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CURSO-APOSTILA ELABORAÇÃO DE ESTUDO, LAUDO, PARECER, RELATÓRIO, PERÍCIA TÉCNICOS E SOCIAIS PARA ASSISTENTES SOCIAIS

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Know-How para o desenvolvimento do Estudo Social..................................................04 
Competência teórico-metodológica 
Autonomia 
Compromisso ético-profissional 
Competência técnica 
Processo de escolha dos Instrumentos e Técnicas...........................................................06 
Elaboração de Estudo Social.....................................................................................................08 
Aspectos conceituais do Estudo Social 
O Estudo Social em Perícias, Laudos e Pareceres 
Elementos importantes na construção do Estudo Social 
Como elaborar/construir um Estudo Social 
Modelo de Estudo Social/Perícia Social 
Recapitulando 
Pesquisa Científica........................................................................................................................26 
Pesquisa Experimental 
Pesquisa Bibliográfica 
Pesquisa Documental 
Pesquisa-Ação 
Pesquisa Participante 
Pesquisa Quantitativa 
Pesquisa Qualitativa 
Elaboração de Encaminhamento.............................................................................................32 
Modelo pronto de Encaminhamento I 
Modelo pronto de Encaminhamento II 
Elaboração de Perícia Social......................................................................................................35 
Modelo pronto de Perícia Social 
Elaboração de Relatório Social.................................................................................................38 
Tipos de Relatório Social 
Dicas para elaboração do Relatório Social 
Modelo pronto de Relatório Social I 
Modelo pronto de Relatório Social II 
SUMÁRIO
Elaboração de Laudo Social......................................................................................................45 
Diferenças entre Laudo Social e Relatório Social 
Estrutura do Laudo Social 
Modelo pronto de Laudo Social 
Elaboração de Parecer Social ..................................................................................................48 
Modelo pronto de Ofício 
Modelo pronto de Parecer Social 
Diferenças entre Instrumentais de Trabalho.......................................................................54 
Estudo Social 
Perícia Social 
Relatório Social 
Laudo Social 
Parecer Social 
Instrumentais base para construção de Estudos, Laudos, Pareceres, Relatórios 
Entrevista...........................................................................................................................................55 
Importância/Vantagens/Limitações/Processo da Entrevista 
Entrevista em grupo/Etapas da Entrevista/Tipos de Entrevista 
Condução da Entrevista/Questionário/Formulação de perguntas 
Como estimular o entrevistado a fornecer respostas precisas 
Registro/Conclusão da Entrevista 
Síntese Integradora/Informativa 
Modelo pronto de Síntese Integradora/Informativa 
Visita Domiciliar.............................................................................................................................67 
Classificação da Visita Domiciliar 
Benefícios da Visita Domiciliar 
Limitações da Visita Domiciliar 
Observação......................................................................................................................................70 
Levantamento de Dados............................................................................................................71 
História Oral e História de Vida...............................................................................................73 
Grupo Focal .....................................................................................................................................75 
Questionários..................................................................................................................................76 
Formulário e Documentação.....................................................................................................78 
Estudo de Caso...............................................................................................................................79 
Modelo de Estudo de Caso: “O caso Fletcher Barnes” (multidisciplinar) 
 Elaboração de Estudos, Laudos, Pareceres, Perícias, Relatórios Sociais e Técnicos 
 www.servicosocialparaconcursos.com 4 
✎ Competência Teórico-Metodológica 
Refere-se à base de conhecimentos para desenvolver o estudo social e para a efetiva-
ção da análise. Constituem-se das construções teóricas do Serviço Social, das diretrizes, 
das leis e das normatizações relativas à políticas e programas sociais. 
Pensar nessa dimensão da prática profissional é pensar num ponto de partida para a 
apreensão da realidade a ser trabalhada, um ponto de partida que exige do profissional 
uma qualificação que subsidiará o conhecimento, leitura e interpretação da realidade 
dos casos que a ele se apresentam, assim como, na definição do objeto de ação, nos 
instrumentos e técnicas necessárias para se trabalhar com determinada situação. Para 
tal, é necessário uma fundamentação que lhe permita enxergar a sociedade para além 
dos fatos aparentes, buscando decifrar os aspectos com maior clareza na leitura da 
realidade apresentada, que se apresenta num primeiro instante como uma situação 
que merece ser escutada, analisada, planejada. 
Autonomia 
Expressa a opinião profissional, que envolve a liberdade de decisão quanto à es-
colha dos instrumentos operativos e a documentação a ser realizada, levando-se 
em consideração, os princípios e as normas contidos no Código de Ética que rege 
o exercício da profissão. Consiste em coletar dados, a partir de um instrumento
específico e definido pelo Assistente Social, para cada caso, e interpretar estes 
dados a partir de um referencial teórico, emitindo-se uma opinião profissional 
sobre a situação. Sua elaboração deve estar organizada dentro do teor solicitado 
pelo requerente, contendo os aspectos mais pertinentes da análise, facilitando a 
visualização dos dados que darão a sustentação básica do parecer. 
✎ Compromisso Ético-Profissional 
A profissão tem como compromisso ético a contribuição para a garantia dos direitos 
humanos e sociais e a efetiva proteção da pessoa em situação de vulnerabilidade. O 
Assistente Social no campo sociojuridico deve buscar o estado atual dos fatos, por 
meios científicos de captação, armazenagem, averiguação e exposição dos mesmos 
apresentando o resultado do estudo com as interpretações, diagnóstico e parecer, fru-
tos de um processo metodológico específico do Serviço Social, na forma de relatório 
ou laudo social. Na construção de um estudo social deve-se ter em mente que, mesmo 
quando se trabalha com apenas um usuário, ele é um indivíduo social, e a realidade 
social que condicionou a sua história, bem como o fato que motivou a realização do 
estudo, devem ser trazidos à tona por competência do Assistente Social, sempre res-
peitando-se as individualidades dos sujeitos, com base nos valores ético-profissionais, 
levando-se em conta os parâmetros culturais e universais. 
✎ Competência Técnica 
KNOW-HOW PARA DESENVOLVIMENTO DE ESTUDO SOCIAL
 Elaboração de Estudos, Laudos, Pareceres, Perícias, Relatórios Sociais e Técnicos 
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Refere-se à habilidade do profissional na utilização dos instrumentos de trabalho, den-
tre eles: Entrevista, Observação, Visita Domiciliar e Documentação. Trataremos sobre 
esses instrumentos mais adiante. 
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No fazer profissional do Assistente Social não basta apenas conhecer as técnicas 
e os instrumentos, é necessário que estes andem articulados. Nessa perspectiva de 
articulação, a escolha dos instrumentos a serem utilizados e sua intencionalidade, SAN-
TOS (p. 50) diz que: “Há certa unanimidade na concepção de que os instrumentos estão 
relacionados a diversas intencionalidades: a intencionalidade da profissão, do profissi-
onal, da instituição, da população que procura o Serviço Social.” Assim sendo a escolha 
de tais instrumentais não se dá apenas no sentido de atender ao usuário ou melhora-
mento de burocracia, por trás destas escolhas estão embutidos os interesses da pro-
fissão, do profissional e da própria instituição, não sendo, portanto, um processo de 
escolha neutra. 
Ao se pensar por tais instrumentos, o Assistente Social leva em consideração 
suas condições objetivas de trabalho, a sua finalidade profissional e sua ação, bem 
como as da instituição, levando em consideração seu projeto ético-político. “Os instru-
mentos do Serviço Social não são padronizados. Existem instrumentos universais à pro-
fissão, a exemplo das visitas domiciliares, relatórios, encaminhamentos e entrevistas; 
os demais instrumentos são criados de acordo com as necessidades para o atendi-
mento da demanda”. Os instrumentos são essenciais no exercício profissional, já que 
os mesmos norteiam a ação profissional, entretanto, o agir profissional não se restringe 
aos instrumentos, mas também na forma como são operacionalizados, ou seja, na ca-
pacidade que o profissional tem para fazer a utilização dos mesmos. A instrumentali-
dade pode ser considerada uma propriedade adquirida pela profissão, a partir do mo-
mento que seus objetivos são concretizados. Isso se dá pelo fato desta proporcionar 
aos Assistentes Sociais a objetivação de sua intencionalidade através de respostas pro-
fissionais. Essas propriedades adquiridas conseguem dar suporte para modificação e 
transformação, como mudanças significativas e subjetivas no âmbito das relações so-
ciais e também interpessoais. 
A utilização destes instrumentos visa a execução, coordenação e avaliação dos 
programas desenvolvidos dentro de cada instituição a qual o profissional atua. A en-
trevista é de grande utilização em vista ser um dos instrumentos mais utilizados para 
levantamento de dados e informações que irão possibilitar o reconhecimento de uma 
realidade social que talvez profissionais de outras áreas não tenham a sensibilidade de 
perceber, e dentro desta perspectiva buscar realizar uma intervenção. O profissional 
