Buscar

apostila uti

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 212 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 212 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 212 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO UTILIZADO NA 
DISCIPLINA DE ALTA COMPLEXIDADE MINISTRADA 
PELO PROF. ANDRÉ LUIZ HOFFMANN. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campo Grande - 2018 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE DE TERAPIA 
INTENSIVA: CONCEITOS 
GERAIS E PLANTA FÍSICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
2 
 
 
 
 
1) CONCEITOS BÁSICOS E PLANTA FÍSICA 
 
A prática nas enfermarias comuns ressalta o quanto é difícil o atendimento de um 
paciente grave sem perturbar a rotina da clínica. O paciente grave necessita de 
atendimento permanente, ele é “exclusivista”, e, enquanto a enfermagem somente se 
dedica a ele o resto da clínica fica sem o atendimento que deveria ter (Júlio 
Alexandre, 1984). 
Foi com a prática diária de pacientes graves em enfermarias, que como solução 
para estes, iniciou-se a criação de uma nova unidade, para concentrar estes 
pacientes num mesmo ambiente. Foi com o manejo de um grande número de 
pacientes graves por uma mesma equipe e em contato permanente com suas 
urgências e suas surpresas que nasceram processos terapêuticos inéditos e mais 
eficazes. 
Pode-se até conjectuarar que as atuais Unidades de Terapia Intensiva sejam os 
módulos embrionários de grandes centros de atendimento para o futuro. As vantagens 
para o doente, o hospital, os médicos, os enfermeiros e a sociedade de modo geral 
são evidentes. A Unidade de Terapia Intensiva como todo organismo, altamente 
diferenciado, tem detalhes complicados e de suma importância para o seu 
funcionamento. 
Portanto Unidade de Terapia Intensiva é a unidade hospitalar para atender 
doentes graves e recuperáveis, com assistência médica e de enfermagem integrais 
contínuas, especializadas e empregando equipamentos diferenciados (Júlio, 1984). 
Unidade de Terapia Intensiva é um local onde se encontra todo e qualquer 
paciente com risco iminente de morte (Knobel, 1999). 
A UTI deve ter uma área geográfica distinta dentro do hospital e, quando possível 
com acesso controlado (Knobel,2006). A sua localização deve permitir fácil acesso 
aos elevadores de serviço e de emergência, centro cirúrgico, sala de recuperação 
pós-anestésica, unidade de emergência, unidades intermidiárias e serviço de 
laboratório e radiologia. 
Segundo Denis, 2006, o número de leitos necessários para fornecer uma 
cobertura segura e adequada para pacientes gravemente doentes em um hospital 
depende da população atendida neste hospital, do número de cirurgias, número de 
médicos e enfermeiros e dos recursos institucionais. 
Um método empírico freqüentemente relatado é que em um hospital deve-se 
destinar 10% da sua capacidade de leitos para UTI. 
Na prática, segundo o ministério da saúde, o número mínimo de leitos para o 
funcionamento de uma UTI é cinco. Instalações menores tornam-se impraticáveis e 
muito onerosas, com rendimento insatisfatório. 
O ideal do ponto de vista funcional são oito a doze leitos por unidade. Caso esteja 
indicado um maior número de leitos, a UTI deve ser dividida em subunidades, de 
modo que proporcione maior eficiência de atendimento da equipe de trabalho 
(Claudia, 2006). 
O planejamento e projeto devem se basear nos padrões de admissão de 
pacientes, no fluxo de visitantes, funcionários e na necessidade de instalações de 
áreas de apoio. A unidade de internamento deve proporcionar condições de 
internação de pacientes graves em ambientes individuais e/ou coletivas conforme o 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
3 
grau de risco, faixa etária, doença e requisitos de privacidade. A unidade deve ter 
acesso aos meios de diagnóstico laboratorial, imagem e terapêutico por 24 horas. 
Manter condições de monitorização e assistência respiratória contínua (Luciana, 
2006). 
Tipo de Unidade: os pacientes devem ser alocados de modo que sua visualização 
direta pela equipe de saúde seja possível durante todo o tempo, permitindo sua 
monitorização contínua. Um critério importante para a observação contínua, é a forma 
de disposição dos leitos na UTI, que pode ser individual ou em uma área comum. 
Quando falamos em área comum, está indicada a separação dos leitos por meio de 
divisórias laváveis de modo a proporcionar privacidade aos clientes. 
Ruídos: segundo o Conselho Internacional de Ruído, recomenda que os níveis de 
ruídos nas áreas de terapia intensiva dos hospitais não ultrapassem 45dB durante o 
dia e 40dB durante a noite. No entanto, o nível de ruído na maioria dos hospitais está 
entre 50 e 70dB. Portanto, os sinais dos sistemas de chamada de enfermagem, bem 
como os alarmes dos equipamentos de monitorização e telefones, além da intensa 
movimentação da equipe de saúde se somam e intensificam a sobrecarga de ruídos 
nas UTIs. 
Por esta razão, alguns cuidados devem ser adotados: 
- Utilização de pisos que absorvem os sons (levando em consideração o controle de 
infecção hospitalar); 
- As paredes e o teto, devem ser construído com materiais dotados de alta 
capacidade de absorção acústica; 
Posto de enfermagem: deve ser confortável, proporcionar a visualização de todos os 
leitos e permitir todas as funções da equipe de trabalho. Um espaço adequado para 
terminais de computador e impressoras é essencial quando forem utilizados sistemas 
de informatização. Deve-se também prever um lugar adequado e seguro para o 
armazenamento dos registros médicos, prontuários, exames. 
Sala de utensílios limpos e sujos: estas devem ser separadas. O piso deve ser 
coberto com materiais sem emendas ou junções, para facilitar a limpeza. A sala de 
utensílios limpos é utilizada para armazenar material estéril proveniente da central de 
materiais, e acondicionamento de equipamentos, roupas, etc.. 
Já a sala de utensílios sujos (expurgo) deve ser localizada fora da área de circulação 
da unidade. Esta deve conter uma pia, um tanque, ambos com torneiras misturadoras 
de água. Deve ter espaço para abrigar roupas sujas, um vaso para descarte de 
resíduos com substâncias e fluidos corporais. 
Sala de serviços gerais: é destinada ao armazenamento de materiais e soluções 
utilizadas na limpeza e desinfecção da unidade. 
Sala para armazenamento de equipamentos: uma área para a estocagem de 
equipamentos que não estejam em uso ativo. Deve permitir fácil acesso e espaço 
adequado para a pronta utilização e remoção do equipamento desejado. 
Área destinada a funcionários: deve ser prevista, em cada UTI, uma sala destinada à 
equipe multiprofissional que proporcione um ambiente privativo, confortável e 
descontraído, contendo; uma copa, e descanso. Vestiários devem ser separados. 
Conforto médico: deve ser próximo da área de internação, de fácil acesso. 
Recepção da UTI: deve ter uma área para controlar o acesso dos visitantes. 
Módulo de Pacientes: devem ser projetados para apoiar as funções necessárias de 
saúde. Sua área deve ser suficiente para conter todos os equipamentos e permitir 
livre movimentação da equipe. Segundo as normas para projetos físicos de 
estabelecimentos assistenciais de saúde, o quarto fechado para adulto ou 
adolescente deve ter dimensões mínimas de 12m², com distância de 1 metro entre 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
4 
parede e leito, exceto cabeceira. A área coletiva deve ter dimensões mínimas para 
10m², distância de 1 metro entre as paredes e 2 metros entre os leitos. O quarto 
isolado (isolamento) é recomendável, e deve ser dotado de banheiro, área 
especificada para recipientes estanques de roupa limpa e suja e lavatório. 
Uma UTI deve conter janelas para diminuir o estresse do paciente, e também para 
orientação sensorial de dia/noite. Dispor de relógios, rádio, televisão. 
Box do paciente: deve conternúmero de tomada suficiente tanto para voltagem de 
110 e 220volts e adequadamente aterradas. As tomadas devem estar dispostas na 
cabeceira e localizadas aproximadamente a uma altura de 90 cm do chão, teve conter 
de tomada para Rx. A iluminação deve ser natural e também possuir iluminação geral 
de teto. O suprimento de oxigênio, ar comprimido e vácuo deve ser mantido nas 24 
horas. É recomendado que se tenha 02 saídas de O2, 02 de ar comprimido e 02 de 
vácuo por leito de UTI. A pressão ideal para suprir a necessidade de aspiração dos 
clientes teve manter um mínimo de 290mmHg. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRIAGEM PARA INTERNAÇÃO 
NA UNIDADE DE TERAPIA 
INTENSIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
6 
 
 
 
2) TRIAGEM PARA INTERNAR NA UNIDADE DE 
TERAPIA INTENSIVA 
São admitidos pacientes graves e recuperáveis, com as seguintes condições clínicas: 
 
2.1) Grave comprometimento da função vital: 
- Insuficiência Respiratória Aguda; 
- Insuficiência Renal Aguda; 
- Estado de Choque; 
-Estado de Coma (que exige prótese respiratória, ou com desequilíbrio 
hidroeletrolílitoco e ácido-base); 
- Grande desequilíbrio hidroeletrolítico; 
- Grande desequilíbrio ácido-base; 
- Tétano; 
- Grande Queimado; 
- Parada Cardíaca; 
- Politraumatizados; 
- Intoxicações Graves. 
 
2.2) Elevado Risco 
Com possibilidade eminente de sério comprometimento da função vital. 
- Insuficiência coronariana aguda; 
- Arritmias cardíacas; 
- Pós-operatórios especiais (Cardiovascular, Neurocirurgia, Cirurgia Torácica, Grande 
Cirurgia Geral). 
 
