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Prévia do material em texto

2.000
De acordo com o edital da PM-SP/2021.
Organizado por disciplinas.
Questões atualizadas da VUNESP.
Gabarito oficial ao final de cada disciplina.
?caderno deQUESTÕES
PM-SP
QUESTÕES PARA 
500
Direito Humanos
Legislação Extravagante
Estatística
?caderno deQUESTÕES
QUESTÕES PARA 
Língua Portuguesa
Direito Penal
Direito Constitucional
Direito Penal Militar
• De acordo com o edital DRH/CRS 
 Nº 06/2021, do concurso da PM-MG 
 para o cargo de Soldado.
• Organizado por disciplinas.
• Questões gabaritadas da CRS, banca 
 oficial da PM-MG.
PM-MG
NV-LV017-21-500-QUESTOES-PM-MG
Cód.: 7908428800734
Todos os direitos autorais dessa obra são reservados e protegidos 
pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total, por 
qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito pela 
editora Nova Concursos.
Essa obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso 
de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no 
site www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e 
Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações.
Organização
Alan Firmo
Carolina Gomes
Karina Oliveira
Diagramação
Joel Ferreira dos Santos
Capa
Joel Ferreira dos Santos
Projeto Gráfico
Daniela Jardim & Rene Bueno
Dúvidas
www.novaconcursos.com.br/contato
sac@novaconcursos.com.br
Obra
Caderno de Questões para 
PM-MG
Disciplinas
LÍNGUA PORTUGUESA
DIREITO PENAL
DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITO PENAL MILITAR
DIREITO HUMANOS
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
ESTATÍSTICA
Data da Publicação
Junho/2021
APRESENTAÇÃO
O treino de questões, além de testar seus conhecimentos, é fundamental para compreender melhor 
o perfil da banca organizadora. Ao mesmo tempo que você revisa a teoria estudada, você pratica a 
metodologia da banca e cria uma rotina de estudos essencial para a sua preparação.
Pensando nisso, a série Caderno de Questões da Editora Nova Concursos apresenta 500 Questões 
para o concurso da PM-MG – Soldado, organizadas por disciplinas, de acordo com os assuntos 
abordados. Ao final do material você encontra, ainda, o gabarito oficial, para conferir e acompanhar 
o seu desempenho. 
A meta é estudar até passar!
SUMÁRIO
PORTUGUÊS .................................................................................................................10
 Æ ORTOGRAFIA ..............................................................................................................................................................10
 Æ ACENTUAÇÃO GRÁFICA .............................................................................................................................................11
 Æ FORMAÇÃO E ESTRUTURA DAS PALAVRAS ...........................................................................................................13
 Æ CLASSE DE PALAVRAS ................................................................................................................................................18
 Æ EMPREGO DE TEMPOS DE MODOS VERBAIS ........................................................................................................25
 Æ COLOCAÇÃO PRONOMINAL ....................................................................................................................................28
 Æ FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO .....................................................................................................................................30
 Æ TERMOS DA ORAÇÃO ................................................................................................................................................30
 Æ PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO .....................................................................32
 Æ ORAÇÕES REDUZIDAS ...............................................................................................................................................34
 Æ FUNÇÕES SINTÁTICAS DOS PRONOMES RELATIVOS ..........................................................................................35
 Æ PONTUAÇÃO ...............................................................................................................................................................37
 Æ REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL (CRASE) ................................................................................................................38
 Æ CONCORDÂNCIA (VERBAL E NOMINAL) ................................................................................................................41
 Æ ADEQUAÇÃO CONCEITUAL (PERTINÊNCIA, RELEVÂNCIA E ARTICULAÇÃO DOS 
ARGUMENTOS E SELEÇÃO VOCABULAR) ...............................................................................................................44
 Æ TIPOS DE DISCURSO (DIRETO, INDIRETO E INDIRETO LIVRE) ............................................................................52
 Æ ESTILÍSTICA ..................................................................................................................................................................53
 Æ ESTUDO DE TEXTO (QUESTÕES OBJETIVAS SOBRE TEXTOS DE CONTEÚDO LITERÁRIO 
OU INFORMATIVO OU CRÔNICA) ............................................................................................................................60
 Æ TIPOLOGIA E GÊNEROS TEXTUAIS ...........................................................................................................................91
DIREITO PENAL ..........................................................................................................98
 Æ PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE ..........................................................................................................................98
 Æ CONCURSO DE PESSOAS ...........................................................................................................................................98
 Æ CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO ...........................................................................................................................98
 Æ DO ROUBO E DA EXTORSÃO (ARTS. 157 A 160 DO CP) .......................................................................................99
 Æ ESTADO DE NECESSIDADE ........................................................................................................................................99
 Æ TIPICIDADE E RESULTADO ......................................................................................................................................100
 Æ CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A ILICITUDE E SUAS EXCLUDENTES...........................................................100
 Æ DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE (ARTS. 130 A 136 DO CP) ................................................................100
 Æ PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE (ESPÉCIES, REGIMES, PROGRESSÃO) ......................................................100
 Æ HOMICÍDIO (ART. 121 DO CP) ................................................................................................................................101
 Æ IMPUTABILIDADE PENAL ........................................................................................................................................103
 Æ LEGÍTIMA DEFESA .....................................................................................................................................................103
 Æ PECULATO (ART. 312 DO CP) ..................................................................................................................................103
 Æ CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE ...........................................................................................................103
 Æ DO FURTO (ARTS. 155 E 156 DO CP) ......................................................................................................................104
 Æ DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADEDE DOMICÍLIO (ART. 150 DO CP) .............................................104
 Æ CONCURSO DE CRIMES ...........................................................................................................................................104
 Æ DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL (ARTS. 213 A 216 DO CP) ........................................................104
 Æ DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL (ARTS. 217-A A 226 DO CP) ...................................................104
 Æ FUNCIONÁRIO PÚBLICO PARA FINS PENAIS (ART. 327 DO CP) .......................................................................104
 Æ CONCEITOS, OBJETO, TEORIAS E EVOLUÇÃO DO DIREITO PENAL .................................................................105
 Æ ERRO DE TIPO ............................................................................................................................................................105
 Æ CLASSIFICAÇÕES DOS CRIMES ...............................................................................................................................106
 Æ ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL ........................................................................................................106
 Æ PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DE DIREITO PENAL..........................................................................................106
DIREITO CONSTITUCIONAL ...............................................................................108
 Æ DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES (ARTS. 122 A 124 DA CF/1988) ..............................................................108
 Æ DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS (ART. 5º DA CF/1988) ................................................108
 Æ SEGURANÇA PÚBLICA (ART. 144 DA CF/1988) ....................................................................................................111
 Æ EXTRADIÇÃO, DEPORTAÇÃO, EXPULSÃO E BANIMENTO (DA NACIONALIDADE) .......................................112
 Æ CARACTERÍSTICAS (DIREITOS FUNDAMENTAIS) .................................................................................................112
 Æ ESPÉCIES DE NACIONALIDADE (BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS) .................................................113
 Æ DISPOSIÇÕES GERAIS (ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ARTS. 37 E 38 DA CF/1988) ........................................113
 Æ DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA (ARTS. 18 E 19 DA CF/1988) ..............................................113
 Æ SOBERANIA POPULAR (VOTO, PLEBISCITO, REFERENDO, INICIATIVA POPULAR), 
ALISTAMENTO E ELEGIBILIDADE ...........................................................................................................................113
 Æ DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS 
(ART. 42 DA CF/1988) ................................................................................................................................................114
 Æ CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS .................................................................................................114
 Æ ESTADO DE DEFESA E DE SÍTIO (ARTS. 136 A 141 DA CF/1988) ........................................................................115
 Æ QUESTÕES MESCLADAS DE ORGANIZAÇÃO DO ESTADO (ARTS. 18 A 43 DA CF/1988) ..............................115
 Æ PODER CONSTITUINTE (ORIGINÁRIO, DERIVADO, REFORMADOR, REVISOR, DECORRENTE ETC.) ..........115
 Æ INELEGIBILIDADES (DIREITOS POLÍTICOS) ...........................................................................................................116
 Æ DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONSTITUIÇÃO (ARTS. 1º A 4º DA CF/1988) ....................................116
 Æ FORÇAS ARMADAS (ARTS. 142 E 143 DA CF/1988) .............................................................................................117
DIREITO PENAL MILITAR......................................................................................119