ao opinar por realizar uma entrevista, precisa primeiro decidir que tipo de entrevista 
será necessário realizar de acordo com cada caso, observando que existem diversas 
formas de entrevistas, como é o caso da estruturada, que são perguntas elaboradas 
antecipadamente, formuladas mediante questionário, com a atenção para não fugir 
PROCESSO DE ESCOLHA DOS INSTRUMENTOS E TÉCNICAS
 Elaboração de Estudos, Laudos, Pareceres, Perícias, Relatórios Sociais e Técnicos 
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das perguntas. A semiestruturada em que são feitas perguntas abertas e fechadas, ha-
vendo a possibilidade de descrever e apresentar o tema em questão. É importante 
ressaltar que independente do modelo adotado o profissional deve ter em vista seu 
foco de interesse ao realizá-la. “Não convém que o profissional seja especulativo, a 
conversa deve fluir naturalmente, com condução técnica por parte do profissional. 
Cabe a ele, nortear pontos importantes, sendo aconselhável elaborar um roteiro prévio, 
para que o objetivo seja alcançado e se mantenha o foco no que será tratado ali.” 
(CARDOSO 2008, p.40) A entrevista aberta semiestruturada é mais utilizada pelos pro-
fissionais, já que, esta tem como finalidade a flexibilidade da duração, viabilizando um 
conhecimento maior sobre determinados assuntos e proporcionado maior visibilidade 
da população de interesse. Esta favorece ainda uma aproximação entre entrevistador 
e entrevistado permitindo-lhe tocar em assuntos mais complexos e delicados. 
Outro instrumento muito utilizado pelos Assistentes Sociais é a visita domiciliar, 
sendo esta, um procedimento em que o Assistente Social vai a residência do usuário 
realizar uma entrevista, que será determinada pela necessidade de identificar as neces-
sidades reais da vida cotidiana daquele usuário, e de sua respectiva família, tentando 
compreender o contexto familiar, as condições materiais, afim de elaborar relatórios e 
emissão pareceres sociais. 
O relatório por sua vez é um documento de registro, utilizado pelos Assistentes Sociais 
que contém informações obtidas e interpretadas de acordo com a fala do sujeito, capaz 
de subsidiar decisões. 
A reunião é um instrumento adotado pela maioria dos Assistentes Sociais, é o mo-
mento em que as informações e recursos coletados precisam ser socializados entre as 
pessoas envolvidas, ou que tenham interesses em comum, nesta perspectiva o Assis-
tente Social junto aos demais integrantes tem um tempo para refletir e socializar as 
informações, devendo as decisões serem tomadas pelos participantes, evitando con-
tradições e autoritarismo prevalecendo a democracia. 
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______________________________________________________________Elaboração de Estudos, Laudos, Pareceres, Perícias, Relatórios Sociais e Técnicos 
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O estudo social é, historicamente, a maior demanda das atribuições do Assis-
tente Social na esfera sociojuridica, alcançando outros campos de atuação, já que a 
garantia de direitos geralmente está ligada ao Ministério Público, à Defensoria e ao 
sistema jurídico e, portanto, ligada ao âmbito do Direito. 
Segundo o CFESS existem muitas concepções sobre o tema estudo social, en-
contradas na literatura desde os anos 1940 a 1960, e que ao longo do tempo foram 
sendo passíveis de críticas - da construção teórica –, sendo superados e questionados, 
persistindo essa discussão até os dias de hoje. 
O estudo social é o instrumento utilizado para conhecer e analisar a situação 
vivida por determinados sujeitos ou grupos de sujeitos sociais sobre o qual o Assistente 
Social é chamado a opinar. Na verdade ele consiste em uma utilização articulada de 
vários outros elementos que permitem realizar a abordagem dos sujeitos envolvidos 
na situação. Essa hoje, de acordo com o próprio CFESS, é a melhor definição – versão 
teórica – para o que é estudo social. Em consonância com o conceito apresentado, é 
importante destacar que o estudo social precisa estar sedimentado como o agir pro-
fissional que dá origem ao relatório, laudo, avaliação – que são desdobramentos do 
estudo – e que por consequência é ação privativa do profissional de Serviço Social. De 
acordo com a Lei de Regulamentação da Profissão (Lei 8.662/93) em seu artigo 5º 
(quinto) estabelece quais são as atribuições privativas. No item 4 (quatro) consta que 
são atribuições do Assistente Social: realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, 
informações e pareceres sobre a matéria do Serviço Social. Não é citado o termo ‘Es-
tudo social’ na lei – nem como competência no artigo 4º e nem como ação privativa 
no artigo 5º –, entretanto, concebendo-o como uma ação interventiva que deverá pro-
duzir uma opinião técnica em matéria de Serviço Social, e que sua materialidade se dá 
por meio de documento produzido pelo profissional, considera-se que está contem-
plada na lei, a exclusividade ao Assistente Social. 
Existem muitas nomenclaturas para o que se entende ser um estudo social, de-
pendendo da região do Brasil e de quem o solicita. A solicitação se dá pela emissão e 
encaminhamento de um ofício, onde o juiz ou promotor da comarca solicita que o 
Assistente Social apresente um relatório social, relatório de vistoria, avaliação social, 
acompanhamento social, laudo de perícia social, laudo social, parecer social, exame 
criminológico, estudo socioeconômico por exemplo. 
Os Assistentes Sociais devem se posicionar no sentido de criar uma nomencla-
tura que posteriormente possa ser introduzida no Código de Ética – na próxima revisão 
– como ação privativa, pois, há muitas profissões que embora tragam muitos resulta-
dos no sentido acadêmico e profissional, não dispõem de formação técnica necessária 
ESTUDO SOCIAL
 Elaboração de Estudos, Laudos, Pareceres, Perícias, Relatórios Sociais e Técnicos 
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para fazer um estudo social e não devem interferir nos processos de ação inerentes ao 
campo do trabalho do Serviço Social, respeitando-se dentro dessa conjuntura de in-
tervenção. 
É imprescindível constar no estudo social, o parecer profissional, na medida em 
que não se limita a conhecer e analisar a situação social, mas opinar sobre ela, a partir 
do que cabe ao Serviço Social, considerando suas habilidades, competências, autono-
mia, técnica e ética profissional conforme a Resolução do CFESS nº 557 de 2009. O 
parecer pressupõe a devida/necessária competência técnica, teórico-metodológica, 
autonomia e compromisso ético; e como ação privativa, mesmo na atuação em equipes 
multiprofissionais, o Assistente Social deve destacar – no parecer social – a sua área de 
conhecimento separadamente, delimitar o âmbito de sua atuação, seu objeto, os ins-
trumentos utilizados, análise social e outros componentes que devem estar contem-
plados na opinião técnica. Isso quer dizer que outros relatórios e encaminhamentos 
podem ser assinados pelos diversos componentes da equipe multiprofissional, mas se 
necessário constar o parecer social, o mesmo precisa estar destacado do texto e ser 
signatário somente o profissional de Serviço Social. O trabalho deve ser efetuado em 
rede – trabalho intersetorial –, considerando que a intersetorialidade e a multiprofissi-
onalidade são muito importantes, mas dadas as devidas proporções do espaço de 
competência técnica, ou seja, o trabalho deve ser desenvolvido pelo profissional que 
possui a capacidade técnica adquirida pela formação acadêmica, assim como, o acú-
mulo do estudo relacionado à temática, podendo, então, defender esse ponto de vista 
de forma técnica, teórica, política e ética. 
O estudo social não necessariamente é apenas econômico, afetivo, protetivo 
etc., podendo englobar todas estas questões ou analisa-las de forma separada, isso vai 
depender de cada caso, circunstância, ação territorial, sujeitos envolvidos, agravantes, 
direitos violados. O estudo social não é estudo de caso, tão pouco é investigação. O 
processo de investigação do Serviço Social não se refere à ação de investigar a vida 
criminosa do indivíduo – o que ele foi/cometeu no passado –, pois isso traz estigmas 
de preconceito. O estudo social não deve ser fator de responsabilização, mas sim, a 
narração da verdade social envolvida naquele momento, seja ela de cunho afetivo, 
econômico (na maioria dos casos), territorial (relações sociais), questões como estilo 
de vida, organização do lar, higiene, alimentação, moradia, ambiente, espaço, acomo-
dação etc. Para que o Assistente Social transforme essas informações em um estudo 
social, ele vai utilizar alguns instrumentos como a fundamentação legal, ou seja, o téc-
nico precisa saber qual é a fundamentação legal para aquilo que ele está observando. 
O Assistente Social precisa estar ciente de que o trabalho desenvolvido é sigiloso, que 
somente as autoridades poderão ter acesso. Dependendo da gravidade da situação – 
entrevista em ambiente fechado que envolva situação de violação de direitos - a escuta 
precisa estar sendo filmada/gravada a fim de produzir segurança para o profissional, 
 Elaboração de Estudos, Laudos, Pareceres, Perícias, Relatórios Sociais e Técnicos 
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para que não haja divergência das informações relatadas pelo entrevistado após regis-
tro dessas informações no estudo social. Em alguns casos o Assistente Social precisa 
estar protegido para desenvolver o estudo social, e dependendo da gravidade da situ-
ação apresentada será necessário o acompanhamento de um policial para garantias de 
proteção do profissional. 
A elaboração de um estudo social requer do Assistente Social uma fundamen-
tação técnica pericial e uma capacidade técnica muito evoluída para não cumprir ape-
nas os objetivos das instituições que tendem a produzir novas violações de direitos, ou 
seja, não se pode fazer um estudo social com base na garantia de um direito, mas 
violando outro direito. 
Exemplo 1: Atestar a veracidade dos fatos. Atestar a veracidade dos fatos não é um 
estudo, é uma investigação, de modo que, isso não pode constar em um estudo social, 
relatório social, parecer social etc., afinal de contas, o profissional está conhecendo ou 
inquirindo a realidade? Existe uma diferença entre conhecer e inquirir a realidade. 
