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Pecuária Bovina

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ETEC DE BARUERI 
 
 
Vinicius Aguiar Rosa; Maria Kelviane Nascimento; Gustavo Henry 
Mendes; Leticia Mamedio; Ellen Souza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ZOOLOGIA ECONÔMICA - FORMAS DE UTILIZAR 
ANIMAIS PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BARUERI 
2021 
Vinicius Aguiar Rosa; Maria Kelviane Nascimento; Gustavo Henry Mendes; 
Leticia Mamedio; Ellen Souza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ZOOLOGIA ECONÔMICA - FORMAS DE UTILIZAR ANIMAIS PARA O 
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 
 
Trabalho apresentado em cumprimento 
das exigências da disciplina de Biologia, 
ministrado pelo Professor Mikel Eduardo de 
Mello. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BARUERI 
2021 
RESUMO 
 
 Este trabalho apresenta um conteúdo exploratório a respeito do trajeto 
histórico da pecuária bovina durante o Brasil pré-colonial até o mundo hodierno. 
Além da historicidade, a abordagem voltada aos impactos socioambientais 
oriundos da atividade pecuarista são fundamentais para promover, conforme a 
conjuntura social do país, o entendimento acerca dos principais problemas 
causados ao meio ambiente, uma vez que, tratando-se de um dos principais 
pilares econômicos de exportação do Brasil, há uma alta demanda dos recursos 
naturais necessários para ratificar o engendramento desse ramo zooeconômico. 
 Nesse sentindo, desde as tribos indígenas o consumo de carne já era 
preferível, mas foi com a chegada dos colonos que a carne, especialmente 
bovina, passou a ser parte da indústria de abate brasileira e assim, em virtude do 
prestígio europeu e do valor nutricional, deu-se a reverberar, também, com carga 
simbólica, dada a relevância para a moldagem do prestígio socioeconômico dos 
consumidores. 
“Comer não é um ato solitário ou autônomo do ser humano, ao 
contrário, é a origem da socialização, pois, nas formas coletivas de se 
obter a comida, a espécie humana desenvolveu utensílios culturais 
diversos, talvez até mesmo a própria linguagem. O uso do fogo há pelo 
menos meio milhão de anos trouxe um novo elemento constituidor da 
produção social do alimento. A comensalidade é a prática de comer 
junto, partilhando (mesmo que desigualmente) a comida, sua origem 
é tão antiga quanto a espécie humana, pois até mesmo espécies 
animais a praticam. (COMIDA E SOCIEDADE: SIGNIFICADOS 
SOCIAIS NA HISTÓRIA DA ALIMENTAÇÃO, p.72) 
 
 Outro fator relevante no texto é o complexo ideológico sobre o assunto, 
seja em relação à ascensão dos valores do veganismo e vegetarianismo, cujo 
adeptos lutam pelos direitos animais e pelo fim dos impactos causados pela 
atividade pecuária, seja sem relação à grande demanda do produto e a introjeção 
dos valores sociais referente à carne. 
Sumário 
Índice de Ilustrações ................................................................................................5 
INTRODUÇÃO .........................................................................................................6 
Início da pecuária Bovina no Brasil .........................................................................7 
O centro-oeste como centro da criação Bovina........................................................8 
O padrão técnico da criação bovina em desenvolvimento .....................................9 
Mercado Interior de Carne Bovina.........................................................................11 
Mercado exterior carne bovina ..............................................................................12 
Pecuária e desmatamento .....................................................................................13 
Desmatamento .......................................................................................................14 
Gases de efeito estufa (GEE) ................................................................................15 
Economia e sustentabilidade .................................................................................16 
A sociedade civil está afugentada à criminalidade presente na pecuária?...........17 
Valores socioculturais da carne.............................................................................17 
Direitos dos animais...............................................................................................18 
Vegetarianismo ......................................................................................................18 
Veganismo .............................................................................................................19 
CONCLUSÃO ........................................................................................................20 
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................22 
 