 Æ DO DESRESPEITO A SUPERIOR E A SÍMBOLO NACIONAL OU A FARDA (ARTS. 160 A 162 DO CPM) ........119
 Æ DOS CRIMES CONTRA O DEVER FUNCIONAL (ARTS. 319 A 334 DO CPM) .....................................................119
 Æ DOS CRIMES CONTRA A PESSOA (ARTS. 205 A 239 DO CPM) ..........................................................................120
 Æ DO CONCURSO DE AGENTES (ARTS. 53 A 54 DO CPM) .....................................................................................120
 Æ DAS PENAS PRINCIPAIS (ARTS. 55 A 68 DO CPM) ...............................................................................................120
 Æ DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA EXTERNA DO PAÍS (ARTS. 136 A 148 DO CPM) ................................121
 Æ DO ABANDONO DE POSTO E DE OUTROS CRIMES EM SERVIÇO (ARTS. 195 A 203 DO CPM) ...................121
 Æ DA ALICIAÇÃO E DO INCITAMENTO (ARTS. 154 A 156 DO CPM) .....................................................................122
 Æ DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (ARTS. 240 A 267 DO CPM)................................................................122
 Æ DA RESISTÊNCIA (ART. 177 DO CPM) ....................................................................................................................122
 Æ DA FALSIDADE (ARTS. 311 A 318 DO CPM) ..........................................................................................................122
 Æ DO DESACATO E DA DESOBEDIÊNCIA (ARTS. 298 A 302 DO CPM) .................................................................123
 Æ DA INSUBORDINAÇÃO (ARTS. 163 A 166 DO CPM) ............................................................................................123
 Æ APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR (ARTS. 1º A 28 DO CPM) ...........................................................................123
 Æ DA APLICAÇÃO DA PENA (ARTS. 69 A 83 DO CPM) ............................................................................................125
 Æ DO MOTIM E DA REVOLTA (ARTS. 149 A 153 DO CPM) .....................................................................................125
 Æ DO CRIME (ARTS. 29 A 47 DO CPM) .......................................................................................................................125
DIREITOS HUMANOS ............................................................................................ 128
 Æ CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS .................................................................................128
 Æ DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS (DUDH) .......................................................................128
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE ..........................................................................131
 Æ DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES (ECA - ARTS. 1º AO 6º) ................................................................................131
 Æ DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE (ECA - ARTS. 15 AO 18-B) ..................................131
 Æ DA FAMÍLIA SUBSTITUTA: GUARDA, TUTELA E ADOÇÃO (ARTS. 28 AO 52-D) ..............................................131
 Æ DOS PROCEDIMENTOS (DO ACESSO À JUSTIÇA, ECA, ARTS. 152 AO 197-F) ..................................................131
 Æ DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS (ECA, ARTS. 245 AO 258-C) .....................................................................131
 Æ LEI ESTADUAL Nº 14.310/2002 - CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DOS MILITARES DO 
ESTADO DE MG (CEDM) ...........................................................................................................................................132
 Æ LEI Nº 8.072/1990 - CRIMES HEDIONDOS.............................................................................................................133
 Æ DA FASE PRELIMINAR (ARTS. 69 A 76 DA LEI Nº 9.099/1995) ...........................................................................133Æ LEI Nº 9.455/1997 - CRIMES DE TORTURA ............................................................................................................134
 Æ DO REGISTRO (ARTS 3º AO 5º DA LEI Nº 10.826/2003).......................................................................................134
 Æ DOS CRIMES E DAS PENAS (ARTS. 12 AO 21 DA LEI Nº 10.826/2003) .............................................................135
 Æ DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER 
(ARTS. 5º A 7º DA LEI Nº 11.340/2006) ...................................................................................................................136
 Æ DA ASSIST. À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉST./FAMILIAR (ARTS. 8º A 12 DA LEI Nº 
11.340/2006) ..............................................................................................................................................................137
 Æ DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA (ARTS. 18 A 24-A DA LEI Nº 11.340/2006) .................................137
 Æ TÓPICOS MESCLADOS DA LEI Nº 11.340/2006 ....................................................................................................137
 Æ DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS - SISNAD 
(ART. 3º A 17 DA LEI Nº 11.343/2006) ....................................................................................................................137
 Æ DA PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL (ARTS. 18 A 30 DA LEI Nº 
11.343/2006) ..............................................................................................................................................................138
 Æ DISPOSIÇÕES GERAIS E DOS CRIMES (ARTS. 31 A 47 DA LEI Nº 11.343/2006) ..............................................138
 Æ TÓPICOS MESCLADOS E JURISPRUDÊNCIA DA LEI Nº 11.343/2006 ................................................................138
ESTATÍSTICA ..............................................................................................................140
 Æ MÉDIA PONDERADA ................................................................................................................................................140
 Æ QUESTÕES MESCLADAS DE MEDIDAS DE POSIÇÃO ..........................................................................................140
 Æ DADOS AGRUPADOS EM CLASSE ..........................................................................................................................140
 Æ MÉDIA PARA DADOS EM CLASSE ...........................................................................................................................141
 Æ TIPOS DE VARIÁVEIS. MEDIDAS ESTATÍSTICAS RELACIONADAS A CADA TIPO DE VARIÁVEL. ...................141
 Æ MÉDIA PARA DADOS NÃO AGRUPADOS .............................................................................................................141
 Æ FORMAS GRÁFICAS DE APRESENTAÇÃO DE DADOS AGRUPADOS POR VALOR ..........................................142
10
PORTUGUÊS
 Æ ORTOGRAFIA 
1. (CRS – PM-MG – 2019)
TEXTO I
A regreção da redassão
Carlos Eduardo Novaes
Semana passada recebi um telefonema de uma senhora 
que me deixou surpreso. Pedia encarecidamente que ensinas-
se seu filho a escrever. - Mas, minha senhora, - desculpei-me -, 
eu não sou professor.
- Eu sei. Por isso mesmo. Os professores não têm conse-
guido muito.
- A culpa não é deles. A falha é do ensino.
- Pode ser, mas gostaria que o senhor ensinasse o menino. 
O senhor escreve muito bem.
- Obrigado - agradeci -, mas não acredite muito nisso. Não 
coloco vírgulas e nunca sei onde botar os acentos. A senhora 
precisa ver o trabalho que dou ao revisor.
- Não faz mal – insistiu -, o senhor vem e traz um revisor.
- Não dá, minha senhora – tornei a me desculpar -, eu não 
tenho o menor jeito com crianças.
- E quem falou em crianças? Meu filho tem 17 anos.
Comentei o fato com um professor, meu amigo, que me 
respondeu: “Você não deve se assustar, o estudante brasileiro 
não sabe escrever”. No dia seguinte, ouvi de outro educador: 
“O estudante brasileiro não sabe escrever”. Depois li no jor-
nal as declarações de um diretor de faculdade: “O estudante 
brasileiro escreve muito mal”. Impressionado, saí à procura 
de outros educadores. Todos disseram: “acredite, o estudante 
brasileiro não sabe escrever”. Passei a observar e notei que já 
não se escreve mais como antigamente. Ninguém faz mais diá-
rio, ninguém escreve em portas de banheiros, em muros, em 
paredes. Não tenho visto nem aquelas inscrições, geralmen-
te acompanhadas de um coração, feitas em casca de árvore. 
Bem, é verdade que não tenho visto nem árvore.
- Quer dizer – disse a um amigo enquanto íamos pela rua 
– que o estudante brasileiro não sabe escrever? Isto é ótimo 
para mim. Pelo menos diminui a concorrência e me garante 
o emprego por mais dez anos.
- Engano seu – disse ele. – A continuar assim, dentro de 
cinco anos você terá que mudar de profissão.
- Por quê? – espantei-me. – Quanto menos gente sabendo 
escrever, mais chance eu tenho de sobreviver.
- E você sabe por que essa geração não sabe escrever? 
- Sei lá – dei com os ombros –, vai ver que é porque não 
pega direito no lápis.
- Não senhor. Não sabe escrever porque está perdendo o 
hábito de leitura. E quando perder completamente, você vai 
escrever para quem?
Taí um dado novo que eu não havia considerado. Imediata-
mente pensei quais as utilidades que teria um jornal no futuro: 
embrulhar carne? Então vou trabalhar em açougue. Serviria 
para fazer barquinhos, para fazer fogueira nas arquibancadas 
do Maracanã, para forrar sapato furado ou para quebrar um 
galho em banheiro de estrada? Imaginei-me com uns textos 
na mão, correndo pelas ruas para oferecer às pessoas, assim 
como quem oferece um bilhete de loteria:
- Por favor amigo, leia – disse, puxando um cidadão pelo 
paletó.
- Não, obrigado. Não estou interessado. Nos últimos cinco 
anos a única coisa que leio é a bula de remédio.
- E a senhorita não quer ler? - perguntei, acompanhando 
os passos de uma universitária. – A senhorita vai gostar. É um 
texto muito curioso.
- O senhor só tem escrito? Então não quero. Por que 
o senhor não grava o texto? Fica mais fácil ouvi-lo no meu 
gravador.
- E o senhor, não está interessado nuns textos?
- É sobre o quê? Ensina como ganhar dinheiro?
- E o senhor, vai? Leva três e paga um.
- Deixa eu ver o tamanho – pediu ele. Assustou-se com o 
tamanho do texto:
- O quê? Tudo isso? O senhor está pensando que sou vaga-
bundo? Que tenho tempo para ler tudo isso? Não dá para resu-
mir tudo isso em cinco linhas?
NOVAES, Carlos Eduardo. In: A cadeira do dentista & outras 
crônicas. São Paulo: Ática, 1999. Para gostar de ler, vol. 15.
TEXTO II
O fragmento de texto reproduzido a seguir faz parte da crô-
nica “A menina que falava em internetês, escrito por Rosana 
Hermann. Na crônica, Wanda, uma mãe que gostava de acre-
ditar-se moderna, compra um computador e, navegando, pela 
internet, inicia uma conversa “on-line” com a filha adolescente. 
Quase ao final do diálogo, mãe e filha escrevem:
“[...]
_ Antes de ir para casa eu vou passar no supermercado. O 
que você quer que compre para... para... para vc? É assim que 
se diz em internetês.
_ refri e bisc8
_ Refrigerante e biscoito? Biscoito? Filha, francamente, que 
linguagem é essa? Você estuda no melhor colégio, seu pai paga 
uma mensalidade altíssima, e você escreve assim na internet? 
Sem vogais, sem acentos, sem completar as palavras, sem usar 
maiúsculas no início de uma frase, com orações sem nexo e 
ainda por cima usando números no lugar de sílabas? Isso é 
inadmissível, Maria Eugênia!
“_ xau mãe, c ta xata.”
_ Maria Eugênia! Chata é com ch.
_ _
Maria Eugênia?
_
_ Desligou. [...]’’
HERMANN, Rosana. Lições de Gramática para que gosta de 
literatura. São Paulo:Panda Books, 2007
PO
RT
U
G
U
ÊS
11
Em relação ao texto II, é CORRETO afirmar que:
a) Há erros ortográficos na fala da filha adolescente.
b) Há somente transgressões da norma culta na fala da filha 
adolescente.
c) Não há erros ortográficos porque se trata de internetês.
d) Não há possibilidade de comunicação entre a mãe e a filha.
