Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Profa. Ma. Silmara Quintana UNIDADE I Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos do Serviço Social Inglaterra • Séc. XVIII • Revolução industrial • Sistema capitalista Máquina a vapor • 1698 • Aperfeiçoada em 1765 • 1830 Indústria têxtil • Maquinofatura – reduz mão de obra • 16h jornada de trabalho Revolução Industrial Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/his toriag/revolucao-industrial.htm Classe trabalhadora Fonte: https://waltersorrentino.com. br/2016/08/03/existe-a- classe-trabalhadora/ Fonte https://www.museudeimagens.com.br/dia -internacional-dos-trabalhadores/ O problema das mazelas sociais vivenciadas cotidianamente pela classe trabalhadora estaria nos fundamentos básicos do capitalismo – o mundo da produção, a divisão social do trabalho, a cisão entre campo e cidade, as classes sociais – e nas superestruturas política e ideológica legitimadoras do sistema de exploração e alienação do trabalho dos produtores diretos pelos parasitas burgueses. Espaço social Expressão da contradição: civilização e barbárie; riqueza e miséria Cidades Berço burguesia Contradições Civilização e barbárie Manjedoura proletariado Opressão do homem pelo homem Miséria, fome, doenças Emancipa- ção política e econômica Cidades – espaço da contradição Fonte: https://todavialivros.com.br/visite-nossa- cozinha/o-sistema-fabril-e-protestos-dos-trabalhadores “(...) os operários se tem deixado tratar como uma coisa que se compra e vende” (ENGELS, 1974 [1845], p. 282). Em uma palavra, a “questão social” era fruto do modo de produção capitalista. A sociedade era dividida entre dois mundos antagônicos, o mundo dos proprietários e dos não proprietários, dos dominantes e dos dominados, uma ontologia ligada a um novo método de análise da realidade concreta. O desenho da questão social posta pelo capitalismo Ser humano Vende sua força de trabalho Força produtiva Mais-valia Sistema capitalista (...) o direito do homem à liberdade não se baseia na união do homem com o homem, mas, pelo contrário, na separação do homem em relação a seu semelhante. A liberdade é o direito a esta dissociação, o direito do indivíduo delimitado, limitado a si mesmo. O egoísmo prevalece como base da sociedade burguesa mesmo com a plena realização do Estado político. A classe universal (MARX, 2002 [1843b], p.100). Uma classe que deve se libertar para cumprir sua missão histórica de emancipação do gênero humano, de todas as classes particulares que sofrem a opressão do sistema burguês. Emancipação política e emancipação humana Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/s ociologia/classe-social.htm A desigualdade social entre as classes provém do mundo da produção, a base material da sociedade, que permanece intacta sob o véu da cidadania e da democracia liberal. A emancipação política burguesa foi um avanço social frente às relações políticas do feudalismo, construída sob a demanda social das classes populares (COUTINHO, 2000). Mas elas, a cidadania e a democracia burguesas, não alcançam a essência da desigualdade, a relação social de expropriação dos meios de produção e apropriação do excedente econômico produzido pelos trabalhadores “livres”. A autoemancipação do proletariado Fonte: http://patrialatina.com.br/a pavorante-mundo-novo- fim-do-valor-do-trabalho/ Riqueza criada pelos trabalhadores Trabalhadores Salário Patrão 1ª forma de Propriedade • Pesca, caça • Familiar – patriarcado 2ª forma de Propriedade • Dicotomia entre campo e cidade • Nas cidades, comércio industrial e comércio marítimo. 3ª forma de Propriedade • Feudal • Campo: príncipes reinantes, nobreza, clero, camponeses • Cidade: mestres, aprendizes Classes sociais – antiguidade e Idade Moderna Na Antiguidade e na Idade Média, tínhamos uma estratificação social baseada nas ordens e estamentos. Fonte: https://enem.est uda.com/questoe s/?id=640219 O Rei Duques, condes, alto prelado Cavaleiros, senhores, bispos, abades Soldados, camponeses, servos SOCIEDADE NA IDADE MÉDIA O modo de produção capitalista foi responsável tanto pelo aparecimento de classes sociais e frações de classe que não existiam no feudalismo, quanto pelo desenvolvimento de novas formas de exploração e opressão por parte da classe dominante, e de luta por igualdade e liberdade das classes dominadas. Classes sociais – Sistema capitalista Estado Interesses da burguesia Classe burguesa Propriedade privada Contradição entre produção social e apropriação privada dos