 
Índice de Ilustrações 
Figura 1 ..................................................................................................................................9 
Figura 2 ................................................................................................................................10 
Figura 3 ................................................................................................................................11 
Figura 4 ................................................................................................................................15 
Figura 5 ................................................................................................................................15 
Figura 6 ................................................................................................................................16 
Figura 7 ................................................................................................................................19 
Figura 8 ................................................................................................................................19 
file:///C:/Users/Vinícius/Downloads/biologia.docx%23_Toc81347983
file:///C:/Users/Vinícius/Downloads/biologia.docx%23_Toc81347984
file:///C:/Users/Vinícius/Downloads/biologia.docx%23_Toc81347985
INTRODUÇÃO 
 
A carne bovina é uma das mais consumidas do mundo. Em 2021 já são 
quase 60 milhões de toneladas consumidas ao redor de todo o globo. Esse 
trabalho analisa e discute como a carne de boi influencia economicamente e 
socialmente o nosso meio. 
Questões como a história da pecuária no brasil e sua influência nosso 
país, assim também, bem como sua participação na economia do país e resto 
do mundo. Seus efeitos negativos para o meio ambiente, como emissão de 
gases e desmatamento serão abordados, como também a discussão sobre o 
direito desses animais. 
Este trabalho tem como objetivo explicar de que maneira a carne bovina influencia o 
mercado econômico e a nós culturalmente. 
Esse trabalho foi realizado metodologicamente através de pesquisas em sites confiáveis 
e artigos científicos. 
 
Início da pecuária Bovina no Brasil 
 
Inicialmente, no Brasil, a atividade da pecuária bovina iniciou-se no século 
XVI, principalmente como um recurso de complemento alimentar para as vilas 
de colonos e brasileiros. O Gado bovino foi introduzido ao território por meio da 
administração das capitanias que acreditavam que o rebanho poderia ajudar no 
desenvolvimento social da população ao redor da crescente demanda no cultivo 
da cana-de-açúcar. Tendo em vista que a pecuária chegou ao Brasil como uma 
espécie de suporte a economia açucareira, é válido estabelecer que as duas 
mais prosperas capitanias na produção de açúcar também seriam sede para o 
início da estrutura pecuária no Brasil. 
Desde o início do processo de inserção da pecuária no Brasil colonial, o 
desenvolvimento da criação animal suscitou um aspecto mais favorável ao estilo 
de criação extensivo, ou seja, o gado permanece maioritariamente livre no pasto 
e recebe pouca atenção e cuidadosextremos, apenas o necessário para sua 
saúde, contabilidade e procriação. 
Todo esse processo de criação extensivo só se fez possível por conta dos 
fatores favoráveis que o território oferecia, principalmente o nordeste brasileiro. 
Tendo em consideração que o relevo nordestino apresenta poucas barreiras, 
facilitando o deslocamento o gado, disponibilidade de água do Rio São 
Francisco, abundância de paisagens naturais, exigência de reduzidos 
investimentos para a composição e custeio dos rebanhos, depósitos de sal-gema 
e um mercado consumidor garantido tanto para o couro como para a carne, 
representado pelos engenhos, sabendo que no Nordeste se localizava a maior 
capitania em desenvolvimento do ciclo da cana de açúcar, Pernambuco. 
Parafraseando o autor Melhem Adas, em seu livro “Panorama Geográfico do 
Brasil”,1983. 
Com o crescimento da efetivo da pecuária bovina, as plantações de cana- 
de-açúcar começaram a ser prejudicadas, então em 1701, sobra a influência de 
uma carta régia, foi proibida a criação de gado no Litoral, sendo esse o início da 
interiorização da criação bovina no Brasil, porém a carta régia não se consolidou 
como o único fator de mobilização do gado. 
Outro fator, foi a atividade mineradora nos estados de Minas Gerais, Mato 
Grosso e Goiás, no final do século XVII e na primeira metade do século XVII, 
representando um enorme desenvolvimento territorial e de importância 
econômica no Brasil colonial. Houve um grande desenvolvimento do gado 
Bovino no Rio Grande do Sul, além da região central mineradora do Brasil, 
principalmente no final do século XVIII e século XIX. 
A pecuária com todo esse desenvolvimento significativo ao longo dos 
séculos (XVII a XIX), conseguiu ocupar posição de destaque na economia 
brasileira, principalmente com a exportação de couro nos séculos XVIII e XIX. 
Entretanto, tratando-se de desenvolvimento técnico, a pecuária brasileira nos 
períodos colonial e imperial manteve-se em precárias condições, ainda com um 
aumento na sua importância e na disseminação pelo território nacional. 
 