Exemplo 2: Apontar situações de violência sexual contra crianças e adolescentes – 
como? Quando? Quem? Nesse caso, o contexto se refere ao ‘depoimento sem dano’ 
(que de sem dano não tem nada!). A escuta protetiva é uma coisa; outra coisa bem 
diferente é pressionar uma criança ou adolescente a tal ponto dela dizer o que um 
adulto quer ouvir, podendo trazer danos mais gravespara a criança e outros envolvi-
dos, sendo já bastante questionado dentro do Serviço Social, justamente por não se 
tratar de uma atribuição profissional do Assistente Social. A inquirição do “depoimento 
sem dano” já é consenso na maioria dos profissionais de que o mesmo não está em 
conformidade com aporte teórico do Serviço Social. 
Exemplo 3: Realizar exames criminológicos de modo a atestar que o detento ainda 
apresente algum nível de periculosidade em sua personalidade. Essa é uma atribuição 
para profissionais na área da psiquiatria e psicologia, mas não do Serviço Social. O 
Serviço Social vai conhecer outras áreas do comportamento, mas não comportamento 
moral ou a conduta do indivíduo na prisão, sendo essa última, atribuição para profis-
sionais na área jurídica. 
De acordo com os exemplos citados acima, percebe-se que há uma necessidade 
de que o estudo social seja amplo e responsável no sentido de mostrar a realidade, 
sem contudo, tornar-se uma ferramenta investigativa jurídica. A investigação própria 
do Serviço Social se refere ao conhecimento da realidade social, não estando associada 
à investigação para o levantamento de provas, criminalização, negação e/ou violação 
dos direitos humanos. 
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Estudo Social 
✎ Meio de dar visibilidade às demandas dos processos sociais que constituem o viver 
dos sujeitos. 
✎ Apresenta como desafio trazer à tona as dimensões envolvendo a totalidade (com-
pletude) da qual os sujeitos singulares fazem parte. 
✎ Tem como finalidade Conhecer com profundidade e de forma crítica, uma determi-
nada situação ou expressão da questão social; (ATENÇÃO PARA ISSO!) 
✎ Se objetiva por meio de entrevistas, visitas domiciliares e contatos com colaterais 
(semelhantes), pesquisas documentais e bibliográficas, instrumentos que tem no rela-
cionamento um elemento constante e dinâmico; 
✎ Não existe enquanto um “modelo social”, que implique em conteúdos idênticos 
quando, por exemplo, realizado por diferentes profissionais. 
✎ No âmbito previdenciário o Estudo social faz parte do processo de avaliação social 
da pessoa com deficiência, visando corroborar (comprovar) com a ampliação do acesso 
ao direito a benefícios. 
O Estudo Social tem como foco 
✎ Estruturação e aprimoramento de meios para a intervenção; 
✎ Enfrentamento das questões sociais; 
✎ Exercício (execução) do projeto ético-político; 
✎ Subsidiar decisões referentes a concessão de benefícios; 
✎ Viabilização de direitos. 
Elementos históricos do Estudo Social 
✎ Presente na perspectiva (visão) de trabalho do Assistente Social desde o início dos 
anos 1940 (Judiciário Paulista); 
✎ Aprimoramento a partir da promulgação do ECA (1990); 
✎ No contexto do trabalho do Assistente Social na previdência, é afirmado pelo de-
creto de 611/92 visando subsidiar a concessão de benefícios previdenciários. 
Fundamentação legal do Estudo Social 
✎ Lei 8.662 de 07 de julho de 1993; 
ASPECTOS CONCEITUAIS DO ESTUDO SOCIAL
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✎ Art. 4º - Constituem competências do Assistente Social: XI – realizar Estudos socio-
econômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços sociais junto a órgãos 
da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades; 
✎ Art. 5º - Constituem atribuições privativas do Assistente Social: IV – realizar vistorias, 
perícias técnicas, Laudos periciais, informações e pareceres sobre a matéria de Serviço 
Social. 
✎ Matriz teórico-metodológica do Serviço Social na previdência que define o parecer 
social como: “opinião profissional do Assistente social, com base na observação e es-
tudo de uma dada situação, fornecendo elementos para a concessão de um benefício, 
recurso material e decisão médico-pericial.” 
Resolução CFESS nº 557/2009 de 15 de setembro de 2009 
✎ Art. 2º. O Assistente social, ao emitir laudos, pareceres, perícias e qualquer manifes-
tação técnica sobre matéria de Serviço Social, deve atuar com ampla autonomia res-
peitadas as normas legais, técnicas e éticas com ampla autonomia respeitadas as nor-
mas legais, técnicas e éticas de sua profissão, não sendo obrigado a prestar serviços 
incompatíveis com suas competências e atribuições previstas pela Lei 8662/93. 
✎ Art.4º. Ao atuar em equipes multiprofissionais, o Assistente social deverá garantir a 
especialidade de sua área de atuação. 
✎ Parágrafo primeiro – O entendimento ou opinião técnica do Assistente Social sobre 
o objeto da intervenção conjunta com outra categoria profissional e/ou equipe multi-
profissional, deve destacar a sua área de conhecimento separadamente, delimitar o 
âmbito de sua atenção, seu objeto, instrumentos utilizados, análise social e outros 
componentes que devem estar completados na opinião técnica. 
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✎ Como podemos conceber o Estudo Social? 
✎ Por que, para quê e como construí-lo? 
✎ Em que campos e situações pode ser explicado, desenvolvido ou problematizado? 
✎ Que implicações ético-políticas se fazem presentes na sua construção? 
✎ O que a Perícia Social, o Laudo Social e o Parecer Social têm a ver com este Estudo? 
✎ Em que consiste, afinal, este meio de trabalho, enquanto especificidade do Serviço 
Social? 
O estudo social é proposição essencial da ação, intervenção e do parecer pro-
fissional do Assistente Social, fazendo parte de seu cotidiano profissional. É no fazer 
do estudo social que se enfrentam desafios e provocações. Para realizá-lo utilizam-se 
instrumentais técnico-metodológicos, dentre os quais foram selecionados os mais fre-
quentes: a entrevista, a visita domiciliar e a observação. 
Consideramos que o Assistente Social está investido de um saber/poder que 
pode ser convertido em verdade e servir como prova nos autos e que, de uma maneira 
ou de outra, exerce o poder simbólico e a ele está submetido. A competência do As-
sistente Social não é a de defender uma parte ou outra, mas subsidiar a decisão do 
magistrado para a aplicação do direito, apresentando o melhor para aquela situação. 
Além do que, por ser uma profissão de caráter interventivo, procura limitar conflitos e 
incertezas resultantes de um sistema socioeconômico em profunda crise que se reflete 
nas relações interpessoais e sociais. 
Entende-se que a escolha dos instrumentais que compõem o estudo social é de 
exclusiva competência do Assistente Social, assim como constitui desafio o uso ade-
quado desses instrumentos conforme as características específicas da ação, de modo 
que é imprescindível nortear-se pelo Código de Ética, pelas leis de Regulamentação da 
Profissão e textos especializados que compõem seu referencial teórico e prático. 
O estudo social é um processo metodológico específico do Serviço Social, que 
tem por finalidadeconhecer com profundidade e de forma crítica, uma determinada 
situação ou expressão da questão social, objeto da intervenção profissional – especi-
almente e especificamente nos seus aspectos socioeconômicos e culturais. Tem sido 
utilizado nas mais diversas áreas da intervenção do Serviço Social, sendo instrumento 
fundamental no trabalho do Assistente Social que atua no sistema judiciário – seja 
enquanto funcionário, seja como perito ou como Assistente técnico – em especial junto 
à Justiça da Infância e da Juventude, Justiça de Família, Justiça Criminal e ações judici-
árias relacionadas à seguridade e previdência social. 
O ESTUDO SOCIAL EM PERÍCIAS, LAUDOS E PARECERES
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Vale reafirmar, contudo, que de sua fundamentação rigorosa, teórica, ética e 
técnica, com base no projeto da profissão, depende a sua devida utilização para a ga-
rantia e ampliação de direitos dos sujeitos usuários dos serviços sociais e do sistema 
de justiça. O Assistente Social vem utilizando o estudo social nas mais diversas áreas e 
modalidades, orientando o seu trabalho, tanto na fase de planejamento de certas in-
tervenções, assim como para demonstrar a situação sobre uma realidade investigada 
ou trabalhada. 
Na prática processual, porém, observa-se que juízes, Assistentes Sociais, advo-
gados e promotores de justiça, com raras exceções, usam o mesmo termo – estudo 
social – para qualquer atividade do profissional de Serviço Social requerido ou deter-
minado nos processos judiciais. O Assistente Social judiciário vem estudando para qua-
lificar cada vez mais a sua prática, buscando compreender melhor a sua atuação 
quando é chamado a participar nos mais diferentes processos. Não compreender tal 
necessidade, é o mesmo que conceber que o juiz possa aplicar o mesmo rito ou o 
mesmo procedimento em todo tipo de processo que venha a instruir e decidir. 
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O conteúdo do estudo social deve prever a singularidade da pessoa, envolvendo um 
conjunto de informações obtidas por meio de entrevistas, visitas domiciliares e institu-
cionais, de contatos com recursos sociais. Com esse instrumental é possível traçar o 
conhecimento do real do sujeito e seu percurso de vida, inserido numa dinâmica social, 
econômica e cultural. Inclui-se também, ao conteúdo do estudo social, a análise inter-
pretativa das informações obtidas, a intervenção proposta na situação e o parecer. 
A estrutura para construção do estudo social requer os seguintes procedimentos: 
✎ Competência teórico-metodológica e Autonomia: Refere-se à base de conhecimen-
tos para desenvolver o estudo social e para a efetivação da análise. Constituem-se das 
construções teóricas do Serviço Social, das diretrizes, das leis e das normatizações re-
lativas à políticas e programas sociais. 
Autonomia: Expressa a opinião profissional, que envolve a liberdade de decisão 
quanto à escolha dos instrumentos operativos e a documentação a ser realizada, 
levando-se em consideração, os princípios e as normas contidos no Código de 
Ética que rege o exercício da profissão. 
