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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA TÓPICOS EM UTILIDADES José Flávio Marques Fonseca Belo Horizonte 2011 PREFÁCIO Este livro é o resultado da perseverança a um ideal, em um trabalho técnico da mais alta qualidade, que une a experiência profissional do Prof. José Flávio Marques Fonseca com a necessidade acadêmica de um trabalho metódico e completo, em uma área da Engenharia Mecânica carente de bibliografia. Este colega do departamento de Engenharia Mecânica tem uma admirável trajetória de contribuição e dedicação à Escola de Engenharia e ao curso de Engenharia Mecânica. Com esta obra deixa, em definitivo, uma contribuição consistente para toda uma geração de novos engenheiros. Durante o período em que fui chefe do Departamento, fui testemunha do empenho e disposição do Prof. José Flávio Marques Fonseca em colaborar em todas as demandas e necessidades da UFMG. Foi sua iniciativa, digna de homens que sabem que o conhecimento não deve ficar restrito, colocar no papel todo o seu brilhante conhecimento, fruto de sua longa experiência como competente profissional do mercado. Sinto-me honrado em ter acompanhado o enorme trabalho de elaboração deste livro e, agora, com a enorme responsabilidade de registrar neste prefácio o quanto significa para uma Instituição como a nossa querida e quase centenária Escola de Engenharia, a honra de ter em seus quadros, um professor autor de uma obra prima que preza pela clareza do texto, a cobertura do tema e o cuidado na escolha das figuras e fotografias ilustrativas, resultando em uma obra digna da nossa UFMG. Melhor ainda para os alunos, futuros engenheiros e os profissionais da área, que agora poderão contar com um livro atual e definitivo em ar comprimido, bombeamento de fluidos, caldeiras, resfriamento de água, tubulações industriais, ventilação industrial e sistemas de vácuo, todas áreas típicas de atuação de um engenheiro mecânico que poderão, em última instância, dar uma efetiva contribuição profissional e técnica para o desenvolvimento do Brasil, colocando nosso país em destaque entre as nações que almejam um crescimento sustentável e duradouro. Esta é de fato, a grande contribuição do Prof. José Flávio Marques Fonseca. Parabenizo este professor, que encarna todas as qualidades que um grande mestre possui: honradez, dignidade, humildade, exemplo de conduta ilibada e possuidor de conhecimento técnico altamente especializado. Este livro demonstra claramente tudo o que aqui foi dito. Parabéns e obrigado´por sua dedicação e competência. Prof. Danilo Amaral Professor e chefe do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola de Engenharia da UFMG, no período de 2006 a 2010. AGRADECIMENTOS Agradeço a todos aqueles que contribuíram para a consolidação dessa empreitada de cinco anos, resultando no fechamento dessa edição. À Sônia pela digitação. À Leda pela elaboração dos desenhos e gráficos. À Maria Alice, minha mulher pelos trabalhos de revisão. Ao professor Dr.Antônio Carlos de Andrade pelas críticas. Ao professor Dr. Geraldo Augusto Campolina França pelo incentivo inicial. Ao professor Dr. Danilo Amaral pela confiança. Ao professor Dr. Rudolph Huebner pelo aconselhamento. À AMF Engenheiros Associados que gentilmente patrocinou os custos dessa edição. INTRODUÇÃO Foi um fato marcante o estágio na GHH em Oberhausen - Sterkrade - Alemanha em 1978, quando tive oportunidade de participar dos trabalhos de elaboração dos projetos de implantação do Pólo Siderúrgico da Açominas, em Ouro Branco MG, como membro da equipe da Usiminas Mecânica S. A. USIMEC. Informes técnicos, critérios de projeto, cálculos dimensionais, simulações de performance foram referenciais disponibilizados àqules integrantes dessa equipe de projeto. Desafios profissionais apareceram, entre eles o interfaceamento das diversas áreas envolvidas no segmento de Utilidades impondo uma procura em vários referenciais para se obter os informes requeridos. Isto me motivou elaborar este livro como um primeiro passo para tê-los em um só compêndio permitindo aos alunos do Departamento de Engenharia Mecânica da UFMG e aos colegas profissionais que lidam na área uma dinâmica melhor na obtenção desses referenciais. Se esta meta for alcançada, terei conseguido o meu objetivo. O Autor José Flávio Marques Fonseca Engenheiro Mecânico Professor da UFMG Professor Aposentado da PUC Minas Diretor Técnico da AMF Engenheiros Asssociados CAPÍTULO I AR COMPRIMIDO Painel Pneumático 3 1.1 CONSIDERAÇÕES O ar comprimido é obtido pela compressão do ar atmosférico consumindo energia elétrica na sua geração. É uma mistura de gases e vapor de água pesando 1,2927 kg/m3 na temperatura de 0ºC e pressão 1,033 kgf / cm2. Conforme o fim a que se destinar, o ar comprimido deverá ser adequado aos requisitos do usuário por meio de filtros e secadores de umidade. Os seguintes conceitos são importantes. Ar comprimido: é o ar nas condições supridas ao usuário. Calor específico à pressão constante Cp: é definido pela relação Cp = dh / dT, onde: h = entalpia e T = temperatura absoluta do gás, tido como “gás ideal”. O valor adotado termicamente do calor específico do ar seco à pressão constante é de 0,1321 kcal / kg, à temperatura ambiente. Calor especifico a volume constante Cv: é definido pela relação Cv = du / dT sendo u a energia interna do gás. Para o ar seco, o valor adotado termicamente é de 0,0939 kcal / kg. Compressão isotérmica: é aquela que ocorre sem elevação da temperatura (Pv= K). Compressão adiabática: é aquela que ocorre sem transferência de calor, isto é, a compressão se dá em um sistema com isolamento ideal. É a razão entre os calores específicos à pressão e a volume constantes; n = Cp ÷ Cv = 0,1321 ÷ 0,0939 = 1,406. Tem-se como constante a relação Pv1,406 = K. Capacidade do compressor: é a vazão de ar comprimido recalcada pelo compressor.É expressa em metros cúbicos por minuto à pressão e temperatura do ar de admissão, ar livre. Descarga livre efetiva: é aquela referida à condição normal do ar atmosférico, ou seja, peso especifico 1,214 kg / m3 , pressão 1,033 kgf / cm2 , temperatura 20°C, umidade relativa 30%. Eficiência volumétrica: é a relação existente entre a capacidade e o volume teoricamente deslocado pelo compressor. Pressão manométrica: é a pressão na qual o sistema de ar comprimido irá operar. É caracterizada pelo índice “g”, após o dimensional, por exemplo 7,0 kgf / cm2 g. Pressão absoluta correspondente a um valor da pressão manométrica: é a pressão manométrica acrescida da pressão atmosférica local. Pressão absoluta do ar atmosférico Pb: é a soma da pressão parcial de vapor Pv com a pressão parcial do ar seco Pa , Pb = Pv + Pa. (equação 1) Temperatura absoluta do ar atmosférico: é a temperatura lida em um termômetro convencional, adicionada de 273 quando referida a graus Celsius, resultando graus Kelvin e de 460, quando referida a graus Farenheit, resultando graus Rankine. Temperatura de bulbo seco do ar TBS: é aquela registrada no termômetro de bulbo seco. Temperatura de bulbo úmido do ar TBU: é aquela registrada no termômetro de bulbo úmido. Umidade absoluta do ar W: é a relação entre a pressão parcial de vapor (Pv) e a pressão parcial de ar seco (Pa), definida pela expressão W = 0,622 x (Pv / Pa), (equação 2). Esta equação representa a razão entre a massa de vapor e a massa de ar seco. Umidade relativa do ar UR: é a relação entre a pressão parcial de vapor Pv e a pressão de saturação do vapor Pg à mesma temperatura. É definida pela expressão UR = Pv / Pg (equação 3)Pv e Pg expressos nas mesmas unidades de pressão. 4 1.2 COMPRESSORES Classificação de Compressores A pressão de ar comprimido é gerada por moto compressores alternativos ou rotativos. Nos compressores alternativos de êmbolo ou de membrana de simples ou duplo estágio, o ar é admitido em uma câmara de compressão. A compressão se faz por meio da redução do volume útil dessa câmara, processada pelo deslocamento da peça móvel, no caso o êmbolo ou a membrana. Compressor alternativo sobre reservatório de ar Nos compressores rotativos de palheta, de engrenagem ou de parafuso, o ar é admitido em uma câmara, onde o rotor girante em alta rotação lhe imprime aceleração tangencial e energia cinética, a qual por meio de um difusor é convertida em energia de pressão. Compressor rotativo a ar com reservatório integrado 5 Compressão Adiabática do Ar Os compressores realizam a compressão do ar de forma rápida tal que possa ser considerada aproximadamente adiabática. O sistema de refrigeração do compressor faz com que a curva de compressão fique um pouco abaixo da curva de compressão adiabática, mas por outro lado, o aumento da pressão necessária para forçar o ar através das válvulas, faz com que o trabalho realizado na compressão e na descarga do ar seja muito próximo daquele calculado, quando se assume ser a compressão adiabática. O diagrama abaixo corresponde à compressão adiabática em um compressor de um estágio. A área (ABV2V1A) sob a curva PV1,4 = K corresponde ao trabalho de compressão. A área BCOV2B corresponde ao trabalho de descarga do ar e ao produto P2V2. A área DAV1OD corresponde ao trabalho realizado pela pressão atmosférica do ar de admissão sobre