma do intestino posterior • Linha anocutânea= epitélio anal muda de células colunares para células escamosas estratificadas • Epitélio é queratinizado e contínuo com a pele ao redor dele • As outras camadas da parede do canal anal derivam do mesênquima esplâncnico • Os tumores na parte superior são indolores e surgem do epitélio colunar, enquanto os tumores na parte inferior Luísa Ribeiro- MED 105 são dolorosos e surgem do epitélio escamoso estratificado Patologias Esôfago • Atresia esofágica- desvio do septo traqueoesofágico no sentido posterior e da separação incompleta do esôfago do tubo laringotraqueal o 90% associado a fístula traqueoesofágica o Atresia isolada- falha na recanalização do esôfago o Resulta em polidrâmnio- acúmulo de volume excessivo de líquido amniótico o Sialorreia, rejeitar a alimentação oral com regurgitação imediata e tosse • Estenose esofágica- recanalização incompleta do esôfago ou falha no desenvolvimento dos vasos sanguíneos na área afetada- estreitamento do lúmen • Esôfago curto (hérnia congênita de hiato)- estômago também passa pelo buraco do diafragma o Se tiver cheio- esvazia totalmente Estômago • Estenose pilórica hipertrófica- espessamento muscular do piloro- músculos circulares e longitudinais na região pilórica são hipertrofiados- estenose e obstrução da passagem de alimentos o Estômago distendido o Cirurgia piloromiotomia Duodeno • Estenose duodenal- recanalização incompleta do duodeno, proveniente da vacuolização defeituosa- oclusão parcial do lúmen duodenal o Conteúdo do estômago (geralmente contendo bile) é frequentemente vomitado • Atresia duodenal- não ocorre recanalização completa do lúmen- oclusão de um segmento curto do duodeno o Ocorre na junção do ducto biliar com o ducto pancreático- ampola hepatopancreática o Atresia duodenal familiar- herança autossômica recessiva o Recém- nascido- vômito com bile (êmese biliosa), distensão do epigástrio, polidrâmnio o Defeitos associados- pâncreas anular, defeitos cardiovasculares, defeitos anorretais e a má rotação do intestino Fígado • As variações dos ductos hepáticos, do ducto biliar e do ducto cístico são comuns Luísa Ribeiro- MED 105 • Ductos hepáticos acessórios- canais estreitos que percorrem o lóbulo direito do fígado em direção à superfície anterior do corpo da vesícula biliar o ducto cístico abre no ducto acessório hepático e não no ducto hepático comum • Atresia biliar extra-hepática- ausência de abertura normal dos principais ductos biliares o Obliteração dos ductos biliares ou superior à porta do fígado o Falha no processo de remodelação no hilo hepático por infecções virais, reações imunológicas ou defeitos da circulação, durante o desenvolvimento fetal tardio o Icterícia logo após o nascimento, as fezes são acólicas (esbranquiçada), e a urina é de cor escura Pâncreas • Pâncreas ectópico- tecido pancreático na túnica mucosa do estômago, a parte proximal do duodeno, o jejuno, o antro pilórico e o divertículo ileal (de Meckel) o Sintoma gastrointestinal, obstrução, sangramento, câncer • Pâncreas anular- faixa de tecido pancreático fina e plana, envolvendo a parte descendente do duodeno o Causa obstrução duodenal e intestinal em recém nascidos o O bloqueio do duodeno ocorre se houver inflamação (pancreatite) no pâncreas anular o pode estar associado a síndrome de Down, má rotação intestinal e defeitos cardíacos o Resulta do crescimento de um broto pancreático anterior bífido ao redor do duodeno- unem ao broto posterior- anel pancreático Baço • Baços acessórios- 1 ou mais pequenas massas esplênicas de tecido esplênico totalmente funcional o Nas dobras peritoneais, perto do hilo esplênico, na cauda do pâncreas ou dentro do ligamento gastresplênico • Poliesplenia- múltiplos baços acessórios pequenos estão presentes, mas sem o corpo principal