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Gláucia Maria dos Santos Jorge
PRÁTICA DE LEITURA E 
PRODUÇÃO DE TEXTO
Ouro Preto/MG, 2007
	
	J821p					Jorge,	Gláucia	Maria	dos	Santos.
	 									Prática	de	leitura	e	produção	de	texto	/	Gláucia	Maria	dos	Santos		
	 			Jorge.	-	Ouro	Preto	:	UFOP/CEAD,	2007.
	 									87p.,	il.
																					ISBN:	978-85-98601-08-3
	 									1.	Educação	-	Estudo	e	ensino.	2.	Prática	de	leitura.	3.	Produção		
	 			de	Texto.	I.	Universidade	Federal	de	Ouro	Preto	Centro	de	Educação				
	 			Aberta	e	a	Distância.	II.	Título.
	 	 	 	 	 	 	 	 CDU:	658.3
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Luiz Inácio Lula da Silva
MINISTRO DA EDUCAÇÃO
Fernando Haddad
REITOR DA UFOP
João Luiz Martins
VICE-REITOR DA UFOP
Antenor Rodrigues Barbosa Junior
DIRETOR DO CEAD
Jaime Antônio Sardi
VICE-DIRETORA DO CEAD
Marger da Conceição Ventura Viana
COORDENAÇÃO DA UAB/UFOP
Tania Rossi Garbin
Gláucia Maria dos Santos Jorge
COORDENAÇÃO DO CURSO DE
ADMINISTRAÇÃO A DISTÂNCIA
Jaime Antônio Scheffler Sardi
COORDENAÇÃO ADMINISTRATIVA DO CEAD
Iracilene Carvalho Ferreira
REVISORAS
Elinor de Oliveira Carvalho e
Maria Teresa Guimarães
CAPA E LAYOUT
Danilo França do Nascimento
DIAGRAMAÇÃO
Alexandre Pereira Vasconcellos
Catalogação: Sisbin/UFOP
Copyright © 2007. Todos os direitos desta edição pertencem ao Centro de Educação Aberta e 
a Distância da Universidade Federal de Ouro Preto (CEAD/UFOP). Reprodução permitida desde 
que citada a fonte.
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 - Resumo 7
CAPÍTULO 2 - Resenha 25
CAPÍTULO 3 - Artigo 49
CAPÍTULO 4 - Projeto de Pesquisa 65
CAPÍTULO 5 - Organização de um Seminário Acadêmico 87
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
Prezado aluno,
Este fascículo foi produzido com o objetivo de auxiliá-lo no caminho a ser trilhado para 
a produção de textos acadêmicos. Não temos a pretensão de esgotar o assunto que tal 
abordagem merece, mas, por outro lado, procuramos oferecer-lhe um ponto de partida 
para a produção desse tipo de texto. 
Alertamos para a necessidade de você sempre buscar outras fontes de consulta. Para 
tanto, deve fazer uso da biblioteca, de sites especializados na Internet e de outras fontes 
a que tiver acesso.
No capítulo I, abordamos aspectos relacionados à produção do resumo, em diversos 
textos acadêmicos.
No capítulo II, abordamos o gênero resenha, explicando em que difere do resumo e 
os possíveis caminhos a ser percorridos para a produção eficiente de uma resenha 
acadêmica. 
No capítulo III, abordamos aspectos que envolvem a produção do artigo acadêmico 
(científico), como, por exemplo, os elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais.
No capítulo IV, abordamos os passos que antecedem a elaboração de um projeto de 
pesquisa. Incentivamos, por exemplo, a criação dos diários de leitura – impressos 
ou virtuais. Não é nossa pretensão ensinar a construir um projeto de pesquisa. Essa 
abordagem 
fica reservada à disciplina Metodologia de Pesquisa. Sendo assim, se você quiser elaborar 
a versão definitiva de um projeto de pesquisa, tem de consultar outras fontes.
No capítulo V, fazemos uma breve exposição sobre formas de organização de um 
seminário acadêmico. Abordamos, pois, mesmo de maneira sucinta, os procedimentos 
metodológicos correspondentes. 
Após o capítuloV, você encontra sugestões de livros que podem ser consultados na 
elaboração de um texto acadêmico. 
Esperamos, enfim, que você faça um bom uso deste fascículo. Lembramos que a 
abordagem do conteúdo e as atividades não se esgotam nesta versão impressa. Elas 
serão exploradas, também, no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) do seu curso de 
graduação.
PRIMEIRO CAPÍTULO
Resumo
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Resumo
Página �
Neste capítulo, vamos falar acerca do gênero textual denominado 
resumo. Você já deve ter produzido ou lido resumos de diferentes tipos 
de textos, nas mais diversas situações. Sendo assim, antes de ler as 
concepções de resumo que apresentamos a seguir, responda:
CONCEPÇÕES
Para SEVERINO (2002:131), resumo é um trabalho de extração de 
idéias de um texto. O referido autor argumenta ainda que o resumo 
é uma síntese de idéias e não das palavras do texto. Nesse sentido, 
é importante que o produtor do resumo se mantenha fiel às idéias do 
autor do texto sintetizado. SERVO (2002:148) ressalta que o resumo 
não é a expressão daquilo que o aluno entendeu do texto lido. Portanto 
um resumo tecnicamente correto apresenta o que há de essencial no 
texto e deve obedecer à seqüência das idéias.
FRANÇA (2004:80-81) define o resumo assim:
a apresentação concisa e seletiva de um texto, ressaltando de forma 
clara e sintética a natureza do trabalho, seus resultados e conclusões 
mais importantes, seu valor e originalidade. É importante para os 
investigadores, sobretudo por auxiliar na seleção de leituras.
De acordo com a mesma autora, o resumo deve ser redigido de 
maneira clara e objetiva. Com base nas orientações da ABNT, afirma 
que deve limitar-se a um parágrafo e incluir palavras representativas 
do assunto que está sendo tratado. O verbo deve ser utilizado na voz 
ativa e na terceira pessoa do singular. As palavras-chave, que são 
aquelas que remetem ao assunto abordado no texto, devem vir logo 
após o resumo. Exemplo:
CURY, Carlos Roberto Jamil. Ensino religioso na escola pública: o 
retorno de uma polêmica recorrente. Rev. rãs. Educ., set./dez. 2004, 
no.27, p.183-191. ISSN 1413-2478.
ATIVIDADE 1.
O que é um resumo para você?
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Resumo
Página �
Resumo
O texto objetiva refletir sobre a rumorosa questão que envolve o 
ensino religioso em escolas públicas. Esse ensino religioso, ainda 
que facultativo, vem revelando-se problemático em Estados laicos, 
perante o particularismo e a diversidade dos credos religiosos. Cada 
vez que tal proposta compareceu à cena dos projetos educacionais, 
veio carregada de uma discussão intensa em torno de sua presença 
e factibilidade em um país laico e multicultural. No caso do Brasil, o 
conjunto de princípios, fundamentos e objetivos constitucionais, por 
si só, garante amplas condições para que, com a toda a liberdade 
e respeitadas todas as opções, as igrejas, os cultos, os sistemas 
filosófico-transcendentais possam, legitimamente, recrutar fiéis, manter 
crentes, manifestar convicções, ensinar seus princípios, fundamentos 
e objetivos e estimular práticas em seus próprios ambientes e locais. 
Além disso, hoje mais do que ontem, as igrejas dispõem de meios de 
comunicação de massa, em especial as redes de televisão ou programas 
religiosos em canais de difusão, para o ensinamento de seus princípios.
Palavras-chave: ensino religioso; laicidade; religião.
Você observou que a primeira frase do resumo explicita o tema/assunto 
principal abordado no texto a ser resumido? Essa é uma regra básica a 
ser considerada na elaboração desse tipo de texto, ou seja, a primeira 
frase deve explicitar, de maneira objetiva, o tema/assunto principal 
abordado no texto a ser resumido.
No que se refere à extensão do resumo, FRANÇA (2004) salienta:
• de 50 a 100 palavras, para notas e comunicações 
breves;
• de 100 a 250 palavras para artigos de periódicos e trabalhos 
de conclusão de cursos;
• de 150 a 500 palavras para os trabalhos acadêmicos 
(dissertação de mestrado e tese de doutorado) e relatórios 
técnicos. 
Observação: A extensão do resumo está, muitas vezes, condicionada 
à capacidade de síntese de quem o produz ou mesmo à solicitação 
dos professores. Entretanto há situações que devem ser evitadas na 
elaboração do resumo, como mais de um parágrafo e uso de símbolos, 
fórmulas, equações ou diagramas desnecessários. Pode haver, porém, 
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Resumo
Página 10
um texto extenso, cujo resumo demanda a elaboração de mais de um 
parágrafo. Nesse caso, o importante é ser sintético e objetivo.
ATIVIDADE 2.
Leia os dois textos que se seguem e responda: Qual 
deles pode ser considerado um resumo acadêmico? 
Explique as razões da sua escolha.
Texto 1
MULLER, Fernanda.Infâncias nas vozes das crianças: culturas 
infantis, trabalho e resistência. Educ. Soc., maio/ago. 2006, vol.27, 
no.95, p.553-573. ISSN 0101-7330.
Este artigo apresenta uma pesquisa realizada em uma turma de 
Educação Infantil, na cidade de São Leopoldo (RS) - a Turma de Pré. 
As categorias culturas infantis, trabalho e resistência foram captadas 
a partir das vozes das crianças, entendidas neste estudo como 
manifestações que não se restringem aos relatos orais, através de um 
estudo de inspiração etnográfica.
Palavras-chave: Infâncias; Educação infantil; Culturas infantis; 
Trabalho; Resistência.
Texto 2
 
Drama
....................................................
......... 
Bugsy 
BARRY LEVINSON
Distribuidora: Sony; Quanto: 
R$35, em média.
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Resumo
Página 11
Favorito para o Oscar de 1992, com o maior número de indicações 
(11), “Bugsy” levou só dois. Nas categorias principais, perdeu para “O 
silêncio dos inocentes”. Apesar de ser a figura ideal para interpretar 
Bem Siegel, gângster que construiu um hotel-cassino no deserto 
(a pedra fundamental de Lãs Vegas), Beatty confiou seu projeto 
ao medíocre Barry Levinson. Nesse DVD duplo, interessante é o 
documentário que traz divertida conversa entre Beatty, Levinson e o 
roteirista James Toback. (PEDRO BUTCHER)
Folha de São Paulo, 04/02/07, Ilustrada. (adaptação)
Se você respondeu que apenas o Texto 1 pode ser considerado resumo 
acadêmico, acertou.
