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FSM – P7 – M13 | HELOYSA RIBEIRO 1 Pediatria Heloysa Ribeiro infecções respiratórias na emergência Introdução A FR da criança é diferente do adulto e varia de acordo com a sua idade IVAS As infecções de vias aéreas superiores são o principal problema de saúde em crianças que levam à emergência pediátrica, pois geralmente cursam com febre e vômito, causando preocupação aos pais. Geralmente crianças < 5 anos – podem ter mensalmente; Podem ter de 4-14 episódios por ano - principalmente as que têm irmão mais velho ou frequentam escolas ou creches; Apesar de a maioria ser de etiologia viral, é a maior causadora do uso abusivo de antibióticos → confundem-se devido à hiperemia de mucosa (garganta inflamada), amigdalite (que é viral em 75% dos casos e as quais podem, inclusive, ter foco purulento também); A transmissão se dá por via aérea através de gotículas de saliva e de mãos contaminadas. Resfriado Comum Agentes etiológicos - Rinovírus (30-50%), Coronavírus (10-15%), Parainfluenza, Adenovírus, Enterovírus, ente outros Duração – 5 a 10 dias, com sintomas leves. A tosse pode persistir por até 3 semanas (tosse esporádica), persiste enquanto a mucosa está em recuperação; Quadro clínico • Insidioso e com sintomas de vias aéreas superiores; • Febre baixa • Obstrução nasal • (não significando necessariamente ser algo bacteriano) • tosse – pode duar até 01 semana • Dor na garganta. Exame físico • Hiperemia de mucosa • Adenomegalias... Ausculta: roncos de transmissão, dependendo do grau de obstrução nasal podem ser ouvidos até sem estetoscópio Obs: importante saber diferenciar de estertores e outras alterações das vias respiratórias Diagnóstico - Unicamente clínico Tratamento: • Sintomático - Antipiréticos, soro fisiológico nasal, hidratação oral... A lavagem nasal com soro é muito eficiente, tanto no tratamento quanto para prevenção - os bebês já saem da maternidade com essa orientação → recomenda-se de no mínimo de 3x/dia Obs: Não usar - descongestionantes, anti- histamínicos, AINEs. Complicações • Otite média aguda (mais comum) • Sinusite aguda (rinossinusite) Gripe Muitas vezes os sintomas da gripe são confundidos com o Resfriado comum P7 – M13 Prof: Dra Thaíse Brasileiro FSM – P7 – M13 | HELOYSA RIBEIRO Agente etiológico: Influenza Quadro clínico • Súbito e intenso • Febre alta • Congestão nasal e coriza mais intensos • Sintomas sistêmicos, como mialgia, fadiga e inapetência (não presentes no resfriado) • Cefaleia intensa • Tosse • Dor de garganta • Mialgia, fadiga e inapetência Duração: até 15 dias Diagnóstico e Tratamento iguais ao do resfriado comum O vírus Influenza H1N1 é bastante perigoso para a população infantil, na qual o quadro clínico tende a ser mais grave, o que a coloca em um grupo de risco. Na campanha de vacinação as crianças geralmente são do grupo prioritário Já o Coronavírus atinge as crianças de forma mais leve e as complicações são mais raras, então as crianças não são um grupo de risco. Influenza (H1NI) Casos graves relacionados a grupos de risco: idosos, crianças nos primeiros anos de vida (geralmente <5 anos), gestantes, portadores de doenças crônicas e imunocomprometidos; Pode apresentar infecções bacterianas secundárias - maior morbimortalidade; As crianças têm um importante papel na cadeia de transmissão do vírus: são acometidos de forma importante e excretam o vírus por tempo mais prolongado Obs: quanto ao Coronavírus, a criança é o grupo com menor capacidade de transmissão Diagnóstico – essencialmente clínico Investigação laboratorial pode ser feita se for necessário para confirmação: • Hemograma característico (leucopenia, leucocitose ou neutrofilia) • Marcadores