2.3) DINÂMICA FUNCIONAL BÁSICA NA UTI 
- O paciente que interna na UTI está grave; 
- Sua vida depende da atividade da EQUIPE DA UTI; 
- Para sobreviver necessita da EQUIPE a TODO MOMENTO; 
- Cada qual tem sua missão específica; 
- Portanto a UTI atende as Emergências DRAMÁTICAS; 
- Sua DINÂMICA IMPERIOSA é em REGIME DE PLANTÃO; 
- FUNCIONA ININTERRUPTAMENTE dia e noite; 
- Deve estar PREPARADA a atuar em qualquer situação; 
- Possui suas NORMAS GERAIS de ação, que devem ser OBEDECIDAS 
RESPEITADAS (Júlio, 1984). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HUMANIZAÇÃO EM UTI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
8 
 
 
 
3) HUMANIZAÇÃO EM UTI 
 
Humanizar a UTI significa cuidar do paciente como um todo, tornar efetiva a 
assistência ao indivíduo criticamente doente, considerando-o como um todo bio-psico-
sócio-espiritual. Humanizar: tornar humano, dar condição humana. 
Humanizar é individualizar a assistência frente às necessidades de cada um. Não é 
uma técnica, uma arte e muito menos um artifício, é um processo vivencial que 
permite toda a atividade do local e das pessoas que ali trabalham, dando ao paciente 
o tratamento que merece como pessoa humana, dentro das circunstâncias peculiares 
que cada um se encontra e no momento de sua internação. 
Os profissionais que assistem direta ou indiretamente os pacientes são os 
verdadeiros responsáveis pela humanização. É um processo que envolve todos os 
membros da equipe na UTI. A responsabilidade da equipe se estende para além de 
intervenções tecnológicas e farmacológicas focalizadas no paciente. Inclui a avaliação 
das necessidades dos familiares, grau de satisfação destes sobre os cuidados 
realizados e a preservação da integridade do paciente como ser humano. 
O conceito de humanização pode ser traduzido como uma busca incessante do 
conforto físico, psíquico e espiritual ao paciente, família e equipe. 
A humanização renasce para valorizar as características do gênero humano. É 
imprescindível no processo de humanização uma equipe consciente dos desafios a 
serem enfrentados e dos limites a serem transpostos. 
Os pacientes internados em UTI‟s, na maioria das vezes são dependentes e 
sentem-se imponentes com a falta de autonomia e controle de si mesma. A pessoa 
internada fica cercada de pessoas ativas e ocupadas o que freqüentemente pode ser 
um coadjuvante para a instalação da ansiedade e sentimentos de isolamento (estar 
só). A equipe hospitalar que ignora a presença de um paciente, independentemente 
do seu estado de vigilância, contribui para que ele se sinta isolado. O clichê 
tranqüilizador, “você ficará bom”, freqüentemente oferecido pela equipe que tentam 
conforta-lo, serve apenas para reforçar a sensação de distância que o paciente está 
sofrendo. Ele impede a expressão de temores e perguntas sobre o que ocorrerá a 
seguir. A eficiência e a atividade que circundam o paciente aumentam a sensação de 
separação. Enfim a insegurança do paciente deve ser considerada sensivelmente no 
processo da humanização. 
Segundo COHN descrevem comportamentos como característicos humanistas 
da assistência ao paciente que não podem ser substituídos por tecnologia: ouvir, dar 
atenção, humor, envolvimento e compartilhamento. 
COWPER-SMITH sugere a preservação da cortesia, da compaixão, do respeito, 
da dignidade e da sinceridade como essenciais no tratamento dos pacientes. 
JOURARD descreve vividamente seus sentimentos sobre a relação enfermeiro-
paciente, a atenção e a influência que possuem sobre a recuperação do mesmo. 
O calor humano, o amor e a atenção compreensiva estão entre os elementos 
essenciais em qualquer recuperação. 
No processo da Humanização a equipe, confrontada com o sofrimento diário, 
passa a manifestar mecanismos de defesa para diminuição de sua sensibilidade, 
favorecendo o aparecimento da calosidade profissional. Para que haja a humanização 
total em uma UTI três diferentes aspectos devem ser considerados: 
-Modo de se cuidar do paciente e seus familiares; 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
9 
-Atenção ao profissional da equipe; 
-Ambiente físico. 
 
3.1) O PACIENTE 
 
O paciente na UTI precisa ser respeitado e atendido em algumas necessidades e 
direitos humanos a exemplo de: controle da dor, privacidade, individualidade, direito à 
informação, ser ouvido nas suas queixas e angústias, atenção ao seu pudor, atenção 
as suas crenças e espiritualidade, a presença de sua família e principalmente direito a 
cuidados paliativos quando não houver mais possibilidade terapêutica. 
A hospitalização na UTI, evoca no paciente a fragilidade humana, com ela a 
desestabilização emocional, a exacerbação dos mecanismos de defesa, inquietação, 
intolerância, baixa resistência a frustração e outros estímulos estressores. 
 SEBASTIANI (1998) coloca que na hospitalização prolongada a ansiedade 
pode ser substituída pela angústia e depressão, falência dos mecanismos de defesa, 
apatia, amorfismo ou labilidade afetiva, lapsos de memória, lentificação de corso do 
pensamento, dispersividade intensa (comprometimento da atenção voluntária e 
individualitária), podendo ocorrer o surgimento de idéias destrutivas, fadiga crônica, 
perda da motivação e volição, prostração, insônia, isolamento, ambigüidade de 
sentimentos, exacerbação de atenção ás funções viscerais (indivíduo poliqueixoso), 
entre outras. A negatividade do paciente é evidente: as queixas somáticas se 
multiplicam, se desenvolvem sintomas clínicos claros, havendo predileção das 
manifestações mórbidas. A internação prolongada provoca a depressividade 
psicológica que tem em paralelo a imunodepressão, o que coloca o indivíduo em um 
estado de profunda fragilidade e debilidade psicofisiológica.Os sinais e sintomas 
descritos revelam que é impossível negar o doente e olhar apenas para a doença. 
 
3.2) A FAMÍLIA 
 
Entende-se como família a unidade social proximamente conectada ao paciente 
através do amor podendo ou não ter laços legais ou de consangüinidade. Acreditando 
que o paciente é um seguimento da família e que esta é de vital importância para a 
recuperação do paciente, é necessário atender as reais necessidades dos familiares. 
 Os multiprofissionais deveriam esclarecer seu desempenho junto ao paciente 
para o familiar. Nestas ocasiões informariam detalhes sobre o seu papel e função, 
transmitiria segurança aos familiares, estabelecendo um vínculo entre a equipe e a 
família. Esta, freqüentemente sente-se desamparada e temerosa à beira do leito de 
um paciente gravemente enfermo. Os tubos, curativos, fios e aparelhos com os quais 
a equipe está acostumada são amedrontadores para os membros da família. Eles 
vêem estes equipamentos fixados ao seu familiar e podem relutar em tocar o paciente 
por medo de causar dano a ele ou ao equipamento. Podem ficar surpresos e 
chocados ao ver alguém que amam estar tão enfermo. Neste momento a equipe tem 
a oportunidade de oferecer, de forma peculiar, apoio á família e ao paciente. 
Explicando e descrevendo o equipamento e o aspecto do paciente à família, antes 
que ele chegue à beira do leito, a equipe pode prepará-la para esta experiência difícil. 
Durante a explicação, a equipe pode usar o toque para desenvolver um sentimento de 
confiança e apoio coma família. À beira do leito, a equipe pode tocar o paciente, 
enquanto conversa com ele e um membro da família para demonstrar que o toque é 
seguro. Pegando a mão de um membro da família e tocando o braço, face, o ombro, 
ou a mão do paciente, a equipe pode ajudar a iniciar o comportamento de toque e 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
10 
reduzir o medo. 
 O processo de atuar como um modelo para a família é uma excelente forma de 
reduzir a ansiedade da família e do paciente e ajudá-los a sentirem-se mais a vontade 
em um ambiente estranho. 
 
3.3) A EQUIPE 
 
É fundamental no processo de humanização, entender a equipe, de maneira 
interdisciplinar, atuando e potencializando as ações entre si, respeitando o potencial 
de cada um. 
As intercorrências inesperadas como mudanças repentinas no estado clínico 
de um paciente que estava bem, aumentam a tensão e a ansiedade. Estas situações 
geram inquietude na equipe como um todo e os faz avaliar as capacidades pessoais 
de conviver no ambiente da UTI. Estes sentimentos podem levar a frustração, raiva, 
depressão e falta de confiança em si próprio, diminuindo a satisfação com o trabalho. 
É importante que a equipe esteja atenta e colabore para o trabalho interativo, 
contribuindo para o saber multidisciplinar, facilitando sempre o processo 
comunicacional. O trabalho em equipe como fala CAMPOS (1995), além de 
acrescentar conhecimentos e dividir ansiedade, favorece o surgimento de soluções. 
Vale lembrar que o cuidado emocional é de responsabilidade de toda a equipe 
de saúde, que precisa estar em condições emocionais para trabalhar com os 
pacientes, seus familiares e comunidades. Ser saudável é uma conquista que deve 
ser buscada não só para os pacientes, mas também para a vida dos profissionais que 
atuam em UTI. 
CAMPOS comenta ainda que: o bom senso, as trocas de conhecimentos entre 
os profissionais, o autoconhecimento, a interajuda, o apoio entre os membros da 
equipe facilitarão a atuação de cada um em benefício próprio, do paciente e da 
instituição. Pequenas atitudes profissionais podem indicar o processo da 
humanização, e resgatar a dignidade do ser humano, muitas vezes abalada pela 
situação de internação, tais como: 
-Chamar o paciente pelo nome; 
-Utilizar tom de voz calmo e em volume normal; 
-Olhar para o rosto do paciente e estabelecer contato cortês e respeitoso; 
-Dirigir-lhe a palavra sempre que se aproximar do leito para algum procedimento; 
-Examinar o paciente de maneira atenciosa; 
-Utilizar-se do toque cuidadoso; 
- Não acostumar com a morte. 
 