✎ Compromisso Ético-Profissional: É preciso respeitar as individualidades dos sujeitos, 
com base nos valores ético-profissionais, levando-se em conta os parâmetros culturais 
e universais. 
✎ Competência técnica: Refere-se à habilidade do profissional na utilização dos ins-
trumentos de trabalho, dentre eles: entrevista, observação, visita domiciliar e docu-
mentação. 
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ELEMENTOS IMPORTANTES NA CONSTRUÇÃO DO ESTUDO SOCIAL
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O primeiro passo para elaborar um Estudo social é entender as diferenças entre estudo 
social, relatório social, perícia social, laudo Social e parecer social. 
✎ O Estudo Social é um processo metodológico específico do Serviço Social que tem 
por finalidade, conhecer de forma crítica, uma determinada situação/expressão da 
questão social nos aspectos social, econômico e cultural. 
✎ O Relatório Social é um documento elaborado pelo Assistente Social, composto 
pela apresentação descritiva e interpretativa de uma situação/expressão da questão 
social. 
✎ A Perícia Social (no âmbito do poder judiciário) diz respeito a avaliação, exame ou 
vistoria solicitada ou determinada sempre que a situação exigir um parecer técnico ou 
científico. 
✎ O Laudo Social é um documento fundamentado na área de conhecimento do Ser-
viço Social, decorrente da perícia social, utilizado no meio judiciário como um dos ele-
mentos de prova, com a finalidade de dar suporte a uma decisão judicial. 
✎ O Parecer Social é a exposição e manifestação sucinta, enfocando-se objetivamente 
a questão ou situação social analisada através do estudo social, com uma finalização 
de caráter conclusivo ou indicativo (conclui-se... recomenda-se...) 
Existe uma discordância em um debate por parte dos Assistentes Sociais no Bra-
sil, em relação à utilização dos termos: relatório social, perícia social e laudo social. Na 
opinião desses profissionais, bastaria a utilização dos termos: estudo social e parecer 
social. Contudo, o CFESS determina que qualquer um desses termos possa ser usado 
desde que o Assistente Social não faça juízo de valor; não use de preconceito; não 
estabeleça um processo de investigação criminal; não se comporte como se estivesse 
‘juntando’ provas; não aja como se fosse autoridade judicial ou advogado, mas queexerça seu papel no conhecimento do território, do usuário e das expressões da ques-
tão social ligadas a ele. 
Tudo o que vier decorrente do estudo social – relatório, perícia, laudo ou parecer 
– deve ser enfocado no princípio fundamental do estudo social. O CFESS não deter-
mina qual instrumento deve ser usado, mas determina que seja ele qual for: 
✎ O usuário deve ser tratado como pessoa humana; 
✎ Que haja empenho na construção de uma nova ordem societária; 
✎ Que haja empenho no combate a todo e qualquer tipo de preconceito ou situação 
vexatória; 
COMO ELABORAR/CONSTRUIR UM ESTUDO SOCIAL
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✎ Que haja respeito pelo projeto ético-político e pelo instrumental teórico do Serviço 
Social. 
Partindo desse princípio entende-se que do estudo social emanam todas as ou-
tras ferramentas – relatório, perícia, Laudo e parecer. A maioria dos estudos sociais tem 
um parecer social, e normalmente pede-se a opinião fundamentada no final do estudo 
social que será encaminhado para a autoridade que o solicitou. 
Para realizar um estudo social é recomendável que seja feita uma visita domici-
liar. O Assistente Social que for fazer a visita com o intuito de realizar um estudo social 
deve estar munido de um questionário estruturado, semiestruturado ou aberto, a de-
pender da sua competência teórica, do conhecimento do processo daquele projeto de 
intervenção e de uma certa experiência nessa área específica de atuação – seja na pre-
vidência, saúde, judiciário, setor privado etc. 
Para acadêmicos que precisam elaborar um estudo – como parte do processo de for-
mação –, recomenda-se que seja feita a entrevista estruturada, levando todas as per-
guntas anotadas, mantendo-se fiel a elas. Concluindo-se o processo, deve-se fazer a 
elaboração baseada nas respostas. 
Se o profissional julga ter a capacidade técnico-operativa para trabalhar com pergun-
tas abertas e fechadas, recomenda-se a utilização da entrevista semiestruturada. 
E se o profissional se julga suficientemente competente para realizar a entrevista de 
forma aberta e seguro de que vai abranger a todas as prerrogativas – entendimento 
de todo o processo – de um estudo social, recomenda-se a utilização da entrevista 
aberta, que através de uma conversa informal com o usuário, possam ser levantadas 
todas as informações necessárias para a construção do estudo. 
Dentro do processo de entrevista, o Assistente Social deve: 
✎ Procurar conhecer bem o usuário e sua família; 
✎ Conhecer os dados socioeconômicos; 
✎ Conhecer bem a intervenção específica, ou seja, o campo de intervenção do estudo 
a ser realizado. Por exemplo: Se o campo de estudo for relacionado ao idoso, o profis-
sional deve estar munido de conhecimentos sobre o estatuto do idoso e leis pertinen-
tes aos direitos do idoso; 
✎ Observar as possíveis expressões da questão social presentes no contexto familiar 
e social do usuário. 
Após concluído o processo de entrevista e de ter feito o levantamento de todas as 
informações relacionadas ao usuário e de seu território, bem como o âmbito da inter-
venção. Recomenda-se que quando o profissional for solicitado – instituição, empresa, 
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setor público ou autoridade – para fazer um estudo social, que requisite conhecimento 
sobre todo o processo – pedir visto ao processo ao judiciário, por exemplo) a fim de 
entender o que está acontecendo e para saber ‘onde está e para onde está indo’. É 
importante conhecer o caso de forma profunda, pois isso facilitará bastante o desen-
volvimento do Estudo social. 
Referente à redação do Estudo (pós-Entrevista) o Assistente social deve: 
✎ Descrever a ‘autoridade’ solicitante do estudo social – juiz, promotor, perito, propri-
etário ou gerente da empresa, advogado, médico etc. 
✎ Descrever o processo de intervenção – para adoção, sobre violência contra a mulher, 
sobre negligência, sobre maus tratos etc. e o usuário. 
✎ Descrever de forma sucinta, mas bem completa, o território do usuário. Se o usuário 
vive em um território localizado na região urbana, rural, favela, ou em região acometida 
por violência etc. 
✎ Descrever as questões socioeconômicas – renda per capita, quais as entradas e des-
pesas mensais necessárias para a manutenção da família etc. 
✎ Descrever as relações sociais do usuário. Como ele se relaciona com a família? Como 
ele se relaciona com os vizinhos? 
Às vezes, em casos que envolvam violência ou dependência química, se faz necessário 
uma entrevista com os vizinhos para fazer um levantamento de informações sobre o 
que acontece ali. 
Observação importante: O Assistente Social não é fofoqueiro para fazer levantamento 
de dados com vizinhos, com a intenção de prejudicar ou defender o direito de alguém. 
Esse procedimento deverá ser utilizado em último caso, considerando a possibilidade 
de o usuário não manter uma boa relação com a vizinhança e em decorrência disso, 
serem fornecidas informações aumentadas ou até mesmo que não correspondam à 
realidade. É muito importante ter um olhar sensível e filtrar as informações colhidas 
com terceiros e que possam acabar prejudicando o usuário. 
✎ Descrever a organização familiar. Quantas pessoas vivem na residência? Quem é 
provedor? Quem é dependente? De onde vem a renda da família? Qual a composição 
do núcleo familiar? 
✎ Descrever – se houver – o histórico de abuso de álcool, drogas e outras substância 
lícitas ou ilícitas. Nem sempre é necessário esse tipo de investigação, mas em alguns 
casos sim, como para garantir direitos, segurança etc. Em casos onde o técnico estiver 
trabalhando com competição - garantia de guarda e guarda compartilhada -; interdi-
ção civil; processos de adoção; proteção contra maus tratos; proteção contra a exposi-
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ção de álcool e drogas; negligência contra crianças, idosos e portadores de necessida-
des especiais; abandono etc. A coleta desse tipo de informação vai depender do obje-
tivo do estudo social! 
✎ Descrever as expressões da questão social observáveis e manifestas no ambiente 
familiar. Existem muitas expressões da questão social, como: higiene, fome, violência, 
agressão, abandono, negligência etc. 
É importante reforçar que durante a elaboração da redação do estudo, onde 
apresentou-se a solicitação, intervenção, território, questões socioeconômicas, rela-
ções sociais, organização familiar e as expressões da questão social, o Assistente Social 
deve contar, expressar, narrar o que viu – não se deve emitir opinião sobre direitos ou 
deveres – dentro do estudo social com extrema competência técnica e linguagem bem 
elaborada e com o aporte teórico do Serviço Social, ou seja, dizer qual o quadro social 
do usuário, sem emitir parecer ou fazer recomendação. 
Por fim, tem-se o parecer social que é a conclusão do estudo social. O parecer 
vem em continuação do estudo, mas separado pelo nome (título) do instrumento. No 
parecer, o técnico vai emitir sua opinião técnica da seguinte forma: “conclui-se que... 
ou recomenda-se que... “e em seguida seguir com a sua conclusão/recomendação, 
opinião final do que pode/precisa ser feito para que haja uma intervenção nas expres-
sões da questão social descobertas por meio do estudo social, da visita domiciliar, da 
entrevista etc. Após concluída sua recomendação, o Assistente Social deve assinar e 
encaminhar para o solicitante. É muito importante que o estudo social seja assinado 
apenas pelo Assistente Social. 
Os pontos para a construção de um estudo social não têm a uma ordem crono-
lógica, já que os estudos sociais são diversos, não existindo um modelo padrão/pronto.Cada caso é um caso! Cada usuário é um usuário! Cada intervenção é uma intervenção! 
Cada situação é uma situação! Neste módulo apresentamos o caminho, a trajetória a 
se seguir. 
É importante lembrar que o estudo social/parecer social é um documento sigi-
loso, e suas informações não podem ser compartilhadas com outrem. 
 