produtos do trabalho Desigualdade Social O que é classe proletária? a) classe dominante. b) classe burguesa. c) classe trabalhadora em indústrias. d) classe trabalhadora na área rural. e) classe trabalhadora. Interatividade O que é classe proletária? a) classe dominante. b) classe burguesa. c) classe trabalhadora em indústrias. d) classe trabalhadora na área rural. e) classe trabalhadora. Resposta Providencialismo cristão – monarquia e eclesiásticos – vontade divina nos domínios terrenos. Pensamento liberal – laicização do poder e conhecimento e contratualismo da sociedade e do Estado. Luta de classes e práxis revolucionária – Marx – Engels Categoria ‘trabalho’ – a centralidade do sujeito histórico do trabalho, o proletariado. Dois planos, distintos, mas articulados entre si – teoria e prática, daí a centralidade da categoria ‘práxis’. Do homem abstrato ao homem produtor; da consciência para a produção; do Espírito para a história, em direção a uma verdadeira filosofia da práxis, para além da observação. Classe social é a posição ocupada na divisão social do trabalho, na base material de produção, ou melhor dizendo, a posição que um indivíduo ocupa nas relações sociais de produção a partir da posse de uma mercadoria. Se um indivíduo possui as mercadorias, dinheiro e/ou meios de produção, podemos afirmar que ele é um burguês; se o indivíduo detém a força de trabalho, é um proletário. Classe em si – o indivíduo se percebe pela ideologia da classe dominante. Classe para si – tem consciência de sua classe social e percebe o antagonismo de interesses. Classe em si e Classe para si Fonte: https://esquerdaonline.com.br/2 015/01/30/consciencia-sindical- e-a-classe-para-si/ LUTA DA CLASSE TRABALHADORA Com a crise da superprodução instalada, os mecanismos de mercado, ao invés de distribuírem este “excesso” para a classe trabalhadora, acabam por destruir mercadorias, forças produtivas e postos de trabalho. Ou seja, na crise de superprodução, a miséria é produzida socialmente pelos mecanismos automáticos da sociedade mercantil. A riqueza é abundantemente produzida, mas apropriada por poucos, muito poucos, em detrimento da maioria da população. A economia do sistema capitalista Alienação Fonte: https://contrafatual.com/2019/08/09/o-trabalho-alienado/ O trabalho, uma mediação primária do homem com a natureza, na sua apropriação dos bens naturais e transformação em produtos sociais. A relação de exploração do trabalho vivo pelo capital é uma relação social de produção historicamente determinada, na qual os trabalhadores são despossuídos dos meios de produção e obrigados a vender sua força de trabalho. É no mercado que são encontrados os capitalistas dispostos a comprar tal mercadoria para valorizá-la no processo de produção e realizá-la continuamente como capital. Exploração em Marx Fonte: https://www.gestaoe ducacional.com.br/ mais-valia-o-que-e/ Mais-valia A jornada de trabalho capitalista é, a partir desta linha de raciocínio, decomposta em dois períodos: o primeiro, chamado de trabalho necessário, é aquele em que o trabalhador produz, através do seu labor, os valores necessários à sua subsistência, o valor da sua força de trabalho; o segundo, chamado de trabalho excedente, ou de mais-valia, é aquele emque o trabalhador produz valores além do necessário à sua reprodução, valores estes apropriados pelos capitalistas. Ou seja, a primeira fração da jornada de trabalho – trabalho necessário – fica com os trabalhadores, e a segunda – trabalho excedente – com os capitalistas. Na verdade, o capitalista aluga a força de trabalho pela jornada inteira, digamos de 10 horas, mas só desembolsa o valor correspondente ao trabalho necessário à reprodução dos trabalhadores, digamos de 5 horas. O excedente dos valores produzidos nas outras 5 horas sai gratuito para ele. Fonte: https://enem.estuda.com/quest oes/?id=640219 (adaptado) Valor do salário Horas trabalhadas Mais-valia: esta parte o operário trabalha de graça para o patrão A MAIS-VALIA Trabalho, de acordo com a concepção ontológica de Lukács, é a atividade humana que modifica a natureza em materiais necessários à reprodução social, desta forma, é através dele que se realiza o salto ontológico que torna a existência dos seres humanos, de fato, social, retirando-a das determinações meramente biológicas. Sob esta premissa, não se tem existência social sem o trabalho, vale ressaltar que o trabalho faz parte de um conjunto de relações sociais, em que, além dele, é composta pela fala e pela