2. (CRS – PM-MG – 2014)
O Homem Nu
Fernando Sabino
Ao acordar, disse para a mulher:
– Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da 
televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece 
que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
– Explique isso ao homem — ponderou a mulher.
– Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de 
cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando 
ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para 
ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar — 
amanhã eu pago.
Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banhei-
ro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá den-
tro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água 
a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão. Como 
estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado 
e para outro antes de arriscarse a dar dois passos até o embru-
lhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. 
Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal 
seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-
-se com estrondo, impulsionada pelo vento.
Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de 
tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu 
lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbi-
to, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já 
era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:
– Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa. 
Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.
Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador 
fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares... Desta 
vez, era o homem da televisão!
Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, 
esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu 
apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embru-
lho de pão:
– Maria, por favor! Sou eu!
Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na esca-
da, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, 
olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embru-
lho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaia-
do. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se 
esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tem-
po de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, 
encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou 
aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.
Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele 
começa a descer.
– Ah, isso é que não! — fez o homem nu, sobressaltado.
E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador 
e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho 
conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo leva-
do cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a 
viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele 
momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!
– Isso é que não — repetiu, furioso.
Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre 
os andares, obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os 
olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois 
experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo 
continuavam a chamar o elevador. Antes de mais nada: “Emer-
gência: parar”. Muito bem. E agora? Iria subir ou descer? 
Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, 
enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.
– Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando 
a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se 
abria atrás de si.
Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e ten-
tando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a 
velha do apartamento vizinho:
– Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso. — Imagine 
que eu... 
A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um 
grito:
– Valha-me Deus! O padeiro está nu!
E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:
– Tem um homem pelado aqui na porta!
Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se 
passava:
– É um tarado!
– Olha, que horror!
– Não olha não! Já pra dentro, minha filha!
Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver 
o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitada-
mente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, 
restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.
– Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir. 
Não era: era o cobrador da televisão.
Este texto foi extraído da página 65 da seguinte obra: SABINO, 
Fernando. O homem nu. Rio de Janeiro: Ed. do Autor, c1960. 
231p.
Nas assertivas abaixo, marque a alternativa cuja sequência de 
palavras se encontra grafada da forma CORRETA:
a) Obsessão, ascensão, ascepsia, assensorista.
b) Obsesção, assensão, assepsia, ascensorista.
c) Obsessão, ascensão, assepsia, ascensorista.
d) Obsesção, ascensão, assepsia, assensorista.
3. (CRS – PM-MG – 2013) Assinale a alternativa em que TODAS 
as palavras foram grafadas CORRETAMENTE:
a) intrugice, vicissitude, revezes
b) grizar, chale, toesa
c) xarque, herege, ascessível
d) haurir, rebotalho, buliçoso
 Æ ACENTUAÇÃO GRÁFICA
4. (CRS – PM-MG – 2017) Indique, nos grupos de palavras desta-
cadas, a alternativa INCORRETA quanto à acentuação:
a) “Polícia liberta refém em ônibus.” (Jornal do Brasil online, 19 
jun 2002)
b) “O que será que será?” (Chico Buarque)
c) A idéia do Grupo folclórico polonês é apresentar hoje.
d) A Serra do Cipó é o local onde há maior biodiversidade por 
quilômetro quadrado do mundo.
5. (CRS – PM-MG – 2010) Assinale a alternativa em que todas as 
palavras acentuadas nos seguintes trechos recebem o acento 
pela mesma regra:
a) Se não é saudável nem prudente apostar na loucura geral, 
imaginando-se em plena sanidade, há evidências (...)
12
b) ... na era moderna, o domínio da lei, o monopólio do poder 
coercitivo e a soberania nacional (...). “A lei trata as pessoas, 
se não como iguais, pelo menos sem considerar as contin-
gências sociais mais óbvias.
c) Alguém já dizia que há método na loucura, mas a desrazão 
caprichou na metodologia.
d) Tal estado de excepcionalidade deságua na proliferação 
legislativa casuística e na ameaça permanente ao caráter 
abstrato e universal da norma jurídica. A contradição se tor-
na aguda: de um lado, a liberdade dos indivíduos no merca-
do exige a independência do Judiciário.
6. (CRS – PM-MG – 2008)
Aos inimigos, a lei
Hélio Schwartsman
No Brasil, a lei é sempre para os outros. Até conseguimos 
vislumbrar a racionalidade por trás de normas positivas, mas, 
assim que elas passam a provocar algum embaraço as nossas 
atividades ou à de pessoas próximas a nós, estamos dispostos 
a ignorá-las ou mesmo burlá-las. «Aos amigos tudo! Aos 
inimigos, a lei». A autoria do provérbio é controversa, mas há 
pouca dúvida de que a máxima seja genuinamente brasileira. 
Eu ao menos não encontrei equivalentes em outros idiomas.
Faço essas observações por conta de reportagem publi-
cada na Folha sobre menores de 18 anos que dirigem veícu-
los. Chamaram-me especial atenção os dados da pesquisa “ O 
Jovem e o Trânsito” realizada pelo Ibope em abril do ano passa-
do e divulgada em setembro. De acordo com o levantamento, 
20% dos jovens de 16 e 17 anos costumam dirigir carros e 
motos, mesmo sem ter idade legal para fazê-lo. Destes, 61% se 
metem atrás do volante ou guidão com alguma frequência. O 
que mais assusta, porém, é constatar que a maioria conta com 
a anuência familiar: 60% dos menores que dirigem aprende-
ram a atividade com seus pais; os 40% restantes, com amigosou outros parentes. (...)
Podemos elencar dezenas de “justificativas” para tal com-
portamento. Há de fato crianças de 16 anos bem mais res-
ponsáveis do que adultos de 40. Ninguém de bom senso nega 
que o país enfrenta um grave problema de segurança pública 
e que, sob esse aspecto, andar de carro, especialmente nas 
madrugadas, é preferível a circular a pé ou tomar ônibus. Tam-
bém é certo que o cumprimento das exigências burocráticas 
consubstanciadas nas provas dos Detrans --os quais, de resto, 
não são imunes aos ventos da corrupção-- está longe de com-
provar a real competência para dirigir. Outro bom argumento 
é o de que é ilógico autorizar um jovem de 16 anos a escolher 
os governantes do país, como o faz a Constituição, mas não a 
conduzir um veículo motorizado.
Apesar disso tudo, precisamos decidir se vamos ser uma 
família ou um país. Numa República são leis de validade uni-
versal que regulam as relações sociais, e não decisões “ad hoc”, 
tendo em conta as pessoas e as circunstâncias particulares 
envolvidas.
Gostemos ou não, existem razões objetivas para que a lei 
tenha fixado em 18 anos a idade mínima para dirigir.
Em princípio, jovens de 16 e 17 deveriam ser os melhores 
pilotos sobre a face da terra. Afinal, seus músculos estão tinin-
do, seus reflexos estão no auge da rapidez e, mais importante, 
eles estão na fase em que se atribui valor máximo à vida. Ainda 
assim, condutores nessa faixa etária se envolvem proporcio-
nalmente mais que adultos em acidentes. Pior, os desastres 
tendem a ser mais letais. (...)
Ocorre que tudo em sociedade é, ou deveria ser uma espé-
cie de solução de compromisso entre o ideal e as necessidades 
práticas. Podemos reduzir drasticamente o risco de atentados 
terroristas em metrôs mundo afora submetendo cada passa-
geiro a revista e checagem de segurança. Neste caso, porém, 
precisaríamos dar adeus à idéia de que o trem subterrâneo 
é um transporte rápido e de massa. Ninguém mais chegaria 
ao trabalho na hora, mas seria muito difícil para um terrorista 
plantar uma bomba.
De modo análogo, poderíamos baixar quase a zero o 
número de acidentes automobilísticos fatais, se cobríssemos 
a cidade inteira com detectores de velocidade e colocássemos 
todos os recursos das forças policiais para reprimir infrações 
de trânsito. Fazê-lo, entretanto, revelaria uma brutal falta de 
bom senso --o mesmo bom senso que falta aos jovens na 
direção.
Entre o ideal e o necessário, existem soluções interme-
diárias. Defendo a redução da “maioridade veicular” para 16 
anos, mas sob condições. A primeira obviamente é permitir 
que jovens de 16 anos respondam penalmente por crimes de 
trânsito que cometam. E não paro por aí. Jovens, por exemplo, 
tendem a tomar decisões mais arriscadas quando estão sendo 
observados por colegas. Assim, uma possibilidade é permitir 
que adolescentes de 16 anos dirijam, mas apenas sozinhos ou, 
melhor ainda, acompanhados de maiores de 25. Outro cami-
nho é proibi-los de conduzir à noite, que é quando acontecem 
os acidentes mais graves. A associação de direção e álcool 
poderia ser convertida em crime inafiançável e imprescritível, 
e para todas as idades, não só para jovens. Infelizmente, no 
Brasil preferimos seguir com a lógica de aprovar leis rigoro-
sas para a audiência e nos apressamos a burlá-las no plano 
familiar. Os acidentes estão matando nas rodovias? Baixa-se 
uma MP proibindo até hipermercados instalados há anos na 
beira de rodovias federais de vender bebidas alcoólicas. Des-
ta vez o governo está falando sério, todos exclamarão. Tanto 
pior para investimentos, empregos gerados, para a segurança 
jurídica. A vida vem em primeiro lugar. Mas ninguém precisa 
se preocupar em demasia, nem os donos de hipermercados. 
