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PROVAS EM ESPÉCIE
1.PROVA TESTEMUNHAL
	Prova testemunhal está citado no art. 202 a 225 do CPP[footnoteRef:1]. Se tem como testemunha o compromisso de não se eximir-se da obrigação de depor, mas que poderá recusar-se a fazê-lo as ascendentes, descendentes, conjugue, pai, irmão, a mãe ou filhos adotivos do acusado, salvo quando não for possível outro modo de prova. Caberá inda conforme o artigo 203 do CPP em que serão submetidas a promessa de dizer a verdade do que lhe for perguntado, sendo assim auto declarar todas suas qualificações e se autodeclarar suspeito em quesitos de amizades ou quaisquer relações que se tem com acusado. [1: Código de Processo Penal, Artigos 202 a 225.] 
A prova testemunhal é um meio utilizado para complementação do processo criminal em nosso ordenamento jurídico, sendo que esse meio de prova teria que ter pelo menos uma grande credibilidade, isso que não ocorre em nosso meio em que se utiliza com tanta fidelidade em nosso processo criminal. Sendo que esse tipo de prova ocorre de modo em que se é utilizada para proferir as maiorias das sentenças com base nessa, assim podendo ser elas absolutórias ou condenatórias[footnoteRef:2]. [2: LOPES JR, Aury. Direito processual penal. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. Pag. 473.] 
Conforme orientação do autor Aury Lopes Junior, temos como compreender que a importância se tem com a prova testemunhal tem que se ter como base que a sua utilização é muito perante importante perante a sentença em que essa se baseia a prova testemunhal como uma das mais importantes do processo e essa cabe ao juiz como um modo de basilar uma sentença através da prova testemunhal. 
“Quanto a ordem em que ocorrerá a inquirição, no rito comum ordinário (art. 400), inicia-se com a tomada de decisões do ofendido, passando-se em seguida à testemunhas arroladas pela acusação e defesa, nessa ordem, bem esclarecimentos dos peritos, às acareações, reconhecimentos e, por derradeiro, como interrogatório do acusado. ”[footnoteRef:3] Como supra citado temos a questão em que o processo de inquirição do acusado será umas das partes mais importantes do processo, essa que se tem como um rito comum ordinário e que seguira tanto as provas testemunhais arroladas pela acusação e defesa. [3: LOPES JR, Aury. Direito processual penal. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. Pag. 473.] 
Sendo que Aury ainda cita a questão da polemica do art. 212 do CPP e a resistência da cultura inquisitorial, sendo que a reforma que ocorreu 2008 foi muito importante para compreender a questão da prova testemunhal sendo que ele cita que a retirada do juiz da parte em que se tem como produção de provas e deixar estritamente a encargo das partes. O Juiz passara a fazer as perguntas e se ausentar nas partes de inquisição de processo e outros tipos de relações processuais em que se envolva com as partes.[footnoteRef:4] [4: LOPES JR, Aury. Direito processual penal. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. Pag. 474.] 
Sendo que toda pessoa que poderá ser testemunha não há restrição aos depoimentos policiais, podendo citar qualquer ato que tenham presenciados ou se tenham conhecimento, sendo o próprio juiz irá ver a valoração destes depoimentos e na medida em que os policias estão naturalmente cominados com a investigação e pela atuação da repressão e apuração de fato. Sendo que o advogado estará impedido de depor sobre o que se teve conhecimento durante o processo em que está previsto no artigo 207 do CPP, sendo que mesmo ele estando em desinteresse do processo ele não pode depor por causa do 26 do código de Ética e Disciplina da OAB. [footnoteRef:5] [5: LOPES JR, Aury. Direito processual penal. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. Pag. 478.] 