o pistão e ao produto P1 x V1. Adicionando os trabalhos de compressão e de descarga, diminuindo o trabalho da pressão atmosférica e dividindo o resultado por V1 (volume inicial), obtém-se a pressão média no cilindro (Pm). Resolvendo e fazendo P2 / P1 = r, teremos: −×× − 1 P P P 1 - 1,4 1,4 = 1,4 11,4 1 2 1Pm −×× 1 P P P 3,5 = 0,285 1 2 1 [ ]1r P 3,5 = 0,2851 −×× , que é a equação da pressão média do ar em um compressor de um estágio. A potência de compressão é expressa por: Pm = 3,5 x P1 x [r0,285 - 1] x Q, em kgf x m/s (equação 4 a) onde: Vejamos o que acontece quando a compressão for em múltiplos estágios. Considerando que entre cada um ocorra um resfriamento, teremos: - temperaturas finais mais baixas; - potência necessária para comprimir menores; - parte da umidade contida no ar eliminada; - eficiência volumétrica aumentada pela diminuição das perdas de expansão do ar residual. P1 = pressão inicial absoluta Q = vazão em m3 / s 6 A condição ótima para se obter o consumo mínimo de energia de compressão consiste em dividir o “Trabalho de Compressão” igualmente entre os vários estágios e procurar obter um resfriamento até a temperatura inicial do estágio anterior. O diagrama usado para indicar uma compressão adiabática em dois estágios combinado a um resfriamento intermediário perfeito “inter cooling” tem a forma indicada na figura abaixo: Aplicando a mesma conceituação para compressores alternativos de múltiplos estágios, teremos: Compressores de dois estágios −×× × × − 1r P 1 -1,4 1,42 = Pm 1,4 2 11,4 1 x Q ou ( )1r 0,143 −×× P 17 x Q em kgf x m/s (equação 4 b) Compressores de três estágios −×× × × − 1r P 1 - 1,4 1,43 = Pm 1,4 3 11,4 1 x Q ou ( )1 r P 10,5 0,09521 −×× x Q em kgf x m/s (equação 4 c) Compressores de quatro estágios −×× × × − 1r P 1 - 1,4 1,44 = Pm 1,4 4 11,4 1 x Q ou ( )1r P 14 0,07141 −×× x Q em kgf x m/s (equação 4 d) 1.2.1 Condições de Regime Os conjuntos motos compressores devem operar em condições cíclicas de carga e alívio, ajustadas em função dos valores de pressão mínima e máxima, requeridas pelo usuário. Para este objetivo é necessário instalar um reservatóri de ar entre a descarga do compressor e o usuário. O conjunto moto compressor estará em carga, quando suprindo ar comprimido ao reservatório, elevando a pressão ao valor máximo. Caso contrário estará em alívio. Supondo não haver demanda de ar pelo usuário,o período de carga de um moto compressor com capacidade de 2000 Nm3/h, conectado a um reservatório com volume geométrico de 10m3, operando na faixa de pressão absoluta de 6,0 kgf/cm2 a 8,0 kgf/cm2, será estimado a seguir: - volume máximo de ar no reservatório a 8,0 kgf/cm2 : 80 m3; - volume mínimo de ar no reservatório a 6,0 kgf/cm2 : 60 m3; - variação volumétrica: 20 m3; - capacidade do compressor a 8,0 kgf/cm2 : 2000 x 1,03 / 8= 257m3/h; - tempo de carga: 20 / (257/ 60)= 4,6 minutos. 7 1.3 POTÊNCIA DE COMPRESSORES Compressores Alternativos Considerando: vazão do ar comprimido: 0,00833 m3 / s pressão barométrica local: 1,00 kgf / cm2 pressão do ar comprimido: 7,00 kgf / cm2 manométrica ou 8,0 kgf/cm2 absoluta razão de compressão P2/P1: 8,0 Calcular a potência “N” para um compressor de um estágio e de dois estágios. Solução: Potência requerida para compressor de um estágio N: 3,5 x 104 x 1 x [80,285 – 1] x 0,00833= 235,79 kgf.m / s N: 235,79 x 1,3404 x 10-2= 3,1 Hp N: 3,1 x 0,746 = 2,3 kW Potência requerida para compressor de dois estágios. N: 7 x 104 x 1 x [80,143 – 1] x 0,00833= 201,93 kgf.m / s N: 201,93 x 1,3404 x 10-2 = 2,70 Hp N: 2,70 x 0,746= 2,01 kW Notas: 1 - As potências calculadas deverão ser corrigidas em função do rendimento do compressor na faixa de 75 a 85% para compressores alternativos. 2 - O índice 104 está aplicado para transformar a pressão expressa em kgf/cm2 para kgf/m2. Compressores Rotativos A potência dos compressores rotativos poderá ser estimada considerando-se que, para se comprimir 1,0 m3/min de ar atmosférico até a pressão de 7,0 bar serão necessários 7,46 kw. Custo Operacional Na hipótese do compressor recalcar 15 m3/min a 7,0 bar operarando 24 horas durante 30 dias e supondo o custo do kWh equivalente a R$ 0,12, ter-se-á: Custo mensal: 15 x 24 x 30 x 7,46 x R$ 0,12= R$ 9 668,16 Custo anual: 12 x R$ 9.668,16= R$ 116 017,92 8 1.4 RESFRIAMENTO DE COMPRESSORES Considerando: vazão de ar comprimido: 10,65 m3 / min temperatura do ar comprimido quente (t q a r ): 70ºC temperatura do ar livre frio (t f a r ): 35ºC temperatura de entrada da água no after cooler (t f á g u a ): 25ºC temperatura de saída da água do after cooler (t q á g u a ): 30ºC Calcular a vazão da água de resfriamento. Solução: O balanço térmico necessário à determinação da vazão de água, irá considerar as propriedades termodinâmicas do ar comprimido e da água na temperatura média. Cálculo da Temperatura Média do Ar: (70 + 35) / 2= 52,5 oC Peso específico do ar a 52,5oC ( arρ ) 1,0877 kg / m3 Calor específico a 52,5oC (Cp ar) 1,040 kj / kg x oC Cálculo da Temperatura Média da Água: (30 + 25) / 2= 27,5 oC Peso especifico da água a 27,5oC ( águaρ ) 997,3 kg / m3 Calor específico da água a 27,5oC (Cp água) 4,179 kj / kg x oC Balanço Térmico / Cálculo da Vazão Mássica de Água . m ar x cp ar x ∆tar = . m água x cp água x ∆tágua 10,65 x 1,0877 x 1, 040 x ( 70 – 35 ) = . m água x 4,179 x ( 30 – 25) ⇒ . m água = 20,1 kg/min. Cálculo da Vazão Volumétrica (20,1 ÷ 997,3) x 1000 ⇒ 20,2 l/min 1.5 UMIDADE DO AR - CONDENSADO Para se obter a masa de vapor de água condensada no processo de compressão, calcula-se a massa de vapor no ar nas condições de admissão e a massa de vapor no ar nas condições de descarga. A diferença entre a massa de vapor no ar de admissão e a massa de vapor no ar nas condiçõesda descarga, será a massa de vapor de água condensada. 9 Procedimento para o cálculo do condensado Considerando as condições na aspiração e na descarga de um compressor: na aspiração vazão aspirada: umidade relativa: temperatura do ar: pressão barométrica 70 Nm3/ h 60% 34°C 0,960 kgf / cm2 na descarga temperatura do ar pressão manométrica de descarga do ar 50ºC 8,5 kgf / cm2 g Calcular a Vazão de Condensado e a Vazão de Ar Comprimido Corrigida. Pela tabela de vapor saturado Pg a 34°C = 0,05423 kgf / cm2. Logo na aspiração teremos, Pv: 0,6 x 0,05423= 0,0324 kgf / cm2 Pa: 0,960 - 0,0324= 0,9276 kgf / cm2 W: 0,622 x (0,0324 / 0,9276)= 0,0217 kgágua / kgar seco A massa de ar seco aspirada pelo compressor será determinada aplicando a expressão: m ar =& Pa x V / Ra xT⇒ mar =& Pa x Po x Vo / Ra x To x P em kg/h, (equação 5) onde: Pa pressão parcial do ar seco Po pressão barométrica normal Vo vazão normal aspirada Ra constante do ar T temperatura local do ar em K To temperatura normal em K P pressão barométrica local. Aplicando a expressão, teremos: 87,42 0,96027329,27 410700,9276 arm = ×× ××× = 033,1 & kgar/h. O índice 104 corrige a pressão para kgf/m2. Cálculo da Massa de Água Aspirada pelo Compressor 1,89 = 87,42 0,0217 mágua ×=& kgágua / h Após a compressão, o ar está saturado a 50°C e 8,5 kgf / cm2. Nessas condições, teremos: Pg = Pv = 0,12578 kgf / cm2 Pt: 8,5 + 0,960 kgf / cm2= 9,46 kgf / cm2. Pa: 9,46 - 0,12578 = 9,3342 kgf / cm2. W: 0,622 x ( 0,1258 / 9,3342 ) = 0,0084 kgágua / kgar seco Serão condensados: 0,0217 - 0,0084= 0,0133 kgágua / kgar seco Cálculo da Massa de Água Condensada 87,42 x 0,0133 = 1,162 kgágua / h ou 1,89 – ( 0,0084 x 87,42 ) = 1,16 kgágua / h Cálculo da vazão de ar corrigida Massa de ar suprida 87,42 - (1,89 - 1,16) = 86,69 Kgar / h. Taxa de redução 87,42 → 100 86,69 → X = 99,16 ∴a taxa de redução será 100 - 99,16= 0,84%, logo a massa de ar requerida será: 87,42 x 1,0084 = 88,15 kg / h Cálculo da Vazão de Ar Aspirado Corrigida ( 88,15 x 29,27 x 273 x 0,960 ) ÷ (0,9276 x 104 x 1,033) = 75,59 Nm3 / h 10 1.5.1 Dispositivos de Drenagem de Condensado. Purgador de Bóia Descrição Funcional A água entra no purgador pela passagem A. A tela B protege o mecanismo do dreno automático contra partículas em suspensão. A água, acumulada no reservatório, aciona a bóia C que comanda a abertura do dreno, permitindo que a pressão do ar comprimido expulse a água do reservatório. Eliminada a água, a bóia desce e a válvula se fecha. Separadores de Umidade De scri ção Fu nci on al O ar em alta velocidade contendo partículas de condensado em suspensão, entra no separador pela conexão, e imediatamente a velocidade é bastante diminuída, sendo obrigado a fazer uma mudança de direção. Devido à baixa inércia, o ar muda facilmente de direção, porém as partículas de condensado chocam-se contra o defletor, percolando no mesmo. Essas gotículas formarão gotas maiores que, por gravidade, escorrerão pela placa defletora, caindo para a conexão de drenagem. O ar isento de umidade segue para a conexão de saída. Diagrama de Montagem do Separador Item Qtde. Descrição Material Especificação 1 1 Corpo Aço carbono ASTM-A 106 gr. B sch.80 2 1 Defletor Aço carbono ASTM-A 285 gr. C 3 2 Flanges Aço carbono ASTM-A 181 gr. I 4 2 Tubos Aço carbono ASTM-A 53 sch. 80 5 1 Bujão Aço carbono ASTM-A 105 6 2 Torrisférico s Aço carbono ASTM-A 285 gr. C Legenda: 1- separador de umidade 2- válvula de esfera 3- filtro Y 4- purgador 11 1.6 SECADORES DE AR 1.6.1 Secadores de Ar Tipo Frigorífico O secador