A fiscalização, se houver, será apenas na primeira semana, de 
preferência diante das câmeras de TV. E, se o filho de um depu-
tado for flagrado dirigindo bêbado, o caso muito provavelmen-
te será abafado. Se não der, contarão uma história triste sobre 
os problemas psicológicos que o menino vem enfrentado. 
Todos se solidarizarão e tudo ficará por isso mesmo.
É claro que também eu sou capaz de solidarizar-me com 
dramas familiares. Tolstoi matou a charada em “Anna Karieni-
na”, cuja magistral abertura diz: “Todas as famílias felizes pare-
cem-se entre si; já as infelizes o são cada uma à sua maneira”. 
Freqüentemente finjo que não vejo pequenas transgressões 
de meus filhos para não ter de brigar com eles ou puni-los. 
Só que há uma enorme diferença entre o âmbito das relações 
familiares e a constituição de uma República.
Cuidado, não estou aqui advogando pelo legalismo absolu-
to. O melhor caminho para tornar a vida de todos um inferno 
é aplicar todas as leis em 100% dos casos. Se fôssemos essas 
máquinas de obedecer como propugnam alguns represen-
tantes da direita, não haveria direito a greve, voto feminino 
ou nenhuma outra das chamadas conquistas sociais. Muitas 
vezes é preciso desrespeitar as leis para mudá-las. Se assim 
não fosse, nós muito provavelmente ainda seríamos regidos 
pelo Código de Hammurabi. Mas daí não se segue que normas 
legais devam ser uma massa amorfa que interpretamos e apli-
camos segundo nossas conveniências. Enquanto insistirmos 
em que a lei é apenas para os outros, dando-nos o direito de 
desrespeitá-la sempre que acharmos apropriado, seguiremos 
sendo a nação do suave fracasso.
Disponível em: http://www.1.folha.uol.com.br/folha/pensata/
helioschwartsman/ult510u388268.shtml Texto publicado em 
03/04/2008 (adaptado)
Observe a acentuação das palavras nos seguintes trechos:
I. No Brasil, a lei é sempre para os outros.
II. Até conseguimos vislumbrar a racionalidade por trás de nor-
mas positivas...
III. ou à de pessoas próximas a nós, estamos dispostos a ignorá-
-las ou mesmo burlá-las. “Aos amigos tudo! Aos inimigos, a lei”. 
A autoria do provérbio é
controversa, mas há pouca dúvida de que a máxima seja genui-
namente brasileira.
Quanto à acentuação, podemos considerar como CORRETA a 
seguinte afirmação:
PO
RT
U
G
U
ÊS
13
a) apenas em II e III encontramos palavras paroxítonas acen-
tuadas pela mesma regra.
b) em I, II e II encontramos palavras monossílabas acentuadas 
pela mesma regra.
c) em II e III encontramos cinco palavras oxítonas acentuadas 
pela mesma regra.
d) em III encontramos quatro palavras proparoxítonas acen-
tuadas pela mesma regra
 Æ FORMAÇÃO E ESTRUTURA DAS PALAVRAS
7. (CRS – PM-MG – 2017) Faça a correspondência da primeira 
com a segunda coluna e identifique a sequência cujo processo 
de formação de palavras foi devidamente observado:
(1) Banditismo
(2) Desconhecer
(3) Coaxar
(4) Televisão
(5) Guarda costas
(6) Hidrelétrico
( ) Onomatopeia
( ) Aglutinação
( ) Hibridismo
( ) Justaposição
( ) Sufixação
( ) Prefixação
a) 1, 2, 3, 4, 5, 6.
b) 3, 6, 4, 5, 1, 2.
c) 3, 6, 5, 2, 1, 4.
d) 1, 3, 5, 4, 2, 6.
8. (CRS – PM-MG – 2015)
A CHEGADA DE LAMPIÃO NO CÉU
Foi numa Semana Santa 
Tava o céu em oração
São Pedro estava na porta 
Refazendo anotação
Daqueles santos faltosos 
Quando chegou Lampião.
Pedro pulou da cadeira 
Do susto que recebeu
Puxou as cordas do sino 
Bem forte nele bateu
Uma legião de santos 
Ao seu lado apareceu.
São Jorge chegou na frente 
Com sua lança afiada
Lampião baixou os óculos 
Vendo aquilo deu risada
Pedro disse: Jorge expulse 
Ele da santa morada.
E tocou Jorge a corneta 
Chamando sua guarnição 
Numa corrente de força 
Cada santo em oração
Pra que o santo Pai Celeste 
Não ouvisse a confusão.
O pilotão apressado
Ligeiro marcou presença 
Pedro disse a Lampião: 
Eu lhe peço com licença 
Saia já da porta santa
Ou haverá desavença.
Lampião lhe respondeu:
Mas que santo é o senhor? 
Não aprendeu com Jesus 
Excluir ódio e rancor?...
Trago paz nesta missão 
Não precisa ter temor.
Disse Pedro isso é blasfêmia 
É bastante astucioso
Pistoleiro e cangaceiro 
Esse povo é impiedoso 
Não ganharão o perdão 
Do santo Pai Poderoso
Inda mais tem sua má fama 
Vez poroutra comentada
Quando há um julgamento 
Duma alma tão penada
Porque fora violenta 
Em sua vida é baseada.
- Sei que sou um pecador 
O meu erro reconheço
Mas eu vivo injustiçado
Um julgamento eu mereço 
Pra sanar as injustiças
Que só me causam tropeço.
Mas isso não faz sentido 
Falou São Pedro irritado
Por uma tribuna livre 
Você aqui foi julgado 
E o nosso Onipotente
Deu seu caso encerrado.
- Como fazem julgamento 
Sem o réu estar presente? 
Sem ouvir sua defesa?
Isso é muito deprimente 
Você Pedro está mentindo
Disso nunca esteve ausente.
Sobre o batente da porta 
Pedro bateu seu cajado 
De raiva deu um suspiro 
E falou muito exaltado: 
Te excomungo Virgulino 
Cangaceiro endiabrado.
14
Houve um grande rebuliço 
Naquele exato momento
São Jorge e seus guerreiros 
Cada qual mais violento 
Gritaram pega o jagunço
Ele aqui não tem talento.
Lampião vendo o afronto 
Naquela santa morada
Disse: Deus não está sabendo 
Do que há na santarada 
Bateu mão no velho rifle
Deu pra cima uma rajada.
O pipocado de bala 
Vomitado pelo cano
Clareou toda a fachada 
Do reino do Soberano
A guarnição assombrada 
Fez Pedro mudar de plano.
Em um quarto bem acústico 
Nosso Senhor repousava
O silêncio era profundo
Que nada estranho notava 
Sem dúvida o Pai Celeste 
Um cansaço demonstrava.
Pedro já desesperado
Ligeiro chamou São João 
Lhe disse sobressaltado: 
Vá chamar Cícero Romão 
Pra acalmar seu afilhado 
Que só causa confusão.
Resmungando bem baixinho 
Pra raiva poder conter 
Falou para Santo Antônio: 
Não posso compreender 
Este padre não é santo
O que aqui veio fazer?!
Disse Antônio: fale baixo 
De José é convidado
Ele aqui ganhou adeptos 
Por ser um padre adorado 
No Nordeste brasileiro
Onde é “santificado”.
Padre Cícero experiente 
Recolheu-se ao aposento 
Fingindo não saber nada 
Um plano traçava atento 
Pra salvar seu afilhado
Daquele acontecimento.
Logo João bateu na porta 
Lhe transmitindo o recado 
Cícero disse: vá na frente 
Fique despreocupado
Diga a Pedro que se acalme 
Isso já será sanado.
Alguns minutos o padre 
Com uma Bíblia na mão
Ao ver Pedro lhe indagou:
O que há para aflição?
Quem lá fora tenta entrar 
E também um ser cristão, 
São Pedro disse: absurdo 
Que terminou de falar
Mas Cícero foi taxativo:
Vim a confusão sanar
Só escute o réu primeiro 
Antes de você julgar.
Não precisa ele entrar 
Nesta sagrada mansão 
O receba na guarita
Onde fica a guarnição
Com certeza há muitos anos 
Nos busca aproximação.
Vou abrir esta exceção 
Falou Pedro insatisfeito 
O nosso reino sagrado 
Merece muito respeito
Virou-se para São Paulo:
Vá buscar este sujeito.
Lampião tirou o chapéu 
Descalço também ficou 
Avistando o seu padrinho 
Aos seus pés se ajoelhou 
O encontro foi marcante 
De emoção Pedro chorou
Ao ver Pedro transformado 
Levantou-se e foi dizendo: 
Sou um homem injustiçado 
E por isso estou sofrendo 
Circula em torno de mim
Só mesmo o lado ruim
Como herói não estão me vendo.
Sou o Capitão Virgulino 
Guerrilheiro do sertão 
Defendi o nordestino
Da mais terrível aflição 
Por culpa duma polícia 
Que promovia malícia 
Extorquindo o cidadão.
Por um cruel fazendeiro 
Foi meu pai assassinado 
Tomaram dele o dinheiro 
De duro serviço honrado 
PO
RT
U
G
U
ÊS
15
Ao vingar a sua morte
O destino em má sorte
Da “lei” me fez um soldado.
Mas o que devo a visita 
Pedro fez indagação
Lampião sem bater vista:
Vê padim Ciço Romão
Pra antes do ano novo
Mandar chuva pro meu povo 
Você só manda trovão
Pedro disse: é malcriado 
Nem o diabo lhe aceitou 
Saia já seu excomungado 
Sua hora já esgotou
Volte lá pro seu Nordeste 
Que só o cabra da peste 
Com você se acostumo
FIM
Título: A chegada de Lampião no Céu
Autor: Guaipuan Vieira Categoria: Literatura de Cordel - 32 
páginas
Idioma: Português Instituição: Centro Cultural dos Cordelistas 
- Cecordel
1ª Edição: 1997 8ª Edição: 2005 Gravação: 2005 Repentistas: 
Antônio Jocélio e Zé Vicente
Marque a marque CORRETA, cuja palavra em destaque é forma-
da por derivação regressiva.
a) Combate à Dengue: uma questão de saúde pública.
b) Primeiro uma trepidação no solo; e a boiada estoura.
c) Um covarde é incapaz de demonstrar amor.
d) João Carneiro empalideceu quando viu ali o afilhado, e 
olhou para Sinhá Rita.