Conforme o Pacelli, a prova testemunhal é normalmente é frequentemente usada no processo penal, mas cita que tem que se atentar com cuidados redobrados. Sendo que todo depoimento é a manifestação do conhecimento[footnoteRef:6]. Notamos conforme o autor que a inquirição de testemunho é frequentemente utilizada para que tenha uma certa validade processual assim o tornando ele de forma cernere, assim deixando o processo mais justo para as partes. [6: OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2014. Pag. 431.] 
Nada obstante, reconhecida que seja a fragilidade, em tese, da prova testemunhal, a maior parte das ações penais depende de sua produção [footnoteRef:7] .Sendo assim tem que se produzir as provas testemunhais, por isso sua produção se faz mediante depoimento perante autoridade policial ou em juízo. Uma vez que a prova testemunhal é feita tem o seu testemunho presume-se verdadeiro, o juiz que terá que fazer perguntas que façam alguma ligação com o acusado como de família ou laço de amizade que impeça o testemunho seja afetado por esse. [7: OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2014. Pag. 431.] 
“Assim, estão proibidos de depor os padres ou pastores de quaisquer religiões, os advogados, os médicos, os psicólogos e psiquiatras que tenham conhecimento dos fatos a partir do exercício das respectivas funções. O Superior
“Tribunal de Justiça incluiu o contador (profissional da Contabilidade) dentre aqueles que estariam proibidos de depor sobre fatos cujo conhecimento decorresse exclusivamente do regular exercício de sua função” [footnoteRef:8]. Assim conforme o autor Pacelli temos a restrições em que se pode ser testemunha, também temos a questões de conhecimento especifico do tema em qual ira de alguma forma trazer um certo prejuízo para o processo. Um dos motivos se dá por causa do conhecimento especifico e não seria um testemunho e sim uma pré-defesa ou acusação do acusado, assim deixando evidente uma forma de trazer prejuízo para o acusado. [8: OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2014. Pag. 436] 
	Ainda cita o autor Pacelli que a proteção da testemunha ocorre através da lei 9.807/99, está que vem a ser regulamentada pelo decreto nº 3.518 de 20 de julho de 2000. Essa legislação que prevê medidas como alteração de nome e registro de pessoas protegidas, sendo que também incluem como a segurança residencial, o controle de telecomunicações, suspensão de atividades funcionais sem o prejuízo dos vencimentos ou vantagens, quando servidor público ou militar. A proteção terá de ser efetiva em dois anos podendo ser opcionalmente prorrogada, tendo que avaliar a gravidade da coação ou ameaça da integridade física ou psicológica. [footnoteRef:9] [9: OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2014. Pag. 443] 
	E por fim temos Pacelli, que traz as questões dos vídeos conferencias testemunhais presas conforme artigo 185 § 8 do CPP, ou por ocasião de carta precatória conforme o artigo 222 § 3 do CPP. [footnoteRef:10] Sendo assim essa forma de vídeo conferencia de testemunhas presas tem com intuito de manter a testemunha presa, porque ela pode trazer de algum modo algum tipo de medo, temor ou algo que prejudique os demais no processo. [10: OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2014. Pag. 445] 
2. PROVA DOCUMENTAL
A prova documental para o processo penal são os documentos que são levados ao juiz, ou seja, esses documentos à priori são escritos, mas atualmente são considerados também fotografias, áudios, objetos móveis, vídeos, peças de roupa, enfim, qualquer objeto que possa ser utilizado como prova no processo. 
Deve-se, então, entender como documento qualquer manifestação materializada, por meio de grafia, de símbolos, de desenhos e, enfim, que seja uma forma ou expressão de linguagem ou de comunicação, em que seja possível a compreensão de seu conteúdo.[footnoteRef:11] [11: Idem, p. 437. ] 
Os documentos podem ser públicos ou particulares, no qual, documento público “é o expedido na forma prescrita em lei, por funcionário público, no exercício de suas atribuições”.[footnoteRef:12] Já o documento particular “é o que é feito ou assinado por particulares, sem a interferênciade funcionário público no exercício de suas funções”.[footnoteRef:13] [12: MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo Penal. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2003, p. 313.] [13: Idem. ] 
Os documentos precisam também ter a autenticidade, que é uma certeza de que tal documento se refere a pessoa certa. Também é requisito a verdade do documento, ou seja, que os fatos contidos nela sejam reais. 