3.4) A IMPORTÂNCIA DO TOQUE NO CUIDAR 
 
O toque é uma forma importante de comunicação. A necessidade do contato 
tátil está presente em todas as pessoas ao nascimento e continua durante toda a sua 
vida, sendo intensificada durante episódios de estresse elevado e não pode ser 
totalmente atendida por outras formas de comunicação. Os enfermeiros e equipe de 
enfermagem, quando utilizam o toque, geralmente estão tentando transmitir 
compreensão, apoio, calor, preocupação e proximidade do paciente; ele não apenas 
melhora a sensação de bem-estar do paciente, mas também promove recuperação 
física da doença. 
Poucos avanços médicos podem superar os benefícios do toque caloroso e 
atencioso. 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
11 
Há uma necessidade aumentada na UTI, onde aparelhos e tecnologia 
contribuem fortemente para a despersonalização do paciente. Antes do 
desenvolvimento tecnológico, o máximo que um enfermeiro poderia oferecer a um 
paciente além de sua presença, capacidade técnica, conforto, era o toque auxiliava 
muito na terapêutica e no processo de comunicação enfermeiro-paciente. 
 
3.5) EFEITOS DO TOQUE DE ENFERMAGEM 
 
Desempenha papel importante na promoção e na manutenção da orientação 
em relação à realidade nos pacientes propensos a confusão em relação ao tempo, ao 
espaço e a identificação pessoal; 
Útil em situações nas quais as pessoas apresentam medo, ansiedade ou 
depressão; 
Benefício em pacientes que necessitam de encorajamento ou de acalento, 
dificuldade em verbalizar necessidades, ou que estão desorientados, não responsivos 
ou em fase terminal de doença. 
HOLLINGER, diz que é fundamental que a equipe de enfermagem esteja ciente 
que para os pacientes idosos, a necessidade de comunicação é maior. As estratégias 
de comunicação deve incluir meios verbais e não-verbais, “sendo o toque uma forma 
importante de internação não-verbal entre a equipe e o paciente”. 
Adquire sua importância devido à necessidade de estimulação ótima do 
sensório remanescente em virtude do comprometimento de mais de uma modalidade 
sensorial, ou em processos neurológicos ou psicossociais. Além da diminuição do uso 
dos sentidos, idosos também podem apresentar maior necessidade de comunicação 
afetiva devido à sua maior tendência ao isolamento e a solidão. Estes fatores 
influenciam muito, a saúde física e mental do idoso. 
Há evidência crescente de que a natureza da interação paciente-enfermeiro 
(equipe) influencia os resultados físicos e psicológicos da doença. “A razão pela qual 
o toque é uma expressão tão emocional é que as pessoas freqüentemente sofrem por 
sua ausência ou escassez”. 
A atenção, a confiança e o apoio desenvolvidos entre o enfermeiro (equipe) e o 
paciente constituem o fundamento do vínculo enfermeiro (equipe) – paciente. 
Nenhum outro profissional de saúde tem as oportunidades consistentes e freqüentes 
de interagir com o paciente dentro desta mesma estrutura. Nenhuma outra estrutura 
de interação pode oferecer ao paciente uma fonte mais potente de apoio: um 
fundamento profissional, instruído e uma aceitação humana, atenciosa como uma 
pessoa de valor e dignidade. 
Humanização é um processo construído com a ajuda de toda a equipe que 
assiste o paciente, sem esquecer que este “é um ser único, digno, que pensa, sente, 
possui valores, sentimentos, crenças, relaciona-se com o mundo a sua volta e que 
deve ser respeitado”. 
 
3.6) OS FAMILIARES DO PACIENTE INTERNADO NA UTI 
 
Entendemos como família a unidade social proximamente conectada ao 
paciente através do amor podendo ou não ter laços legais ou de consangüinidade. 
Acreditando que o paciente é um seguimento da família e que esta é de vital 
importânciapara a recuperação do paciente, é necessário atender as reais 
necessidades dos familiares. 
O núcleo familiar deve ser compreendido como uma unidade, um sistema que 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
12 
possui leis internas de funcionamento e organização. Quando um membro da família 
é hospitalizado, o equilíbrio e os papéis ocupados por cada um são afetados. 
A situação de crise vivida pelos familiares de pacientes internados em UTI 
pode ser exemplificada pela desorganização das relações interpessoais devido ao 
isolamento do paciente, problemas financeiros e medo da perda da pessoa amada. 
WALLACE-BARNHILI (1989) refere que o tempo requerido para o ajustamento 
familiar após internação em UTI é influenciado pelas seguintes características: 
- Idade e importância do paciente para a família 
- Número de membros da família diretamente envolvidos 
- Relações individuais dentro da família 
- Quantidade de estresse interpessoal no momento da crise 
- Estabilidade psicológica geral do sistema familiar. 
Cabe a enfermagem segundo GOMES (1988), a habilidade para assumir o 
importante papel de ligação entre o paciente e a família. Os multiprofissionais 
deveriam esclarecer seu desempenho junto ao paciente para o familiar. Nestas 
ocasiões informariam detalhes sobre o seu papel e função transmitindo segurança 
aos familiares, discutiriam suas dúvidas, estabelecendo um vínculo entre a equipe e a 
família. 
O processo de atuar como um modelo para a família é uma excelente forma de 
reduzir a ansiedade da família e do paciente e ajudá-los a sentirem-se maias à 
vontade em um ambiente estranho. 
TESK (1976) afirma que a permanência dos familiares junto ao paciente 
hospitalizado contribui significativamente para a conservação de sua integridade, 
essencialmente no aspecto psicológico (amor, auto-estima). 
Na prática observa-se que as ações recíprocas são uma constante e que estas 
provocam efeitos, resultados e reações, dentre os quais citam-se, pacientes 
inconscientes que através de reações biológicas estavam respondendo as trocas com 
o ambiente, quando ao sentir a presença dos familiares, através de ações como 
palavras carinhosas e animadoras e pelo toque carinhoso no corpo, respondeu com 
aperto de mão e lágrimas silenciosas no canto dos olhos. 
Encontram-se vários casos de familiares que verbalizavam ansiedade por 
desconhecerem a situação de saúde do cliente e as suas chances de recuperação e 
ao serem orientados pela equipe de enfermagem demonstraram maior tranqüilidade, 
mesmo sabendo que o cliente estava em estado grave. E por último cita-se o caso da 
família que, devido à internação do cliente na UTI, declarou dificuldades para receber 
a aposentadoria daquele, levando-os a problemas financeiros; foram orientados a 
procurarem setor de benefícios do INSS para esclarecimento, tendo como resultado a 
tranqüilidade pela viabilização dos recebimentos da aposentadoria. 
Os exemplos permitem afirmar que as ações recíprocas entre i cliente de UTI e 
sua família e o ambiente caminharam em direção a um resultado desejado e que este 
tinha como objetivo manter, promover e recuperar a saúde, pelo atendimento ás 
necessidades humanas básicas, a nível psicobiológico, psicossocial e psicoespiritual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECURSOS HUMANOS DE 
ENFERMAGEM EM UTI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
14 
 
 
 
 
4) RECURSOS HUMANOS DE ENFERMAGEM EM UTI 
 
 
 
 
 
4.1) A EQUIPE DE ENFERMAGEM NA UTI 
 
- INTRODUÇÃO; 
- NÚMERO DE ENFERMEIROS; 
- FUNÇÃO DOS ENFERMEIROS; 
- NÚMERO DE TÉCNICOS DE ENFERMAGEM; 
- FUNÇÃO DOS TÉCNICOS DE ENFERMAGEM. 
 
 
 
 
PESQUISA EXTRA-CLASSE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEGURANÇA DO PACIENTE 
EM UTI: O ENFERMEIRO E A 
PREVENÇÃO DE 
IATROGENIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
16 
 
 
5) DEFINIÇÃO 
O Termo iatrogenia deriva do iatros = médico; gignesthia = nascer, que deriva da 
palavra gênisis = produzir, e significa qualquer alteração patológica provocada ao 
paciente por má prática médica (Knobel, 2006). 
Estima-se que 7% dos pacientes hospitalizados atualmente nos EUA sofrem de 
um erro significativo na administração de medicamentos (Denis. 2006). 
O risco de ocorrência de iatrogenias tem aumentado de forma significativa 
devido principalmente ao maior número de opções terapêuticas e diagnósticas; 
Segundo Claudia, é improvável que erro no campo da medicina seja completamente 
eliminado. Todavia, o foco do cuidado à saúde deve proporcionar a otimização de 
sistemas com o intuito de reduzir o erro. 
 
5.1) TIPOS DE IATROGENIAS: 
 
A) IATROGENIA DE AÇÃO – é aquela que ocorre pela ação do profissional da 
saúde, desde a relação com o paciente, passando pelo diagnóstico, terapêutico, até a 
prevenção. Caracteriza imprudência ou imperícia do profissional da saúde. Essas 
iatrogenias estão mais freqüentemente associadas aos riscos gerados por 
procedimentos, cirurgias, má interpretação de informações clínicas e de exames 
subsidiários. 
 
B) IATROGENIA DE OMISSÃO – é aquela que ocorre pela falta de ação do 
profissional da saúde no diagnóstico ou tratamento e caracteriza-se por ato 
negligente. A omissão ocorre por má avaliação do risco da ação (Knobel, 2006). 
 
5.2) PORQUE AS IATROGENIAS OCORREM? 
Para Elisa, há uma íntima relação entre os fatores organizacionais, 
características, condições de trabalho e resultados de morbidade e mortalidade de 
uma UTI. Não é possível analisar um evento adverso fora do sistema de 
funcionamento da organização, sem levar em consideração as condições de trabalho 
da mesma. Os principais fatores relacionados com as iatrogenias são: 
 
A) CARACTERÍSTICA DO PACIENTE NA UTI – são os que apresentam pior 
condição clínica, maior gravidade da doença e agitação psicomotora. São os 
pacientes que recebem duas vezes mais drogas que os demais hospitalizados, 
aumentando sua exposição a erros. O trabalho na UTI é muito mais intenso, com 
múltiplas interações entre pacientes e cuidadores. E o mais importante é que o 
paciente de UTI tem maiores barreiras de comunicação, o que aumenta o risco de 
eventos adversos e reduz a possibilidade do paciente se defender. 
 
