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ARTIGO - ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM - PICC - UTI E INFECÇÃO 30-04-20

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FACULDADE DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE - FAVENI 
PÓS-GRADUAÇÃO EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA – ENFERMAGEM
 NOME COMPLETO
	
 A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇAÕ DE INFECÇÃO FRENTE O USO DE CATÉTER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA (PICC) EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA-ADULTO 
 
CURITIBA
2020
A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇAÕ DE INFECÇÃO FRENTE O USO DE CATÉTER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA (PICC) EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA-ADULTO 
Nome[footnoteRef:1] [1: Email do autor] 
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho. 
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).
Resumo: O estudo “A atuação do enfermeiro na prevenção de infecção frente o uso do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) em UTI-Adulto” objetiva abordar sobre Unidade de terapia Intensiva (UTI) para adultos, conceituar Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) bem como versar sobre os cuidados e a prevenção de infecção em sua inserção e manutenção, compreendendo o real papel do(a) enfermeiro(a) para tal procedimento aplicado na UTI. Justifica-se por ser mais um subsídio sobre o referido procedimento apontando que, para a referida prevenção, requer do profissional conhecimento específico em relação à fisiologia e à anatomia da rede venosa, trazendo uma descrição acerca das intervenções de enfermagem na UTI e em especial ao PICC. Para tanto será um estudo de cunho bibliográfico qualitativo, através de artigos científicos, revistas de enfermagem e protocolos especializados, à luz de Cardoso, Motta et al., Espósito e outros. Como resultado obteve-se um grande número de informações benéficas acerca do tema e o desvelamento da importância do papel do profissional de enfermagem frente ao procedimento na UTI. 
Palavras-chave: Enfermagem; Terapia Intensiva; Cateterismo Venoso Central; Infecção; Prevenção.
1 INTRODUÇÃO
Os profissionais que trabalham nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) se esforçam para levar aos pacientes todo conforto e fazer seu trabalho com esmero embora num espaço frio e bastante mecanicista. Portanto, muitas pessoas que sabem que terão a necessidade de ser internadas na UTI-Adulto, embora sejam maiores, ficam muito apreensivas, mesmo sabendo que ali estão os melhores equipamentos e melhor capacitação profissional para que se recupere.
Dada a evolução na ciência médica e nas tecnologias, a qualidade das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e dos recursos terapêuticos cresceu muito elevando a taxa de sobrevivência de muitos pacientes considerados de risco. O que levou aos técnicos de enfermagem estar se atualizando para fazer todo procedimento necessário para manter a saúde do paciente estabilizada e prestarem melhor assistência possível a estes. 
Estes profissionais prestam assistência se relacionando diretamente por comunicação verbal ou não verbal, para que o paciente e seus familiares se sintam seguros e tenham apoio emocional podendo contar com avançados recursos tecnológicos. Em toda sua formação, recebe todas as informações para buscar a vida, e, como ser humano que é, se não estiver preparado para trabalhar com pacientes hemodinamicamente instáveis ou a possibilidades da morte, não saberá dar os cuidados e conforto ao paciente e sua família, portanto têm acompanhamento para que resgatem o atendimento humanizado nessas unidades que levará à diminuição da ansiedade e do medo.
A enfermagem é tida como uma arte e uma ciência do zelar pela saúde do outro. E um dos atos a que o enfermeiro habilitado faz é a inserção do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) empregada em uma veia periférica, com progressão até a veia cava superior ou inferior, assumindo característica de cateter venoso central. Este procedimento é utilizado em pacientes sem capacidade de ingerir quantidades necessárias e adequadas de fluídos, eletrólitos, vitaminas e/ou calorias, em situações de desequilíbrio hidroeletrolítico, perda de sangue, disfunção de vários órgãos e sistemas, infecção, procedimentos cirúrgicos e/ou em grandes queimados. É, portanto, um procedimento que requer muito cuidado e conhecimento para ser feito.