Tem-se como regra, que os documentos podem ser juntados ao processo a qualquer momento, até o seu final, ficando necessário, apenas, observar a garantia do contraditório, pois no momento que uma das partes insere um documento, é preciso que o juiz avise a outra parte, para que assim haja o conhecimento e a devida defesa ou acusação. 
Apenas o Tribunal do Júri exclui-se dessa regra, pois é necessário que os documentos sejam juntados com, no mínimo, três dias de antecedência, caso contrario, ou o juiz irá vedar a produção de tal documento, impossibilitando até mesmo a menção deste no momento do julgamento, ou o magistrado irá marcar um novo júri, para que acomode a produção do documento, sendo necessário novos jurados, para garantir a imparcialidade da apreciação. 
Considerando que o nosso atual Código de Processo Penal está bastante desatualizado, as normas sobre os documentos são antigas, pois mencionam correspondências via correio, fotografia de documento, autenticação, quando na realidade atual se faz uso de e-mail, mensagem por celular, fotocópia, com rara necessidade de autenticação. Por esse motivo, é necessário ler os artigos 231 ao 238, não de maneira literal, mas lembrando quando o código foi feito, e em que época estamos, para encaixarmos e utilizarmos a nosso favor tal modo de prova. 
No que se refere a documentos em língua estrangeira, podem ser eles imediatamente juntados, mas é imprescindível que sejam traduzidos por tradutor juramentado. Não havendo a tradução, ou sendo ela objeto de impugnação, deverá o juiz determinar que o faça um tradutor público.[footnoteRef:14] [14: LOPES JR, Aury. Direito processual penal. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. Pág. 524] 
A tradução de documentos em língua estrangeira é imprescindível, mesmo que o juiz e todos os outros participantes do processo tenham entendimento do conteúdo, pois o processo precisa estar acessível a todos. 
É impensável a admissão de provas documentais obtidas por meio ilícitos, que vem a ser, documentos particulares da outra parte, utilizada de maneira a prejudicá-la, sem o consentimento da mesma. 
Por fim, os documentos que não forem necessário aos autos, deverão ser entregues novamente “à parte que os produziu, ficando traslado nos autos (art.238)”.[footnoteRef:15] [15: ] 
3.INTERROGATÓRIO
CAPEZ conceitua o interrogatório como: “O ato judicial no qual o juiz ouve o acusado sobre a imputação contra ele formulada. É o Ato privativo do Juiz e personalíssimo do acusado, possibilitando a este ultimo o exercício da sua defesa, da autodefesa”.[footnoteRef:16] E inda Conforme PACELLI[footnoteRef:17] “É o ultimo ato da audiência de instrução, cabendo ao acusado escolher a estratégia de autodefesa que melhor consulte seus interesses”. [16: CAPEZ, Fernando. Processo Penal. 14. ed. São Paulo: Damásio de Jesus, 2005. Pág. 397] [17: OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2014.pág. 379] 
Inicialmente era concebido como um meio de prova, no qual o acusado era apenas mais um dos objetos de prova, porém atualmente o acusado passou a ser um sujeito de direitos e, portanto, o interrogatório passou a ser um instrumento da ampla defesa, permitindo ao acusado apresentar sua versão dos fatos.[footnoteRef:18] [18: OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2014. pág.380.] 
O interrogatório tem como principal finalidade constituir fonte de prova, o que não se pode confundir com o meio de prova, ou seja, não serve para provar o fato, mas sim fornecer outros elementos que possam comprova-los.[footnoteRef:19] [19: LOPES JR, Aury. Direito processual penal. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. Pág. 462] 
O momento processual em que se aplica é somente após a apresentação escrita da defesa conforme o artigo 396 do CPP a ocorrerá na audiência de instrução conforme o artigo 400 do CPP. 