B) USO DE PROTOCOLOS – por ser uma unidade de alta complexidade, os 
protocolos por sua vez, favorecem a aquisição do conhecimento pela equipe, 
comunicação entre a mesma, coordenação do cuidado, bem como monitoramento dos 
resultados. Ex: traqueostomia. 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
17 
 
 
 
5.3) REDUZINDO A CHANCE DE OCORRÊNCIA DE EVENTOS 
ADVERSOS 
Sempre que ocorrer um erro notificar. Priorizar situação frente a um sistema de 
erros, conforme sua relevância para complicações, riscos, freqüência com que ocorre 
e custo; 
Desenvolver políticas, estratégias e procedimentos para prevenir, detectar e 
minimizar as conseqüências dos erros. Limitar a autorização para procedimento de 
alta complexidade para funcionário com maior experiência e habilidade técnica; 
Prescrição verbal de medicamento deve ser restrita à ocorrência de emergência e 
nessa ocasião sua confirmação é obrigatória. É preciso sempre aprender com os 
erros. 
 
5.4) PREVENIR O ERRO ANTES QUE OCORRA 
Utilizar equipos para dieta enteral que não conectem no polifix de cateter venoso 
central. A desconexãodos cateteres de HD pode ser prevenida por meio da utilização 
de filme transparente nas conexões. Utilizar equipos de cores diferentes. Remover as 
soluções de potássio em concentração elevada das unidades que são freqüentemente 
letais se associadas a erros na hora de diluir. (Knobel. 2006). 
Trabalhar pró-ativamente para a redução de eventos adversos significa 
identificar, classificar e monitorar esses eventos em UTI e mudar o foco do indivíduo 
para o processo. Atingir um balanço adequado entre o uso de um sistema apropriado 
e a responsabilidade pessoal e profissional em gerenciar os erros da equipe de saúde 
é uma estratégia importante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INFECÇÃO NOSOCOMIAL EM 
UTI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
19 
 
 
 
 
 
6) DEFINIÇÃO 
 
Segundo o CDC, uma infecção nosocomial é qualquer infecção adquirida 
durante a hospitalização, que não esteve presente nem se incubou por ocasião da 
internação e não esteve relacionada com uma hospitalização anterior. 
Considerando-se que todos os pacientes de cuidados intensivos apresentam mais 
provavelmente algum grau de defesa de hospedeiro modificada, eles estão em grande 
risco para o aparecimento de infecções nosocomiais. É indispensável ao enfermeiro 
de cuidados intensivos compreendam as causas das infecções nosocomiais e se 
esforcem por protocolos para diminuir o risco de infecção para seus pacientes (Gallo, 
1997). 
 
6.1) ETIOLOGIA E TRANSMISSÃO 
As infecções nosocomiais específicas que surgem nos pacientes em UTI são as 
das vias respiratórias, vias urinárias, de feridas cirúrgicas e bacteremias 
freqüentemente relacionadas com dispositivos invasivos. 
Existem duas categorias para transmissão dessas infecções: 
Fontes endógenas – derivado da flora no corpo do próprio paciente. 
Fontes exógenas – originando-se do ambiente hospitalar, como as das mãos dos 
profissionais. (Bennensen, 1990). 
O tipo mais comum de microorganismo isolado nos grandes hospitais é 
Staphylococcus aureus, da família dos gram-negativos. 
A forma mais comum de transmissão é sem dúvida as mãos dos profissionais, 
seguida por medicamentos, líquidos ou equipamentos contaminados e finalmente pelo 
uso de dispositivos invasivos que escapam aos mecanismos de defesa normal. As 
fontes aeróginas e a contaminação ambiental parecem ser uma causa menos 
importante de infecção (Gallo, 1997). 
 
6.2) TRATAMENTO 
Um dos mecanismos mais importantes para controlar as infecções nosocomiais é 
a lavagem das mãos. Entretanto, numerosos estudos demonstram que a equipe de 
cuidados intensivos descuida freqüentemente da importância desse método 
(Bennensen, 1990). 
 
6.3) INTERVENÇÕES PARA DIMINUIR AS INFECÇÕES 
NOSOCOMIAIS 
Lavagem das mãos entre um e outro pacientes; 
Limitar os visitantes que possam estar infectados; 
Inserção adequada e manutenção de dispositivos invasivos; 
Uso adequado de equipamento esterilizado e técnica asséptica com aspiração, 
Entubação, troca de curativo cirúrgico; 
Atenção aos cuidados da pele e higiene respiratória; 
Uso adequado de EPI para substâncias orgânicas na precaução de contato; 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
20 
Protocolo para as equipes, e controle das culturas; 
Vigilância contínua de todas as infecções; 
Uso de álcool 70% glicerinado pela equipe multidisciplinar. 
 
6.4) Staphylococcus aureus 
É da família dos gram-negativos, apesar dos antibióticos terem evoluído muito 
nos últimos anos, o S. aureus persistiu, tornando-se um grave problema hospitalar 
devido a sua freqüência elevada (é considerado endêmico na maioria dos hospitais), 
quanto a sua patogenicidade, é de fácil disseminação intra-hospitalar e sua 
resistência aos antibióticos (Luis Carlos, 2006). 
A primeira resistência que desenvolveu foi à penicilina G, em 1940. Entretanto 
com o advento das penicilinas semi-sintéticas (meticilina e axacilina) houve certa 
tranqüilidade no tratamento deste tipo de microorganismo. Esta situação se complicou 
desde a década de 80 com a resistência a meticilino. Com o crescimento expressivo 
de infecções hospitalares pelo S. aureus meticilino-resistente, conhecido como MRSA, 
iniciou-se o uso freqüente de antibióticos glicopeptídeos (como a vancomicina e 
teicoplamina) Knobel, 2006. 
O principal reservatório do S. aureus na natureza é o ser humano. Por fatores 
desconhecidos, alguns indivíduos são pesadamente colonizados e esta taxa aumenta 
entre pacientes portadores de diabetes-melito insulino dependente, pessoas que 
fazem uso intravenoso de drogas, diálise peritoneal ou hemodiálise e tratamento 
alergênico com injeções. Entre os profissionais da saúde, a prevalência da 
colonização nasal também é maior que na população em geral (Maria Yamashita, 
2006). 
Segundo Knobel (2006) a transmissão direta é o principal modo de transmissão 
hospitalar do MRSA, portanto, o cuidado com as mãos (anti-sepsia adequada) e uso 
correto de luvas de procedimentos são as principais formas de quebrar a cadeia 
epidemiológica. O principal modo de transmissão hospitalar do MRSA é por meio do 
paciente colonizado ou infectado. Esta transmissão é feita basicamente através das 
mãos do profissional de saúde. 
 
6.5) Pseudomonas aeruginosa 
Segundo Knobel (2006) a importância dos bacilos gram-negativos não 
fermentadores no âmbito hospitalar vem aumentando á cada dia. Á Pseudomonas 
aeruginosa é um dos agentes mais prevalentes de infecção hospitalar de grande 
importância devido à sua elevada capacidade de resistir aos antimicrobianos, mesmo 
às drogas mais novas. Estudos dos CDC mostram que alguns agentes infecciosos 
como a E.coli e a Klebsiella sp. Mantiveram-se constantes ao longo dos anos, 
enquanto a P. aeruginosa apresentou crescimento em sua participação. 
A P. aeruginosa tem predileção por locais úmidos (água, terra, plantas e 
animais). Pode estar presente no ambiente hospitalar e também colonizando o 
organismo humano. Este agente costuma tornar-se patogênico quando atinge 
organismos que não estejam com suas defesas naturais em equilíbrio, por exemplo: 
pele e tecido não íntegros, pacientes que fazem uso prolongado de cateteres 
intravenosos e urinários, quando não há neutropenia, câncer ou tratamento 
quimioterápico. 
Para Cláudia (2006), a P. aeruginosa tem sido isolada no ambiente hospitalar, 
em fluidos endovenosos ou líquidos de terapia respiratória, superfícies de 
equipamentos expostos ás mãos dos profissionais, secreções e excreções de 
pacientes. A colonização de pacientes constitui um importante reservatório 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
21 
principalmente nas UTIs onde os pacientes estão expostos a antibióticos de amplo 
espectro, dispositivos médicos e mãos dos profissionais. 
Alguns fatores individuais têm sido apontados para o aumento do risco de 
colonização pela P. aeruginosa: ileostomias, colostomia, intubação traqueal, 
traqueostomia, terapias com antibióticos de amplo espectro, idade acima de 65 anos, 
cirurgias gastrointestinal e anemia. 
A transmissão intra-hospitalar pode se dar através do contato com superfícies, 
materiais, equipamentos contaminados ou através das mãos dos profissionais de 
saúde que carreiam o microorganismo de paciente para paciente. Se técnicas 
padronizadas forem rigorosamente aplicadas como o uso de Precaução Padrão, 
lavagem das mãos, uso individualizado de materiais e equipamentos, técnicas 
corretas de limpeza, desinfecção, esterilização além de cuidados especiais como o 
uso de águas em procedimentos respiratórios do paciente, provavelmentea cadeia 
epidemiológica da transmissão estará rompida. 
 
6.6) Enterococcus 
Os enterococos são bactérias gram-positivas, que normalmente habitam o trato 
gastrointestinal e genital de praticamente todos os animais. São também encontrados 
em vegetais e água provavelmente decorrente da contaminação dos mesmos por 
excrementos de animais. 
Existem duas espécies de enterococos consideradas mais freqüente e 
importante: Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium. 
Segundo Knobel (2006), em 1989 teve surto de VRE (Enterococcus resistente a 
vancomicina) nos hospitais de São Paulo, correspondendo 0,4% das infecções 
hospitalares. O VRE tem característica própria e importante: é bastante resistente ás 
intempéries ambientais e, portanto, consegue sobreviver muito bem em superfícies 
inanimadas. Em alguns estudos de surto de infecção por enterococos, o agente foi 
isolado em termômetros, mãos dos profissionais da saúde e grade das camas. 
A taxa de mortalidade dos pacientes infectados pelo VRE é alta girando entorno 
de 17 a 100%. Sem considerar a mortalidade, também aumenta a morbidade e os 
custos para o sistema de saúde. 
 