9. (CRS – PM-MG – 2015) Marque a alternativa CORRETA, cujo 
período é composto somente por coordenação:
a) A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava 
estouros.
b) Camilo entrou no funcionalismo, contra a vontade do pai, 
que queria vê-lo médico.
c) Parecia ter descoberto que tudo era passível de 
aperfeiçoamento.
d) Rita, desconfiada e medrosa, correu à cartomante para 
consultá-la sobre a verdadeira causa do procedimento de 
Camilo.
10. (CRS – PM-MG – 2013) Quanto à estrutura das palavras, mar-
que a alternativa CORRETA:
a) No vocábulo “rodovia” há ausência de vogal de ligação.
b) Na palavra “amavas” o item “-s” é desinência nominal de 
número.
c) No vocábulo “exorbitar” há apenas um afixo.
d) Na palavra “internacional” há dois afixos.
11. (CRS – PM-MG – 2013) Assinale a alternativa CORRETA com 
relação à formação de palavras por derivação regressiva:
a) Abalar.
b) Alistamento.
c) Alistar.
d) Abalo.
12. (CRS – PM-MG – 2013) Marque a alternativa CORRETA com 
relação à formação de palavras por derivação parassintética:
a) Absolutamente.
b) Incapaz.
c) Combater.
d) Emudecer.
13. (CRS – PM-MG – 2009) A respeito da estrutura das palavras, 
assinale a alternativa que esteja em desacordo com as normas 
gramaticais:
a) Em “garotos” e “garota” há desinências nominais que indi-
cam flexão de número apenas na segunda palavra.
b) As palavras “cafeteria” e “gaseificado” apresentam, respecti-
vamente, consoante de ligação e vogais de ligação.
c) Nas palavras “campo” e “inútil” o radical coincide com a raiz.
d) O tema das palavras “fingidor” e “imperdoável” é, respecti-
vamente, “FINGI” e “-PERDOÁ-”.
14. (CRS – PM-MG – 2008)
Aos inimigos, a lei
Hélio Schwartsman
No Brasil, a lei é sempre para os outros. Até conseguimos 
vislumbrar a racionalidade por trás de normas positivas, mas, 
assim que elas passam a provocar algum embaraço as nossas 
atividades ou à de pessoas próximas a nós, estamos dispostos 
a ignorá-las ou mesmo burlá-las. “Aos amigos tudo! Aos inimi-
gos, a lei”. A autoria do provérbio é controversa, mas há pouca 
dúvida de que a máxima seja genuinamente brasileira. Eu ao 
menos não encontrei equivalentes em outros idiomas.
Faço essas observações por conta de reportagem publi-
cada na Folha sobre menores de 18 anos que dirigem veícu-
los. Chamaram-me especial atenção os dados da pesquisa “O 
Jovem e o Trânsito”(B) realizada pelo Ibope em abril do ano 
passado e divulgada em setembro. De acordo com o levan-
tamento, 20% dos jovens de 16 e 17 anos costumam dirigir 
carros e motos, mesmo sem ter idade legal(A) para fazê-lo. 
Destes, 61% se metem atrás do volante ou guidão com algu-
ma frequência. O que mais assusta, porém, é constatar que a 
maioria conta com a anuência familiar: 60% dos menores que 
dirigem aprenderam a atividade com seus pais; os 40% restan-
tes, com amigos ou outros parentes. (...)
Podemos elencar dezenas de “justificativas” para tal 
comportamento(C). Há de fato crianças de 16 anos bem mais 
responsáveis do que adultos de 40. Ninguém de bom senso 
nega que o país enfrenta um grave problema de segurança 
pública e que, sob esse aspecto, andar de carro, especialmente 
nas madrugadas, é preferível a circular a pé ou tomar ôni-
bus. Também é certo que o cumprimento das exigências 
burocráticas consubstanciadas nas provas dos Detrans(D) 
--os quais, de resto, não são imunes aos ventos da corrupção-- 
está longe de comprovar a real competência para dirigir. Outro 
bom argumento é o de que é ilógico autorizar um jovem de 16 
anos a escolher os governantes do país, como o faz a Constitui-
ção, mas não a conduzir um veículo motorizado.Apesar disso tudo, precisamos decidir se vamos ser uma 
família ou um país. Numa República são leis de validade uni-
versal que regulam as relações sociais, e não decisões “ad hoc”, 
tendo em conta as pessoas e as circunstâncias particulares 
envolvidas.
Gostemos ou não, existem razões objetivas para que a lei 
tenha fixado em 18 anos a idade mínima para dirigir.
Em princípio, jovens de 16 e 17 deveriam ser os melho-
res pilotos sobre a face da terra. Afinal, seus músculos estão 
16
tinindo, seus reflexos estão no auge da rapidez e, mais impor-
tante, eles estão na fase em que se atribui valor máximo à 
vida. Ainda assim, condutores nessa faixa etária se envolvem 
proporcionalmente mais que adultos em acidentes. Pior, os 
desastres tendem a ser mais letais. (...)
Ocorre que tudo em sociedade é, ou deveria ser uma espé-
cie de solução de compromisso entre o ideal e as necessidades 
práticas. Podemos reduzir drasticamente o risco de atentados 
terroristas em metrôs mundo afora submetendo cada passa-
geiro a revista e checagem de segurança. Neste caso, porém, 
precisaríamos dar adeus à idéia de que o trem subterrâneo 
é um transporte rápido e de massa. Ninguém mais chegaria 
ao trabalho na hora, mas seria muito difícil para um terrorista 
plantar uma bomba.
De modo análogo, poderíamos baixar quase a zero o 
número de acidentes automobilísticos fatais, se cobríssemos 
a cidade inteira com detectores de velocidade e colocássemos 
todos os recursos das forças policiais para reprimir infrações 
de trânsito. Fazê-lo, entretanto, revelaria uma brutal falta de 
bom senso --o mesmo bom senso que falta aos jovens na 
direção.
Entre o ideal e o necessário, existem soluções interme-
diárias. Defendo a redução da “maioridade veicular” para 16 
anos, mas sob condições. A primeira obviamente é permitir 
que jovens de 16 anos respondam penalmente por crimes de 
trânsito que cometam. E não paro por aí. Jovens, por exemplo, 
tendem a tomar decisões mais arriscadas quando estão sendo 
observados por colegas. Assim, uma possibilidade é permitir 
que adolescentes de 16 anos dirijam, mas apenas sozinhos ou, 
melhor ainda, acompanhados de maiores de 25. Outro cami-
nho é proibi-los de conduzir à noite, que é quando acontecem 
os acidentes mais graves. A associação de direção e álcool 
poderia ser convertida em crime inafiançável e imprescritível, 
e para todas as idades, não só para jovens.
Infelizmente, no Brasil preferimos seguir com a lógica de 
aprovar leis rigorosas para a audiência e nos apressamos a 
burlá-las no plano familiar. Os acidentes estão matando nas 
rodovias? Baixa-se uma MP proibindo até hipermercados ins-
talados há anos na beira de rodovias federais de vender bebi-
das alcoólicas. Desta vez o governo está falando sério, todos 
exclamarão. Tanto pior para investimentos, empregos gera-
dos, para a segurança jurídica. A vida vem em primeiro lugar. 
Mas ninguém precisa se preocupar em demasia, nem os 
donos de hipermercados. A fiscalização, se houver, será ape-
nas na primeira semana, de preferência diante das câmeras de 
TV. E, se o filho de um deputado for flagrado dirigindo bêbado, 
o caso muito provavelmente será abafado. Se não der, conta-
rão uma história triste sobre os problemas psicológicos que 
o menino vem enfrentado. Todos se solidarizarão e tudo ficará 
por isso mesmo.
É claro que também eu sou capaz de solidarizar-me com 
dramas familiares. Tolstoi matou a charada em “Anna Karieni-
na”, cuja magistral abertura diz: “Todas as famílias felizes pare-
cem-se entre si; já as infelizes o são cada uma à sua maneira”. 
Freqüentemente finjo que não vejo pequenas transgressões 
de meus filhos para não ter de brigar com eles ou puni-los. 
Só que há uma enorme diferença entre o âmbito das relações 
familiares e a constituição de uma República.
Cuidado, não estou aqui advogando pelo legalismo absolu-
to. O melhor caminho para tornar a vida de todos um inferno 
é aplicar todas as leis em 100% dos casos. Se fôssemos essas 
máquinas de obedecer como propugnam alguns represen-
tantes da direita, não haveria direito a greve, voto feminino 
ou nenhuma outra das chamadas conquistas sociais. Muitas 
vezes é preciso desrespeitar as leis para mudá-las. Se assim 
não fosse, nós muito provavelmente ainda seríamos regidos 
pelo Código deHammurabi. Mas daí não se segue que normas 
legais devam ser uma massa amorfa que interpretamos e apli-
camos segundo nossas conveniências. Enquanto insistirmos 
em que a lei é apenas para os outros, dando-nos o direito de 
desrespeitá-la sempre que acharmos apropriado, seguiremos 
sendo a nação do suave fracasso.