Porém AURY[footnoteRef:20] explica que, ainda existe a aplicação do interrogatório na investigação preliminar, quando o Interrogatório deve estar dirigido a verificar se existem motivos ou não suficientes para a abertura do processo criminal. [20: LOPES JR, Aury. Direito processual penal. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. Pág. 462.] 
O conteúdo do interrogatório tem duas funções, identificação do acusado e o mérito da ação. O interrogatório de identificação do acusado, tem a finalidade identificar e individualizar sua personalidade. Vencida a fase de identificação, o juiz deve cientificar o réu da acusação a que lhe é dirigida, possibilitando-lhe assim sua autodefesa, podendo o acusado responder o que bem entender ou permanecer em silencio.[footnoteRef:21] [21: CAPEZ, Fernando. Processo Penal. 14. ed. São Paulo: Damásio de Jesus, 2005. pág. 413] 
AURY LOPEZ JR.[footnoteRef:22] Inicia o interrogatório subdividindo em Defesa Pessoal Positiva e Defesa Pessoal Negativa: [22: LOPES JR, Aury. Direito processual penal. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.] 
Na Defesa Pessoal Positiva: O imputado tem a direito de saber em que qualidade presta as declarações, tem o direito de estar acompanhado de um advogado e ainda de permanecer em silencio e somente declarar-se em juízo. O valor probatório do interrogatório tem a função de materialmente dar vida ao contraditório, por meio do exercício da autodefesa que permite ao sujeito passivo refutar a imputação ou acrescentar argumentos que venham a justificar sua conduta.[footnoteRef:23] [23: LOPES JR, Aury. Direito processual penal. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.] 
E ainda conforme o artigo 185 do CPP a presença do defensor no momento das declarações do suspeito diante da autoridade judiciaria ou policial é imprescindível.
Ainda Conforme AURY o interrogatório efetivo deve ser espontâneo, livre de pressões e torturas, devem ser excluídos métodos físicos e químicos, como os chamados “soros da Verdade” ou “detectores de mentira” pos este não são dignos de confiança e credibilidade por isso não são meios de prova juridicamente válidos pois violam a garantia constitucional prevista no artigo 5°, II da CF que prevê que: “ ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante”.[footnoteRef:24] [24: LOPES JR, Aury. Direito processual penal. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2014 ..] 
Na Defesa Pessoal Negativa: também conhecida como do direito do silencio previsto no artigo 5°, LXIII da CF (o preso será informado de seus direitos, entre os quais de permanecer calado...) e ainda no principio do nemo tenetur se detegere, em que o sujeito passivo não sofrerá nenhum prejuízo jurídico em omitir- se de colaborar em atividade probatória de acusação por exercer seu direito de silencio.[footnoteRef:25] [25: LOPES JR, Aury. Direito processual penal. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.] 
O silencio no curso da ação penal impede a utilização, pelos julgadores, de critérios subjetivos na formação do convencimento judicial, evitando-se a cultura do “quem cala consente”, portanto a decisão do julgador há de ser motivada.[footnoteRef:26] [26: OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2014.pág 385] 
Porém o julgamento feito pelo tribunal do júri não impõe o dever de motivação da decisão, vigendo a intima convicção, portanto quem exercer o direito do silêncio corre o risco deste ser utilizado contra si mesmo, porém á a exigência de se esclarecer o acusado de seu direito de permanecer calado e a não responder perguntas e a vedação de valoração do silencio em prejuízo da defesa, ambos previstos no art. 186 do CPP.[footnoteRef:27] [27: Idem. p. 385.] 