frigorífico é composto basicamente por dois trocadores de calor, o primeiro “ar/ar” o segundo “ar/refrigerante”. A secagem do ar processa-se quando o ar úmido e quente vindo do compressor é admitido no secador, passando pelo trocador “ar/ar” onde é resfriado pelo ar frio e seco que sai do secador. A seguir o fluxo de ar comprimido parcialmente resfriado é admitido no trocador “ar/ fluido frigorífico”, onde é resfriado ao ponto de saturação “+2oC”. Ocorre então a condensação e conseqüente eliminação do fluxo condensado por meio de purgadores. Nesta condição, isento de umidade, o ar frio e seco é readmitido no trocador de calor “ar/ar”, onde é aquecido pelo ar quente e úmido que entra no secador, e então direcionado ao consumo. Fluxograma do processo de secagem frigorífica Esse processo contempla 15 componentes dispostos conforme figura 2. Figura 2 – Fluxograma Frigorífico 01 - compressor frigorífico 02 - separador de óleo 03 – condensador 04 - tanque de líquido 05 - válvula.solenóide 06 - válvula de expansão termostática 07 - trocador ar / refrigerante 08 - trocador ar / ar 09 - purgador 10 - descarga de condensado 11 - manômetro de alta pressão 12 - pressostato diferencial 13 - manômetro de baixa pressão 14 - termômetro 15 - termostato 12 Seleção e especificação de secadores frigoríficos A seleção se faz encontrando um valor de vazão expresso em normais metros cúbicos por hora com o qual será especificado o modelo do fabricante escolhido. Exemplificaremos para o caso da Dominick Hunter, considerando as condições: Ar comprimido úmido Ar livre Como as condições do projeto não são as condições do padrão, ou seja, - pressão do ar 7,0 kgf/cm2, temperatura do ar úmido 38°C e temperatura ambiente +35°C, faz-se necessário corrigi-las aplicando a expressão: C = fP x fTf x fTa x V, onde: C capacidade tabelada, em m3/h ou pcm V vazão do ar comprimido a ser tratado, em m3/h ou cfm P pressão do ar comprimido ao entrar no secador bar g 4 5 6 7 8 10 fP fator de correção de pressão 1,15 1,08 1,04 1,00 0,97 0,93 Tf temperatura do ar comprimido ao entrar no secador oC 30 35 38 40 45 50 fTf fator de correção de temperatura 0,90 0,96 1,00 1,08 1,28 1,52 Ta temperatura do ambiente onde será instalado o secador oC 25 28 30 35 38 40 fTa fator de correção da temperatura do ambiente 0,88 0,92 0,94 1,00 1,04 1,06 Para as condições citadas e aplicando os fatores de correção, será especificado o modelo 1150, da Dominick Hunter com 12 HP e ∆P = 0,71 bar, conforme tabela abaixo: Modelo 005 009 012 021 035 045 060 080 115 140 190 260 380 470 570 750 1150 Capacidade m3/h 20 30 40 75 125 160 215 290 410 500 680 950 1370 1700 2000 2740 4150 ∆P bar 0,11 0.11 0.11 0.11 0.21 0.20 0.21 0.21 0.21 0.21 0.21 0.21 0.21 0.21 0.21 0.21 0.21 Potência HP 0.17 0.50 0.50 0.75 0.75 0.75 1.00 1.00 1.50 2.50 2.50 2.50 5.00 6.00 6.00 10.00 12.00 Isto porque C = 0,97 x 0,96 x 0,92 x 4700 = 4026 Nm3 / h, sugerindo a vazão de 4150 Nm3/h. Cálculo da Vazão Mássica de Condensado Gerado nesse Secador Figorífico A massa de água condensada nesse secador, admitindo o fluxo de ar comprimido nas condições citadas no exemplo da página 9, será calulada como a seguir: Considerando o ar saturado a +2°C e 8,5 kgf / cm2, teremos: Pg = Pv= 0,007193 kgf / cm2 Pt: 8,5 + 0,960 kgf / cm2= 9,46 kgf/cm2 Pa: 9,3342 - 0,007193= 9,3270 kgf / cm2. W: 0,622 x ( 0,007193 / 9,3270 )= 0,0004768 kgágua / kgar seco serão condensados: 0,0084 - 0,0004768= 0,007983 kgágua / kgar seco Massa de água condensada: 86,69 x 0,007926= 0,686 kgágua / hora Vazão de ar úmido 4700 Nm3/h Pressão do ar úmido 8,0 kgf/cm2g Temperatura do ar úmido 35°C Umidade relativa 60% Temperatura de bulbo úmido 22°C Temperatura de bulbo seco 28°C 13 1.6.2 Secadores de Ar por Adsorção Normalmente é constituído por duas colunas de secagem uma em stand-by, filtros para retenção de partículas e óleo e um aquecedor de ar, como indicado no fluxograma, figura 3 abaixo: Figura 3 – Secadores por AdsorçãoDescrição funcional: Secagem e purificação do ar O fluxo de ar úmido e eventualmente contaminado é admitido no filtro de entrada FE ocorrendo a retenção de partículas e de óleo. O condensado formado é eliminado pelo purgador. O fluxo de ar nesta condição é admitido na coluna de adsorção onde se processa a secagem; e então liberado ao usuário. Reativação da coluna saturada A reativação da coluna saturada é processada por um volume de 5% de ar seco aquecido, a ela dirigido no sentido oposto ao de operação, arrastando a umidade adsorvida para a atmosfera. A seguir o aquecedor é desligado e o ar frio continua escoando através da coluna, resfriando-a. A válvula de descarga é então bloqueada e a coluna se pressuriza pela continuidade do fluxo de reativação. Este procedimento evita as oscilações de pressão nesta coluna quando de seu retorno ao processo. Nota: o ponto de orvalho nesses secadores é de - 40oC a -70oC. Legenda: FE filtro de entrada CS coluna de secagem FS filtro de saída AQ aquecedor elétrico P purgador automático TI indicador de temperatura PI indicador de pressão TSH controlador de temperatura 14 Arranjos construtivos 1 - Sem aquecedor Utiliza apenas o calor gerado na adsorção, processo exotérmico, para aquecer e regenerar o material adsorvedor do leito saturado. Esse processo promove consumo elevado do próprio ar comprimido, cerca de 15%. 2 - Com bomba de vácuo É similar ao sem aquecedor, mas possui uma bomba de vácuo que reduz a contra-pressão exercida pela atmosfera, neutralizando as forças de atração / adesão do material adsorvedor. Assim, é possível reduzir até 2% do consumo de ar comprimido para a regeneração, porém demanda um adicional de energia elétrica para geração do vácuo. 3 - Com aquecimento interno Possui resistência interna elétrica ou a vapor que aquece o leito saturado até a temperatura de regeneração, quando um pequeno fluxo de ar encarrega-se da purga. Se a resistência for usada apenas para aquecer o ar de regeneração, haverá a necessidade de maior consumo de ar, cerca de 8%. 4 - Com aquecimento externo O fluxo de ar de regeneração é aquecido por resistência externa aos leitos. Nesse caso ocorrem perdas significativas de calor para o meio-ambiente, e consumo de até 8% de ar de regeneração. 5 - Com soprador É similar ao tipo “com aquecimento externo”, mas possui um soprador que capta o ar ambiente, aquecendo-o e direcionando-o para o leito a ser regenerado. Dessa forma o consumo de ar comprimido para fins de regeneração é eliminado. Ciclos operacionais dos secadores de ar por adsorção por coluna Ciclo completo de funcionamento: 16,00 horas Operação contínua até a saturação: 8,00 horas. Reativação (aquecimento): 6,50 horas. Resfriamento: 1,00 hora. Pressurização: 0,5 hora. 1.7 RESERVATÓRIOS DE AR São previstos para promover a regularização da intermitência do fluxo descarregado pelo compressor, ou para operar como acumuladores pneumáticos, garantindo o suprimento do fluxo de ar comprimido, quando da parada do conjunto moto compressor, por corte não previsto da energia elétrica. Com a redução da velocidade do fluxo de ar comprimido, quando da entrada no interior do reservatório, a condição de condensação da umidade contida no gás em escoamento é acentuada. Assim os reservatório deverão ser equipados com purgadores automáticos montados no tampo inferior. A instalação e o projeto desses reservatórios devem estar em conformidade com as posturas normativas da norma regulamentadora NR 13, do Ministério do Trabalho. 15 Dimensional dos reservatórios de ar comprimido pré fabricados 16 Dimensionamento volumétrico de reservatórios de ar comprimido Pode ser feito por dois critérios, em função da vazão (Q) aspirada pelo compressor. Primeiro: sugerido para reservatórios destinados à regularização da intermitência do fluxo descarregado pelo compressor: Q 5 =V × , em m3 (equação 6 a) onde: Q - vazão aspirada em m3/min. Segundo mais usual, 3 Q V = , em m3 (equação 6 b) onde Q é a vazão aspirada em m3/h. Se o reservatório visar garantir o suprimento de ar sem o fluxo de abastecimento funcionando como um acumulador, o dimensionamento volumétrico será feito em função da autonomia desejada por ciclos de operação, como indicado. Dimensionamento volumétrico de acumuladores de ar comprimido Calcular o volume de um acumulador para atender às seguintes condições: temperatura: 20 °C consumo por ciclo: 5,41 Nm3 / ciclo pressão máxima operacional: 9,0 kgf / cm2g pressão mínima operacional: 7,0 kgf / cm2g número de ciclos requerido: 2 Sequencia de cálculo arbitrar o volume geométrico do acumulador; calcular o volume normal correspondente à pressão máxima; deduzir o volume do primeiro ciclo; calcular a pressão residual e compará-la com a condição requerida. - Volume do reservatório arbitrado: 7,5 m3 - Volume normal : =V 20) + (273 7,5 1,03) + (9 = 20) + (273 V1,03 ⇒ ×× 73,03 Nm3 - Volume residual após o 1° ciclo: 73,03 - 5,41 = 67,62 Nm3. - Pressão residual após o 1° ciclo: ⇒ ×× 20) + (273 7,5 1P = 20) + (273 67,62 1,03 P1 = 9,28 kgf/cm2a 8,25 kgf/cm2g Este valor é maior que o mínimo operacional com o que se conclui ser o volume arbitrado suficiente para um ciclo. Repete-se a mesma seqüência para verificar o atendimento ao 2o ciclo. -Volume residual após 2° ciclo: 67,62 - 5,41 = 62,21 Nm3. - Pressão residual após 2° ciclo: ⇒×× 20) + (273 7,5 P = 20) + (273 62,21 1,03 2 P2 = 8,54 kgf/cm2a 7,51 kgf/cm2g Esta pressão sendo maior que a mínima operacional, demonstra que o volume arbitrado atenderá aos dois ciclos. Notas: 1 - Para o dimensionamento estrutural do reservatório, ver página 195. 