MULLER, Fernanda. Infâncias 
nas vozes das crianças: 
culturas infantis, trabalho e 
resistência. Educ. Soc., maio/
ago. 2006, vol.27, no.95, p.553-
573. ISSN 0101-7330. 
Este artigo apresenta uma 
pesquisa realizada em uma 
turma de Educação Infantil, 
na cidade de São Leopoldo 
(RS) - a Turma de Pré. As 
categorias culturas infantis, 
trabalho e resistência foram 
captadas a partir das vozes 
das crianças, entendidas neste 
estudo como manifestações que 
não se restringem aos relatos 
orais, através de um estudo de 
inspiração etnográfica. 
Palavras-chave: Infâncias; 
Educação infantil; Culturas 
infantis; Trabalho; Resistência.
Há a indicação da referência 
bibliográfica de acordo com as 
normas da ABNT.
A primeira frase do resumo 
explicita, de maneira objetiva, 
o tema/assunto principal a ser 
abordado no texto resumido.
O produtor do resumo se 
manteve fiel às idéias do autor e 
não apresentou suas opiniões ou 
críticas em relação ao texto lido.
Há indicação de palavras-chave
ATIVIDADE 3.
Responda: Por que o texto 2 não pode ser considerado 
resumo?
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Resumo
Página 12
Observação: Você deve ter levantado algumas hipóteses 
sobre as razões de o texto 2 não ser considerado resumo. 
Vamos ver se elas coincidem com as razões que nos 
conduziram a essa afirmação. O texto 2 apresenta informações 
selecionadas e resumidas de um outro texto; foi produzido para 
uma a seção de determinado jornal e apresenta críticas em 
relação ao filme “Bugsy”, favorito para o Oscar em 1992, que 
está sendo lançado em DVD. O autor expressa sua opinião 
acerca do filme, mas não faz, em momento algum, remissão 
ao conteúdo do roteiro do filme. Enfim, a forma, o suporte de 
circulação e os fins para os quais o texto 2 foi produzido não 
têm relação com o gênero acadêmico resumo.
PRODUÇÃO DO RESUMO ACADÊMICO
Conforme foi assinalado anteriormente, o resumo acadêmico possui 
especificidades que o diferem dos demais tipos de resumo que circulam 
em suportes não-acadêmicos. Quando você lê no jornal o resumo de 
um filme ou de um livro, por exemplo, deve perceber que foi produzido 
com determinados objetivos, que podem ir de informar o leitor sobre 
o conteúdo desses bens culturais a incentivá-lo a assistir ao filme, 
comprar o livro ou DVD. Na produção desses resumos, é evidente 
a preocupação não só com o suporte em que ele irá circular como 
também com o leitor que pretende atingir. Se o resumo for publicado 
em caderno destinado a crianças e jovens, pode adotar uma linguagem 
mais próxima desses destinatários. Se for destinado a um leitor adulto, 
talvez apresente um léxico mais complexo, por exemplo.
Ao produzir um texto acadêmico, é preciso observar também esses 
detalhes: quem será o leitor do texto? (o professor? os colegas de 
sala?) Em que tipo de suporte ele irá circular? (jornal da faculdade? 
mural? site especializado da Internet?). Enfim, é preciso atentar para 
a situação de produção acadêmica. Nesse sentido, lembramos que 
o texto deve obedecer a determinados critérios que regem a sua 
produção no contexto acadêmico. 
O resumo acadêmico não tem a função de promover o consumo de 
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Resumo
Página 13
livros, filmes ou outros bens culturais. Conforme destaca MACHADO 
(2004:62), o objetivo deve ser o de fornecer as informações centrais 
mínimas acerca do texto lido. Essa autora destaca que, antes de ler 
ou produzir um resumo (ou qualquer outro tipo de texto), é preciso ter 
consciência de que:
• a antecipação do conteúdo do texto pode facilitar a leitura;
• o texto é escrito tendo em vista um leitor potencial;
• o texto é determinado pela época e local em que foi escrito;
• o texto possui um autor que teve um objetivo para escrevê-lo;
• o texto é produzido tendo em vista o veículo em que irá circular.
Para antecipar o conteúdo do texto, você pode, no caso do resumo de 
um artigo, por exemplo, ler a orelha ou o prefácio do livro, ou ainda se 
perguntar a respeito do que sabe sobre o assunto tratado no artigo. Quanto 
ao leitor potencial, você deve ter em mente que esse leitor é, geralmente, 
o professor, colegas e até mesmo pesquisadores interessados no 
tema/assunto. Se o texto possui um autor, que teve um objetivo para 
escrevê-lo, quais seriam os seus objetivos ao escrever o resumo?
Ao produzir um resumo, é necessário preocupar-se com a unidade do 
texto a ser produzido. Ele deve apresentar coerência e coesão. Isso 
significa que se deve ter o cuidado de estabelecer ligação entre as 
partes do resumo e que as idéias apresentadas devem ser coerentes 
com o texto resumido.
ORGANIZADORES TEXTUAIS DE COERÊNCIA E COESÃO
Apresentamos, a seguir, alguns organizadores textuais relacionados 
à coerência e coesão textual que são mais recorrentes no resumo. 
Esses organizadores têm a função de conduzir o leitor no seu percurso 
de leitura. Para tanto, é preciso muito cuidado com o estabelecimento 
de relações entre as idéias apresentadas, os parágrafos e as frases. 
Fique atento a esses elementos e passe a observar a utilização deles 
nos resumos que você lê ou produz.
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Resumo
Página 14
Verbos1
Idéia expressa pelos verbos Exemplos
Organização das idéias do texto. Define, demarca, classifica, enu-
mera, argumenta, relaciona...
Ação do autor em relação ao lei-
tor.
Incita, busca, leva a, instiga...
Posicionamento do autor em 
relação à sua crença na verdade 
daquilo que é dito.
Afirma, nega, acredita, duvida, 
declara, é céptico...
Indicação do conteúdo geral. Aborda, trata de,
Indicação de relevância de uma 
idéia do texto.
Enfatiza, ressalta, salienta, evi-
dencia...
Alguns elementos de coesão e suas funções
Idéia expressa pelo elemento de 
coesão
Exemplos
Prioridade, relevância Inicialmente, primeiramente, em 
primeiro lugar, principalmente, 
sobretudo...
Tempo; duração; ordem; 
anterioridade ou posteridade
Logo, imediatamente, 
anteriormente, eventualmente, 
ocasionalmente, 
simultaneamente, logo que, 
apenas, enquanto....
Semelhança, comparação, 
conformidade
Igualmente, assim também, do 
mesmo modo, tal qual, tanto 
quanto, assim como...
Condição, hipótese Se, eventualmente, caso...
Adição ou continuação Por outro lado, como também, 
além disso, não apenas, mas 
também, não só...
1 - �uadro adaptado de MAC�ADO, Anna �ac�el �coord.�. �eitura e produ-	-	�uadro	adaptado	de	MAC�ADO,	Anna	�ac�el	�coord.�.	�eitura	e	produ-
ção	de	 textos	 técnicos	e	acadêmicos:	 resumo.	SP: Parábola Editorial, 200�.SP:	ParábolaEditorial,	200�.
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Resumo
Página 15
Dúvida Talvez, provavelmente, 
possivelmente...
Certeza ou ênfase Por certo, certamente, sem 
dúvida, inquestionavelmente, 
inegavelmente, decerto...
Esclarecimento, explicação, 
constatação, confirmação ou 
ilustração
Por exemplo, isto é, de fato, com 
efeito, ou seja...
Propósito, intenção, finalidade A fim de, com o fim de, com a 
finalidade de, com o objetivo de, 
na intenção de...
Resumo, retomada ou conclusão Portanto, em síntese, enfim, 
em resumo, pois (quando entre 
vírgulas), dessa maneira, desse 
modo, logo, já que, como, uma 
vez que, isso posto, porque, 
devido a, pelo fato de, pois...
Relação de causa e 
conseqüência ou justificativa
Por conseqüência, com efeito, 
por isso, em virtude de, de 
fato, porque, porquanto, como 
resultado, assim sendo, assim, 
portanto...
Ressalva, contraste entre 
idéias, argumentos opostos ou 
restrição, adição de idéias.
Não só, mas, também, todavia, 
exceto, embora, apesar de, 
todavia, mas, contudo, porém...
PARTES DO RESUMO
ATIVIDADE 4.
• Para que serve o resumo?
• Quais podem ser os objetivos do autor de um 
resumo?
• Quais são as partes que o resumo deve ter?
Antes de começar a produzir um resumo, é necessário que você faça 
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Resumo
Página 16
uma leitura atenta do texto a ser resumido. Nessa leitura, você deve 
procurar localizar informações que permitam a descobrir o assunto 
principal abordado, o objetivo, a forma como as idéias se articulam e 
as conclusões que são apresentas pelo autor.
ATIVIDADE 5.
Consulte um livro ou artigo que aborde um assunto 
do seu interesse. Leia o artigo (ou capítulo de livro) e 
localize:
a) o assunto;
b) o objetivo;
c) a tese que o autor sustenta e a que ele rejeita;
d) os elementos de coesão usados na articulação entre 
as idéias;
e) as conclusões do autor em relação ao tema/assunto 
abordado.
Observação: Se for possível, faça essa tarefa em dupla.
Você e um colega podem ler o mesmo texto e depois 
comparar as respostas e marcações de cada um de 
vocês.
Para fazer a Atividade 5, você pode organizar suas respostas num 
quadro, como o que se segue:
Assunto abordado no texto
Objetivo do texto
Tese que o autor sustenta
Tese que o autor rejeita
As conclusões do autor do texto 
em relação ao tema/assunto 
abordado.
Elementos de coesão usados na 
articulação das idéias (Verifique 
os verbos e os organizadores 
textuais usados para introduzir 
a tese defendida pelo autor, as 
conclusões e os argumentos.)
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Resumo
Página 17
Depois de ler o texto a ser resumido e localizar os aspectos citados 
no quadro acima, você está pronto para iniciar a produção escrita do 
resumo. Conforme salientamos anteriormente, é preciso considerar 
sempre os objetivos do resumo e os interlocutores. Assim, é necessário 
sempre observar se o resumo produzido está claro e conciso para o 
leitor. É importante ainda que apresente fidelidade ao texto original, 
ou seja, nele não se insere a crítica ou o que se pensa em relação ao 
conteúdo do texto resumido. As citações, quando necessárias, devem 
estar entre aspas e com indicação da página, para facilitar o retorno 
ao texto original.
ATIVIDADE 6.
