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Fefa Cardoso Ct- Insta: @fefa_cardoso Resumo de Epistaxe © Introdução: - Epistaxe: sangramento do nariz. - Acomete mais homens que mulheres; - Distribuição bimodal: normalmente acomete crianças menos de 10 anos ou entre 45 a 65 anos; - Nos maiores de 40 anos: aumento da incidência de sangramento posterior à arteriosclerose (perda de elasticidade e espessamento progressivo das paredes das artérias) e HAS. - Mais frequente nos meses de inverno; - Mortalidade muito baixa < 0,01% © Anatomia Vascular: - A. Esfenopalatina = vasculariza a parte medial do nariz - A. nasal lateral posterior = vasculariza a parte lateral do nariz ❊ Plexo de Woodruff: - Responsável pelos sangramentos posteriores; - Anastomose entre ramos da A. Maxilar interna, principalmente a A. Esfenopalatina e ramos da faríngea posterior; - Localizado posteriormente às conchas médias. ❊ Plexo de Kiesselbach: - Também pode ser chamada de Zona Little ou Kiesselbach; - Região anterior do septo nasal; - Importância: 80 a 90% das epistaxes ocorrem nela! - Região de anastomose entre ramos das a. etmoidais anterior e posterior, pedículo esfenopalatino, a. labial superior e palatina maior. © Fisiopatologia e Etiologia - Usuários de droga (especialmente cocaína) tem muitas epitaxes; - Pessoas que moram em ambientes de clima mais seco (Brasília, por exemplo); ❊ Traumas: - Pacientes com traumas (acidentes de trânsito; cair no chão e quebrar o nariz) - No caso das crianças, a maior e principal causa de epistaxe é por trauma digital na zona de Kiesselbach (colocar o dedo no nariz) EPISTAXE Fefa Cardoso Ct- Insta: @fefa_cardoso Resumo de Epistaxe ❊ Tumores: - Pacientes com idade avançada, tabagistas, etc. podem tem tumores no nariz. - Nasoangiofibroma juvenil: 9 Tumor vascular com sangramento nasal; 9 Acomete homem jovem com sangramento recorrente unilateral 9 Acomete apenas o sexo masculino 9 Causa: fator genético 9 Muito raro, mas demanda atenção de otorrinos, neurocirurgiões (por poder adentrar a parte neurológica) ❊ Doença de Rendu-Osler-Weber: - Telangiectasia Hemorrágica Hereditária; - Autossômica dominate 1: 100.000; - Tríade: • Teleangiectasias; • Epistaxes recorrentes; • História familiar de quadros hemorrágicos; - Por ser um gene domintante, normalmente o pai do paciente, o avô, os irmãos, etc. tem histórico de sangramento nasal; - Os primeiros sintomas aparecem na segunda década de vida com epistaxes recidivantes e progressivas (presentes em 90% dos casos); - O comprometimento visceral pode ocorrer em ate 25% dos casos (olhos, esôfago, fígado, pulmões, rins e sistema nervoso central); 9 Percebe-se nesses casos, telangiectasia disseminada ❊ Arteriosclerose e HAS: - Principal causa em idosos (HAS), além de mucosas atróficas; - Ressecamento e lesão de mucosas com exposição dos vasos ateroscleróticos; - HAS: principal fator de risco para sangramento posterior. ❊ Discrasias Sanguíneas Inúmeras podem ser as causas do sangramento, fato este o qual pode demandar os cuidados não somente de um otorrino, mas de outras especialidades: ❊ Drogas: © Conduta: ❊ Conduta Inicial: • Epistaxe Inativa: Se o paciente chega com história de epistaxe mas não estiver sangrando na hora do atendimento; ® Verificar no exame físico, a presença de; 9 crostas hemáticas (provavelmente, alí que estará acontecendo o sangramento) 9 desvios de septo; 9 granulomas; 9 neoplasias ® pode ser realizada uma TC e Videoendoscopia nasossinusal Fefa Cardoso Ct- Insta: @fefa_cardoso Resumo de Epistaxe • Epistaxe Ativa: No momento do sangramento ou orientar o paciente quando sangrar: ® 80-90% das vezes, o sangramento é anterior, então o que vai ajudar a conter esse sangramento mais rápido é a compressão digital; ® Paciente abaixa a cabeça e comprime a parte anterior do nariz (na região do plexo) ® Levantar a cabeça não é indicado = o sangue pode escorrer e descer pela garganta, chegando ao estomago = sangue no estômago da muitas náuseas! Paciente chega sangrando no Pronto Socorro: ® Tentar identificar a localização