do baço o Em crianças o Função imunológica comprometida- mais infecções Herniação • Onfalocele congênita- herniação persistente do conteúdo abdominal para a parte proximal do cordão umbilical o Herniação do intestino para o cordão umbilical o Herniação do fígado o Até 50% dos casos estão associados a anormalidades cromossômicas o Cavidade abdominal é proporcionalmente pequena- não há estímulo para o crescimento dela o A onfalocele resulta do comprometimento no Luísa Ribeiro- MED 105 crescimento dos componentes mesodérmico (músculo) e ectodérmico (pele) da parede do abdome o Como a formação do compartimento abdominal ocorre durante a gastrulação, uma falhafundamental do crescimento nesse momento está, frequentemente, associada a outros defeitos congênitos dos sistemas cardiovascular e urogenital • Hérnia umbilical- intestinos retornam à cavidade abdominal (10ª sem) depois voltam a herniar através do umbigo imperfeitamente fechado o Diferente de onfalocele- massa protuberante (omento maior e parte do intestino delgado) é coberta por tela subcutânea e pele Parede do abdome • Gastrósquise- defeito lateral ao plano mediano da parede anterior do abdome o extrusão das vísceras abdominais sem envolver o cordão umbilical- banhadas pelo líquido amniótico Anomalias do intestino médio • Má rotação do intestino- resulta de rotação e/ou fixação incompleta do intestino • Não rotação do intestino médio- intestino não gira ao retornar para o abdome o Ramo caudal da alça do intestino médio retorna primeiro ao abdome, o intestino delgado fica do lado direito do abdome e todo o intestino grosso fica do lado esquerdo • Atresia intestinal (obstrução duodenal)- falha da alça do intestino médio em completar os 90° finais da rotação • Torção do intestino médio primitivo ou do vólvulo do intestino médio- apenas duas partes do intestino estão ligadas à parede posterior do abdome, o duodeno e o cólon proximal o O intestino delgado fica pendente por um pedúnculo estreito que contém a artéria e a veia mesentéricas superiores o Artéria mesentérica superior obstruída- infarto e gangrena do intestino suprido por ela o Os recém-nascidos com má rotação intestinal são propensos a vólvulos e êmese biliosa Luísa Ribeiro- MED 105 • Rotação inversa- alça do intestino médio gira no sentido horário em vez de anti-horário o duodeno fica anterior à artéria mesentérica superior e não posterior a ela e o cólon transverso fica posterior em vez de anterior a ela o Recém-nascidos, o cólon transverso pode ser obstruído pela pressão da artéria mesentérica superior o Em casos mais incomuns, o intestino delgado encontra-se no lado esquerdo do abdome e o intestino grosso, no lado direito, com o ceco no centro o Essa situação incomum resulta da má rotação do intestino médio, seguida por falha na fixação dos intestinos. • Hérnia interna- intestino delgado penetra o mesentério da alça do intestino médio durante seu retorno ao abdome Ceco e apêndice vermiforme • Ceco e apêndice vermiforme sub- hepáticos- a habitual rotação de 270° no sentido anti-horário não é completada e o ceco e o apêndice vermiforme ficam em posição inferior ao piloro do estômago o Em posição alta no abdome podem ser vistos em adultos- dificulta o diagnóstico de apendicite e a remoção cirúrgica do apêndice • Ceco móvel- fixação incompleta do cólon ascendente- mobilidade anormal o Possíveis variações na posição do apêndice, torção (vólvulo) Intestino • Estenose e atresia do intestino- oclusão parcial e a oclusão completa (atresia) do lúmen intestinal Luísa Ribeiro- MED 105 o 1/3 dos casos de obstrução intestinal o frequentemente no duodeno (25%) e no íleo (50%) o resultam da falha da formação de um número adequado de vacúolos durante a recanalização (restauração do lúmen) do intestino o Em alguns casos, forma-se um septo