sociabilidade. O trabalho é a categoria fundante do ser social. O ser e o trabalho social Fonte: https://www.socialistamorena.com.br/reform a-trabalhista-de-temer-quer-permitir- trabalho-de-gravidas-em-local-insalubre/ O que é alienação para Marx? a) O trabalhador não conhece todo o processo de produção nem tem acesso ao mesmo. b) Não reconhecer a oportunidade do trabalho. c) Não se responsabilizar pela sua própria sobrevivência. d) Falta de acesso à mercadoria produzida. e) Falta de qualificação para o processo de trabalho. Interatividade O que é alienação para Marx? a) O trabalhador não conhece todo o processo de produção nem tem acesso ao mesmo. b) Não reconhecer a oportunidade do trabalho. c) Não se responsabilizar pela sua própria sobrevivência. d) Falta de acesso à mercadoria produzida. e) Falta de qualificação para o processo de trabalho. Resposta A Revolução Francesa trouxe direitos e liberdades, mas que eram negados. Organização em classes antagônicas. Uma burguesia com falsa consciência. O proletariado em todas as suas lutas que lhe roubam direitos é conduzido à alienação. Diante desse quadro, a burguesia se aproxima das ações filantrópicas para apropriar-se da prática social para submeter a classe trabalhadora e o exército de reserva, aos seus desígnios. A marcha do proletariado e a contramarcha da burguesia: o surgimento do serviço social Fonte: https://www.politize.com.br/ revolucao-francesa/ Escola Humanitária – aconselha o operário a ser tranquilo, esforçar-se. Escola de Filantropia – nega a necessidade dos antagonismos, querem manter as categorias em antagonismos. Alia-se à igreja e ao Estado. Afastar a pobreza e conter o movimento da classe trabalhadora, gerando a ilusão de que havia interesse por ofertar condições de habitação, saúde e educação. A marcha do proletariado e a contramarcha da burguesia: o surgimento do serviço social Fonte: https://acessaber.com.br/wp- content/uploads/2017/04/feudalismo-1.pdf As crises cíclicas do capitalismo: Retração do comércio e indústria Aumento dos salários reais Declínio de oportunidades de investimento Expansão do exército de reserva de trabalhadores Generalização da pobreza Desemprego Fome A marcha do proletariado e a contramarcha da burguesia: o surgimento do serviço social GRANDE DEPRESSÃO Fonte: https://www.timetoast.com/timeline s/crise-do-capitalismo-cdac01a1- 91f8-44a0-a1f4-6a016796007a Sociedade de Organização da Caridade em Londres – surgem os primeiros assistentes sociais como agentes executores das práticas sociais – profissionalizada como Serviço Social pelo seu caráter de prestação de serviços. (alienação, contradição, antagonismo) – variáveis do capitalismo SSO = profissão que nasce pela hegemonia do poder burguês, prática humanitária sancionada pelo Estado e protegida pela Igreja. O SSO no processo de reprodução das relações sociais SSO – Estratégia do capitalismo de controle social SSO síntese das práticas sociais pré-capitalistas repressoras e controlistas. Mecanismo e estratégia produzidas pela classe dominante para garantir a marcha expansionista e consolidação do sistema capitalista (MARTINELLI, 2011, p. 67). SSO, interesses opostos que convivem entre tensão. Responde tanto às demandas do capital como do trabalho e só pode fortalecer um ou outro polo de mediação de seu oposto. Participa tanto dos mecanismos de dominação e exploração como, ao mesmo tempo e pela mesma atividade, da resposta às necessidades de sobrevivência da classe trabalhadora e da reprodução do antagonismo nesses interesses sociais, reforçando as contradições que constituem o móvel básico da história (IAMAMOTO e CAVALHO, 2013, p. 81). O SSO no processo de reprodução das relações sociais Os serviços e/ou benefícios sociais nada mais são do que o retorno do que foi retirado do trabalhador diretamente pela exploração da mão de obra, mas que retornam ao trabalhador como direito à cidadania socialmente reconhecido pelo Estado e classe burguesa. SSO e reprodução da força de trabalho. Expropriação e pauperização diante do crescimento do capital: aumento da produtividade, aumento do excedente do exército de reserva, integrar os assistidos. Integrar ao serviço e benefício através de políticas assistenciais/sociais. O SSO no processo de reprodução das relações sociais POSITIVISMO Francês Auguste Comte (1798-1857) É uma forma metódica, lógica, racional em que o indivíduo busca resolver suas necessidades sociais, políticas, culturais, econômicas, tecnológicas e até religiosas, a partir dos fatos