CAPEZ[footnoteRef:28] menciona, que a ausência de interrogatório no curso da ação constituiem nulidade absoluta da ação, cujo o prejuízo do réu é presumido, já que viola preceito de ordem constitucional. [28: CAPEZ, Fernando. Processo Penal. 14. ed. São Paulo: Damásio de Jesus, 2005.pág. 404.] 
O Interrogatório por videoconferência é um mecanismo que vem evitar transtornos provocados pelo transporte de presos, utiliza-se recursos tecnológicos de transmissão de sons e imagens em tempo real. Utilizado somente em situações excepcionais em que o magistrado precisa utilizar através de decisão fundamentada, de oficio ou requerimento das partes.[footnoteRef:29] [29: CAPEZ, Fernando. Processo Penal. 14. ed. São Paulo: Damásio de Jesus, 2005.pág 407.] 
CAPEZ[footnoteRef:30] também enumera três tipos de interrogatórios que apresentam situações peculiares, que devem ser realizados de modo diverso, que se aplicam aos analfabetos com deficiência de se comunicar, do estrangeiro desconhecedor da língua portuguesa e o mudo, surdo e surdo mudo. Para estas situações são necessários que intervenham no ato pessoas habilitadas para atende-los, interpretes ou mesmo métodos. Ainda existe o interrogatório do réu menor, quando se fará com a presença do seu curador. [30: CAPEZ, Fernando. Processo Penal. 14. ed. São Paulo: Damásio de Jesus, 2005.pág. 413.] 
A confissão no interrogatório não é mais a rainha das provas, só pode ser valorada aquela que foi feita em plena liberdade do réu, este, deve ser informado e ter compreendido seus direitos e deve ser assistido pelo defensor técnico.
4. PERÍCIA
5. BUSCA E APRENSÃO
A busca e apreensão são institutos diversos, mas tratados de forma unificada.
Para Mirabete “a busca é a diligência destinada a encontrar-se a pessoa ou coisa que se procura e a apreensão é a medida que a ela se segue”. Para a nossa lei, é ela meio de prova, de natureza acautelatória e coercitiva, consubstanciado no apossamento de elementos instrutórios, quer relacionados com objetos, quer com as pessoas do culpado e da vítima, quer, ainda, com a prática criminosa que tenha deixado vestígios.[footnoteRef:31] [31: MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo Penal. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2003.] 
Pacelli relata que:
 “enquanto os demais meios de prova são produzidos, desde o seu início, em contraditório, com a participação de ambas as partes, a busca e apreensão segue procedimento diverso, em atenção às peculiaridades da medida. Trata-se, por certo, de medida de natureza eminentemente cautelar, para acautelamento de material probatório, de coisa, de animais e até de pessoas, que não estejam ao alcance, espontâneo, da Justiça.”[footnoteRef:32] [32: OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2014. ] 
Segundo Aury Lopes Jr. a busca encontra-se em constante tensão com os seguintes direitos fundamentais:
• inviolabilidade do domicílio;
• dignidade da pessoa humana;
• intimidade e a vida privada;
• incolumidade física e moral do indivíduo.[footnoteRef:33] [33: LOPES JR, Aury. Direito processual penal. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.] 
Mas os direitos fundamentais não são absolutos e podem ser restringidos. A busca e apreensão trabalham nessa exceção da proteção constitucional. São, por isso, medidas excepcionais.
Vejamos os conceitos dos tipos de busca (domiciliar e pessoal) e apreensão, de acordo com a visão de Fernando Capez:[footnoteRef:34] [34: CAPEZ, Fernando. Processo Penal. 14. ed. São Paulo: Damásio de Jesus, 2005.
] 
5.1. Busca domiciliar
É permitida quando fundadas razões a autorizarem: 
Art. 240, §1º do CPP - Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem, para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso; 
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crimes;
h) colher qualquer elemento de convicção.