do sangramento; ® Fazer a remoção de coágulos; ® Passar um algodão com vasoconstritor ou anestésico loal; ® Verificação de traumas, etc. ® Compressão digital; ® Avaliação das condições hemodinâmicas (ATLS) = O paciente muito provavelmente não terá uma anemia profunda por conta de epistaxe, mas é sempre bom fazer essa verificação hemodinâmica! ❊ Cauterização Química: Pode-se ainda, lançar mão de algumas medicações a fim de fazer a cauterização desse sangramento, quando as outras medidas não surtiram efeito; Nitrato de Prata ou Ácido tricloroacético (ATA): para cauterização de vasos superficiais da zona de Kisselbach (anterior e não posterior); • Algodão com solução anestésica e epinefrina (diminuir o sangramento local); • Cauterização da região ao redor do sítio de sangramento (para evitar mais sangramento da região); • Cauterização da região sangrante; ® Complicações: • Ressangramentos; • Ulceração e perfuração septal; • Descoloração da pele ❊ Cauterização Elétrica: Indicação: epistaxe refratária à cauterização química • Eletrocautério na região do sangramento após anestesia local; • Gaze vaselinada com antibiótico tópico ® Complicações: • Ulceração; • Perfuração septal ❊ Cauterização Endoscópica: Endoscópio flexível ou rígido: • Verificar a localização e então cauterizar a região da a. esfenopalatina e pontos de sangramento na mucosa. Eficácia entre 82 e 92% dos casos; Relativamente atraumático, rápido e efetivo, reduz o tempo de permanência dos pacientes em hospital. Desvantagem: necessidade de um centro cirúrgico – não é viável a realização desse procedimento em ambiente de consultório. ❊ Tamponamento Nasal Anterior: Indicado: - Sangramento difuso ou não localizado; - Falha nos métodos anteriores. Métodos: - Tampão de gaze, suricel, merocel ou gelfoam; - Tampão na cavidade nasal em direção às coanas. Leucemia ou discrasias sanguíneas: usar gelfoam, merocel. Remoção após 2 dias com cobertura antibiótica. ® Complicações e desvantagens: • Dor à reflexo vagal; • Sangramento por lesão na muscosa; • Sinéquias (aderência de tecido) e Epífora (excesso de produção de lágrimas); Fefa Cardoso Ct- Insta: @fefa_cardoso Resumo de Epistaxe • Obstrução do óstio sinusal; • Síndrome do Choque Tóxico – quando não retirado o tampão em 2 dias (S. aureus): 9 Febre súbita com vômitos, hipotensão, mialgia, alterações gastrointestinais, rash cutâneo e descamação palmo-plantar 9 Não evitável com uso de antibiótico profilático ❊ Tamponamento Nasal anterior: Indicação: - Impossibilidade de interromper o sangramento com tamponamento anterior; Sonda de Foley ou sondas nasais pneumáticas: - Introdução da sonda pela fossa nasal até a orofaringe, com fio amarrado na ponta; - Insuflação do cuff com água ou ar seguida de tração para posicionamento em nasofaringe com fios se exteriorizando pela fossa nasal; - Faz-se tampão anterior, amarrando os fios sobre o mesmo (paciente fica com tamponamento antero-posterior). - Cuff 48 horas insuflado, após 24 horas, se não houver sangramento, o tampão posterior é retirado; - Associam-se drogas hemostáticas (Transamin), antibióticos sistêmicos e sedativos. ® Complicações: • Desconforto e dor (dificuldade pra engolir e desconforto da região auditiva); • Necrose isquêmica da narina por tração; • Disfunção da tubaauditiva à hemotímpano; ❊ Tratamento Cirúrgico: - Muito raro de acontecer; - Falha no tamponamento posterior em 4-8% dos casos; Indicações: - Recorrência do sangramento após tamponamento antero- posterior ou anterior repetido; - Consiste em fazer ligadura das artérias sangrantes. © Algoritmo de abordagem terapêutica: Tamponamento SUS: No SUS, não tem merocel, o tamponamento normalmente é feito com gaze. Então, os médicos fazem o “tamponamento por dedo de luva” Você corta um dedo da luva (normalmente o 3º quirodáctilo) coloca a colagenase (pomada para deslizar melhor na entrada do nariz) e a gaze nele, e faz o tamponamento. Não se pode colocar a gaze direto! Porque aí machuca mais e pode gerar novos sangramentos.
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