Nas unidades de cuidados intensivos utilizar o PICC é de praxi frequente realizada por médicos mas, também enfermeiros que são profissionais responsáveis por sua inserção, manutenção e remoção. Para tanto este são capacitados para tal e, no Brasil, a atribuição e competência ética legal para a referida execução é definida na Resolução n.º 258/2001 do Conselho Federal de Enfermagem. Diante do exposto o estudo nortear-se-á pela seguinte hipótese: Qual a importância do papel do profissional de enfermagem na prevenção de infecção quando da inserção, manutenção e remoção do PICC em UTIs-Adulto?.
Este estudo, de cunho de pesquisa bibliográfica qualitativa, através de artigos científicos, revistas de enfermagem e protocolos especializados, à luz de Cardoso, Motta et al., Espósito e outros, tem o objetivo de compreender o olhar dos profissionais de enfermagem quanto a prevenção de infecções dada a inserção do PICC em pacientes na UTI-Adulto, versará o conceito de PICC e abordará o papel da assistência da enfermagem na referida prevenção neste procedimento. É relevante no tocante a ser mais um subsídio para profissionais da área de saúde compreenderem um pouco mais sobre um procedimento tão importante para a vida já que, pode ser ferramenta de salvação para o paciente debilitado.
2 UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI)
Durante todo o estudo foi possível conhecer mais a fundo sobre a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que conta com uma equipe formada por médicos, enfermeiros e apoio, funcionando vinte e quatro horas initerruptamente. A referida unidade atende pacientes críticos clinicamente (VILA e ROSSI, 2014).
As UTIs, conforme Vila e Rossi (2014) foram criadas como núcleos especializados para comportar pacientes com problemas graves de saúde e risco de morte, e que precisavam de atendimento contínuo, com maquinário que atendesse suas necessidades.
De 1946 a 1948 foram chamados Centros de Terapia Intensiva (C.T.Is) que eram cômodos para pacientes se recuperarem de pós-anestesia e/ou pós-operatório, muitos vindos, nesta época, da II Guerra Mundial e da Coréia [9]. Para as referidas autoras os C.T.Is. É um espaço utilizado por pacientes com diferentes patologias, com risco de vida e que precisam de cuidados contínuos. Mais tarde em meados de 1970 são implantadas, no Brasil, as Unidades de Terapia Intensiva (U.T.I.) sendo a primeira no Hospital Sírio Libanês em São Paulo (MALTA e NISHIDE, 2004). 
Conforme Dalmasso (2005) a Unidade de Tratamento Intensivo fundamentalmente se constitui em enfermaria especial capaz de A. distribuir recursos em forma estudada, com disponibilidade de espaço para proporcionar assistência médica intensiva, especializada e adequada; B. oferecer, por meio de elementos categorizados, tratamento mais completo em cuidado, intensidade e forma do que em enfermarias comuns através de: observação contínua dos sinais vitais; suporte mais pronto e eficiente de funções essenciais; e aplicação frequente e adequada de medicamentos e recursos de enfermagem; C. permitir atuar de forma rápida e eficaz no controle de condições instaladas subitamente e que, se não contornadas, poderão conduzir a êxito letal.
A UTI, segundo Santos (2003) era vista, até o advento das novas tecnologias, como um lugar onde ficavampessoas sem perspectivas de sobrevivência, ou seja, entrava para morrer, já hoje é meio de salvação de muitas vidas. “A UTI é considerada por muitos como sendo o coração do hospital, por ser o local onde se encontra o máximo, tanto em termos de pessoal, como de tecnologia” (MILLER e SWENSON, 2002, p. 181) .
É, hoje, um espaço de área prioritária, portanto bastante restrita, e próxima ao Pronto Socorro, Centro de Trauma e Centro Cirúrgico do Hospital, uma vez que são pacientes de alto risco. A entrada é permitida apenas para o paciente, médicos plantonistas; médicos diaristas; enfermeiras; técnicos de enfermagem; auxiliares de enfermagem; oficiais de administração e auxiliares de serviços gerais (ALVES, 2013). Segundo a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 50 cit. Brasil (2002) esse é um ambiente de acesso restrito. Ainda, pela RDC n° 50 a UTI é obrigatória, em hospitais secundários e em hospitais terciários com capacidade maior que cem leitos, bem como nos especializados que atendam pacientes graves ou de risco e em EAS que atendam gravidez/parto de risco. Neste último caso o EAS deve dispor de UTIs adultos e neonatal [14].