O centro-oeste como centro da criação Bovina 
No início do século XX foram criadas e incentivadas medidas para 
facilitar a importação de reprodutores para a melhoria do processo de criação e 
vendo do produto bovina, implantando parques frigoríficos, estabelecendo o 
Serviço de Veterinária do Ministério da Agricultura, no ano de 1910, e criando 
escolas de laticínios e postos zootécnicos. Mesmo com notável crescimento da 
pecuária bovina brasileira desde o século XVII, somente na década de 1960 
que essa atividade passou a ter uma maior expansão da atividade no país, 
houve uma maior expansão do efetivo bovina no Centro-Oeste a partir dessa 
década, considerando os seus aspectos naturais para diversas espécies de 
gado bovino que foram introduzidos no país. 
 
Contudo a expansão bovina no Centro-Oeste não teve a companhia de 
uma melhoria nos sistemas e procedimentos de criação, permanecendo 
principalmente com um carácter extensivo, desde o período colonial, e 
concentrando-se principalmente numa criação destinada ao corte. 
Já a produção leiteira teve um considerável aumento a partir dos últimos 
anos do século XX, porém irregularmente distribuído, concentrando-se 
principalmente na região Sudeste. Cientes de que no século XIX e XX a 
produção de café estava a todo o vapor na região Sudeste, logo para a produção 
leiteira sobravam pouco espaço por conta dos latifúndios cafeeiros, logo a 
criação era sediada em pequenos e médios estabelecimentos rurais no Sudeste 
e o gado de corte sedia-se em grande propriedade no Centro-Oeste, tendo assim 
um enorme desenvolvimento já que a região dispõe de extensas áreas 
de planaltos com altitudes médias e clima tropical que são altamente favoráveis 
ao desenvolvimento da pecuária. 
Após a inserção das ferrovias na região que hoje é o estado do Mato 
Grosso do Sul houve uma enorme facilitação do comércio do gado por todo o 
país, voltando a atenção novamente para a pecuária bovina. 
Apesar do predomínio da criação extensiva de bovinos no Centro-Oeste, 
a partir dos últimos anos do século XX passou a haver melhoria significativa no 
sistema criatório, já que as transformações ocorridas no mercado mundial de 
carne exigiam cada vez mais melhorias na qualidade do produto bovino. Dessa 
forma, as inovações tecnológicas e cuidados com o rebanho são fundamentais 
para a adequação às exigências do mercado. 
 
 
Figura 1 
 
O padrão técnico da criação bovina em 
desenvolvimento 
Nessa última década o avanço nos cuidados com o gado está em torno 
do melhoramento genético do animal, da melhora na nutrição e sanidade do 
gado e do melhoramento genético das pastagens, contudo essas melhorias 
atingiram uma pequena parcela dos criadores bovinos brasileiros. 
Na década de 1990 essas inovações tecnológicas na bovinocultura se 
fizeram sentir com mais intensidade. Porém, desde meados dos anos 1960, o 
processo de evolução vem ocorrendo, com o desenvolvimento da indústria de 
carnes e a modernização dos frigoríficos, como diz Valéria Pacheco Batista 
Euclides, pesquisadora da Embrapa Gado de Corte. 
Avanços tecnológicos, por exemplo, a germinação in vitro, o que achou 
dou muito no controle de reprodução e qualidade do produto, ajudando na 
competitividade no mercado externo. 
Infelizmente a bovinocultura não se desenvolveu tecnologicamente igual 
a suinocultura e a avicultura e por conta do aumento do consumo de carne suína 
e de aves nos últimos anos do século XX, entretanto foi observado um 
estrondoso aumento da presença de Gado na região Norte, na década de 2000 
e 2010, esse aspecto de movimentação da gado para a região norte se dá 
principalmente por conta da demanda de espaço que as criações de 
monoculturas para exportação, que dão mais rentabilidade, veem apresentando 
crescimento no centro-oeste e sudeste ao longo dessas décadas. 
Dados do IBGE também nos revelam que as exportações aumentaram 
nos últimos anos do século passado e, de maneira inversa, diminuíram as 
importações e o consumo interno. Porém desde a década de 2000, o mercado 
interno continua sendo o principal destino da carne bovina brasileira, mesmo 
que segundo o IBGE foram 2,01 milhões de toneladas exportadas (26%) e 5,74 
milhões de toneladas de carne (74%) ficaram no País, em 2020. 
Desta forma, a criação de gado se tornou a atividade mais complexa nos 
últimos anos, embora a modernização seja restrita a poucos estabelecimentos 
mais desenvolvidos economicamente. Portanto o setor é dividido em moderno e 
tradicional, já que existem produtores que empregam poucos cuidados técnicos 
no manejo do rebanho, criando-os de uma maneira extensiva e pecuaristas 
altamente tecnológicos, gerenciando num nível empresarial sua atividade, 
desenvolvendo uma criação muito mais intensiva 
 
