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2012 Meio AMbiente e SAúde Prof.ª Daniela Viviani Prof.ª Camila Almeida Pinheiro da Costa Copyright © UNIASSELVI 2012 Elaboração: Prof.ª Daniela Viviani Prof.ª Camila Almeida Pinheiro da Costa Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: 370.357 V859m Viviani, Daniela Meio ambiente e saúde / Daniela Viviani e Camila Almeida Pinheiro da Costa. Indaial : UNIASSELVI, 2012. 207. p.: il Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7830-538-3 1. Meio ambiente; 2. Saúde. I. Centro Universitário Leonardo da Vinci II. Núcleo de Educação a Distância III. Título III ApreSentAção Prezado acadêmico, bem-vindo a mais uma disciplina! Durante esta jornada de estudos, na Unidade 1 você compreenderá os conceitos de Meio Ambiente e Saúde. Este estudo inicial, complementado com os fundamentos da ecologia, será muito importante para a tomada de consciência de nossa inserção no meio ambiente, bem como de nossa responsabilidade pela saúde ambiental, sua proteção e, consequentemente, nossa qualidade de vida. Neste contexto, vamos compreender as relações existentes entre meio ambiente e saúde, conhecendo as causas e consequências dos problemas ambientais a que temos assistido nos últimos tempos. A partir desta percepção, ficará claro que meio ambiente e saúde são temas indissociáveis. Na segunda unidade, você terá a possibilidade de estudar sobre a educação escolar, o papel da escola, os sujeitos que dela fazem parte e a importância dessa educação – a escolar – para o desenvolvimento e formação dos sujeitos, relacionando meio ambiente e saúde. Para tanto, serão apresentados a você os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e a relação entre educação, saúde e meio ambiente. A Unidade 3 trará para você a questão das práticas educativas retomando conceitos e discussões sobre a educação em saúde, a prevenção da saúde no contexto escolar, a educação para o meio ambiente e as metodologias de ensino – saúde e meio ambiente. Bons estudos! Prof.ª Daniela Viviani Prof.ª Camila Almeida Pinheiro da Costa IV NOTA Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! V VI VII UNIDADE 1 – MEIO AMBIENTE E SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS............................1 TÓPICO 1 – SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS ......................................................................3 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................3 2 O CONCEITO DE SAÚDE ................................................................................................................3 2.1 HÁBITOS SAUDÁVEIS ................................................................................................................9 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................13 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................14 TÓPICO 2 – MEIO AMBIENTE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS ..................................................15 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................15 2 O CONCEITO DE MEIO AMBIENTE ............................................................................................16 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................20 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................21 TÓPICO 3 – FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA ............................................................................23 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................23 2 ECOLOGIA ..........................................................................................................................................24 3 NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO ..........................................................................................................25 4 COMPONENTES ESTRUTURAIS DE UM ECOSSISTEMA ....................................................26 4.1 COMPONENTES BIÓTICOS .......................................................................................................27 4.2 COMPONENTES ABIÓTICOS ....................................................................................................29 5 CADEIA, TEIA ALIMENTAR E FLUXO DE ENERGIA .............................................................29 6 RELAÇÕES ECOLÓGICAS ..............................................................................................................32 6.1 RELAÇÕES HARMÔNICAS ENTRE ESPÉCIES DIFERENTES ............................................33 6.2 RELAÇÕES HARMÔNICAS DENTRO DA MESMA ESPÉCIE .............................................35 6.3 RELAÇÕES DESARMÔNICAS ENTRE ESPÉCIES DIFERENTES ........................................36 6.4 RELAÇÕES DESARMÔNICAS DENTRO DA MESMA ESPÉCIE .........................................38 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................41 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................43 TÓPICO 4 – RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE ...................................................45 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................45 2 MEIO AMBIENTE E SAÚDE ...........................................................................................................45 3 DEGRADAÇÃO AMBIENTAL ........................................................................................................47 4 A CRISE AMBIENTAL.......................................................................................................................50 5 PROBLEMAS AMBIENTAIS GLOBAIS ........................................................................................545.1 O AUMENTO DA POPULAÇÃO ...............................................................................................54 5.2 A EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS .....................................................................56 5.3 A POLUIÇÃO AMBIENTAL ........................................................................................................58 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................70 RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................78 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................80 SuMário VIII UNIDADE 2 – MEIO AMBIENTE E SAÚDE: O PAPEL DA ESCOLA .......................................81 TÓPICO 1 – O PAPEL DA ESCOLA FRENTE À SAÚDE E MEIO AMBIENTE .......................83 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................83 2 PARA QUE SERVE A ESCOLA? ......................................................................................................83 3 RELAÇÃO ESCOLA, SAÚDE E MEIO AMBIENTE ....................................................................87 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................92 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................95 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................96 TÓPICO 2 – GUIA CURRICULAR PARA PROGRAMA DE SAÚDE E MEIO AMBIENTE ...................................................................................................... 97 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................97 2 GUIA CURRICULAR E SAÚDE: OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS .....97 3 GUIA CURRICULAR E MEIO AMBIENTE: OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS ......................................................................................................104 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................110 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................115 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................117 TÓPICO 3 – EDUCAÇÃO, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA ...................................................119 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................119 2 ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA: DESAFIOS E QUALIDADE ...................................................................................................................................119 3 PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE NO CONTEXTO ESCOLAR: CAMINHOS NA BUSCA DA QUALIDADE DE VIDA DOS SUJEITOS ..............................121 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................129 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................133 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................134 UNIDADE 3 – MEIO AMBIENTE E SAÚDE: PRÁTICAS EDUCATIVAS ................................135 TÓPICO 1 – PREVENÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE ...............................................................137 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................137 2 EDUCAÇÃO EM SAÚDE..................................................................................................................137 3 SAÚDE NO CONTEXTO ESCOLAR: A PREVENÇÃO ..............................................................140 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................143 