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Perícia Social: Processo de Revisão de Alimentos 
Várias são as dúvidas suscitadas na Internet quanto à elaboração de um estudo social, 
pareceres, perícias sociais, de modo que, fornecemos mais um exemplo de elaboração 
de estudo social, demonstrando assim, a especificidade de cada estudo/perícia social 
de acordo com a demanda expressada pela questão social envolvida. 
Novamente, cabe ressaltar que não existe uma “Receita de Bolo” para elaborá-lo, por-
quanto várias são as suas especificidades quanto à sua demanda nos diversos espaços 
socioeducacionais a que os mesmos se destinam. 
O Modelo proposto abaixo é um exemplo de estudo/perícia social solicitado pelo Juiz 
num caso de Processo para Revisão de Alimentos, proposto pela genitora contra o ex 
cônjuge. 
Posto o mesmo com o intuito de indicar um caminho, uma sugestão do “por onde 
começar”, sempre lembrando que o mesmo varia de acordo com os espaços sócio-
ocupacionais ocupados pelos Assistentes Sociais e suas demandas específicas. 
O mais importante na sua elaboração, é fornecer de maneira ampla abrangente e fide-
digna possível, o relato das expressões das questões sociais demandadas, de maneira 
que possam levar efetividade na assistência e empoderamento de nossos usuários. 
 