de função hepática (pois pode ter acometimento hepático): CPK, TGO, TGP, bilirrubinas • Padrão-ouro: PCR-RT (swab nasal) Exames de imagem • Radiografia de tórax: infiltrado intersticial localizado ou difuso (geralmente difuso) ou presença de área de condensação • TC: infiltrado intersticial difuso, principalmente nos lobos médio e inferior, e consolidações de tamanhos variáveis nos casos que complicam para pneumonia Tratamento • Medidas de suporte, hidratação, repouso • Sintomáticos - analgésicos e antitérmicos • Antivirais (Oseltamivir (Tamiflu®) e Zanamivir): devem ser usados na fase precoce (1ªs 48h de sintomas quando há suspeita de contato ou se há muitos casos recentemente) para maior eficácia; reduz a 3 duração dos sintomas, o risco de ocorrência de complicações e a morbimortalidade do grupo de risco; também são benéficos para pacientes hospitalizados se iniciados em até 4-5 dias dos sintomas, mas não tanto quanto seria antes. Indicações do Oseltamivir: • SRAG - a qualquer momento de suspeita diagnóstica (tentar iniciar <48h); • Síndrome gripal: crianças <5 anos (o maior risco de hospitalização é em <2 anos, especialmente as <6 meses), população indígena ou com dificuldade de acesso (grupo de risco), indivíduos <19 anos em uso prolongado de AAS e indivíduos com comorbidades; Indicações Antibioticoterapia • Iniciar empiricamente se a criança já chegou grave; • Se ela já tinha diagnóstico de H1N1 e evoluiu para piora clínica após melhora inicial; • Sem melhora após 3-5 dias de antivirais. Indicações Corticosteroides • Não é indicado para tratar a Influenza, apenas complicações associadas: asma, pneumonia associada, falência respiratória ou SRAG... • A Imunoglobulina não está indicada para crianças! Coronavírus Crianças são menos propensas a se infectarem do que os adultos • apresentam quadro clínico mais leve e menor risco de desenvolver complicações → isso leva a uma menor pesquisa da taxa de infecção das crianças (por não se fazer o teste) → subnotificação e números subestimados; Obs: Geralmente a criança infectada apresenta apenas febre por um dia e nenhum outro sintoma. Suspeita-se do diagnóstico quando há outros casos na mesma residência; Papel na cadeia de transmissão: muito baixa transmissão entre crianças, mais provável ser intra-domiciliar. Obs: Também pode apresentar infecções bacterianas secundárias, que são mais perigosas que o próprio Coronavírus; Diagnóstico clínico • Diferenciar síndrome gripal de uma SRAG • Casos iniciais leves e subfebris podem evoluir para evolução progressiva da temperatura e a febre pode persistir além de 3-4 dias Testes sorológicos • Padrão-ouro: PCR-RT → até 7 dias desde início dos 1ºs sintomas (ideal a partir do 3º dia) • Quantitativos (IgM, IgG e IgA) e teste rápido (IgM e IgG) → após 7 dias dos 1ºs sintomas FSM – P7 – M13 | HELOYSA RIBEIRO Existem casos em que o IgG demorou muito mais tempo para ficar reagente, assim como casos em que o IgM demorou muito mais para desaparecer. Apesar disso, a afirmação de que, enquanto não houver IgG, a pessoa ainda está transmitindo, é falsa. Estudos mostraram que, em casos de sintomas leves, após o 10º dia de infecção, já não há mais transmissão. Diagnóstico laboratorial • Hemograma: leucocitose, com progressiva linfopenia nos casos graves, e plaquetas normais – no adulto as plaquetas costumam vir baixas; • PCR pode esta normal ou aumentado • Procalcitonina: >0,5ng/ml (50%) → sugere infecção bacteriana secundária • TGO, TGP, enzimas musculares, mioglobina e D-dímero podem estar aumentados • Padrão-ouro: PCR-RT No COVID as opacidades são mais presentes devido às infecções bacterianas secundárias. Tratamento Obs: A maioria dos relatos de