2 - Para o dimensionamento da válvula de segurança, ver página 161. 17 1.8 TRATAMENTO DE AR COMPRIMIDO A qualidade do ar comprimido é definida pela norma ISO 8573 nas classes: 1.1.1, 1.2.1, 1.4.1, 1.7.1, 2.1.1, 2.2.1. A qualidade de cada classe e os componentes necessários estão indicados no esquema abaixo. Indicações para uso das classes 1 - Recomendado para uso geral, proteção localizada de válvulas, cilindros, sopragem, pintura, ferramentas pneumáticas, automação e jateamento. 2 - Recomendado para utilização nos setores automobilísticos, mecânicos, metalúrgicos, plásticos, têxteis, papéisl e celulose. 3 - Recomendado para garantir a eliminação de odores e menor teor residual de óleo. É sugerido nas indústrias alimentícias, químicas e farmacêuticas. 4 - Recomendado quando o ar comprimido entrar em contato com produtos higroscópicos: cimento, leite em pó, resinas, liofilizados e pastilhas efervescentes, devido ao risco de absorção do vapor de água ou quando o ar comprimido for submetido a baixas temperaturas devido ao risco de congelamento do vapor de água. 5 - Recomendado quando houver necessidade de baixíssimo ponto de orvalho com retenção máxima de particulados, como na fabricação de fibras óticas, circuitos integrados, compact discs, semicondutores e na instrumentação. 1) Classe ISO – 8573 1.7.1, Retenção 0,01 µ m Ponto de Orvalho 30 a 45oC – Residual de óleo 0,01 mg/m3 2) Classe ISO – 8573 1.4.1, Retenção 0,01 µ m Ponto de Orvalho 3 oC – Residual de óleo 0,01 mg/m3 3) Classe ISO – 8573 1.4.1, Retenção 0,01 µ m Ponto de Orvalho 3 oC – Residual de óleo 0,03 mg/m3 4) Classe ISO – 8573 2.2.1, Retenção 1,0 µ m Ponto de Orvalho -40oC – Residual de óleo 0,001 mg/m3 4) Classe ISO – 8573 2.1.1, Retenção 1,0 µ m Ponto de Orvalho -70oC – Residual de óleo 0,001 mg/m3 5) Classe ISO – 8573 1.2.1, Retenção 0,01 µ m Ponto de Orvalho -40oC – Residual de óleo 0,001 mg/m3 5) Classe ISO – 8573 1.1.1, Retenção0,01 µ m Ponto de Orvalho -70oC – Residual de óleo 0,001 mg/m3 18 1.9 FILTROS DE AR Os filtros convencionais trabalham com telas de nylon ou bronze sinterizado, semelhantes a uma peneira, sendo sucetíveis aos seguintes problemas: - rápida obstrução; - granulometria de 5, 10, 25, 50 e 100 mícrons; - impossibilidade de retenção de partículas menores que a malha; - ineficiente para eliminação de condensado e aerossóis de água e óleo. Os filtros coalescentes apresentam um proceso de filtragem utilizando elementos de microfibra de boro silicato de densidade graduada, dispostas aleatoriamente formando um labirinto, permitindo porém, a permanência de vazios, que tem a função de garantir baixa resistência ao fluxo e impedir a rápida obstrução do elemento. A palavra coalescente aplicada para filtragem de ar se refere a um processo em regime permanente de aerossóis de líquidos de dimensões submicrômicas e, que são aglomeradas em gotas maiores, através de colisão e aderência com a microfibra de boro silicato. Além destes filtros permitirem a retenção de partículas muito menores, da ordem de 0,01 mícron, pelo mesmo método conseguem reter condensado e aerossóis de água e óleo. Componentes do filtro coalescente Invólucro Em aço inoxidável com mostrador para verificação de saturação. Temperatura limite de 70oC e pressão classe 16. Conexões flangeadas ou roscadas, segundo a norma ANSI. Elemento filtrante - dois revestimentos em aço inoxidável à prova de choque mantêm o pré- filtro e o meio filtrante em posição; - a cobertura de espuma elimina a possibilidade de passagem de líquidos para o ar filtrado; - os tampos das extremidades encontram-se firmemente fixos ao revestimento interno, por meio de resina epóxi; - cada tampo incorpora dois anéis “O ring”. Identificação dos componentes: 1. camada externa do filtro; 2. revestimento em aço inoxidável; 3. primeira camada: pré-filtro; 4. segunda camada: meio filtrante em rede de microfibras sem aglutinantes. Perda de carga em filtros coalescentes Retenção até 1,0 µm p erda de 0.14 bar. Retenção até 0,01µm p erda de 0.20 bar. Retenção até 0,001µm p erda de 0.30 bar. 19 Capacidade de filtragem Filtros para remoção de partículas de óleo, água e odores Capacidade a 7 Kgf /cm2 Dimensões em mm Elemento Filtrante Carcaça tamanho Nm3 / h SCFM Conexões rosca BSP A B C D Peso Kg Tipo Qte . 0009 90 54 3/8” 275 Ø 70 180 150 1,5 03/10 1 0012 120 72 ½” 335 Ø80 235 200 1,6 04/20 1 0027 270 162 1” 415 Ø105 295 255 2,2 05/25 1 0048 480 288 1 ½” 580 Ø150 405 345 5 07/30 1 0072 720 432 2” 580 Ø150 405 345 6 10/30 1 0108 1080 648 2” 1016 Ø200 901 450 28 15/30 1 0144 1440 864 2 ½” 1016 Ø200 901 580 33 20/30 1 0192 1920 1152 3” 1316 Ø200 1191 850 40 30/30 1 0288 2880 1728 3” 1351 Ø260 1206 850 54 30/50 1 Notas: - filtros tamanhos 0009 – 0072 carcaça em alumínio contendo purgador automático tipo bóia e manômetro diferencial; - filtros tamanhos 0108 – 0288 carcaça em aço carbono contendo purgador automático tipo termodinâmico e manômetro diferencial; - disponíveis para pressões até 16 bar e temperatura até 70ºC. Filtros esterilizantes Capacidade a 7 kgf /cm2 Dimensões em mm Peso kg Elemento Filtrante Carcaça tamanho Nm3 / h SCFM Conexões rosca BSP A B C D Tipo Qte . 0009 90 54 3/8” 216 Ø 110 55 80 1,8 03/10 1 0012 120 72 ½” 244 Ø180 55 110 2,2 04/20 1 0027 270 162 1” 297 Ø125 74 135 3,0 05/25 1 0048 480 288 1 ½” 370 Ø160 81 185 4,9 07/30 1 0072 720 432 2” 452 Ø160 81 260 5,8 10/30 1 0108 1080 648 2” 579 Ø170 81 390 6,7 15/30 1 0144 1440 864 2 ½” 752 Ø200 110 515 18 20/30 1 0192 1920 1152 3” 1005 Ø200 110 770 20 30/30 1 0288 2880 1728 3” 1034 Ø240 125 770 21 30/50 1 Notas: - carcaça: totalmente em aço inox; - disponível para pressões até 16 bar. 20 1.10 PROJETO Generalidades O projeto de um sistema de ar comprimido engloba duas áreas: a de produção e a de distribuição do ar. Em ambas, há de se definir os equipamentos componentes, a partir do que, será possível especificar os materiais aplicáveis, de forma que o usuário do ar comprimido possa ser plenamente atendido, de acordo com suas necessidades Na produção de ar comprimido consideram-se os equipamentos: - moto-compressores, reservatórios, filtros de admissão, secadores de ar e purgadores. Na distribuição do ar comprimido considera-se: - tubos, conexões, filtros, válvulas, mangueiras, lubrificadores / reguladores, cilindros, instrumentos, purgadores e painéis pneumáticos. Traçado de redes de distribuição Para um bom projeto de sistema de distribuição, o traçado das redes deverá obedecer o planejamento mostrado a seguir: - marcar em planta os pontos de utilização, indicando o consumo, pressão, temperatura, natureza do ar requerido e simultaneidade de operação; - escolher o local da casa de compressores que, na medida do possível, deverá ficar no centro geométrico dos consumos. Contudo, na maioria dos casos esta centralização não é viável por interferências diversas; - implantar a rede de distribuição. - marcar em planta as posições das válvulas de shut-off de linha, manômetros, lubrificadores e acessórios em geral; - prever declividade na linha de forma a permitir o escoamento do condensado; no caso de redes niveladas, prever dispositivos de drenagem que irão coletar o fluxo condensado. - implantar purgadores nos pontos baixos, e instalar dispositivos de drenagem nos trechos de transição de elevações e nos trechos horizontais, a cada 40 metros; - implantar a instrumentação de indicação e de controle de acordo com as necessidades processuais; - projetar a tomada de ar para o consumo pela parte superior da rede de alimentação; - verificar a necessidade ou não de se instalar junto ao ponto de consumo, filtros lubrificadores e reguladores de pressão; - verificar a necessidade de amortecedores de vibrações e conexões rotativas; - identificar as redes e cada componente em conformidade com o programa; - identificar os suportes e indicar os espaçamentos entre os suportes; - concentrar os bocais dos reservatórios de ar em setores angulares para viabilizar a instalação de escada e bocas de visita. Simbologia Na elaboração do projeto há de se considerar uma simbologia que represente os componentes envolvidos na geração, distribuição, armazenagem e distribuição do ar comprimido, bem como equipamentos, válvulas direcionais, válvulas de bloqueio, válvulas de regulagem, cilindros e reservatórios. Essa simbologia para uso em fluxogramas está indicada a seguir. 21 22 Fluxograma de engenharia Centrais de Geração Com secador frigorífico Com secador de adsorção 23 Fluxograma de engenharia Sistema usuário 24 Arranjo sugerido para Casa de Máquinas 25 Isométrico geral referente ao fluxograma de engenharia do sistema usuário, página 23. 