Disponível em: http://www.1.folha.uol.com.br/folha/pen-
sata/helioschwartsman/ult510u388268.shtml Texto publicado 
em 03/04/2008 (adaptado)
Assinale a opção que apresenta uma palavra formada por 
redução:
a) De acordo com o levantamento, 20% dos jovens de 
16 e 17 anos costumam dirigir carros e motos, mesmo sem ter 
idade legal...
b) Chamaram- me especial atenção os dados da pesqui-
sa “O Jovem e o Trânsito” realizada pelo Ibope em abril do ano 
passado e divulgada setembro.
c) Podemos elencar dezenas de “justificativas” para tal 
comportamento.
d) Também é certo que o cumprimento das exigências 
burocráticas consubstanciadas nas provas dos Detrans...
15. (CRS – PM-MG – 2019)
Vantagem evolutiva
Sabe-se há algum tempo que indivíduos chamados “domi-
nantes” tendem a subir mais alto em hierarquias diversas. 
Trata-se daquele indivíduo que, comumente, é mais hábil em 
tomar a frente das situações em relação aos seus pares, sen-
do o primeiro a tomar decisões e chegar aos recursos que lhe 
garantam o referido destaque e, consequentemente, a sobre-
vivência. Uma vantagem evolutiva.
O que não se sabia era se esses sujeitos seriam capazes de 
tomar decisões mais rapidamente, exibindo o comportamen-
to relacionado à dominância fora de um contexto social, sem 
que houvesse algum tipo de competição entre os dois ou mais 
indivíduos. Algo que se mostrou, pela primeira vez, interligado, 
segundo estudo publicado recentemente na revista Cerebral 
Cortex.
A pesquisa envolveu 240 estudantes do sexo masculino, 
classificados em grupos de alta ou baixa dominância por um 
questionário padrão de “pontuação de dominância” que foi 
validado em estudos anteriores. A velocidade de tomada de 
decisão foi medida com cinco experimentos que avaliaram sua 
memória e capacidade de reconhecimento visual, sua capaci-
dade de distinguir emoções, o aprendizado de rotas entre eles 
e, por fim, sua capacidade de resposta.
A primeira tarefa envolveu a discriminação entre emoções 
vistas em várias imagens de rostos. Então eles se mudaram 
para uma tarefa de memória e reconhecimento, na qual foram 
solicitados a lembrar e reconhecer uma série de rostos. O ter-
ceiro experimento fez com que os participantes tivessem de 
se lembrar de um percurso, e o quarto, um experimento de 
controle, fez com que os participantes batessem na barra de 
espaço de um teclado assim que vissem um quadrado cinza na 
tela. Nesta parte do estudo, nenhum dos dois grupos parecia 
ser mais rápido que o outro.
Num quinto experimento, sinais neurais foram avaliados 
por exame de eletroencefalograma (EEG), com base na rapi-
dez da realização das tarefas propostas: distinguir imagens de 
rostos felizes daqueles tristes e, em seguida, de rostos com 
raiva e neutros. A prontidão para responder, nesse momento, 
foi acompanhada por um sinal cerebral notavelmente ampli-
ficado em torno de 240 milissegundos em homens de alta 
dominância.
GOYANO, Jussara. Psique Ciência&Vida. 151 Edição. ed. set. 
2018.
“Trata-se daquele indivíduo que, comumente, é mais hábil 
em tomar a frente das situações em relação aos seus pares, 
sendo o primeiro a tomar decisões e chegar aos recursos que 
lhe garantam o referido destaque [...]”.
O fragmento do texto acima contém características de um 
indivíduo dominante.
Marque a opção CORRETA que indica essas características na 
ordem em que se apresentam.
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a) Competência, atitude e habilidade.
b) Habilidade, percepção e conhecimento.
c) Técnica, atitude e conhecimento.
d) Habilidade, atitude e conhecimento.
16. (CRS – PM-MG – 2013)
A mulher do vizinho
Fernando Sabino
Contaram-me que na rua onde mora (ou morava) um 
conhecido e antipático general de nosso Exército morava (ou 
mora) também um sueco cujos filhos passavam o dia jogando 
futebol com bola de meia. Ora, às vezes acontecia cair a bola 
no carro do general e um dia o general acabou perdendo a 
paciência, pediu ao delegado do bairro para dar um jeito nos 
filhos do sueco.
O delegado resolveu passar uma chamada no homem, e 
intimou-o a comparecer à delegacia.
O sueco era tímido, meio descuidado no vestir e pelo 
aspecto não parecia ser um importante industrial, dono de 
grande fabrica de papel (ou coisa parecida), que realmente 
ele era. Obedecendo a ordem recebida, compareceu em com-
panhia da mulher à delegacia e ouviu calado tudo o que o dele-
gado tinha a dizer-lhe. O delegado tinha a dizer-lhe o seguinte:
– O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste 
país pode logo ir fazendo o que quer? Nunca ouviu falar numa 
coisa chamada AUTORIDADES CONSTITUÍDAS? Não sabe que 
tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa 
chamada EXÉRCITO BRASILEIRO que o senhor tem de respei-
tar? Que negócio é este? Então é ir chegando assim sem mais 
nem menos e fazendo o que bem entende, como se isso aqui 
fosse casa da sogra? Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no 
duro: dura lex! Seus filhos são uns moleques e outra vez que 
eu souber que andaram incomodando o general, vai tudo em 
cana. Morou? Sei como tratar gringos feito o senhor.
Tudo isso com voz pausada, reclinado para trás, sob o olhar 
de aprovação do escrivão a um canto. O sueco pediu (com deli-
cadeza) licença para se retirar. Foi então que a mulher do 
sueco interveio:
—Era tudo que o senhor tinha a dizer a meu marido?
O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.
– Pois então fique sabendo que eu também sei tratar tipos 
como o senhor. Meu marido não e gringo nem meus filhos são 
moleques. Se por acaso incomodaram o general ele que vies-
se falar comigo, pois o senhor também está nos incomodando. 
E fique sabendo que sou brasileira, sou prima de um major do 
Exército, sobrinha de um coronel, E FILHA DE UM GENERAL! 
Morou?
Estarrecido, o delegado só teve forças para engolir em seco 
e balbuciar humildemente:
– Da ativa, minha senhora?
E ante a confirmação, voltou-se para o escrivão, erguendo 
os braços desalentado:
– Da ativa, Motinha! Sai dessa...
Texto extraído do livro “Fernando Sabino - Obra Reunida - 
Vol.01”, Editora Nova Aguiar - Rio de Janeiro, 1996, pág. 872.
Considerando que as expressões “casa da sogra” e “vai tudo em 
cana”, bem como as palavras “moleques”, “morou” e “gringos” 
estão presentes no texto em contexto que marcam uma épo-
ca, marque a alternativa CORRETA em relação ao uso dessas 
expressões e palavras no texto e em contexto diverso do texto:
 a) A palavra “morou” não foi utilizada no texto como gíria para 
alcançar o sentido que emerge da palavra entendeu e será sem-
pre vista como gíria se utilizada em outro contexto.
 b) As palavras “gringos” e “moleques” não podem ser conside-
radas no texto como uma forma pejorativa de se referir ao sueco 
e aos filhos dele. Mesmo em outro contexto de uso, essas pala-
vras jamais serão consideradas como gíria ou algo pejorativo.
 c) A expressão “casa da sogra” foi utilizada no texto como gíria 
para se referir a ambientes desprovidos de regras, mas pode ser 
utilizada em outro contexto em seu sentido literal.
 d) A expressão “vai tudo em cana”, não remete ao ato de pren-
der alguém e possui um sentido literal que pode ser utilizado 
em outro contexto.
17. (CRS – PM-MG – 2010)
Lista suja, justiça lenta
A maré do “mata e esfola” inunda a sociedade global. Nos 
Estados Unidos, o Patriot Act e Guantánamo dispensariam 
comentários, não fosse dolorosa a vitória conquistada sobre 
o sonho dos Founding Fathers pelos muy amigos das liberda-
des. Na Europa, os regimes de Sarkozy e Berlusconi tratam de 
criminalizar não só os imigrantes, mas também os turistas. O 
prefeito de Roma, declaradamente fascista, proibiu os visitan-
tes de falar alto e mastigar nas ruas da Cidade Eterna. Enquan-
to isso, os policiais encarregados da vigilância dos aeroportos 
da Espanha e de Israel capricham na exteriorização do precon-
ceito e da paranoia.
O cabedal tupiniquim de arreganhos e truculências rece-
beu grossa contribuição da Associação dos Magistrados Brasi-
leiros – seja qual for o sentido da palavra “grossa”. A “lista suja” 
de candidatos subverte o princípio constitucional da inocência 
do cidadão até a sua condenação definitiva. O espírito do tem-
po contaminou o espírito dos juízes brasileiros. O presidente 
do sodalício de meritíssimos explica ao distinto público que a 
lista não é um “juízo de valor”, senão preciosa e indispensável 
informação para um eleitorado notoriamente incapaz de 
discernir entre ladravazes e homens de bem.
Os brasileiros estão diante de um caso de esquizofre-
nia: enquanto membros de uma agremiação corporativa, os 
nobres magistrados se imaginam cidadãos comuns, despidos 
das togas. Tão comuns esses cidadãos que, presumo, estejam 
decididos a dispensar as prerrogativas da vitaliciedade, ina-
movibilidade e irredutibilidade dos vencimentos. Atarraxada 
a persona cidadã (sic.) e corporativista, os juízes sentem-se à 
vontade para trucidar um dos princípios que conferem legiti-
midade às suas funções.
Ironicamente, a lista dos magistrados é um libelo à ine-
ficiência do Judiciário brasileiro, encalacrado na lentidão da 
prestação jurisdicional. Dez a quinze anos é o prazo para 
uma decisão definitiva. O Estado tem não só o direito, mas o 
dever de acusar e condenar tempestivamente os que burlam 
a lei. Só os regimes totalitários ou autoritários podem manter, 
indefinidamente, sob o guante da incerteza, tanto o cidadão 
acusado quanto a sociedade que exige a reparação do crime.
