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Processo Inflamatório e Infecção

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1 MÓDULO I: FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO 
ANA LUIZA A. PAIVA - TXXV 
OBJETIVOS 
01- Compreender o processo inflamatório 
(mecanismos, fases, controle e mediação celular) 
02- Diferenciar inflamação de infecção 
03- Analisar o mecanismo de ação dos anti-
inflamatórios 
04- Diferenciar a resposta inflamatória aguda da 
crônica 
REFERÊNCIAS 
• Patologia Básica – Robbins (9ª ed.) 
 
• Anti-inflamatórios não-esteróides e suas 
propriedades gerais (Jerusa Marques da Silva, 
Patrícia Pereira Mendonça, Anette Kelsei Partata) 
2014 
 
• Imunologia celular e molecular 8ªed. – Abbas 
INFLAMAÇÃO X INFECÇÃO 
Inflamação: resposta protetora do organismo a 
uma agressão, que envolve células, vasos 
sanguíneos, proteínas e outros mediadores com a 
finalidade de eliminar a causa inicial da lesão 
celular e iniciar o processo de reparo. Sem 
inflamação, as infecções não seriam controladas e 
as feridas jamais cicatrizariam. 
Infecções: são causadas por agentes externos, ou 
seja, pela penetração e desenvolvimento ou 
multiplicação de um agente infeccioso no 
organismo. Esse agente infeccioso pode ser vírus, 
bactérias, fungos, entre outros. 
OBS: A reação inflamatória é capaz de lesar os 
tecidos normais. Isso geralmente ocorre quando a 
reação é muito forte (infecção é acentuada), 
prolongada (agente causador resiste à 
erradicação) ou inapropriada (é direcionada 
contra antígenos próprios nas doenças 
autoimunes). 
PROCESSO INFLAMATÓRIO 
Os principais componentes da inflamação são a 
reação vascular e a resposta celular; ambas são 
ativadas por mediadores derivados das proteínas 
plasmáticas e de várias células. 
Etapas da resposta inflamatória: 
(1) Estímulo ou lesão 
 
• Infecções (por bactérias, vírus, fungos e parasitas) 
 
• Trauma (corte e penetração) e vários agentes 
químicos e físicos (lesão térmica, p. ex., 
queimaduras ou frio profundo; irradiação; 
substâncias químicas). 
 
• Necrose tecidual (de qualquer causa) incluindo 
isquemia (como no infarto do miocárdio) e lesão 
química ou física. 
 
• Corpos estranhos (farpas, poeira, suturas e 
depósitos de cristais) 
 
• Reações imunológicas (também chamadas de 
reações de hipersensibilidade) contra substâncias 
ambientais ou contra os próprios tecidos. 
(2) reconhecimento do agente lesivo 
Fagócitos, células dendríticas e muitas outras 
células, como células epiteliais, expressam 
receptores designados a sentir a presença de 
patógenos infecciosos e substâncias liberadas das 
células mortas 
Esses receptores são chamados de “receptores-
padrão de reconhecimento” por reconhecerem 
estruturas que são comuns a muitos microrganismos 
ou células mortas. As duas mais importantes famílias 
desses receptores são: 
• Receptores do tipo Toll (TLRs): reconhecem 
produtos bacterianos (como endotoxina e DNA 
bacteriano) e outros patógenos. O 
reconhecimento por esses receptores ativa fatores 
de transcrição que estimulam a produção de 
proteínas de membrana (mediadores da 
inflamação, citocinas antivirais e proteínas que 
promovem ativação dos linfócitos) 
 
• Inflamossomo: reconhece produtos das células 
mortas, como ácido úrico, ATP extracelular, cristais 
e alguns produtos microbianos. A ativação desse 
inflamossomo ativa a interleucina 1 (IL-1), que é um 
importante mediador no recrutamento de 
leucócitos na resposta inflamatória aguda, onde os 
leucócitos fagocitam e destroem as células mortas. 
 
