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INSTRUMENTALIDADE E INSTRUMENTOS 2020 (1) (2)

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CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 1
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 2
Carta ao Leitor
Concurseiros, elaboramos esse material sobre Instrumentalidade no Serviço Social e
Instrumentos Técnicos Operativo do Serviço Social. Esse conteúdo é sempre cobrado nos
concursos de serviço social, dessa forma esse material auxiliará em sua aprovação.
Concurseiros, esse material tem conteúdo, esquemas e questões comentadas que irá
auxiliar em seu aprendizado desse tema. Pedimos que não compartilhe esse material, nem
com FINS LUCRATIVOS e nem SEM FINS LUCRATIVOS, esse material é protegido pela lei de
direitos autorais, dessa forma a reprodução dele a terceiros sem a devida autorização do
grupo concurseiros de serviço social, constitui-se crime e quem o pratica está sujeito as
penalidades legais.
Esperamos que esse material te ajude em sua aprovação. Conheça também os nossos
outros materiais, temos certeza que vários deles poderão te ajudar. Concurseiro caso
necessite tirar alguma dúvida, ou fazer alguma reclamação, sugestão etc, entre em contato
conosco e teremos o prazer em auxiliá-lo.
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 3
SUMÁRIO
INSTRUMENTALIDADE NO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL................................ 5
 CONCEITO DE INSTRUMENTALIDADE................................................................................. 5
 A INSTRUMENTALIDADE DO TRABALHO E O SERVIÇO SOCIAL........................................... 5
 INSTRUMENTALIDADE E POLÍTICA SOCIAL.......................................................................... 5
 NÍVEIS DA INSTRUMENTALIDADE VINCULADO A POLÍTICA SOCIAL.................................... 7
DIMENSÕES DO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL................................................ 8
 DIMENSÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA............................................................................... 9
 DIMENSÃO ÉTICO-POLÍTICO................................................................................................ 9
 DIMENSÃO TÉCNICO-OPERATIVA....................................................................................... 10
DIFERENÇA DE INSTRUMENTALIDADE , INSTRUMENTAL E INSTRUMENTOS............ 11
 INSTRUMENTALIDADE........................................................................................................ 12
 INSTRUMENTAL................................................................................................................... 12
 INSTRUMENTOS.................................................................................................................. 12
COMPETÊNCIA E ATRIBUIÇÕES PRIVATIVAS.............................................................. 14
INSTRUMENTOS DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL.......................................... 14
 INSTRUMENTOS DIRETOS E INDIRETOS.............................................................................. 15
COMUNICAÇÃO/LINGUAGEM COMO INSTRUMENTO DE TRABALHO...................... 16
REGISTRO DOS DOCUMENTOS................................................................................. 16
PRONTUÁRIO SOCIAL................................................................................................ 16
INSTRUÇÃO SOCIAL................................................................................................... 16
ESTUDO SOCIAL......................................................................................................... 17
PERÍCIA SOCIAL.......................................................................................................... 20
LAUDO SOCIAL........................................................................................................... 23
RELATÓRIO SOCIAL.................................................................................................... 25
 RELATÓRIO SOCIAL PARA FÁVERO...................................................................................... 26
 DIFERENÇA DE ESTUDO E RELATÓRIO SOCIAL.................................................................... 27
 RELATÓRIO SOCIAL PARA TONIOLO.................................................................................... 29
 RELATÓRIO SOCIAL PARA MAGALHÃES.............................................................................. 30
 DIFERENÇA DE RELATÓRIO E LAUDO SOCIAL...................................................................... 30
 TIPOS DE RELATÓRIO PARA MAGALHÃES........................................................................... 31
PARECER SOCIAL........................................................................................................ 37
 PARECER SOCIAL PARA FÁVERO.......................................................................................... 38
 PARECER SOCIAL PARA TONIOLO........................................................................................ 42
ENTREVISTA............................................................................................................... 47
 ENTREVISTA PARA MAGALHÃES......................................................................................... 48
 ENTREVISTA PARA MIOTO.................................................................................................. 50
 ENTREVISTA PARA LEWGOY E SILVEIRA.............................................................................. 52
VISITA DOMICILIAR.................................................................................................... 56
 VISITA DOMICILIAR PARA TONIOLO.................................................................................... 57
 VISITA DOMICILIAR PARA MIOTO....................................................................................... 57
 VISITA DOMICILIAR PARA FÁVERO...................................................................................... 58
 VISITA DOMICILIAR PARA AMARO...................................................................................... 58
 VISITA DOMICILIAR PARA MAGALHÃES.............................................................................. 59
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 4
 VISITA DE INSPEÇÃO PARA MAGALHÃES............................................................................ 60
VISITA INSTITUCIONAL.............................................................................................. 61
GRUPO....................................................................................................................... 61
 GRUPO PARA MAGALHÃES................................................................................................. 62
 GRUPO PARA LAVORATTI E COSTA..................................................................................... 62
DINÂMICA DE GRUPO................................................................................................ 63
ATA DE REUNIÃO....................................................................................................... 64
REUNIÃO.................................................................................................................... 64
OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE.................................................................................... 65
DIÁRIO DE CAMPO..................................................................................................... 66
LIVRO DE REGISTRO................................................................................................... 66
MOBILIZAÇÃO DE COMUNIDADE.............................................................................. 66
ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS.................................................................................. 67
RESOLUÇÃO 557/2009, DE 15 DE SETEMBRO DE 2009 ............................................ 67
ORIENTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO SOCIAL A INDIVÍDUOS, GRUPOS E FAMÍLIAS 74
TRABALHO EM QUIPE INTERDISCIPLINAR, MULTIDISCIPLINAR E
TRANSDISCIPLINAR....................................................................................................
79
QUESTÕES COMENTADAS.........................................................................................85
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 5
INSTRUMENTALIDADE NO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
Concurseiro, tudo que nesse tópico será colocado vem das contribuições da autora
Yolanda Guerra, essas contribuições estão contidas no artigo “A Instrumentalidade no
Trabalho do Assistente Social” publicado em 2007. Fique atento a todas as explanações pois
elas são muito cobradas nas provas de concurso de serviço social.
CONCEITO DE INSTRUMENTALIDADE
Para Guerra (2007) a instrumentalidade no exercício profissional refere-se, NÃO ao
CONJUNTO DE INSTRUMENTOS e TÉCNICAS, mas a uma determinada capacidade e
propriedade constitutiva da profissão, construída e reconstruída no processo sócio-histórico.
Nas questões você verá que o conceito cobrado é esse.
Yolanda Guerra entende a instrumentalidade como uma propriedade ou determinado
modo de ser que a profissão adquire no interior das relações sociais, no confronto entre as
condições objetivas e subjetivas do exercício profissional. Para ela a instrumentalidade é
vista como uma propriedade sócio-histórica da profissão, por possibilitar o atendimento
das demandas e o alcance de objetivos (profissionais e sociais), assim ela constitui-se numa
CONDIÇÃO CONCRETA de RECONHECIMENTO SOCIAL DA PROFISSÃO.
A INSTRUMENTALIDADE DO TRABALHO E O SERVIÇO SOCIAL
Como mencionado anteriormente, a instrumentalidade é uma propriedade e/ou
capacidade que a profissão vai adquirindo na medida em que concretiza objetivos. É a
instrumentalidade que possibilita que os profissionais OBJETIVEM suas intencionalidades em
respostas profissionais.
É através da instrumentalidade que o assistente social modifica, transforma e altera as
condições objetivas, subjetivas e as relações interpessoais e sociais do cotidiano. Ao
alterarem o cotidiano profissional e das classes sociais que demandam a sua intervenção os
assistentes sociais estão dando instrumentalidade as suas ações.
Assim, a instrumentalidade é CONDIÇÃO NECESSÁRIA de todo trabalho social quanto
categoria constitutiva, um modo de ser de todo trabalho.
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 6
INSTRUMENTALIDADE E POLÍTICA SOCIAL
Yolanda Guerra (2007) vai explicitar a relação e instrumentalidade na sociedade
capitalista no trabalho direto com as políticas sociais, ela afirma que a instrumentalidade na
sociedade capitalista converte-se em processo de instrumentalização das pessoas as quais
são utilizadas para a consecução de determinados objetivos. Assim, o Serviço Social surge
como uma forma do capital alcançar finalidades de cunho econômico e político,
caracterizando-se como um instrumento a serviço do capital.
É no estágio monopolista do capitalismo que a questão social intensifica-se
colocando-se como uma demanda contínua para a intervenção do Estado e com isso cria-se
um espaço de trabalho para o serviço social.
O Serviço Social, assim como qualquer profissão, surge a partir das necessidades
sociais para as quais seu conhecimento possa dar resolutividade ou resposta. É no campo
das políticas sociais, marcadamente em sua implementação, que se funda o espaço
sócio-ocupacional dos assistentes sociais.
O Estado no enfrentamento da questão social fragmenta-a em diversas modalidades a
partir de políticas sociais setoriais, onde o assistente social apresenta-se como o profissional
da ponta da política ao qual a população relaciona-se diretamente, atuando tanto na
reprodução da força de trabalho como na reprodução ampliada do capital.
O profissional, desse modo, insere-se na divisão sócio-técnica do trabalho na condição
de trabalhador assalariado subordinado aos ditames impostos pelo capital. Nesse sentido,
sua atuação fica restrita ao que lhe é imposto no espaço institucional em que está inserido.