Uma vez lido o texto e marcadas as partes citadas na Atividade 
5, você já tem condições de escrever seu resumo. Como 
fazer para organizar as idéias assinaladas na elaboração 
do resumo? Quais as partes que devem compor o resumo? 
Responda a essas questões antes de prosseguir a leitura.
Se você pesquisar em livros ou sites especializados que procuram 
dar subsídios ao leitor, para a produção de textos acadêmicos, vai 
observar que pode haver alguma variação quanto às partes de um 
resumo. São recorrentes, por exemplo, afirmações de que o resumo 
apresenta as seguintes partes:
• Introdução: assunto abordado no texto; objetivo do texto;
• Desenvolvimento: teses ou argumentos sustentados e/ou rejeitados 
pelo autor do texto;
• Conclusões: posição do autor do texto em relação ao tema/assunto 
abordado.
É preciso observar, entretanto, que é a leitura cuidadosa do texto a ser 
resumido que permite a identificação dos elementos que podem ser 
usados nas partes citadas acima. Muitas vezes, dependendo do texto, 
essas partes não existem ou não são facilmente identificáveis. Sendo 
assim, são as informações contidas no texto que permitem organizar, 
de maneira coesa e concisa, as idéias apresentadas por determinado 
autor. 
Você vai ler, a seguir, resumos que foram produzidos em diferentes 
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Resumo
Página 1�
situações de produção. Procure ler e identificar neles os aspectos 
indicados no quadro da Atividade 5.
Resumo 1
Miguel, Antonio, GARNICA, Antonio Vicente Marafioti, Igliori, Sonia 
Barbosa Camargo et al. A educação matemática: breve histórico, 
ações implementadas e questões sobre sua disciplinarização. Rev. 
Bras. Educ., set./dez. 2004, no.27, p.70-93. ISSN 1413-2478.
Este trabalho foi elaborado em tópicos autônomos para discutir a 
configuração da educação matemática como área de pesquisa e, num 
panorama histórico, expõe e analisa como têm sido implementados, 
efetivamente, esforços para sua consolidação no Brasil. A partir 
da apresentação de alguns elementos relativos à emergência e à 
organização da pesquisa em educação matemática no panorama 
internacional (D’Ambrósio), ele passa a esboçar as motivações e 
estrangulamentos que levaram à criação de um grupo de trabalho 
específico sobre educação matemática na ANPEd (Igliori). Miguel e 
Garnica, por fim, discutem, sob referenciais distintos, a disciplinarização 
da educação matemática. São, em resumo, quatro olhares e vozes 
que, ora em fina sintonia, ora em contraponto, surgem fincados no 
espaço que os autores desejam, com seus discursos, ver consolidado: 
a educação matemática.
Resumo 2
Crítica metodológica, investigação social e enquete operária, por 
Michel J. M. Thiollent. 5ª ed. São Paulo, Ed. Polis, 1987. 270 p. 
(Coleção Teoria e História, 6).
O objetivo deste livro, conforme colocação do autor, é apresentar 
textos que incentivem a discussão metodológica nas Ciências Sociais. 
Para realizar esse intento inicia por uma apresentação de caráter 
didático das principais técnicas de pesquisa e um resumo de certas 
definições de caráter técnico. No segundo capítulo discute, a partir 
das concepções de Pierre Bordieu, a questão da neutralidade em 
Ciências Sociais. Nesse capítulo apresenta uma crítica contundente 
tanto aos procedimentos usuais em “pesquisas empiricistas” como ao 
embasamento teórico e ideológico de algumas experiências desse 
tipo de pesquisa notadamente em enquetes eleitorais. Continuando 
a crítica à abordagem “empiricista” no capítulo III discute-se o 
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Resumo
Página 1�
processo de entrevista não diretiva como alternativa de instrumento 
de pesquisa sociológica reconhecendo problemas epistemológicos 
que envolvem a relação sociologia e psicologia. No IV capítulo a 
“Enquete Operária” é apresentada como alternativa metodológica e 
definida como “... questionário, ou de modo geral, questionamento, 
no contexto da investigação social ligada à prática política da classe 
operária”. Ainda que propondo, de maneira polêmica e militante, 
a associação da pesquisa à ação política, o autor reconhece os 
limites dessa proposta para algumas questões metodológicas. 
Fabíola Zioni Comes Departamento de Prática de Saúde
Pública — FSP/USP
(http://www.scielo.br/pdf/rsp/v24n3/12.pdf. Acesso em 09/03/07)
Resumo 3
MILL, Daniel. Educação a distância e trabalho docente 
virtual: sobre tecnologia, espaços, tempos, gênero e 
coletividade na Idade Mídia. Belo Horizonte: FAE/UFMG. 
2006. 248p. Tese (Doutorado em Educação) — Faculdade 
de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais. 
Orientação: Fernando Fidalgo.
 Os tempos e espaços escolares constituem fatores fundamentais 
para a compreensão do processo de trabalho pedagógico.Isso implica 
reflexão sobre a lógica espaço-temporal que orienta a organização 
do trabalho escolar. Sendo os espaços e os tempos da educação tão 
relevantes, há muito a ser pensado entre o espaço da secular sala 
de aula (historicamente compreendida como lugar privilegiado para 
o ensino-aprendizagem e para a atuação docente) e os emergentes 
ambientes virtuais de aprendizagem (ambiente para ensino-
aprendizagem simulado telemática). Também há muito por entender 
entre os fragmentados tempos educacionais em momentos para 
a aula, para o recreio, para a disciplina de história, de matemática 
etc., até os flexíveis tempos da educação na Idade Mídia. A 
contemporaneidade carece de reflexões em torno dos quatro fatores 
básicos do processo educacional: docência, aprendizagem, gestão e 
mediação tecno-pedagógica, isto é, carece-se de análises em torno 
dos docentes, dos alunos, dos gestores e das tecnologias que fazem a 
mediação do ensino-aprendizagem. Este trabalho pretendeu contribuir 
especificamente com o primeiro fator: a docência. De forma mais direta 
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Resumo
Página 20
ou não, os outros três fatores foram tangenciados, especialmente os 
meios (tecnologias) de trabalho do docente da educação a distância 
mediada pela telemática (tecnologias de informação e comunicação). 
Assim, os questionamentos norteadores da pesquisa foram: Que 
transformações podem ser observadas no trabalho do educador quando 
os processos pedagógicos são estabelecidos por meio de tecnologias 
virtuais? Como as mudanças nos tempos e espaços introduzidos pelos 
processos pedagógicos virtuais podem influenciar o trabalho docente? 
São implicações de que natureza? Essas questões nasceram do 
seguinte pressuposto: O processo de trabalho na educação a distância 
virtual parecia estabelecer novos tempos e espaços para o trabalhador 
docente e esse redimensionamento espaço-temporal estaria afetando 
não somente o cotidiano ou a prática pedagógica dos educadores, 
mas também sua natureza como categoria de trabalhador. A partir 
dessas inquietações, foi proposta esta investigação tendo como 
objetivo geral analisar as implicações sofridas pelo trabalho docente 
em decorrência das mudanças espaço-temporais introduzidas pelos 
processos pedagógicos virtuais. Em torno desse objetivo, foram 
estudadas várias categorias de análise, como: espaço-tempo, 
tecnologia, trabalho docente, gênero, educação a distância, coletivo de 
trabalho, lazer, produção e reprodução, entre outras. Foi estabelecida 
a seguinte hipótese para o estudo: As novas formas de experimentar 
o tempo e o espaço da Idade Mídia, no âmbito do trabalho, se dão a 
partir de processos de trabalho intensificados e relações de trabalho 
precarizadas. Como resultado, esta tese apresentou: a) uma análise 
geral sobre o padrão de organização que a educação a distância tem 
tomado no Brasil, em que se destacou a figura do tutor virtual na estrutura 
organizacional: Quem é o trabalhador da educação a distância virtual?
b) um mapeamento teórico das muitas e contraditórias teorias 
sobre as concepções de espaço e tempo, destacando os 
espaços e tempos de trabalho e especificando os espaços e 
tempos no processo de trabalho virtual num contexto capitalista: 
Como se configuram os tempos e espaços da Idade Mídia?
c) uma caracterização do tutor virtual como um teletrabalhador, 
mostrando alguns aspectos de sedução e perigos desse “novo” modo 
de organização dos trabalhadores da educação: A quais benefícios, 
riscos e perigos estão sujeitos os teletrabalhadores docentes?
d) uma análise da relação entre trabalho, tecnologia e gênero, tendo 
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Resumo
Página 21
como campo de investigação a educação a distância mediada por 
tecnologias de informação e comunicação: Sendo as tecnologias 
sexuadas, que diferenciações podem ser observadas entre os 
trabalhos masculinos e femininos no âmbito do teletrabalho docente?
e) um levantamento de perdas e ganhos da realização do trabalho 
pedagógico por meio da telemática: Em termos trabalhistas e de 
formação, como os benefícios evidentes no trabalho coletivo da 
educação presencial podem ser observados no teletrabalho docente?
f) uma reflexão sobre as possibilidades benéficas e maléficas do 
teletrabalho docente: Como os docentes virtuais, no cotidiano 
de trabalho, fazem uso dos seus tempos e espaços?; e, enfim
g) um exercício teórico-prático (proposta metodológica), para além 
da temática central da pesquisa (trabalho, tecnologia e educação), 
sobre as possibilidades de um “novo” emprego para a telemática 
(Internet) no meio acadêmico-científico: Como utilizar a Internet 
no processo de coleta de dados para pesquisas científicas? 
Foram tomados como satisfatórios os resultados obtidos nesta 
investigação. Agora, mais do que nunca, percebe-se a necessidade 
da realização de estudos sobre os quatro fatores do processo 
educacional, incluindo a docência e os meios de trabalho do docente. 
São necessárias reflexões sobre a educação a distância nesses 
tempos de convergência midiática: Quais as implicações desse novo 
contexto espaço-temporal para a aprendizagem, gestão, docência e 
para a mediação tecnológica na educação da contemporaneidade?
 
Você deve ter observado que apresentamos três resumos distintos. O 
primeiro introduz um artigo que foi publicado em periódico acadêmico; 
o segundo é de um livro e o terceiro é de uma tese de doutorado. 
Observe que os objetivos para a produção desses resumos têm relação 
direta com a extensão e com a seleção das informações neles contidas. 
Sendo assim, sempre que pensar nas partes de um resumo, é preciso 
atentar para o fato de que os objetivos para a produção do resumo e o 
contexto de circulação é que irão definir, objetivamente, a organização. 
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Resumo
Página 22
ATIVIDADE 7.