 
Figura 2 
 
 
Mercado Interior de Carne Bovina 
Os hábitos alimentares dos brasileiros foram mapeados pelo IBGE 
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), através do estudo "Análise do 
Consumo Alimentar Pessoal no Brasil", que mostrou que a carne bovina é o 
sexto alimento mais consumido pelos brasileiros, ela contém elevado teor de 
proteínas e é essencial no prato brasílico. 
Dados obtidos pela plataforma FAOSTAT – banco de dados provenientes 
da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) – 
apontam que no ano de 2020, o rebanho bovino brasileiro foi o maior em escala 
global, possuindo uma representação de 14,3% do rebanho do planeta, com 217 
milhões de cabeças, sucedendo a Índia com 190 milhões de cabeças. A alta 
produção de carne bovina brasileira é de extrema importância no mercado, o 
agronegócio contribuiu com 5,7% para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro 
no primeiro trimestre de 2021, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística), a carne bovina representa 6% do PIB e 30% doagronegócio, consistindo em um faturamento total de exportações de US$ 5 
bilhões ante US$ 4,6 bilhões nos sete primeiros meses de 2020. 
 
 
 
Figura 3 
 
 
Atualmente, no Brasil, o indivíduo que vive com menos de R$ 457 ao mês 
é declarado pobre, e, vivente de extrema pobreza, o indivíduo que vive com 
menos de R$ 154 mensais. Segundo o IBGE (2019) aproximadamente 105 
milhões de brasileiros vivem na pobreza e 20,95 milhões de pessoas na extrema 
pobreza, vale ressaltar que o salário-mínimo brasileiro é constituído de R$ 
1.100,00, e, atualmente, a carcaça bovina está cotada a R$ 17,55/kg, frente ao 
valor de R$ 18,50/kg em outubro, segundo os dados divulgados pela Agrobrazi. 
Essa desigualdade social do país afeta diretamente no consumo de carne 
bovina. De acordo com dados do IBGE (2013), cerca de 17,10% da renda familiar 
dos brasileiros é para alimentação, a carne é o alimento comum de mais peso 
nas despesas alimentícias (18,34%). O consumo de carne bovina possui uma 
diferença nas classes sociais, a classe alta desfruta de um gasto com carne de 
primeira de 3,93% contra 2,43% da mais baixa, enquanto a classe baixa renda 
“opta” pela carne de segunda (4,47% contra 1,06% da mais alta). A carne bovina 
possui um percentual de venda maior nas regiões Sul e Norte (21,2kg em ambas) 
e as menores, no Nordeste e Sudeste (14,2kg em ambas), o consumo no Centro-
Oeste (17,6kg) aproxima-se da média nacional (16kg), por fim, os estados que 
provem de maiores aquisições de carne bovina são, respectivamente: Rondônia 
(27,2kg) e Rio Grande do Sul (26,1kg), e, as menores, na Paraíba (10,2kg) e 
Ceará (11,3kg). 
 
Mercado exterior carne bovina 
 
Em 2021 o consumo mundial de carne bovina bateu o seu recorde, totalizando 
mais de 60 milhões de toneladas em equivalente carcaça. O Departamento de 
Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para cima, em abril, a 
expectativa para o ano. 
2021 deve terminar somando o equivalente a 60,04 milhões de toneladas que, se 
confirmado, representa um ganho de 1,6% em relação ao consumo observado em 
2020 (59,06 milhões de toneladas). A demanda por carne bovina deve continuar 
crescendo quase 1 milhão de toneladas em equivalente carcaça de 2020 a 2021. O 
aumento do consumo mundial de carne bovina tem se dado, principalmen te, pela 
China. A demanda chinesa deve somar 10,08 milhões de toneladas em 
equivalente carcaça, alta de 6,3% frente a 2020 (9,48 milhões de toneladas) e 
atrás apenas dos Estados Unidos, maior consumidor mundial, com perspectiva de 
12,52 milhões de toneladas. 
Entre 2017 e 2021 o crescimento esperado do consumo de carne bovina chinês é 
de 39,4%, variando de 7,23 milhões de toneladas a 10,08 milhões de toneladas. 
 