6.7) Acinetobacter 
O Acinetobacter sp è um gram-negativo largamente distribuído na terra, água e 
ocasionalmente na pele, mucosas e secreções. São responsáveis por septicemias, 
pneumonias, endocardites, meningites, infecções de pele e trato urinário. 
A virulência do Acinetobacter está relacionada com a presença de uma capa de 
polissacarídeo, capacidade de adesão a células epiteliais e de obter ferro para seu 
crescimento e produção de uma toxina (lipídeo A). O seu desenvolvimento de 
resistência é rápido. Pode ser por transmissão cromossômica ou mediada por 
plasmídeos. Desde 1970 vem surgindo cepas multirresistentes e nos últimos estudos 
resistência ao imipenem (PAN). Sensível somente a polimixina e tigacil. 
O Acinetobacter faz parte da flora da pele (axila, virilha, dedo do pé). Em 
pacientes hospitalizados, a colonização é elevada, especialmente nos pacientes 
encubados com alta colonização do trato respiratório. Sua propagação está 
relacionada com a presença de grandes reservatórios que são a pele, trato 
respiratório e feridas superficiais. Sua resistência em ambientes hospitalares se faz 
através da contaminação de profissionais de saúde, materiais de entubação e 
equipamentos respiratórios. A bactéria resistente no ambiente em condições difíceis, 
pois sobrevive em diferentes temperaturas e variações de acidez. 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
22 
A taxa de transmissão do Acinetobacter em pacientes não hospitalizados é 
baixa. Em contrapartida nos hospitalizados é alta. As medidas de controle de 
propagação são muito importantes para reduzir a ocorrência de infecção por essa 
bactéria que vem assumindo, cada vez mais as taxas de infecções hospitalares em 
UTI, visto a sua resistência a tratamentos antibióticos vem se tornando cada vez 
maior. 
 
 A) MEDIDAS DE CONTROLE 
A higiene das mãos continua sendo a medida preventiva mais importante e que 
comprovadamente reduz o risco de transmissão dos microorganismos de pessoa-a-
pessoa ou de um sítio para o outro no mesmo paciente. Higienizar as mãos 
prontamente e de maneira adequada após contato com cada paciente e após contato 
com sangue, fluidos corporais, secreções e equipamentos ou artigos contaminados 
com mesmos e após retirar as luvas, é componente importante do controle da 
infecção e das medidas de isolamento. 
 
B) USO DE EPI 
 
1) LUVAS SÃO UTILIZADAS POR TRÊS IMPORTANTES RAZÕES: 
Promover barreira protetora e prevenir contaminação grosseira das mãos ao 
tocar sangue, fluídos corporais, secreções, excreções, membranas mucosas e pele 
não íntegra; para proteção do funcionário; 
Reduzir a possibilidade das mãos contaminadas com microorganismos de 
pacientes ou fômites serem veículos de transmissão a outros pacientes. Há 
necessidade de troca de luva de um paciente para outro, e lavagem das mãos ou 
simplesmente se estiverem limpas aplicar uma conchinha de álcool 70% glicerinado; 
Reduzir a possibilidade dos microorganismos presentes nas mãos da equipe de 
saúde serem veículos de transmissão a pacientes durante procedimentos invasivos 
ou outros procedimentos que envolvam contato com membranas mucosas ou pele 
íntegra. 
Aventais de tecido ou impermeáveis devem ser utilizados e são indicados nos 
casos de risco de contaminação das roupas dos funcionários, visitas e também para a 
proteção da pele do contato com sangue, fluidos e secreções corporais. 
Os materiais perfuro-cortantes devem ser descartados em recipientes resistentes 
à perfuração, enquanto outros artigos podem ser descartados em sacos seguindo 
corretamente as cores. 
Artigos de uso comunitário (monitor de transporte, respirador de transporte, 
torpedos de O2, bombas de infusão e suporte de soro), devem ser manuseados de 
maneira a reduzir o risco de transmissão de microorganismos e diminuir a 
contaminação ambiental no hospital, devem ser limpos com álcool 70% (CDC-1995). 
 
C) AMBIENTES SUPERFÍCIES FIXAS 
Devem ser tratados de maneira uniforme, basicamente com técnica de limpeza 
efetiva com água e sabão em superfícies fixas e álcool 70% em mobiliário. 
 
D) SUGESTÃO DE PROTOCOLO PARA CONTROLE DE BACTÉRIAS 
MULTIRESSISTENTES 
Em gosto de 1996, foi criado um grupo específico para auxiliar na 
execução/manutenção das medidas de prevenção e controle de infecção hospitalar. É 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
23 
uma proposta trazida pelo CDC, publicado no guia de conduta Guindeline. 
1) OBJETIVOS 
Controlar a disseminação de bactérias multirresistentes dentro das Unidades de 
Terapia Intensiva e Semi-intensiva; 
Monitorização microbiológica constante das unidades para detecção de emergência 
de novos padrões de resistência a antimicrobianos; 
Intervir precocemente em eventuais surtos de infecção hospitalar. 
 
E) SELEÇÃO DOS PACIENTES SUJEITOS À VIGILÂNCIA MICROBIANA 
Segundo Knobel, 2006. Pacientes que estiverem internados por mais de 72 
horas no CTI sem perceptiva de alta no dia da coleta; 
Pacientes internados em outras unidades do hospital há mais de uma semana 
que forem transferidos para UTI devem ser coletado material para cultura; 
Pacientes internados em outras instituições há mais de 24 horas e transferido 
para UTI desde que estejam intubados ou traqueostomizados ou que tenham algum 
tipo de ferida com exsudato; 
Todos os citados acima deveram ser colocados em precaução de contato e 
submetidos á coleta de culturas. 
 
F) MATERIAIS ASEREM ENVIADOS PARA CULTURA 
Cultura de secreção traqueal para pacientes entubados ou traqueostomizados; 
Cultura de exsudato de ulcera por pressão; 
Culturas de feridas cirúrgicas, com qualquer tipo de exsudato; 
Swab-nasal; 
Material de drenos. 
 
G) PRIORIDADE DA COLETA DE CULTURAS 
Pacientes internados na UTI por mais de 72 horas, e depois uma vez por semana; 
Pacientes provenientes de outros hospitais (com internação a mais de 24 horas) ou de 
outras unidades do próprio hospital (internados a mais de sete dias) coleta-se no dia 
da entrada na UTI depois 01 vez por semana (APECIH-1999). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TECNOLOGIA EM UTI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
25 
 
 
 
 
7) TECNOLOGIA EM UTI 
 O avanço da medicina tem ligação direta dos recursos tecnológicos 
aplicados no atendimento e diagnóstico de enfermidades que acometem 
o homem 
 
 Porém tais recursos só tem valor quando aplicados de forma correta por 
profissionalhabilitado e capacitado para manipular e interpretar as 
informações oriundas destes equipamentos 
 
 
 
 Esses recursos são desde uma simples torneira até mesmo a 
equipamentos mais sofisticados como tomográficos, monitores e 
respiradores mecânicos 
 
 O uso, manutenção e conservação e que vão ditar a durabilidade de tais 
equipamentos, sendo que um serviço organizado é primordial para tal 
ocorrência 
 A utilização de rotinas faz-se necessário 
 
LIMPEZA DA MÁQUINA 
DIÁRIA – ÁLCOOL 70% 
TERMINAL 
Água 
Sabão 
Álcool 70% 
Ácido peracético 
Virkon 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
27 
LIMPEZA DA MÁQUINA 
 
Deve ser realizada conforme rotina estabelecida em conjunto com SCIH levando- se 
em conta tipo de paciente e orientação do FABRICANTE. 
 
LIMPEZA DO CIRCUITO 
ONDE DEVE SER REALIZADA? 
NA UNIDADE 
Pessoal treinado 
Local adequado – expurgo 
EPI‟s adequados 
NA CME 
 
DESINFECÇÃO OU ESTERILIZAÇÃO 
MATERIAL CLASSIFICADO COMO SEMI-CRÍTICO ONDE PODE SER 
SUBMENTIDO A DESINFECÇÃO DE ALTO NÍVEL (Lacerda, 2003; 
Fernandes, 1999): 
Imersão em glutaraldeído 2% por 30‟ 
 
PASTEURIZAÇÃO 
 
ESTERILIZAÇÃO POR ÓXIDO DE ETILENO 
 
TRANSPORTE DO CIRCUITO 
 
 
 
 
MONTAGEM DO EQUIPAMENTO 
DEVO UTILIZAR PARAMENTAÇÃO COM AVENTAL E LUVA ESTÉRIL, 
MÁSCARA, TOUCA E EM SALA ESPECIAL? 
LUVA PLÁSTICA ESTÉRIL? 
LUVA DE PROCEDIMENTO APENAS? 
RIGOROSA HIGIENE DAS MÃOS? 
 