UTI é como sendo “o corredor da vida [...] um espaço de excelência médica que reúne o que há de mais avançado no conhecimento científico e tecnológico para lutar contra as doenças” [15].
Vê-se, ainda, a necessidades de especificar algumas UTIs. Segundo Miller e Swensson (2002) Assim, algumas são equipadas especificamente com aparelhos respiratórios ou pulmonares e, outras, específicas para coronárias, respiratórias, médicas, geriátricas, neurológicas, trauma, para atendimento de queimados, cirúrgicas, neonatais e pediátricas. Existem ainda hospitais em que as UTIs oferecem alto grau de isolamento.
Há também, algumas UTIs especializadas como a Unidade Intermediária ou Unidade Semi-intensiva que atende pacientes que precisam ser observados, porém sem alto risco, ou seja, sem monitoramento permanente. Neste é permitido acompanhante ( MILLER e SWENSSON, 2002) . Como no caso de muitas UTIs neonatal. A seguir é possível verificar uma destas unidades:
FIGURA 1: UTI Semi-Intensiva Neonatal 
FONTE: O autor 2020. Adaptação de: www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2015. 
Assim, dentre as divisões para tratamento intensivo há, segundo Malta e Nishide (2004) as modalidades:
a) Unidade de Terapia Intensiva (UTI): área crítica destinada à internação de pacientes graves, que requerem atenção profissional especializada de forma contínua, materiais específicos e tecnologias necessárias ao diagnóstico, monitorização e terapia;
b) Unidade de Terapia Intensiva - Adulto (UTI-A): UTI destinada à assistência de pacientes com idade igual ou superior a 18 anos, podendo admitir pacientes de 15 a 17 anos, se definido nas normas da instituição;
c) Unidade de Terapia Intensiva Especializada: UTI destinada à assistência a pacientes selecionados por tipo de doença ou intervenção, como cardiopatas, neurológicos, cirúrgicos, entre outras;
d) Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI-N): UTI destinada à assistência a pacientes admitidos com idade entre zero e 28 dias;
e) Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI-P): UTI destinada à assistência a pacientes com idade de 29 dias a 14 ou 18 anos, sendo este limite definido de acordo com as rotinas da instituição;
f) Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica Mista (UTI-Pm): UTI destinada à assistência a pacientes recém-nascidos e pediátricos numa mesma sala, porém havendo separação física entre os ambientes de UTI Pediátrica e UTI Neonatal.
Há que se atentar, contudo que, Unidade de Tratamento Intensivo e Centro de Tratamento Intensivo diferenciam-se por ser a Unidade, parte de um todo, ou seja, parte do CTI que é o todo. No Brasil, no Hospital Israelita Albert Einstein, há uma CTI dividida em trinta leitos sendo seis deles de UTIs para pacientes graves e quatro para pacientes menos graves. Assim tem-se, conforme Brasil (2002) que:
a) CTI: Local onde os recursos e instrumentos de tratamento são menos e mais acessíveis
b) UTI: Local para onde pacientes muito mais grave são encaminhados. Possui mais recursos para uma permanência maior.
	FIGURA 2: CTI – Hospital Santo Antonio.
FONTE: O autor. 2020. Adaptação de: www.jornalgrandebahia.com.br/2016
	FIGURA 3: UTI – Hospital São Vicente de Curitiba.
 
FONTE: O autor. 2020. Adaptação de: www.hospitalsaovicente.com.br. 
Como visto, as UTIs são compostas de muita tecnologia o que requer profissionais especializados e habilitados para a realização de procedimentos, estando preparados para a tomada de decisão no limite entre a vida ou a morte. O potencial humano é a chave principal para o êxito do trabalho neste espaço. 