Leia novamente os três resumos apresentados 
anteriormente e procure observar a organização 
textual de cada um deles. Verifique se eles 
apresentam:
a) cabeçalho;
b) introdução;
c) assunto abordado no texto (Verifique se está na 
introdução ou no desenvolvimento.);
d) objetivo do texto (Verifique se está na introdução 
ou no desenvolvimento.);
e) as teses sustentadas ou rejeitadas pelo autor do 
texto;
f) as conclusões do autor do texto em relação ao 
tema/assunto abordado.
Observe ainda os elementos de coesão (verbos e 
organizadores textuais) utilizados para indicar:
• prioridade ou relevância;
• tempo; duração; ordem; anterioridade ou 
posteridade;
• semelhança, comparação ou conformidade;
• condição, hipótese;
• adição ou continuação;
• dúvida;
• certeza ou ênfase;
• esclarecimento, explicação;
• propósito, intenção, finalidade;
• resumo, retomada ou conclusão;
• relação de causa e conseqüência;
• ressalva, contraste entre idéias;
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Resumo
Página 23
AVALIAÇÃO DO RESUMO PRODUZIDO
Você deve avaliar o resumo produzido (Atividades 5 e 6), para verificar 
se atende às especificações de um resumo acadêmico. Se possível, 
peça a um colega que avalie o seu texto. 
Conteúdo do 
resumo
Sim Não Observações
Há indicação 
da referência 
do autor 
do texto 
resumido?
A primeira 
frase do 
seu resumo 
explicita o 
tema/assunto 
principal 
adotado 
no texto 
resumido?
O assunto 
abordado 
no texto foi 
apresentado 
de maneira 
clara e 
objetiva?
O objetivo do 
autor do texto 
resumido foi 
citado?
O resumo 
apresenta a 
tese que o 
autor rejeita?
O resumo 
apresenta 
a tese que 
o autor 
sustenta?
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Resumo
Página 24
São 
apresentadas 
as conclusões 
do autor do 
texto em 
relação ao 
tema/assunto 
abordado?
Os elementos 
de coesão 
usados na 
articulação das 
idéias estão 
empregados 
corretamente?
As palavras-
chave estão 
relacionadas 
com o tema/
assunto 
abordado 
no texto 
resumido?
SEGUNDO CAPÍTULO
Resenha
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto 
Resenha
Página 26
Neste capítulo, vamos apresentar um gênerotextual denominado 
resenha. Talvez você já tenha lido ou elaborado resenhas de diferentes 
tipos de textos, nas mais diversas situações de produção. Sendo 
assim, antes de ler as concepções de resenha que apresentamos a 
seguir, responda:
ATIVIDADE 1.
O que é uma resenha para você?
Quais são as características da resenha que a diferem 
do resumo?
A resenha, assim como o resumo, apresenta informações resumidas de 
determinado texto. Entretanto, além dessas informações, ela apresenta 
comentários e avaliações sobre esse texto. Esses comentários e 
avaliações são feitos pelo autor da resenha. MACHADO (2007:31) 
salienta: 
ao escrever uma resenha escolar/acadêmica, você 
deve levar em consideração que estará escrevendo 
para seu professor que, se indicou a leitura, deve 
conhecer a obra. Portanto, ele avaliará não só sua 
leitura da obra, através do resumo que faz parte da 
resenha, mas também sua capacidade de opinar sobre 
ela.
Assim, ao produzir uma resenha, é preciso considerar quem é o leitor 
ou, em outras palavras, o interlocutor.
SEVERINO (2002:131) afirma que a resenha tem papel muito 
importante na vida de estudantes e acadêmicos. Afirma ainda que a 
resenha pode ser:
Informativa Quando apenas expõe o 
conteúdo do texto.
Crítica Quando se manifesta sobre 
o valor e o alcance do texto 
analisado.
Crítico-informativa Quando tece comentários sobre 
o texto analisado.
Ainda de acordo com esse mesmo autor, a resenha é constituída por 
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto 
Resenha
Página 27
várias partes lógico-redacionais, a saber:
1. Cabeçalho: apresenta os dados bibliográficos completos da obra 
resenhada.
2. Pequena informação sobre o autor da obra resenhada: é 
desnecessária no caso de autor conhecido.
3. Exposição sintética do conteúdo do texto: deve ser objetiva, 
restringindo-se aos pontos principais do texto analisado e, se for o 
caso, acompanhando os capítulos ou parte por parte.
4. Comentário crítico: é uma avaliação que o autor da resenha faz 
em relação ao texto lido, podendo assinalar aspectos positivos ou 
negativos desse texto. 
Atualmente se tem discutido bastante acerca do adjetivo crítica 
associado à resenha, porque esta tem de apresentar comentários 
críticos. Não pretendemos abordar essa discussão, mas esclarecer 
que vamos considerar que nela a crítica está implícita. 
Há vários tipos de resenha cujo objetivo é divulgar objetos de consumo 
cultural, como filmes e livros. Esse tipo de resenha circula em jornais e 
revistas e tem determinado tipo de leitor previsto e objetivos distintos. 
Mas a resenha acadêmica, como o próprio nome indica, é um texto 
que circula em espaços acadêmicos. Portanto difere das que fazem a 
divulgação de bens culturais.
É importante ressaltar que alguns cuidados éticos devem ser tomados 
em relação ao comentário crítico. Os aspectos positivos devem fazer 
referência à relevância da obra para um determinado campo de estudos, 
por exemplo. Os aspectos negativos a ser ressaltados podem evidenciar 
as lacunas observadas pelo leitor do texto ou mesmo inconsistência ou 
incoerência teórica apresentadas. As críticas não devem ser dirigidas 
ao autor do texto, mas às suas idéias ou posicionamentos. SEVERINO 
(2004:132)
ATIVIDADE 2.
Leia os dois comentários abaixo e avalie se eles são 
adequados para compor o texto de uma resenha. 
Justifique as razões da adequação ou inadequação.
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto 
Resenha
Página 2�
Comentário 1
“... Acredito que o autor não 
tenha condições de discorrer 
sobre o tema “ética e educação” 
porque, além de não apresentar 
argumentos convincentes, 
redige mal o seu texto. Enfim, 
o livro confunde o leitor e nos 
remete a um autor inseguro e 
inconsistente...”.
Comentário 2
“... Na obra encontramos 
argumentos que se contradizem. 
Entretanto, percebe-se o esforço 
do autor em relacionar esses 
argumentos aos referenciais 
teóricos adequados. Apesar do 
referido esforço, não fica claro 
para o leitor o posicionamento do 
autor em relação ao tema sobre 
o qual ele se dispôs a discorrer: 
“ética e educação...”
ATIVIDADE 3.
Procure, em jornais e revistas, resenhas produzidas 
para a divulgação de bens culturais. Pesquise, em 
sites da Internet e nas bibliotecas, resenhas de textos 
acadêmicos. Procure estabelecer a diferença entre 
esses dois tipos de resenha. Para tanto, considere 
o veículo de circulação dessas resenhas, o tipo 
de leitor aos quais ela se destina e os objetivos 
pretendidos pelo(s) autor(es) da resenha.
Enfim, cada tipo de resenha é produzido em determinada situação, 
que compreende alguma especificidade. Imagine que você assistiu a 
um filme e vai escrever uma resenha sobre ele, numa seção de jornal 
de grande circulação. Quais informações você vai privilegiar? Que tipo 
de leitor pode ler a sua resenha? O tipo de leitor previsto vai influenciar 
o seu estilo? E se a resenha for produzida para um site especializado 
em crítica de cinema? Nessa situação, você vai usar as estratégias 
que usou para escrever para um jornal de grande circulação? Quantas 
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto 
Resenha
Página 2�
vezes você deve assistir ao filme para escrever uma resenha sobre 
ele?
ATIVIDADE 4.
A seguir responda a esta pergunta: Quais são os 
elementos que devem ser observados pelo autor de 
uma resenha, antes de começar a escrevê-la?
SITUAÇÃO DE PRODUÇÃO DA RESENHA NO ENSINO 
SUPERIOR
Conforme afirmamos anteriormente, a situação de produção da 
resenha no ensino superior se difere de resenhas produzidas em outros 
contextos e com outros objetivos. Sendo assim, é necessário refletir 
sobre a produção da resenha no contexto universitário. Portanto antes 
de escrever a resenha, você deverá observar:
1. Leitura do texto a ser 
resenhado
(Lembre-se do que já aprendeu 
sobre a leitura de textos 
acadêmicos na disciplina 
Introdução a EAD)
Quais são as estratégias de leitura 
a ser utilizadas? Quantas vezes o 
texto deve ser lido? É necessário 
grifar (ou marcar) partes do texto 
lido? Como selecionarmos essas 
partes?
2. A quem o texto resenhado 
se destina? 
O destinatário do texto será um 
professor? Um colega de curso? 
Você mesmo? Os leitores de 
uma revista acadêmica? O estilo 
de escrita a ser utilizado deve 
considerar a quem a resenha se 
destina? 
3. Qual é o suporte∕espaço de 
circulação da sua resenha?
O jornal da escola? Um mural? 
Um trabalho exclusivo a ser 
entregue para o professor? Seu 
arquivo pessoal de resenhas?
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto 
Resenha
Página 30
4. Quais são os seus objetivos 
ao produzir a resenha?
Simplesmente cumprir uma 
tarefa solicitada pelo professor? 
Posicionar-se de maneira crítica 
ante uma obra lida? Criar um 
arquivo que facilite seus estudos 
e sistematize os conteúdos que 
você apreendeu durante a leitura 
de determinado texto?
5. Que aspectos da resenha 
são observados ou avaliados 
pelo destinatário?
Basicamente verificar se você 
compreendeu o texto lido e soube 
posicionar-se, criticamente, em 
relação a ele.
ATIVIDADE 5.
Leia a resenha que se segue e procure distinguir 
nela os fragmentos que são descritivos, ou seja, os 
que resumem a obra, daqueles que são comentários 
do autor da resenha. Observe também se são 
apresentados todos os aspectos lógico-redacionais 
que caracterizam a resenha.
Observação: você pode sublinhar cada trecho com 
marcadores de cores diferentes, para facilitar o seu 
processo de releitura.
Livro: Paulo Freire (1993), “Professora sim, tia, não: cartas a quem 
ousa ensinar.” 
Data: 03/03/2004 20:30:37
De: Anatália Matos 
IP: 200.187.22.69-
Assunto: PROFESSORA, SIM. TIA, NÃO. 
Freire, Paulo (1993). Professora sim, tia não: Cartas a quem ousa 
ensinar. São Paulo: Olho D’água, 127 p. Review by Elizete Delima 
Carneiro and Mara Cristine Maia dos Santos (UNILASALLE) 
(In: La Salle: Revista de Educação; Ciência e Cultura/Centro 
Educacional La Salle de Ensino Superior (CELES), v. 4, n. 1 (Outono 
de 1999). Reproduced with permission.) 