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................146 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................147 TÓPICO 2 – EDUCAÇÃO PARA O MEIO AMBIENTE ................................................................149 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................149 2 O SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SEUS CONCEITOS ............................150 2.1 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL ...............................................................................155 2.2 O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC) E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL .........................158 3 A EMERGÊNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ......................................................................159 4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE ................................................................160 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................163 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................165 TÓPICO 3 – METODOLOGIAS DE ENSINO .................................................................................167 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................167 IX 2 PRÁTICAS EDUCATIVAS: MEIO AMBIENTE E SAÚDE ........................................................167 2.1 ATIVIDADES PEDAGÓGICAS: SAÚDE ...................................................................................177 2.2 ATIVIDADES PEDAGÓGICAS: MEIO AMBIENTE ................................................................185 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................200 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................201 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................203 X 1 UNIDADE 1 MEIO AMBIENTE E SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir desta unidade, você será capaz de: • compreender o conceito de saúde; • compreender o conceito de meio ambiente; • conhecer os fundamentos e conceitos básicos da ecologia; • conhecer a amplitude da crise ambiental através dos problemas ambientais globais; • reconhecer a relação entre meio ambiente e saúde como fator primordial para o desenvolvimento de sociedades sustentáveis e a manutenção de um ambiente saudável. Esta primeira unidade está dividida em quatro tópicos. Você encontrará, ao final de cada um deles, atividades que irão contribuir para a compreensão dos conteúdos abordados. TÓPICO 1 – SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS TÓPICO 2 – MEIO AMBIENTE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS TÓPICO 3 – FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA TÓPICO 4 – RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS 1 INTRODUÇÃO Neste primeiro tópico vamos estudar o conceito da palavra saúde que, para muitos acadêmicos, talvez já esteja muito claro e óbvio.Será? Será mesmo que você tem consciência do que é ter saúde? Será que saúde é tão somente a ausência de doenças? Se estes questionamentos fizeram você parar para pensar e resgatar seus conhecimentos prévios sobre o assunto, estamos no caminho certo. Ao longo de toda a disciplina buscaremos fazer estas reflexões que são fundamentais em todo processo de ensino e aprendizagem no qual buscamos constantemente rever nossos conceitos e aprimorar nossos conhecimentos. 2 O CONCEITO DE SAÚDE Vamos iniciar este estudo analisando algumas imagens! Qual das duas crianças lhe parece estar com plena saúde? FIGURA 1 – CRIANÇA BRINCANDO FIGURA 2 – CRIANÇA ACAMADA FONTE: Disponível em: <http://veja. abril.com.br/blog/saude-chegada/ files/2009/10/crianca-brincando. jpg>. Acesso em: 24 abr. 2011. FONTE: Disponível em: <http://farm2.static.flickr. com/1215/5167315649_a9379fd3ea. jpg>. Acesso em: 24 abr. 2011. UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS 4 DICAS Que tal mudar um pouco a metodologia de ensino? Acesse o site <http://www.canalkids.com.br/saude/index.htm>. Nele você encontrará informação de forma divertida e colorida. Se você já é professor e na sua escola houver um laboratório de informática, leve seus alunos até lá e, juntos, aprendam brincando. No próximo tópico voltaremos com esta dica para o assunto Meio Ambiente. Muito provavelmente você optou pela Figura 1. Perceba que se consegue distinguir nas imagens uma criança saudável de uma criança aparentemente doente. De que maneira você fez isso? Quais critérios você elegeu para distinguir as imagens? A resposta para essas perguntas é muito simples. Desde muito cedo recebemos orientações sobre hábitos de vida saudável e sabemos quando estamos com saúde ou quando as coisas parecem não estar muito bem. Com isso acabamos não só estabelecendo critérios de escolha, como também vamos incorporando essas escolhas em nosso dia a dia, tornando-nos capazes de formular conceitos. A ideia principal deste estudo é que, ao final dele, tenhamos a compreensão de que a palavra saúde não pode ser entendida de forma restrita como sendo somente a ausência de doença; precisamos compreendê-la de maneira mais ampla. Conceição (1994) relata que, em 7 de abril de 1948, a Organização Mundial de Sáude (OMS) conceituou saúde como sendo o completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença, corroborando o que acabamos de ver. Esta conceituação ampla representa um avanço em relação aos conceitos vigentes nos séculos passados, justamente por ultrapassar os limites estreitos da área físico-somática e incluir os aspectos mental e social. Observe a figura a seguir! FIGURA 3 – VIDA E SAÚDE FONTE: Conceição (1994, p. 6) M EL HO R VI VE R M ELHOR SAÚDE BEM ESTAR FÍSICO, MENTAL E SOCIAL E NÃO APENAS AUSÊNCIA DE DOENÇA ESTADO DE SAÚDE INFRA-ÓTIMO OU DE DOENÇA INCIPIENTE ESTADO DE DOENÇA OU LIMITAÇÃO DECLARADA ESTADO DE DOENÇA MUITO SÉRIA OU DE APROXIMAÇÃO DA MORTE ÓTIMO VIVER SAÚDE ÓTIMA NÃO VIVERMORTE VIDAAMBIENTEHOMEMSAÚDE TÓPICO 1 | SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS 5 Analisando a imagem anterior podemos perceber que o ser humano na interação homem-ambiente vive em uma luta constante executando suas ações à procura do ótimo-vital, seja relacionado à saúde ou à vida de uma maneira geral. Dessa forma, o ser humano procura uma forma de viver que, em sua essência, confunde-se com o conceito de saúde: bem-estar físico, mental e social e não apenas ausência de doença. Pode-se dizer que o homem está com saúde quando, pelo intercâmbio com o ambiente, consegue manter sua individualidade biológica, diminuir agressões e resolver os conflitos que surgem. Isso, fundamentalmente, mostra o homem como ser ativo, que conquista seu estado de saúde. (CONCEIÇÃO, 1994, p. 5, grifo do autor). Perceba a estreita ligação que há entre melhor-viver e melhor-saúde, conceitos apresentados pelo autor acima citado: as ações que visam à melhoria da sáude são, ao mesmo tempo, as ações que objetivam a melhoria das condições de vida. Observe: QUADRO 1 – SAÚDE BIOLÓGICA, MENTAL E SOCIAL ESTAR COM SAÚDE Na área biológica: Significa lutar para manter o equilíbrio físico diante das mutações ambientais, à procura do ótimo-viver. Assim, nos aspectos diários de vida sadia, vive-se uma ação dinâmica e contínua para a superação dos conflitos surgidos pelas agressões ambientais, inexistindo a ideia de conformismo e passividade ou de aceitar o indesejável e o maléfico sem combate. Na área mental: A procura do completo bem-estar é a expressão da luta do homem diante dos conflitos: sem medo, procurando resolvê-los constantemente, sabendo, de antemão, que a solução de um deles abre a perspectiva de aparecimento de outros conflitos ou da busca de novas soluções, isto é, um vir a ser permanente. Na área social: Representa, também, a luta do homem para a harmonização de suas necessidades mais íntimas e concretas com a estrutura social vigente, mantendo-a ou modificando-a, de acordo com suas aspirações, bem como de seu grupo social e comunidade. FONTE: Adaptado de: Conceição (1994) Caro acadêmico, neste ponto de nosso estudo podemos concluir que estar com saúde corresponde ao melhor estado de vitalidade física, mental e social, que surge não só de nossa atuação frente aos conflitos e à busca de soluções, como também de nossa interação harmônica com o meio ambiente. UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS 6 DICAS Para aprofundar seus conhecimentos, observe nossa dica de leitura! Este livro, organizado por José Augusto Nigro Conceição, traz uma série de artigos relacionados ao tema Saúde Escolar: a criança, a vida e a escola. Para complementar o que acabamos de estudar, sugerimos a leitura na íntegra do primeiro artigo “Vida e Saúde”, de autoria do próprio organizador. Veja com seu professor se o polo de apoio presencial onde você estuda não tem este exemplar disponível para consulta. Boa leitura! Com relação ao direito de ter uma vida plena em saúde, há 60 anos, no lançamento da Organização Mundial de Saúde, os governos mundiais declararam a saúde como direito humano fundamental, sem distinção de raça, religião, crença política, condição social ou econômica. Há trinta anos, em Alma Ata (Conferência Internacional sobre cuidados primários de saúde), os governos