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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ PÓS GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM CARDIOLÓGICA Resenha Crítica de Caso Juliana Simas Justino Trabalho da disciplina Anatomia e Fisiologia do Sistema Cirdiovascular Florianópolis 2021 http://portal.estacio.br/ 2 RESENHA CRÍTICA VALIDAÇÃO DE PROTOCOLO PARA A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE NO TRANSOPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDIOVASCULAR COM CIRCULAÇÃO EXTRACORPÓREA Referência: ALBUQUERQUE, Carla Lorenna Ferreira de. VALIDAÇÃO DE PROTOCOLO PARA A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE NO TRANSOPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDIOVASCULAR COM CIRCULAÇÃO EXTRACORPÓREA. 2018. 67 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Ciências da Saúde, Enfermagem, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2018. O texto em questão se refere a uma dissertação de mestrado em Ciências da Saúde de autoria de C.L.F.A para conclusão da pós-graduação em Enfermagem da Universidade Federal de São Carlos no estado de São Paulo no ano de 2018. A dissertação tem como tema principal uma validação de protocolo para assistência de enfermagem para ser utilizado no transoperatório de cirurgia cardiovascular com circulação extracorpórea, ou seja, como o objetivo de construir e validar um protocolo que será utilizado durante o cuidado de enfermagem no trans operatório de cirurgia cardiológica que faz uso de circulação extracorpórea. A dissertação utilizou a metodologia quantitativa que se propõe a realizar uma investigação sistemática por coleta de dados com 14 participantes que foram analisados em duas etapas e a validação se deu através da técnica Delphi em duas rodadas (ALBUQUERQUE, 2018). As doenças cardiovasculares além de serem a principal causa de mortes no mundo são também as que mais causam diminuição da qualidade de vida dos portadores de doenças cardiovasculares (1). Algumas dessas doenças podemos citar a angina pectoris estável, angina instável, isquemia, infarto agudo do miocárdio (IAM) e insuficiência cardíaca (IC), todas essas consideradas parte da síndrome coronariana aguda (SCA) que causa diminuição do fluxo sanguíneo ou causa elevação das pressões de enchimento, além das valvopatias que podem se revelar através de estenose ou insuficiência (2). O tratamento dessas doenças envolvem medicamentos, mudanças da rotina de alimentação e exercícios físicos, e nos casos mais graves dessas doenças as internações para realização de cateterismos cardíacos, 3 angioplastia e cirurgias cardíacas que podem ser as corretoras para o fechamento de canal arterial, de defeito do septo atrial e ventricular , as cirurgias reconstrutoras para revascularização do miocárdio e plastia das valvas aórtica, mitral e tricúspide e as cirurgias substitutivas que são as trocas valvares e os transplantes cardíacos (BRAILE; GOMES, 2010). O centro cirúrgico é um setor complexo que requer alta precisão de máquinas e dos profissionais que trabalham nele, e o enfermeiro que atua no centro cirúrgico precisa ter competências para realizar o planejamento da sala cirúrgica e a assistência ao paciente que irá passar por esse procedimento. O papel da enfermagem no centro cirúrgico se dá antes mesmo do paciente chegar no centro cirúrgico com o preparo da sala, a conferência dos materiais que serão utilizados durante a cirurgia, a partir do momento que o paciente chega ao setor a conferência que é o paciente certo, se o mesmo está em jejum e se não foi realizado nenhum anticoagulantes nas últimas 24 horas, além dos cuidados durante o transoperatório, no pós operatório observando possíveis intercorrências e durante a transferência para outras unidades hospitalares (ALBUQUERQUE, 2018) A cirurgia cardíaca é um procedimento extremamente complexo que requer a utilização de circulação extracorpórea, esse mecanismo consiste em causar uma parada mecânica no coração e realizar a substituição da função de bombeamento do fluxo sanguíneo para o resto dos órgãos, esse procedimento gera diversas alterações fisiológicas definida como síndrome pós-perfusão que podem causar desde disfunção renal e pulmonar, alterações na composição sanguínea e febre, sendo assim o período de transoperatório e pós operatório é um período crítico devido à complexidade da cirurgia e a utilização da circulação extracorpórea durante o procedimento o que leva a cuidados necessários para uma recuperação bem sucedida do paciente e a internação em uma unidade de terapia intensiva (SOUZA; ELIAS, 2006). Um dos ambientes para cuidar de uma condição crítica de saúde é a UTI, que segundo a Resolução no 7, de 24 de fevereiro de 2010, é uma área crítica de internação de pacientes graves com comprometimento de um ou mais sistemas fisiológicos, com perda de sua homeostase e que necessitam atenção profissional especializada continuamente, materiais e tecnologias específicos para o diagnóstico, monitorização e terapia (BRASIL, 2010a). Pacientes submetidos a cirurgias