A atuação do assistente social através das políticas sociais que tem caráter
compensatório e fragmentário em diversas áreas, fica atrelada a um duplo movimento:
impedem a apreensão das políticas sociais em sua totalidade, sempre vistas de modo
particular, onde as necessidades sociais são divididas em áreas; impõe a utilização de
instrumentos de trabalho, marcados pela imediaticidade das respostas.
Assim a instrumentalidade do Serviço Social pode ser pensada como uma condição
sócio-histórica de evolução da profissão.Tal instrumentalidade pode ser apreendida como
instrumento de manutenção da ordem burguesa e/ou a partir das respostas que atribui às
demandas que lhe são colocadas no espaço profissional e também como mediação. Veja a
seguir as características de cada uma delas.
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 7
Níveis da Instrumentalidade vinculado a Políticas Sociais
A instrumentalidade no trabalho do/a Assistente Social, no que se refere à utilidade
social do Serviço Social, vinculado às Políticas Sociais, pode ser pensada de acordo com
Guerra (2007), como uma condição histórica da profissão, em três níveis:
 Instrumentalidade do Serviço Social Face ao Projeto Burguês: capacidade que a
profissão porta (dado ao caráter reformista e integrador das políticas sociais) de ser
convertida em instrumento, em meio de manutenção da ordem, a serviço do projeto
reformista da burguesia. Assim, o estado faz uso das políticas sociais (estratégia
histórica de controle da ordem social) e requisita o assistente social para atuar na
operacionalização dessas políticas.
 Instrumentalidade das Respostas Profissionais: Refere à sua peculiaridade operatória,
ao aspecto instrumental-operativo das respostas profissionais frente as demandas das
classes, aspecto este que permite o reconhecimento social da profissão, dado que, por
meio dele o Serviço Social pode responder às necessidades sociais que se traduzem (por
meio de muitas mediações) em demandas (antagônicas) advindas do capital e do
trabalho. Isto porque as diversas modalidades de intervenção profissional tem um
caráter instrumental, dado pelas requisições que tanto as classes hegemônicas quanto
as classes populares lhe fazem (p.8). Esse nível está diretamente ligado aos aspectos
instrumental-operativo e expressa-se em:
1) funções requisitadas (executar, implementar etc), no âmbito da representação da
força de trabalho;
2) No horizonte do exercício profissional: no cotidiano;
3) Nas modalidades de intervenção que lhe são exigidas pelas demandas das classes
sociais, em geral no nível do imediato.
De acordo com Guerra (2007), esses três casos são respostas manipulatórias,
fragmentadas, imediatista. O parâmetro de competência é a eficácia segundo a
racionalidade burguesa, são operações realizadas por ações instrumentais.
 Instrumentalidade como Mediação: Reconhecer a instrumentalidade como mediação
significa tomar o Serviço Social como totalidade constituída de múltiplas dimensões:
técnico-instrumental, teórico-intelectual, ético-política e formativa, e a
instrumentalidade como uma particularidade e como tal, campo de mediações que
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 8
porta a capacidade tanto de articular estas dimensões quanto de ser o conduto pelo
qual as mesmas traduzem-se em respostas profissionais.
Para concluir esse tópico ressaltaremos mais uma vez que a instrumentalidade como
campo de mediação articula as dimensões técnico-instrumental (técnico-operativo),
teórico-intelectual (teórico-metodológico), ético-política e formativa e é também síntese
das mesmas. Assim, a instrumentalidade como mediação PERMITE a passagem dos
referenciais técnicos, teóricos, valorativos e políticos e sua concretização, de modo que
estes se traduzam em ações profissionais, em estratégias políticas, em instrumentos
técnicos-operativos. As dimensões se articulam entre si, se constituem uma relação de
unidade na diversidade, não existe sobreposição de uma sobre a outra, entretanto, a
dimensão técnico operativo é a forma de aparecer da profissão, é a dimensão pela qual o
serviço social é conhecido e reconhecido como profissão.
Você aprenderá um pouco mais sobre as dimensões no tópicos a seguir.
DIMENSÕES DO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
Concurseiro,falaremos aqui sobre as dimensões do trabalho do assistente social.
Sabemos que a intervenção profissional do assistente social é constitutiva de diferentes
dimensões, dentre elas, as dimensões teórico-metodológica, ético-política e
técnico-operativa, essas vêm sendo objeto de constantes indagações nas provas de
concursos, é necessário que você conheça sobre cada uma delas. Para estudar esse tema
recorremos mais uma vez a Yolanda Guerra (2007) e suas contribuições contidas no artigo
“A Instrumentalidade no Trabalho do Assistente Social” e Santos (2013) no artigo “A
dimensão técnico-operativa e os instrumentos e técnicas no Serviço Social’’.
Antes de falar das dimensões propriamente ditas é necessário que você entenda e
conheça o conceito do que são dimensões. Para Santos (2002), as dimensões “são todos os
elementos que constituem e são constitutivos da profissão, intrínsecos à passagem da
finalidade ideal – que está no âmbito do pensamento, da projeção – à finalidade real –
âmbito da efetividade da ação. São as várias EXTENSÕES que determinam a profissão e suas
particularidades.
As dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa tanto para Guerra
(2007) como para Santos (2013) encontram-se presentes nas diferentes expressões do
exercício profissional: formativa, investigativa, organizativa e interventiva, elas constituem
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 9
uma relação de unidade na diversidade apesar de se constituírem em uma relação
intrínseca, cada qual possui uma especificidade, uma natureza, um âmbito, assim não se
pode dizer que elas possuem a mesma IDENTIDADE, fique atento a isso em sua prova. A
dimensão técnico-operativa do Serviço Social é a que vai expressar as demais dimensões
(teórico-metodológica, ético-política).
Vamos colocar aqui as principais característica de cada dimensão para que você consiga
acertar todas as questões na hora de sua prova.
DIMENSÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA:
 Refere-se a capacidade de apreensão do método e das teorias e sua relação com a
prática, na ação profissional;
 Essa dimensão é necessária para uma intervenção qualificada, sem ela a intervenção do
profissional ficaria prejudicada, pois a teoria ilumina a prática, o significado social da
ação, ultrapassando o senso comum.
 Essa dimensão trata das diferentes teorias que contribuem com o conhecimento da
realidade. Realidade com a qual o assistente social vai trabalhar e que se expressa no
cotidiano profissional.
 Ela é a responsável por fornecer ao profissional um ângulo de leitura dos processos
sociais, de compreensão do significado social da ação, uma explicação da dinâmica da
vida social na sociedade capitalista. Possibilita a análise do real, onde ocorre a
intervenção.
DIMENSÃO ÉTICO-POLÍTICO:
 Essa dimensão está ligada ao compromisso social do serviço social com o projeto
ético-político;
 Essa dimensão trata dos diferentes compromissos que a profissão pode ter; das
intencionalidades das ações; implica tomada de posições, no entanto esse compromisso
a tomada de posições, no entanto esse compromisso e essas intencionalidades possuem
uma sustentação teórica – mesmo que não se tenha consciência disso. Ética é uma
reflexão crítica sobre os valores presentes na ação humana e se uma ação requer tomar
partido, há uma relação intrínseca entre ética e política.
 Essa dimensão não se restringe ao compromisso social genérico;
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 10
 Essa dimensão envolve o projetar a ação em função dos valores e finalidades do
profissional, da instituição e da população.
 Ela é responsável pela avaliação das consequências de nossas ações – ou a não avaliação
dessas consequências. São as diferentes posições e partidos que os profissionais
assumem.
 No fazer do assistente social ela só pode ser vislumbrada se o profissional realizar ações
conscientes e críticas, vinculadas a um posicionamento político de defesa dos direitos
dos usuários;
 Não pode ser pensada desvinculada da política.
 Esta ligada a direção do Serviço Social no Brasil defendida no: Projeto Ético-Político,
Código de Ética, Lei 8.662 e Diretrizes Curriculares;
DIMENSÃO TÉCNICO-OPERATIVA:
 Essa dimensão trata da execução da ação que se planejou, tendo por base os valores, as
finalidades e a análise do real.
 Essa dimensão é a mais aproximada da prática profissional, propriamente dita, e, que
por ser assim, necessariamente, expressa e contém as demais dimensões.
 A dimensão técnico-operativa envolve um conjunto de estratégias, táticas e técnicas
instrumentalizadoras da ação, que efetivam o trabalho profissional, e que expressam
uma determinada teoria, um método, uma posição política e ética.
 Se constitui no modo de aparecer da profissão, pela qual ela é conhecida e
reconhecida.
 não pode ser considerada de maneira autônoma, uma vez que carrega em si as demais
dimensões.
 Não pode ser considerada neutra: possui caráter ético-político sustentado em
fundamentos teóricos.
 Guerra (2012) considera que, a dimensão técnico-operativa, como a razão de ser da
profissão, remete às competências instrumentais pelas quais a profissão é reconhecida e
legitimada.
Concurseiro, confira o nosso esquema a seguir, ele vai te ajudar a entender melhor
sobre as adimensões.
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 11
DIFERENÇA DE INSTRUMENTALIDADE , INSTRUMENTAL E INSTRUMENTOS
É importante que nos concursos você não confunda Instrumentalidade, com
Instrumental e com Instrumentos, para deixar claro as características de cada um desses
conceitos utilizamos as contribuições abordadas por Guerra (2007) em seu artigo “A
Instrumentalidade no Trabalho do Assistente Social” , Trindade (2001) em seu artigo
“Desvendando as determinações sócio-históricas do instrumental técnico-operativo do
Serviço Social na articulação entre demandas sociais e projetos profissionais” e
Santos(2013) no artigo “A dimensão técnico-operativa e os instrumentos e técnicas no
Serviço Social”. Fique atendo as seguintes explicações.