do mundo pediram saúde para todos até o ano 2000, principalmente através da expansão do acesso a instalações e serviços de saúde básica. Embora o mundo tenha de longe deixado de atingir esse alvo, podemos ainda chegar a ele, a custos muito baixos. Pensando nisso, dez passos básicos que podem levar à saúde para todos, nos próximos anos, de acordo com Sachs (2008). SAÚDE BÁSICA PARA TODOS Primeiro: países ricos deveriam investir 0,1% de seus produtos internos brutos para cuidados com saúde nos países de baixa renda. Com o PIB do mundo rico de U$ 35 trilhões, isso criaria um fundo de cerca de U$ 35 bilhões por ano – o bastante para U$ 35 per capita em serviços adicionais para cerca de um bilhão de pessoas. Segundo: metade do acréscimo deveria ser canalizada para o Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária. O Fundo Global provou ser uma instituição altamente eficaz, com mínimo de burocracia e máximo impacto. Apoiou a distribuição de aproximadamente 30 milhões de redes antimalária, ajudou a colocar cerca de um milhão de africanos em tratamento antirretroviral e a curar mais de dois milhões de pessoas com tuberculose. Terceiro: países de baixa renda deveriam destinar 15% de seus próprios orçamentos à saúde. Considere um país pobre onde a renda média anual é de U$ 300. O orçamento total nacional pode estar em torno de 15% do PIB, mais TÓPICO 1 | SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS 7 ou menos U$ 45 per capita. Quinze por cento desta soma destinada à saúde chegaria a U$ 6,75 por pessoa por ano. Não o bastante por si mesmos para fornecer cuidados de saúde adequados, mas que cumpririam a tarefacom os U$ 35 per capita de doações. Quarto: o mundo deveria adotar um planejamento para o controle abrangente da malária, visando levar a mortalidade pela doença a próximo de zero em 2012, com amplo acesso a redes antimalária, borrifamento de lares, quando apropriado, e remédios eficazes quando a doença atacasse. Quinto: os países ricos deveriam seguir em seu antigo e realizável compromisso de assegurar acesso a antirretrovirais para todas as pessoas infectadas pelo HIV até 2010. Sexto: o mundo deveria preencher uma carência de financiamento de cerca de U$3 bilhões por ano para um controle amplo da tuberculose – outra área na qual há muito tempo se provou que as intervenções são eficazes, mas onde há falta crônica de fundos. Sétimo: o mundo deveria garantir, com uns poucos bilhões de dólares por ano, o acesso dos mais pobres entre os pobres aos serviços de saúde sexuais e de reprodução, incluindo planejamento familiar, contracepção e cuidados obstétricos de emergência. Oitavo: o Fundo Global poderia oferecer cerca de U$ 400 milhões por ano para o controle amplo de diversas doenças tropicais (principalmente as infecções por vermes), que ocorrem virtualmente nas mesmas regiões onde a malária é endêmica. Nono: o Fundo Global poderia abrir um novo mecanismo de financiamento para incentivar o cuidado primário de saúde, incluindo – o mais importante – a construção de clínicas e a contratação e treinamento de enfermeiras e trabalhadores comunitários de saúde. Décimo: ao usar recentes conquistas na medicina e na saúde pública os sistemas de saúde expandidos nos países mais pobres poderiam estar equipados para lidar com doenças não comunicadas e há muito negligenciadas, mas que podem ser tratadas a custo baixo, como hipertensão, catarata e depressão. Jeffrey Sachs é diretor do Earth Institute da Universidade de Colúmbia (www.earth.columbia.edu). FONTE: Disponível em: <http://www2.uol.com.br/sciam/artigos/saude_basica_para_todos.html>. Acesso em: 24 jan. 2012. UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS 8 Segundo Sachs (2008), esses dez passos básicos que você acabou de ler poderiam salvar a vida de 10 milhões de crianças e adultos por ano, a um custo quase imperceptível para as nações mais ricas. Essas medidas ainda iriam reduzir, e não acelerar, o crescimento populacional em regiões empobrecidas, diminuindo as tensões econômicas e ambientais que populações crescentes estão impondo a elas. Para Rattner (2009), [...] os impactos mais sérios na saúde humana são produzidos, indubitavelmente, pelas condições de vida, a desigualdade social e a consequente exclusão e marginalidade que atingem dezenas de milhões de brasileiros e centenas de milhões da população mundial. Talvez, por isso, um relatório recente divulgado pela OMS – Organização Mundial de Saúde – em agosto de 2008 e elaborado por um grupo de especialistas com ampla experiência em desenvolvimento e saúde, inicia com as palavras “Justiça social é um assunto de vida e morte”. O documento concentra-se na questão de desigualdade e sua relação com a saúde e conclama os governos a superar o fosso entre ricos e pobres, no período de uma geração. O fosso é configurado pelos extremos de mortalidade infantil e expectativa de vida entre os mais pobres da África, Ásia e América Latina quando comparados aos indicadores das classes média e alta, moradores nas áreas urbanas privilegiadas. Segundo o mesmo autor, os problemas de saúde pública têm raízes sistêmicas e interdependentes que refutam e inviabilizam qualquer abordagem linear e cartesiana. Sendo assim, infere-se que qualquer reducionismo, tratando- se de problemas sociais complexos, revela-se estéril e improdutivo. Para intervir nesse cenário desalentador, é preciso melhorar os indicadores da eficácia das políticas públicas de saúde, para informar e conscientizar a sociedade civil, organizada e motivada para sua plena participação nas decisões que afetam sua saúde e seu bem-estar. A nossa legislação também conceitua e prevê o direito à saúde. De acordo com a Lei nº 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, em seu art. 2º, “a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício”. (BRASIL, 1990). Segundo a mesma lei, em seu art. 3º, a saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, “[...] a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do país” (grifos nossos). Caro acadêmico, a relação entre meio ambiente e saúde será abordada especificamente no Tópico 4, desta unidade. Neste momento é hora de analisar o que podemos fazer para melhorar e/ou manter nossa saúde em dia através de hábitos de vida saudáveis. Mas que hábitos são esses? Vamos descobrir juntos! TÓPICO 1 | SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS 9 2.1 HÁBITOS SAUDÁVEIS Incluir hábitos saudáveis no seu dia a dia é uma boa forma de manter sua saúde física e mental, melhorar a autoestima, amenizar os sintomas da depressão e da ansiedade, reduzir o risco de doenças e aumentar consideravelmente seu sistema imunológico. UNI Você sabia que seu corpo possui um sistema interno de defesa? O sistema imunológico é uma complexa barreira composta por milhões de células de diferentes tipos e com diferentes funções, responsáveis por garantir a defesa do organismo e por manter o corpo funcionando livre de doenças. Analisando a figura a seguir podemos notar que ela nos apresenta uma série de hábitos e atitudes para levar uma vida saudável. FIGURA 4 – HÁBITOS SAUDÁVEIS FONTE: Disponível em: <http://andrerodriguesbr.wordpress.com/2010/08/19/1041/>. Acesso em: 24 abr. 2011. UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS 10 Exercício de observação e reflexão! Escreva quantos hábitos e/ou atitudes são apresentados na figura acima em busca de uma vida cheia de saúde. Quantos destes você realmente pratica em seu dia a dia? Reflita sobre sua postura, talvez esteja na hora de cuidar mais da sua saúde! AUTOATIVIDADE Compare as suas observações com as que vamos fazer juntos a partir de agora! Analisando a imagem anterior vamos destacar alguns hábitos de vida que são considerados saudáveis e/ou promotores de uma vida saudável: • ingerir alimentos saudáveis, fontes de vitaminas e sais minerais (frutas, leite, verduras, sucos, entre outros); • ingerir água diariamente; • praticar atividades físicas; • manter um controle do peso; • estar de bem com a vida (sem estresse, sorrir, amar, brincar, dançar, entre outros aspectos). E então? Suas primeiras observações estão em acordo com as que acabamos de ver juntos? Perceba que esses hábitos incorporam atividades físicas e mentais, ambas fundamentais para alcançar uma vida plena de saúde, conforme estudamos no início deste tópico. Caro acadêmico! A figura que veremos na sequência nos apresenta dez hábitos saudáveis que podemos perfeitamente incluir em nosso dia a dia! Observe com atenção e reflita sobre esses hábitos. TÓPICO 1 | SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS 11 FIGURA 5 – DEZ PRINCIPAIS HÁBITOS SAUDÁVEIS 1 Alimente-se bem Inclua na sua dieta uma porção de frutas, verduras e fibras como a linhaça ou aveia. Equilibre as quantidades de proteínas e carboidratos, assim como as gorduras e açúcares. Evite comer muita fritura e doces, além de pratos congelados com muito sódio. Inclua também vitaminas para o bom funcionamento do organismo. 6 Descanse quando necessário Tenha algum tempo para descansar. Seu corpo necessita de um período de 6 a 8 horas para se recuperar das atividades diárias. Uma boa noite de sono repõe todas as energias. A falta de sono está vinculada ao prejuízo do corpo e da mente. 