 
https://www.usda.gov/
https://www.usda.gov/
Pecuária e desmatamento 
A floresta Amazônica, cuja extensão territorial compreende cerca de um terço 
das florestas tropicais do mundo, possui notória importância para a manutenção 
do equilíbrio ecológico brasileiro, seja pela vastidão da biodiversidade e sua 
preservação, seja pela capacidade de estocagem hídrica que possui. No 
entanto, sua relevância mundial não é determinante para a evitação dos 
indubitáveis e potenciais índices de desmatamento nessa região, sendo um dos 
principais agentes causadores, a pecuária bovina. 
Nesse sentido, a trajetória pecuarista em solo amazônico não detém plena 
jovialidade em sua história, visto que esta, inserida em um cenário de erguimento 
da economia brasileira, começou há mais de 60 anos. Destarte, a década de 
1960 foi crucial para definir o destino da grande floresta, uma vez que a 
integração da Amazônia à economia nacional abriu precedentes para uma 
exploração “mercantil-individualista” dotada de irracionalidade, dada a 
interferência incontrolada do capital privado, maioritariamente, no que tange 
esse estimado ouro brasileiro. 
Em outras palavras, a integração do norte brasileiro, que visava o 
mantimento da soberania nacional e o esquivamento de uma possível tomada 
do território amazonense, englobou vários programas cuja pretensão era 
melhorar a mobilidade intra-espacial e transformar a região em um arcabouço 
fértil para a produção mundial econômica do país, a partir disso, com o finco de 
ratificar os objetivos governamentais, a construção de rodovias e hidrelétricas, 
instalações assíduas de indústrias, exploração de recursos minerais e, 
iminentemente, o desenvolvimento da agropecuária foram exemplos da 
complexidade desse projeto. 
Após o desenvolvimento ininterrupto do programa de “integrar para não 
entregar”, slogan da campanha de integração criado no governo militar do 
Presidente Emílio Garrastazu Médici, em 1970, a floresta Amazônica teve, em 
níveis comparativos, o equivalente a uma França inteira desmatada. Mediante 
esse dado, 63% desse desmatamento abarcou o crescente aumento de pastos 
nessa região. 
A partir dessa perspetiva, foram engendrados os dois principais problemas 
fulcrais que são caracterizados, diretamente, como consequências da 
agropecuária e, especificamente, da pecuária de corte no brasil, sendo eles: a 
degradação do solo, fruto do desmatamento ilegal da elite ruralista, e a 
exploração de terras indígenas ou territórios legalmente protegidos pelo poder 
público, ou seja, de forma sintetizada, a grilagem é crime mais recorrente no 
setor pecuarista. 
 
 
Desmatamento 
A base estrutural do ciclo de desmatamento do setor pecuarista está 
calcada no sistema extensivo de criação que consiste, sumariamente, na criação 
de gado inserido em um amplo perímetro territorial. De outra maneira, a pecuária 
extensiva, cuja aplicação compreende quase o total de lucro econômico do ramo 
de exportação em todo país, é determinada pelo baixo investimento tecnológico 
e pela ausência de mão de obra qualificada, em virtude das condições de criação 
do gado que abarcam o descuido com a alimentação animal e com o meio 
ambiente, visto que aquele é deixado avulso no pasto e criado sem controle de 
alimentação, de suplementos alimentares ou hormonais, em outras palavras, a 
lucratividade é colocada em primeiro plano em detrimento da preservação 
ambiental. 
Os impactos da pecuária extensiva, intitulada como um latente vetor de 
expansão no que tange à territorialidade agrícola, pois representa uma ameaça 
real aos principais biomas brasileiros, como o Cerrado e a Amazônia, são muitos, 
a citar, a destruição de ecossistemas, visto que, em razão da usurpação 
exacerbada e, muitas vezes, ilegal, da floresta amazônica, a extinção de nichos 
ecológicos e da biodiversidade brasileira se corporificam como consequências 
ramificadas e expressas do sistema extensivo de criação sem aprimoramento 
tecnológico. 
Além dos danos supramencionados e já mensurados à nação tupiniquim, 
a degradação do solo é um outro problema da conjuntura zoo econômica 
brasileira, cuja causa permeia o grande número de ruminantes no Brasil, 
portanto, o desproporcional número de 25 milhões de habitantes em contraste 
aos 85 milhões de cabeças de gado, possui desfecho que integra o 
acarretamento da compactação e erosão do solo. 
Outrossim, a questão hídrica é outro ramo cujas raízes estão fulcradas 
na criação antiquada do gado, ou seja, através de um processo erosivo do solo, 
lixiviação, ocorre o transporte de elementos contaminados ao leito dos rios, tais 
como: nitrogênio, fósforo e potássio do esterco. 
 