tratamentos são provenientes de estudos em adultos, portanto, o bom senso deve prevalecer quando se trata com crianças infectadas ou com suspeitas; • Medidas desuporte, hidratação, repouso • Sintomáticos - analgésicos e antitérmicos Prioridades Identificação precoce Isolamento precoce → manter em quartos separados mesmo antes da confirmação laboratorial Diagnóstico precoce (história clínica, Swab...) Tratamento precoce Indicação de UTIP • Insuficiência respiratória aguda com necessidade de assistência respiratória (ventilação não invasiva, cateter nasal de alto fluxo ou VM invasiva); • Choque séptico decorrente de infecção bacteriana secundária • Disfunção orgânica Coadjuvantes • Lopinavir e Ritonavir: não recomendados para faixa pediátrica, pois não apresentou redução da mortalidade, do tempo para melhora clínica ou da carga viral; • Oseltamivir: iniciar quando não há certeza diagnóstica e suspeita-se de H1N1; quando chegar o resultado 5 do teste, se for COVID, deve ser suspeso; • Corticosteroides: não é indicado para tratar o COVID, apenas complicações associadas: asma, pneumonia associada, falência respiratória ou SRAG, choque séptico... • Metilprednisona 1-3 mg/kg/dia por 3-5 dias • Antibioticoterapia: iniciar empiricamente se a criança já chegou grave ou se ela já tinha diagnóstico de COVID e evoluiu para piora clínica após melhora inicial; • Terapia de substituição renal (TRS): apenas na elevação das funções renais com necessidade de diálise; muito raro; Obs: Calendário vacinal atualizado: a resposta imune é melhor nessas crianças (também estão sendo feitos estudos sobre o papel da vacina Tríplice Viral, da Pneumocócica e da Influenza na resposta imunológica contra o SARS-CoV 2) → Não existem medicamentos aprovados para tratamento ou prevenção do COVID-19; → O tratamento é amplamente favorável e inclui prevenção e tratamento de complicações; → A decisão por tratamento ambulatorial X hospitalar deve ser analisado de caso a caso (crianças são geralmente ambulatorial); → O tratamento de casos graves de pacientes pediátricos pode incluir o tratamento de pneumonia, insuficiência respiratória, exacerbação de condições subjacentes (ex.; asma não controlada), sepse ou choque séptico ou infecção bacteriana secundária. Oxigenoterapia e suporte ventilatório • Está indicado para manter a saturação ≥94% • Saturação baixa, mas sem insuficiência respiratória → cateter de oxigênio 3L/min; • Máscara não reinalante → 10-15 L/min; • A nebulização e a máscara de Venturi não devem ser usadas, por causar dispersão de aerossóis, principalmente domiciliarmente • Máscara VNI: com filtro e sistema fechado de ventilação mecânica; indicado em paciente com baixa saturação com forte suspeita de COVID-19 ou confirmado, na ausência de materiais → recomendado optar pela intubação orotraqueal precoce) O melhor tratamento ainda é a prevenção!!! COMPLICAÇÕES DO RESFRIADO COMUM OTITE MÉDIA AGUDA (OMA) Agentes etiológicos: Streptococus pneumoniae (35-40%), Haemophilus influenzae (30%), Moxarella catarrhalis Quadro clínico História prévia de resfriado comum recente; Bebê com choro intenso (diagnóstico faz-se com otoscopia ou se houver secreção) ou criança que relata a dor no ouvido; Otalgia súbita, que piora com deglutição Sensação de plenitude auricular (ouvido “tapado”) Otorreia → OMA supurada Tímpano saudável – translúcido, brilhante e côncavo; FSM – P7 – M13 | HELOYSA RIBEIRO Tímpano infeccionado – abaulado, opaco e hiperemiado, podendo também haver otorreia Diagnóstico: clínico – Suspeita pelos sintomas e confirmação pelo exame físico (otoscopia); Tratamento • Cura espontânea em 85% dos casos • O tratamento é feito para diminuir a evolução e evitar