2 Mexa-seSe você ainda não tem o hábito de praticar exercícios regularmente, inclua caminhadas ainda que por alguns minutos por dia; qualquer exercício é melhor do que não fazer exercícios. Exercícios físicos ativam a circulação, revigoram o corpo e fornecem energia. Está provado que o sedentarismo é um vilão para o corpo e a mente. 3 Beba água A ingestão de água deve ser dividida ao longo do dia e não em grandes volumes de uma vez só. A água é fundamental para o bom funcionamento de nosso organismo. A quantidade recomendada é de 1 litro e meio a dois litros. Evite bebidas açucaradas. 4 Evite o estresse Hoje em dia o estresse é apontado como um dos grandes causadores de doenças. O estresse é uma alteração do organismo em resposta a estímulos internos ou externos. Faça exercícios de respiração, relaxamento e meditação. 8 Levante sua autoestima Essa é especialmente para as mulheres. Cuide da saúde e do corpo, faça hidratação na pele, corpo e cabelo, vá ao salão de beleza, faça massagens, pinte as unhas, compre uma roupa nova… Não descuide de seu aspecto visual, ainda que você não esteja se sentindo bem. Sentir-se agradável com relação aos outros aumenta a produção de endorfinas, o hormônio responsável, em boa parte, para que as pessoas se sintam felizes. 7 Cuide da sua postura Procure adotar uma posição adequada no escritório. As cadeiras incômodas podem fazer com que você termine em uma visita ao ortopedista. Disponibilize alguns momentos para esticar os músculos durante a sua jornada laboral. Os alongamentos ajudam a evitar dores nas costas, ombros, braços, pescoço e cabeça. 5 Divirta-se! Ter amigos é muito saudável – uma boa conversa faz milagres para nossa saúde! Ouça música, dance e viaje mais. Mude a rotina e esqueça os problemas e o trabalho. Dê mais risadas. Está comprovado que o sorriso é uma excelente terapia contra o estresse e a ansiedade. UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS 12 10 Esqueça o cigarro e o álcool Tanto o cigarro quanto o álcool prejudicam o desempenho do corpo para quaisquer atividades. O consumo de qualquer droga pode levar a outra, e a droga mais relacionada ao tabagismo é o álcool. E quando o tabagismo está associado ao álcool, o consumo de cigarro tende a triplicar – o que pode precocemente causar doenças graves. Como podemos perceber, nossa saúde está diretamente relacionada aos hábitos que adotamos ao longo da vida. Excluir hábitos que prejudicam de alguma forma nossa saúde e passar a adotar hábitos saudáveis é um bom exercício para conquistar plena saúde física e mental. Comece a se observar em seu dia a dia e faça uma lista de seus principais hábitos. Se você notar que poucos ou nenhum dos hábitos saudáveis que vimos juntos fazem parte da sua vida, está na hora de começar a pensar sobre isso e, acima de tudo, rever sua forma de levar a vida. Sempre é tempo de começar, mexa-se e lembre-se de que saúde envolve uma série de fatores e/ou condições que devem ser adotadas para o nosso bem-estar completo, incluindo o equilíbrio e a qualidade ambiental, conforme veremos a seguir. FONTE: Disponível em: <http://belezaesaude.dae.com.br/habitos-saudaveis/>. Acesso em: 6 jun. 2011. 9 Use protetor solar Os benefícios em longo prazo do uso de filtro solar estão provados e comprovados pela ciência. Usar filtro todos os dias evita câncer de pele e o envelhecimento precoce. Se a exposição ao sol é pouca basta usar o FPS 15, mas, se for alta, use ao menos o fator 30. 13 Neste tópico você estudou que: • A palavra saúde não deve ser entendida de forma restrita como sendo somente a ausência de doença. • Saúde envolve o bem-estar físico, mental e social de um indivíduo. • A Lei nº 8.080/90 dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. • A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. • A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, “[...] a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais”. • Os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do país. • Os impactos mais sérios na saúde humana são produzidos, indubitavelmente, pelas condições de vida, a desigualdade social e a consequente exclusão e marginalidade que atingem dezenas de milhões de brasileiros e centenas de milhões da população mundial. • Os problemas de saúde pública têm raízes sistêmicas e interdependentes que refutam e inviabilizam qualquer abordagem linear e cartesiana. • Incluir hábitos saudáveis no seu dia a dia é uma boa forma de manter sua saúde física e mental, melhorar a autoestima, amenizar os sintomas da depressão e da ansiedade, reduzir o risco de doenças e aumentar consideravelmente seu sistema imunológico. • Nossa saúde está diretamente relacionada aos hábitos que adotamos ao longo da vida. • Saúde envolve uma série de fatores e/ou condições que devem ser adotadas para o nosso bem-estar completo, incluindo o equilíbrio ambiental. RESUMO DO TÓPICO 1 14 1 Em que sentido corpo e mente podem estar relacionados na manutenção de uma vida saudável/sadia? ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ 2 Observe-se por um determinado período e anote seus hábitos de vida. Em seguida construa uma tabela e liste o que você considera hábitos saudáveis e os prejudiciais. Deixe uma coluna disponível para você acrescentar e se comprometer com uma mudança de atitude para cada hábito prejudicial de seu dia a dia. Veja um exemplo e, a partir dele, construa sua tabela. AUTOATIVIDADE Hábito saudável Hábito prejudicial Mudança de atitude Caminhar 3 vezes por semana (1h). Fumar 1 carteira de cigarros por dia. Diminuir a quantidade de cigarros por dia até conseguir parar de fumar. Beber bastante água ao longo do dia. Ingestão de alimentos gordurosos. Optar por alimentos preparados de forma mais saudável. 15 TÓPICO 2 MEIO AMBIENTE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Caro acadêmico, neste tópico vamos estudar o que é o meio ambiente e de que forma estamos inseridos neste meio. Você terá oportunidade de perceber que a grande maioria dos problemas ambientais que temos presenciado está fundamentada na falta de conscientização/alfabetização ecológica durante a formação das gerações passadas e atuais. NOTA A alfabetização ecológica é o processo de aprendizagem dos princípios de organização dos ecossistemas que constituem a vida na Terra. Ensinar e aprender os princípios básicos da ecologia para nos tornarmos “ecologicamente alfabetizados”, conhecendo as diversas redes de interações, que constituem a teia da vida, são objetivos da alfabetização ecológica. Através dela é possível entender as múltiplas relações que se estabelecem entre todos os seres e o ambiente onde vivem, e como tais relações se configuram na teia que sustenta a vida no planeta. Acesse o site <http://www.alfabetizacaoecologica.com/> para saber mais sobre a obra Alfabetização Ecológica: um caminho para a sustentabilidade, da autora Ellen Regina Mayhé Nunes. O ser humano foi produzindo, transformando e construindo o espaço geográfico sem se sentir parte integrante deste meio. Com isso, vivenciamos hoje destruição ambiental e uso irracional dos recursos naturais, ocasionando uma série de problemas socioambientais que afetam a comunidade global. Compreender o conceito de meio ambiente é criar condições para que os seres humanos se sintam moralmente responsáveis pelo seu comportamento em relação à natureza. Neste contexto,vamos resgatar alguns conhecimentos sobre o tema para nos sentirmos integrantes e integrados ao meio ambiente e diretamente responsáveis pela sua saúde e proteção. UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 16 2 O CONCEITO DE MEIO AMBIENTE Você lembra que no tópico anterior você observou duas imagens e escolheu a que lhe mostrava uma criança com saúde? Agora analise o meio ambiente! Qual dessas imagens o remete a um ambiente saudável e equilibrado? FONTE: Disponível em: <http://www. rogeriosilveira.jor.br/amigos/didiu/meio_ ambiente.jpg>. Acesso em: 24 abr. 2011. FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot. com/_5dL9Zisqexk/SlOc5HnH9UI/ AAAAAAAAJsE/72-upLFGP5A/s400/lixo.JPG>. Acesso em: 24 abr. 2011. Neste caso, da mesma forma você resgatou conceitos e aprendizados internalizados ao longo de sua vida e, certamente, optou pela Figura 6. Isso porque as questões ambientais são muito discutidas e veiculadas pelos meios de comunicação, tornando-se preocupação constante nas sociedades atuais e ajudando a formar conceitos a respeito de um ambiente saudável. FIGURA 6 – MEIO AMBIENTE PRESERVADO FIGURA 7 – MEIO AMBIENTE POLUÍDO DICAS Lembra a dica no tópico anterior sobre o Canal kids/ Saúde? Pois é, agora é hora do Canal Kids/Meio Ambiente. Acesse o site <http://www.canalkids.com.br/meioambiente/index.htm>. Este é um ambiente virtual com muita informação para você e seus alunos, além de servir como uma fonte para enriquecer suas (futuras) aulas. Caro acadêmico, não se preocupe..., no último tópico, da Unidade 3, voltaremos a falar sobre metodologias de ensino voltadas ao meio ambiente e saúde. TÓPICO 2 | MEIO AMBIENTE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS 17 Já que estamos falando em ambiente saudável, a Constituição Federal de 1988 estabelece que o direito ao meio ambiente saudável é também considerado como um direito constitucional fundamental. Observe-se o que diz o art. 