 
 
Gases de efeito estufa (GEE) 
De acordo com os dados fornecidos pelo Sistema de Estimativas de 
Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), que analisou a progressiva 
emissão de gases desde 1970, no Brasil, mostrou que o agronegócio foi 
responsável por 72% das emissões de carbono no território nacional durante 
2019. 
As particularidades da demasiada proporção do índice percentual de GEE 
é de fácil compreensão e, muitas vezes, surpreendente. Pois, um dos 
contribuintes catalisadores da emissão de gases deefeito estufa é o metano, 
gás cujo surgimento deriva do processo digestório dos bovinos, portanto, logo 
após sua emissão na atmosfera ocorre o processo de transformação para CO2. 
Além do metano, o desmatamento também faz parte das consequências da 
atividade pecuarista que culmina no aumento do GEE. 
 
Figura 4 
Figura 5 
Figura 5 
 
Economia e sustentabilidade 
Dado o irracional revanchismo entre os dois polos supracitados, o Projeto 
Novo Campo, de adesão voluntária, veio como uma nova iniciativa sustentável 
que visa aumentar a produtividade de criação bovina, consequentemente, 
abrangendo uma menor área de devastação ambiental, ou seja, o intuito do 
programa é amenizar os efeitos danosos do setor pecuarista comum, uma vez 
que, com o sistema de rotação abaixo, ocorre o fracionamento dos pastos e, em 
seguida, a adubagem para o crescimento de capim, dessa maneira, 
potencializando 14 vezes as criações de bois por unidade de área. 
 
 (A imagem abaixo foi retirada do documentário “sob a pata do boi”). 
 
 
 
 
No tocante ao debate em relação à emissão de gases de efeito estufa, fato 
que suscinta a instantânea reflexão a respeito de algumas estratégias que visam 
atenuar o alto índice de emissão de CO2, foram pensadas algumas resoluções. 
Desse modo, alternativas voltadas à melhoraria da estrutura que promove os 
altos índices de metano, a fermentação entérica, não estão distantes da 
capacidade humana de abrandar esse empecilho. Portanto, uma vez que 
fermentação entérica está intrinsecamente ligada à qualidade alimentar do 
animal, a resolução emerge nítida e calcada na lógica do grau de fibrosidade do 
alimento, ou seja, “quanto menos fibroso e digestível for o alimento consumido, 
menos metano será produzido. Nessa situação, o animal ganha mais peso, leva 
menos tempo para ser abatido e, consequentemente, diminui o impacto no meio 
ambiente” (Embrapa, 2018). 
 
 
Figura 6 
 
 
A sociedade civil está afugentada à criminalidade 
presente na pecuária? 
“As forças em favor do desmatamento continuam ganhando” (Paulo Barreto, 
2018). É com base na fala de Barreto, pesquisador Sênior do Imazon, concedida 
à esquipe do documentário “sob a pata do boi”, que o questionamento acerca da 
possibilidade de uma pecuária sem desmatamento e trabalho ilegal surgiu. 
Diante dessa discussão, Barreto continuou: 
 
Calculamos que há ao menos 10 milhões de hectares de 
pastagens abandonadas ou mal aproveitadas na 
Amazônia. É área suficiente para aumentar a produção de 
carne e ainda liberar espaço para a agricultura sem que 
seja necessário derrubar mais nenhuma árvore (Sob a 
pata do boi, 2018) 
 