(3)Alterações no fluxo, no calibre e na 
permeabilidade vascular 
 
INFLAMAÇÃO BOA E INFLAMAÇÃO RUIM 
 
Problema 01: 
 
 
2 MÓDULO I: FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO 
ANA LUIZA A. PAIVA - TXXV 
A vasodilatação é induzida pela ação de vários 
mediadores, sobretudo a histamina, nos músculos 
lisos vasculares. O resultado é o fluxo sanguíneo 
aumentado, que é a causa do calor e da 
vermelhidão (eritema) no local da inflamação. 
 
A vasodilatação é seguida por aumento de 
permeabilidade da microvasculatura, com 
extravasamento de fluido rico em proteína nos 
tecidos extravasculares. 
 
A perda de líquido faz com que as hemácias 
fiquem mais concentradas (estase), aumentando, 
assim, a viscosidade do sangue e diminuindo a 
velocidade da circulação. 
 
Quando a estase se desenvolve, os leucócitos 
(principalmente os neutrófilos) começam a se 
acumular ao longo da superfície endotelial 
vascular, um processo chamado marginação. 
 
 
(4) recrutamento dos leucócitos 
Normalmente, os leucócitos fluem rapidamente no 
sangue e, na inflamação, eles têm de ser parados 
e levados ao agente agressor ou ao local da lesão 
tecidual, sítios tipicamente extravasculares. 
(1) marginação e rolagem ao longo da parede do 
vaso 
• As células circulantes são deslizadas pelo fluxo 
laminar contra a parede do vaso. 
 
• Os eritrócitos menores tendem a se mover mais 
rápido do que os grandes leucócitos. 
 
• Os leucócitos são empurrados para fora e 
interagem melhor com as células endoteliais de 
revestimento 
 
• Citocinas e outros mediadores produzidos 
localmente ativam as células endoteliais e elas 
expressam moléculas de adesão às quais os 
leucócitos aderem firmemente. 
 
• Os leucócitos rolam na superfície endotelial, 
aderindo transitoriamente 
 
• Essa aderência acontece devido ação de 
selectinas, que são receptores expressos nos 
leucócitos e no endotélio que se tornam hiper-
reguladas após estimulação por citocinas e outros 
mediadores específicos no local da lesão 
(2) aderência firme ao endotélio; 
• Os leucócitos em rolagem são capazes de sentir as 
mudanças no endotélio e se aderem firmemente. 
 
• Essa adesão é mediada pelas integrinas presentes 
nos leucócitos e que interagem com seus ligantes 
nas células endoteliais. 
Obs: essas integrinas não aderem a seus ligantes 
até que os leucócitos sejam ativados pelas 
quimiocinas, que são quimioatraentes secretados 
por várias células nos locais de inflamação e estão 
expressas na superfície do endotélio 
(3) transmigração entre as células endoteliais 
• Após aderência no endotélio, os leucócitos migram 
pela parede do vaso. 
 
• A migração dos leucócitos é orientada pelas 
quimiocinas, produzidas nos tecidos 
extravasculares 
 
• Após a passagem pelo endotélio, os leucócitos 
secretam colagenases que degradam focalmente 
a membrana basal dos vasos, atravessando-a. 
(4) migração para os tecidos intersticiais, em 
direção a um estímulo quimiotático 
• Os leucócitos migram em direção ao local da lesão 
ou infecção, ao longo de um gradiente químico 
(quimiotaxia) 
 
• Fatores quimiotáticos: Produtos bacterianos, 
citocinas, Componentes do sistema complemento, 
Produtos da via da lipoxigenase do metabolismo 
do ácido araquidônico (AA) 
 
• O tipo de leucócito emigrante varia com o tempo 
da resposta inflamatória e com o tipo de estímulo. 
Geralmente os neutrófilos predominam no infiltrado 
inflamatório, durante as primeiras 6-24 horas, sendo 
substituídos por monócitos em 24-48 horas. 
 
Obs: neutrófilos são mais numerosos, respondem 
mais rapidamente às quimiocinas e são de vida 
breve (morrem por apoptose e desaparecem 
dentro de 24-48 horas), enquanto os monócitos 
sobrevivem mais tempo. 
 