Prática deLeitura 
e Produção de 
Texto 
Resenha
Página 31
Freire introduz Professora sim, tia não procurando, através do 
enunciado, exigir um primeiro empenho à compreensão e entendimento 
não apenas do significado de cada uma das palavras que compõem 
o próprio enunciado, mas também sobre “o que elas ganham e 
perdem, individualmente, enquanto inseridas numa trama de relações” 
(p. 9). Assim, dividindo o enunciado em três blocos (a) professora, 
sim, (b) tia, não e (c) cartas a quem ousa ensinar, enfatiza a tarefa 
do ensinante, que requer comprometimento e gosto “de querer bem 
não só aos outros, mas ao próprio processo que ela implica” (p. 9) e 
sobre a impossibilidade de ensinar sem ousar. Ousar para “falar em 
amor”, para que estudamos, aprendemos, ensinamos e conhecemos 
com o nosso corpo inteiro (...) para jamais dicotomizar o cognitivo do 
emocional (...) para ficar ou permanecer ensinando por longo tempo 
nas condições que conhecemos, mal pagos, depreciados e resistindo 
ao risco de cair vencidos pelo cinismo (p. 10). 
Em sua análise sobre Professora, sim, tia, não, apresenta sobre tudo 
duas razões. De um lado o de evitar uma compreensão distorcida sobre 
a tarefa profissional do professor. De outro, o de ocultar a ideologia 
repousada na falsa identificação. 
A tentativa de reduzir a professora à condição de tia é uma inocente 
armadilha ideológica em que, tentando-se dar a ilusão de adocicar a 
vida da professora, o que se tenta é amaciar a sua capacidade de luta, 
entretê-la no exercício de tarefas fundamentais (p.25). 
Segue sua análise através das “cartas a quem ousa ensinar”, expondo 
questões fundamentais sobre os fazeres acima de tudo político-
pedagógicos. Dessa forma, convida a questionar e a pensar sobre o ato 
de escrever puramente mecânico e o ato de pensar ordenadamente. 
O texto, “embora simples”, tem a intenção de mostrar a tarefa do 
ensinante que é também a de ser aprendiz, sendo preciso para isso 
ousar, o aprender a ousar, para dizer não à burocratização da mente 
a que nos expomos no dia-a-dia. Segundo Freire, é preciso ousadia 
ao próprio fato de se fazer professor, educador, que se vê responsável 
profissionalmente pela formação permanente. Nesse sentido, não se 
quer desmoralizar ou desvalorizar a figura da tia, mas questionar a 
desvalorização profissional, que vem acontecendo há décadas, de 
transformar a professora num parente postiço. 
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto 
Resenha
Página 32
A posição de luta democrática que os professores testemunham 
a seus alunos, dentro dos valores da democracia apresenta-se em 
três exigências: que a luta jamais se transforme em luta singular e 
individual, que se desafiem os órgãos da categoria para a luta e que 
haja sempre a formação permanente e que acima de tudo o educador 
esteja aberto à avaliação da prática. 
Como educadores e educadoras somos políticos, fazemos política ao 
fazer educação. Se sonhamos com a democracia, que lutemos, dia e 
noite, por uma escola em que falemos aos e com os educandos, para 
que, ouvindo-os, possamos ser por eles ouvidos também (p. 92). 
Vale a pena ler as cartas e refletir sobre elas, dando atenção especial 
a cada uma delas, pois a leitura crítica dos textos e do mundo tem 
a ver com mudança em processo. É preciso, então, compreender o 
processo do estudar, do ler, do observar, do reconhecer, do ensinar e 
do fazer.
É preciso que os educandos, experimentando-se criticamente na 
tarefa de ler e de escrever, percebam as tramas sociais em que 
se constituem e se reconstituem a linguagem, a comunicação e a 
produção do conhecimento, fazendo da escola espaço de reflexão e 
conscientização. “A escola, em que se pensa, em que se atua, em que 
se cria, em que se fala, em que se ama, se adivinha a escola que diz 
sim à vida.. E não a escola que emudece e me emudece” (sic) (p.63). 
Paulo freire ainda convida a um aprofundamento sobre a educação nos 
aspectos quantitativos e qualitativos; abordando também o problema 
dos salários dos professores, que são muitas vezes insignificantes, 
refletem a imagem de sua desvalorização pela sociedade. Surge 
dessa forma a necessidade de esclarecer a opinião pública sobre a 
situação em que se encontra o magistério. “Nenhuma sociedade se 
afirma sem o aprimoramento de sua cultura, da ciência, da pesquisa, 
da tecnologia, do ensino. Tudo isso começa com a pré- escola” (p. 
53). 
As cartas também resgatam algumas das qualidades indispensáveis 
aos educadores e educadoras. Alguns questionamentos se fazem 
presentes, sobre os quais vale refletir com a sociedade: que é ensinar? 
que é aprender? que compreensão temos de mundo? fazemos política 
ao fazer educação? o diferente de nós é superior ou inferior a nós? 
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto 
Resenha
Página 33
como deve ser a escola democrática? 
Ao ler as cartas, é importante sabermos que o saber tem tudo a ver 
com o crescer, e que o crescer insere os sujeitos em um movimento 
dinâmico... “A imobilidade no crescimento é enfermidade e morte” 
(p. 125). “O saber tem tudo a ver com o crescer. Mas é preciso, 
absolutamente preciso, que o saber de minorias dominantes não proíba, 
não asfixie, não castre o crescer das imensas maiorias dominadas” (p. 
127). 
Enfim, nessa obra, Paulo Freire vem a enfatizar a importância de 
que professores se conscientizem e se desvencilhem da ideologia 
que manhosamente quer distorcer sua tarefa profissional. Assim, 
esclarece, orienta e incentiva professoras e professores a assumirem 
o papel político-social que desempenham. Sendo a educação ato 
político, requer comprometimento tanto na luta política, quanto nas 
reivindicações do corpo docente e na formação de cidadãos realmente 
críticos e atuantes.
Resenha retirada de: http://www.ced.ufsc.br/~zeroseis/resenha10.
html. Acesso em 27/03/06.
ORGANIZAÇÃO GLOBAL DA RESENHA
MACHADO (2004:42) afirma que a resenha tem uma organização 
global constituída por estas partes:
• comentários;
• objetivos;
• conclusão;
• apreciação;
• informações sobre o contexto e o tema/assunto do livro 
(ou texto acadêmico);
A autora também explica:
no início de uma resenha encontramos informações sobre o contexto 
e o tema. Em seguida o (os) objetivo (os) da obra resenhada. Antes 
de apontar os comentários do resenhista sobre a obra, é importante 
apresentar a descrição estrutural da obra resenhada. Isso pode ser 
feito por capítulos ou agrupamento de capítulos. Depois, encontramos a 
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto 
Resenha
Página 34
apreciação do resenhista sobre a obra. Aliás, é importante que haja tanto 
comentários positivos quanto negativos (se for o caso)1. Finalmente, 
a conclusão, em que o autor deverá explicitar/reafirmar sua posição 
sobre a obra resenhada.
Conforme afirmamos no início deste capítulo, a resenha, para 
SEVERINO (2002:131), deve ter cabeçalho, pequena informação 
sobre o autor do texto (se for o caso) e exposição sintética do 
conteúdo do texto e comentário crítico. Se tomarmos como parâmetro 
o que foi observado por esses dois autores, apresenta-se a seguinte 
estruturação de resenha, adotada por este fascículo:
• cabeçalho;
• indicação do nome do autor da resenha ;
• pequena informação sobre o autor do texto (se for o caso);
• informações sobre o contexto e o tema/assunto do livro (ou texto 
acadêmico);
• objetivos da obra resenhada; 
• exposição estrutural da obra resenhada;
• apreciação do resenhista sobre a obra resenhada;
• comentários positivos e, se houver, negativos. 
• conclusão.
ATIVIDADE 6.
Leia a resenha que se segue e observe se, na organização 
global, ela apresenta comentários; objetivos da obra 
resenhada; conclusão; apreciação; informações sobre 
o contexto e o tema/assunto da obra. Para tanto você 
deve:
a) fazer uma leitura global da resenha, sem se 
preocupar em fazer marcações;
b) realizar a segunda, assinalando as partes 
identificadas.
RESENHA 
FARIA, Ana Lúcia Goulart de e MELLO, Suely Amaral (orgs). 
LINGUAGENS INFANTIS: Outras formas de leitura. Polêmicasdo 
�� - Grifo nosso. - Grifo nosso.
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto 
Resenha
Página 35
nosso tempo. Campinas, SP: Autores Associados, 2005. 
AUTORIA DA RESENHA: MÁRCIA BUSS SIMÃO
 
Pesquisadora do NEE0 há 6 anos e mestranda do PPGE da UFSC
 
 Este livro é o primeiro dos dois volumes que compõe a publicação do 
III Seminário Linguagens na Educação Infantil realizado durante o 14o 
COLE em julho de 2003. O livro trata de temas ligados à pedagogia da 
infância numa perspectiva não antecipatória da escolarização e não 
marcada pela preparação para o ensino fundamental. Tem como foco 
de discussão a educação das crianças de 0 a 6 anos de idade e não 
o ensino. É composto de artigos que trazem pesquisas, reflexões e 
experiências envolvendo as diferentes linguagens das crianças.
 No prefácio do livro, escrito por Luiz Percival Leme Britto com o título: 
Educação Infantil e Cultura Escrita, o mesmo justifica sua participação 
nesta publicação pelo fato de comungar da “insubordinação aos modelos 
de educação acomodatícia ou adaptadora à lógica da dominação”. O 
autor traz uma forma revolucionária de compreender o processo de 
aquisição da escrita. Enfatiza a necessidade de compreendermos o 
fenômeno da escrita com uma visão mais ampla, em que é necessário 
considerar que “a escrita foi produzida principalmente em função 
da necessidade de registro da propriedade e do fluxo do comércio. 