concretos, com base na análise experimental, objetiva. Elemento estático: as instituições sociais como a família, a religião, o Estado, a educação, a economia, as quais são fundamentais para manter a sociedade equilibrada, isto é, ordenada. Elemento dinâmico: é tudo aquilo que se modifica constantemente ou frequentemente – o que pode ser compreendido, tudo aquilo da parte das relações sociais, das mudanças e transformações que englobam a sociedade. A sociedade industrial, por exemplo, é fruto das mudanças provocadas ao longo do tempo. As correntes teóricas que influenciaram o Serviço Social FUNCIONALISMO Émile Durkheim (séc. XIX) Com ampla aplicabilidade nas ciências sociais, organizações, educação, entre outras. As pesquisas ditas objetivas, pautadas na estatística e quantificação dos dados, ganham força no século XX. Medir os comportamentos individuais e sociais e as inteligências, constitui um dos métodos prioritários dessa corrente para diagnosticar problemas. A sociedade é igual a um organismo social, e assim como o organismo possui vários órgãos (coração, pulmão, rins), o corpo social possui vários órgãos (instituições sociais, família, estado, escola, igrejas, clubes, sindicatos etc.) com funções específicas, cada instituição possui objetivos próprios diferentes, contudo, um depende do outro para funcionar bem. As correntes teóricas que influenciaram o Serviço Social FUNCIONALISMO A divisão social do trabalho no organismo social de Durkheim distribui as tarefas, funções, profissões entre os indivíduos, essa divisão social do trabalho causa uma interdependência entre os indivíduos e os organismos, provocando, segundo essa teoria, uma relação de cooperação e de solidariedade entre os homens. Fatos sociais como coisas, isto é, objetos que, lhe sendo exteriores, deveriam ser medidos, observados e comparados independentemente do que os indivíduos envolvidos pensassem ou declarassem a seu respeito. As correntes teóricas que influenciaram o ServiçoSocial A atuação positivista, funcionalista, permeou a atuação tradicional do Serviço Social conservador, esse período pode ser apontado desde a gênese da profissão até meados dos anos de 1960, e tem uma ruptura com o Movimento de Reconceituação após os anos de 1970. FUNCIONALISMO O termo cliente, tão enfatizado pelo Serviço Social tradicional, deve ser questionado por estabelecer uma relação de dominação/subordinação, na qual o assistente social é considerado o dono do saber da verdade, o agente do processo, como o “cliente” é um ignorante que nada sabe, necessitando da ajuda profissional. Este posicionamento reduz o “cliente” a um mero objeto manipulável, uma vez que não crê no homem como um dotado de criatividade e capacidade de agir (COSTA, 1992, p. 3). As correntes teóricas que influenciaram o Serviço Social Qual a corrente que influenciou o serviço social e que faz referência à divisão social do trabalho? a) Positivismo. b) Funcionalismo. c) Neotomismo. d) Desenvolvimentismo. e) Conservadorismo. Interatividade Qual a corrente que influenciou o serviço social e que faz referência à divisão social do trabalho? a) Positivismo. b) Funcionalismo. c) Neotomismo. d) Desenvolvimentismo. e) Conservadorismo. Resposta As ideias difundidas pelo Serviço Social na sociedade estavam profundamente carregadas de um conservadorismo positivista, com características de estaticidade, empregadas na noção “ordem e progresso”, inculcando consenso e harmonia social, primando pela manutenção da consciência coletiva, essas ideias eram acompanhadas de uma atuação caridosa que tinha na “ajuda” o foco do exercício profissional. Segundo Lima (1975) o objeto do Serviço Social tem sido o homem desvalido, desajustado, desequilibrado, que não se adapta à ordem estabelecida. Trata-se de qualquer homem que precise de controle e direção. As correntes teóricas que influenciaram o Serviço Social DESENVOLVIMENTISMO Sob os ditames da autocracia burguesa, tinha como paradigma político a teoria desenvolvimentista, o Serviço Social privilegia a atuação profissional junto à comunidade com vistas à “necessária remoção de obstáculos e solução dos problemas [da comunidade] para elevação das massas subdesenvolvidas”(GUEDES, 2005, p. 138) e sua integração à harmônica sociedade. Este discurso aponta a filiação do Serviço Social à ideologia desenvolvimentista e demonstra o entendimento de que é possível “elevar as massas”, promovendo um capitalismo harmônico e humanizado, sendo que este ideal de sociedade é, ainda, resquício