2.1 A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO FRENTE O USO DE CATÉTER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA (PICC),
Para Baioco e Silva (2013) na UTI-adulto, a atuação do enfermeiro na prevenção de infecção frente o uso de catéter central de inserção periférica (PICC), é fundamental, pois cuida de pessoas extremamente fragilizadas, do lado fisiopatológicos, psicossociais, ambientais e familiares e que não podem se submeter a mais um trauma. Cabe também à equipe de enfermagem promover para tais pacientes um ambiente calmo e silencioso com um mínimo de ruídos dos equipamentos e da equipe e também cuidados com tratos de severidades para não deixar outros pacientes impressionados e ansiosos, implicando em sua melhora. 
Em 1956 foi feita a primeira experiência de terapia intravenosa onde injetou-se substâncias químicas através de uma bexiga e uma pena, na circulação venosa de um cachorro. Mais tarde experimentou-se injetar sangue animal na circulação de um menino de quinze anos, e este acabou falecendo, o que levou a igreja e políticos proibirem tal feito(BAIOCO e SILVA, 2013). 
Contudo, conforme os referidos autores, com este iniciam-se estudos acerca da possibilidade de infusões sanguíneas e cria-se agulhas hipodérmicas e a primeira transfusão entre humanos, via intravenosa, acontece em meados do século XIX, com soluções a base de sal e glicose, assim tem-se o primeiro cateter venoso Já no século XX é criado o intracath, método de punção venosa a nível central, para diminuição de dissecções venosa.
Ao ver a necessidade de se ter um cateter central com flexibilidade é criado o PICC que, sendo inserido perifericamente acarreta a diminuição de riscos o que elevou sua utilização, passando nos anos 80 a ser utilizado em UTIs-Neo, e outros setores dos hospitais (BAIOCO e SILVA, 2013).
Segundo Peixoto et al. (2011) atualmente o cateter central de inserção periférica (PICC) é bastante utilizado por apresentar muitos resultados positivos. É um dispositivo intravenoso para infusão de soluções com extremos de pH e osmalaridade, drogas vesicantes ou irritantes e nutrição parenteral total (NPT).
O PICC tem grande utilização para tratamentos intravenosos prolongados por ser um dispositivo com menor potencial de complicações, apresenta facilidade para instalar e baixo custo em comparação ao cateterismo venoso central de grandes vasos. 
 	É confeccionado em material macio e flexível (silicone ou poliuretano), com um, dois ou três lúmens, com calibre de 14 a 24 Ga ou 1 a 6 Fr. É radiopaco, tem paredes lisas e homogêneas e é feito com material bioestável e biocompatível como mostra a figura a seguir:
FIGURA 4: Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) 
Fonte: O autor. 2020. Adaptação de: http://www.medicalexpo.com/ja/prod/bard-access-systems/product-78824-487750.html. Acesso abril de 2020..
Sua inserção é feita por punção venosa periférica, que progride por meio de uma agulha introdutora, com a ajuda do fluxo sanguíneo, até o terço médio distal da veia cava superior ou da veia cava inferior quando inserido pela veia safena, adquirindo características de cateter central.
 	É possível verificar na figura a seguir a inserção e o caminho percorrido:
FIGURA 5: Inserção do PICCFonte: O autor. 2020. Adaptação de: Cuidados de enfermagem ao PICC. Disponível em: www.enfermagemnovidade.com.br/2014/08/cuidados-de-enfermagem-ao-picc-cateter.html. Acesso em abril de 2020.
Conforme visualizado na 1ª imagem desta figura, para fixar do cateter utiliza-se filme transparente, curativo de fixação ou dispositivo de fixação de cateter sem sutura, para o maior segurança do paciente, sendo este inspecionado, palpado e avaliado continuamente pelo enfermeiro habilitado (BRASIL, 2010). Quando opta-se por utilizar o PICC o paciente não passa por múltiplas punções venosas, diminuindo o risco associado à infiltração, equimoses, hematomas, e pode ter um acompanhamento tanto ambulatorial quanto em casa com segurança e conforto, sem acometer um pneumotórax. Destaca-se ainda que, este dispositivo só é utilizado quando médico e enfermeiro, juntos, concordam na indicação e decisão para tal (BRASIL, 2010). 