ou teia transversal, provocando bloqueio o Outra causa é a interrupção do suprimento sanguíneo para uma alça do intestino fetal, resultante de acidente vascular fetal- necrose do intestino • Duplicação do intestino- falha da recanalização normal do intestino delgado, como resultado, dois lumens se formam o Císticas ou tubulares o Duplicação contém mucosa gástrica ectópica, que pode resultar em ulceração péptica local e sangramento gastrintestinal Outros • Divertículo ileal congênito (divertículo de Meckel)- evaginação de parte do íleo o Simula apendicite o A mucosa gástrica ectópica frequentemente secreta ácido, provocando ulceração e sangramento o O divertículo ileal pode estar conectado ao umbigo por um cordão fibroso, o que pode predispor a pessoa à obstrução intestinal porque o intestino pode se enrolar nesse cordão fibroso ou pode formar uma fístula onfaloentérica o Cistos podem se formar em um remanescente do ducto e ser encontrados na cavidade abdominal ou na parede anterior do abdome • A. Corte do íleo e do divertículo com úlcera • B. Divertículo conectado ao umbigo por resquício fibroso do ducto onfaloentérico • C. Fístula onfaloentérica resultante da persistência da parte intra-abdominal do ducto onfaloentérico • D. Cistos onfaloentéricos no umbigo e no resquício fibroso do ducto onfaloentérico • E. Vólvulo (torção) do divertículo ileal e seio umbilical, resultante da persistência do ducto onfaloentérico no umbigo • F. O ducto onfaloentérico persistiu como um cordão fibroso, que conecta o íleo ao umbigo Luísa Ribeiro- MED 105 Anorretais • Megacólon congênito ganglionar (doença de Hirschsprung, HSCR)- ausência de células ganglionares (aganglionose) em um comprimento variável do intestino distal, o multigênica dominantemente hereditária o Causa mais comum de obstrução neonatal do cólon • Ânus imperfurado o O canal anal pode ter fundo cego ou pode ser um ânus ectópico ou uma fístula anoperineal (comunicação anormal) que abre no períneo No entanto, o canal anormal pode abrir para a vagina, nas mulheres, ou na uretra, nos homens o Mais de 90% dos defeitos anorretais baixos estão associados a fístula • Estenose anal- ânus está na posição normal, mas ele e o canal anal são estreitos o Causado por discreto desvio posterior do septo urorretal à medida que ele cresce caudalmente • Atresia membranosa- ânus está na posição normal, mas uma fina camada de tecido separa o canal anal do exterior o O resquício do tampão anal epitelial é fino o suficiente para projetar-se com o esforço para defecar e parece azul por causa do mecônio (fezes do recém-nascido) acima dele o Esse defeito ocorre porque o tampão epitelial não é perfurado • Agenesia anorretal- reto termina superior ao músculo puborretal o fístula (comunicação anormal) o para a bexiga (fístula retovesical) o para a uretra (fístula retouretral), nos homens o para a vagina (fístula retovaginal) o para o vestíbulo da vagina (fístula retovestibular), nas mulheres • Agenesia anorretal com fístula- separação incompleta da cloaca do seio urogenital pelo septo urorretal o sexo masculino mecônio na urina o sexo femininomecônio no vestíbulo da vagina Luísa Ribeiro- MED 105 • Atresia retal- existem canal anal e reto, mas estão separados o dois segmentos do intestino estão conectados por um cordão fibroso, resquício de uma porção atrésica do reto o A causa da atresia retal pode ser a recanalização anormal do cólon ou, mais provavelmente, defeito no suprimento sanguíneo • Persistência da cloaca • Atresia anal Resumo • O intestino primitivo forma-se a partir da parte posterior da vesícula umbilical, que é incorporada ao embrião. O endoderma do intestino primitivo dá origem ao revestimento epitelial do tubo digestório, com exceção das partes cranial e caudal, que derivam do ectoderma do estomodeu