• Depois de serem recrutados, os leucócitos são 
ativados para exercer suas funções. Os estímulos 
para a ativação incluem os microrganismos, os 
produtos das células necróticas e vários 
mediadores. 
(5) remoção do agente 
A ativação leucocitária resulta em muitas funções: 
 
3 MÓDULO I: FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO 
ANA LUIZA A. PAIVA - TXXV 
• Fagocitose de partículas (ligação e 
reconhecimento da partícula ➞ englobamento ➞ 
formação do fagossomo ➞ fagossomo se funde 
com o lisossomo formando o fagolisossomo ➞ 
destruição do microrganismo a partir da ação de 
espécies reativas de oxigênio antes presentes no 
lisossomo) 
 
• Destruição intracelular de micróbios e células 
mortas fagocitados, por substâncias produzidas nos 
fagossomos.• Liberação de substâncias que destroem micróbios 
extracelulares e células mortas. 
 
• Produção de mediadores, incluindo as citocinas e 
os metabólitos do ácido araquidônico, que 
amplificam a reação inflamatória, por 
recrutamento e ativação de mais leucócitos 
(6) regulação (controle) da resposta 
As reações inflamatórias cedem porque muitos 
mediadores têm curta duração e são destruídos 
por enzimas que os degradam. 
Além disso, existem vários mecanismos que 
neutralizam os mediadores inflamatórios e limitam 
ou terminam a resposta inflamatória (lipoxinas e as 
proteínas reguladoras do complemento) 
Macrófagos ativados e outras células secretam 
uma citocina, IL-10, cuja principal função é 
decrescer as respostas dos macrófagos ativados, 
promovendo assim uma alça negativa do 
feedback. 
Obs: Se não houver o controle da resposta, pode 
gerar lesão em células e tecidos normais, já que, os 
leucócitos secretam substâncias prejudiciais, como 
enzimas e ERRO. 
(7) resolução (reparo) 
• Quando a lesão há pouca ou nenhuma destruição 
tecidual e quando o tecido é capaz de se 
regenerar, o resultado normal é a restauração a 
uma normalidade estrutural e funcional. 
 
• A resolução da inflamação aguda envolve 
neutralização, decomposição ou degradação 
enzimática dos vários mediadores químicos, 
normalização da permeabilidade vascular, 
cessação da emigração de leucócitos, com 
subsequente morte (por apoptose) dos neutrófilos 
extravasados. 
 
• Leucócitos começam a produzir mediadores que 
inibem a inflamação 
 
• Há drenagem linfática e ingestão dos restos 
necróticos pelos macrófagos resultando em 
remoção do líquido de edema, das células 
inflamatórias e dos detritos do local. 
 
• Leucócitos secretam citocinas que iniciam o 
processo de reparo, no qual novos vasos 
sanguíneos crescem dentro do tecido lesado para 
fornecer nutrientes, os fatores de crescimento 
estimulam a proliferação dos fibroblastos que 
secretam colágeno para preencher os defeitos, e 
as células teciduais proliferam para restaurar a 
integridade estrutural. 
 
• Cicatrização: ocorre após destruição tecidual 
substancial ou quando a inflamação atinge 
tecidos que não se regeneram e são substituídos 
por tecido conjuntivo. Em órgãos nos quais 
ocorrem depósitos extensos de tecido conjuntivo, 
na tentativa de curar a lesão ou como 
consequência de inflamação crônica, o resultado 
é a fibrose, que pode comprometer 
significativamente a função. 
 
INFLAMAÇÃO CRÔNICA X INFLAMAÇÃO AGUDA 
 
 
 
Inflamação aguda: resposta rápida que leva 
leucócitos e proteínas plasmáticas para os locais 
da lesão, na qual removem os invasores e iniciam o 
processo de digerir e se livrar dos tecidos 
necróticos. 
 
A inflamação aguda possui dois componentes 
principais: 
 
• Alterações vasculares: alterações do calibre 
vascular que resultam em aumento do fluxo 
sanguíneo (vasodilatação) e alterações nas 
paredes vasculares que permitem que as proteínas 
plasmáticas deixem a circulação (aumento da 
 
4 MÓDULO I: FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO 
ANA LUIZA A. PAIVA - TXXV 
permeabilidade vascular). Além disso, as células 
endoteliais são ativadas, resultando no aumento 
de adesão dos leucócitos e sua migração através 
das paredes dos vasos. 
 
