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Medicina 9 de Julho – Amanda Lua COMPLEXO ESTIMULANTE CARDÍACO Resumo do Capítulo 10 do livro Fisiologia Médica por Guyton & Hall, 13ª Ed. • Átrios se contraem antes da contração ventricular, o que permite o enchimento dos ventrículos. O sistema excitatório e condutor especializado do coração • É composto por nodo sinusal (ou sinoatrial ou nodo S-A), vias intermodais, nodo A-V, feixe A-V e ramos direito e esquerdo de fibras de Purkinje. Nodo sinusal • O nodo sinusal é uma faixa pequena de músculo cardíaco especializado. • Fibras do nodo sinusal têm capacidade de autoexcitação. Mecanismos de ritmicidade do Nodo Sinusal • As membranas celulares das fibras sinusais são por natureza mais permeáveis ao cálcio e ao sódio. o Portanto, o potencial de repouso da membrana das fibras sinusais é menos negativo que o de uma fibra muscular ventricular, por exemplo. • Miocárdio apresenta três tipos de canais iônicos nas suas membranas: o Canais rápidos de sódio o Canais de cálcio tipo L o Canais de potássio • Funcionamento de uma fibra muscular cardíaca típica, em sequência: o Abertura dos canais rápidos de sódio → responsável pelo potencial em ponta rápido do PA, observado no músculo ventricular por causa da entrada rápida de íons sódio positivos para a fibra. o Abertura mais vagarosa dos canais de sódio-cálcio lentos → forma o “platô” do potencial de ação ventricular o Abertura dos canais de potássio → permite a difusão de grandes quantidades de íons positivos de potássio para o exterior da fibra muscular § Potencial de membrana volta ao repouso • Funcionamento da fibra do nodo sinusal, em sequência: o Por conta do potencial de repouso ser menos negativo, os canais rápidos de sódio já foram em sua maioria “inativados” – o que significa que ficaram bloqueados. o Sendo assim, só os canais lentos de sódio-cálcio podem ser abrir, serem ativados, e deflagrarem o PA. § Por isso, o potencial de ação (PA) ocorre mais lentamente que o potencial de ação do músculo ventricular. o Além disso, a volta do potencial de membrana para seu estado negativo também ocorre lentamente – diferente das fibras ventriculares. Medicina 9 de Julho – Amanda Lua • Sobre a autoexcitação das fibras do nodo sinusal: o Íons positivos de sódio (Na+) tendem a vazar para o interior dessas células → o influxo de sódio positivamente carregado provoca lento aumento do potencial de membrana de repouso em direção aos valores positivos → autoexcitação o Por que esse vazamento de íons sódio e cálcio não faz que essas fibras permaneçam continuamente despolarizadas? § (1) Porque os canais de cálcio se inativam após 100 a 150 ms de abertura. § (2) Porque, ao mesmo tempo, grande número de canais de potássio se abre, • Dessa forma, o infuxo de íons positivos cessa, enquanto ao mesmo tempo, grandes quantidades de íons positivos de potássio se difundem para o exterior da fibra. • Esses dois efeitos negativam o potencial de membrana que volta a seu valor de repouso. • Na sequência, canais de potássio permanecem abertos por mais alguns décimos de segundo, permitindo, temporariamente, a saída de cargas positivas do interior da célula → excesso de negatividade dentro da fibra → hiperpolarização o Por que esse estado de hiperpolarização não se mantém permanentemente? § (1) Ao longo do processo, cada vez mais canais de potássio vão progressivamente se fechando. § (2) Por conta do vazamento das cargas de sódio e cálcio para o interior da célula, que faz retornar o potencial de membrana para o repouso. As vias internodal e interatrial transmitem impulsos cardíacos pelos átrios • Potenciais de ação originados no nodo sinusal se propagam para diante por essas fibras musculares atriais. Medicina 9 de Julho – Amanda Lua O nodo AV retarda a condução do impulso dos átrios para os ventrículos • O sistema condutor atrial é organizado de tal modo que o impulso cardíaco não se propague dos átrios aos ventrículos muito rapidamente. • Responsáveis por esse retardo da transmissão para os ventrículos → nodo AV e suas fibras condutoras adjacentes. • O nodo AV está situado o na parede posterior do átrio direito, imediatamente atrás da valva tricúspide. • Há um retardo no próprio nodo AV, antes que o impulso alcance a porção penetrante do feixe AV, pelo qual atinge os ventrículos. Além disso, o retardo final ocorre nesse feixe penetrante. Causa da condução lenta • A condução lenta nas fibras transicionais, fibras nodais e no feixe penetrante AV é explicada pelo o reduzido número de gap junctions entre as células das vias de condução. § Portanto, existe grande resistência para a passagem de íons excitatórios de uma fibra condutora para a próxima. Transmissão rápida no sistema de Purkinje ventricular • Fibras de Purkinje especializadas, exceto em sua porção inicial – onde atravessam a barreira fibrosa AV –, têm características funcionais opostas às das fibras do nodo AV. o São fibras muito calibrosas, até maiores que as fibras musculares normais do ventrículo. • Transmite quase que instantaneamente o impulso cardíaco por todo o restante do músculo ventricular → conduz o potencial de ação em maior velocidade. • Motivos da transmissão rápida dos