INSTRUMENTALIDADE
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 12
Para Guerra (2007) uma propriedade e/ou capacidade que a profissão vai adquirindo na
medida em que concretiza objetivos. Ela possibilita que os profissionais objetivem sua
intencionalidade em respostas profissionais. É por meio desta capacidade, adquirida no
exercício profissional, que os assistentes sociais modificam, transformam, alteram as
condições objetivas e subjetivas e as relações interpessoais e sociais existentes num
determinado nível da realidade social: no nível do cotidiano. A instrumentalidade também
abrange a habilidade do uso dos instrumentos, mas não se restringe a ela.
INSTRUMENTAL:
Segundo Martinelli (1994) e também Trindade, é um conjunto articulado de
instrumentos e técnicas que permite a operacionalização da ação profissional (Concurseiro,
esse conceito exato já foi cobrado em provas de concurso). Dessa forma, as técnicas não são
portadoras de uma capacidade imanente de alcançar determinados resultados, pois são
mobilizadas a partir da capacidade teleológica dos sujeitos, no sentido de pôr finalidades, a
partir das necessidades presentes na realidade a ser transformada. Portanto, há um
conteúdo e uma direção social próprios ao uso das técnicas, que impossibilita qualquer
consideração sobre uma possível neutralidade técnica.
É importante destacar que Santos (2013) afirma que o instrumental técnico-operativo
possui um caráter histórico sendo influenciado pelas relações sociais postas na sociedade.
Outro elemento a ser destacado na escolha do instrumental se refere à necessidade do
profissional considerar as habilidades exigidas no manejo de cada instrumento e que o
conhecimento da realidade é imprescindível neste processo de escolha do instrumental.
INSTRUMENTOS
Eles são a estratégia que se realiza a ação. Para Santos (2013), Os instrumentos e
técnicas são tratados como um dos elementos constitutivos da dimensão técnico-operativa
(mas não são os únicos). Eles sãopartes constitutivas do instrumental técnico-operativo. Os
instrumentos têm caráter histórico.
A escolha do instrumento da ação é, necessariamente, direcionada a uma finalidade. Os
instrumentos são considerados como produto da ação humana, se constituindo como meios
de alcançar uma finalidade. Como os instrumentos são considerados meios de se alcançar
uma finalidade, Santos (2013) afirma que, ao escolher um determinado instrumento de ação
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 13
o profissional deve ter clareza da finalidade que pretende alcançar: se está coerente com
as finalidades da profissão e se o instrumento escolhido permitirá a efetividade de tais
finalidades. Os assistentes sociais devem privilegiar a utilização de instrumentos de caráter
democrático, coletivo, menos burocrático, sempre alinhados com a realidade em que
intervém, buscando com isso está de acordo com os compromissos posto no Código de Ética
Profissional.
Um elemento fundamental no processo de escolha dos instrumentos que se refere à
autonomia profissional. Aqui é importante levar em consideração como desempenhar as
atividades determinadas pelas organizações, haja vista que o profissional deve ter
autonomia não só para emitir sua opinião técnica sobre a situação, mas também de
escolher os instrumentos que contribuirão para a obtenção desta opinião técnica.
A escolha dos instrumentos e técnicas utilizados pelo assistente social, pressupõe
escolhas teóricas, metodológicas e políticas. O/a Assistente Social tem a liberdade de
escolher os procedimentos técnicos a serem utilizados para a realização de uma ação na
prática profissional. Sua autonomia no exercício da profissão é garantida pelo Código de
Ética da profissão, no intuito de contribuir com o processo de investigação, conhecimento,
intervenção e avaliação de uma determinada situação. Fávero (2005) também afirma que “o
profissional deve ter autonomia frente ao órgãos requisitor na escolha de instrumentos de
estudo e observação (visita domiciliar, entrevista com colaterais etc.). Concurseiro, então
não se esqueça que o assistente social tem autonômia para escolher quais instrumentos
vai utilizar em seu trabalho.
Outro ponto a ser relembrado em seu estudo é que o assistente social utiliza
instrumentos herdados da tradição profissional. Algumas provas de concurso tentam induzir
você ao erro informando que o assistente social não pode fazer uso de instrumentos
herdados da tradição profissional, isso está errado. Como mencionado a pouco, o assistente
social utiliza instrumentos já secularizados na tradição profissional. Entretanto, o
direcionamento dado no uso dos instrumentos, é de responsabilidade de cada profissional.
Concurseiro, usar instrumentos herdados da tradição profissional também não significa
a inviabilidade a ruptura de práticas conservadoras. Lembre-se que desde o início do serviço
social, utiliza-se instrumentos como entrevistas, visitas domiciliares etc, o que muda é a
forma e o direcionamento que será dado no uso desse instrumental pelo profissional, a
partir da fundamentação teórica e do posicionamento ético.
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 14
COMPETÊNCIA E ATRIBUIÇÕES PRIVATIVAS:
Nós, assistentes sociais, temos a lei 8.662/93 que regulamenta nossa profissão, nessa lei
são mencionadas atribuições privativas e competências. Ao falar em atribuições privativas
do assistente social ela está afirmando que apenas o profissional de serviço social pode
realizar tal ação, nenhum outro profissional que não seja da área poderá executar a ação
que é privativa do assistente social. Quando a lei menciona competência, ela afirma que o
profissional está apto a realizar tal ação, entretanto, outros profissionais de outras áreas que
também sejam competentes podem executá-la.
Dessa forma o artigo n° 4 da lei de regulamentação da profissão, afirma como umas
competências do Assistente Social:
 Realizar estudos sócio-econômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços
sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e
outras entidades;
No artigo n° 5 da mesma lei, afirma-se que é Atribuição Privativa do Assistente Social:
 Realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a
matéria de Serviço Social;
Concurseiro, analise o esquema que mostra as contribuições de Iamamoto sobre as
atribuições privativa.
Algumas provas de concurso colocam a realização de estudos sócio-economicos como
atribuição privativa, cuidado isso é uma PEGADINHA. Como você viu isso é uma
competência.
INSTRUMENTOS DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
No atendimento aos usuários e as suas demandas faz-se necessário que o assistente
social faça uso dos instrumentos técnicos operativos, como: entrevistas, visitas domiciliares,
laudos sociais, parecer social etc. O assistente social, enquanto profissional que está inserido
na divisão social e técnica do trabalho, usa esses instrumentos, fundamentando-os nas bases
teórico-metodológica , ético-político e técnico-operativo.
ATENÇÃO
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 15
Segundo Guerra (2007), para usar os instrumentos é necessário que o assistente social
tenha habilidades e competências: teórico-metodológico, ético-político, técnico-operativa e
formativa.
Antes de você começar a estudar cada tipo de instrumento, tenha em mente mais uma
vez que o assistente social tem autonomia para escolher quais instrumentos de trabalho irá
utilizar em seu fazer profissional.
INSTRUMENTOS DIRETOS E INDIRETOS
Antes de começar a explicação sobre os diversos instrumentos de trabalho do assistente
social, é importante que você saiba que esses são divididos como: Diretos e Indiretos, essa
divisão vem sendo cobrada de forma recorrente nos concursos de serviço social.
Toniolo (2008) é um dos autores que faz essa divisão e, segundo ele, os Instrumentos
Diretos, também são chamados face a face e esses são aqueles onde o profissional tem um
contato com o usuário, onde ele conversa, onde ele o vê, onde ele pode analisar o sujeito.
Os instrumentos Indiretos são aqueles que usam a escrita, eles ocorrem após ser feito o
contato direto com o sujeito, é com esse instrumento que é registrado o trabalho que foi
feito. O autor faz uma divisão dos Instrumentos Direto e Indiretos. Nesse material iremos
trabalhar com os seguintes instrumentos:
Instrumentos de Trabalho Direto (Face a Face):
 Observação Participante
 Entrevista Individual ou Grupal
 Dinâmica de Grupo
 Reunião
 Mobilização de Comunidade
 Visita Domiciliar
 Visita Institucional
Instrumentos de Trabalho Indireto (Escritos):
 Ata de Reunião
 Livro de Registro
 Diário de Campo
 Parecer Social
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 16
 Relatório Social
 Laudo Social
Vamos, agora, estudar esses instrumentos.
COMUNICAÇÃO/LINGUAGEM COMO INSTRUMENTO DE TRABALHO
O Serviço Social como uma das formas institucionalizadas de atuação nas relações entre
as pessoas no cotidiano da vida social tem como recurso básico de instrumental de trabalho
a comunicação/linguagem. A autora Iamamoto é que traz importantes contribuições sobre
essa colocação, para ela “o serviço social como uma das formas institucionalizadas na
relação entre os homens no cotidiano da vida social, tem como recurso básico de trabalho a
LINGUAGEM. São nos espaços organizacionais que vão se aprofundando a comunicação e
através dessas formas de comunicação o profissional. vai se aprofundando nas suas técnicas
interventivas”. Concurseiro, a linguagem como instrumento de trabalho tem sido cada vez
mais cobrada nas provas de concursos de serviço social.