e da membrana cloacal, respectivamente. Os tecidos musculares e conjuntivo que compõem o tubo digestório derivam do mesênquima esplâncnico adjacente ao intestino primitivo • O intestino anterior dá origem a faringe, sistema respiratório inferior, esôfago, estômago, parte proximal do duodeno, fígado, pâncreas e sistema biliar. Como a traqueia e o esôfago têm origem comum no intestino anterior, a divisão incompleta pelo septo traqueoesofágico resulta em estenosesou em atresias, com ou sem fístulas entre elas • O divertículo hepático, o primórdio do fígado, da vesícula biliar e do sistema de ductos biliares, é a extensão do revestimento epitelial endodérmico do intestino anterior. Os cordões epiteliais do fígado desenvolvem-se a partir do divertículo hepático e crescem no septo transverso. Entre as camadas do mesentério ventral, derivadas do septo transverso, as células primitivas diferenciam-se em tecidos hepáticos e nos revestimentos dos ductos do sistema biliar • A atresia duodenal congênita resulta de falha no processo de vacuolização e recanalização após o estágio de desenvolvimento sólido normal do duodeno. Habitualmente, as células epiteliais degeneram e o lúmen do duodeno é restaurado. A obstrução do duodeno também pode ser causada pelo pâncreas anular ou por estenose pilórica • O pâncreas desenvolve-se a partir dos brotos pancreáticos, que se formam do revestimento endodérmico do intestino anterior. Quando o duodeno gira para a direita, o broto pancreático ventral é deslocado posteriormente e se funde ao broto pancreático dorsal. O broto pancreático ventral forma a maior parte da cabeça do pâncreas, incluindo o processo uncinado. O broto pancreático dorsal forma o Luísa Ribeiro- MED 105 restante do pâncreas. Em alguns fetos, os sistemas de ductos dos dois brotos não se fundem e formam o ducto pancreático acessório • O intestino médio dá origem a duodeno (a parte distal à abertura do ducto biliar), jejuno, íleo, ceco, apêndice, cólon ascendente e metade a dois terços da parte direita do cólon transverso. O intestino médio forma uma alça intestinal em forma de U, que se hernia para o cordão umbilical durante a 6a semana porque não há espaço para ela no abdome. Enquanto está no cordão umbilical, a alça do intestino médio gira 90° no sentido anti-horário. Durante a 10a semana, o intestino retorna ao abdome, girando mais 180° • As onfaloceles, as más rotações e a fixação anormal do intestino resultam da falha no retorno ou na rotação anormal do intestino. Como o intestino, normalmente, está ocluído durante a 5a e a 6a semana, a estenose (obstrução parcial), a atresia (obstrução completa) e as duplicações resultam de falha da recanalização ou anormalidade desse processo. Resquícios do ducto onfaloentérico podem persistir. Os divertículos ileais são comuns; no entanto, pouquíssimos inflamam e provocam dor • O intestino posterior origina um terço a metade da parte esquerda do cólon transverso, o cólon descendente e o cólon sigmoide, o reto e a parte superior do canal anal. A parte inferior do canal anal se desenvolve a partir da fosseta anal. A parte caudal do intestino posterior divide a cloaca no seio urogenital e no reto. O seio urogenital dá origem à bexiga urinária e à uretra. O reto e a parte superior do canal anal são separados do exterior pelo tampão epitelial. Essa massa de células epiteliais se decompõe no final da 8a semana • A maioria dos defeitos anorretais resulta da divisão anormal da cloaca no reto e no canal anal, posteriormente, e na bexiga urinária e na uretra, anteriormente. O crescimento interrompido e/ou o desvio do septo urorretal causa a maioria dos defeitos anorretais, como a atresia retal e as fístulas entre o reto e a uretra, a bexiga urinária ou a vagina
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