26 Spools de fabricação 27 Componentes das Redes de Distribuição Válvula Gaveta indicada para condições operacionais ON-OFF. Não tem restrição diametral. Permite uma passagem do fluxo totalmente livre. Válvula Esfera indicada em alternativa à válvula gaveta, porém limitada a 4”. Válvula Globo indicada para controle de vazão do fluido. Válvula de Retenção indicada para reter o refluxo do ar comprimido. Válvula de Segurança é um dispositivo de alívio de pressão caracterizado pela abertura total e imediata. Válvula de Alívio idêntica à de segurança, porém a abertura é proporcional à pressão. Válvula Direcional de Duas Vias: indicada para acionamento de cilindros pneumáticos. Possui duas posições, permitindo ou não a passagem de ar. Válvula Direcional de Três Vias: indicada para acionamento de cilindros pneumáticos. Possui uma entrada de ar, uma saída e um escape para a atmosfera. Estasválvulas direcionais para serem acionadas requerem um atuador mecânico, elétrico ou pneumático. Purgadores: previstos para drenagem do condensado formado. O condensado é admitido no corpo do purgador pela conexão de entrada e acumula no fundo forçando a bóia no sentido ascendente com o que ocorre a abertura de descarga. Uma vez descarregado o condensado, o purgador tende a ficar pressurizado bloqueando o fluxo do condensado. Para eliminar tal bloqueio é previsto uma conexão de equilíbrio que deve ser ligada à rede, ver página 10. Lubrificadores: previstos para ajustar a vazão de óleo lubrificante conforme requerido pelo equipamento a ser lubrificado, possibilitando ainda suspender momentaneamente o fluxo lubrificante para recarga de óleo, sem interrupção do fluxo de ar. Cilindros: podem ser de simples ação quando a força desenvolvida for apenas em uma direção. Quando esta for desenvolvida tanto no avanço como no retorno do cilindro este é dito de dupla ação. Podem ser de eixo simples ou passante com ou sem regulagem de curso e com ou sem tubo de parada, ver página 29. Filtros: previstos para processar a separação das impurezas pela ação de força centrífuga, partículas maiores e pela passagem do ar em um elemento filtrante. Podem ainda ser usados para remoção de óleo, vapores ou odores de hidrocarbonetos do ar comprimido, ver página 18. Mangueiras: podem ser de dois tipos: borracha sintética com reforço de trançado têxtil e cobertura de borracha sintética ou borracha sintética com trançado interno de fio têxtil, reforço com trançado de aço e cobertura têxtil impregnado com borracha sintética. Em ambos os casos os terminais das mangueiras poderão ser fixos ou giratórios, reusáveis ou não. Tubos e conexões: conforme especificação apresentada a seguir. 28 Especificação de materiais dos componentes das redes de ar comprimido FLUIDO: Ar Comprimido NORMA BÁSICA: ANSI B31.3 TEMPERATURA (ºC): 65 CLASSE: 150 AQUECIMENTO: NÃO PRESSÃO (MPA): 1.05 CORROSÃO: 1.27mm ISOLAMENTO:NÃO DIÂMETRO NOMINAL - mm ITEM CARACTERÍSTICA 15 a 50 65 a 250 300 a 600 650 a 1200 > 1200 DIMENSIONAL NBR 5587 ESPESSURA CLASSE R CLASSE N ACABAMENTO PRETO OU GALV. MATERIAL NBR 5590 GR A ou B EXTREMIDADES PLANA BISELADA TUBO FABRICAÇÃO COM COSTURA DIMENSIONAL NBR 6943 ABNT PB 157 ESPESSURA CLASSE 10 IGUAL A DO TUBO ACABAMENTO PRETO MATERIAL NBR 6590 ASTM A 234 WPB NBR 5590 (1) CONEXÕES EXTREMIDADES ROSCA NBR 6414 BISELADA DIMENSIONAL ANSI B 16.5 (2) CLASSE CL 150 TIPO/FACE SOBREPOSTO – COM RESSALTO FLANGE MATERIAL ASTM A 105 GR B CORPO NBR 6314 ASTM A 216 GR WCB INTERNOS AÇO INOX EXTREMIDADES ROSCA NBR 6414 FLANGE ANSI B 16.5 GERAL CLASSE PN 16 CL 150 CASTELO CPPU PARAFUSADO AO CORPO HASTE HARI HARE V G A DIMENSIONAL NBR 8465 ABNT EB 141 / I TIPO DE CORPO TRIPARTIDO BIPARTIDO DIMENSIONAL NBR 10284 ABNT EB 141 / II V E S VEDAÇÃO PTFE DIMENSIONAL B L O Q U E I O V B L VEDAÇÃO - - CASTELO CPPU PARAFUSADO AO CORPO HASTE HARI HARE CO N TR . V G L DIMENSIONAL NBR 8466 ABNT EB 141 / V TIPO PORTINHOLA DIMENSIONAL V Á L V U L A V R E TAMPA TIPO MÁQUINA ANSI B 18.2.1/2 SEXTAVADA SÉRIE PESADA MATERIAL ASTM A 307 GR B ROSCA ANSI B 1.1 PARAFUSOS E PORCAS ACABAMENTO GALVANIZADO TIPO PRÉ CORTADA PARA FLANGE COM RESSALTO JUNTA MATERIAL PAPELÃO HIDRÁULICO NBR 5893 ESPESSURA: 1,6 mm NOTAS 1 - CONEXÕES GOMADAS FABRICADAS DE TUBO OU CHAPA SOLDADOS, VER PÁGINA 14.8. 2– FLANGES DN<65 SÃO USADOS SÓ EM CASOS ONDE A ROSCA NÃO É INDICADA; NESTE CASO USAR FLANGES DE ENCAIXE. 29 1.11 PARÂMETROS DIMENSIONAIS Velocidades de escoamento nas tubulações: admissão 5 a 6 m/s distribuição principal 6 a 8 m/s distribuição secundária 8 a 10 m/s mangueiras 15 a 30 m/s Perda de carga entre o ponto de referência e o ponto mais afastado: 0,30 kgf/cm2. Vazamento máximo de 10% da vazão máxima simultânea. Declividade das linhas 0,5% a 1,0%. Referente ao consumo de ferramentas pneumáticas, segundo Atlas Copco com valores expressos em m3 / min referidos a 7,0 kgf / cm2 e 20°C. Tipo Consumo Mínimo Consumo Máximo soprador 0,65 1,95 secador 0,30 0,60 rebarbador 0,37 0,74 bico de limpeza 0,50 0,50 esmerilhadeira 0,50 0,50 furadeira 0,30 0,40 rosqueadeira 0,90 1,10 rebitador 0,34 1,30 chave de impacto 0,25 0,34 pistola de pintura 0,50 1,55 jato de areia 1,55 1,55 Referente ao consumo de cilindros pneumáticos Diâmetro Consumo de ar em dm3 por ciclo Avanço e Retorno por milímetro de curso sob várias pressões em kgf/cm² Cilindro haste 1.5 4.0 7.0 10.0 12.0 15.0 18.0 21.0 1 ½” 5/8” 0,005 0,010 0,016 0,022 0,026 0,032 0,038 0,044 2” 5/8” 0,009 0,019 0,030 0,041 0,049 0,060 0,071 0,082 2 ½” 5/8'” 0,015 0,031 0,049 0,067 0,080 0,098 0,116 0,135 1” 0,025 0,050 0,081 0,111 0,132 0,162 0,192 0,223 3 ¼” 1 3/8” 0,024 0,048 0,077 0,105 0,125 0,154 0,193 0,212 1” 0,039 0,078 0,125 0,172 0,203 0,250 0,297 0.344 4” 1 3/8” 0,039 0,078 0,125 0,172 0,203 0,250 0,297 0.332 1” 0,062 0,124 0,198 0,272 0,322 0,396 0,470 0.544 5” 1 3/8” 0,061 0,121 0,194 0,267 0,315 0,388 0,461 0,533 1 3/8” 0,089 0.177 0,284 0,390 0,461 0.568 0,674 0.781 6” 1 ¾” 0,087 0,174 0,279 0,384 0,453 0,558 0,562 0,767 1 3/8” 0,159 0,318 0,510 0,701 0,829 1,020 1,211 1,402 8” 1 ¾” 0,158 0,316 0,506 0,696 0,822 1,012 1,201 1,391 1 ¾” 0,249 0,498 0,797 1,096 1,295 1,594 10” 2” 0,248 0,496 0,794 1,092 1,290 1,588 2” 0,359 0,719 1,150 1,581 1,869 2,300 12” 2 ½” 0,359 0,719 1,150 1,581 1,869 2,300 Referente à força exercida pelos cilindros pneumáticos kgf/cm² 1.4 2.8 4.2 5.6 7.0 8.4 9.8 11.2 12.6 14.0 15.4 16.8 18.2 19.6 21.0 Diâmetro Cilindro Psi 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 1 ½” 16 255 32 48 64 80 96 112 128 144 160 176 192 208 224 240 2” 28 56 84 112 140 166 196 224 252 280 308 336 364 392 420 2 ½” 44 88 132 176 220 264 308 352 396 440 484 528 572 616 660 3 ¼” 75 150 225 300 375 450 525 600 675 750 825 900 975 1050 1125 4” 113 226 339 452 565 678 791 904 1017 1130 1243 1356 1469 1582 1695 5” 179 358 537 716 895 1074 1253 1432 1611 1790 1969 2148 2327 2506 2685 6” 255 510 765 1020 1275 1530 1785 2040 2295 2550 2805 3060 3315 3570 3825 8” 454 1908 1362 1816 2270 2724 3178 3632 4086 4540 4994 5448 5902 6356 6810 10” 709 1418 2127 2836 3545 4254 4963 5672 6381 7090 7799 8508 12 Força em kgf 1021 2042 3063 4084 5105 6126 7147 8168 9189 10210 11231 12252 30 1.12 CIRCUITOS PNEUMÁTICOS Painéis Pneumáticos / Válvulas Direcionais Fluxograma Pneumático Cálculo da vazão de ar requerida para o acionamento de cilindros Exemplo numérico Determinar a vazão de ar comprimido em m3/h, para suprir o consumo de ar comprimido de um cilindro de 2 ½” com haste de 5/8”, necessária para promover um deslocamento de 10cm (5+5) em 30s. Considerar a pressão na entrada do cilindro equivalente a 4,0 bar. Solução: - consumo unitário, conforme tabela página anterior 0,031 dm3/mm - consumo total 0,031 x 100 = 3,1 litros - vazão 100030 360013 × ×, =0,372 m3/h a 4,0 bar. 31 Folha de dados para dilindros pneumáticos ITEM DESCRIÇÃO 1 Cilindro pneumático: 8 Garfo ponteira fêmea 1 peça Fabricante de Referência : Parker Rosca 16unf: ø 3/4" Código de referência: 3520M0510-137-0450 Material: aço Local: Silo de Bolas SI-144A-9507 Código de referência: 3520-0020 Serviço: Acionamento da comporta Fabricante: Parker Modelo: Informar Pino com anéis elástico p/ garfo: 1 peça Item: Informar Material: aço TAG: CP-144A-9507 Código de referência: 3520.3346 D ES CR IÇ ÃO Quantidade: 1 peça AR TI CU LA ÇÃ O Fabricante: Parker 2 Período de trabalho 24 h/dia ; 365 dias/ano Ciclo de trabalho: a cada 10 minutosServiço (pesado; médio; leve): Pesado Ambiente (poeirento; úmido; corrosivo): Poeirento / Úmido Fluido ar comprimido filtrado e lubrificado Temperatura ambiente: 10 a 40 °C Temperatura de trabalho: -10 a 80 °C Altitude: 840 m Força desenvolvida (avanço/retorno): 445 / 427 kgf Pressão de serviço: 3,60 kgf/cm² Pressão de projeto: 10 kgf/cm² CO ND IÇ AÕ DE O PE RA ÇÃ O Curso: 450 mm 3 Tipo de cilindro: Dupla ação Diâmetro do cilindro: 5” Extremidade da haste: Rosca externa ø3/4” 16-UNF-2 A Diâmetro da haste: 1” Curso máximo : 450 mm Tipo de fixação: Munhão central Conexões : ø1/2” NPT Materiais: camisa Alumínio / Latão cabeçote Alumínio / Ferro fundido haste Aço inox. mancal da haste Bronze êmbolo Alumínio / Ferro guarnições Buna-N Proteção para a haste (sanfona): Sim Material da sanfona : Neoprene Código da sanfona: 1923-211X fabricante: Paker Ação: Ar para abrir e fechar Posição de Falha elétrica: Fechado CA RA TE RI ST IC AS CO NS TR UT IV AS Posição de Falta de Ar: manter fechado 4 Válvula direcionadora com Solenóide simples: Sim Tipo : 5 vias Alimentação elétrica: 120V – CA - ± 10%, 60Hz Conexão elétrica : 3/4” NPT. Invólucro ( IEC / 44 ) : IP65 Conexão pneumática : 1/2” NPT. Pressão do ar de suprimento: 5,0 kgf/ cm² Filtro regulador e lubrificador de linha Sim Sensores magnético para indicação do posicionamento: Sim Placa de identificação: Sim Material da placa: Aço Inox AC ES SO RI O S Caracteres: Em baixo relevo 5 Espigões serrilhados roscado : ø 1/2" NPT quantidade Niples duplos roscado: 1/2" NPT Quantidade: Mangueira de borracha com uma trama de rayon: 10 kgf/cm² Quantidade: Braçadeira em Aço inox: rosca sem fim CO NE XÕ ES Quantidade: : Válvulas reguladoras de vazão - ref. 3250: corpo latão - C vedação em buna-N. 6 Quantidade : Silenciadores : tipo / material simples /alumínio Diâmetro: compatível com a válvula direcional 7 Quantidade: Nota: outros fornecedores SMC, FESTO. 