Imagino que depois da iniciativa insensata, os juízes que 
pertencem à Associação dos Magistrados Brasileiros terão o 
cuidado de arguir a própria suspeição, caso estejam envolvidos 
nos processos que examinam acusações contra os “listados”. 
Provavelmente com o propósito de acalmar os ânimos, os 
magistrados avisam que no rol dos sugismundos serão incluí-
dos apenas os processados por iniciativa do Ministério Público. 
“Ah, bom, então estamos salvos”, exclamaria Poliana.
A Constituição de 1988, de muitas virtudes democráti-
cas, facilitou o protagonismo dos funcionários do Estado que 
detêm a nobre e perigosa prerrogativa de acusar. Sem prestar 
contas a ninguém – sem limites nem sanção – os mais afoitos 
e imaturos apresentam a síndrome de Charles Bronson. Na 
ausência do contrapeso da responsabilização pela denúncia 
infundada, atiram em todas as direções.
Quem tem poder ilimitado vai usá-lo ilimitadamente. É 
incorreto e obtuso generalizar, mas no mundo jurídico e fora 
dele há quem se espante com essa aliança entre a imaturidade 
e o protagonismo, não fosse ela marca registrada da vitória da 
celebridade sobre a competência, num país de tradição autori-
tária e escravocrata.
É a partir dessa condição uterina, partilhada por jornalis-
tas de copa e cozinha, que imaginam prestar serviço à justi-
ça social e à democracia. Nem sequer desconfiam dos custos 
e sacrifícios da luta pelo Estado de Direito contra a ditadura 
18
– injustamente chamada de militar – engendrada pelo contu-
bérnio entre o coronelato das cidades e do campo, a desorien-
tação das classes médias e os interesses dos Estados Unidos. 
Nas últimas semanas, a reprodução eletrônica da Marcha com 
Deus pela Família e pela Liberdade está à disposição na inter-
net. Os manifestantes clamam pela volta do regime de exce-
ção. Só falta acorrerem às ruas com seus tacapes.
Os jovens do parquet alegam em suas frequentesmanifes-
tações midiáticas que pretendem proteger a sociedade contra 
a ação dos malfeitores. Basta que exerçam sua função primor-
dial, a de fiscalizar o cumprimento da lei, não importa a cor 
do colarinho. A consequência dos desmandos ministeriais está 
escancarada nos milhares de processos inquinados de nulida-
de processual e naqueles nem sequer iniciados por conta de 
denúncias ineptas.
Com a publicação da lista dos “sujos”, os juízes desempe-
nham o papel que os delatores privados cumpriam no Império 
Romano. Os delatores serviam para dirimir as disputas políti-
cas entre os senadores e as contumélias entre os ambiciosos 
aspirantes ao poder e os favoritos do imperador de turno.
Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.
jsp?a=2&a2=5&i=1670>
Observe a citação abaixo da obra “Recordações do escrivão 
Isaías Caminha”.
“Senti-me humilhado, esmagado, enfraquecido por uma 
vida de estudo, a servir de joguete, de irrisão a esses podero-
sos todos por aí.”
A palavra grifada pode ser entendida por:
a) Aquele que é áspero.
b) Aquele que é desajeitado.
c) Aquele que é deprimido.
d) Aquele que é alvo de risadas.
 Æ CLASSE DE PALAVRAS
18. (CRS – PM-MG – 2017)
Tempo de Escolher
“Um homem não é grande pelo que faz, mas pelo que renun-
cia.” (Albert Schweitzer)
Muitos amigos leitores têm solicitado minha opinião acer-
ca de qual rumo dar às suas carreiras. Alguns apreciam seu 
trabalho, mas não a empresa onde estão. Outros admiram a 
harmonia conquistada, mas não têm qualquer prazer no exer-
cício de suas atividades. Uns recebem propostas para mudar 
de emprego, financeiramente desfavoráveis, porém desafiado-
ras. Outros têm diante de si um vasto leque de opções, muitas 
coisas por fazer, mas não conseguem abraçar a tudo.
Todas estas pessoas têm algo em comum: a necessidade 
premente de escolhas. Lembro-me de Clarice Lispector: “Entre 
o sim e o não, só existe um caminho: escolher”.
Acredito que quase todas as pessoas passam ao longo 
de sua trajetória pelo “dilema da virada”. Um momento espe-
cial em que uma decisão específica e irrevogável tem que ser 
tomada apenas porque a vida não pode continuar como está. 
Algumas pessoas passam por isso aos 15 anos, outras, aos 50. 
Algumas talvez nunca tomem esta decisão, e outras o façam 
várias vezes no decorrer de sua existência.
Fazer escolhas implica renunciar a alguns desejos para via-
bilizar outros. Você troca segurança por desafio, dinheiro por 
satisfação, o pouco certo ao muito duvidoso. Assim, uma 
companhia que lhe oferece estabilidade com apatia pode dar 
lugar a uma dotada de instabilidade com ousadia. Analoga-
mente, a aventura de uma vida de solteiro pode ceder espaço 
ao conforto de um casamento.
Prazer e Vocação
Os anos ensinaram-me algumas lições. A primeira delas 
vem de Leonardo da Vinci que dizia: “A sabedoria da vida não 
está em fazer aquilo que se gosta, mas em gostar daquilo que 
se faz”. Sempre imaginei que fosse o contrário. Porém, refletin-
do, passei a compreender que quando estimamos aquilo que 
fazemos, podemos nos sentir completos, satisfeitos e plenos, 
ao passo que se apenas procurarmos fazer o que gostamos, 
sempre estaremos numa busca insaciável, porque o que gosta-
mos hoje não será o mesmo que prezaremos amanhã.
Todavia, é indiscutível a importância de alinhar o prazer 
às nossas aptidões. Encontrar o talento que reside dentro de 
cada um de nós ao que chamamos vocação. Oriunda do latim 
vocatione, e traduzida literalmente por “chamado”, simboliza 
uma espécie de predestinação imanente a cada pessoa, algo 
revestido de certa magia e divindade. Uma voz imaginária que 
soa latente, capaz de converter advogados em músicos, fazer 
engenheiros virarem suco. É um lugar no tempo e no espaço 
onde a felicidade tem sua morada.
Escolhas são feitas com base em nossas preferências. E aí 
torno a recorrer à etimologia para descobrir que o verbo “pre-
ferir” vem do latim praeferere e significa “levar à frente”. Pare-
ce-me uma indicação clara de que nossas escolhas devem ser 
feitas com os olhos no futuro, no uso de nosso livre-arbítrio.
O mundo corporativo nos reserva muitas armadilhas. Tro-
car de empresa ou mudar de atribuição, por exemplo, são 
convites permanentes. O problema de recusá-los é passar o 
resto da vida se perguntando: “O que teria acontecido se eu 
tivesse aceitado?”. Prefiro não carregar comigo o benefício da 
dúvida. Por isso, opto por assumir riscos calculados e seguir 
adiante. Somos livres para escolher, porém prisioneiros das 
consequências.
Para aqueles insatisfeitos com seu ambiente de trabalho, 
uma alternativa à mudança de empresa é postular a melhoria 
do ambiente interno atual. Dialogar e apresentar propostas 
são um bom caminho. De nada adianta assumir uma postu-
ra defensiva e crítica. Lembre-se de que as pessoas não estão 
contra você, mas a favor delas.
Por fim, combata a mediocridade em todas as suas ver-
tentes. A mediocridade de trabalhos desconectados com sua 
vocação, de empresas que não lhe valorizam, de relaciona-
mentos falidos. Sob este aspecto, como diria Tolstoi, “Não se 
pode ser bom pela metade”. Meias-palavras, meias-verdades, 
mentiras inteiras, meio caminho para o fim.
Os gregos não escreviam obituários. Quando um homem 
morria, faziam uma pergunta: “Ele viveu com paixão?”. QUAL 
SERIA A RESPOSTA PARA VOCÊ?
COELHO, Tom. Disponível em http://www.guiarh.com.br. Aces-
so em: 15 out. 2016
Com base no texto, o substantivo abstrato cujo sentido NÃO 
caracteriza a atitude do profissional num momento crucial de 
decisão é:
a) Retroação.
b) Ousadia.
c) Flexibilidade.
d) Vocação.
19. (CRS – PM-MG – 2013)
A televisão e a volta às cavernas
Roberto Pompeu de Toledo
Tende-se a esquecer, nestes tempos, que o melhor meio 
de comunicação já inventado é a palavra. Qual é a minha por-
ta? Está o leitor, ou a leitora, diante dos toaletes de um res-
taurante, um teatro ou hotel, e com frequência experimentará 
um momento de vacilação. Não que tenha dúvida quanto ao 
próprio sexo. A dúvida é com relação àqueles sinais inscritos 
sobre cada uma das portas – que querem dizer? Olha-se bem. 
Procura-se decifrar seu significado profundo. Enfim, vem a ilu-
minação: ah, sim, este é um boneco de calças. Sim, parece se 
isso. E aquela silhueta, ali ao lado, parece ser uma boneca de 
saia. Então, esta é a minha porta, concluirá o leitor. E aquela é 
a minha, concluirá a leitora.
A humanidade demorou milhões de anos para inventar 
a linguagem escrita e vêm agora as portas dos toaletes e a 
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desinventam. Por que não escrever “homens” e “mulheres”, 
reunião de letras que proporciona a segurança da clareza 
e do entendimento imediato? Não. Algumas portas exibem 
silhuetas de calças e saias. Outras, desenhos de cartolas, luvas, 
bolsas, gravatas, cachimbos e outros adereços de uso suposta-
mente exclusivo de um sexo ou outro. Milhões de anos de pro-
gresso da humanidade, até a invenção da comunicação escrita, 
são jogados fora, à porta dos toaletes.