da perspectiva do Bem Comum idealizado por Maritain, mas agora influenciado pelo funcionalismo. As correntes teóricas que influenciaram o Serviço Social TOMISMO Tomismo – Realismo e o Nominalismo. Essa teoria defende que a substância primeira é o indivíduo (Nominalismo). O intelecto humano deriva da vontade de Deus, portanto a vontade necessariamente tende para o bem. Existem dois elementos fundamentais para um ato integralmente moral: a razão, que é um elemento objetivo; e a vontade, que é um elemento subjetivo. A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista NEOTOMISMO tem seus preceitos teóricos baseados na teoria Tomista de São Tomás de Aquino, com uma atenção voltada para a pessoa humana, que tinha na existência uma dualidade: uma temporal, outra atemporal. Temporal diz respeito às coisas terrenas do corpo e do material; Atemporal diz respeito à alma, à transcendência que conduz a pessoa à vida eterna. A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista NEOTOMISMO Encíclica Papal Aerteni Patris, de 1879, partia da compreensão de que era preciso um retorno à filosofia de São Tomás de Aquino. Incentivava o resgate das doutrinas tomistas, julgando-as necessárias para um trabalho de doutrina dos católicos com as famílias, para que assim pudesse resolver, por meio da moral e catequização, os problemas sociais advindos da questão social. A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista As encíclicas Rerum Novarum (1881) e o Quadragésimo Ano (1921) também propõem o envolvimento de todos os dissidentes da Igreja na resolução dos problemas sociais; inclusive o Serviço Social, que tem sua formação e sua atuação tradicional totalmente ligadas e voltadas para a Igreja Católica. NEOTOMISMO A doutrina oficial da Igreja Católica (1930/1940) considera o homem como pessoa sobre a qual é possível reconstruir os valores morais da sociedade, que deve caminhar para o bem comum. Segundo os primeiros assistentes sociais, o cumprimento desta doutrina é assegurado por uma sólida formação moral. A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista O Serviço Social, segundo Guedes (2000), situava-se sob a ideia de que o homem, como uma pessoa humana, era portador de um valor soberano ligado à metafísica e aos desígnios de Deus; e de um valor temporal ligado às coisas terrenas ou materiais próprias de sua vida terrena. A atuação do profissional se voltava para orientações vocacionais, prevenir acidentes de trabalho, transformações na vida do operário e sua família com vistas à correção moral e ao compromisso com a ordem social; mediar as desavenças entre trabalhadores e capitalistas; garantir o rendimento das empresas e estabilizar as condições de trabalho. Este trabalho acabava por culpabilizar os trabalhadores e suas famílias, pois os problemas advindos da questão social como consequências do capitalismo eram considerados falta de moral e religião. A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista Fonte: https://pauloraposocorreia.com.br/tag/alianca-pelo-brasil O serviço social tem uma forte corrente religiosa que desenha suas primeiras perspectivas de intervenção. Qual é essa corrente? a) Liberalismo. b) Neoliberalismo. c) Globalização. d) Neotomismo. e) Tomismo. Interatividade O serviço social tem uma forte corrente religiosa que desenha suas primeiras perspectivas de intervenção. Qual é essa corrente? a) Liberalismo. b) Neoliberalismo. c) Globalização. d) Neotomismo. e) Tomismo. Resposta COUTINHO, Carlos Nelson. Contra a corrente: ensaios sobre democracia e socialismo. São Paulo: Cortez, 2000. COSTA, S. F. O Serviço Social e o Terceiro Setor. Serviço social em Rev. 2005. ENGELS, Friedrich. (1974) [1845]. La situación de la clase obrera en Inglaterra. Habana: Editorial de Ciencias Sociales. GUEDES, Olegna de Souza. Interpretações do Humanismo no Serviço Social Brasileiro. (Tese de doutorado). Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, 2005. IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. de. Relações sociais e serviço social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 15. ed. São Paulo: Cortez/CELATS, 2013. LIMA, A. A. Serviço Social no Brasil: a ideologia de uma década. São Paulo: Cortez, 1975. MARTINELLI, M. L. Serviço social: identidade e alienação. São Paulo: Cortez, 2011. MARX, K. (2002), O capital: crítica da economia política (vols. 1 e 2). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1843. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
Compartilhar