• Eventos celulares: emigração dos leucócitos da 
microcirculação e seu acúmulo no foco da lesão 
(recrutamento e ativação celular), tornando-os 
aptos para eliminar o agente agressor. Os principais 
leucócitos na inflamação agudam são os 
neutrófilos (leucócitos polimorfonucleares) 
 
• Inflamação crônica: é a inflamação de duração 
prolongada (semanas a meses ou anos) na qual 
inflamação ativa, destruição tecidual e reparação 
por fibrose ocorrem simultaneamente 
 
• Pode suceder a inflamação aguda se o agente 
nocivo não é removido. 
 
→ Caracteriza-se por um conjunto de alterações: 
 
• Infiltração de células mononucleares, incluindo 
macrófagos, linfócitos e plasmócitos. 
 
• Destruição tecidual, francamente induzida pelos 
produtos das células inflamatórias. 
 
• Reparo, envolvendo proliferação de novos vasos 
(angiogênese) e fibrose 
 
→ Origina-se nos seguintes contextos: 
 
• Infecções persistentes por microrganismos difíceis 
de erradicar (micobactérias, Treponema pallidum 
certos vírus e fungos) que podem gerar resposta 
imune mediada por linfócito T, denominada 
hipersensibilidade tardia. 
 
• Doenças inflamatórias imunomediadas (distúrbios 
de hipersensibilidade) causadas por ativação 
excessiva e inapropriada do sistema imune. 
 
• Exposição prolongada a agentes potencialmente 
tóxicos (cristais de colesterol, que podem contribuir 
para a aterosclerose) 
 
SINAIS CARDINAIS DA INFLAMAÇÃO 
 
1. Calor (aquecimento) = vasodilatação e 
aumento do fluxo sanguíneo aumentado 
 
2. Rubor (vermelhidão) = diminuindo a velocidade 
da circulação (estase) 
 
3. Tumor (inchaço)= Aumento da permeabilidade 
vascular 
 
4. Dor (dolor) = compressão de fibras nervosas e 
mediadores inflamatórios que as 
hipersensibilizam. 
 
5. Perda de função (functio laesa). 
 
MEDIADORES QUÍMICOS E REGULADORES DA INFLAMAÇÃO 
 
Os mediadores podem ser produzidos pelas células 
no local da inflamação ou circular no plasma 
(sintetizados pelo fígado), como precursores 
inativos que são ativados no local da inflamação 
A maioria dos mediadores induz seus efeitos através 
da ligação a receptores específicos nas células-
alvo. 
As ações da maioria dos mediadores são 
estreitamente reguladas e de curta duração 
(decompõem rapidamente, são inativados por 
enzimas ou são removidos) 
Mediadores Derivados de Células 
Aminas Vasoativas 
Histamina: é produzida principalmente pelos 
mastócitos, basófilos e plaquetas sanguíneos. 
Provoca a vasodilatação das arteríolas e é o 
principal mediador da fase imediata de aumento 
 
5 MÓDULO I: FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO 
ANA LUIZA A. PAIVA - TXXV 
da permeabilidade vascular, produzindo a 
contração do endotélio venular e as lacunas 
interendoteliais 
É inativada pela histaminase. 
 