225 (capítulo VI do Meio Ambiente): “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo para presentes e futuras gerações”. Mas qual o conceito de meio ambiente propriamente dito? Algumas definições abrangem somente os componentes naturais, já outras, refletindo uma concepção mais atual, consideram o meio ambiente um sistema amplo no qual há a interação de fatores físicos, biológicos, econômicos e sociais. Para Silva (2002, p. 20), meio ambiente “[...] é a interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas”. De acordo com a Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), em seu art. 3º, entende-se por meio ambiente “[...] o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. Ou seja, ao pensarmos sobre meio ambiente devemos ter uma visão ampla que [...] envolva não só os elementos naturais do meio ambiente, mas também os elementos construídos e todos os aspectos sociais envolvidos na questão ambiental. Dentro dessa visão, o homem é um elemento a mais que, porém, tem extraordinária capacidade de atuar sobre o meio e modificá-lo – o que pode, às vezes, voltar-se contra ele próprio. (BRASIL, 2000, p. 73). Portanto, ao pensarmos no termo ‘meio ambiente’ podemos relacioná- lo ao espaço (físico e biológico) em que vivem os seres vivos e no qual se desenvolvem, estabelecem relações, transformam e são transformados, somado ao espaço sociocultural (no caso dos seres humanos). Caro acadêmico, no dia 5 de junho comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente. Esta data foi estabelecida pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1972 marcando a abertura da Conferência de Estocolmo sobre Ambiente Humano. De acordo com o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, 2011), o Dia Mundial do Meio Ambiente cataliza a atenção e ação política de povos e países para aumentar a conscientização e a preservação ambiental. UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 18 Os principais objetivos das comemorações são: 1 mostrar o lado humano das questões ambientais; 2 capacitar as pessoas a se tornarem agentes ativos do desenvolvimento sustentável; 3 promover a compreensão de que é fundamental que comunidades e indivíduos mudem atitudes em relação ao uso dos recursos e das questões ambientais; 4 advogar parcerias para garantir que todas as nações e povos desfrutem um futuro mais seguro e mais próspero. Nós, educadores, precisamos cada vez mais mobilizar nossos educandos e toda a comunidade, seja ela escolar ou não, para datas como estas. Lembramos que meio ambiente, proteção e preservação ambiental, educação ambiental, alfabetização ecológica, entre outros, são temas que devem ser trabalhados de forma transdisciplinar, ou seja, com o grau máximo de relações entre as disciplinas, o que supõe uma integração global dos temas. UNI Para refletir! Observe as charges a seguir e reflita sobre as atuais condições ambientais. Ao longo de nosso estudo voltaremos a falar sobre meio ambiente, degradação ambiental e sustentabilidade! FONTE: Disponível em: A <http://1.bp.blogspot.com/_bYpqQlgdj8A/Sn78Q855ODI/ AAAAAAAAAzI/W1xpu3zW6cA/s400/charge_meio_ambiente.jpg>; B <http://www.sedur. ba.gov.br/imagens/charges/charge.meioambiente.02_05.06.07.jpg>. Acesso em: 12 jun. 2011. A B TÓPICO 2 | MEIO AMBIENTE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS 19 Caro acadêmico, no próximo tópico desta unidade, faremos uma breve, porém importante, passagem pelo meio ambiente, compreendendo seus componentes e as relações que ocorrem entre eles. Trata-se de uma passagem fundamental não só para nos familiarizar com alguns conceitos ecológicos, mas também para ter uma base teórica sobre essas relações. Este estudo nos conduzirá para a compreensão da íntima correlação que há entre o meio ambiente e nossa saúde. 20 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico você estudou que: • O ser humano foi produzindo, transformando e construindo o espaço geográfico sem se sentir parte integrante deste meio. • Compreender o conceito de meio ambiente é criar condições para que os seres humanos se sintam moralmente responsáveis pelo seu comportamento em relação à natureza. • As questões ambientais são muito discutidas e veiculadas pelos meios de comunicação, tornando-se preocupação constante nas sociedades atuais e ajudando a formar conceitos a respeito de um ambiente saudável. • A Constituição Federal de 1988 estabelece que o direito ao meio ambiente saudável é também considerado como um direito constitucional fundamental. • O art. 225 da Constituição Federal de 1988 (capítulo VI do Meio Ambiente) afirma: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo para presentes e futuras gerações”. • Algumas definições para o termo meio ambiente abrangem somente os componentes naturais, já outras, refletindo uma concepção mais atual, o consideram um sistema amplo no qual há a interação de fatores físicos, biológicos, econômicos e sociais. • A Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), em seu art. 3º, entende por meio ambiente “[...] o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. • Ao pensarmos no termo ‘meio ambiente’ podemos relacioná-lo ao espaço (físico e biológico) em que vivem os seres vivos e no qual se desenvolvem, estabelecem relações, transformam e são transformados, somado ao espaço sociocultural (no caso dos seres humanos). 21 1 Como você definiria o termo meio ambiente? __________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________ 2 Analise as afirmativas e assinale V para as verdadeiras e F para as falsas. Na sequência assinale a alternativa CORRETA: ( ) A Contituição Federal de 1988 estabelece que o direito ao meio ambiente saudável é também considerado como um direito constitucional fundamental. ( ) As concepções mais antigas acerca do termo meio ambiente o consideram um sistema fechado no qual há a interação de fatores físicos, biológicos, econômicos e sociais. ( ) As questões ambientais há muito tempo deixaram de ser uma preocupação constante nas sociedades atuais. ( ) Segundo o art. 225 da Constituição Federal de 1988 (capítulo VI do Meio Ambiente), “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida [...]”. a) ( ) V- V- F- F. b) ( ) F- F- F- V. c) ( ) V- F- F- V. d) ( ) V- V- F- V. AUTOATIVIDADE 22 23 TÓPICO 3 FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Para compreender a relação que há entre meio ambiente e saúde, é fundamental que façamos um breve passeio pela ecologia para nos familiarizar com seus principais conceitos e fundamentos e nos conscientizar de que fazemos parte do meio ambiente. Aliás, você conhece a origem da palavra ecologia? Derivada de duas palavras gregas: óikos (casa) e logos (estudo), ecologia significa literalmente o “estudo da casa”. Preocupada em estudar as relações existentes entre os seres vivos e destes com o meio ambiente, a ecologia é uma área que está em pleno desenvolvimento e torna-se cada vez mais importante devido à interferência humana sobre os ecossistemas. NOTA Você sabe o que significa ecossistema? Ecossistema é uma unidade ecológica importante, pois equivale à somatória dos componentes bióticos (seres vivos) mais os componentes abióticos (fatores que atuam sobre os seres vivos, tais como luz, temperatura, tipo de solo, salinidade, variações de pressão da água e do ar, entre outros). Pare um instante para analisar a região onde você mora. Que problemas ambientais são mais inquietantes? A coleta do lixo? A ausência de programas de reciclagem? Excesso de poluição? Você sabe a dimensão do desequilíbrio ecológico e os problemas de saúde que a ausência de um programa de coleta seletiva e reciclagem, por exemplo, podem trazer para o meio ambiente e a comunidade? Os desequilíbrios ecológicos, observados nos últimos tempos, podem ser amenizados à medida que passamos a conhecer a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas e nos tornamos capazes de adotar procedimentos racionais de utilização dos recursos naturais. 