cardíacas com uso de circulação extracorpórea precisam de 4 cuidados complexos com monitorização contínua devido às alterações que podem levar a complicações, o tempo de internação na unidade de terapia intensiva vai variar dependendo do tempo em que o paciente permaneceu em circulação extracorpórea que podem levar a diminuição da hemoglobina e disfunção pulmonar por exemplo, por isso o enfermeiro tanto do centro cirúrgico quanto do enfermeiro da unidade de terapia intensiva precisa ser capacitado para poder reconhecer as complicações o mais precoce possível a fim de evitar as complicações ou buscar tratamento adequado o mais rápido possível (KAPADOHOS et al., 2017). O uso de protocolos durante assistência de enfermagem em centros cirúrgicos auxilia na garantia da segurança do paciente como por exemplo o uso do checklist da cirurgia segura com checagem e contagem dos instrumentos que serão utilizados, das compressas e outros equipamentos cirúrgicos para a diminuição de eventos adversos e morbimortalidades (MAFRA; RODRIGUES, 2018). A enfermagem nos últimos anos tem se aprimorado através de pesquisas em variados campos da área da saúde e com base em evidências científicas, a validação de um instrumento de pesquisa é determinada quando a sua elaboração e aplicabilidade proporcionam dados confiáveis para possibilitar uma análise efetiva e mensuração dos dados que estão sendo investigados (JÚNIOR; MATSUDA, 2012). Para realização dessa construção e validação de protocolo para cirurgias cardíacas com uso de circulação extracorpórea primeiramente a autora produziu uma revisão de literatura que se resume a uma pesquisa bibliográfica sobre o tema escolhido, esse tipo de revisão também auxilia na delimitação sobre o tema escolhido, na descoberta de pesquisas já realizadas sobre o tema. A revisão de literatura se torna importante, pois apoia a pesquisa, as dúvidas que possam ser investigadas, atualizam o conhecimento e enriquecem o estudo (ECHER, 2001). A busca ocorreu em três bases de dados a PubMed, Web of Science e Science Direct onde foram selecionados 488 estudos que após leitura de título e resumos ocasionaram em uma exclusão de 473 estudos restando assim 15 estudos que após leitura integral foram escolhidos 11 arquivos que seriam apropriados para o estudo, esses estudos ajudaram a autora da dissertação a respaldar a necessidade da construção do instrumento que ficou dividido em três tópicos que foram subdivididos em 10 categorias contendo 75 itens (ALBUQUERQUE, 2018). 5 O primeiro tópico se tratava da preparação da sala cirúrgica e do paciente para o procedimento em que abordavam a estrutura física e equipamentos, a conferência de materiais e insumos que serão utilizados em cirurgia e sobre o preparo do paciente para o procedimento e certificação de etapas de indução anestésica. O segundotópico aborda sobre os cuidados no período intraoperatório buscando trazer os cuidados durante a cirurgia com uso de circulação extracorpórea (CEC) como a monitorização do paciente, a condução do procedimento, registros das informações associadas a CEC e o momento que antecede a saída do paciente da sala operatório. O terceiro tópico refere-se aos cuidados relacionados ao cuidado do paciente em unidades de terapia intensiva (ALBUQUERQUE, 2018) A segunda etapa da construção do protocolo se deu mediante a validação deste protocolo por uma banca de 16 experts na área sendo todos eles enfermeiros sendo que 12 deles eram profissionais que atuam no centro cirúrgico e 04 profissionais especialistas em circulação extracorpórea, os participantes eram dos estados do Ceará, São Paulo, Rio Grande do Sul e Para. A análise do instrumento ocorreu por meio da escala Likert que traz quatro categorias de importância; completamente adequada, adequada, parcialmente adequada e inadequada que foram selecionados apenas uma única resposta para cada variável, o tratamento a autora considerou apenas as categorias completamente adequada e adequada que atingiu mais de 80%, os avaliadores também realização sugestões de mudanças, inclusão ou exclusão de categorias (ALBUQUERQUE, 2018). A partir dos resultados a autora da dissertação pode realizar a discussão dos dados trazendo sobre a como a execução de protocolos durante o transoperatório nas cirurgias com CEC leva a uma maior segurança do paciente, um aprimoramento no tempo do procedimento e diminuição dos efeitos adversos e intercorrências durante o procedimento e na recuperação do paciente se dando através de um olhar clínico rápido por parte da enfermagem para prever essas complicações nas cirurgias cardíacas. A categoria sobre a infraestrutura do centro cirúrgico foi aprovada pelos avaliadores devido a relevância da conferência de insumos, instrumentos e equipamentos que serão utilizados no procedimento, além da validação dos itens relacionados a conferência de identificação e preparo do paciente antes da anestesia, as imprecisões na comunicação entre as equipes de enfermagem tanto da unidade de internação e equipes do centro cirúrgico podem causar eventos que levam a complicações no procedimento ou até mesmo adiamento do procedimento (ALBUQUERQUE, 2018). 