EXMO. JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP 
Processo nº 000000000-0 – Procedimento Ordinário 
Requerente: xxx 
Requerido: xxx 
MM Juiz 
 
Objetivando cumprir determinação de Vossa Excelência, procedeu-se aos trâmites ne-
cessários a realização do estudo social/perícia social, tendo como sujeitos da análise 
profissional os indivíduos envolvidos na presente ação. Para isto, utilizamos o instru-
mental técnico-social, através dos seguintes meios analíticos: 
• Visita domiciliar 
• Entrevista semiestruturada com a genitora da criança 
• Entrevista de livre estruturação com o genitor 
• Observações técnicas 
MODELO DE ESTUDO SOCIAL/PERÍCIA SOCIAL 
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LAUDO SOCIAL 
I – CARACTERIZAÇÃO FAMILIAR: CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS DAS PARTES EN-
VOLVIDAS 
 
NÚCLEO MATERNO 
A entidade familiar de origem materna é composta pelos seguintes membros: 
- xxx (22 anos), manicure, representante e genitora da requerente; 
- xxx (2 anos), criança em questão; 
- xxx, avó paterna de xxx, aposentada. 
A casa de moradia é alugada pelo valor de R$ 420,00, dispondo de sala, 3 (três) quartos, 
cozinha e banheiro social. Possui as condições necessárias para habitabilidade. 
Os rendimentos familiares são em sua maioria provenientes da aposentadoria da sra. 
xxx, no montante de 2 (dois) salários mínimos. Complementa-se a esta o valor aproxi-
mado de R$300,00 mensais provenientes do trabalho da sra. xxx, na função de mani-
cure. 
 
NÚCLEO PATERNO 
Cabe-nos esclarecer que procedemos a visita domiciliar no endereço mencionado 
como sendo pertencente ao genitor, porém o referido não se encontrava no local. 
Quem nos recebeu foi a sra. xxx genitora de xxx que informou que o mesmo trabalha 
em empresa situada na cidade do Rio de Janeiro, deslocando-se para São Paulo/SP 
apenas aos finais de semana e diante disso, solicitamos que a Entrevista se desse por 
meio de contato telefônico. 
No dia seguinte o referido efetuou telefonema a este setor técnico e repassou as se-
guintes informações (após alguns dias, o atendemos no próprio setor técnico): 
Recebe a título de salário o valor de R$2.359,00 (valor bruto) perante a Empresa xxx 
gestão de Serviços, onde desenvolve atividade laboral como supervisor de campo. Tal 
quantia, segundo declara, vem sendo insuficiente para a mantença de todas as despe-
sas, uma vez que por residir durante a semana em outro Estado, o faz ter despesas 
altas referentes ao custeio de suas necessidades sociais no local, fato que o faz depen-
der do auxílio financeiro da genitora. 
 
II – FORMAÇÃO DO CASAL PARENTAL 
Conheceram-se há cerca de 6 (seis) anos por intermédio de amigos em comum. À oca-
sião iniciaram breve namoro havendo rupturas ao longo deste, mas em meio ao con-
texto, xxx engravidou e após o decorrer do nascimento da menina, decidiram estabe-
lecer união marital. 
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Segundo informações prestadas por xxx, conviveram por cerca de 1 (um) ano e 2 (dois) 
meses, quando as constantes discussões provocadas mediante o fato de viverem sob 
o mesmo teto dos pais de xxx, os fizeram findar a união. Desde então, os conflitos são 
frequentes em decorrência da divergência acerca das visitas e valor da pensão alimen-
tícia da filha do casal. 
 
III – DA RELAÇÃO CONFLITUOSA 
Conforme detalha o genitor, o valor destinado ao custeio das necessidades da criança 
são assim descritos: 
- R$300,00 referentes ao pagamento da pensão alimentícia; 
- R$245,00 referentes ao pagamento de escolinha; 
- R$90,00 referentes ao plano de assistência médica 
- R$20,00 referentes ao plano de assistência odontológica 
 
Além desses valores, xxx informa que custeava aulas de natação para a filha, contudo, 
a genitora a retirou por alegar falta de condições para acompanhá-la nos horários. 
Outro ponto conflitual refere-se a detalhes não mencionados em acordo extrajudicial 
celebrado perante a defensoria pública concernente às visitas, as quais ele se considera 
prejudicado, bem como sobre os feriados. 
Em contrapartida, xxx alega que o valor ofertado a título de pensão alimentícia não 
vem suprindo as necessidades da menina. Também verbaliza dificuldades advindas 
após o decorrer das visitações frente o fato da criança não poder ter consigo as roupas 
e brinquedos que ganha do pai e dos avós, gerando grande estresse por conta da 
pouca idade da referida que se sente angustiada em não ter tais brinquedos na hora 
que deseja. 
 
PARECER SOCIAL 
O contexto vivenciado pelas partes em questão pode ser descrito como possível con-
dicionador de uma realidade futura encarada pela criança em questão, através de “jo-
gos mentais” em decorrência da falta de diálogo (a criança poderá se valer da parte 
que melhor lhe oportunizar bens em troca). Parte-se do pressuposto que os genitores 
possuem a função de resguardar direitos dos filhos ao oportunizar segurança afetiva e 
material, sem, no entanto, deterem a posse sobre os mesmos, e ainda, ambos deverão 
ter a consciência de que pai e mãe não podem ser encarados como visitas e sim como 
partícipes de uma convivência familiar e comunitária saudável. 
O que se observa no caso em tela é que por não conseguirem resolver os problemas 
pendentes quanto ao término da relação amorosa, também encaram a materna-
gem/paternagem como um bem passível de troca, ex: os brinquedos oferecidos pelo 
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núcleo paterno são melhores e este não a permite tê-los consigo (como se o brinquedo 
ou a roupa só lhe pertencessequando na companhia paterna), o que faz com que a 
mãe fique chateada e tenha reação negativa conquanto às visitações, entre outros as-
pectos. 
 