REGISTROS DOS DOCUMENTOS
Fávero (2009) traz explanações importante sobre como deve ser escrito os documentos
que o assistente social elabora, esse tema já foi cobrado provas de concursos. Para a autora
“todos os registros que o assistente social junta aos autos serão, a partir daí, meios de
comunicação de mensagens. Comunica-se, então, uma mensagem de umaárea específica do
conhecimento a profissionais de outras áreas do conhecimento, os quais, ao realizar a leitura,
o farão com determinados objetivos e a partir de determinadas perspectivas, nem sempre
coincidentes com as do profissional que emitiu a mensagem”.
Para a autora é fundamental que o assistente social conheça as normas da língua formal,
que faça uso da coerência, objetividade e clareza de linguagem, que estabeleça critérios
para destacar os dados mais significativos, que emita uma LINGUAGEM TÉCNICA.
O uso da linguagem técnica deve ser feito evitando referências literais a terminologias
ou conceitos muito específicos que, em vez de dar clareza à informação, poderão deixar
pontos obscuros ou levar o magistrado a não considerá-la por não compreendê-la
integralmente.
Atente-se ao fato de que o que deve ser evitado são “referências literais a terminologias
ou conceitos muito específicos” e não a linguagem técnica em si.
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 17
PRONTUÁRIO SOCIAL
O prontuário social é um instrumento técnico que tem como objetivo contribuir para a
organização e qualificação do conjunto de informações necessárias ao diagnóstico,
planejamento e acompanhamento do trabalho social realizado com as famílias/indivíduos.
Com ele o assistente social vai ter se ter um registro organizado e sistemático dos
relatórios de entrevistas, de visitas, de fichas sociais e demais documentos pertencentes a
cada usuário.
INSTRUÇÃO SOCIAL
Os assistentes sociais que atuam no campo sociojurídico, tem como uma de suas
atribuições as instruções sociais de processo. De acordo com Fávero (2013, p.1) “a instrução
social faz parte da instrução processual, ou seja, conhecimentos da área de Serviço Social,
registrados em um informe, um relatório, um laudo ou um parecer, servem de referência ou
prova documental que vai contribuir para formar o processo, para informar a ação sobre a
qual o magistrado decide”.
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 18
ESTUDO SOCIAL
Concurseiro, as informações aqui contidas são do livro “Estudo Social em Perícias
Laudos e Parecer Técnicos” e do artigo “Instruções sociais de processos, sentenças e
decisões”, ambos da autora Eunice Teresinha Fávero.
Antes de começarmos a explanar sobre as atuais contribuições sobre o estudo social no
dias atuais, é necessário que você saiba que historicamente, o trabalho do assistente social
no judiciário, no que se refere ao estudo social, foi orientado pelo Serviço Social de Caso
originado nos Estados Unidos e que influenciou fortemente a profissão no Brasil. O Serviço
Social de Casos propõe uma abordagem individual e etapas metodológicas ou operativas
para análises das problemáticas individuais, as quais são: investigação, diagnóstico e
tratamento. Esse modelo de abordagem individual bem como suas etapas metodológicas,
pautados em perspectivas psicologizantes, influenciaram o estudo social no país mesmo
após o movimento de reconceituação. A autora ainda aponta que posteriormente a esse
movimento ocorreram algumas modificações na elaboração do estudo social, porém,
particularmente ligadas a mudanças específicas no pensamento de alguns profissionais, o
que não foi algo hegemônico da categoria e sim individual.
Agora, abordando o estudo social nos dias atuais é importante que saibamos que para
Fávero (2013, p.2), a construção do conhecimento na área do Serviço Social acerca de uma
situação processual acontece geralmente por meio dele. No meio Judiciário, o estudo social,
com a finalidade de oferecer elementos para a decisão judicial, pode ser denominado
perícia social. O profissional poderá registrar esse conhecimento por meio de alguns
documentos, entre eles, a informação técnica, o relatório, o laudo e o parecer,
documentação essa objeto de detalhamento mais à frente. É fundamental ter clareza de
qual é o objeto de conhecimento do Serviço Social em uma determinada demanda que
chega para o assistente social – trata-se de um objeto delimitado por ele, ainda que
relacionado às peculiaridades socioinstitucionais, tal como as demais especificidades e
particularidades do trabalho profissional.
Fávero (2005), afirma que o estudo social é um PROCESSO METODOLÓGICO ESPECÍFICO
DO SERVIÇO SOCIAL e ele tem por finalidade CONHECER com profundidade , e de forma
crítica, uma determinada EXPRESSÃO DA QUESTÃO SOCIAL, especialmente nos seus
aspectos SOCIOECONOMICOS e CULTURAIS. Atente-se concurseiro, que o estudo social não
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 19
resume-se a um único documento, assim se na sua prova de concurso vier mencionando que
o estudo social é um documento estará errado.
No estudo social o assistente social estuda a situação e pauta-se pelo que é expresso
verbalmente e pelo que não é falado. O assistente social constrói o estudo através de
observações, entrevistas, pesquisas documentais e bibliográficas. Assim, ao realizar o
Estudo Social o assistente social tem a prerrogativa de definir os meios necessários para
atingir a finalidade de sua ação, ou seja, é o profissional que irá, através de uma ação
refletida e planejada, definir quais os conhecimentos ele deve acessar, de que forma eles
serão usados, quais os instrumentos ele usará para tal ação.
O estudo social é sistematizado, com MAIOR ou MENOR grau de detalhamento, através
do relatório social, laudo social e parecer social. Deve-se ressaltar também que NÃO EXISTE
NEUTRALIDADE no estudo social , pois o assistente social ao realizar tal estudo tem a sua
ação impregnada pela sua visão de mundo, por seus valores etc.
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 20
Esse estudo social deve ser utilizado para a garantia e ampliação de direitos dos usuários,
para isso ele deve ter por base o projeto ético-político da profissão. O estudo social
expresso em relatórios ou laudos sociais deve ser elaborado com base na situação e na
história do usuário, esse estudo deve abranger questões mais amplas, para além das
demandas imediatas, individuais e focalizadas.
Geralmente, o estudo social é usado como suporte fundamental para a aplicação do ECA.
Concurseiro, não existe um modelo ideal de estudo social considerado ‘’ideal”, pois eles são
elaborados por diferentes profissionais e traz suas peculiaridades de acordo com cada
realidade.
É importante destacar que Fávero também afirma que o estudo social, no sistema de
justiça, pode ser denominado de perícia social, pois “ é realizado com a finalidade de instruir
o processo com conhecimentos da área de Serviço Social” (2009, p.21).
QUADRO SÍNTESE SOBRE ESTUDO SOCIAL
QUAL FINALIDADE DO ESTUDO SOCIAL??
Conhecer e interpretar a realidade social na qual está inserido o objeto da ação
profissional, ou seja, a expressão da questão social ou o acontecimento ou situação
que dá motivo à intervenção.
EM QUE CONSISTE O ESTUDO SOCIAL???
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 21
Na utilização ARTICULADA de vários outros instrumentos, como: observação,
entrevista, visita domiciliar, estudo bibliográfico etc.
O QUE NÃO EXISTE NO ESTUDO SOCIAL??
Não existe a neutralidade, pois o assistente social ao realizar tal estudo tem a sua
ação impregnada pela sua visão de mundo, por seus valores etc.
O QUE O ESTUDO SOCIAL NÃO É??
Não é um documento.
ONDE O ASSISTENTE SOCIAL DEVERÁ REGISTRAR ESSE ESTUDO SOCIAL?
O profissional poderá registrar esse conhecimento por meio de alguns documentos,
entre eles, a informação técnica, o relatório, o laudo e o parecer
PARA QUE SERVE O ESTUDO SOCIAL NO JUDICIÁRIO?
No meio Judiciário, o estudo social tem a finalidade de oferecer elementos para a
decisão judicial
NO JUDICIÁRIO O ESTUDO SOCIAL TAMBÉM PODE SER CHAMADO DE?
Pode ser denominado perícia social
PERÍCIA SOCIAL
Fávero (2005), no livro “Estudo Social em Perícias, Laudos e Pareceres Técnicos”,
também aborda o tema Perícia Social, as contribuições dela vêm sendo cobrada de forma
recorrente nos concursos. Traremos explanações e esquemas que permitirão você acertar
todas as questões desse tema em sua prova.
Primeiro énecessário que você entenda que nem toda perícia é uma perícia social, sabe
por quê? Porque para ser considerada uma perícia social ela deve ser realizada por um
assistente social, ou seja, sempre que tiver o nome perícia social você saberá que quem
realizou aquela perícia foi um assistente social. Quando se fala em perícia (de modo geral),
você pode estar falando de uma perícia médica, judicial,etc., ou seja, são perícias realizadas
por outros profissionais. Agora, sempre que for mencionado perícia social foi um assistente
social que realizou.
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 22
Para Fávero (2005), a perícia social é o estudo social, realizado com base nos
fundamentos teórico-metodológico, ético-políticos e técnico-operativo. Essa perícia tem
finalidade de avaliação e julgamento.
No âmbito judiciário, a perícia diz respeito a uma AVALIAÇÃO, EXAME ou VISTORIA,
você verá mais a frente nas questões de concurso que essas palavras estão sempre atreladas
a perícia social. A perícia é solicitada sempre que situação exigir um PARECER TÉCNICO ou
CIENTÍFICO de uma determinada área do conhecimento, no caso da perícia social são os
conhecimentos do serviço social.
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 23
Para que serve essa perícia? Ela será usada para contribuir com a tomada de decisão do
juiz. Ela é realizada por meio de um estudo social e IMPLICA na elaboração de um LAUDO e
emissão de um PARECER. Para que fiquei mais claro, imagine que o juiz solicite uma perícia
social, assim o assistente social vai realizar um estudo social da situação que foi solicitada e
com isso vai elaborar um Laudo Social e um Parecer Social.