Desenvolveu-se e sofisticou-se à medida que a sociedade de classes, 
(...) expandiu-se”. Assim, o autor defende a idéia de que a escrita não 
tem somente a função de comunicação, mas surgiu com o poder, 
surgiu para garantir a posse, a propriedade, a diferença, o controle 
da mercadoria, sendo muito tardia na história da cultura escrita a 
utilização deste instrumento como veículo de comunicação. O autor 
ainda traz um segundo aspecto para discussão, que é a escrita como 
uma poderosa tecnologia de expansão da memória. Enfatiza que é 
importante trazer para o debate a possibilidade de uma educação para 
a submissão versus uma educação para a insubordinação, pois, se 
a escrita tem sua origem no poder, ensinar a escrita “como se fosse 
apenas um objeto neutro é reproduzir a própria lógica da dominação 
e da fragmentação e, mesmo sem consciência, ensinar um valor”. Do 
mesmo modo pontua ainda duas tendências que de formas distintas, 
sustentam a perspectiva alienante da educação para a submissão: 
o pragmatismo pedagógico de um lado e do outro a posição elitista 
conservadora que, não compreendendo a dimensão maior dos 
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto 
Resenha
Página 36
processos sociais e das formas de reprodução social enfatiza que, “se 
deve ensinar a literatura erudita para as crianças, ensinar-lhes a língua 
culta, a norma culta. Culto aparece no discurso como se não fosse 
expressão de classe, como se fosse uma dádiva divina, ou então, 
como patrimônio universal da humanidade, desvinculado daqueles 
que o produziram”. Para Luiz Percival “antecipar o ensino das letras, 
em vez de trazer o debate da cultura escrita no cotidiano, é inverter o 
processo e aumentar a diferença.”
 Ana Lúcia Goulart de Faria faz a apresentação deste primeiro 
volume e destaca a complexidade da pedagogia da Educação Infantil 
que, como “campo de conhecimento vem revolucionando teorias 
educacionais de ‘mão única’ centradas no ensino (e não na educação) 
e no professor que ensina alunos e alunas” (p. 2). Salienta que este 
livro tem a pretensão de contribuir com a formação dos professores 
que, atentos às diferentes formas de leitura e de comunicação que as 
crianças têm mostrado, buscam indicações de especificidades para o 
trabalho e compreensão destas crianças pequenas.
No DEBATE UM, Maria Cristina Rizzoli desenvolve o artigo com o 
título: Leitura com letras e sem letras na Educação Infantil do norte da 
Itália. Neste artigo Maria Cristina traz a experiência da rede pública de 
educação infantil da cidade de Bolonha, no norte da Itália com livros e 
crianças pequenininhas. Segundo a autora os pedagogos e educadores 
de Bolonha assumiram a importância do livro para a criança e, essa 
atitude deu indicativos ao município de Bolonha para a iniciativa de um 
trabalho, no qual, são exploradas as várias possibilidades que o livro 
oferece. No artigo a autora traz com riqueza de detalhes estas várias 
possibilidades que o livro oferece para as diferentes idades, desde 
crianças com idade de seis meses, dois anos, bem como com crianças 
maiores. Salienta que alguns princípios têm orientado esse trabalho. 
Em primeiro lugar, o princípio da compreensão de que o livro é um 
instrumento de conhecimento, mas também é o veículo para fomentar 
o relacionamento. Em segundo lugar, a percepção de que o livro é 
um objeto a ser explorado e que ajuda a criança a inventar e construir 
outras histórias. E em terceiro lugar, a compreensão de que o livro 
também é uma ocasião para a criança viver aventuras emocionantes 
que constituem a chave de acesso ao mundo da imaginação.
 No DEBATE DOIS, Suely Amaral Mello desenvolve o artigo com 
o título: O processo de aquisição da escrita na Educação Infantil. A 
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto 
Resenha
Página 37
autora parte da idéia de que muito do trabalho que se tem desenvolvido 
com as crianças na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, 
principalmente, no que se refere a aquisição da escrita, carece de uma 
base científica, assim busca nos estudos e conhecimentos de Vygotsky 
essas contribuições. Sugere que, com os novos conhecimentos sobre os 
processos de desenvolvimento das crianças, busque-se uma inversão 
no processo de contaminação que até hoje tem sido predominante e 
passemos a “deixar contaminar o ensino fundamental com atividades 
que julgamos típicas da educação infantil” (p. 24). Ao longo do artigo 
Suely enumera e discute sugestões e atividades que no geral são 
vistas, na escola, como improdutivas, mas que “são essenciais para a 
formação da identidade, da inteligência e da personalidade da criança, 
além de constituírem as bases para a aquisição da escrita como um 
instrumento cultural complexo”(p. 24). A autora enfatiza a contribuição 
de Vygotsky, o qual pontua que para a realização destas atividades 
através das quais as crianças se apropriam da cultura, é necessário 
apontar o caráter ativo da criança que aprende. A mesma defende 
a idéia de que a escrita tem que ser mais uma das linguagens de 
expressão das crianças e que estas linguagens não podem estar 
separadas, nem entre si, nem de experiências significativas que tragam 
conteúdo à expressão das crianças nas diferentes linguagens.
No DEBATE TRÊS, Melissa Cristina Asbahr discute os livros de auto-
ajuda para crianças. O artigo intitula-se: Lá vem a história, e a autora 
traz para discussão a ideologia contida neste tipo de literatura a qual, 
transpõe questões de origem social, política ou estruturais a explicações 
psicológicas. Melissa salienta que uma das características marcantes 
dessa literatura é que são “permeados pelo discurso neoliberal, os 
textos de auto-ajuda incentivam concepções individualistas que 
tendem a culpabilizar as pessoas por tudo que lhes acontece na vida” 
(p. 43). Uma grande contribuição deste artigo é nos alertar sobre este 
tipo de literatura que, como fala a autora, compartilha com “literatura” 
só no nome, pois enquanto a literatura trata de temas universais, 
articulando-os quanto ao modo de dizê-los, numa construção plena de 
sentidos múltiplos, tendo a ver com a arte da palavra, com polissemia, 
a literatura de auto-ajuda caracteriza-se como diretiva, imperativa, 
com discurso prescritivo, pretendendo ordenar, aconselhar, dirigir as 
ações de seus leitores. Assim este artigo nos auxilia a conhecer as 
diferentes produções voltadas às crianças, para melhor lidar com as 
possibilidades de leituras das mesmas.
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto 
Resenha
Página 3�
No DEBATE QUATRO, Heloísa Helena Pimenta Rocha traz análises 
dos discursose práticas que, intentaram fazer da criança objeto de 
intervenção higiênica e disciplinar, sendo o título de seu artigo: A 
Higienização da infância no “século da criança”. O presente artigo 
traz uma significativa contribuição para a compreensão da história da 
educação infantil, no qual a autora interroga acerca das representações 
produzidas pelos médicos-higienistas brasileiros sobre as crianças 
pequenas e sua educação. A autora traz como fonte de análise as 
obras produzidas pelo médico higienista carioca Dr. Oscar Clark, 
centrando sua análise naqueles que eram considerados, pelo autor, 
os direitos das crianças pequenas, bem como nos objetivos a que, 
em sua concepção, deveria visar a educação infantil. A análise destas 
obras torna-se relevante para a compreensão da educação infantil 
brasileira, pois, constituem “Representações e estratégias que tiveram 
uma larga difusão a partir do final do século XIX, orientando todo um 
conjunto de iniciativas voltadas para os propósitos de disciplinamento 
e controle social” (p.82).
No DEBATE CINCO, Mônica Appezzato Pinazza traz o artigo: Os 
pensamentos de Pestalozzi e Froebel nos primórdios da pré-escola 
oficial paulista: das inspirações originais não-escolarizantes à 
concretização de práticas escolarizantes. A autora aborda neste artigo 
dados históricos do processo de implantação da educação pré-escolar 
em instituições oficiais no Brasil e, mais especificamente no estado de 
São Paulo, ocorridos no final do século XIX e início do século XX. Em 
sua análise focaliza as configurações das práticas educativas para a 
faixa etária da pré-escola que, sofreram influência da pedagogia de 
Froebel, bem como das escolas primárias brasileiras que, receberam 
influência da pedagogia de Pestalozzi. No entanto, a autora pontua que, 
não só no Brasil como também em outras partes do mundo, “esteve em 
vigor uma dada representação da prática educativa que determinou o 
privilégio de certos aspectos de suas teorias em detrimento de outros 
mais considerados originalmente pelos filósofos” (p. 90). Tratando 
especificamente da apropriação das idéias da Pedagogia de Froebel, 
destinada às crianças menores de 7 anos, intervém acentuando que 
sua efetivação prática aproximou-se do modelo de ensino escolar e 
teve sua prática reduzida aos dons e ocupações, distanciando-se dos 
princípios originalmente anunciados por Froebel.
No DEBATE SEIS, Zeila de Brito Fabri Demartini encerra este 
volume com o artigo: Relatos orais sobre a infância e o processo 
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto 
Resenha
Página 3�
de alfabetização. Neste artigo a autora privilegia os relatos orais de 
professores/as sobre a infância e sobre o processo de alfabetização 
no final do século XIX e primeiras décadas do século XX. Através 
dos relatos orais são abordados como estes/as professores/as 
representam a infância e o que contam sobre os jardins-de-infância, 
sobre as escolas e sobre como se viam como alfabetizadores/as. Os 
dados dos relatos trazem questões para a discussão de realidades 
atuais como a diferenciação ou não do atendimento de crianças de 
zonas rurais e urbanas, bem como a diversidade das classes sociais 
das crianças atendidas, a idade legal considerada adequada para se 
alfabetizar, o predomínio atual de professoras mulheres que trabalham 
com a educação infantil, as questões referentes à prática pedagógica 
inerente à educação infantil, entre outras, que ainda necessitam de 
mais pesquisas e permanecem abertas para discussões. 
Resenha retirada de: http://www.ced.ufsc.br/~zeroseis/resenha11.
html. Acesso em 23/02/07.
ATIVIDADE 7.
Depois de ter feito uma leitura criteriosa da 
resenha e marcado as partes solicitadas, 
preencha o quadro que se segue.
Partes da resenha Parágrafo(s) em que se 
insere(m)
Cabeçalho: dados bibliográficos 
completos da obra resenhada
Indicação do nome do autor da 
resenha
Informação sobre o autor do 
texto ( Se for conhecido, é 
desnecessária. )
Informações sobre o contexto e o 
tema/assunto do livro
Objetivos da obra resenhada
Exposição estrutural da obra 
resenhada, por capítulos ou 
agrupamento de capítulos
Apreciação do resenhista sobre 
a obra
Comentários positivos (se 
houver)
Comentários negativos (se 
houver)
Conclusão
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto 
Resenha
Página 40
ATIVIDADE �.
Como você já obteve informações básicas sobre a 
resenha, responda, da maneira mais completa possível, 
à pergunta que fizemos no início deste fascículo: O que 
é resenha?