O pesquisador complementa dizendo que a “pecuária na Amazônia tem 
como características a baixa produtividade - menos de um boi por hectare - e o 
pouco emprego de tecnologia”, ou seja, a falta de investimento tecnológico no 
setor agropecuário aliado às práticas ilegais de grileiros ruralista remonta um 
cenário de deterioração dos recursos naturais brasileiros e da falta de 
aproveitamento potencial do desempenho, até o momento, do agronegócio e da 
economia brasileira como um todo, cuja participação do setor no PIB total 
brasileiro pode ultrapassar os 30% em 2021 (CEPEA, 2021). 
 
Valores socioculturais da carne 
A pecuária de corte bovina não se resume à simplória classificação de um setor 
produtivo de carne, mas, historicamente, esta é simbolicamente atribuída ao 
prestígio socioeconômico. À vista da valorização social da carne, a historicidade 
do Brasil é capaz de ajudar a compreender tamanho símbolo. 
O Brasil pré-colombiano era composto por diversas tribos indígenas e, a partir 
dessa informação, buscou-se saber qual o tipo de alimentação preterida pelos 
autóctones. A resposta para essa pergunta é compreendida pelo pela estima dos 
nativos em relação à carne vermelha. 
Mas foi com a chegada dos europeus que o consumo de carne foi potencializado, 
visto que a criação de animais para o abate foi um legado deixado pelos colonos, no 
entanto, o consumo era restrito a uma determinada elite econômica, isto é, o 
alimento foi consolidado como uma refeição determinante para a ostentação de 
ascensão social. A partir disso, até os dias atuais, a carne vermelha tem, além do 
valor de produção agregado ao produto, um valor simbólico perante a sociedade. 
 
Direitos dos animais 
 
Ao longo dos anos surgiram novos autores e literaturas que tratam sobre 
o reconhecimento do direito animal. Dessa forma, foi estabelecido um conjunto 
de princípios e determinações que definem o que é o direito dos animais. 
 
A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência 
e a Cultura), em 1978, proclamou a Declaração Universal dos Direitos Animais. 
No Brasil, o artigo 225 da Constituição Federal de 1988 condena a crueldade 
contra animal. Já em 1998, a Lei de Crimes Ambientais passou a criminalizar 
abusos, maus-tratos, ferimentos e mutilações contra os animais não importando 
a sua espécie. 
 
 
Vegetarianismo 
O vegetarianismo abrange diferentes classificações, não é somente uma 
dieta livre de carne. 
Ele exclui todos os tipos de carne, isso inclui carne vermelha, peixes e 
aves. O vegetarianismo pode ser classificado da seguinte forma: 
 
• Ovolactovegetarianismo: utiliza ovos, leite e laticínios na sua alimentação. 
• Lactovegetarianismo: utiliza leite e laticínios na sua alimentação. 
• Ovovegetarianismo: utiliza ovos na sua alimentação. 
• Vegetarianismo estrito: não utiliza nenhum produto de origem animal na 
sua alimentação. 
 
Figura 7 
 
Veganismo 
O veganismo, diz respeito a um estilo de vida que busca excluir, sempre 
que possível, todas as formas de exploração e crueldade contra os animais. 
Sendo assim, abrangendo na alimentação, vestimentas, produtos de higiene, 
entre outros. Veganos, por exemplo, procuram remédios e shampoos que não 
tenham tido testes em animais. Logo, vegetarianismo estrito e veganismo são 
sinônimos quando no âmbito da alimentação. 
É importante ressaltar que, cada pessoa, dentro do vegetarianismo e do 
veganismo, tem seu tempo e suas condições de mudança. Acima de tudo, 
precisamos respeitar as particularidades de cada um. 
 