Serotonina: encontrado nos grânulos das plaquetas 
e liberado durante a agregação plaquetária 
(colágeno, trombina, difosfato de adenosina e 
complexos antígeno-anticorpo), que é o 
componente-chave da coagulação 
Induz a vasoconstrição durante a coagulação. 
Metabólitos do Ácido Araquidônico (AA): 
O AA é um ácido graxo poli-insaturado derivado 
do ácido linoleico da alimentação e presente no 
organismo na sua forma esterificada como 
componente dos fosfolipídios da membrana 
celular. 
Estímulos químicos ou físicos (lesão) fazem com que 
a enzima fosfolipase A2 transforme os fosfolipídios 
da membrana celular em AA. Por sua vez, esse 
ácido ainda é degradado por dois tipos 
enzimáticos: lipoxigenase e cicloxigenase (COX), 
formando, leucotrienos (que podem se tornar ou 
não lipoxinas) e prostaglandinas (divididas em 
prostaciclina e tromboxano 
Prostaciclinas: Produzida por mastócitos, 
macrófagos e células endoteliais, atua tanto na 
inibição da agregação plaquetária e na 
vasodilatação, além de participar da indução de 
dor e febre. 
Tromboxanos: Produzido por plaquetas, essas 
moléculas estimulam a agregação plaquetária e 
na vasoconstrição 
Leucotrienos: são produzidos pela ação da enzima 
5-lipoxigenase (predominante nos neutrófilos). 
Atua no aumento da permeabilidade vascular, na 
produção de citocinas e estimulando agregação 
plaquetária; 
Lipoxinas: são inibidores da inflamação, através da 
inibição do recrutamento de leucócitos e dos 
componentes celulares da inflamação, ou seja, 
inibem a quimiotaxia e a aderência dos neutrófilos 
ao endotélio. 
Fator de Ativação Plaquetária: derivado dos 
fosfolipídios das membranas de neutrófilos, 
monócitos, basófilos, células endoteliais e 
plaquetas (e outras células), pela ação da 
fosfolipase A2. 
O PAF atua diretamente sobre as células-alvo 
através de um receptorespecífico acoplado à 
proteína G. 
Atua na vasoconstrição, broncoconstrição, 
aumento da adesão leucocitária, quimiotaxia e 
síntese de outros mediadores na inflamação. 
Citocinas 
As principais citocinas na inflamação agudam são 
o TNF e IL-1, IL-6, bem como um grupo de citocinas 
quimioatraentes chamadas quimiocinas. 
Fator de Necrose Tumoral e Interleucina 1: são 
produzidos por macrófagos ativados, mastócitos, 
células endoteliais e alguns outros tipos celulares. 
Sua secreção é estimulada por produtos 
microbianos, como endotoxinas bacterianas, 
imunocomplexos e produtos dos linfócitos T 
gerados durante respostas imunes. 
Atuam tanto na forma local, ativando o tecido 
endotelial por aumentar a expressão gênica de 
moléculas de adesão, resultando em aumento do 
recrutamento, aderência dos leucócitos e 
aumento da produção de citocinas adicionais 
(principalmente quimiocinas) e eicosanoides, 
como de forma sistêmica, induzindo febre, 
anormalidades metabólicas e hipotensão. 
O TNF estimula também a trombogenicidade do 
endotélio. 
A IL-1 ativa os fibroblastos, resultando em aumento 
da proliferação e da produção de MEC. 
 
6 MÓDULO I: FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO 
ANA LUIZA A. PAIVA - TXXV 
 
Quimiocinas: produzidas por leucócitos e 
macrófagos ativados. Atuam no recrutamento dos 
leucócitos na inflamação e na organização 
anatômica normal das células nos tecidos linfoides 
e outros tecidos. 
 
Espécies Reativas do Oxigênio 
As ERO são sintetizadas através da via NADPH-
oxidase (oxidase dos fagócitos) e são liberadas dos 
neutrófilos e macrófagos ativados por bactérias, 
imunocomplexos, citocinas e uma variedade de 
estímulos inflamatórios. 
Quando as ERO são produzidas dentro dos 
lisossomas, funcionam destruindo os micróbios 
fagocitados e as células necróticas. 
Quando secretadas em níveis baixos, podem 
aumentar a expressão das moléculas de adesão, 
citocinas e quimiocinas, amplificando, assim, a 
cascata de mediadores inflamatórios. 
Em níveis mais altos, esses mediadores são 
responsáveis pela lesão tecidual atra vés de vários 
mecanismos. 
 
Óxido Nítrico 
O NO é um gás radical livre, solúvel, de curta 
duração, produzido por muitos tipos celulares. No 
sistema nervoso central, regula a liberação de 
neurotransmissores, bem como o fluxo sanguíneo. 
Os macrófagos utilizam o NO como um metabólito 
citotóxico para destruir micróbios e células 
tumorais. 
Quando produzido pelas células endoteliais, causa 
relaxamento do músculo liso e vasodilatação. 
 
Enzimas Lisossômicas dos Leucócitos 
Grânulos dos lisossomas dos neutrófilos e monócitos 
contêm muitas enzimas que destroem as 
substâncias fagocitadas e são capazes de causar 
lesão tecidual. 
 