E, no entanto a palavra, a palavra escrita especialmente, 
continua sendo estupendo meio de comunicação. Deixa-se um 
bilhete para um colega de trabalho dizendo “Fui para casa”, e 
vazado nesses termos, com o uso dessas três singelas palavri-
nhas, será sem dúvida de entendimento mais fácil e unívoco 
do que se desenhar uma casinha de um lado, um hominho 
de outro, e uma flecha indicando o movimento de um para a 
outra. Vivemos um tempo de culto da imagem. Esquece-se o 
valor inestimável da palavra.
A comunicação escrita é muito eficiente, inclusive porque 
tem o dom de atravessar os séculos. Tomemos Camões. Claro 
que se algum cinegrafista amador tivesse registrado o naufrá-
gio do poeta, perto da foz do rio Mekong, nos confins da Ásia, 
e as cenas em que ele, como diz a lenda, procurava a salvação 
simultânea da própria vida e da obra, nadando com um bra-
ço e com o outro segurando os originais dos Lusíadas, acima 
da linha d’água para mantê-los secos, seria um documentode 
grande valor. Teríamos uma edição de gala do Jornal Nacio-
nal. Mas o filme só despertaria esse interesse porque Camões 
é Camões. Ou seja, porque é autor de uma obra escrita que 
atravessou os séculos. Camões comunica-se conosco, quatro 
séculos depois de sua morte, porque se utilizou dessa ferra-
menta insubstituível que é a palavra gravada num papel, ou 
num papiro, ou numa prensa.
O pensador italiano Norberto Bobbio, em seu último livro 
publicado no Brasil (O tempo da memória), afirma que se irrita 
em falar ao telefone. Bobbio cita outro italiano, Guido Cero-
netti, que escreveu: “Sempre que posso (...) faço apaixonada 
apologia de escrever cartas entre seres pensantes, ainda não 
embrutecidos, que se comunicam apenas pelo telefone, ou 
então por fax ou telefone celular. (...) O homem que pensa de 
verdade escreve cartas aos amigos”.
O homem do século XX acostumou-se a pensar que o sécu-
lo XX é maravilhoso. Em matéria de ciência e tecnologia, suas 
conquistas seriam inigualáveis. Vá lá, o telefone representou 
um avanço. Mas consideremos, por um momento, o que ele 
pôs a perder. O hábito de escrever cartas, como diz Ceronetti, 
e o exercício de inteligência que isso representa. A conversa 
direta, olho no olho. O hábito de fazer visitas, de procurar dire-
tamente as pessoas. Com telefone, não teria havido este pon-
to alto da criação humana que é o romance do século XIX. Os 
enredos tem base em visitas, encontros inesperados, notícias 
que chegam tarde. Com telefone, não há história de Dostoievs-
ki, Balzac, Dickens ou Eça de Queirós que resista.
A desvalorização da comunicação escrita, em nosso tem-
po, começa numa banalidade como as portas dos toaletes e 
culmina neste símbolo do século que é o culto da conquistas 
tecnológicas – do rádio ao telefone celular, no caso das comu-
nicações. Ora, conquista por conquista, continua insuperável, 
no mesmo ramo das comunicações, em primeiro lugar a inven-
ção de uma língua comum, em cada determinada comunidade, 
e em segundo a reprodução dessa língua em signos escritos.
Lorde Thomson of Monifieth, um inglês que já presidiu a 
Independent Broadcasting Authority, órgão de supervisão do 
sistema de rádio e televisão na Grã-Bretanha, disse certa vez 
numa conferência que lamenta não ter surgido na história da 
humanidade primeiro a televisão, e depois os tipos móveis de 
Gutenberg. “Penso que imprimir e ler representam formas 
mais avançadas de comunicação civilizada do que a transmis-
são de TV”, afirmou. Esse lúcido inglês confessou que, em seus 
momentos sombrios, se sente incomodado com o pensamento 
de que a humanidade caminhou milhões de anos para voltar 
ao ponto de partida. Começou magnetizada pelos desenhos 
nas paredes das cavernas e terminou magnetizada diante das 
figuras de alta definição nas paredes onde se embutem os apa-
relhos de televisão.
TOLEDO, Roberto Pompeu de. Ensaio. Revista Veja, 25 jun. 
1997. Abril S.A.
Leia:
“... um hominho de outro...”. A palavra sublinhada é a for-
ma popular do diminutivo do vocábulo “homem”. 
Assinale a forma erudita, culta, adequada a esse texto:
a) homenzico
b) homenzarrão
c) homenzito
d) homúnculo
20. (CRS – PM-MG – 2013) Observe as palavras sublinhadas:
I. Os curta-metragens forma vistos por milhares de pessoas.
II. Os micos- leões-dourados estão em extinção.
III. Os bota-foras realizaram-se, hoje, na comunidade 
fluminense.
IV. As frutas-pão estavam estragadas.
Quanto à pluralização, estão CORRETAS as assertivas:
a) I e III.
b) II e III.
c) II e IV.
d) I e IV.
21. (CRS – PM-MG – 2008)
Aos inimigos, a lei
Hélio Schwartsman
No Brasil, a lei é sempre para os outros. Até conseguimos 
vislumbrar a racionalidade por trás de normas positivas, mas, 
assim que elas passam a provocar algum embaraço as nossas 
atividades ou à de pessoas próximas a nós, estamos dispostos 
a ignorá-las ou mesmo burlá-las. “Aos amigos tudo! Aos inimi-
gos, a lei”. A autoria do provérbio é controversa, mas há pouca 
dúvida de que a máxima seja genuinamente brasileira. Eu ao 
menos não encontrei equivalentes em outros idiomas.
Faço essas observações por conta de reportagem publi-
cada na Folha sobre menores de 18 anos que dirigem veícu-
los. Chamaram-me especial atenção os dados da pesquisa “O 
Jovem e o Trânsito” realizada pelo Ibope em abril do ano pas-
sado e divulgada em setembro. De acordo com o levantamen-
to, 20% dos jovens de 16 e 17 anos costumam dirigir carros e 
motos, mesmo sem ter idade legal para fazê-lo. Destes, 61% se 
metem atrás do volante ou guidão com alguma frequência. O 
que mais assusta, porém, é constatar que a maioria conta com 
a anuência familiar: 60% dos menores que dirigem aprende-
ram a atividade com seus pais; os 40% restantes, com amigos 
ou outros parentes. (...)
Podemos elencar dezenas de “justificativas” para tal com-
portamento. Há de fato crianças de 16 anos bem mais respon-
sáveis do que adultos de 40. Ninguém de bom senso nega 
que o país enfrenta um grave problema de segurança pública 
e que, sob esse aspecto, andar de carro, especialmente nas 
madrugadas, é preferível a circular a pé ou tomar ônibus. 
Também é certo que o cumprimento das exigências burocrá-
ticas consubstanciadas nas provas dos Detrans --os quais, de 
resto, não são imunes aos ventos da corrupção-- está lon-
ge de comprovar a real competência para dirigir. Outro bom 
argumento é o de que é ilógico autorizar um jovem de 16 anos 
a escolher os governantes do país, como o faz a Constituição, 
mas não a conduzir um veículo motorizado.
Apesar disso tudo, precisamos decidir se vamos ser uma 
família ou um país. Numa República são leis de validade uni-
versal que regulam as relações sociais, e não decisões “ad hoc”, 
tendo em conta as pessoas e as circunstâncias particulares 
envolvidas.
Gostemos ou não, existem razões objetivas para que a lei 
tenha fixado em 18 anos a idade mínima para dirigir.
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Em princípio, jovens de 16 e 17 deveriam ser os melhores 
pilotos sobre a face da terra. Afinal, seus músculos estão tinin-
do, seus reflexos estão no auge da rapidez e, mais importante, 
eles estão na fase em que se atribui valor máximo à vida. Ainda 
assim, condutores nessa faixa etária se envolvem proporcio-
nalmente mais que adultos em acidentes. Pior, os desastres 
tendem a ser mais letais. (...)
Ocorre que tudo em sociedade é, ou deveria ser uma espé-
cie de solução de compromisso entre o ideal e as necessidades 
práticas. Podemos reduzir drasticamente o risco de atentados 
terroristas em metrôs mundo afora submetendo cada passa-
geiro a revista e checagem de segurança. Neste caso, porém, 
precisaríamos dar adeus à idéia de que o trem subterrâneo 
é um transporte rápido e de massa. Ninguém mais chegaria 
ao trabalho na hora, mas seria muito difícil para um terrorista 
plantar uma bomba.
De modo análogo, poderíamos baixar quase a zero o 
número de acidentes automobilísticos fatais, se cobríssemos 
a cidade inteira com detectores de velocidade e colocássemos 
todos os recursos das forças policiais para reprimir infrações 
de trânsito. Fazê-lo, entretanto, revelaria uma brutal falta de 
bom senso --o mesmo bom senso que falta aos jovens na 
direção.
Entre o ideal e o necessário, existem soluções interme-
diárias. Defendo a redução da “maioridade veicular” para 16 
anos, mas sob condições. A primeira obviamente é permitir 
que jovens de 16 anos respondam penalmente por crimes de 
trânsito que cometam. E não paro por aí. Jovens, por exemplo, 
tendem a tomar decisões mais arriscadas quando estão sendo 
observados por colegas. Assim, uma possibilidade é permitir 
que adolescentes de 16 anos dirijam, mas apenas sozinhos ou, 
melhor ainda, acompanhados de maiores de 25. Outro cami-
nho é proibi-los de conduzir à noite, que é quando acontecem 
os acidentes mais graves. A associação de direção e álcool 
poderia ser convertida em crime inafiançável e imprescritível, 
e para todas as idades, não só para jovens.
Infelizmente, no Brasil preferimos seguir com a lógica de 
aprovar

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