Fávero (2005) vai ressaltar ainda que no sistema judiciário existem 03 modos da
perícia social ser realizada, que são:
1) Por um assistente social funcionário da instituição Judiciária;
Ex: imagine que você é assistente social concursada de um tribunal e que você é quem vai
realizar a perícia de um determinado caso, você se enquadraria nessa situação.
2) Por um assistente social nomeado como perito pelo juiz responsável pela ação judicial
(comumente inscrito em listagem local e remunerados por perícia realizada e por laudo
apresentado);
Ex: Em muitas comarcas existem uma lista de assistentes sociais inscrito, nesse caso o juiz
nomeia um dentre os que estão na lista para ser perito em um determinado caso. Esse que
foi nomeado recebe pela perícia e pelo laudo que apresentar.
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 24
3) Por assistente técnico, que é um profissional de confiança, indicado e remunerado por
uma das partes;
Ex: imagine que existe um caso conflituoso a respeito da guarda de uma criança, uma das
partes envolvidas no processo pode pagar um profissional qualificado para realizar uma
perícia.
Assim, o processo de perícia se realiza por meio de um estudo social, que supõe a
elaboração de um laudo e tem como resultado a emissão de um parecer técnico. A
realização de um estudo social que preceda a emissão de um parecer envolve vários
instrumentos como a entrevista, a observação, visitas domiciliares e documentação, que
devem ser utilizados de acordo com a avaliação do profissional, com base na necessidade de
obtenção de dados não apenas para comprovar informações fornecidas pelo usuário, mas
em consonância com as diretrizes e os princípios éticos da profissão.
LAUDO SOCIAL
Para estudar o Laudo Social para concurso, iremos recorrer ao livro da autora Eunice
Teresinha Fávero “Estudo Social em Perícias, Laudos e Pareceres Técnicos”.
Começamos aqui retomando o que está posto no tópico referente a Perícia Social, onde
afirma-se que o Laudo Social é resultante do Processo de Perícia Social, ele apresenta as
informações mais significativas do estudo e da análise realizada, e o parecer social. Para a
efetivação desse registro, o profissional vai ter como referência conteúdos obtidos por
tantas entrevistas, visitas, contatos, estudos documental e bibliográfico que considerar
necessários para a finalidade do trabalho.
A autora afirma que ele é usado como um ELEMENTO DE PROVA, no meio judicial, e
que ele tem por finalidade dar suporte a decisão judicial. Ele contribui para a formação de
um juízo por parte do magistrado, ou seja, é esse documento que irá oferecer elementos de
base social para a formação de um juízo e tomada de decisão que envolve DIREITOS
FUNDAMENTAIS E SOCIAIS.
Em muitas provas de concurso você encontrará a afirmação de que o Laudo Social
precisa ser detalhado, concurseiro, isso está errado. Fávero (2005, p.46) afirma que ele não
precisa expressar detalhamento dos conteúdos do estudo realizado. Tudo que foi estudado,
analisado, deve ser documentado por meio de registros diversos e deve permanecer
devidamente arquivado no ambiente profissional (respeitando sempre o sigilo). Apenas,
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 25
quando o profissional que está realizando o laudo achar necessário maior detalhamento é
que esse poderá ocorrer.
Outro ponto que é cobrado de forma recorrente nas provas de concursos é sobre a
estrutura do laudo social, pois segundo Fávero (2005, p.46) ele “possui uma estrutura que
geralmente se constitui por uma introdução que indica a demanda judicial e objetivos, uma
identificação breve dos sujeitos envolvidos, a metodologia para construí-lo (deixando claro
a especificidade da profissão e os objetivos do estudo), um relato analítico da construção
histórica da questão estudada e do estado social atual da mesma, e uma conclusão ou
parecer social, que deve sintetizar a situação, conter uma breve análise crítica e apontar
conclusões ou indicativos de alternativas, do ponto de vista do Serviço Social, isto é, que
expresse o posicionamento profissional frente à questão em estudo”. Essa estrutura está
esquematizada a seguir:
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 26
RELATÓRIO SOCIAL
O tema relatório social é abordado por vários autores, os mais cobrados em concursos
são: Fávero, Toniolo e Magalhães. Nesse tópico começaremos com as explanações de Fávero
sobre esse tema, as contribuições aqui colocadas são baseadas no livro “Estudo Social em
Perícias Laudos e Parecer Técnicos” e no artigo “Instruções sociais de processos, sentenças
e decisões”, você aprenderá as definições dessa autora sobre relatório e também a
diferenciar os conceitos relatório social e estudo social para concurso. Em seguida traremos
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 27
as contribuições do autor Toniolo, elas estão contidas no Artigo “A prática do assistente
social: conhecimento, instrumentalidade e intervenção profissional”. Por último
colocaremos as contribuições que Magalhães traz em seu livro “Avaliação e Linguagem-
relatórios, laudos e pareceres”, com essa autora traremos os tipos de relatório que ela
menciona e as diferenças entre relatório e laudo.
Concurseiro, ao longo do texto você terá os resumos e esquemas que ajudarão você
a aprender esse tema da melhor forma possível e a acertar todas as questões na hora da sua
prova de concurso.
 RELATÓRIO SOCIAL PARA FÁVERO
Assim como o estudo social, perícia social, laudo social e parecer social o relatório social
também só pode ser realizado pelo assistente social, ele é segundo Fávero (2005, p.44) “um
documento específico elaborado pelo assistente social”.
Fávero (2005) afirma que esse relatório social se traduz na apresentação DESCRITIVA E
INTERPRETATIVA de uma situação ou expressão da questão social, enquanto objeto da
intervenção desse profissional em seu cotidiano laborativo.
O relatório social pode ter um MAIOR ou MENOR nível de detalhamento, isso vai
depender de sua finalidade. Quando os concursos falam de detalhamento, geralmente
estão mencionando o relatório social, pois é nele que pode haver uma entrevista
aprofundada, de maneira a registrar os aspectos do caso pertinentes à área de atuação do
Serviço Social, entretanto NÃO OBRIGATORIAMENTE ele precisa ser DETALHADO.
Os princípios éticos devem guiar a escolha do que é pertinente ou não a se registrar em
documentosque permanecem em prontuário do Serviço Social. Outra informação que a
autora vai trazer é que o relatório social em algumas situações “pode ser o único documento
da área a compor os autos” (Fávero, 2009, p.27).
Para Fávero (2009, p.28) “relatório social é o documento no qual constam o registro do
objeto de estudo, a identificação dos sujeitos envolvidos e um breve histórico da situação, a
finalidade à qual se destina, os procedimentos utilizados, os aspectos significativos
levantados na entrevista e a análise da situação”. Observe esse esquema a baixo:
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 28
Fica aqui uma pergunta, o que deve ser registrado no Relatório Social? Fávero (2009,
p.28) vem afirmando que “profissional deve valer-se de suas competências teóricas, éticas e
técnicas para avaliar os aspectos importantes a serem registrados, considerando aqueles
que, de fato, podem contribuir para o acesso, a garantia e a efetivação de direitos”.
Concurseiro, resumindo:
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 29
 Diferenciando Conceitos: ESTUDO SOCIAL X RELATÓRIO SOCIAL
A autora Favéro traz os conceitos desses dois instrumentos, e nas provas de concurso é
comum as bancas tentarem induzir o candidato ao erro, por isso esse esquema ajudará você
a visualizar a prender bem sobre esses dois conceitos.
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 30
 RELATÓRIO SOCIAL PARA TONIOLO
Toniolo (2008), afirma que o relatório social é uma EXPOSIÇÃO DO TRABALHO
realizado e das informações adquiridas durante a execução de determinada atividade.
Esse relatório pode ser referente a qualquer um dos instrumentos face a face, ou seja,
ele pode ser referente a entrevista, observação, reunião, etc. Ele pode descreve todas as
atividades desenvolvida pelo profissional.
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 31
Toniolo (2008) reafirma ainda que os diferentes relatórios sociais são instrumentos
privilegiados da SISTEMATIZAÇÃO da prática do Assistente Social. A produção de um
relatório vai depender dos objetivo do trabalho, do tipo de atividade desenvolvida.
 RELATÓRIO SOCIAL PARA MAGALHÃES
Para falar desse tema começaremos explicitando a diferença entre Laudo Social e
Relatório Social. Magalhães (2019) explicita que é comum existir dificuldade de
diferenciação entre o LAUDO e o RELATÓRIO, ela afirma que a diferença entre eles é tênue,
isso leva a essas dúvidas. A autora ressalta que tanto o laudo como relatório:
 Resultam de estudo e avaliação feitos;
 São escritos;
 Assumem um papel de intervenção INDIRETA (através de seu conteúdo decisões são
tomadas);
 Podem apresentar um parecer sobre o que foi analisado;
 Ambos são sempre conclusivos;
Assim, a autora destaca que existe a diferença Lexica e Jurídica entre o Laudo Social e o
Relatório Social:
 DIFERENÇA DO PONTO VISTA LÉXICO:
Relatório: É a descrição ou o relato do que já foi possível conhecer por meio do estudo, ou
seja, um parecer ou exposição dos fundamentos de um voto ou de uma apreciação ou ainda
qualquer exposição pormenorizada de circunstância, fatos ou objetos;
Laudo: É o documento escrito que contém parecer ou opinião conclusiva do que foi
estudado e observado sobre determinado assunto. Envolve uma avaliação mais detalhada
do que foi estudado ou ainda uma opinião técnica relativa a uma caso ou assunto. É,
portanto, um escrito em que um perito ou árbrito emite seu parecer e responde a todos os
quesitos que lhe foram proposto pelo juiz e pela parte interessante.
