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Projeto de Pesquisa Crise Alimentar

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DARLENE COELHO MARQUES BISPO
ELIVELTON VIANA DOS SANTOS
KAMILA VITÓRIA CIRINO MOREIRA
	
Crise alimentar: como o consumo de produtos de origem animal pelos seres humanos afeta a sustentabilidade do meio ambiente e a ética humana no Brasil
Projeto de pesquisa apresentado ao departamento de filosofia da Universidade Federal do Piauí, curso Bacharelado em Farmácia, como requisito para avaliação da disciplina introdução à metodologia científica. 
 Orientador: Prof. José Ricardo Barbosa Dias
Teresina
2021
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	 3-4
2 METODOLOGIA 	 5
3 REFERENCIAL TEÓRICO 	 6-7
4 CRONOGRAMA 	 8 
5 RECURSOS 	 9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	 10
1 INTRODUÇÃO
Um balanço feito, em 2016, pelo Observatório do Clima, concluiu que o setor agropecuário é responsável por 69% das emissões de gases do efeito estufa no Brasil, o estudo analisou o percentual dos poluentes advindos do processo digestivo dos rebanhos, o uso de fertilizantes e o desmatamento para abertura de novas áreas para a atividade econômica.
Ademais, segundo a Greenpeace, quase 13 mil hectares de área foram desmatados com queimadas após a criação do Parque Estadual da Serra Ricardo Franco, no local foram identificadas 472 espécies de aves, equivalente a um quarto de todas as espécies de aves identificadas no Brasil, e mamíferos ameaçados, como a ariranha e o tamanduá-bandeira, além disso, 71% de toda extensão do parque tem associação com o Cadastro Ambiental Rural e muitos destes com o objetivo da produção bovina não só para o consumo da população, mas também para a importação. (GREENPEACE. Como o desmatamento e a criação de gado tem ameaçado a biodiversidade brasileira).
Com tal perspectiva, percebe-se que a fomentação do mercado de criação de gado ameaça à sustentabilidade ambiental, visto que é um fator relevante para a extinção de espécies da fauna e flora brasileira, além da emissão de gases do efeito estufa proporcionada, principalmente, pelas queimadas e o processo digestivo do gado, contudo é importante salientar que não só a produção de gado agride o meio ambiente, qualquer criação de animais provoca resíduos a esse, como os dejetos, e custos exacerbados de recursos naturais não renováveis, um exemplo é a água, portanto urge a discussão sobre os problemas ambientais que a geração de animais acarreta ao ecossistema, já que com essa problemática, pode se tornar insustentável o modelo atual para o consumo e venda de artigos animais.
Ao realizarmos uma pesquisa pela plataforma do Google formulários, em 2020, com um contingente de 100 pessoas, 58% declararam que enxergavam um problema na questão do consumo de produtos de origem animal, 70,3% dos indivíduos que pensam em parar ou já pararam de se alimentar de artigos de origem animal colocaram como motivação a não contribuição com a exploração animal e 5,4% que se sentem ou se sentiram pressionados por outras pessoas, diante disso, é notório que uma parcela expressiva das pessoas entrevistadas não considera ético o consumo de outras espécies, assim evidencia-se uma tendência de cambio acerca do uso de dessas para a alimentação e revela uma propensão para a escolha de uma dieta de origem exclusivamente vegetal pela população brasileira nas próximas décadas.
Portanto, indaga-se: como o consumo de produtos de origem animal pelos seres humanos afeta a sustentabilidade do meio ambiente e a ética humana, no Brasil?
O problema geral da pesquisa é analisar os efeitos negativos ao ecossistema causados pela produção de espécies e sua insustentabilidade, e a mudança de comportamento decorrente da visão de que não é ético o consumo dessas mercadorias no Brasil.
Parte-se da hipótese, que o comportamento do povo brasileiro está se modificando devido a questionamentos acerca da dieta onívora, e de que o mercado de animais para a deglutição causam graves problemas ambientais ao cenário nacional.
Análogo ao que foi apresentado é evidente que urge a discussão sobre os problemas ambientais que a geração de animais acarreta ao ecossistema, já que com essa problemática, pode se tornar insustentável o modelo atual para o consumo e venda de artigos animais.
Para tanto foram delimitados, os seguintes objetivos específicos: comprovar a prática intensa da criação de animais e sua respectiva relevância para a economia brasileira, conhecer como essa provoca desmatamento e, consequentemente, a extinção de espécies nativas e emissão de gases do efeito estufa, e analisar a mudança de princípios morais dos brasileiros sobre este tema e os desafios enfrentados para a conscientização do povo brasileiro sobre.
2 METODOLOGIA
· A utilização do método de levantamento de campo, realizada pela aplicação de um formulário aos acadêmicos do curso de Farmácia da Universidade Federal do Piauí e a população em geral a respeito do tipo de alimentação dos participantes.
· Pesquisas bibliográficas para fundamento teórico em relação ao problema.
· Elaboração da Hipótese acerca da problemática do consumo de produtos de origem animal que pode afetar a sustentabilidade do meio ambiente e a ética do ser humano.