USO DE ORGANIZADORES TEXTUAIS NA PRODUÇÃO DA 
RESENHA
Ler é produzir sentido. Sendo assim, é importante ficar sempre atento 
aos mecanismos de coerência e coesão, ao produzir um texto. A 
palavra coesão tem sua origem em cohaesione, que, em latim, significa 
força em virtude da qual as partículas ou moléculas dos corpos se 
ligam entre si. Usada em sentido figurado, pode significar harmonia. 
Portanto a coesão implica harmonia do texto. Um texto coeso é aquele 
em que os elementos textuais estão harmonicamente ligados. Assim, 
para que o texto tenha sentido, é necessário que os organizadores 
textuais façam referência uns aos outros. 
Esses organizadores têm a função de conduzir o leitor no percurso de 
leitura. Para tanto, é preciso muito cuidado com o estabelecimento de 
relações entre as idéias, os parágrafos e as frases. 
 Consulte os quadros de organizadores textuais apresentados nos 
capítulos sobre resumo e artigo, para elaborar sua resenha.
Vamos apresentar questões relacionadas à coerência e coesão textual 
que são recorrentes na resenha.
• Repetição
Evite a repetição de termos para que a leitura não se torne cansativa. 
Veja o exemplo abaixo.
Resenha do livro “Pela mão de Alice. O social e o político na transição 
pós-moderna”. SANTOS, Boaventura de Souza. São Paulo: Cortez, 
1997.
 
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto 
Resenha
Página 41
Autor da resenha: Prof. João Josué da Silva Filho
 “Neste livro, o autor procura elaborar uma reflexão organizada sobre 
a transição entre paradigmas societais, ou seja, produzir uma reflexão 
sobre os diferentes modos básicos de viver a vida em sociedade. 
Embora ele admita que o trabalho ainda esteja em andamento, afirma 
entender que o ponto a que já chegou em determinadas questões 
justifica por à luz suas “perplexidades”. 
 Boaventura Santos desenvolve a sua reflexão em um quadro que 
identifica como de “crise” do Projeto Cultural da Modernidade. Projeto 
cujo marco histórico localiza no advento da revolução copernicana que 
inaugura o séc XVI. Identifica que tanto no aspecto epistemológico (de 
forma mais evidente e consolidada) como no aspecto societal (menos 
evidente) é possível, e necessário, desenvolver um pensamento 
crítico a respeito desta “crise” que ele considera mais como uma 
transição...”
Resenha retirada do site: http://www.ced.ufsc.br/%7Ezeroseis/
resenha13.html. Acesso em 27/02/07.
Observe que o autor da resenha fez referência ao autor do texto 
resenhado, de três maneiras diferentes: “o autor”; “ele” (pronome); 
Boaventura Santos (nome do autor). Portanto ele fez uso de diferentes 
recursos lingüísticos, para evitar repetição. A substituição é, pois, uma 
boa alternativa para que as repetições sejam evitadas. O pronome, 
cuja função gramatical é substituir ou acompanhar um nome, pode, 
na organização textual, retomar idéias apresentadas em uma frase 
ou parágrafo, como ocorre com “ele”, na resenha apresentada como 
exemplo. 
• Alguns elementos de coesão e suas funções
Idéia expressa Exemplos
Prioridade, relevância Inicialmente, primeiramente, em 
primeiro lugar, principalmente, 
sobretudo...
Tempo; duração; ordem; 
anterioridade ou posteridade
Logo, imediatamente, 
anteriormente, eventualmente, 
ocasionalmente, 
simultaneamente, logo que, 
apenas, enquanto...
Semelhança, comparação, 
conformidade
Igualmente, assim também, do 
mesmo modo, tal qual, tanto 
quanto, assim como...
Condição, hipótese Se, eventualmente, caso...
Prática de Leitura 
e Produção deTexto 
Resenha
Página 42
Adição ou continuação Por outro lado, como também, 
além disso, não apenas, mas 
também, não só...
Dúvida Talvez, provavelmente, 
possivelmente...
Certeza ou ênfase Por certo, certamente, sem 
dúvida, inquestionavelmente, 
inegavelmente, decerto...
Esclarecimento, explicação, 
constatação, confirmação ou 
ilustração
Por exemplo, isto é, de fato, 
com efeito, ou seja...
Propósito, intenção, finalidade A fim de, com o fim de, com a 
finalidade de, com o objetivo de, 
na intenção de...
Resumo, retomada ou 
conclusão
Portanto, em síntese, enfim, 
em resumo, pois (quando entre 
vírgulas), dessa maneira, desse 
modo, logo, já que, como, uma 
vez que, isso posto, porque, 
devido a, pelo fato de, pois...
Relação de causa e 
conseqüência ou justificativa
Por conseqüência, com efeito, 
por isso, em virtude de, de 
fato, porque, porquanto, como 
resultado, assim sendo, assim, 
portanto...
Ressalva, contraste entre 
idéias, argumentos opostos ou 
restrição, adição de idéias.
Não só, mas, também, todavia, 
exceto, embora, apesar de, 
todavia, mas, contudo, porém...
ATIVIDADE �
Localize em revistas acadêmicas ou especializadas ou 
mesmo sites, resenhas acadêmicas e procure identificar 
nelas os elementos de coesão e suas funções. Para 
tanto, você deve realizar, pelo menos, duas leituras de 
cada uma. A primeira deve ser exploratória, ou seja, 
você lê para se inteirar do tema/assunto e verificar, em 
dicionários ou enciclopédias, palavras ou expressões 
desconhecidas. A segunda leitura deve ser realizada 
com bastante atenção. Nela você deve observar 
os organizadores textuais utilizados pelo autor da 
resenha e, posteriormente, identificar a função desses 
organizadores no texto lido. Uma vez identificados, 
você deve listá-los num quadro semelhante ao que foi 
apresentado anteriormente. 
PRODUZINDO UMA RESENHA
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto 
Resenha
Página 43
Chegou o momento de você produzir uma resenha. Antes, entretanto, 
é preciso lembrá-lo de que a resenha faz referência ao texto de 
determinado autor. Sendo assim, é importante que para você fiquem 
claras quais são as idéias do autor e quais são os comentários que 
você (que é o resenhista) faz sobre a obra resenhada. Você deve ficar 
atento também em relação aos comentários (críticas) que faz sobre 
a obra. Caso a crítica seja negativa, é preciso ser polido e respeitoso 
com o autor. Por exemplo: em vez de escrever “o texto é muito vago e 
confunde absolutamente o leitor”, opte por expressões que funcionam 
como “atenuadoras” das críticas: “o texto apresenta algumas lacunas, 
como, por exemplo, a ausência de definições conceituais importantes 
para a compreensão da obra...”. 
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto 
Resenha
Página 44
ATIVIDADE 10.
Procure, em biblioteca ou em site da Internet especializado em 
apresentar publicações acadêmicas, um livro ou artigo de assunto 
de seu interesse. No caso de artigo, ele deve ter, no mínimo, 20 
páginas. 
Uma vez selecionado o livro ou artigo, faça uma leitura exploratória. 
Caso opte pelo livro, observe inicialmente as informações contidas 
na orelha, capa e contracapa. Elas podem auxiliá-lo no levantamento 
de hipóteses acerca do texto a ser lido. Posteriormente, faça a leitura 
do livro e observe a função de títulos e subtítulos e reflita sobre 
a intencionalidade do autor na exposição desses componentes 
textuais. Essa observação é válida para o artigo.
Após realizar a leitura, utilizando-se das estratégias adequadas, 
produza a resenha. Você, considerando o quadro apresentado na 
página 29, pode seguir este roteiro para elaborá-la:
1. Cabeçalho: dados bibliográficos completos da obra resenhada
2. Indicação do nome do autor da resenha
3. Informação sobre o autor do texto (Se ele for conhecido, é 
desnecessária.)
4. Informações sobre o contexto e o tema/assunto do livro (ou artigo 
acadêmico)
5. Objetivos da obra resenhada
6. Exposição estrutural da obra resenhada, por capítulos ou 
agrupamento de capítulos
7. Apreciação do resenhista sobre a obra
8. Comentários positivos (se houver)
9. Comentários negativos (se houver), lembrando-se da ética e 
polidez
10. Informações sobre o contexto e o tema/assunto do livro
11. Conclusão
ATENÇÃO: Procure redigir um texto coeso, utilizando, sempre que 
sentir necessidade, o quadro que exemplifica os organizadores 
textuais.
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto 
Resenha
Página 45
AVALIAÇÃO DA RESENHA PRODUZIDA
Você deve reler a sua resenha e verificar se nela constam os itens do 
quadro abaixo. Se for possível, troque a resenha com um colega de 
curso e um avalia a resenha do outro. Assim, ambos terão dois olhares 
distintos para a mesma produção: o olhar do autor e o olhar de quem 
não participou do processo de produção.
ASPECTOS 
A SER 
AVALIADOS
SIM NÃO
O texto 
produzido 
apresenta as 
características 
de uma 
resenha 
acadêmica? 
(Observe 
aspectos 
lingüísticos e 
formais)
A linguagem 
utilizada é 
adequada ao 
leitor ao qual 
a resenha 
se destina? 
(No caso, 
considere que 
a resenha 
será lida por 
professor, 
colegas de 
curso e outros 
estudiosos 
interessados 
no tema/
assunto do 
livro ou artigo 
resenhado)
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto 
Resenha
Página 46
A resenha 
produzida 
revela que 
você foi 
um leitor 
competente, 
que soube 
apresentar 
as idéias 
principais do 
autor do texto?
O cabeçalho 
está de acordo 
com as regras 
da ABNT? 
(Verifique o 
Manual de 
Normalização 
de Publicações 
na biblioteca.)
As citações 
estão de 
acordo com 
as regras 
da ABNT? 
(Verifique o 
Manual de 
Normalização 
de Publicações 
na biblioteca).
Você se 
identificou 
como autor da 
resenha?
Foram 
apresentadas 
informações 
sobre o autor 
do texto? 
(Lembre-se de 
que, se autor 
for conhecido, 
essas 
informações 
são 
O texto 
apresenta 
os objetivos 
da obra 
resenhada?
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto 
Resenha
Página 47
O texto 
compreende 
a exposição 
da obra 
resenhada? 
(Pode ser 
feita por 
agrupamento 
de capítulos, 
no caso 
do livro, ou 
mesmo títulos 
e subtítulos, 
no caso do 
artigo.)
Você 
apresentou 
sua apreciação 
sobre a obra?
O texto 
apresenta 
comentários 
positivos sobre 
a obra (se for o 
caso)?
O texto 
apresenta (se 
for o caso) 
comentários 
negativos, mas 
de maneira 
ética e polida?