Mediadores Derivados de Proteínas Plasmáticas 
 
Sistema complemento 
Sob ativação, as diferentes proteínas do 
complemento revestem (opsonizam) as partículas, 
como os micróbios, para fagocitose e destruição, e 
contribuem para a resposta inflamatória, 
aumentando a permeabilidade vascular e a 
quimiotaxia dos leucócitos. 
A ativação do complemento finalmente gera o 
complexo de ataque à membrana (MAC) que 
forma canais nas membranas dos micróbios 
invasores. 
Cininas 
Aumentam a permeabilidade vascular, realizam a 
contração do músculo liso, vasodilatação e 
provocam dor. 
Ativadas durante a cagulação, esses mediadores 
atuam ativando o endotélio e recrutando os 
leucócitos adjacentes. 
Células e Mediadores da Inflamação Crônica 
 
Macrófagos 
Os macrófagos, as células dominantes da 
inflamação crônica. Os monócitos se originam de 
precursores na medula óssea e circulam no sangue 
por cerca de um dia. Sob a influência das 
moléculas de adesão e das quimiocinas, eles 
começam a migrar para o local da lesão dentro de 
24-48 horas após o início da inflamação aguda. 
Quando os monócitos alcançam o tecido 
extravascular, sofrem transformação em 
macrófagos maiores, de meia-vida mais longa e 
capacidade maior para fagocitose do que os 
monócitos sanguíneos. 
Chegando no local da inflamação, os macrófagos 
são ativados a partir de duas vias principais com 
estímulos distintos: a clássica e a alternativa 
A via clássica ocorre a partir do receptor do tipo 
Toll e tem como molécula sinal para sua ativação 
o INF-gama. Sua função é de formar macrófago 
pró-inflamatório, que atua provocando a 
inflamação patológica e ações microbicidas, 
como fagocitose e morte de fungos e bactérias. 
Isso ocorre através da produção dos seguintes 
mediadores: proteases, citocinas e quimiocinas, 
fatores de coagulação, espécies reativas de 
oxigênio e nitrogênio. 
Já a via alternativa, ocorre a partir das moléculas 
IL-14 e IL-4, produzindo efeitos anti-inflamatórios, 
como reparo tecidual e fibrose, através dos 
seguintes mediadores: fatores de crescimento; 
colágeno; fatores angiogênicos; citocinas 
fibrinogênicas, a fim de promover reorganização 
tecidual. 
 
7 MÓDULO I: FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO 
ANA LUIZA A. PAIVA - TXXV 
Sendo assim, quando ativo, o macrófago adquire 
novas características e assume as seguintes 
funções: ingestão e eliminação de microrganismos 
e tecidos mortos; iniciam o processo de reparo 
tecidual; secretam mediadores químicos da 
inflamação; apresentação de antígenos aos 
linfócitos T; e resposta aos sinais linfocitários. 
Linfócitos 
Os linfócitos T e B migram para os locais 
inflamatórios usando alguns dos mesmos pares de 
moléculas de adesão e quimiocinas que recrutam 
outros leucócitos. 
 Nos tecidos, os linfócitos B podem se desenvolver 
em plasmócitos, que secretam anticorpos, e os 
linfócitos T CD4+ são ativados para secretar 
citocinas 
Os linfócitos T, quando ativados, tem uma 
importante função na modulação do macrófago 
por meio de um feedback entre esses tipos 
leucocitários. Ou seja: O linfócito T ativado, ao 
secretar quimiocinas, TNF e interleucina 17 (IL-17), 
recrutam leucócitos, dentre os quais, temos o 
macrófago; 
Além disso, outra função do linfócito T é ativação 
dos macrófagos pela liberação de INF-gama. 
 