32 P pressão absoluta de projeto em kgf / cm2 Pn pressão absoluta normal em kgf / cm2 T temperatura de projeto em K Tn temperatura normal em K Q vazão de projeto em m3/min Qn vazão normal em Nm3/min Q vazão de projeto em m3 / h V velocidade em m / s d diâmetro nominal em polegada di diâmetro interno em m a coeficiente em m V velocidade em m/s Q vazão de projeto em m3/h di diâmetro interno em m 1.13 DIMENSIONAMENTO DE REDES Considerando a possibilidade da rede de distribuição operar com fluxos em condições de pressão e/ou temperatura distintos, há de se promover a correspondência destes parâmetros às condições normais para que seja viável a soma destes fluxos. 1.13.1 Seqüência de Cálculo - determinar a vazão em Nm3 / min; - corrigir a vazão normal para as condições de projeto; - determinar a velocidade de escoamento, limitada a 20m/s; - calcular o diâmetro em polegadas; - verificar a velocidade em m/s; - calcular a perda em Kgf/cm2. Correção de vazão normal às condições do projeto P x Q / T= Pn x Qn / Tn, (equação 7) onde: Cálculo do diâmetro d= [(4 x Q) / (pi x v x 3600)]0,5 x (100 / 2,54), (equação 8) onde: Velocidade real de escoamento v= (4 x Q) / (3600 x pi x di2), (equação 9) onde: Cálculo do coeficiente ”a”= 0,000507 + (0,00001294 / di), (equação 10) onde: Correção do peso específico do gás, arρ = Nρ x P xTN / Z x PN x T (equação 11) onde - arρ peso específico do ar na temperatura e pressão do escoamento em kgf/ m3 - Nρ peso específico do ar nas condições normais em kgf / Nm3 . - P pressão de escoamento no trecho em kgf / cm2 - PN pressão normal em kgf / cm2. - T temperatura de escoamento em K - Tn temperatura normal em K - Z fator de compressibilidade Cálculo da perda de carga ∆ P = (3,25 x a x Q2 x Lx arρ ) / (di5 x 36002), (equação 12) onde: Q vazão de projeto em m3/h L comprimento virtual do trecho em m, conforme tabela 1.13.2 arρ peso específico do ar na pressão de escoamento em kg/m3 di diâmetro interno em m ∆ P perda de carga em kgf/m2 33 1.13.2 Comprimentos Equivalentes das Conexões Nota: o comprimento virtual é obtido somando-se ao comprimento real do trecho o comprimento equivalente correspondente às conexões, válvulas e acessórios. 34 1.13.3 Cálculo de Diâmetros e Perda de Carga Considerando: vazão de ar : 210 Nm3 / h pressão no início do trecho: 7,0 kgf /cm2 velocidade de escoamento: 8,0 m / s temperatura de escoamento: 20°C Ξ 293 K comprimento: 100 m, vide nota 1 pressão barométrica 1,03 kgf/cm2 Ξ 760 mmHg temperatura normal 15oC Ξ 298 K peso específico do ar 1,243 kg/Nm3 Nota 1: considerado o virtual correspondente à soma do real com os equivalentes das conexões. 2: condições normais: PN = 1,03 kgf / cm2, TN = 15oC Correção da vazão 298 7,0) + (1,03 293 1,03 210 : Q = × ×× 27,3 m3/ h Cálculo do diâmetro nominal: 2,54 100 3600 8 27,3 4d =× ×× × pi : "1,3 Como o valor nominal 1,3” não é comercial, adotar 1 1/2” e recalcular a velocidade em função do novo diâmetro interno, neste caso 0,0381 m, considerando a parede do tubo Sch 80. Cálculo da velocidade real de escoamento 0,0381 3600 27,3 4 :V = ×× × 2pi 6,69 m / s Correção do peso específico do ar para a pressão e temperatura do escoamento, considerando o fator de compressibilidade “Z” = 1. arρ = 1,243 x ( 7+1,03) x(273+15) / 1 x 1,03 x (273 + 20) = 9,39 kg / m3 Cálculo do coeficiente “a”. 0,0381 0,00001294 + 0,000507a = : . m 0,0008464 Cálculo da perda de carga no trecho 2 m / kgf : 1867 = 2360050,0381 9,39 100 227,3 0,0008464 3,25 p × ×××× ∆ ou 0,1867kgf / cm2 Cálculo da pressão no final do trecho: 7,00 – 0,1867 = 6,81 kgf / cm2. CAPÍTULO II BOMBEAMENTO DE FLUIDOS Central de Bombeamento 37 2.1 CONCEITUAÇÃO INTRODUTÓRIA Os sistemas de bombeamento industrial requerem: - área destinada à “casa de máquinas” para abrigar os conjuntos moto bombas, além dos quadros de comando, controle elétrico e monoviga de manutenção. - tanque de acumulação do fluido a ser bombeado, projetado de modo que a lâmina do fluido fique estável. - controles de nível para quatro condições operacionais: muito alto, alto, baixo e muito baixo. Bombas Escorvadas e Bombas não Escorvadas O sistema de bombeamento é projetado com duas redes: a de sucção que interliga o tanque de acumulação do fluido com a conexão de entrada na bomba, e a de recalque que conecta a descarga da bomba ao usuário do fluido bombeado. Existem dois níveis referenciais: o primeiro da lâmina do fluido, o segundo do eixo da bomba. Considerando o nível igual a zero, a bomba estará escorvada (afogada) sempre que o o nível do fluido estiver acima do eixo da bomba; será não escorvada em caso contrário. Referenciais para projeto Nos casos em que a bomba for instalada na condição de “não escorvada”, a tubulação de sucção deverá ser projetada com caimento no sentido da bomba para o tanque, a fim de evitar a formação de bolhas. Deverá também dispor de uma tubulação derivada da rede de recalque e equipada com válvula de bloqueio manual, para escorva da bomba quando necessário. Se for necessário para as condições operacionais do bombeamento mais de um conjunto moto bomba, cada um deles deverá ser projetadocom redes de sucção independente. Cada rede de sucção, por sua vez, deverá conter no ponto de tomada do fluido, um conjunto de válvulas de pé com crivo, e na conexão de entrada da bomba, uma redução excêntrica e um amortecedor de vibração. Considerações técnicas Referentes às tubulações de sucção: - evitar pontos altos para não favorecer o acúmulo de bolhas; - ter a menor perda de carga possível (usar diâmetro maior que o do bocal de sucção); - utilizar filtros e quando houver sucção dupla, os ramais devem ser exatamente simétricos; - observar para que o peso da tubulação não atue sobre a bomba; - instalar vacuômetros. Referentes às tubulações de recalque: - Instalar juntas de expansão. - instalar manômetros antes das válvulas de bloqueio; - observar para que o peso da tubulação não atue sobre a bomba. Referentes aos sistemas de bombeamento de fluidos aquecidos: - projetar dispositivos de aquecimento para o conjunto moto bomba em standy-by quando a operação ocorrer em temperatura maior que 100oC. 38 2.2 CASA DE BOMBAS Arranjo sugerido para casa de bombas não escorvadas 39 Arranjo sugerido para casa de bombas escorvadas 40 2.3 FLUXOGRAMA - SISTEMA USUÁRIO 41 2.4 TIPOS DE BOMBA As bombas podem ser classificadas em volumétricas ou em turbo bombas: As bombas volumétricas também chamadas de deslocamento positivo: quando o deslocamento do fluido ocorrer na mesma velocidade, direção e sentido do elemento propulsor. As turbo bombas também chamadas de hidrodinâmicas: quando o deslocamento do fluido é decorrente da ação centrifuga imposta pelo giro deste elemento propulsor. Como exemplos construtivos destas bombas, podemos citar: - bombas volumétricas: - de diafragma alternativa pneumática - de engrenagem rotativa - de parafuso ou fuso rotativa - de rolo rotativa - peristáltica rotativa - turbo bombas: - centrífuga rotativa - axial rotativa Se desejarmos um quadro comparativo que sugira a aplicabilidade de um ou outro tipo, podermos considerar o que se segue: Tipo Turbo Bombas Bombas Volumétricas Parâmetro Centrifuga Axial Rotativa Alternativa Altura de sucção em metros 4,50 4,50 6,50 6,50 Fluidos bombeados limpos ou abrasivos limpos ou abrasivos viscosos e não abrasivos limpos e puros Pressão de recalque baixa a alta baixa a alta média conforme pressão do ar comprimido Vazão de recalque alta muito alta média pequena Se a pressão demandada aumentar, a vazão decrescerá decrescerá não se altera não se altera Se a pressão demandada aumentar, a potência decrescerá decrescerá crescerá crescerá Bombas Volumétricas de Diafragma O funcionamento deste tipo de bomba é pneumático baseado na ação conjunta de quatro elementos: um par de diafragmas, um eixo que os une, uma válvula direcional para o fluxo de ar e quatro válvulas de esfera. O movimento alternativo dos diafragmas gera a sucção e o recalque do fluido, através das válvulas esferas 42 Bombas Volumétricas de Engrenagem, de Rolo, de Fuso e Peristáltica Bomba de engrenagem – figura 2 Bomba de rolo – figura 3 Bomba de fuso – figura 4 Bomba peristáltica – figura 5 Válvulas requeridas na montagem de bombas volumétricas: - válvula de alívio na tubulação de recalque; - válvulas de bloqueio nas tubulções de sucção e de recalque. Aplicação: transferência de fluidos com até 22.000 centipoases óleos lubrificantes, combustíveis e vegetais, adesivos. Aditivos, polióis, solventes, melaço e glicose. Aplicação: transferência de fermentos, leveduras, cremes, xampus, detergentes, xaropes, mel, massa de carne, iogurtes, requeijão. Aplicação: lubrificação de motores de turbinas a gás e vapor, de redutores de velocidade, de grandes bombas centrífugas. Carga e descarga de óleos lubrificantes, óleos combustíveis, petróleo, produtos químicos em refinarias; Alimentação de queimadores, selagem, circuitos hidráulicos. Aplicação: transferências de lodos, polpas ou borras: dosagem de aditivos viscosos, com sólidos ou com tendência a liberar gases. 