complicações • Não se tratam todos! Tratamento seletivo baseado em idade, dúvida diagnóstica e gravidade: Obs.: Isso só deve ser seguido se o seguimento da criança for garantido! Se a infecção for leve em uma criança de 2 anos, por exemplo, e você garante que ela retornará, pode deixá-la apenas em observação para reavaliação em 48h. Se não houver garantia, deve-se iniciar o ATB. → Grave: toxemia, febre ≥ 39ºC, otalgia intensa • Observação 48-72h • Analgésicos • ATB de escolha → Casos não graves: Amoxicilina 50mg/kg/dia ou 80-90mg/kg/dia se >2 anos ou frequentar creche/escola → Casos graves: Amoxicilina + Clavulonato (mesma dosagem) Duração: 7-10 dias Obs: O início da resposta só se dá em 48h: orientar a mãe que, até lá, a criança ainda pode ter febre e dor. Se durar mais do que isso, retornar ao atendimento. Falha terapêutica: persistência da febre, otalgia e otorreia após 48-72h de tratamento - Trocar esquema antibiótico Existe outra opção, que é o Cefaclor (Ceclor ®), uma cefalosporina de 2ª geração, que pode ser usado VO antes de optar pela Ceftriaxona, que é injetável. Complicações • Mastoidite: tumefação retroauricular com sinais flogísticos. Requer tratamento hospitalar (ATB venoso) Grave → pode levar a comprometimento ósseo e evoluir para osteomielite RINOSSINUSITE AGUDA Agentes etiológicos: Streptococus pneumoniae, Haemophilus influenzae, Moxarella catarrhalis, Staphylococcus aureus (esfenoidal) Quadro clínico: presença de 2 ou + dos sintomas: Congestão nasal; Secreção nasal; Tosse persistente (principal) Dor/ pressão facial (apenas crianças maiores); Hiposmia/ anosmia Obs: Diferencia-se porque o resfriado comum tende a melhorar após o 5º dia de sintomas; já a rinossinusite ocorre o contrário: após o 5º dia de sintomas, há uma piora do quadro Exame físico • Dor à palpação dos seios paranasais (crianças maiores) 7 • Secreção purulenta na rinoscopia/ endoscopia nasal Diagnóstico: clínico Resfriado prolongado, que piora subitamente após o 5º dia de doença (rinorreia purulenta abundante, obstrução nasal intensa → a criança fica respirando com a boca aberta) Podem ser necessários exames complementares, mas não de imediato! Apenas casos selecionados: • Endoscopia nasal • Radiografia de seios da face → Espessamento da mucosa → Nível líquido → Opacificação completa dos seios • TC → Extensão do acometimento → Casos refratários ao tratamento → Complicações ●Tratamento • Medidas gerais - Hidratação adequada; Umidificação do ambiente; evitar exposição a agentes potencialmente alérgenos (pois também pode ser decorrente de uma rinite alérgica); Desobstrução dos seios da face • Lavagem nasal com soro frequente, sempre que a criança se mostrar incomodada • Descongestionantes orais associados a anti-histamínicos de 2ª geração • Descongestionantes tópicos (pouco prescritos): por curto período (máximo 3 dias) e em pequena quantidade → Cloridrato de oximetazolina (Afrin ®), Nitrato de nafazolina (Sorine ®, Naridrin ®) • ATB → 1ª opção: Amoxicilina - Sem melhora em 4-5 dias ou uso recente de ATB: Amoxicilina + Clavulonato Obs: Tratamento prolongado (sintomas diminuem, mas demoram a desaparecer → orientar mãe a terminar o tratamento com ATB): por 10-14 dias ou até 7 dias após resolução dos sintomas Obs: Alérgicos a Amoxicilina: Claritromicina ou Clindamicina Complicações (raro) • Celulite periorbitária (+ comum) • Meningite • Abscesso cerebral Diagnóstico diferencial • Corpo estranho - Secreção purulenta e fétida, geralmente unilateral; também pode ter aspecto sanguinolento • Rinite alérgica - Prurido nasal; Espirros abundantes; Mucosa nasal pálida Obs: É valido lembrar que a rinite alérgica pode evoluir para uma rinossinusite IVAS COM OBSTRUÇÃO