24 UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: Portanto, neste tópico, você terá a oportunidade de conhecer os conceitos básicos da ecologia para, ao longo do estudo desta disciplina, avaliar a importância de perceber o alto grau de interdependência que existe entre os diversos componentes da biosfera. Entender a complexidade das relações ecológicas entre os seres vivos e destes com o meio é uma ferramenta fundamental para gerar mudança de atitude diante dos problemas ambientais que nos cercam. Manter um meio ambiente saudável e equilibrado significa ter saúde e qualidade de vida. 2 ECOLOGIA O meio ambiente e a ecologia passaram a ser uma preocupação em todo o mundo, em meados do século XX. Porém, foi ainda no século XIX, por volta de 1869, que o biólogo alemão, Ernst Haeckel, propôs pela primeira vez o termo ecologia. Parafraseando Haeckel, podemos descrever ecologia como o estudo científico das interações entre organismos e deles com o ambiente. (TOWNSEND; BEGON; HARPER, 2006). A importância de conhecer os fundamentos desta ciência consiste em entendermos que fazemos parte do meio ambiente. Somos seres participantes de todas essas interações, sejam elas com outros organismos ou, principalmente, com o meio físico. Atualmente, temos ouvido e lido muito sobre problemas ambientais e com certeza você deve ter se lembrado de vários, certo? No entanto, pouco se tem feito efetivamente para solucionar ou pelo menos amenizar tais problemas. Precisamos mudar nossas atitudes e entender que a preservação dos ecossistemas e dos recursos naturais está intimamente ligada à nossa sobrevivência. E a condição para tal se resume em educação, precisamos urgentemente de educação ambiental para todos. ESTUDOS FU TUROS Caro acadêmico, na Unidade 3 voltaremos a falar sobre Educação Ambiental. Vamos em frente! Segundo Fernandez (2004, p. 13), “Mais do que nunca, é preciso conhecer e entender para conservar. Mas para conservar é preciso também amar”. Sob esta ótica, vamos compreender que exercemos um papel importante sobre os ecossistemas, seja como agentes transformadores ou conservadores dos recursos naturais. TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA 25 3 NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO A ecologia, assim como as demais ciências, subdivide seu objeto de estudo para, dessa forma, facilitar a compreensão das partes que compõem o todo. Para Odum e Barret (2007), talvez a melhor maneira de delimitar a ecologia moderna seja considerar o conceito de níveis de organização. Em cada nível, ocorrem interações com o ambiente físico, formando sistemas funcionais característicos. Podemos entender nível como um conjunto de entidades sejam elas moléculas, genes, células, tecidos, órgãos ou mesmo espécies agrupadas, de forma hierárquica com uma escala crescente de complexidade. Para Ricklefs (2003, p. 2), “Cada sistema ecológico menor é um subconjunto de um próximo maior, e assim os diferentes tipos de sistemas ecológicos formam uma hierarquia de tamanho”. Observe a figura a seguir e veja um exemplo de níveis de organização biológica. FIGURA 8 – NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO BIOLÓGICA FONTE: Disponível em: <http://raphax.files.wordpress.com/2010/04/niveisdeorganizacao1.jpg>. Acesso em: 28 mar. 2011. Neste tópico, vamos analisar os níveis de organização a partir dos que são considerados os principais objetos de estudo da ecologia: população, comunidade, ecossistema e biosfera (ODUM; BARRET, 2007), além de conceituar alguns termos importantes. Se você parar por alguns instantes para observar a natureza à sua volta, poderá perceber que os organismos não existem de forma isolada. Além de estabelecerem uma série de relações entre si, os indivíduos relacionam-se também com o meio em que vivem. 26 UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: O conjunto destes indivíduos da mesma espécie e que vivem em uma determinada área forma uma população. Esta população, por sua vez, também não se encontra totalmente isolada de outras, e um conjunto de populações forma uma comunidade. Essas comunidades interagem com fatores físicos, químicos e climáticos do meio onde vivem para formar os ecossistemas. Por fim, o conjunto de todos os ecossistemas forma a biosfera. NOTA Temos como definição de espécie um conjunto de indivíduos capazes de se reproduzir gerando descendentes férteis. Ricklefs (2003) considera a biosfera o sistema ecológico final, no qual os ecossistemas estão todos interligados. Podemos concluir então que a biosfera, lugar onde encontramos vida no planeta, é o maior sistema biológico. 4 COMPONENTES ESTRUTURAIS DE UM ECOSSISTEMA Ao estudar a organização do mundo vivo, por meio dos níveis de organização, percebemos que a biosfera é formada pelo conjunto dos ecossistemas. O ecossistema é, portanto, uma unidade de estudo em ecologia em que se busca entender como esse sistema ecológico funciona e de que maneira se mantém em equilíbrio. Um ecossistema pode apresentar dimensões muito variáveis. Podemos citar como exemplo de sistema ecológico a Floresta Amazônica ou uma lagoa. Independente do tamanho, fatores bióticos e abióticos são os componentes estruturais básicos de qualquer ecossistema e estão intimamente inter- relacionados. Em todos eles ocorre troca de matéria e energia. Além disso, cada ecossistema faz intercâmbio de matéria e energia com ecossistemas vizinhos.Para Ricklefs (2003, p. 3): A importância da troca de matéria entre os ecossistemas dentro da biosfera é acentuada pelas consequências globais das atividades humanas. Por exemplo, os rejeitos agrícolas e industriais se espalham para bem longe dos seus pontos de origem, afetando todas as regiões da Terra. Na seção a seguir, veremos os componentes estruturais que compõem os ecossistemas. TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA 27 4.1 COMPONENTES BIÓTICOS Os componentes bióticos em um ecossistema são formados por todos os seres vivos que ali se encontram. Podemos dividir esses componentes em dois grandes grupos, de acordo com o modo pelo qual se alimentam ou obtêm energia: • autótrofos: são capazes de sintetizar seu próprio alimento e são representados pelos seres fotossintetizantes e quimiossintetizantes, sendo considerados os produtores dos ecossistemas; • heterótrofos: não são capazes de sintetizar seus próprios alimentos e são representados pelos consumidores e decompositores. Assim, os componentes bióticos de um ecossistema em equilíbrio são: produtores, consumidores e decompositores. Os seres vivos precisam de energia para manter seu organismo em funcionamento e é por meio dos alimentos que conseguem essa energia. Os produtores (na maioria vegetais) são seres vivos que conseguem produzir seu próprio alimento a partir de compostos inorgânicos obtidos do meio ambiente. NOTA Você já deve ter ouvido falar no processo da fotossíntese, certo? É por ele que as plantas sintetizam seu próprio alimento orgânico, a partir de compostos inorgânicos simples (gás carbônico, água e sais minerais) em presença de luz (fonte de energia). E de quebra, ainda absorvem o gás carbônico em excesso no ar. Os consumidores, seres heterotróficos, não possuem essa capacidade de produzir seu próprio alimento. Assim, eles se alimentam de produtores ou então de outros consumidores. NOTA Os consumidores podem ser: - primários, quando se alimentam de produtores, como é o caso dos herbívoros; - secundários, quando se alimentam de consumidores primários, como os carnívoros; - terciários, quando se alimentam de consumidores secundários constituindo o terceiro nível trófico e assim sucessivamente (figura a seguir). 28 UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: Os decompositores, importantes componentes dos ecossistemas, são consumidores que se nutrem de animais e plantas mortos. Representados por organismos microscópicos (bactérias e fungos), sua função é a reciclagem da matéria orgânica através da decomposição. Por meio deste processo, esses recicladores da natureza restituem compostos inorgânicos ao meio ambiente, tornando-os novamente disponíveis para os produtores. FIGURA 9 – COMPONENTES BIÓTICOS E NÍVEIS TRÓFICOS FONTE: As autoras Decompositores Nível Trófico I Nível Trófico III Nível Trófico II Nível Trófico IV Consumidor Terciário (Carnívoro) Consumidor Secundário (Carnívoro) Consumidor Primário (Herbívoro) Produtor (Vegetal) Os níveis tróficos representam os elos de uma cadeia alimentar. A classificação (I, II, III e assim por diante) está diretamente relacionada segundo a fonte de energia assimilada. UNI O termo trofismo ou trófico é de origem grega (trophe) e significa alimentação. Voltaremos a falar sobre níveis tróficos quando abordarmos cadeia alimentar e fluxo de energia. TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA 29 4.2 COMPONENTES ABIÓTICOS Os componentes abióticos são fatores químicos e/ou físicos que atuam diretamente sobre os seres vivos. Podemos citar como exemplos: água, temperatura, salinidade, luminosidade, tipo de solo, pH etc. Em resumo, são os fatores “sem vida” presentes no meio ambiente. Segundo Ricklefs (2003, p. 23): Frequentemente falamos do vivo e do não vivo como opostos. Mas embora possamos facilmente distinguir entre esses dois grandes reinos do mundo natural, eles não existem isoladamente um do outro. A vida depende do mundo físico. Os seres vivos também afetam o mundo físico: solo, atmosfera, lagos e oceanos, e muitas rochas sedimentares devem suas propriedades em parte às atividades das plantas e animais. Nesta interdependência que ocorre entre os componentes bióticos e abióticos, os seres vivos vivem em uma busca constante das condições adequadas à sua sobrevivência, sendo necessário, muitas vezes, tolerar extremos de temperatura, luminosidade e outros fatores físicos que influenciam seu crescimento, reprodução, características, além de sua distribuição por diferentes locais. DICAS Para aprofundar o conteúdo relacionado aos fatores abióticos, sugerimos a leitura do capítulo 2, do livro A Economia da Natureza. Este capítulo traz informações sobre o ambiente físico e explora os atributos do ambiente que trazem mais consequências para a vida. Veja a referência completa na seção de Referências. 