A expressão domicílio deve ser entendida consoante os seguintes dispositivos:
Art. 150, §4º do CP – A expressão "casa" compreende:
I - qualquer compartimento habitado;
II - aposento ocupado de habitação coletiva;
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
Art. 246 do CPP – Aplicar-se-á também o disposto no artigo anterior, quando se tiver de proceder a busca em compartimento habitado ou em aposento ocupado de habitação coletiva ou em compartimento não aberto ao público, onde alguém exercer profissão ou atividade.
Vide art. 5º , XI, CF. XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.
Para a busca domiciliar exige-se mandado toda vez que a autoridade judiciária não a efetuar pessoalmente.
Restrição: Não se pode apreender documento em poder do defensor do réu, em respeito ao sigilo profissional e ao direito de defesa, a menos que constitua corpo de delito.
Art. 243, §2º do CPP – Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito.
Horário: Só pode ser executada durante o dia, salvo se o morador consentir que se realize à noite.
Há divergência em relação ao horário, pois a Lei 8.952/94 estabelece que os atos processuais se realizem em dias úteis das 06 às 20 horas, mas há quem compreenda o dia como o período entre a aurora e o crepúsculo, considerando que em alguns lugares (ex. zona rural) as pessoas já estão dormindo antes das 20 horas.
Requisitos: Art. 243 do CPP – O mandado de busca deverá:
I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a
diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem;
II - mencionar o motivo e os fins da diligência;
III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir.
§ 1o  Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do mandado de busca.
§ 2o  Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito.
	
5.2. Busca pessoal
É realizada na pessoa, em seus pertences (bolsas, malas, etc.) e em veículos que estejam em sua posse (automóveis, motocicletas, etc).
A busca em mulher deverá ser feita por outra mulher, se tal providência não importar em retardamento ou prejuízo das investigações ou da diligência, conforme art. 249 do CPP.
Requisitos: São os mesmos da busca domiciliar, mas poderá, como exceção, ser realizada a busca sem ordem escrita nas hipóteses do art. 244 do CPP:
Art. 244 do CPP -  A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar.
Não se exigirá mandado, contudo, quando vier a ser realizada pela própria autoridade.
Restrições: Deve ser realizada sempre que existir fundada suspeita, bem como de maneira que não seja vexatória para o atingido, sob pena de configurar crime de abuso de autoridade.
5.3. Apreensão
Consiste na detenção física do bem material desejado e que possa servir como meio de prova para a demonstração da infração penal. O ato, por sua vez, se formaliza em um auto circunstanciado, o qual contém a descrição completa de todo o acontecido, devendo ser assinado pelos executores e testemunhas presenciais.
6. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA
Quando falamos em interceptação telefônica, não estamos invadido a privacidade apenas do réu, mas sim de terceiros que nada tem a ver com o ocorrido, poresse motivo a doutrina é bastante divergente sobre o assunto. 
A nossa Constituição Federal, no seu artigo 5º, inciso XII, declara inviolável a intimidade de seu povo, salvo, caso seja interceptação telefônica, por ordem judicial, onde se tem a lei nº 9.296/96 para regular de maneira detalhada a utilização desse meio de prova. Tal lei foi cuidadosamente redigida pois cuida da liberdade individual, que “somente diante da excepcional gravidade de certos delitos é que a intromissão na privacidade pelo aparato repressivo se justificaria”[footnoteRef:35], e desse modo, qualquer falha, a prova pode ser considerada ilícita, as vezes prejudicando de maneira irrecuperável o processo. [35: STRECK, Lenio Luiz. As Interceptações Telefônicas e os Direitos Fundamentais. 2 ed. Porto Alegre. Livraria do Advogado, 2001. p. 60] 
A única justificativa válida para utilização da escuta telefônica, e atualmente, pode ser utilizado vídeos também, para a maioria da doutrina, é que o juiz não ache outra forma de provar tal fato a não ser com a interceptação, desse modo, deve-se avaliar qual será o bem maior tutelado, a intimidade de um terceiro, ou a resolução de um possível caso. “Disso se deduz, sistematicamente, que a interpretação da palavra ‘necessária’ deve ser restritiva, para que não ocorra o que Zaffaroni chama de ‘generosidade’ nas autorizações judiciais de escuta”. [footnoteRef:36] [36: Idem, p. 54] 
Esse meio de prova só pode ser realizado no Processo Penal, sendo assim, é vedado o uso de prova emprestada. 