· Interpretação dos dados obtidos pelo o questionário aplicado. 
3 REFERENCIAL TEÓRICO
A modernização da agropecuária se iniciou nos anos 1945, pois, com o fim da Segunda Guerra Mundial, passou-se a focar no suprimento da demanda global de alimentos. Paralelamente, nos dias atuais, a população mundial continua crescendo, assim sendo necessário cada vez mais alimentos, em resultado, o Brasil é um dos países que mais importam carne animal; segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em 2020, as carnes ocuparam a segunda posição no ranking dos setores exportadores do agronegócio, com US$ 17,16 bilhões, sendo a bovina 49,4%, frango 34,9% e 13,1% de suína do montante. 
Contudo, mesmo sendo um dos alicerces da economia brasileira, os impactos negativos para o meio ambiente não deixam de ser relevantes. No Brasil, a produção de animais para consumo é considerado um dos principais responsáveis pelo desmatamento (HSI, 2011). O Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite divulgou, em 2020, que houve aumento de 9,5% no desmatamento na Amazônia entre agosto de 2019 e julho de 2020, maior índice desde 2008, muito disso causado mediante à abertura de pastos e produção de alimentos vegetais, estes, além de alimentar o país e quem exporta, serve para a manutenção de toda a cadeia de espécies criadas para o consumo, dado que essas precisam ser nutridas.
Em virtude disso, a perda de hábitat é considerada uma das principais causas da extinção de espécies e redução da biodiversidade (KLINK & MACHADO, 2005). O dano provocado pela deflorestação extingue a linhagem de animais e plantas brasileiras, devido que, sem o ambiente natural desses animais, muitos se deslocam para outros locais e, consequentemente, morrem por não estarem adaptados a esse ou durante as queimadas.
Ademais, a revista superinteressante publicou, em 2018, que ruminantes produzem metano devido à sua digestão e que no Brasil são 212 milhões de cabeças de gado, assim chegando a superar o número de habitantes brasileiros. Com esses aspectos, percebe-se que a emissão dos gases do efeito estufa não só são produzidos pelo desmatamento, mas também pelo estômago bovino, confirmando o destaque que a procriação de animais tem para contribuir com a problemática.
Os gases do efeito estufa são responsáveis pelo aquecimento global, estes absorvem uma parte dos raios do sol e os redistribuem em forma de radiação na atmosfera aquecendo o ambiente, as consequências são: a desertificação, pois as plantas que não estão adaptadas a certas temperaturas acabam morrendo pelo excesso de calor, alteração do regime das chuvas consequentemente inundando locais ou desertificando outros, entre outros fatores.
Além disso, a alimentação brasileira, desde quando os primeiros colonizadores portugueses adentraram o sertão nordestino, no século XVIII, está inserida em um contexto ético e moral, de caráterantropocêntrico, no qual a sua concepção coloca o ser humano como o centro do universo, enquanto a vida dos não humanos possui pouco ou nenhum valor moral, sendo estes considerados apenas recursos para a humanidade, ou seja, visa unicamente o bem-estar humano.
Com o avanço do desenvolvimento tecnológico e cientifico, na sociedade moderna, vem crescendo o número de pessoas que se declara vegetariano, 14% da população brasileira (IBOPE, 2018), e em linha com essa tendência, empresários do setor estimam que o mercado vegano tenha crescido a uma taxa anual de 40%, nos últimos anos, em média, estas se apoiam na ideia de uma ética animalista refletindo um conteúdo moral de responsabilidade para com a natureza através da preocupação com o bem-estar animal no processo de criação, transporte e abate, assim como questões sociais e impactos ecológicos decorrentes do sistema de criação ou de caça (SVB, 2007). 
Além disso, o Programa Segunda Sem Carne brasileiro, coordenado pela SVB, afirma que o brasileiro é atualmente o maior do mundo na promoção do veganismo, distribuindo mais de 80 milhões de refeições à base de vegetais em 2019 (o dado representa um crescimento de 20% em relação ao ano anterior) e esse órgão, em 2020, recebeu pelo terceiro ano consecutivo reconhecimento pela ACE, como uma das organizações mais eficazes do mundo no trabalho a favor da causa animal, destarte, entende-se a relevância da Sociedade Vegana Brasileira e como os brasileiros vêm contribuindo com tal dados. Entretanto, mesmo com esses dados, as organizações e pessoas que lutam pela causa animal, ainda tentam combater a desinformação causada por gerações, no formulário feito, 19,3% declararam que seria impossível só se alimentar com coisas de origem animal, o que não é verdade, já que é possível se obter os macronutrientes e micronutrientes essenciais, apenas balanceando a alimentação e comendo nas proporções corretas, assim como qualquer alimentação (Or. Eric Slywitch “Tudo o que você precisa saber sobre a alimentação vegetariana”).
	Semanas/ atividade
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	Levantamento de literatura
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	Montagem do projeto
	