6 A conferência do posicionamento do paciente na mesa cirúrgica demonstra importância na prevenção de lesões por pressão que podem ocorrer também nos centros cirúrgicos em cirurgias de grande porte que duram por várias horas e que por motivos técnicos impedem a mobilização do paciente, isso também é correlacionado aos níveis de hematócrito e albumina sérica. Após o procedimento e recuperação durante o período pós- operatório imediato e mediato é a questão da infecção da ferida operatória esternal e/ou da safenectomia que podem aumentar os dias de internação do paciente e/ou retorno do mesmo após a alta devido a infecção. Estudos que a autora da dissertação trouxe eu seu estudo mostram a importância da antibioticoterapia ainda durante a cirurgia. Relacionados à questão de infecção da ferida operatório o enfermeiro tem papel fundamental para a prevenção da infecção com a tricotomia realizada da maneira correta, o uso de produtos adequados para a realização do curativo e na identificação precoce desta infecção, além dos cuidados com os curativos e decisão sobre o melhor tipo de cobertura dependendo do tipo de secreção (ALBUQUERQUE, 2018). Os avaliadores também apontaram válido o subitem referente a hipotermia e a hiperglicemia que pode ocorrer na mesa cirúrgica devido a anestesia e/ou temperatura do ambiente, a hipotermia aumenta o risco de morte no pós operatório, deve ser realizado aquecimento do paciente através de mantas e colchões especiais para diminuição de complicações, o uso de glicosímetro é o principal equipamento a ser utilizado em casos de suspeita de hiperglicemia, o enfermeiro deve estar atento aos sinais e sintomas de hiperglicemia para prevenir as possíveis complicações no intra e no pós operatório (ALBUQUERQUE, 2018). Os resultados também mostram a importância da monitorização contínua do paciente no intra e pós-operatório devido às alterações hemodinâmicas que através da monitorização pode ser observada rapidamente e ser decidido a conduta a ser tomada. A transferência do paciente para a UTI também se tornou relevante devido à conferência dos equipamentos que serão utilizados durante o transporte como maca, respirador da ventilação mecânica e monitorização. Por último vale lembrar o valor dos registros serem realizados de forma correta e o mais detalhado possível para que em caso de dúvida dos enfermeiros da unidade de terapia intensiva ou das unidades de internação possam buscar as informações nos registros de forma rápida e obter eles de forma clara (ALBUQUERQUE, 2018). 7 Para concluir a dissertação em questão traz a relevância que implementação de protocolos possuem para a segurança de um procedimento seguro para o paciente e para a equipe que o realiza, procedimento cardiovasculares são complexos e por meio dos protocolos a equipe pode ter um auxílio para aprimorar a qualidade desse procedimento com a percepção prévia de eventos adversos e complicações e rápida escolha de conduta a ser realizada. Referências ALBUQUERQUE, Carla Lorenna Ferreira de. VALIDAÇÃO DE PROTOCOLO PARA A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE NO TRANSOPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDIOVASCULAR COM CIRCULAÇÃO EXTRACORPÓREA. 2018. 67 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Ciências da Saúde, Enfermagem, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2018. ______. Resolução no 7, de 24 de fevereiro de 2010. Dispõe sobre os requisitos mínimos para funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva e dá outras providências. Brasília, 2010. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2010/res0007_24_02_2010.html>. Acesso em: 10 jan. 2021. BRAILE, Domingo M; GOMES, Walter J.. Evolução da cirurgia cardiovascular: saga brasileira. uma história de trabalho, pioneirismo e sucesso. Arq. Bras. Cardiol, São Paulo, v. 2, n. 94, p. 151-152, fev. 2010. ECHER, Isabel Cristina. A Revisão de Literatura na Construção do Trabalho Científico. R.Gaúcha Enferm, Porto Alegre, v. 2, n. 22, p.5-20, jul. 2001. Disponível em:<http://seer.ufrgs.br/index.php/RevistaGauchadeEnfermagem/article/view/4365/2324>. Acesso em: 10 jan. 2021 JÚNIOR, José Aparecido Bellucci; MATSUDA, Laura Misue. Construção e validação de instrumento para avaliação do Acolhimento com Classificação de Risco. Rev Bras Enferm, Brasília, v. 65, n. 5, p. 751-757, set-out, 2012 KAPADOHOS, Theodore et al. Determinants of prolonged intensive care unit stay in patients after cardiac surgery: a prospective observational study.. J Thorac Dis, China, v. 1, n. 9, p. 70-79, jan. 2017. MAFRA, Claudia Rodrigues; RODRIGUES, Maria Cristina Soares. Lista de verificação de segurança cirúrgica: uma revisão integrativa sobre benefícios e sua importância. Rev Fund Care Online, Rio de Janeiro, v. 1, n. 10, p. 268-275, jan. 2018. SOUZA, Maria Helena L.; ELIAS, Decio O.. Fundamentos da Circulação Extracórporea. 2. ed. Rio de Janeiro: Centro Editorial Alfa Rio, 2006. 828 p.
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