 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
28 
BOMBA INFUSORA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
29 
RESPIRADOR DE TRANSPORTE 
Limpeza da máquina 
Desinfecção/esterilização/filtro de barreira 
Quedas 
Baterias 
Ajustes 
 
 
 
 
MONITOR DE TRANSPORTE 
Limpeza da máquina 
Quedas 
Baterias 
Ajustes 
 
 
 
 
MONITOR MULTIPARAMÉTRICO 
FIXAÇÃO 
 
MANUTENÇÃO 
 
LIMPEZA 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
30 
 
PARAMETROS DE ALARMES 
 
 
 
 
 
MONITOR DE PIC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
31 
 
SISTEMAS DE GASES 
Limpeza 
Organização 
Suporte 
Fluxômetros 
 
 
 
 
 
 
7.1) MONITORES CARDÍACOS, PRESSÃO ARTERIAL, RESPIRAÇÃO, 
SATURAÇÃO, TEMPERATURA, PRESSÃO INTRACRANIANA, PRESSÃO 
VENOSA CENTRAL, PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA. 
São aparelhos eletrônicos usados nas Unidades de Terapia Intensiva, a beira de 
cada leito e proporciona a apresentação visual contínua do eletrocardiograma, do 
ritmo cardíaco, da pressão arterial e PAM, saturação parcial de oxigênio, respiração, 
pressão venosa central e pressão intracraniana. Sua função específica é acompanhar 
os pacientes graves internados, para ser observado as arritmias precoce (como 
taquiarritmias e bradiarritmias), oscilações bruscas da PA e PAM, desaturações, 
taquipnéais ou apnéia, hipertensões intracranianas, e se tornando medidas profiláticas 
evitando intercorrências fatais. 
Normalmente todos os monitores são compostos de módulos chamados de 
cardioscópio, amplificadores do ECG e ritmo cardíaco (os monitores modernos não 
têm mais botões isolados para estas determinadas funções, pois eles já fazem 
automaticamente). 
- CARDIOSCÓPIO – sua função é apresentar numa tela o sinal contínuo do 
eletrocardiograma. Todo monitor contem uma tecla liga/desliga, controle para filtro de 
interferência, velocidade da onda, configuração dos alarmes. 
- AMPLIFICADOR DO ECG – sua função é ampliar cerca de 300.000 vezes o sinal do 
eletrocardiograma obtido do paciente através dos eletrodos. 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CUIDADOS INTENSIVOS EM 
UTI: SISTEMATIZAÇÃO DA 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
33 
 
 
8) CONCEITO 
 
“É a dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas ao ser humano. 
Caracteriza-se pelo inter-relacionamento e dinamismo de suas fases” (Horta, 1979). 
 FASES: “É formado pelo histórico de enfermagem, diagnóstico de enfermagem, 
plano assistencial, plano de cuidados ou prescrição de enfermagem, evolução e 
prognóstico de enfermagem” (Horta, 1979). 
 
OBJETIVO GERAL: Tem como objetivo principal guiar as ações de enfermagem com 
o propósito de auxiliar o cliente a satisfazer suas necessidades individuais. Para tanto 
é necessário buscar informações sobre as necessidades e as demais respostas do 
cliente aos processos vitais. (Bub, 2001). Conhecer o processo da assistência de 
enfermagem, através de uma ferramenta teórico-prática. 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: contribuir para as mudanças no cenário das práticas de 
enfermagem no âmbito hospitalar e na saúde pública; contribuir para o ensino e 
pesquisa; desenvolver competências conceituais, técnicas para sistematizar a 
assistência de enfermagem. 
 
LEGISLAÇÃO: resolução do COFEN – 272/2002, toda instituição de saúde brasileira 
deve dispor da sistematização da assistência de enfermagem; considerando o código 
de ética dos profissionais de enfermagem, aprovado pela resolução COFEN 240 
/2000. 
 
COFEN NO USO DE SUAS ATRIBUIÇÕES LEGAIS E REGIMENTAIS: 
Considera que a sistematização da assistência de enfermagem – SAE é 
atividade privativa do enfermeiro. Utiliza método e estratégia de trabalho científico 
para a identificação das situações de saúde /doença, subsidiando ações de 
assistência de enfermagem, que possam contribuir para a promoção, prevenção, 
recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, família e comunidade. Considera a 
institucionalização da SAE como prática de um processo de trabalho adequado às 
necessidades da comunidade e como modelo assistencial a ser aplicado em todas as 
áreas de assistência à saúde pelo enfermeiro. Considera que a implementação da 
SAE constitui, efetivamente, melhora na qualidade da assistência de enfermagem. 
 
RESOLUÇÃO ART. 1° - AO ENFERMEIRO INCUMBE: 
PRIVATIVAMENTE: 
A implantação, planejamento, organização, execução e avaliação do processo de 
enfermagem, que compreende as seguintes etapas: 
A consulta de enfermagem compreende o histórico (entrevista), exame físico, 
diagnóstico, prescrição e evolução de enfermagem. 
 
8.1) HISTÓRICO DE ENFERMAGEM 
É realizado através de um roteiro sistematizado para o levantamento de 
informações sobre a situação de saúde do cliente, tornando possível a identificação 
de seus problemas de saúde (Horta, 1979). 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
34 
Conhecer hábitos individuais do cliente que possam facilitar a adaptação do 
mesmo à unidade de tratamento, além de identificar os problemas passíveis de serem 
abordados nas intervenções de enfermagem; 
Para a coleta de dados há necessidade de um instrumento sistematizado de 
acordo com o referencial teórico (Horta, Orem); 
Os dados coletados deverão ser registrados no prontuário do paciente, 
obedecendo a normas, qualidade de informação e legibilidade. Foi introduzido por 
Wanda de Aguiar horta por volta de 1965; Era chamado de anamnese de 
enfermagem, que mais tarde foi mudado para histórico de enfermagem; 
Segundo horta 1979, o histórico de enfermagem também é denominado de 
levantamento, avaliação e investigação que, constitui a primeira fase do processo de 
enfermagem. 
Campedelli et al, 1989 – o histórico de enfermagem é o levantamento das 
condições do paciente através dautilização de um roteiro próprio, que deverá atender 
as especificidades da clientela a que se destina. 
Cianciarullo, 1976 – o histórico de enfermagem consiste de “um roteiro 
sistematizado para levantamento de dados que sejam significativos para a 
enfermagem sobre o paciente, família ou comunidade, a fim de tornar possível a 
identificação dos seus problemas de modo que, ao analisá-lo adequadamente, possa 
chegar ao diagnóstico de enfermagem”. 
Para Bub (2001), no histórico de enfermagem ocorre á busca de informações 
subjetivas e objetivas do cliente, utilizando como instrumento o diálogo, a observação 
e o exame físico. As informações subjetivas descrevem a visão do indivíduo em 
relação a uma situação ou uma série de acontecimentos, incluindo as sensações (dor, 
calor, frio, etc.) e sentimentos (raiva, amor, medo etc.), humor (ansioso, calmo, 
nervoso, agitado) idéias do cliente sobre si e seu estado de saúde e, ainda, suas 
expectativas quanto ás orientações propostas, efeitos indesejáveis de medicamentos 
ou mesmo frente á necessidade de hospitalização. 
Outra técnica valiosa para a coleta de informações é a chamada técnica de 
comunicação não verbal, que facilita e intensifica a comunicação dialógica, favorece a 
interação com o cliente e, muitas vezes, transmite a mensagem de forma mais 
eficiente e mais rápida do á comunicação verbal. Os componentes não verbais mais 
comuns incluem a expressão facial, a posição do corpo, o toque, a voz, o silêncio e o 
ouvir atuante. A utilização correta destes componentes transmite ao cliente segurança 
e confiança no cuidado recebido, diminuindo o medo e a ansiedade que acompanham 
o indivíduo quando percebem que sua saúde está ameaçada ou quando a 
hospitalização é necessária. Sempre manter o cliente informado acerca da sua 
situação de saúde, se está ameaçada ou quando a hospitalização é necessária. 
A observação como método de coleta de informações do histórico envolve o uso 
dos sentidos (visão, audição, olfato, e tato) e, sobretudo, da intuição (conhecimento 
proveniente da experiência pessoal). 
Outro método importante de coleta de informações é o exame físico. Durante o 
qual o enfermeiro utiliza quatro técnicas específicas: inspeção, ausculta, palpação e 
percussão. Estas técnicas auxiliam na avaliação das necessidades psicobiológicas 
afetadas em termos do sujeito da necessidade (Horta, 1979). 
 
COMPREENDE: 
Entrevista 
Exame físico 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
35 
 
 
A) ENTREVISTA DE ENFERMAGEM 
 
PROCESSO COMPLEXO QUE EXIGE MUITA HABILIDADE DE: 
 
1- Comunicação e diálogo; 
2- Relacionamento interpessoal eficaz; 
3- Sentimento de confiança e de respeito mútuo. 
4- Ambiente tranqüilo e confidencial; 
Espontâneo; 
Amigável. 
 
CARACTERÍSTICAS DO ATENDIMENTO: 
Atender por atender; 
Rapidez é mais importante que a qualidade; 
Para ter sucesso o enfermeiro deve saber escutar, encorajar o cliente a se expressar. 
 
B) EXAME FÍSICO 
Começa logo após a entrevista (dados subjetivos) sobre a história de saúde do 
cliente; 
Os dados subjetivos são coletados sistematicamente durante a fase do exame físico 
para complementar e validar os dados subjetivos do cliente; 
Fornece uma avaliação holística do cliente. 
Diferencia achados físicos normais dos anormais; 
Avalia a condição física atual do cliente; 
Detecta os primeiros sinais de problemas de saúde em desenvolvimento; 
Estabelece uma base de dados para futuras comparações; 
Analisa as reações às intervenções de enfermagem; 
Avalia a eficácia das intervenções de enfermagem. 
 
B.1) TÉCNICAS DO EXAME FÍSICO 
Inspeção 
Ausculta 
Palpação 
Percussão 
 
8.2) DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 
O Enfermeiro após ter analisado os dados colhidos no histórico e exame físico, 
identificará os problemas de enfermagem, as necessidades básicas afetadas e grau 
de dependência, fazendo julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo, da 
família e comunidade, aos problemas, processos de vida vigentes ou potenciais. 
Os diagnósticos de enfermagem provêm dos focos da ciência clínica da 
enfermagem (Gordon apud Cruz, 1997). Eles revelam as necessidades de cuidados 
de enfermagem e para onde se dirigem os nossos “que fazerem” (Cruz, 1997). 
O diagnóstico de enfermagem envolve três tipos de atividades: 
- Busca de informações; 
- Interpretação; 
- Denominação ou rotulação. 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
36 
 
 
 
A) Exemplo de Diagnóstico de Enfermagem mais utilizado no dia a dia: 
- Memória prejudicada; 
- Capacidade adaptativa intracraniana reduzida; 
- Padrão respiratório ineficaz; 
- Troca gasosa prejudicada; 
- Débito cardíaco diminuído; 
- Alteração da perfusão tissular ineficaz; 
- Risco para alteração na temperatura corporal; 
- Excesso de volume de líquido; 
- Risco para déficit no volume de líquido; 
- Deglutição prejudicada; 
- Déficit no autocuidado para alimentação; 
- Integridade da pele prejudicada; 
- Mobilidade física prejudicada; 
- Risco para infecção; 
 