Figura 8 
 
CONCLUSÃO 
 
Após a minuciosa pesquisa pode-se concluir diversos aspectos. A pecuária 
bovina no Brasil tenha começado a se desenvolver no século XVI como apenas o 
intuito de servir como complemento alimentar para a população de colonos e 
locais com aspectos explícitos de uma criação extensiva, que se perpetua até 
hoje entre a maioria dos espaços de criação, hodiernamente esta prática 
representa uma considerável parte de 6% no nosso PIB nacional, tendo grande 
papel não só no mercado interno representando 30% do agronegócio, como é um 
dos maiores exportadores e criadores de carne bovina em escala Global. 
A influência da criação bovina no Brasil ultrapassa o campo econômico, podendo 
ser percebida em sistemas políticos da nossa história, por exemplo, o período da 
política do Café com Leite (1898-1930), ou até mesmo no comportamento e 
posicionamento socioeconômico do brasileiro ao decorrer da história do Brasil e 
atualmente. 
Há ainda várias discussões em relação a como o animal é tratado nessa 
atividade de criação, sendo que desde 1978, a Unesco proclamou a Declaração 
Universal dos Direitos dos Animais, e no Brasil na nossa constituição existem leis 
sobre os maus-tratos e crueldades contra os animais. Sendo assim, o tópico dos 
direitos dos animais influência diversas práticas, como os diversos tipos de 
vegetarianismos e veganismo, se tornaram populares, como forma de apoio a 
dignificação da vida dos animais. 
Desde o século XVI a criação bovina vem apresentando diversos tipos de evolução 
para a melhora na produção dos produtos bovinos, evoluções como germinação 
in vitro, modificação dos pastos e inúmeras técnicas de periodização na criação, 
ainda que tenha, em suamaioria de aspectos, permanecido como uma criação 
extensiva. 
A pecuária sendo uma grande contribuição para o desenvolvimento social e 
econômico do país ainda traz consigo enormes perdas ao meio ambiente. Desde 
a década de 2000 quando a grande massa de pecuarista começou a se mover 
em direção ao Norte do país por conta da aquisição de espaço para a 
monocultura agrícola, causando inúmeras casos de desmatamento de biomas 
para “abrir” espaço para o pasto, na região Centro-Oeste, antigo centro da 
atividade, e na Região Norte, já que ainda hoje a maioria dos pecuaristas 
brasileiros seguem o sistema extensivo de criação, este desmatamento 
representa uma perda muito grande à nossa biodiversidade e equilíbrio do meio 
ambiente. 
Não somente o desmatamento representa os problemas trazidos pelo 
crescimento da criação bovina, mas os Gases de Efeito Estufa, são efeitos 
preocupantes, já que segundo o SEEG, Sistema de Estimativas de Emissões de 
Gases de Efeito Estufa, 72% dos gases emitidos no território nacional são 
derivados do agronegócio, de maneira geral 
 
BIBLIOGRAFIA 
Referência bibliográfica Início da pecuária Bovina no Brasil: 
 
Caderno Prudentino de Geografia, Presidente Prudente, n.36, v.1, p.26-38, 
jan./jul. 2014. 
Produzido por: 
Jodenir Calixto Teixeira, Professor Assistente do Curso de Geografia pelo 
CPNA/UFMS. 
E por Antonio Nivaldo Hespanhol, Professor do Departamento de 
Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia –FCT da Universidade 
Estadual Paulista – UNESP, Campus de Presidente Prudente. 
 
Referências Pecuária e desmatamento: 
MICHELINI, Janaína. A pecuária bovina de corte no Brasil: 
significados, contradições e desafios em busca da sustentabilidade. 2016. 
142f. Dissertação (Doutorado em Ciência do Sistema Terrestre) - Instituto 
Nacional de Pesquisas Espaciais, São José dos Campos, 2016. 
RIBEIRO, Cilaine da Silva Gomes; CORÇÃO, Mariana. O consumo de 
carne no Brasil: entre valores socioculturais e nutricionais. Demetra, Rio de 
Janeiro, v.8, n.3, 425-438. 2013. 
SOB A PATA DO BOI. Direção: Marcio Isensee e Sá. Produção: Bernardo 
Camara. Videocamp. 2018. 
RIBEIRO, Eugênia. Pesquisa demonstra que manejo adequado de 
bovinos reduz emissões de metano. Embrapa, Brasília, 03 de abril de 2018. 
Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/- 
/noticia/32934505/pesquisa-demonstra-que-manejo-adequado-de- 
bovinosreduz-emissoes-de-metano>. Acesso em: 25/08/2021. 
ASSUNÇÃO, Gabrielle; MOREIRA, Roselene. O alimento como fator 
sociocultural: reflexões acerca do consumo de carne. Salão do 
conhecimento. Unijuí. 2020 
http://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-

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