5 CADEIA, TEIA ALIMENTAR E FLUXO DE ENERGIA A energia e a matéria (necessárias para que um ser vivo realize suas atividades vitais) são basicamente obtidas através dos alimentos. Assim, a “[...] sequência das relações tróficas pela qual a energia passa través do ecossistema é chamada de cadeia alimentar”. (RICKLEFS, 2003, p. 118). O fluxo energético que ocorre em uma cadeia alimentar é sempre no sentido: CONSUMIDOR DECOMPOSITORPRODUTOR 30 UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: Isso porque são os produtores os únicos capazes de produzir alimento, conforme vimos anteriormente. Você deve estar pensando: “... essas relações alimentares que ocorrem na natureza não são tão simples assim”. Seu pensamento está correto! Em um ecossistema, existem várias cadeias alimentares que se interconectam, formando uma verdadeira rede complexa de transferência de matéria e energia, a qual chamamos de teia alimentar (figura a seguir). Perceba que as relações tróficas que ocorrem na natureza formam verdadeiras teias alimentares; a cadeia alimentar, menos complexa, pode ser vista como uma parcialidade da teia alimentar, somente para fins didáticos. NOTA Lembre-se, níveis tróficos são os elos que compõem uma cadeia alimentar. Assim, se tomarmos como exemplo uma cadeia alimentar simples, composta por produtores, herbívoros e carnívoros, os produtores ocupam o primeiro nível trófico. Os herbívoros, que são os consumidores primários, formam o segundo nível trófico, e os carnívoros (consumidores secundários) formam o terceiro nível trófico. Se sentir necessidade, volte a observar a figura sobre o assunto. FIGURA 10 – TEIA ALIMENTAR FONTE: Disponível em: <http://adrianadae.blogspot.com/2009/11/teia-alimentar.html>. Acesso em: 28 mar. 2011. TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA 31 A cada transferência que ocorre, ou a cada passagem de nível trófico, parte da energia perde-se sob a forma de calor e parte é utilizada pelo organismo na realização dos processos vitais. Assim, quanto menor a cadeia alimentar, ou quanto mais próximo o organismo estiver do início da cadeia, maior será a energia disponível à população. (ODUM, 1988). Seguindo este mesmo pensamento, podemos concluir que o fluxo de energia é decrescente (diminui a cada nível trófico) e unidirecional já que essa energia liberada não é reaproveitada. Veja na figura a seguir como Odum representou o fluxo de energia através de um diagrama, mostrando três níveis tróficos. Segundo Ricklefs (2003, p. 118): Para cada nível trófico, este diagrama mostra uma caixa representando a biomassa (ou seu equivalente energético) de todos os organismos que compõem aquele nível trófico num determinado momento. Por exemplo, uma caixa poderia representar todas as plantas ou todos os herbívoros em um dado ecossistema. Sobrepostas a estas caixas estão as vias que representam o fluxo de energia através daquele nível trófico. FIGURA 11 – MODELO UNIVERSAL DE E. P. ODUM DO FLUXO ECOLÓGICO DE ENERGIA FONTE: Ricklefs (2003, p. 119) NOTA Fique atento ao observar a figura anterior: (a) um único nível trófico; (b) representação de uma cadeia alimentar. Através deste fluxograma, percebemosa maneira pela qual o fluxo de energia diminui a cada nível trófico sucessivo. Como vimos, a energia segue um caminho unidirecional, não podendo mais ser reutilizada pelos organismos. Porém, a matéria sempre é reaproveitada através dos ciclos biogeoquímicos, que possibilitam este caminho cíclico da matéria na natureza. 32 UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: Alguns dos principais ciclos podem ser considerados o da água, do carbono, do oxigênio e do nitrogênio. Não iremos adentrar no campo destes ciclos, porém segue uma dica do UNI para que a construção do seu conhecimento não fique limitada a estas páginas. DICAS Acesse o site <http://www.iqsc.usp.br/iqsc/servidores/docentes/pessoal/ mrezende/arquivos/EDUC-AMB-Ciclos-Biogeoquimicos.pdf>. Neste endereço eletrônico, você encontrará um material de estudo intitulado “A importância da compreensão dos ciclos biogeoquímicos para o desenvolvimento sustentável”. O objetivo deste material é propiciar a você conhecimento básico a respeito dos ciclos biogeoquímicos. 6 RELAÇÕES ECOLÓGICAS Desde o início deste estudo temos ressaltado a importância de compreender as relações existentes entre os seres vivos e destes com o meio onde vivem. É fato que os organismos não vivem de maneira isolada nos ecossistemas, muito pelo contrário, estabelecem uma série de relações. Neste tópico, vamos conhecer importantes interações que podem ser observadas entre os seres vivos. Para Odum (1988, p. 233): Uma população muitas vezes afeta o crescimento ou a taxa de mortalidade de outra população. Assim, os membros de uma população podem alimentar-se de membros de outra população, competir por alimento, excretar dejetos nocivos ou interferir de alguma outra forma com a outra população. Igualmente, as populações podem ajudar uma à outra, a interação sendo ou unidirecional ou recíproca. Estas interações podem ser classificadas em harmônicas, quando não há prejuízo para nenhum dos indivíduos da associação ou, desarmônicas, em que pelo menos um indivíduo da associação sofre algum tipo de desvantagem. Além desta classificação, podemos perceber que essas relações podem ocorrer entre indivíduos da mesma espécie, sendo classificadas como intraespecíficas ou entre indivíduos de espécies diferentes, classificadas como interespecíficas. Acompanhe como essas relações estão esquematizadas na figura a seguir. TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA 33 FIGURA 12 – RELAÇÕES ECOLÓGICAS RE LA Ç Õ ES E C O LÓ G IC A S Relações desarmônicas (interações negativas) Relações harmônicas (interações positivas) Canibalismo Competição Intraespecífica Amensalismo Parasitismo Predação Competição interespecífica Sociedades Colônias Comensalismo Protocooperado Inquilinismo Mutualismo Intraespecíficas Intraespecíficas Interespecíficas Interespecíficas FONTE: As autoras Vejamos, de uma maneira simplificada, o que ocorre em cada uma dessas relações. (LOPES; ROSSO, 2005). 6.1 RELAÇÕES HARMÔNICAS ENTRE ESPÉCIES DIFERENTES Existem diversas relações harmônicas entre espécies diferentes. Vejamos: • Mutualismo: ambos os organismos se beneficiam e mantêm uma relação de dependência. FIGURA 13 – LIQUENS (FUNGOS E ALGAS) FONTE: Disponível em: <http://www.naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=2&cid=32591&bl=1>. Acesso em: 3 abr. 2011. 34 UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: • Inquilinismo: um indivíduo geralmente obtém proteção quando em associação com outro, sem lhe causar prejuízo. FIGURA 14 – PLANTAS EPÍFITAS (BROMÉLIAS E ÁRVORES) FONTE: Disponível em: <http://vivendociencias.blogspot.com/2010_12_01_archive.html>. Acesso em: 3 abr. 2011. NOTA Atenção para não confundir! As plantas epífitas, como as bromélias, não podem ser confundidas com as plantas parasitas, como o cipó-chumbo, que você verá adiante. No epifitismo (inquilinismo), que é uma relação harmônica, uma das espécies se fixa e/ou se abriga na outra sem lhe causar prejuízo. • Protocooperação: assim como no mutualismo, nesta associação ambos os organismos se beneficiam, entretanto podem viver separadamente. FIGURA 15 - PROTOCOOPERAÇÃO FONTE: Disponível em: <http://elainebavarde.blogspot.com/2010/06/eu-faltei-na-aula-de- biologia.html>. Acesso em: 3 abr. 2011. Pássaro palito se alimenta dos restos de alimento e parasitas nos dentes do crocodilo africano enquanto este dorme, fazendo digestão de boca aberta. TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA 35 • Comensalismo: nesta associação, assim como no inquilinismo, apenas um organismo se beneficia, sem causar prejuízo ao outro. A diferença é que o comensalismo sempre ocorre em busca de alimento. FIGURA 16 – COMENSALISMO FONTE: Disponível em: <http://biologia-biologa.blogspot.com/p/ecologia.html>. Acesso em: 3 abr. 2011. O tubarão e a rêmora que se aproveita dos restos da presa atacada pelo tubarão. 6.2 RELAÇÕES HARMÔNICAS DENTRO DA MESMA ESPÉCIE Existem também relações harmônicas dentro da mesma espécie. • Colônias: associação de indivíduos da mesma espécie unidos anatomicamente. FIGURA 17 – CORAIS FONTE: Disponível em: <http://ciencias-jovem.blogspot.com/>. Acesso em: 3 abr. 2011. 36 UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: • Sociedades: associação de indivíduos da mesma espécie, separados anatomicamente. Podemos citar como exemplos os insetos sociais como abelhas, formigas, cupins. FIGURA 18 – ABELHAS FONTE: Disponível em: <http://veganbrasil.com.br/artigos/mel-vegan/>. Acesso em: 3 abr. 2011. 6.3 RELAÇÕES DESARMÔNICAS ENTRE ESPÉCIES DIFERENTES Vejamos agora as relações desarmônicas entre espécies diferentes. • Competição interespecífica: nesta relação, duas ou mais populações de espécies diferentes apresentam nichos ecológicos semelhantes e disputam os mesmos recursos do meio quando ele não é suficiente para todos. FIGURA 19 – COMPETIÇÃO INTERESPECÍFICA FONTE: Disponível em: <http://100pipocas.blogspot.com/2008/11/2-competio-interespecfica. html>. Acesso em: 3 abr. 2011. Hienas e abutres (espécies diferentes) em disputa pelo mesmo alimento. TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA 37 • Predação: ocorre quando um indivíduo captura e mata outro de outra espécie para se alimentar. FIGURA 20 – PREDAÇÃO FONTE: Disponível em: <http://vivendociencias.blogspot.com/2010_12_01_archive.html>. Acesso em: 3 abr. 2011. Mamífero carnívoro (predador) e mamífero herbívoro (presa). • Parasitismo: o parasita vive dentro ou sobre o corpo de um hospedeiro (indivíduo de outra espécie) do qual retira seu alimento. Podemos citar como exemplos o cipó-chumbo, carrapato, vírus, vermes em humanos. FIGURA 21 – CACHORRO PARASITADO POR CARRAPATOS FONTE: Disponível em: <http://vivendociencias.blogspot.com/2010/12/parasitismo.html>. Acesso em: 3 abr. 2011. • Amensalismo: nesta relação, os indivíduos de uma população secretam substâncias que inibem o crescimento de indivíduos de outras espécies. Como exemplo podemos citar os fungos do gênero Penicillium notatum que secretam uma substância (penicilina) que impede o desenvolvimento de bactérias. 