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	Coleta de dados
	
	
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	Analise dos dados
	
	
	
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	Elaborações do trabalho final 
	
	
	
	
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	Revisão do texto
	
	
	
	
	
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	Entrega do trabalho
	
	
	
	
	
	
	
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4 CRONOGRAMA
5 RECURSOS
	Para atingir os objetivos da pesquisa, urge o apoio da Universidade Federal do Piauí, de forma a dar livre acesso a suas bibliotecas e internet, a fim de ser feito uma análise aprofundada sobre os assuntos citados nos objetivos gerais e específicos deste projeto, por intermédio de livros e trabalhos acadêmicos compostos em seu acervo bibliográfico e materiais acessados via rede. Além do mais com financiamento das atividades citadas abaixo:
	Descrição
	Valores estimados (R$)
	Deslocamento para a Universidade durante os 2 meses, tempo estimado para ser feita a pesquisa.
	 300
	Mão de obra para a revisão linguística
	100
	Impressão e encadernação
	20
	Total:
	420
Ademais é preciso um patrocínio da Sociedade Vegana Brasileira, ao disponibilizar sua equipe, com o intuito de que seja feito uma pesquisa de campo em relação à mudança da alimentação brasileira para uma estritamente vegetal, concomitante, com seus respectivos motivos nos 26 estados brasileiros e o distrito federal. 
	
	
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
A. KLINK CARLOS, B. MACHADO RICARDO. A Conservação do Serrado Brasileiro Researchgate. 2005. Disponível em:<https://www.researchgate.net/publication/228342037_A_conservacao_do_Cerrado_brasileiro> . Acesso em: 14.01.2021. 
BBC NEWS/ BRASIL. Desmatamento na Amazônia cresce 9,5% e chega a valor mais alto desde 2008. 2020. Disponível em: < https://www.bbc.com/portuguese/brasil-55140607 >. Acesso em: 10.01.2021.
GREENPEACE. Como o desmatamento e a criação de gado tem ameaçado a biodiversidade brasileira. Disponível em: <https://www.greenpeace.org/brasil/biodiversidade/como-o-desmatamento-e-a-criacao-de-gado-tem-ameacado-a-biodiversidade-brasileira/ >. Acesso em: 09.01.2020
IBOPE INTELIGÊNCIA. 14% da população se declara vegetariana, ibope inteligência. 2018. Disponível em: <https://www.ibopeinteligencia.com/noticias-e-pesquisas/14-da-populacao-se-declara-vegetariana/> . Acesso em: 11.01.2021.
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Exportações do agro ultrapassam US$ 100 bilhões pela segunda vez na história, ministério da agricultura, pecuária e abastecimento. 2021. Disponível em: <https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/noticias/exportacoes-do-agro-ultrapassam-a-barreira-dos-us-100-bilhoes-pela-segunda-vez>. Acesso em: 12.01.2021.
PAULO BARROS JOÃO; ET AL. Produção Animal e Os Impactos ao Meio Ambiente. 2017. Disponível em:<http://journal.unoeste.br/suplementos/agrariae/vol13nr2/PRODUCAO%20ANIMAL%20E%20OS%20IMPACTOS%20AO%20MEIO%20AMBIENTE.pdf. Acesso em: 13.01.2021.
SOCIEDADE VEGETARIANA BRASILEIRA. SVB é Reconhecida pela Terceira Vez Consecutiva como uma das Ongs mais Eficazes do Mundo Pela ACE. 2020. Disponível em:< https://www.svb.org.br/2614-svb-e-reconhecida-pela-terceira-vez-consecutiva-como-uma-das-ongs-mais-eficazes-do-mundo-pela-ace>. Acesso em: 10.01.2021.
SCHLICKMANN HELDER, AUGUSTO SCHAUMAN SANTIAGO. Pecuária, desmatamento e desastres ambientais na Amazônia, revista ciência do ambiente online. 2007. Disponível em:<http://sistemas.ib.unicamp.br/be310/nova/index.php/be310/article/view/107> Acesso em: 11.01.2021. 
VERSIGNASSI ALEXANDRE, MONTEIRO LUIZA. O verdadeiro papel dos bois no aquecimento global. 2018. Disponível em:< https://super.abril.com.br/especiais/o-verdadeiro-papel-dos-bois-no-aquecimento-global/#:~:text=Uma%20vaca%20produz%20mais%20gases,maior%20do%20que%20se%20imaginava.&text=Bois%20e%20vacas%20produzem%20metano,dos%20motores%20a%20combust%C3%A3o%20interna. > Acesso em: 12.01.2021.

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