Trazendo a discussão para o âmbito da Lei sob comento, fica claro que a proporcionalidade que o juiz pode/ deve fazer é restrita ao que se entende por “outros meios disponíveis”, com o que estará respondendo também à pergunta acerca da necessidade ou não da interceptação. Deverá responder à pergunta: Há (outros) meios menos incisivos na esfera protegida da intimidade do que a realização da escuta? Ou seja, o Juiz, na fundamentação, pela proporcionalidade entre fins e meios – interesse público versus esfera da intimidade protegida pelos direitos fundamentais -, estabelecerá a razoabilidade da escuta telefônica. À evidência, se o Juiz autorizar a escuta telefônica sem levar em consideração essa proporcionalidade, as provas colhidas estarão absolutamente “envenenadas”. [footnoteRef:37] [37: Idem, p. 86-87] 
O juiz competente é único que pode, de maneira escrita e bem fundamentada, conceder a autorização para a realização da interceptação, sendo esta utilizada apenas para prova em investigação criminal, ou como já comentado, em instrução processual penal. É preciso “para que se admita a realização de tão gravosa prova, a primeira condição é que exista o fumus comissi delicti, ou seja, que haja a probabilidade de que um crime esteja sendo cometido”.[footnoteRef:38] É indispensável também o sigilo de justiça. [38: RUTHES, Igor Fernando. Interceptação Telefônica – A legalidade das Prorrogações das Escutas Telefônicas no Âmbito da Investigação Criminal. 1ª ed. Curitiba. Juruá. 2016. p. 47 ] 
Quem irá acompanhar todo o processo da interceptação telefônica será o Ministério Público, pois é ele quem controla a atividade externa da polícia, além de ser “absolutamente nula qualquer autorização de interceptação telefônica sem que, previamente, seja ouvido o Ministério Público”. [footnoteRef:39] [39: STRECK, Lenio Luiz. As Interceptações Telefônicas e os Direitos Fundamentais. 2 ed. Porto Alegre. Livraria do Advogado, 2001. p. 77 ] 
Segundo a lei, a duração da escuta pode ser de quinze dias, prorrogáveis por mais quinze dias, caso exista a necessidade, porém na prática o que se vê, é que, de maneira mais ou menos fundamentada, existe interceptações telefônicas com duração de mais de ano. 
Quando se pensa na parte em que está tendo a privacidade invadida, questiona-se como será a sua defesa, pois em momento algum se fala nisso. “Nesse sentido, a partir de uma interpretação exclusivamente literal da regra haveria uma iniquidade entre partes, ou seja, ofenderia a paridade armas e, portanto, o princípio da igualdade”. [footnoteRef:40] [40: RUTHES, Igor Fernando. Interceptação Telefônica – A legalidade das Prorrogações das Escutas Telefônicas no Âmbito da Investigação Criminal. 1ª ed. Curitiba. Juruá. 2016. p. 49] 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAPEZ, Fernando. Processo Penal. 14. ed. São Paulo: Damásio de Jesus, 2005.
LOPES JR, Aury. Direito processual penal. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo Penal. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
RUTHES, Igor Fernando. Interceptação Telefônica – A legalidade das Prorrogações das Escutas Telefônicas no Âmbito da Investigação Criminal. 1. ed. Curitiba: Juruá, 2016
STRECK, Lenio Luiz. As Interceptações Telefônicas e os Direitos Fundamentais. 2 ed. Porto Alegre. Livraria do Advogado, 2001.

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