38 UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: FIGURA 22 – FUNGO PENICILLIUM + BACTÉRIA STAPHYLOCOQUE FONTE: Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/figuras/bio_ecologia/ amensalismo.jpg>. Acesso em: 3 abr. 2011. 6.4 RELAÇÕES DESARMÔNICAS DENTRO DA MESMA ESPÉCIE • Competição intraespecífica: assim como na competição interespecífica, nesta relação os indivíduos da mesma espécie competem por recursos naturais (alimento, luz, espaço) não disponíveis em quantidades suficientes no seu hábitat. FIGURA 23 – COMPETIÇÃO INTRAESPECÍFICA FONTE: Disponível em: <http://vivendociencias.blogspot.com/2010_12_01_archive.html>. Acesso em: 3 abr. 2011. TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA 39 • Canibalismo: o indivíduo mata o outro da mesma espécie para se alimentar. FIGURA 24 – CANIBALISMO EM INSETOS FONTE: Disponível em: <http://vivendociencias.blogspot.com/2010_12_01_archive.html>. Acesso em: 3 abr. 2011. NOTA Algum termo lhe pareceu estranho neste tópico? Vamos esclarecerdois conceitos importantes da ecologia: - hábitat é o lugar específico onde uma determinada espécie pode ser encontrada; - nicho ecológico é o conjunto de atividades que um organismo desempenha no ecossistema, ou seja, seu papel no sistema ecológico: relações alimentares, como se reproduz, seus hábitos, estratégias de sobrevivência etc. (RICKLEFS, 2003). DICAS Leia A Teia da Vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. Neste livro, Capra propicia uma síntese de descobertas científicas recentes como a teoria da complexidade, a teoria Gaia, a teoria do caos e outras explicações das propriedades de organismos, sistemas sociais e ecossistemas. Abandonando um pouco as análises metafísicas, Capra apresenta uma inspirada descrição dos processos biológicos, químicos, físicos e até sociais que regem a intrincada teia da vida. Com casos simples, exemplifica a complexa dinâmica envolvida nos processos de todos os seres vivos, inclusive o homem. (CAPRA, Fritjof. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. 6. ed. São Paulo: Cultrix, 2001). 40 UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: Neste tópico, resgatamos os principais conceitos da ecologia, partindo do início da utilização do termo até chegar às relações que ocorrem entre os organismos. Vimos que o mundo vivo se organiza através de níveis e que o ecossistema, unidade básica no estudo da ecologia, é constituído por componentes bióticos (seres vivos) e abióticos (fatores químicos e físicos que atuam diretamente sobre os seres vivos). Você também pode observar que as relações alimentares que ocorrem entre os organismos são bastante complexas, formando verdadeiras teias alimentares, e que enquanto o fluxo de matéria é cíclico na natureza, o de energia é decrescente e unidirecional. Caro acadêmico, o estudo da ecologia não se esgota com as informações e conhecimentos tratados neste tópico. Temas como ciclos biogeoquímicos, transferência de matéria e energia, dinâmica das populações são alguns exemplos do que você vai encontrar no estudo aprofundado desta ciência. Se esta introdução ao estudo despertou seu interesse, busque mais conhecimento! Veja a bibliografia citada e leia mais sobre o assunto. 41 RESUMO DO TÓPICO 3 Neste tópico você estudou que: • O termo ecologia foi proposto pela primeira vez por volta de 1869, pelo biólogo alemão Ernst Haeckel. • Ecologia pode ser definida como o estudo científico das interações entre organismos e deles com o ambiente. • Ecossistema é uma unidade ecológica importante, pois equivale à somatória dos componentes bióticos (seres vivos) mais os componentes abióticos (fatores que atuam sobre os seres vivos, tais como luz, temperatura, tipo de solo, salinidade, variações de pressão da água e do ar, entre outros). • O conjunto destes indivíduos da mesma espécie e que vivem em uma determinada área forma uma população. • Um conjunto de populações forma uma comunidade. • Comunidades interagem com fatores físicos, químicos e climáticos do meio onde vivem para formar os ecossistemas. • O conjunto de todos os ecossistemas forma a biosfera. • Espécie é um conjunto de indivíduos capazes de se reproduzir gerando descendentes férteis. • Autótrofos são seres capazes de sintetizar seu próprio alimento sendo considerados os produtores dos ecossistemas. • Heterótrofos são seres que não são capazes de sintetizar seus próprios alimentos e são representados pelos consumidores e decompositores. • O fluxo energético que ocorre em uma cadeia alimentar é sempre no sentido: produtor, consumidor, decompositor. • Quanto menor a cadeia alimentar, ou quanto mais próximo o organismo estiver do início da cadeia, maior será a energia disponível à população. • O fluxo de energia diminui a cada nível trófico, portanto o fluxo de energia é decrescente (diminui a cada nível trófico) e unidirecional. • Relações ecológicas são harmônicas quando não há prejuízo para nenhum dos indivíduos da associação. 42 • Relações ecológicas são desarmônicas quando pelo menos um indivíduo da associação sofre algum tipo de desvantagem. • As relações ecológicas que ocorrem entre indivíduos da mesma espécie são classificadas como intraespecíficas. • As relações ecológicas que ocorrem entre indivíduos de espécies diferentes são classificadas como interespecíficas. 43 1 Construa duas cadeias alimentares: uma de que você participe como consumidor primário e outra como consumidor terciário. Responda em qual delas você obtém maior quantidade de energia e por que isso ocorre. 1ª cadeia (você como consumidor primário): __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 2ª cadeia (você como consumidor terciário): __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 2 Sobre as relações ecológicas que podem ser observadas entre os seres vivos e classificadas em harmônicas ou desarmônicas, associe os itens utilizando os códigos a seguir: I- Comensalismo. II- Mutualismo. III- Parasitismo. IV- Colônia. V- Inquilinismo. ( ) A rêmora acompanha o tubarão de perto e fica presa a ele por uma ventosa. Ela aproveita os alimentos do tubarão e também a sua locomoção, mas não prejudica e nem beneficia o seu hospedeiro. ( ) Nas caravelas existe uma união estreita de indivíduos, cada um deles especializado em determinadas funções como digestão, reprodução e defesa. ( ) A alimentação predominante do cupim é a madeira, que lhe fornece grande quantidade de celulose. Entretanto, ele não possui capacidade de digeri-la. Quem se responsabiliza pela degradação da celulose é um protozoário que vive em seu intestino, de onde não precisa sair para procurar alimento. ( ) Os piolhos habitam o cabelo ou pelagem do hospedeiro, onde se alimentam de sangue, resíduos da epiderme ou de penas e secreções sebáceas. ( ) As orquídeas, vivendo sobre outras plantas, conseguem melhores condições luminosas, mas nada retiram dos tecidos internos destas plantas. Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) I- IV- II- III- V. b) ( ) IV- I- III- V- II. c) ( ) II- I- V- III- IV. d) ( ) I- II- III- IV- V. AUTOATIVIDADE 44 45 TÓPICO 4 RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Para compreender a relação entre meio ambiente e saúde precisamos entender as causas e consequências dos problemas ambientais que temos presenciado nos últimos tempos. A partir desta percepção, ficará claro que meio ambiente e saúde são temas indissociáveis. Antes de iniciar nossos estudos, reflita sobre os seguintes questionamentos. Como devemos nos comportar para conseguir viver em harmonia e equilíbrio em prol de um mundo “sustentável”? Pensando no planeta como um organismo vivo, onde os diversos ecossistemas vivem e têm a necessidade de equilíbrio, como você percebe a atual crise ambiental? Que atitudes devem ser adotadas para alcançarmos um estágio em que as sociedades possam ser ditas sustentáveis e ambientalmente saudáveis? Assim, ao longo deste tópico, estudaremos as configurações da crise ambiental na atualidade e as razões que levaram ao confronto entre meio ambiente e desenvolvimento. Vamos conhecer a amplitude desta crise através dos problemas ambientais globais e, com isso, verificar a urgência de um contínuo processo de conscientização ecológica envolvendo todos os atores sociais. Ao término deste estudo, veremos que este processo deve ser globalizado, pois tem papel fundamental na tomada de ações e/ou medidas para amenizar os problemas ambientais já instalados, bem como promover uma transformação profunda no modo de pensar e agir da humanidade. 2 MEIO AMBIENTE E SAÚDE Como vimos nos tópicos anteriores, a saúde não se limita
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