 DIFERENÇA DO PONTO VISTA JURÍDICO:
Relatório/Estudo Social: Eles não tem significado específico;
Laudo: Baseia-se no que está posto no Código Civil: exposição, feita por escrito, pelos peritos,
das conclusões que foram obtidas em relação do que foram consultados.
Assim, para Magalhães (2019), a diferença entre RELATÓRIO e LAUDO é a NATUREZA da
fundamentação técnica do PARECER, pois:
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 32
Relatório: O relatório pode ser referente a uma pesquisa, à apresentação das atividades
desenvolvidas em determinado setor, a visitas realizadas. Pode conter informações acerca
das providências tomadas em determinadas situações ou justificar encaminhamento. O
conteúdo deve extrapolar o burocrático e conter subsídios para uma primeira tomada de
conhecimento.
Laudo: Fundamenta-se em análises e DEVE SER conclusivo, contendo DIRETRIZES e
CONCLUSÕES. Estudo mais aprofundado, que contém parecer fundamentado sobre
determinado tema ou problemática;
 Tipos de Relatório Para Magalhães:
Magalhães (2006, p.63) assinala a existência de diversos tipos de relatórios e destaca
“aqueles que comumente fazem parte do cotidiano das instituições voltadas ao atendimento
direto do usuário”. A autora fala dos relatórios: Informativos, circunstanciado,
acompanhamento, de visita domiciliar e relatório de inspeção.
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 33
1) Relatórios Informativos: Esses têm o objetivo de informar dados ou fatos
importantes. Eles podem ser utilizados no decorrer de um processo de
acompanhamento, para informar algum fato urgente ou novo, nas atividades de
triagem, em encaminhamentos, indicando as razões da indicação, nas atividades de
plantão e em fóruns. Confira, a seguir, nosso esquema sobre esse tipo de relatório:
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 34
2) Relatórios Circunstanciados: Esses são feitos em situação de emergência. Pode ser
usado em casos onde a criança encontra-se em situação de risco e necessita ser
abrigada em alguma instituição de acolhimento. Nesse caso o parecer emitido após
um breve relato da situação que demanda a intervenção é enviado imediatamente
ao juiz, e o laudo, nessa situação, é elaborado depois de um estudo mais
aprofundado. Confira, a seguir, nosso esquema sobre esse tipo de relatório:
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 35
3) Relatório de Visita Domiciliar: São resultantes das visitas dos assistentes sociais as
casas das pessoas, bem como das escolas, creches, abrigos. Eles devem ter descrição
objetiva, apresentar apenas os dados significativos para a formação do juízo da
situação. Esse tipo de relatório não deve ser detalhista e deve enfocar apenas o que é
relevante para que os objetivos da avaliação sejam alcançados. Confira, a seguir,
nosso esquema sobre esse tipo de relatório:
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 36
4) Relatórios de Acompanhamento: Estes relatórios podem trazer informações, mas
relacionam-se a intervenção profissional direta bem como o contato mais regular e
frequente com o usuário. Eles têm por finalidade de elaboração registrar a
intervenção feita e os dados positivos ou negativos dessa intervenção e tem como
principal característica ser um instrumento de comunicação voltado ao próprio
profissional que realiza os atendimentos. Esses relatórios tem natureza
eminentemente avaliativa e de follow up. Confira, a seguir, nosso esquema sobre
esse tipo de relatório:
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 37
5) Relatórios de Inspeção: Esses devem conter a exposição e descrição daquilo que foi
observado no decorrer da visita. Ele tem um parecer profissional sobre a questão
avaliada. Confira, a seguir, nosso esquema sobre esse tipo de relatório:
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 38
PARECER SOCIAL
Concurseiro, para que esse tema fique bem explicado para vocês, colocaremos aqui um
resumo do que dois grandes autores trazem sobre esse tema, que são: Eunice Fávero e
Charles Toniolo Sousa, as contribuições de ambos vêm sendo abordadas de forma
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 39
recorrente nas provas de serviço social. Você também terá esquemas e mapas mentais para
ajudar a memorizar esse tema.
 EUNICE TERESINHA FÁVERO:
Fávero no livro “O Estudo Social em Perícias, Laudos e Pareceres Técnicos” aborda o
tema PARECER SOCIAL, ela afirma que ele diz respeito à ESCLARESCIMENTO e ANÁLISES,
com base em conhecimentos específicos do Serviço Social a uma questão ou questões
relacionadas a decisões a serem tomadas, ou seja, ele prestar esclarecimentos e análises a
fim de subsidiar tomadas de decisões.O parecer social é uma exposição e manifestação SUCINTA, fique atento que sucinto
significa breve, resumido, condensado, conciso, é aquilo que é expresso de forma compacta
e sintetizada. O parecer social deve ser focado nos objetivos do trabalho solicitado e
apresentado, na questão ou situação analisada.
Outro ponto que você não deve esquecer é que o parecer deve ser REFERENCIADO em
fundamentos teóricos, éticos e técnicos inerentes ao serviço social, ou seja, o assistente
social deve ter um compromisso: Ético, Político e Técnico. Se o assistente social tiver esse
compromisso a sua ação servirá para a efetivação de direitos e não terá características de:
Punição, disciplinamento e enquadramento moral.
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 40
Concurseiro atente-se ao fato de que a elaboração do parecer social tem por base um
ESTUDO RIGOROSO E FUNDAMENTADO. Esse parecer vai ter uma finalização de caráter
CONCLUSIVO ou INDICATIVO.
A autora também explicita que no judiciário ele poderá ser emitido de duas formas, que são:
1) Parte final ou a conclusão de um LAUDO SOCIAL;
2) Resposta à consulta ou determinação da autoridade judiciária a respeito de uma questão
do processo já acompanhado pelo profissional;
O parecer social é um instrumento de viabilização de direitos, é um meio para a
realização do compromisso profissional com os usuários, tendo em vista a: EQUIDADE,
IGUALDADE, JUSTIÇA SOCIAL e CIDADANIA;
Concurseiro, você sabe qual é a base para elaboração do parecer social? Fávero explicita
que é a OBSERVAÇÃO e o ESTUDO SOCIOECONÔMICO. Tendo em vista essas bases o
profissional deve ficar atento para exprimir a sua opinião profissional sobre a referida
situação de acordo com objetivos que gerou a solicitação do parecer social.
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 41
Uma coisa que deve ser ressaltada é que esse estudo socioeconômico que o parecer
teve por base NÃO DEVE ser encaminhado aos setores solicitantes, para seu melhor
entendimento imagine a seguinte situação:
 O INSS pede que você elabore um parecer social sobre a situação de um usuário. Para
elaborar esse parecer você vai utilizar a observação e um estudo socioeconômico, ok?
Após finalizar esse estudo socioeconômico, você elabora o seu parecer social. O próximo
passo é encaminhar para o setor solicitante APENAS o parecer social, o estudo
socioeconômico NÃO DEVE ser encaminhado ao setor solicitante. O que você fará com
ele? Você deverá guardar ele em seu prontuário, em arquivo próprio. Mais a frente você
verá que isso já foi questão de concurso, então não esqueça: APENAS o parecer é
encaminhado ao setor solicitante, o estudo socioeconômico não.
Outro ponto que deve ser colocado aqui é que o profissional deve ter autonomia frente
ao órgão requisitor na escolha dos instrumentos de ESTUDO e OBSERVAÇÃO, ou seja, se
você vai fazer um estudo para poder emitir um parecer social, é você que deve escolher o
que deve usar, você pode escolher se quer fazer visita domiciliar ou entrevista, e assim por
diante. Você deve ter em mente também que a coleta de dados não poderá se dar visando a
comprovação de informações pelo usuário.
Fávero, usando a citação de Lopes, vai destacar que o assistente social também pode
emitir o parecer social por iniciativa própria, você sabia disso? A autora destaca que o
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 42
profissional deverá PERCEBER e DISTINGUIR a situação na qual caberá ou não a emissão do
parecer social, inclusive emitindo o por iniciativa própria quando for o caso. No livro é posto
que o referencial para o/a assistente social decidir emitir esse parecer social por iniciativa
própria deverá ser o conhecimento a cerca da burocracia institucional, dos direitos dos
usuários e sem dúvida da possibilidade de viabilização de direitos através desse instrumento.
É importante também destacar que tendo por base o atual projeto ético-político
hegemônico no serviço social, inscrito na tradição crítica, a subjetividade do assistente social
é afetada pelas relações de trabalho a que se submete nos diversos espaços
sócio-ocupacionais, sendo assim ao emitir um parecer social o assistente social incorre em
posições fundadas no CRIVO SUBJETIVO. Sobre isso Fávero (2009, p.14) explicita que
“necessário refletir sobre o fato de que o estudo realizado envolve seres humanos que
vivem em condições objetivas, as quais afetam sua subjetividade e são por ela afetadas. O
assistente social também tem sua subjetividade afetada nessas relações de trabalho. Nesse
sentido, o conhecimento científico e a reflexão ética são fundamentais para a posição que o
profissional assume nas relações com os sujeitos e nos registros e pareceres que emite”.