 	Conforme Volkmer e Maestri (2008) todo enfermeiro é permitido a inserção, manipulação e retirada do PICC com amparo do Decreto 94.406/87, regulamentador da Lei nº 7.498/86, artigo 80, Inciso I, alíneas “c”, “g”, “h” e Inciso II, alíneas : “b”, “e”, “h”, “i”. Conforme o COFEN- Resolução nº 258/2001, art.1 e 2 cabe ao enfermeiro submeter-se à qualificação e ou capacitação específica para a inserção do cateter. Há a normatização da inserção e manipulação pelo COFEN, Resolução nº 311/2007 Capítulo III, art. 16, 17 e 18.
Conforme o “Protocolo: Utilização do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC)” do Hospital São Paulo, para o sucesso da terapia infusional com o PICC, compete ao Enfermeiro conhecimentos e habilidades para a inserção, manuseio e sua manutenção, visando o preparo do profissional para as indicações e contra-indicações, análise dos riscos e benefícios do procedimento, o reconhecimento das questões éticos-legais aplicáveis, sua avaliação e manutenção com o cateter e a via de acesso (VOLKMER E MAESTRI, 2008).
 	Segundo Volkmer e Maestri (2008) a INFUSION NURSES SOCIETY (INS) no Brasil nas suas Diretrizes Práticas para Terapia Infusional (2013) institui que, o enfermeiro deve ter treinamento e capacitação para a inserção do PICC, feitos em uma instituição credenciada junto ao Conselho Regional de Enfermagem e Conselho Federal de Enfermagem.
 	Ainda, para a referida inserção do PICC, é obrigatório o uso de máscara, gorro, luvas estéreis, avental estéril e campo ampliado estéril.
 	Para o direcionamento do cateter de PICC, uma vez que o paciente já passou por punções prévias sem dar certo, por ter sido feita através de visualização e palpação da rede venosa periférica indica-se a ultrassonografia vascular (USV), feitas tanto médicos como enfermeiros com treinamento e capacitação. O PICC apresenta algumas contra-indicações bastante importantes de serem avaliadas, conforme Volkmer e Maestri (2008):
a) Presença de edema, hematoma, tromboflebite, flebite e extravasamento químico no local a ser puncionado; 
b) Lesão ou infecção cutânea ou do tecido subcutâneo na área próxima ao local proposto para inserção; 
c) Nas alterações anatômicas que possam impedir a progressão do cateter ( punções venosas prévias, dissecções, lesões ou cirurgias prévias que possam ter alterado a anatomia venosa ou o retorno venoso e malformações). Ex: Alterações neurológicas, ortopédicas ou vasculares (membros paréticos ou com fístulas arteriovenosas, veias esclerosadas.
O PICC tem algumas limitações no que se refere a difícil acesso venoso periférico, quando o paciente é acometido de doença cardíaca com edema (risco de sobrecarga volêmica), diabetes (neuropatia periférica), ou apresenta distúrbios de coagulação, imunossupressão, mastectomia (circulação comprometida devido ao esvaziamento axilar) ou obesidade por suas veias erem profundas e, portanto, mais difíceis de acessar (PEIXOTO et al., 2011).
Em alguns casos as limitações acima descritas podem causar a dificuldade de progressão do cateter, causando sangramento e hematoma. Ainda, a inserção mal sucedida, no caso de mal posicionamento da ponta do cateter, pode acarretar arritmia, uma punção arterial, um dano e estimulação nervosa, uma embolia gasosa, uma transfixação do vaso e até a fratura do cateter.
O PICC é vantajoso por sua inserção ser feita no leito, não causar muita dor e haver poucos relatos de complicações. Por isso, é de suma importância o(a) enfermeiro(a) seja capacitado para manipular o cateter PICC, procurando, ao máximo, prevenir qualquer dano ao paciente enquanto insere, manipula e retira o dispositivo, como no caso da prevenção de infecções.