Frente ao exposto, sugere-se: - Nova audiência de conciliação. 
 
À consideração. 
 
São Paulo-SP, 15 de maio de 2016. 
 
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Maria José da Silva 
Assistente Social 
CRESS Nº. 1234 / 1ª região 
 
 
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✎ Estudo Social é um processo metodológico específico do Serviço Social; 
✎ Tem por finalidade conhecer com profundidade e de forma crítica, uma determinada 
situação ou expressão da questão social em seus aspectos socioeconômicos e culturais; 
✎ Usado para que o Assistente Social armazene todas as informações que colhe nos 
casos que observa, acompanha e intervém. 
✎ Tem sido utilizado nas mais diversas áreas da intervenção do Serviço Social; 
✎ Instrumento fundamental no trabalho do Assistente Social que atua no sistema ju-
diciário, áreas de defesa e proteção dos direitos humanos e da famílias; 
✎ Requerido pelo Juiz junto à Justiça da Infância e da Juventude, Justiça de Família, 
Justiça Criminal e ações judiciárias relacionadas à seguridade e previdência social. 
✎ Sua utilização responsável garante e ampliação de direitos fundamentais inerentes 
a todos os sujeitos usuários do sistema de justiça; 
✎ Tem fundamentação rigorosa, teórica, ética e técnica, com base no projeto ético-
político da profissão; 
✎ O Assistente Social vem utilizando o estudo social nas mais diversas áreas e moda-
lidades, orientando o seu trabalho, tanto na fase de planejamento de certas interven-
ções, como para demonstrar a realidade social presente na realidade investigada ou 
trabalhada; 
✎ Mesmo tendo diversos tipos de documentos apropriados, o uso deste termo estudo 
social vem sendo utilizado por juízes, Assistentes Sociais, advogados e promotores de 
justiça, para qualquer atividade do profissional de Serviço Social requerido ou deter-
minado nos processos judiciais; 
✎ O conteúdo do estudo social deve prever a singularidade da pessoa, por meio de 
uma visão holística da realidade social apresentada; 
✎ No estudo social deve conter um conjunto de informações obtidas por meio de 
Entrevistas, visitas domiciliares e institucionais, de contatos com recursos sociais; 
✎ Através do estudo social é possível traçar o conhecimento real acerca da vida do 
sujeito e de seu percurso de vida, inserido numa dinâmica social, econômica e cultural; 
✎ Inclui-se também, ao conteúdo do estudo social, a análise interpretativa das infor-
mações obtidas, a intervenção proposta na situação e o parecer. 
RECAPTULANDO 
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PESQUISA EXPERIMENTAL 
Minayo (2007) e Lakatoset al (1986) informam que quando se determina um 
objeto de estudo, selecionam-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, de-
finindo as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no 
objeto. 
A pesquisa experimental é considerada o melhor exemplo de pesquisa científica, 
pois há um alto nível de controle da situação, podem-se isolar todas as estruturas de 
qualquer interferência do meio exterior, gerando maior confiabilidadeem seus resul-
tados. Mesmo assim ela é flexível, podendo dar inúmeras respostas diferentes a pro-
blemas diferentes com um único experimento. 
A característica principal da pesquisa experimental é o fato da variável indepen-
dente ser manipulada pelo pesquisador, assim equívocos e ambiguidades pratica-
mente desaparecem. 
Os três modelos mais comuns de pesquisa experimental são: 
✎ Experimentos APENAS DEPOIS: consiste em estabelecer dois grupos homogêneos, 
o grupo experimental e o grupo de controle. Após estimular somente o grupo experi-
mental verificam-se as diferenças e variações entre os dois grupos, concluindo-se que 
a variação ocorre devido ao estímulo dado pelo pesquisador. 
✎ Experimentos ANTES-DEPOIS: estabelece-se um grupo único que é submetido à 
análise inicial e depois submetido a um determinado estímulo. Verifica-se a cada vari-
ação o efeito causado, concluindo se o efeito obtido altera ou não o grupo estudado. 
✎ Experimentos ANTES-DEPOIS com 2 grupos: verifica-se o grupo de controle e o 
grupo experimental antes do estímulo, então aplica-se o estímulo no grupo experi-
mental, verifica-se a diferença entre o grupo experimental (estimulado) e o de controle 
(sem estímulo). A diferença entre os dois será a medida do estímulo aplicado. 
Assim, a pesquisa experimental tem como ser repetidamente testada e sempre 
com o mesmo (ou semelhante) resultado, ficando difícil surgirem respostas alternati-
vas; as relações puras (grupos sem qualquer interferência do pesquisador) também 
podem ser verificadas e qualquer grupo manipulado, tanto unicamente como em con-
junto. 
O fato de as variáveis ou grupos poderem ser analisados em ambientes programados 
é considerada tanto positiva quanto negativa. 
PESQUISA CIENTÍFICA 
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✎ Positiva: Devido à maior credibilidade já que a interferência do meio é praticamente 
nula, tendo o pesquisador total autonomia sobre seu objeto de estudo; 
✎ Negativa: Já que tirando o objeto de seu meio natural as análises serão parciais e 
não aplicáveis nas relações fora do ambiente propiciado pelo pesquisador. 
 
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 
Quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente 
de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet 
(MINAYO, 2007; LAKATOS et al, 1986). 
А pesquisa bibliográfica é o passo inicial na construção efetiva de um protocolo 
de investigação, quer dizer, após а escolha de um assunto é necessário fazer uma re-
visão bibliográfica do tema proposto. Essa pesquisa auxilia na escolha de um método 
mais apropriado, assim como num conhecimento das variáveis e na autenticidade da 
pesquisa. 
Na fase inicial de um desenvolvimento de investigação é preciso fazer а pesquisa bi-
bliográfica com o intuito de: 
✎ saber se alguém já publicou as respostas às questões propostas; 
✎ decidir se é interessante repetir а investigação com os mesmos objetivos; 
✎ saber quais os métodos utilizados em investigações similares; 
✎ averiguar o melhor pаrа ser aplicado; 
✎ enquadrar o nosso Estudo em um modelo de cаsuаlidаde. 
 
PESQUISA DOCUMENTAL 
Quando elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento analítico 
(MINAYO, 2007; LAKATOS et al, 1986). 
Na pesquisa bibliográfica você desenvolve sua investigação a partir de trabalhos 
e estudos já realizados por outras pessoas. Já na pesquisa documental, a investigação 
concentra-se em dados obtidos a partir de “documentos” que registram fatos e/ou 
acontecimentos de uma determinada época. 
A pesquisa documental é realizada em fontes como: 
✎ Tabelas estatísticas, cartas, pareceres, fotografias, atas, relatórios; 
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✎ Obras originais de qualquer natureza – pintura, escultura, desenho, etc. 
✎ Notas, diários, projetos de lei, ofícios, discursos, mapas, testamentos, inventários, 
informativos; 
✎ Depoimentos orais e escritos, certidões, correspondência pessoal ou comercial; 
✎ Documentos informativos arquivados em repartições públicas, associações, igrejas, 
hospitais, sindicatos. 
A análise documental constitui uma técnica importante na pesquisa qualitativa, 
seja complementando informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando as-
pectos novos de um tema ou problema (Ludke e André, 1986). 
 