43 Turbo Bombas Bomba centrífuga – figura 6 Bombas centrifugas “On Line” – figura 7 Horizontal Vertical Bomba axial – figura 8 Válvulas requeridas na montagem de turbo bombas: - válvula de bloqueio nas tubulações de sucção e de recalque; - válvula de retenção nas tubulações de sucção. 44 2.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE BOMBAS DE POLPA As bombas de lama / polpa, conforme figura ao lado deverão ser especificadas com revestimento em borracha para o manuseio de fluidos com alta concentração de sólidos finos em suspensão ou mistura abrasivo-corrosiva. No caso de manuseio de fluidos com alta concentração de sólidos abrasivos, a bomba deverá ser fabricada com liga de metal duro com dureza especificada, conforme a característica dos fluidos. Conjunto motor redutor e bomba de polpa acoplados figura 9 Dados para especificação 1. vazão /altura manométrica; 2. caracterização da polpa; 3. concentração do sólido em suspensão em volume ou em peso; 4. temperatura máxima do bombeamento; 5. peso específico da polpa/lama; 6. peso específico do fluido diluidor, caso não seja água; 7. dimensão máxima do particulado sólido; 8. distribuição das partículas de acordo com escala Mesh; 9. dureza de partícula; 10. ph da polpa; 11. viscosidade da polpa; 12. altura estática de sucção e de elevação; 13. NPSH disponível. Recomendações para utilização de “bombas revestidas” Operando com fluidos com sólidos finos em suspensão e ph na faixa ≥ 4,5 ≤ 5,5. Rotação máxima 1900 rpm, se o revestimento for com borracha. Rotação máxima 2250 rpm, se o revestimento for com neoprene. Operando com fluidos abrasivos e ph na faixa ≥ 4,5 ≤ 5,5. Rotação máxima 1900 rpm⇒ abrasivo com mesh ≤ 60. Rotação máxima 1650 rpm⇒ abrasivo com mesh ≤ 20. Rotação máxima 1480 rpm⇒ abrasivo com mesh ≤ 8. Recomendações para utilização de “bombas em metal duro” Operando com fluidos com sólidos finos em suspensão e ph na faixa ≥ 4,5 ≤ 5,5. Rotação máxima 2250 rpm. Operando com fluidos abrasivos e ph na faixa ≥ 4,5 ≤ 5,5 Rotação máxima 2250 rpm ⇒ fluido pouco abrasivo com concentração em peso < 10%. Rotação máxima 1900 rpm ⇒ fluido abrasivo com concentração em peso >10% ≤40%. Rotação máxima 1480 rpm ⇒ fluido muito abrasivo com concentração em peso > 40%. 45 2.6 FOLHA DE DADOS Para turbo bombas centrífugas e axiais 1 Identificação (TAG) : Quantidade : 13 Motor elétrico 2 Fabricante : Fabricante:. Tipo/modelo : 3 Tipo/Modelo : Potência.(HP): Rotação (rpm): 4 Aplicação : Circuito Volts/ciclos/fases: Carcaça.: 5 Serviço : Local : Fator de Serviço : Forma construtiva.: 6 Peso motor (kgf): Bomba (kgf): A ci o n ad o r Proteção IP : Prova de explosão 7 Desenho nº.: 14 Curva proposta 8 Normas aplicáveis : Rotação (rpm) : NPSH req.(mca) 9 Líquido : PH Rendimento (%) nominal Corrigido : Temperatura de bombeamento - TB (°C) B.H.P. Hidráulico : Proj.: Vapor à TB : Rotação vista do lado do acoplamento: Horário. Anti-Horário. Pressão (kgf/cm2) Sucção: Descarga: Vazão mínima (m3/h): Diferencial: Local da instalação Interna Externa Vazão à TB (m3/h) Normal: Projeto: Diâm. do rotor (mm): min.: proj.: max. Altura. Manométrica . (mca): Max. rotor de projeto: Serviço : Contínuo Intermitente NPSH disponível (mca): Pe rfo rm an ce BHP: máximo com rotor de projeto: Viscosidade à TB (cp) : Peso especif.ico (kg/m3) : 15 Carcaça/Tampa: Co n di çã o deO pe ra çã o Corrosão/erosão por : Partículas susp (ppm): Rotor: 10 Montagem: Horizontal Vertical Centerline Inline Eixo: Bucha do eixo Bipartida : Radialmente Axialmente Anéis de desgaste: Voluta : Simples Dupla Junta da carcaça: Dreno : Sim Não Diâmetro (mm): Mancais: inferior e intermediário. : Conexão sucção : Rosca Flange Diâm. (mm): M at er ia is Base bomba/motor: Conexão recalque : Rosca Flange Diâm. (mm): 16 Profundidade do poço/tanque (m) : Flanges : FF RF Roscas : NPT BSP Submergência mínima requer. (m) : Rotor : Aberto Vortex Fechado Colunas : Flangeadas Roscadas Montagem do rotor : Ponta do eixo Entre rolamento Fechada lubrificação óleo Aberta Tipo de rolamento : Radial Axial Fechada lubrificação água Lubrificação. dos mancais : óleo graxa Diâmetro (mm) coluna : Eixo da coluna : Direto Polias (correias) Cabeçote tipo : Acoplamento Marca: Modelo: Placa de fundação : Sim Não Co n st ru çã o Protetor : Sim Não Empuxo (kg) : Para cima : Para baixo : 11 Caixa da gaxeta D.I.(mm): D.E.(mm): Comp.(mm): Mancal de escora na bomba Sim Não Tipo: Tipo : Gaxeta Fabricante: Ajuste (m) : Tamanho / nº de anéis: Coluna/eixo : Tipo / código: Mancal : Bomba : Coluna : Selo mecânico Fabricante: Tanque : Modelo: Código API: B o m ba s A x ia is M at er ia is Cabeçote : Ralo : Sede tipo: 17 Bomba Lubrificação : Liquido próprio Fonte externa Hidrostático Sim Não Testemunhado Ve da çã o do ei x o / e n ga x et am en to Lubrificação conforme API - 610 - Plano Nº Performance Sim Não Testemunhado 12 Refrigeração / Aquecimento Desmontagem (após teste) Sim Não água (m3/h) φ entrada φ saída NPSH requerido Sim Não Testemunhado Carcaça Motor Elétrico: Tampa traseira . Caixa dos mancais Te st es Notas: 46 Para bombas volumétricas peristálticas AFOGADA NÃO AFOGADA 1) Comprimento da linha de sucção: ______ m. comprimento da linha de descarga:_______m 2) Diâmetro da linha de sucção:_________mm. diâmetro da linha de descarga___________mm 3) Acessórios nas linhas de sucção e descarga : 3.1) Curva 90º sucção (_) descarga (_) curva 45º sucção (_) descarga (_) 3.2) Tee sucção (_) descarga (_) 3.3) Filtros sucção (_) descarga (_) 3.4) Válvulas sucção (_) tipos: _________________________________________ 3.5) Válvulas descarga (_) tipos:_________________________________________ 4) Fluido: _____________densidade:_____________Kg/m3 viscosidade:__________Cp 4.1) Características do fluido: abrasivo corrosivo pastoso / gelatinoso 4.2) Temperatura do fluido:___ºC 4.2) Temperatura ambiente: __ºC sólidos ___ %. tamanho máximo dos sólidos:_____mm 5) Vazão: fixa = _______ l/h variável máxima = _______l/h mínima = _____________l/h 6) Operação: contínua intermitente 7) Utilização: para transferência para dosagem 8) Acionamento: motoredutor monofásico trifásico 9) Acionamento: com inversor ( faixa de variação 1 : 4 ) sem inversor de freqüência 10) Tensão: 110 v 220 v 380 v 440 v 11) Freqüência : 50 Hz 60 Hz 12) Motor a prova de explosão proteção IP 47 2.7 PROCEDIMENTOS PARA PARTIDA E PARADA DE CONJUNTOS MOTO BOMBAS Partida - Verificar se a bomba está escorvada. - Fechar o registro de recalque (no caso da bomba ser do tipo centrífuga) até que a rotação nominal seja alcançada. Ao abri-lo, faça-o lenta e gradualmente. - Verificar a intensidade do gotejamento do fluido pelo “preme-gaxeta”, quando aplicável. - Proceder a leitura do manômetro, do vacuômetro, do amperímetro, e do voltímetro, verificando os parâmetros de conformidade, nos termos da norma API – 10. Parada - Fechar lenta e gradualmente o registro de recalque, no caso de bomba centrífuga. 2.8 PROBLEMAS OPERACIONAIS Na operação de um sistema de bombeamento, problemas com a não obtenção dos valores previstos de pressão e vazão, perda do fluxo recalcado e até mesmo queima do motor elétrico podem ocorrer. Considere o quadro seguinte com citações de causas que podem provocar estes defeitos. defeito: perda pressão de recalque causas entrada de ar na sucção ou no corpo da bomba; entupimento do rotor ou da válvula de pé; travamento das válvulas de pé na rede de sucção, de bloqueio ou de retenção na rede de recalque; rotação inferior à nominal; sentido da rotação do motor invertida; altura de sucção e/ou altura manométrica não conforme com a nominal. defeito: alteração na vazão recalcada causas entrada de ar na sucção ou no corpo da bomba; entupimento parcial do rotor ou da válvula de pé; rotação inferior à nominal; alteração da altura manométrica em relação à nominal. defeito: pressão do recalque não atingida causas rotor desgastado / ou com diâmetro inferior ao nominal; rotação inferior à nominal. defeito: motor superaquece ou queima causas relé térmico de proteção mal regulado ou com defeito; sob tensão provocado por falta de fase; altura manométrica inferior à nominal; defeito mecânico principalmente empeno do eixo. nota: caso as condições de vazão / pressão não sejam constantes aconselha-se a utilização de motores com fator de serviço. 