3 CONCLUSÃO
O presente estudo atendeu os objetivos propostos uma vez que dá subsídios a profissionais da área de enfermagem sobre o PICC, relatando todo seu histórico no ambiente hospitalar, bem como fundamenta a importância deste profissional no que tange inserção e manutenção do PICC em UTIs e cuidados no que se refere a infecção. Versou-se, através de evidências, os pontos positivos e negativos desse dispositivo. Demonstrou-se ainda, que o PICC é um dispositivo confiável para os mais diferentes tipos de infusões intravenosas.
Infere-se pelos conceitos acima apresentados, que a enfermagem une ciência e humanização para prevenir doenças, aliviar sofrimento e proteger o outro, promovendo e auxiliando na melhora de pessoas.
Assim, a profissão de enfermagem torna-se imprescindível na área da saúde, já que é este profissional que está em contato direto com pacientes e seus familiares, que detém o conhecimento científico e está preparado para enfrentar as adversidades das enfermidades.
A enfermagem traz aos hospitais profissionais que cuidam, direcionam, apoiam e previnem as possíveis complicações no pós-transplante, reconhecendo precocemente dos sinais de infecção e rejeição, procurando dar ao paciente uma melhoria da qualidade de vida.
A infecção pode acontecer com um descuido do(a) enfermeiro(a) portanto é de suma importância que este profissional seja constantemente capacitado e tenha apoio para lidar com as fases do processo de transplante, não se desatentando em nenhum momento deste.
Necessário se faz, no entanto, novos estudos para atualização sobre o PICC, dado que sempre há evolução na área de materiais médicos. 
4 REFERÊNCIAS
ALVES FILHO, AC. Humanização na UTI. 2013. Disponível em www.hgjaf.se.gov.br/uti.htm. Acesso em abril de 2020.
BAIOCO G.G. e SILVA J.L.B. A utilização do cateter central de inserção periférica (CCIP) no ambiente hospitalar. Rev. Latino-Am. Enfermagem. nov-dez 2013.
BRASIL, Ministério da Saúde. RDC 50. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Infecção de Corrente sanguínea. Orientações para Prevenção de Infecção Primária de Corrente sanguínea. Unidade de Investigação e Prevenção das Infecções e dos Efeitos Adversos – UIPEA. Gerencia Geral de Tecnologia em Serviços. Brasília, 2010.
DALMASSO G. L. A relação entre espaço e saúde: uma contribuição da arquitetura para a humanização das unidades de tratamento intensivo. 2005. Disponível em www.bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/monografias/relacaoespacosaude.pdf. Acesso em abril de 2020.
MALTA MA. e NISHIDE VM. Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva: Retrospectiva Histórica. 2004. Disponível www.hospvirt.org.br/enfermagem/port/uti-retrosp.htm. Acesso em abril de 2020.
MILLER RL. e SWENSSON ES. Hospital and Healthcare Facility Design. New York: WW Norton & Company Inc., 2002: 180- 183
PEIXOTO GMD; MENDONÇA AEO., DANTAS, RAN., DANTAS, DVD. E TORRES, GV. Tendências da produção científica sobre o cuidado de enfermagem no uso do cateter venoso central de inserção periférica. Rev enferm UFPE on line [periódico on line]. 2011. Disponível em www.ufpe.br/revistaenfermagem/index.php/revista/article. Acesso em abril de 2020.
SANTOS, W. Hospital investe na humanização da UTI. 2003. Disponível em www.hospitalar.com/noticias/not1145.html. Acesso em abril de 2020.
VILA V. DA S. C. e ROSSI, LA. O significado cultural do cuidado humanizado em unidade de terapiaintensiva: "muito falado e pouco vivido”. 2014. Disponível em www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010411692002000200003&lng=pt&nrm. Acesso em abril de 2020
VOLKMER A. e MAESTRI RI. Curso de qualificação em utilização, inserção, manutenção e cuidados com o Cateter Central de Inserção Periférica-PICC/CCIP adulto, pediátrico e neonatal do Instituto de Educação e Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento. Porto Alegre; 2008.

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