Você utilizou 
dequadamen-
te os 
organizadores 
textuais 
durante o 
processo de 
produção da 
resenha?
O texto 
apresenta 
problemas 
na ortografia, 
pontuação 
ou em outros 
aspectos 
gramaticais?
TERCEIRO CAPÍTULO
Artigo
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Artigo
Página 50
ARTIGO
Neste capítulo, vamos abordar os aspectos que envolvem a produção 
de artigo acadêmico (científico), que tem autoria declarada e pode ser 
publicado em revistas técnicas e científicas.
 No meio universitário, é comum o professor solicitar que o aluno 
produza um artigo científico como parte do processo de avaliação. 
Isso porque o artigo acadêmico deve ter como objetivo contribuir para 
um campo teórico já existente. 
TIPOS DE ARTIGO
• Ensaio teórico: nele se faz uma discussão ou proposição conceitual 
sobre determinado tema.
• Artigo empírico: nele se apresenta um levantamento de dados reais 
que podem estar associados a pesquisas, levantamentos ou estudos 
de caso, por exemplo.
• Original ou divulgação: nele se apresentam abordagens originais, 
podendo se constituir como relato de caso, comunicação ou notas 
prévias.
• Revisão: nela se analisam e discutem trabalhos publicados, revisão 
bibliográfica etc. 
ESTRUTURA DO ARTIGO 
A estrutura do artigo está relacionada aos fins para os quais é 
produzido. Se o objetivo for a publicação em periódico acadêmico, 
a estrutura deve estar relacionada a certas exigências. Normalmente 
apresenta uma estrutura básica que se organiza em elementos pré-
textuais, textuais e pós-textuais (FRANÇA, 2004:64-67).
Pré-Textuais: • cabeçalho, resumo e palavras 
chave.
Textuais: • introdução, desenvolvimento e 
conclusão.Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Artigo
Página 51
Pós-Textuais: • título e subtítulo em língua 
estrangeira (se for o caso), 
resumo em língua estrangeira 
(se for o caso), palavras-chave 
em língua estrangeira (se for 
o caso), notas explicativas 
(no rodapé), referências, 
glossário, anexos e apêndices, 
agradecimento (se for o caso), 
data de entrega.
Apresentamos, a seguir, um quadro com orientações acerca das 
partes do artigo acadêmico. 
ELEMENTOS PRÉ-TEXUAIS
TÍTULO
(na página inicial do artigo e 
escrito na língua do texto)
Deve ser claro e objetivo. É um 
elemento de coesão textual, que 
anuncia para o leitor o tema/
assunto sobre o qual irá ler. Daí 
a necessidade de ser objetivo e 
conciso. O subtítulo é opcional. 
Ele tem a função de completar o 
título e pode ser escrito com letra 
diferente (itálico, por exemplo) 
ou vir precedido de dois pontos.
DADOS DO AUTOR Nome completo do autor; breve 
currículo que o justifique ou 
qualifique na área do artigo; 
instituição à qual está vinculado 
(se for o caso), cargo que ocupa. 
Os endereços postal e/ou 
eletrônico devem ser indicados 
com asterisco, em nota de 
rodapé.
RESUMO
(na língua do texto)
O resumo é um texto obrigatório 
e deve ter aproximadamente 
250 palavras (entre oito e dez 
linhas) e apresentar uma síntese 
do conteúdo abordado no 
texto. Normalmente é digitado 
em espaço simples e fonte 
tamanho10.
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Artigo
Página 52
PALAVRAS-CHAVE São palavras significativas 
sobre o conteúdo do texto e 
devem ser separadas entre si 
por ponto. Havendo o resumo 
em língua estrangeira (abstract), 
elas devem ser também 
apresentadas nessa língua.
ABSTRACT
(resumo em língua estrangeira)
Muitas vezes é exigido que 
o autor do texto apresente 
o abstract (resumo) do texto 
em língua estrangeira. Trata-
se do resumo redigido na 
língua estrangeira solicitada. 
Normalmente é digitado 
em espaço simples e fonte 
tamanho10, pode vir no início ou 
no final do texto..
ELEMENTOS TEXTUAIS
INTRODUÇÃO Tem a função de introduzir o 
leitor no tema/assunto que 
será abordado no artigo. 
Nela são apresentadas 
definições, conceitos, 
pontos de vista e razões de 
escolha do recorte temático. 
Portanto é na introdução que 
o autor deve situar o leitor 
sobre a temática que será 
desenvolvida no texto. No caso 
de ser um artigo resultante de 
pesquisa acadêmica, deve-se 
contextualizar o leitor em relação 
aos objetivos da pesquisa e o 
problema que foi investigado.
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Artigo
Página 53
REVISÃO TEÓRICA
(ou revisão de literatura)
Nela o autor apresenta textos 
que embasaram o estudo, não 
deixando dúvidas de que não 
são seus. Para isso é bom 
consultar as Normas da ABNT. 
A revisão teórica pode estar 
incluída na introdução ou ser 
apresentada como um tópico 
separado.
DESENVOLVIMENTO O autor apresenta as questões 
centrais do tema/assunto 
que pretende discutir. Ele 
pode contrapor a sua opinião 
à de outros autores. É no 
desenvolvimento do artigo que o 
autor apresenta o tema/assunto, 
com os seus diversos aspectos.
No caso de relato de pesquisa, 
o autor apresenta hipóteses e 
os resultados obtidos. Apresenta 
também a metodologia utilizada 
na coleta de dados. No caso de 
haver aplicação de entrevistas 
ou questionários, os roteiros 
devem, se possível, ser 
anexados no final do artigo. É 
no desenvolvimento que são 
apresentadas as principais 
contribuições para o campo 
teórico em que se insere o 
tema/assunto do artigo. Nesse 
caso, o desenvolvimento tem 
duas etapas: a metodologia e os 
resultados e discussão.
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Artigo
Página 54
CONCLUSÃO É a última etapa do processo de 
produção do artigo acadêmico. 
Nela o autor apresenta uma 
síntese do que foi discutido, 
podendo apresentar uma visão 
pessoal. No caso de relato 
de resultados de pesquisa, o 
autor pode apresentar críticas, 
recomendações e sugestões 
para críticas futuras.
ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
REFERÊNCIAS 
(obrigatório)
Citação das fontes consultadas, 
por ordem alfabética, 
obedecendo-se às Normas da 
ABNT
GLOSSÁRIO
(opcional)
Terminologia técnica (palavras 
estrangeiras devem ser 
traduzidas)
ANEXOS 
(opcional)
São materiais complementares 
ao texto e devem ser incluídos 
quando forem imprescindíveis 
para a compreensão do texto.
NOTAS EXPLICATIVAS Devem ser extremamente 
objetivas e remetidas para o 
rodapé do texto.
Observação: Você deve consultar o Manual de Normalização 
para Publicações Técnico-Científicas, para se orientar em 
relação às normas para numeração de seções, abreviaturas 
e citações. Esse manual pode ser encontrado em bibliotecas 
acadêmicas.
 
ATIVIDADE 1.
Localize um artigo acadêmico sobre um tema/assunto 
de seu interesse. Leia-o e procure identificar nele as 
partes que compõem a estrutura.
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Artigo
Página 55
PRODUZINDO UM ARTIGO ACADÊMICO
Um bom artigo acadêmico deve ser bem organizado e proporcionar boa 
interação com o leitor. Nesse sentido, algumas ações são necessárias, 
antes que você dê início à produção do seu artigo acadêmico. 
Procuramos apresentar uma sugestão de organização e planejamento 
que pode anteceder a escrita de um artigo.
Por que escrever um artigo? As razões que levam à produção 
de um artigo podem ser diver-
sas. Ele pode ser produzido, por 
exemplo, para cumprir a exigên-
cia de um professor ou para ser 
apresentado ao conselho edito-
rial de uma revista especializada. 
Em todas essas circunstâncias, 
é importante observar os crité-
rios segundo os quais o artigo 
será avaliado. É necessário ob-
servar também as orientações 
específicas para publicação, 
no caso de o artigo ser enviado 
a algum periódico acadêmico.
Sobre o que escrever? Você deve ter clareza so-
bre o tema/assunto que irá 
balizar a escrita do artigo.
Pesquise sobre o tema/assunto Antes de iniciar a produção do 
seu artigo, você deve pesqui-
sar sobre o tema/assunto que 
pretende desenvolver. Isso 
significa que terá de ler so-
bre o assunto que irá abordar.
Organizando a pesquisa Selecione os textos (livros, ar-
tigos, etc) que versam sobre o 
tema/assunto abordado. Faça 
a leitura atenta desses textos e 
posteriormente proceda ao resu-
mo ou fichamento dos mesmos.
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Artigo
Página 56
Esquematizando a produção do 
artigo
Uma vez realizada a pesquisa, 
você deverá fazer um esquema 
para orientar o processo de escri-
ta do artigo. Quanto mais claro e 
objetivo for o seu esquema, mais 
fácil será o processo de produção.
Iniciando o processo de escrita A partir do esquema elaborado, 
você estará pronto para iniciar 
a produção escrita do artigo.
ORGANIZANDO O PROCESSO DE PRODUÇÃO DO ARTIGO 
ACADÊMICO
Suponhamos que seu professor solicite um artigo cujo tema é 
concepções de linguagem e sua relação com o ensino na sala de aula. 
Você vai ter de realizar uma pesquisa (leituras) sobre o tema e depois 
resumir ou fichar as obras lidas. Uma vez inteirado com o tema, você 
vai planejar cada uma das partes que compõem o artigo. O quadro 
que se segue é apenas ilustrativo. Você pode criar outros esquemas 
de trabalho. 
Organizando o processo de pré-produção do artigo 
Escolha do Tema (no exemplo dado: concepções 
de linguagem e sua relação 
com o ensino na sala de aula)
TÍTULO
 e
SUBTÍTULO
(elaboração preliminar)
 CONCEPÇÕES DE LIN-
GUAGEM: UM OLHAR SO-
BRE OS PROCESSOS INTE-
RATIVOS E APRENDIZAGEM
 NA SALA DE AULA
(Como afirmamos anteriormen-
te, o título anuncia para o leitor 
o tema/assunto sobre o qual o 
artigo irá versar. Na maioria das 
vezes, se dá um título provisó-
rio. Concluído o artigo, são re-
vistos o título e os subtítulos e 
feitas as alterações necessárias.)
DADOS DO AUTOR Ver quadro da página 51.
Prática de Leitura 
e Produção de 
Texto
Artigo
Página 57
RESUMO (na língua do texto) É a última etapa do processo de 
produção. Só pode ser produ-
zido depois que o artigo estiver 
integralmente escrito. Evite so-

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