48 2.9 CURVAS CARACTERÍSTICAS À ROTAÇÃO CONSTANTE Estas curvas representam as condições operacionais das bombas em pares de eixos cartesianos. A mais importante é a curva H x Q (pressão x vazão) obtida a partir do lançamento no eixo das ordenadas os valores das vazões e no eixo das abscissas os valores das pressões. As demais curvas são as de potência x vazão e as de rendimento x vazão. Curva H x Q das bombas volumétricas e turbo bombas Curva do Sistema de Bombeamento No entanto para se ter condições de interpretação da condição operacional da turbo bomba segundo o plano H x Q, é indispensável lançar no mesmo plano H x Q a Curva do Sistema de bombeamento, que é uma função parabólica definida pela equação de Bernoulli. A curva do sistema, será traçada aplicando-se a expressão ∆H = Kr x Q2, onde Kr: constante da rede; ∆H: perda de carga na rede; Q: vazão circulada. Supondo Q1 = 150m3/h e ∆H1 = 60 mca, teremos K = 60 ÷1502 = 2,66 x 10-3. Para 100 m3/h, teremos: ∆H = 2,66 x 10-3 x 1002 = 26,6m Para 200 m3/h, teremos: ∆H = 2,66 x 10-3 x 2002 = 106,4m, logo a curva do sistema, contemplando os três pares, será a indicada acima. Lançando as duas curvas em um mesmo par de eixos H x Q ter-se-á na interseção das duas o Ponto de Trabalho da bomba, conforme indicado abaixo. turbo bombas Neste caso a função matemática geradora da curva é a Equação de Euler, que resulta na forma seguinte: volumétricas Como a vazão teoricamente independe da pressão, a curva se resume numa reta paralela ao eixo das pressões: 49 Curvas características de uma bomba centrifuga - 3500 rpm Notas: Dados válidos para massa específica de 1 kg/ dm3 e viscosidade cinemática até 20 mm2/s. Tolerância de performance conforme ISO 9906. Os parâmetros vazão, pressão e potência são características para uma determinada rotação do motor (n). Caso esta rotação passe a um outro valor (n1), estes parâmetros irão variar segundo as equações de Rateaux, conforme indicado. correção da vazão Q / Q1 = n / n1 correção da altura manométrica H/ H1 = n2 / n12 correção da potência P / P1 = n3 / n13 50 2.10 CURVAS DE TORQUE PARA TURBO BOMBAS O torque MR de uma turbo bomba é determinado em função da potência e da rotação,pela expressão: MR = (5250 x HP ÷ rpm) x 0,141, em Kgf x m (equação 13) Para se obter a curva de torque a partir do instante “0” até a rotação nominal, há de se considerar a Constante do Conjunto Moto Bomba (Ki), que relaciona a variação da rotação da bomba com a variação do torque. Esta constante é obtida pela expressão: Ki = (450 x g x HR x Q) ÷ (I x MR x rpm2), (equação 14) onde: g aceleração da gravidade em m/s2 HR altura total de recalque em mca Q vazão em m3 / h I momento de inércia das partes girantes em kgf / m2 MR torque em kgf / m rpm número de rotações por minuto Obtida esta constante na condição do torque máximo, os valores de torques intermediários serão definidos em função da rotação, fazendo: MR = (450 x g x HR x Q) ÷ (I x Ki x rpm2). Desta forma, no par de eixos Torque x Rotação será traçada a curva como indicado ao lado. 2.11 POTÊNCIA REQUERIDA PARA TURBO BOMBAS - BHP É calculada aplicando a expressão N = ( ρ x Q x Hman) ÷ ( η x 74,6), em HP (equação 15) onde: N potência em Hp ρ peso específico do fluído em Kg / m3 Q vazão em m3/s Hman altura manométrica em mca η rendimento 2.12 CORRENTE NOMINAL DO MOTOR (In) É calculada pela expressão In = (N x 746)÷(V x 3 x cos φ x η), em A (equação 16) Exemplo: considerando uma bomba acionada por um motor elétrico de indução trifásico de 20 Hp, 220V, 60Hz, cos φ= 0,80, código F, calcular a corrente nominal In, assumindo o rendimento do motor de 96%. Substituindo vem: In = (20 x 746) ÷ (220 x 3 x 0,80 x 0,96) = 50,9 A. 51 LETRA-CÓDIGO KVA /cv (com rotor bloqueado A 0,00 a 3,14 B 3,15 a 3,54 C 3,55 a 3,99 D 4,00 a 4,49 E 4,50 a 4,99 F 5,00 a 5,99 G 5,60 a 6,29 H ,30 a 7,09 J 7,10 a 7,99 K 8,00 a 8,99 L 9,00 a 9,99 M 10,00 a 11,19 N 11,20 a 12,49 P 12,50 a 13,99 R 14,00 e maiores 2.13 CORRENTE DE PARTIDA DO MOTOR (Ip) É obtida pela expressão: Ip = [(kVA/cv) x N x 1000]÷ (V x 3 ), em A (equação 17) Para este cálculo deverá ser considerada a letra-código do motor, conforme tabela ao lado, o respectivo valor numérico do kVA /cv. Substituindo, vem: Ip = (5 x 20 x 1000) ÷ ( 220 x 3 ) = 262,4 A Nota: nesse exemplo o valor 5 do kVA /Cv foi escolhido na faixa de 5 a 5,99 correspondente à letra-código F. 2.14 SELEÇAO DE BOMBAS Bombas peristálticas 1 - Vazão necessária, em l / s 2 - Pressão de descarga, em bar. 3 - Potência do motor, em KW 4 -Temperatura do produto, em oC 5 - Limites para operação contínua 6 - Rotação máxima recomendada Bombas centrífugas 1 – Escolher a rotação 3500 ou 1750 rpm 2 – Selecionar a vazão 3 – Selecionar a Hman 4 – Determinar a interseção das coordenadas 5 – Ler o modelo 52 2.15 ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS Em paralelo Em instalações de bombeamento promove-se a associação em paralelo de duas ou mais bombas, para se obter um incremento de vazão, correspondente à somatória das vazões das bombas associadas. Para se traçar a curva correspondente à associação de duas ou mais bombas em paralelo, basta marcar o valor do somatório das vazões das bombas para cada altura. As duas bombas funcionando em paralelo, reproduzirão o ponto P2, interseção da curva característica das bombas com a curva característica do sistema, fornecendo a altura manométrica total H2 e vazão Q2. A bomba isolada trabalhará com a altura manométrica H1 e vazão Q1. Como Q1> Q2 e H1<H2, conclui-se que na seleção de bombas para operação em paralelo, deve-se tomar cuidado quando do funcionamento de uma só bomba, pois neste caso a potência consumida e o NPSH requerido serão maiores. Em série Esta associação é indicada para atender alturas manométricas elevadas. Para se obter a curva característica resultante de duas bombas em série, basta somar as alturas manométricas, correspondentes aos mesmos valores de vazão, em cada bomba. Quando da associação em série torna-se necessário verificar se o flange de sucção da segunda bomba é capaz de suportar a pressão de descarga da primeira, e, se a carcaça da segunda suporta a pressão total da descarga. Manobra de válvulas requerida para associação de bombas Em paralelo: Válvulas Posição 3, 4, 9, 10 fechada 1,2, 5,6,7,8,11,12,13 aberta 14 regulada para o ∆P Em série - bomba B2 com bomba B1: 2, 3, 10, 11 fechada 1,4,5,6,7,8,9,12,13,14 aberta Em série - bomba B1 com bomba B2: 1 ,4, 9,12 fechada 2, 3,5,6,7,8,10,11,13,14 aberta Recalque 53 2.16 GRANDEZAS CARACTERÍSTICAS Ao se projetar o sistema de bombeamento há de se considerar grandezas de características geométricas identificadas pela letra “h” e as dinâmicas pela letra “H”. Conforme mostrado na figura 10 ao lado. Figura 10 – Grandezas Características Grandezas estáticas Altura Geométrica de Aspiração, ha é a diferença entre o nível do eixo da bomba e o nível da superfície livre fluido no tanque de acumulação. Este valor deve ser comparado com o da Altura Estática Máxima de Aspiração, AMS, suportado pelo conjunto moto bomba. Altura Geométrica de Recalque, hr é a diferença entre o nível onde o fluido é liberado pela rede de recalque, e o nível do eixo da bomba. Aqui também convém sugerir que esta rede de recalque em sua extremidade de transbordo, fique sempre “protegida” pelo fluido recalcado. Com isto fica assegurada a não entrada de ar nesta tubulação. Altura Geométrica de Elevação, he é a diferença de cotas entre o nível do fluido no tanque de acumulação e o nível em que o fluido é descarregado, he = ha + hr. Grandezas dinâmicas Altura Total de Aspiração, Ha é a diferença da pressão atmosférica local e a pressão na sucção da bomba Ha = ha + (v2 ÷ 2g) + Ja. Altura Total de Recalque, Hr é a diferença entre a pressão na saída da bomba e a atmosférica Hr = hr + Jr. Altura Manométrica, Hman é a soma das alturas totais de aspiração e recalque. Hman = Ha + Hr = he + Ja + Jr +(v2 ÷ 2g). Nestas equações: ha altura estática de aspiração em m Ja perda de carga no trecho de aspiração em mca V2÷2g energia cinética cedida ao fluido em mca V velocidade do fluido em m/s g aceleração da gravidade em m2/s hr altura estática de recalque em m Jr perda de carga no trecho de recalque em mca he altura estática de elevação em m 54 2.17 CAVITAÇÃO A cavitação é um fenômeno hidráulico que ocorre quando a pressão absoluta do fluido no rotor da bomba atinge um valor que coincide com a pressão de vapor do líquido na temperatura, iniciando o processo de vaporização do mesmo. É importante conhecer a diferença entre o valor da pressão de estagnação e da pressão de vapor do líquido na temperatura em que o mesmo estiver sendo bombeado. Esse parâmetro que representa a disponibilidade energética com a qual o fluido chega ao rotor, chama-se Net Positive Suction Head, NPSH. A energia hidráulica característica do arranjo construtivo da sucção é designada por NPSH disponível. Aquela com a qual o fluido é admitido no rotor da bomba é designada por NPSH requerido. Para não ocorrer cavitação o NPSH disponível deve ser maior que o NPSH requerido Cálculo do NPSHd, NPSHr, AMS Exemplo numérico, considerando: vazão Q 0,04 m3 / s altura manométrica Hman 20 mca temperatura do fluido T 60 ºC pressão de vapor a 60 ºC hv 0,2031 kgf / cm2 peso especifico do fluido ρ 983 kgf / m3 rotação da bomba n 1150 rpm perda de carga na sucção ∆Ρ 1,30 mca (assumido) velocidade de escoamento v 1,50 m / s (recomendado) pressão atmosférica local Pb 0,980 kgf / cm2 altura estática de aspiração ha 0,70 mca (referente ao nível máximo) aceleração da gravidade g 9,81 m/s2 montagem da bomba não escorvada tipo da bomba centrífuga
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