A autora ainda afirma que o assistente social sempre que realiza um relatório, um laudo
ou um parecer social está exercendo um papel de intermediador entre “entre o indivíduo
e/ou família envolvidos na ação judicial, o promotor e o magistrado. O profissional ouve a
mensagem originalmente, esta sofre interferências por parte do próprio emissor – que, não
se pode esquecer, em uma entrevista fala de si a alguém que é estranho ao seu convívio, o
qual sobre ele exerce ou pode exercer alguma forma de autoridade (o que é implícito,
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 43
sobretudo no Judiciário, pela natureza institucional) –, e interpreta e registra essa
mensagem. Por sua vez, esse registro deverá ser estudado e analisado por quem vai
interferir (defensor, promotor etc.) ou proferir a decisão e/ou sentença (magistrado) a
respeito do emissor inicial. Se, nesse processo de efetivação do estudo social, registro e
sentença, não houver possibilidade de diálogo entre todos os envolvidos na comunicação (o
que é possibilitado quando acontecem audiências multiprofissionais), maior risco de
interpretação equivocada" (p.733).
 CHARLES TONIOLO DE SOUSA:
No texto “A prática do assistente social: conhecimento, instrumentalidade e
intervenção profissional” Toniolo afirma que o Parecer Social ele é uma AVALIAÇÃO
TEÓRICA e TÉCNICA realizada pelo Assistente Social dos dados coletados. De acordo com o
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 44
autor o parecer social é mais que a organização desses dados, dessas informações coletadas
em forma de relatório, pois o assistente social vai AVALIAR e emitir uma OPINIÃO TÉCNICA
sobre elas.
Como deve estar fundamentada essas informações que serão emitidas no parecer
social? Toniolo informa que a opinião emitida no parecer social deve estar fundamentada,
com base em uma perspectiva TEÓRICA de ANÁLISE.
O autor traz uma informação de suma importância, ele afirma que o parecer social é
que dá ao Assistente Social uma identidade profissional. Sem esse parecer social o relatório
torna-se apenas um documento onde estão descritos fatos sem uma análise profunda deles.
Para Toniolo, a emissão de um parecer social pressupõe a existência de um
RELATÓRIO SOCIAL (interno ou externo). O Motivo disso é que o profissional só pode emitir
a opinião técnica sobre algo que foi escrito, sendo assim esse parecer social é a conclusão de
um trabalho.
Para Toniolo o parecer social permite:
1) Fazer uma uma avaliação do passado; e
2) Realizar uma análise prospectiva, isto é, apontar que desdobramentos determinada
situação podem tomar;
Com o parecer social, o assistente social também terá a capacidade de LEVANTAR
HIPÓTESES sobre possíveis consequências da situação, para isso ele deve conhecer
profundamente a realidade social na qual determinada situação está sendo avaliada, tendo
em vista o rigor teórico necessário. Concurseiro, isso já foi cobrado em provas anteriores,
então grave essas informações!
Para finalizar, Toniolo cita que “o parecer social deve também CONTER SUGESTÕES
de novas ações que precisam ser desenvolvidas junto àquela situação – ações estas que
serão desenvolvidas ou pelo próprio Assistente Social, ou por outros agentes profissionais
(daí a necessidade de se pensar a produção da escrita tendo como parâmetro o destinatário
do texto,isto é, para quem se escreve)” (p.131).
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 45
 FAVERO X TONIOLO
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 46
 CONCLUSÃO
Lembre-se ainda que:
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 47
DIVERSOS INSTRUMENTOS
Concurseiro, Fávero (2005) faz umas contribuições necessárias sobre Laudo Social, Parecer
Social, Relatório Social e Estudo Social, essas contribuições estão esquematizadas a seguir.
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 48
ENTREVISTA
Concurseiro, para explanar o tema entrevista, iremos usar as contribuições de alguns
autores, que são Selma Marques Magalhães (2019) que estão no livro “Avaliação e
Linguagem”, de Regina Célia Tamaso Mioto (2009) no artigo “Estudos Socioeconômicos” e
de Alzira Maria Baptista Lewgoy e Esalba Maria Carvalho Silveira (2007) no artigo “A
entrevista nos processos de trabalho do assistente social”.
CONTEXTO HISTÓRICO DAS ENTREVISTAS
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 49
Concurseiro, desde meados da década de 1950 a entrevista já era mencionada por Mary
Richmond, em sua obra Diagnóstico Social. Para essa autora era através da entrevista que o
assistente social faria o diagnóstico social. Naquela época, à entrevista inicial era tida como
uma “conversa inicial”. Considerava-a um procedimento difícil, por entender que era
naquele encontro que se estabeleciam as bases do “entendimento mútuo” e da obtenção
dos fios que orientariam o trabalho até alcançar a avaliação, que ela denominava como
“juízo final”. Fique atento a isso pois já foi questão de concurso. Então, não esqueça que a
entrevista constitui-se em instrumento de trabalho do assistente social pelas requisições e
atribuições assumidas desde os primórdios da profissão.
No Brasil, teremos a contribuição de Balbina Ottoni Vieira, sendo uma das primeiras a
tratar desse tema, para ela a entrevista era o meio – por excelência – no estabelecimento
das relações com o “cliente”, necessárias ao “tratamento social”.
Para Lewgoy e Silveira (2007, p.236) “As concepções sobre entrevista precisam ser
contextualizadas no momento histórico em que foram produzidas. Mantêm, todavia, alguns
dispositivos como a necessidade de conhecimento, a intencionalidade, o respeito pelos
sujeitos e o modo de operacionalização do trabalho do assistente social. Ela continua, pois,
um dos instrumentos do processo de trabalho do assistente social nas suas diferentes
atribuições”.
ENTREVISTA PARA MAGALHÃES:
Para Magalhães (2019) a entrevista implica relacionamento profissional em todos os
sentidos na postura atenta e compreensiva, sem paternalismos, na delicadeza do trato com
o usuário do serviço, ouvindo-o, compreendo, enxergando-o como um sujeito de direitos.
Um bom entrevistador ouve muito e fala pouco; direciona as verbalizações do usuário
para os objetivos do trabalho. As reflexões devem ser estimuladas e conselhos ou críticas,
evitados.
Deve-se observar as peculiaridades da linguagem, o que não significa “falar igual” ou
criticar o uso de uma linguagem diferente. No caso de utilização de roteiro, este não pode
adquirir a feição de um questionário, pois é somente um norteador da ação ou da
intervenção do profissional.
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Em caso de realizar anotações deve-se explicarão usuário os motivos, bem como solicitar-lhe
permissão para fazê-la. Para essa autora as entrevista podem ser livres, dirigidas ou
semidirigidas. Confira o esquema a seguir:
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A autora também fala sobre as entrevistas devolutivas, confira o esquema a seguir sobre
essas entrevistas:
ENTREVISTA PARA MIOTO:
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Para Mioto (2009) As entrevistas supõem habilidade e técnica do assistente social para
que viabilizem o ato de conhecer. Para tanto podem ser utilizadas entrevistas estruturadas,
não estruturadas e semiestruturadas.
 As estruturadas: são conduzidas com formulários que visam a obtenção de
determinadas informações e que, na maioria das vezes, são preenchidos de acordo com
padrões já definidos no âmbito de programas ou de serviços.
 As não-estruturadas: privilegiam o diálogo aberto, conduzido preferencialmente pelos
entrevistados. Nesse processo, as informações vão sendo produzidas à medida que os
temas surgem e se concatenam.
 As entrevistas semiestruturadas: comportam tanto a utilização de determinados
roteiros como também o diálogo aberto com os entrevistados. Tem sido uma
modalidade bastante adotada por permitir a obtenção de dados sobre a situação e a
captação de sua dinâmica.
Concurseiro, esse esquema te ajudará a entender melhor:
CONCURSEIROS DE SERVIÇO SOCIAL 53
As entrevistas podem ser realizadas de forma individual ou de forma conjunta. As
coletivas permitem observar e estudar as transações concretas entre os sujeitos
participantes e criar uma situação em que se estabelece o diálogo entre eles sobre a
situação.
ENTREVISTA PARA LEWGOY E SILVEIRA:
Para Lewgoy e Silveira (2007) a entrevista é um dos instrumentos que possibilita a
tomada de consciência pelos assistentes sociais das relações e interações que se
estabelecem entre a realidade e os sujeitos, sendo eles individuais ou coletivos.
As autoras Lewgoy e Silveira (2007) mencionam que a entrevista tem 03 etapas, inicia-se
no planejamento, segue-se com a execução e é finalizada com o registro das informações.
Entenda melhor sobre cada uma dessas etapas:
 1° ETAPA- PLANEJAMENTO: Uma entrevista deve ser bem planejada, para poder
recolher informações necessárias e evitar as dispersões. O planeamento pressupõe a
organização e estabelecimento de diretrizes que permitirão conduzir a entrevista. Dessa
forma é necessário que inicialmente o entrevistador conheça os usuários e as políticas
sociais. Após é necessário que se determine a finalidade da entrevista, assim como os
objetivos que pretende concretizar e que instrumento de coleta de dados deve utilizar.
Por fim, deve determinar qual o horário e local onde poderá ser concretizada a
entrevista.
 2° ETAPA- EXECUÇÃO: nela tem-se a coleta de dados e essa exige habilidades do
entrevistador, ele deve saber identificar e selecionar as necessidades dos entrevistados.