PESQUISA-AÇÃO E PESQUISA PARTICIPANTE 
✎ Pesquisa-Ação: A pesquisa-ação é realizada em estreita (próxima) associação com 
uma ação ou com a resolução de um problema coletivo. 
✎ Pesquisa Participante: A pesquisa participante busca o envolvimento da comuni-
dade desenvolvendo-se a partir da interação entre pesquisadores e membros das si-
tuações investigadas (MINAYO, 2007; LAKATOS et al, 1986). Os pesquisadores e parti-
cipantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo coo-
perativo ou participativo, ou seja, participando na análise de sua própria realidade. 
Demo (1985) não faz distinção entre pesquisa participante e pesquisa-ação. Se-
gundo esse pesquisador, ambas têm o compromisso com a prática. Contudo, esse 
mesmo autor nos diz que o movimento da pesquisa participante nasceu da decepção 
advinda do método tradicional. É como se esse método não fosse capaz de revelar 
(explicitar) a realidade social. 
Michel Thiollent, em “metodologia da pesquisa-ação” define pesquisa-ação 
como um tipo de pesquisa social com base empírica (baseado na experiência) que seria 
concebida em estreita associação com a resolução de um problema coletivo no qual 
os pesquisadores e os participantes estariam envolvidos de modo cooperativo. Para 
alguns, a pesquisa-ação é uma forma de engajamento sociopolítico à Serviço das clas-
ses populares. 
A pesquisa participante apresenta, segundo Demo (1985) três momentos essen-
ciais, a saber: 
✎ O autodiagnostico, que seria a confluência (ligação) entre conhecimento científico 
e saber popular. Este momento conduziria à cidadania e esta, por sua vez, estaria à 
serviço da autonomia; 
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✎ A estratégia de enfrentamento prático dos problemas encontrados, que seria o per-
curso entre a teoria e a prática; 
✎ Por fim, o momento da necessidade de organização política, que consistira na defi-
nição da estratégia de enfrentamento do problema propriamente dito. 
Seja na pesquisa participante ou na pesquisa-ação, o princípio ético de que o 
saber científico não é tudo é fundamental. Afinal, não importamos das ciências sociais 
a suposta “neutralidade”. Deste modo, resguardar nossa posição sem se contaminar 
pelo senso comum e nem influenciar os resultados de uma pesquisa é sempre o mais 
complicado. 
 
PESQUISA QUANTITATIVA 
A pesquisa quantitativa considera que tudo pode ser quantificável (medido, ava-
liado, mensurado), o que significa traduzir em números, opiniões e informações para 
classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percen-
tagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de 
regressão, etc.). Resultados precisam ser replicados (MINAYO, 2007; LAKATOS et al, 
1986). 
Através desses princípios, consideram-se relevantes alguns procedimentos, entre eles: 
✎ Quais serão os objetivos a serem alcançados com a pesquisa? 
✎ A população e a amostragem já se encontram definidas? 
✎ Os questionários foram elaborados a partir de um critério estruturado com base em 
perguntas claras e objetivas? 
✎ O campo da coleta de dados já foi definido, ou seja, qual o local escolhido para 
aplicar o teste: nas residências, em um ambiente público, em uma empresa? 
✎ Processamento dos dados (tabulação): as informaçõescolhidas fornecem base su-
ficiente para que sejam analisadas? 
Todos esses pressupostos, uma vez materializados, contribuirão para que a apresenta-
ção dos resultados se dê de forma precisa. 
Partindo do princípio de que essa modalidade requer o uso de estatísticas e de 
recursos – percentagens, média, mediana, coeficiente de correlação etc. – com o obje-
tivo de apurar as opiniões explícitas dos entrevistados, o questionário representa um 
dos meios mais eficazes para testar de forma precisa as hipóteses levantadas. 
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Por meio de questões do tipo “fechadas”, apresenta-se um conjunto de alternativas de 
respostas no intuito de se obter aquela que melhor representa o ponto de vista da 
pessoa entrevistada. Ao delinear de forma precisa e clara o que se deseja, tal procedi-
mento garante uniformidade de entendimento por parte dos entrevistados, o que con-
tribui para a eficácia, a precisão e a padronização dos resultados. 
 
PESQUISA QUALITATIVA 
A pesquisa qualitativa verifica uma relação dinâmica entre o mundo real e o 
sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do 
sujeito que não pode ser traduzido em números (MINAYO, 2007). 
A interpretação dos fenômenos (fatos) e a atribuição de significados, são básicas 
no processo de pesquisa qualitativa. 
A Pesquisa Qualitativa: 
✎ Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas; 
✎ O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados; 
✎ O pesquisador é o instrumento-chave; 
✎ É descritiva (retratada, relatada, referida); 
✎ Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente (dedução, conclusão, 
consequência); 
✎ O processo e seu significado são os focos principais de abordagem. 
(LAKATOS et al, 1986). 
A pesquisa qualitativa é traduzida por aquilo que não pode ser mensurável (de-
finido), pois a realidade e o sujeito são elementos indissociáveis. Assim sendo, quando 
se trata do sujeito, levam-se em consideração seus traços subjetivos (próprios) e suas 
particularidades. Tais pormenores não podem ser traduzidos em números quantificá-
veis. 
Exemplo: 
Suponhamos uma pesquisa qualitativa cuja intenção é analisar as causas do de-
sinteresse dos alunos em relação a uma determinada disciplina. Certamente que todo 
esse processo contará com a participação mais efetiva do pesquisador, ou seja, ele terá 
que observar o fenômeno mais de perto, isto é, deslocar-se para a escola e presenciar 
as aulas daquele professor regente da disciplina em questão. No caso do questionário 
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aplicado aos alunos, é claro que opiniões irão divergir – dada a individualidade do ser 
humano. 
Com base nesses princípios, afirma-se que a pesquisa qualitativa tem um caráter 
exploratório (investigativo), uma vez que estimula o entrevistado a pensar e a se ex-
pressar livremente sobre o assunto em questão. 
Na pesquisa qualitativa, os dados, em vez de serem tabulados, de forma a apre-
sentar um resultado preciso, são retratados por meio de relatórios, levando-se em 
conta aspectos tidos como relevantes, como as opiniões e comentários do público en-
trevistado. 
Diante do exposto, há que se considerar que ambas as modalidades não podem ser 
consideradas como excludentes, ao contrário, apenas se distinguem por apresentarem 
funções específicas. 
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O encaminhamento é uma forma articulada para atender às necessidades dos 
usuários, ofertando os serviços vigentes, e o encaminhando para outro profissional ou 
para outro setor onde a sua necessidade será atendida, sendo que, os encaminhamen-
tos devem ser sempre formais, seja para a rede socioassistencial, seja para outras po-
líticas. Quando necessário, deve ser precedido de contato com o serviço de destino 
para contribuir com a efetivação do encaminhamento e sucedido de contato para o 
retorno da informação. Os encaminhamentos estão presentes no cotidiano dos Assis-
tentes Sociais, uma vez que cada instituição tem uma finalidade e nem todas as de-
mandas que chegam até ela, a mesma tem suporte de intervenção. 
Por meio da observação e do acompanhamento da questão social apresentada 
por uma determinada família, observa-se a necessidade da mesma acessar alguns ser-
viços, programas oferecidos pelos diversos equipamentos públicos, onde essa família 
possa se enquadrar como público-alvo daquela ação. 
Os encaminhamentos são peça fundamental para que o trabalho do Assistente 
Social seja efetivado, por exemplo, se o programa está relacionado à inclusão no mer-
cado de trabalho de pessoas com deficiência, é necessário articular vagas nas empresas 
privadas ou instituições governamentais e não-governamentais. Além de incluir no 
mercado de trabalho, o Assistente Social deverá também proporcionará aos usuários 
do programa, cursos de capacitação profissional. Neste caso a articulação através das 
redes se faz imprescindível. 
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