8.3) PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM 
É a implantação do plano assistencial pelo roteiro diário que coordena a ação da 
equipe de enfermagem na execução dos cuidados adequados ao atendimento das 
necessidades básicas e específicas do ser humano (Horta, 1979). 
É o conjunto de medidas decididas pelo enfermeiro, que direciona e coordena a 
assistência de enfermagem ao paciente de forma individualizada e contínua, 
objetivando a prevenção, promoção, proteção, recuperação e manutenção da saúde. 
Paim, 1988 – relata que a prescrição de enfermagem significa medidas de 
solução para os problemas do paciente, indicados e registrados previamente pelo 
enfermeiro, com finalidade de atender as necessidades humanas desse mesmo 
paciente sob sua responsabilidade. 
Para Padilha, Valente 1985 – prescrição de enfermagem é um método de 
trabalho científico, por meio do qual o enfermeiro pode garantir uma função 
profissional específica; 
Deve ser elaborada a partir de problemas prioritários do paciente sem, contudo, 
serem omitidos aqueles que deverão ser tratados a “posteriori”. 
Segundo Padilha, Valente 1985, a prescrição de enfermagem deve anteceder a 
prestação da assistência; 
Deve ser elaborado de modo a expressar claramente o plano de trabalho; 
 
A) PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM: 
Toda prescrição de enfermagem deve ser precedida de horário e data no início do 
turno; 
Utilizar verbos de ação (Verbo sempre no infinitivo, o que fazer; como fazer; onde 
fazer (parte do corpo), quando fizer e com que freqüência); 
Exemplo: realizar curativo oclusivo com solução fisiológica a 0,9% em incisão 
cirúrgica na região abdominal às 08 horas. 
Ser concisa e redigida em linguagem comum aos elementos da equipe; 
Conter determinação de horários, que devem ser checados logo após a execução dos 
cuidados; 
Ser elaborada diariamente para um período de 24 horas. 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
37 
Deve ser reavaliada e modificada de acordo com as condições do paciente; 
Especificar os cuidados em ordem cronológica de execução, conforme as prioridades 
estabelecidas; 
Deve conter ações específicas do enfermeiro. 
Letra legível e sem rasuras; 
 
A) A PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM DEVE CONTER: 
Utilizar os verbos de ação no infinitivo, levando em consideração o grau de 
dependência e independência do paciente: 
Na dependência total: fazer, realizar, mudar, colocar, movimentar, levantar, aplicar, 
executar, lubrificar e pesar. 
Na dependência parcial ou de ajuda: auxiliar, ajudar, acompanhar, fornecer, facilitar. 
Á nível de orientação: orientar, esclarecer, discutir, debater, explicar, informar, 
reforçar. 
Á nível de supervisão: supervisionar, observar, avaliar, inspecionar, controlar...... 
Á nível de encaminhamento: levar, encaminhar, conduzir, dirigir..8.4) PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM CLASSIFICADA POR 
NECESSIDADE HUMANA BÁSICA (NHB) 
 
A) NECESSIDADES PSICOBIOLÓGICAS: 
 
Regulação Neurológica - (nível de consciência, condição das pupilas, presença de 
cefaléia, convulsões, dormência ou alteração na mobilização de alguma parte do 
corpo, alteração da memória); 
Oxigenação - (freqüência respiratória, ausculta pulmonar, tosse, expectoração, 
presença de secreção, necessidade de oxigenioterapia); 
Regulação Vascular - (pressão arterial, pulso, PVC, PAM, característica dos pulsos 
radiais, poplíteo, femural e pedioso; coloração da pele e extremidades, perfusão 
periférica); 
Regulação Térmica - (temperatura axilar, retal); 
Hidratação - (hábitos de ingesta hídrica (volume, freqüência, preferência), turgidez da 
pele, condições da mucosa oral, presença de edema, sede e outras manifestações de 
perda ou retorno de líquidos); 
Alimentação - (hábitos alimentares, apetite, intolerância, deglutição e digestão); 
Eliminação - (hábitos intestinais (freqüência, constipação, diarréia, incontinência), 
estomias, hábitos urinários, disúria, urgência ao urinar); 
Integridade Física. 
Sono e Repouso - (hábitos relacionados, características, problemas); 
Atividade Física - (prática de exercícios, postura corporal, atividade motora); 
Cuidado corporal - (capacidade para auto-cuidado, condições de higiene pessoal); 
Segurança física - (risco para queda, fugas, ferimentos, necessidade de isolamento); 
Sexualidade – (traumas, problemas relacionados); 
 
B) NECESSIDADE PSICOSSOCIAL 
 
Comunicação - (distúrbio da fala, idioma, tipo de expressão da mensagem); 
Gregária - (isolamento social, presença de visitas); 
Recreação e lazer - (hábitos e preferências); 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
38 
Segurança emocional - (saudade do lar, mudança de ambiente, medo da morte, 
medo conseqüências da doença, problemas financeiros); 
Auto-estima, autoconfiança e auto-respeito - (manifestação de desequilíbrio, senso 
de valor depreciado, não aceitação da sua condição de saúde, revolta, pessimismo, 
auto-depreciação); 
Liberdade e participação - (participação do plano terapêutico, reação à rotina 
hospitalar); 
Educação para a saúde e aprendizagem - (conhecimento sob seu estado de 
saúde); 
Auto-realização - (falta de autoconfiança, manifestações da não realização); 
 
C) NECESSIDADES PSICOESPIRITUAIS 
 
Religiosidade - (fonte de força ou significado espiritual, crença religiosa); 
Espiritualidade - (fonte de força ou significado espiritual, crença religiosa). 
Horta (1979) ressalta que as necessidades são inter-relacionadas e fazem parte de 
um todo indivisível do ser humano de tal forma que, quando qualquer uma se 
manifesta, todas elas sofrem algum grau de alteração. Assim, a proposta apresentada 
acima serve apenas como uma baliza teórica para a ação, jamais podendo ser 
entendida como algo rígido e inflexível, e sim como algo extremamente dinâmico que 
precisa ser validado constantemente com o cliente e modificado sempre que possível. 
 
D) PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM – NECESSIDADE HUMANA BÁSICA 
 
EXEMPLO: 
NHB – REGULAÇÃO VASCULAR: 
PA 160/95mmHg, ausculta cardíaca arrítmica, ingurgitamento das jugulares, pulsos 
radiais arrítmicos e taquicárdico, FC- 95 bpm. 
NHB – OXIGENAÇÃO: 
Queixa de falta de ar à noite, tosse seca, Fr-26 rpm, tórax assimétrico, dispnéia, 
amplitude respiratória superficial, ausculta pulmonar com crepitações médias em HTE. 
INTEGRIDADE FÍSICA: 
Higiene bucal precária, presença de prótese dentária superior e inferior com presença 
de restos alimentares e crostas, halitose e língua saburrosa. 
 
MANTER OXIGËNIO ÚMIDO VIA MÁSCARA DE VENTURY 50%: M-T-N 
JUST - O oxigênio diminui o trabalho respiratório, a dispnéia e a permeabilidade 
capilar pulmonar. Aumenta o conforto e bem estar do paciente. A dispnéia e amplitude 
respiratória superficial ocorrem possivelmente devido ao aumento do coração que 
surgiu quando o ventrículo esquerdo entrou em falência e os pulmões se tornaram 
congestionados e edematosos. A dispnéia pode estar associada à ansiedade; ou 
também ocorre pelo mecanismo compensatório na insuficiência cardíaca congestiva 
pulmonar (BLACK-JACOBS 1996). 
 
MANTER CABECEIRA ELEVADA 45° OU SEMI-FOWLER: M-T-N 
JUST - Diminui o esforço dos músculos respiratórios e a utilização de oxigênio. 
Posição de semi-fowler facilita a respiração. 
 
ANOTAR TIPO E FREQÜÊNCIA RESPIRATÓRIA DE 4/4 HORAS: 8-15-16-20-24-04 
JUST - Pois avalia o aumento ou a redução da congestão da rede vascular venosa 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
39 
pulmonar, da elasticidade dos pulmões e do espaço para as trocas gasosas. A 
dispnéia se agrava quando a congestão alveolar se manifesta, pois o líquido interfere 
com a disfunção do oxigênio e do gás carbônico através das paredes alveolares, o 
que resulta na redução de oxigênio das hemáceas (BLACK E JACOBS). 
 
8.5) EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM 
É o relatório diário ou periódico das mudanças sucessivas que ocorrem no ser 
humano enquanto estiver sob assistência profissional, ou seja, uma avaliação global 
do plano de cuidados (Horta, 1979). 
 
 
 
 
“Junte as folhas diariamente, cate seus problemas e resolva-os, removendo o 
que não serve mais, separando o que é importante e o que não é” (autor 
desconhecido). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
40 
 
 
 
 
 
8.6) EXAME FÍSICO 
Não toque o paciente – observe o que você vê, cultive seu poder de observação. 
(William Osler, 1919) 
 
A) INSPEÇÃO 
Aparência geral 
Estado de nutrição 
Biotipo 
Simetria (cefalocaudal) 
Postura e a marcha 
Fala 
 
B) AUSCULTA 
Envolve a audição de sons produzidos por órgãos internos. 
Esta técnica fornece informações sobre a fisiopatologia de um órgão. 
Á ausculta isolada não tem nenhum significado. 
 
C) PALPAÇÃO 
É o uso da sensibilidade tátil, para determinar as características de um sistema 
orgânico. 
Exemplo: uma massa pulsátil no abdômen poderia ser um aneurisma de aorta 
abdominal. 
 
D) PERCUSSÃO 
Está relacionada „a percepção tátil e ao som produzido quando um golpe agudo é 
aplicado a uma região que está sendo examinada. 
Á percussão oferece informação valiosa sobre a estrutura do órgão ou tecido 
subjacente. 
 
8.7) CABEÇA E PESCOÇO 
Não é necessário equipamento especial para o exame de cabeça e pescoço; 
O exame consiste de inspeção e palpação; 
Paciente deve estar sentado, de frente para o examinador. 
 