LARINGOTRAQUEÍTE AGUDA (CRUPE) Agentes etiológicos: Vírus Parainfluenza 1 e 2 e Influenza tipo A e B Obs: Causa mais comum de estridor em crianças (90%), atingindo mais aquelas de 1 a 3 anos de idade e durando de 3 a 7 dias. Quadro clínico • Inicialmente como um resfriado: coriza clara, tosse leve, angina, febre baixa. FSM– P7 – M13 | HELOYSA RIBEIRO • Mas em 12-48h → evolui para rouquidão, tosse ladrante, estridor, desconforto respiratório (variável, mas geralmente leve) Obs: Se não tratado, obstrui progressivamente as vias aéreas Maioria dos casos é com sintoma leves → a criança vai pra emergência para fazer o tratamento, mas não há necessidade de internamento Sinais de risco para falência respiratória Idade < 6 meses Estridor em repouso Alteração do nível de consciência Queda da saturação de O2 ●Classificação *A entrada de ar é medida através da ausculta pulmonar Diagnóstico: clínico • Sintomas iniciais de resfriado que evoluem com estridor, tosse ladrante ou esforço respiratório; • Rx cervical (usado apenas na teoria) - Pouco valor, Sinal da torre de igreja: estreitamento subglótico, Em 50% das crianças, o Rx está normal. Tratamento: manutenção de vias aéreas patentes • Hidratação: nebulização com soro fisiológico → se a criança estiver muito agitada, não fazer! • Corticoide → Dexametasona 0,15-0,6 mg/kg (dose única): efeito por 24h ou Budesonida inalatório 2mg (Clenil A®): vem em sachê líquido para dissolução no soro Obs: Reduz gravidade e necessidade de internação • Nebulização com adrenalina → Adrenalina pura (1:1000) 0,5ml/kg (máx. de 5ml) → Indicações: estridor em repouso e doença refratária ao corticoide; (se a criança já chega com estridor em repouso, faz o corticoide e a nebulização com adrenalina) → Efeito breve: 2h → Manter em observação por 3-4h → Se o estridor não retornar: alta hospitalar com prescrição de corticoide → Se o estridor voltar após as 2h → repetir a adrenalina por, no máximo, 3 vezes (a cada 2h) • Internação → Indicações: toxemia; desidratação ou incapacidade de ingerir líquidos; estridor significante ou retrações em repouso; ausência de resposta à Epinefrina ou piora clínica após 2h após administração da mesma; 9 → Geralmente causadas por infecções bacterianas secundárias. TRAQUEÍTE BACTERIANA Agentes etiológicos: Staphylococcus aureus, Moraxella catarrhalis, Haemophilus sp, Estreptococos (Pneumococo ou grupo A) Geralmente acomete crianças maiores – até 6 anos Diagnóstico diferencial da laringotraqueíte viral → é um crupe com infecção bacteriana secundária Quadro clínico • Pródromo viral leve seguido de rouquidão, tosse ladrante e estridor respiratório (começa como um crupe viral e evolui com piora e ausência de resposta terapêutica) • Diferente da viral, apresenta febre alta, toxemia e desconforto respiratório mais intenso → criança fica mais “largadinha” Diagnóstico • Refratária ao corticoide e adrenalina • Leucocitose • Confirmação: visualização de exsudato na traqueia (geralmente quando já está para intubar) Tratamento • UTI (94%): intubação orotraqueal (84%) • ATB de amplo espectro: Ceftriaxona ASMA (EXACERBAÇÕES) É dever do médico orientar os pais de que existe medicação profilática que evita as exacerbações da doença; → controle reduz risco de exacerbações e óbitos São causa de grande morbidade e acometem de forma gradual, entre 5-7 dias Causas: infecções virais, exposição a alérgenos ambientais, poluição ambiental, exposição ocupacional, drogas (AINEs) Tratamento - Atendimento inicial: rápido e objetivo • Oximetria: avalia grau da doença e resposta terapêutica Obs: Exames complementares não são necessários, apenas se não houver melhora clínica ou suspeita de outras causas; Fatores de risco <12 meses Crianças que já vinham tomando doses repetidas de B2 de curta ação nas primeiras horas e não teve melhora Recidivas abruptas (crianças que tiveram exacerbação, mas não continuaram tratando em casa) • Na emergência → Oxigenoterapia se Sat O2 < 94- 95% → Máscara de Venturi - Quantidade de O2 ofertado varia de acordo com a cor; Manutenção de acordo com a resposta obtida através da oximetria Azul: 24% Amarelo: 28% Branco: 31% Verde: 35% Vermelho: 40% Laranja: 50% FSM – P7 – M13 | HELOYSA RIBEIRO → Broncodilatadores de curta ação: Salbutamol (Aerolin®) ou Fenoterol (Berotec®) → Spray (Aerolin) é preferível, por ser mais efetivo e prático que a nebulização 100mcg/jato → 1 jato/3kg, a cada 20 min, por 3 vezes (máximo 10 jatos) Agita e aperta a bombinha e segura por 10 segundos (cada jato) Inalador com espaçador → Na ausência de Aerolin → solução Berotec p/ NBZ 1 gota/3kg a cada 20 min, por 3 vezes (min. 5 gotas e máx. 20 gotas) Adicionar 3ml de SF 0,9% Fluxo de O2 6 L/min Pode causar taquicardia, mas já é um efeito esperado; só apresenta risco se em doses exagerados ou na forma injetável → reverte-se com Amiodarona e outras medicações, se preciso → Corticoides Devem ser usados na 1ª hora (já pode ser iniciado após a 1ª nebulização) Pacientes graves ou corticodependentes Diminuem a inflamação, aceleram recuperação e diminuem recidivas, hospitalização e risco de asma fatal VO é semelhante a IV (usar IV quando a criança não conseguir deglutir) → Prednisona (3mg/ml): 1-2 mg/kg/dia, VO, máx. 60mg → Hidrocortisona (500mg): 2- 4mg/kg/dose, IV, a cada 4-6h, dose máx. 250 mg Exemplo de prescrição na emergência Criança de 10kg 1ª opção: Nebulização: 3 ml SF 0,9% + 5 gts. De Berotec + O2 6L/min → fazer 3x, de 20/20 min (ou até o copinho secar) e reavaliar após 30 min do término OU Inalação Salbutamol 100mcg → fazer 3 jatos de 20/20 min e reavaliar após 30 min do término 2ª opção Prednisona (3mg/ml) → 3,5ml, VO, agora Drogas alternativas • Brometo de Ipatrópio (Atrovent®) - Crises mais graves; diminui a necessidade de internação; usar apenas no 1º ciclo da NBZ (junto com o broncodilatador): → <10kg → 10 gotas | >10kg → 20 gotas, a cada 20min por 3 vezes → 5 anos → 2 jatos | >5 anos → 10 jatos, a cada 20min por 3 vezes • Sulfato de magnésio, aminofilina, salbutamol injetável... Obs: Exacerbações muito graves e refratárias → evoluem com necessidade de UTI Avaliação da resposta ao tratamento: • Reavaliar 30-60 min. após o fim do último ciclo e reclassificar a situação da doença • Sinais clínicos não indicam necessariamente a intensidade da obstrução → medida objetiva da gravidade: Sat O2 Alta • Educação dos pacientes e familiares para controlar a asma e evitar recidivas das exacerbações, que voltam mais graves → prescrever a bombinha (de graça na farmácia popular) para usar por 3-5 dias 11 • Medicação preventiva e o uso correto das mesmas → mostrar vídeos de como usar a bombinha... Prednisolona 1mg/kg/dia (máx. 60mg/dia) pela manhã, por 3-5 dias e NBZ ou inalação com broncodilatador Exemplo de prescrição na alta Criança de 10kg 1ª opção Nebulização: 3 ml SF 0,9% + 5 gts. De Berotec + O2 6L/min → fazer de 4/4h ou 6/6h por 5 dias OU Inalação Salbutamol 100mcg (1 frasco) → fazer máximo de 3 jatos com espaçador (ou máscara para crianças que ainda não conseguem aspirar), de 4/4h ou 6/6h 2ª opção Prednisona (3mg/ml) → 3,5ml, 1x/dia pela manhã, por 5 dias Indicações de UTI • Parada cardiorrespiratória e necessidade de VMI • Hipercapnia, acidose (<7,3 pH) ou hipoxemia • Aumento do lactato sérico • Hipotensão ou arritmias graves (efeito colateral das medicações) FSM – P7 – M13 | HELOYSA RIBEIRO
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