PA pelas fibras de Purkinje o (1) Permeabilidade muito alta das gap junctions nos discos intercalados o (2) Contêm muito poucas miofibrilas § Significa que pouco ou nada se contraem durante a transmissão do impulso. Transmissão unidirecional pelo Feixe AV • Característica especial do feixe AV → incapacidade dos PA serem conduzidos retrogradamente para os átrios a partir dos ventrículos. • Átrios e ventrículos são completamente separados por barreira fibrosa contínua o Exceto pelas fibras do feixe AV A distribuição das fibras de Purkinje nos ventrículos – os ramos direito e esquerdo • Cada ramo se dirige para o ápice cardíaco progressivamente dividindo-se em ramos cada vez menores. Esses ramos, por sua vez, se dispersam lateralmente em torno de cada câmara ventricular e retornam em direção à base do coração. • As extremidades finais das fibras de Purkinje penetram o miocárdio e, por fim, ficam contínuas com as fibras musculares do coração. Medicina 9 de Julho – Amanda Lua Transmissão do impulso cardíaco pelo músculo ventricular • Atingida a extremidade final das fibras de Purkinje, o impulso é transmitido para toda a massa muscular ventricular pelas próprias fibras musculares. • A transmissão do impulsso da superfície endocárdica até a superfície epicárdica não é instantânea. Isso porque o músculo cardíaco se enrola. O impulso cardíaco não é, necessariamente, conduzido diretamente para fora para a camada mais superficial do coração. Controle da excitação e da condução no coração O nodo sinusal é o marca-passo normal do coração • Algumas outras partes do coração também podem apresentar excitação intrínseca rítmica do mesmo modo que as fibras do nodo sinusal: o Fibras do nodo AV e fibras de Purkinje • Fibras do nodo AV → frequência de 40 a 60 vezes por min. • Fibras de Purkinje → frequência de 15 a 40 vezes por min • Nodo sinusal → frequência de 70 a 80 vezes por min • Por que o nodo sinusal controla a ritmicidade cardíaca e não o nodo AV ou as fibras de Purkinje? o Porque a descarga do nodo sinusal é mais rápida que a autoexcitação do nodo AV e das fibras de Purkinje. Marca-passos anormais – marca-passo “ectópico” • O marca-passo pode ser o nodo AV ou as fibras de Purkinje caso o nodo sinusal não esteja em sua plena atividade. o Um marca-passo em qualquer lugar que não o nodo sinusal é referido como marca-passo “ectópico”. • Síndrome de Stokes-Adams Os nervos simpáticos e parassimpáticos controlam a ritmicidade cardíaca e a condução de impulsos pelos nervos cardíacos • O coração recebe inervação pelos nervos simpáticos e pelos parassimpáticos (vagal). • Nn. parassimpáticos o Distribuem-se majoritariamentepara nodos sinusal e AV o Pouco menos para musculatura atrial o Muito pouco para músculo ventricular • Nn. simpáticos o Distribuem-se por todas as porções do coração. A estimulação parassimpática (vagal) desacelera o ritmo e a condução cardíaca • A estimulação parassimpática do coração libera hormônio acetilcolina pelas terminações vagais o Esse hormônio tem dois efeitos principais sobre o coração: § Diminui o ritmo do nodo sinusal § Reduz a excitabilidade das fibras juncionais AV entre a musculatura atrial e o nodo AV, lentificando, assim, a transmissão do impulso cardíaco para os ventrículos. Medicina 9 de Julho – Amanda Lua • Estimulação vagal o Leve a moderada → reduz a frequência cardíaca até cerca de metade do valor normal o Intensa → pode interromper por completo a excitação rítmica do nodo sinusal ou pode bloquear a transmissão do impulso cardíaco dos átrios para os ventrículos pelo nodo AV § E o que ocorre após estimulação intensa? Batimento ventricular pode ser interrompido por 5 a 20 seg, mas então em algum ponto das fibras de Purkinje, desenvolve-se ritmo próprio, causando contração ventricular na frequência de 15 a 40 bpm → escape ventricular Mecanismo dos Efeitos Vagais • Liberação de acetilcolina → aumenta permeabilidade da membrana aos íons potássio (K+) → vazamento desse íon para fora das fibras condutoras → provoca aumento da negatividade no interior das células → hiperpolarização o Torna esses tecidos excitáveis menos excitáveis. § Explicação: no nodo sinusal, o estado de hiperpolarização torna o potencial de repouso da membrana das fibras sinusais mais negativo que o usual. Portanto, a subida inicial do potencial de membrana, exige muito mais tempo para atingir o potencial limiar para a excitação → diminuição da frequência cardíaca A estimulação simpática aumenta o ritmo cardíaco e a condução • Efeitos da estimulação simpática: o Aumenta a frequência de descargas do nodo sinusal o Aumenta a velocidade da condução, bem como a excitabilidade em todas as porções do coração o Aumenta muito a força de contração Mecanismo do Efeito Simpático • Ocorre liberação do hormônio norepinefrina pelas terminações nervosas → estimulação dos receptores adrenérgicos beta 1 o Há, provavelmente, o aumento da permeabilidade das fibras aos íons sódio e cálcio → torna potencial de repouso mais positivo → aumento da inclinação da elevação do potencial de membrana durante a diástole em direção ao nível limiar de autoexcitação → aumento da frequência cardíaca
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