A) INSPEÇÃO DA CABEÇA E PESCOÇO 
Inspecionar a posição da cabeça; 
Mantém cabeça ereta; 
Assimetria da estrutura facial; 
Se a cabeça é proporcional ao resto do corpo. 
Inspecionar couro cabeludo quanto: lesões, massas, quelóides, descrever tipo do 
cabelo, sujidade, oleosidade, pedículos, caspas. 
Inspecionar órbitas oculares quanto presença de proptose (disfunção da tireóide). 
Descrever cor, ires, presença de secreção.... 
Inspecionar pescoço à procura de assimetria; 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
41 
Inspecionar presença de cicatrizes, massas, nódulos, fissuras, tireóide; bócio; 
Inspecionar a naturalidade do pescoço; 
Presença de ingurgitamento das veias jugulares externas. 
 
 
 
B) PALPAÇÃO DA CABEÇA E PESCOÇO 
A palpação confirma as informações obtidas pela inspeção; 
A cabeça deve ficar ligeiramente fletida e apoiada pela mão do examinador; 
Toda região do crânio deve ser palpada a procura de dor, ou de massas, sempre 
utilizando a polpa dos dedos. 
Caso sejam palpados nódulos, deve ser avaliado quanto seu tamanho, consistência, 
dor, mobilidade. 
Exemplo: nódulos doloridos = processo inflamatório. 
Nódulos firmes, fixos = sugestivos de neoplasia. 
Palpação da glândula tireóide. 
Abordagem anterior: leve flexão do pescoçoe rotação. 
Abordagem posterior: ocorre colocação das duas mãos do examinador. 
Sempre procurar sentir a consistência da glândula tireóide, dor, ausculta. 
 
- CLÍNICO PATOLÓGICO 
Um aumento da tireóide pode estar associado ao hipertireóidismo, hipotireoidismo, 
bócio simples ou multinodular. 
Sinais cutâneos de hipertireoidismo incluiu: 
Pele quente; 
Eritema; hiperidrose (aumento da sudorese); 
Hiperpigmentação 
Alterações do crescimento das unhas. 
 
C) TÓRAX 
Utilizaremos inspeção, ausculta, percussão e palpação. 
Inspeção do tórax: 
Conforto do paciente, desconforto agudo, dilatação nasal, respiração oral, se há sinais 
audíveis de respiração com estridor ou sibilo, se há cianose. 
Inspecionar postura do paciente. 
 
C.1) INSPEÇÃO DO TÓRAX 
A configuração do tórax pode indicar doença pulmonar; 
Inspecionar o diâmetro antero-posterior; 
Tipos de tórax: normal, barril, cifose, pectus excavatum e o pectus carinatum (peito 
pombo); 
Avaliar a freqüência e o padrão respiratório (bradipnéia, taquipnéia, apnéia, hiperpnéia 
(aumento da profundidade da respiração), respiração kussmaul, Cheyne-stokes, Biot. 
Sempre inspecionar as mãos quanto baqueteamento digital, perda do ângulo entre a 
unha e a falange terminal (está associado com vários distúrbios: tumores 
intratorácicos, DPOC, fibrose). 
 
C.2) AUSCULTA TÓRAX 
É a técnica de escutar os sons produzidos pelo corpo; 
Ausculta do tórax é para identificar os ruídos pulmonares (normais) e os ruídos 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
42 
adventícios (patológicos); 
Nunca deve ser ouvido por cima de roupas. 
 
- MURMÚRIOS VASICULARES - NORMAIS 
Traqueal: som rude, alto, agudo, tempo I:E é igual, ouvido sobre a traquéia. 
Brôquio: som alto, agudo, soam como ar passando por um tubo, tempo I:E inspiração 
mais curta do que a expiração, houvesse sobre o manúbrio. 
Broncovesicular: é uma mistura de som brônquio e vesiculares, som moderado, tom 
moderado, tempo I:E é igual, são ouvido geralmente no 1º e 2º espaço intercostal 
(sobre o brônquio-fonte) 
Vesiculares: som suave, grave, ouvido sobre a maior parte dos campos pulmonares. 
Tempo I:E inspiração maior que a expiração, ouvido geralmente no 3º e 4º espaço 
intercostal (bases pulmonares). 
 
- RUÍDOS ADVENTÍCIOS - PATOLÓGICOS 
Os ruídos adventícios ou também ditos de patológicos são: 
Sibilos: são ruídos musicais, contínuos ouvidos principalmente durante a expiração. 
Ocorre devido ao estreitamento do brônquio por edema, secreção, espasmos, tumor, 
ou corpo estranho. 
Estertores: ruídos não musicais, descontínuos, curtos, ouvidos principalmente 
durante a inspiração. Parece estar relacionado com líquido no interior do brônquio. 
Atrito pleural: é um som de rangido da pleura, impedido por resistência. 
Roncos: som grosso, por acúmulo de secreções. 
 
C.3) PALPAÇÃO DO TÓRAX 
Consiste na técnica de colocar as mãos, consiste na seguinte avaliação: 
Áreas de dor á palpação; 
Simetria da incursão torácica; 
Frêmito tátil. 
 
- PALPAÇÃO PARA PESQUISA DE DOR 
Devem ser avaliadas todas as áreas torácicas; 
Golpeia-se suavemente o dorso do paciente com o punho do examinador; 
Uma queixa de dor pode estar relacionada somente com dor musculoesquelética, e 
não do coração e do pulmão. 
 
- AVALIAÇÃO DA INCURSÃO TORÁCICA 
Esta é a técnica da mão aberta sobre o dorso do paciente ou também dita técnica da 
prega dorsal. 
Caso paciente possua doença pulmonar a sua expansão do tórax afetado. 
 
- FRÊMITO TÁTIL 
É a palpação da parede torácica enquanto o paciente fala, estas vibrações podem ser 
sentidas pelas mãos. 
O frêmito tátil fornece informações úteis sobre a densidade do tecido pulmonar 
subjacente e a cavidade torácica; 
Condições que aumentem a densidade do pulmão e o tornem mais sólido, fazem com 
que o som ressoe mais, frêmito tátil estará aumentado. 
Se houver excesso de tecido adiposo, ar ou líquido na cavidade torácica, haverá 
diminuição do frêmito tátil. 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
43 
 
 
 
C.4) PERCUSSÃO DO TÓRAX 
Á percussão do tórax consiste em dar pancadinhas em uma superfície para 
determinar a estrutura subjacente. 
O som ouvido e a sensação tátil percebida dependem da relação entre o ar e o tecido; 
Á percussão sobre um tecido sólido como o fígado, produz uma nota maciça, de baixa 
amplitude e curta duração, sem ressonância. 
 Á percussão sobre um órgão contendo ar e tecido como o pulmão, produz uma nota 
ressonante, de maior amplitude e tom mais grave. 
Á percussão sobre uma estrutura oca contendo ar, como o estômago, produz uma 
nota timpânica e timbre alto. 
Á percussão sobre uma massa muscular, como a coxa, produz uma nota de timbre 
alto e claro. 
Quando os pulmões estão preenchidos por líquido se tornam mais densos, como 
na pneumonia, a ressonância é substituída por macicez. 
O termo hiper-ressonância (hipertimpânico) foi aplicado à nota de percussão obtida de 
um pulmão com densidade reduzida, como ocorre no enfisema. 
 
8.8) O CORAÇÃO 
Ao realizar a ausculta cardíaca devemos levar em consideração: 
Foco aórtico: no segundo espaço intercostal, borda esternal direita; 
Foco pulmonar: segundo espaço intercostal, borda esternal esquerda; 
Foco tricúspide: quinto espaço intercostal esquerdo próximo esterno; 
Foco mitral: quinto espaço intercostal esquerdo abaixo do mamilo, também dito de 
ápice cardíaco=ponto de impulso máximo (pim). 
 
A) CICLO CARDÍACO 
Com o fechamento das válvulas atrioventriculares, tricúspide e mitral produz a 
primeira bulha cardíaca b1 (tum); 
Com o fechamento das válvulas semilunares, aórtico e pulmonar, produz a segunda 
bulha cardíaca b2 (tá). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA 
NA UTI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA ELABORADA PELA ENFERMEIRA PROFESSORA EDIVANE CONTE. 
45 
 
 
9) DEFINIÇÃO 
 
Para muitos Enfermeiros Intensivistas, a avaliação e o tratamento de um 
paciente com um problema neurológico constituem um dos maiores desafios (GALLO, 
1997). 
Há três objetivos principais na avaliação de Enfermagem de um paciente com 
um problema neurológico real ou potencial. O primeiro objetivo é reunir dados sobre o 
funcionamento do sistema nervoso de uma forma objetiva e ordenada (deve ser 
usado um formulário padrão para todos os enfermeiros, para que não haja dúvida na 
hora de realizar uma avaliação de enfermagem quanto ao seu estado de consciência). 
O segundo objetivo da avaliação neurológica é correlacionar os dados com o 
tempo. 
O terceiro objetivo da avaliação neurológica pela enfermagem é determinar o 
efeito da disfunção sobre a vida diária do paciente e a capacidade de cuidar de si 
próprio (GALLO, 1997). 
A avaliação neurológica começa no primeiro encontro com o paciente. O diálogo 
com o paciente e a sua família é uma fonte vital de dados necessários para avaliar o 
funcionamento geral. 
 
9.1) EXAME FÍSICO NEUROLÓGICO 
 
A) NÍVEL DE CONSCIÊNCIA 
A qualidade de consciência de um paciente é o parâmetro mais básico e mais 
crítico que exige avaliação. O nível de consciência de um paciente e de resposta ao 
ambiente é o indicador mais sensível de disfunção do sistema nervoso. 
A avaliação do nível de consciência é um dos parâmetros mais importantes para 
se determinar as necessidades assistenciais de um paciente, principalmente daqueles 
com distúrbios neurológicos (HOHL, 2003). 
Sabe-se que a consciência depende da função encefálica intacta e que as 
alterações da mesma são sinais de insuficiência cerebral. Os distúrbios da 
consciência refletem disfunção cerebral e o coma significa insuficiência cerebral. A 
enfermeira deve conhecer e

Continue navegando