Mecanismo de ação dos anti-inflamatórios 
 
 
Drogas Anti-inflamatórias que Bloqueiam a 
Produção de Prostaglandina. 
• Esteroidal: inibe a transcrição gênica da fosfolipase 
A2; 
 
• Não esteroidal (AINE): inibem a ação da COX: 
◊ Seletivo – inibe COX2 
◊ Não seletivo – inibe COX1 e COX2 
O papel central dos eicosanoides nos processos 
inflamatórios é enfatizado pela utilidade clínica dos 
agentes que bloqueiam sua síntese. A aspirina e a 
maioria das drogas anti-inflamatórias não 
hormonais (AINEs), como o ibuprofeno, inibem a 
atividade da cicloxigenase e, portanto, todas as 
sínteses de PG (daí sua eficácia no tratamento da 
dor e da febre). Há duas formas da enzima 
cicloxigenase, denominadas COX-1 e COX-2. 
• COX1 é constitutiva e é produzida em resposta a 
um estímulo inflamatório e está presente em todos 
os tecidos, estimulando a produção de 
prostaglandinas, tendo como funções: 
homeostasia vascular (produção plaquetária), 
manutenção do fluxo sanguíneo renal e 
gastrointestinal e produção da mucosa gástrica. 
 
• COX-2, em contraste, é induzida por estímulos 
inflamatórios, mas está ausente da maioria dos 
tecidos normais e tem como funções provocar: 
febre, aumento da temperatura, dor, transdução 
de estímulos dolorosos e adaptação renal a 
estresses. 
Portanto, os inibidores da COX-2 foram 
desenvolvidos com a expectativa de que eles 
inibissem a inflamação prejudicial, mas não 
bloqueassem os efeitos protetores das 
prostaglandinas produzidas constitutivamente. 
Além disso, os inibidores da COX-2 podem 
aumentar o risco para doença cerebrovascular e 
cardiovascular, provavelmente porque prejudicam 
a produção, pela célula endotelial, da 
prostaciclina PGI2, um inibidor de agregação 
plaquetária, mas conserva intacta a produção 
pelas plaquetas, mediada pela COX-1 de TXA2, um 
mediador deagregação das plaquetas. 
Os glicocorticoides, que são agentes anti-
inflamatórios potentes, atuam em parte inibindo a 
atividade da fosfolipase A2, inibindo, assim, a 
liberação de AA dos lipídios de membrana. 
Quando há lesão celular, há liberação de 
fosfolipideos e a fosfolipase converte esses 
fosfolipideos em ácido araquidônico 
Os glicocorticoides atuam especificamente na 
fosfolipase, interrompendo todo o processo 
posteriormente. 
 
8 MÓDULO I: FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO 
ANA LUIZA A. PAIVA - TXXV 
Os AINs são ácidos fracos, são bem absorvidos e 
possuem metabolização hepatica e excreção 
renal e biliar 
Esses fármacos têm três efeitos terapêuticos 
principais: 
• Efeito anti-inflamatório: Redução da 
prostaglandina E2 e prostaciclina diminui a 
vasodilatação e, indiretamente, o edema. 
 
• Efeito analgésico: Diminuição da geração de 
prostaglandinas significa menos sensibilização de 
terminações nervosas nociceptivas aos 
mediadores inflamatórios, como a bradicinina. O 
alívio da cefaleia provavelmente decorre da 
diminuição da vasodilatação mediada pelas 
prostaglandinas. 
 
• Efeito antipirético: No SNC, a IL-1 libera 
prostaglandinas, que elevam o set point 
hipotalâmico para o controle da temperatura, 
causando febre. Os AINEs impedem esse 
mecanismo inibindo a produção de 
prostaglandinas no hipotálamo 
 
Efeitos adversos 
 
• Quando há inibição da prostaglandina no 
estômago e consequentemente inibe a produção 
de muco gástrico, expondo a parede gástrica ao 
ácido gástrico, provocando à longo prazo, a 
formação de ulceras gástricas. Além disso, quando 
há inibição da prostaglandina a nível renal, afeta o 
fluxo sanguíneo renal, podendo provocar lesões 
renais a longo prazo. Por fim, a inibição de 
prostaglandinas inibe a agregação plaquetárias, 
tornando o indivduo mais propenso à 
sangramentos (antes de cirurgias deve perguntar 
se o paciente está em uso de AINs – esperar um 
período de 7 dias para as plaquetas renovarem). 
 
• Os AINs não são indicados à gestantes, já que 
reduzem as contrações uterinas, prolongando o 
trabalho de parto e no feto pode provocar 
aumento de hemorragia pós-parto e fechamento 
intrauterino prematuro do ducto arterial e 
diminuição do líquido amniótico. 
 
 
 
9 MÓDULO I: FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO 
ANA LUIZA A. PAIVA - TXXV

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