Nessa etapa é necessário que o entrevistador saiba a importância do saber escutar, até
mesmo os silêncios. A observação atenta do modo como o entrevistado se apresenta,
como reage, se é agressivo, se está nervoso ou ansioso, ou se tem um aspeto
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descuidado, etc, é uma medida indispensável para ajudar o entrevistador a
compreender o processo que o entrevistado está a viver. Porém, o entrevistador deve
ter cuidado para não se deixar influenciar pelo preconceito, no sentido de evitar os
juízos de valor. É necessário também necessário o respeito ao Código de Ética do
Assistente Social.
 3° ETAPA-REGISTRO DA ENTREVISTA: O entrevistador tem o direito de registrar a
entrevista e de consultar esse registro quando for necessário, essa etapa permite isso. O
registo das entrevistas também visa contribuir para a integralidade do atendimento e
para compartilhar o conhecimento com os restantes trabalhadores da Instituição. O
registo deve conter apenas a informação pertinente, sem perder a profundidade e pode
ser elaborado durante ou imediatamente após o atendimento, exatamente para que
não se diluam os aspetos subjetivos ou emocionais, que dizem respeito à profundidade
do relato das situações. Deve haver um cuidado especial na escrita e evitar o uso de
adjetivos, pois estes funcionariam como qualificadores do entrevistado, não esquecer
que o mesmo pode em qualquer altura ler o registo.
TÉCNICAS DE ENTREVISTA
Para Lewgoy e Silveira existem técnicas no processo de entrevista, que são:
Acolhimento: Quando se fala em acolhimento na entrevista pode-se entender que nela que,
na foi desencadeado um espaço de mediação no qual há responsabilização e criação de
vínculos entre o usuário e a instituição, ali representada pelo profissional. Assim, o
acolhimento não se limita ao ato de receber,ouvir, mas a uma sequência de atos que
buscam a intervenção resolutiva. O acolhimento é uma técnica e também é processo, é
transversal às demais técnicas.
Questionamento: exige habilidade de perguntar e responder e, para isso, é possível
aprender a técnica do questionamento. Essa técnica é mais usada nas entrevistas iniciais,
quando predomina a coleta de dados e se estabelece o contrato de trabalho.
Ao fazer o questionamento ao usuário é preciso esclarecer o motivo das questões, e
quem o derivou, seguido da orientação de quem somos, qual o nosso papel e quais os
serviços prestados pela instituição. O questionamento exige que se mantenha o foco da
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entrevista e que, no final, ele seja retomado. O questionamento pode ser do tipo fechado
(idade, “sim”, “não”, profissão) e do tipo aberto (perguntas mais descritivas). O
questionamento tem de ir ao encontro da finalidade da entrevista, o que exige do assistente
social estudo e conhecimento para tanto. Para melhor desenvolvimento da entrevista, é
importante ouvir de maneira atenta, ficar em silêncio e agir como ouvinte ativo, prestando
atenção nos detalhes da entrevista, fazendo anotações e pensando nas próximas perguntas
a serem feitas.
Reflexão: A reflexão é empregada com vistas a provocar o aprofundamento do tema em
questão, com o propósito de impulsionar mudanças. A técnica de reflexão pretende oferecer
ao usuário a possibilidade de examinar as suas crenças ou supostas formas de conhecimento
à luz dos fundamentos que as sustentam. A reflexão tem caráter retrospectivo, nela o sujeito
reflete sobre a ação. Para isso, num primeiro momento, ele busca como ocorreu o
fenômeno, descrevendo-lhe as condições, fatores ou mecanismos na produção do evento e,
posteriormente, busca explicação e análise das conexões existentes entre os elementos que
o determinaram, a fim de identificar as contradições e localizar as necessidades. Na reflexão
pode-se usar outras técnicas embutidas como a confrontação e a a conotação positiva;
Clarificação: Seu propósito é auxiliar a pessoa a compreender o que é dito na entrevista.
Com a clarificação, pretende-se que o usuário tenha a oportunidade de contar a sua história
de maneira totalmente compreensível. Oportuniza que o entrevistado objetive sua situação,
suas informações, não se sujeitando à visão do entrevistador. É com essa técnica que o
ENTREVISTADO deixa claro o que quer dizer para o ENTREVISTADOR.
Exploração ou aprofundamento: A exploração é uma técnica pela qual o assistente social
procura investigar áreas da vida do usuário que requerem exame mais profundo.
Silêncio sensível: A linguagem verbal é um meio de transmitir informação, mas poderá ser
também uma maneira poderosa de evitar a verdadeira comunicação. O silêncio é uma
expressão não-verbal que muitas vezes comunica bem mais que as palavras. O entrevistador
pode assim tentar identificar quando é um silêncio de tensão, de desinteresse, de medo, de
reflexão, de feedback. É importante que o assistente social seja sensível ao silêncio e ao
que ele expressa.
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Apropriação do Conhecimento: essa técnica pretende ir além da informação. O
conhecimento aportado pelo profissional oferece a possibilidade, ao usuário, de ser usado
como instrumento de investigação, indagação e reflexão, buscando a reestruturação
cognitiva a respeito do fenômeno, repercutindo, de forma abrangente, na vida daquele
indivíduo e na sua rede de relações sociais. A técnica promoverá uma nova perspectiva
sobre uma situação e servirá para desfazer afirmações e crenças negativas, promovendo
uma forma diferente de pensar, encarar os fenômenos e levar a mudanças significativas por
meio de novos conhecimentos.
Síntese integradora: O encerramento da entrevista é introduzido pela elaboração da síntese
integradora daquele momento e não pode ser confundida com resumo. Ela não tem o
caráter de finalização e sim de sínteses provisórias que vão processualmente se
transformando. A síntese consiste em fazer uma totalidade, enquanto juntar consiste em
fazer uma nova ligação, isto é, ligar um fato a outros que estavam aparentemente
desconectados. A síntese também retoma os objetivos da entrevista, elaborando as
hipóteses ali implicadas e quais as estratégias necessárias para encontrar as respostas
esperadas. O usuário tem de participar, manifestar o seu pensamento sobre o que lhe foi
apresentado e responsabilizar-se pela evolução. É o momento de afirmação de alianças e de
renovação do contrato de trabalho.
Conclusão:
Por último, mas não menos importante, as autoras destacam que é a escuta, então, é
o que torna possível a habilidade no uso das técnicas de acolhimento, questionamento,
clarificação, reflexão, exploração e aprofundamento, silêncio sensível, apropriação do
conhecimento e síntese integrativa dentre outras técnicas.
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VISITA DOMICILIAR
Concurseiro, para estudar melhor esse tema iremos utilizar das contribuições trazidas
por Amaro (2003) em seu livro “Visita Domiciliar: Guia para uma abordagem complexa”,
por Toniolo (2008) em seu artigo “A prática do assistente social: conhecimento,
instrumentalidade e intervenção profissional”, por Fávero (2009) em seu artigo “Instruções
sociais de processos, sentenças e decisões” e por Mioto (2009) em seu artigo “Estudos
Socioeconômicos”. São as contribuições desses autores que as bancas cobram de forma
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recorrente das provas de serviço social, por isso aproveite muito os conteúdos aqui
expostos.
 VISITA DOMICILIAR PARA TONIOLO
Toniolo (2008) informa que a visita domiciliar é um instrumento de trabalho que tem
um espaço no serviço social há muito tempo, todavia esse NÃO É um instrumento de
trabalho EXCLUSIVO do assistente social, ele afirma que “a visita domiciliar não é
exclusividade do Assistente Social: ela só é realizada quando o objetivo da mesma é analisar
as condições sociais de vida e de existência de uma família ou de um usuário – pois é esse
“olhar” que determina a inserção do Serviço Social na divisão social do trabalho”(2008,P.28).
Uma informação que importante que Toniolo (2008) traz é que a visita domiciliar
aproxima a instituição empregadora da realidade do usuário. Para que você entenda melhor
imagine a seguinte situação: Você trabalha em um CRAS e percebeu a necessidade de
realizar uma visita domiciliar na casa de determinado usuário. Ao ir nessa visita, você estará
representando o CRAS (que é a instituição para qual trabalha), é essa visita que fará com que
exista uma proximidade da instituição (representada na visita por você) e a realidade do
usuário do serviço, entendeu? O autor ainda destaca que “as instituições devem garantir as
condições para que a visita domiciliar seja realizada (p.128).
Para Toniolo (2008) a visita domiciliar tem como PRINCIPAL OBJETIVO conhecer as
condições e modos de vida da população usuária em sua realidade cotidiana, ou seja, no
local onde ela estabelece suas relações do dia a dia: em seu domicílio.
 VISITA DOMICILIAR PARA MIOTO
As visitas domiciliares, de acordo com Mioto (2001), acontecem na residência dos
sujeitos envolvidos na situação e visam conhecer as condições de vida (residência, bairro) e
os aspectos do cotidiano das relações desses sujeitos que geralmente escapam às
entrevistas de gabinete.
A autora ressalta ainda que a OBSERVAÇÃO é um instrumento INDISPENSÁVEL durante
a realização de visitas domiciliares e de entrevistas, pois é fonte de dados e indícios sobre a
realidade social.
 VISITA DOMICILIAR PARA FÁVERO:
Essa autora traz importantes contribuições sobre esse tema, uma delas é que quando
for para complementar estudo social (lembrando que apenas o assistente social poderá
realizar esses estudos), a visita é de COMPETÊNCIA do assistente social.
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Para a autora, no judiciário, essa visita é vista como “mais uma possibilidade de dialogar

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