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Capítulo 2. Antiguidade oriental: a educação tradicionalista 
 
ÍNDIA 
 Na índia começou a desenvolver-se, às margens dos rios Indo e Ganges, a civilização 
indiana. No decorrer do segundo milênio 2.000 a.C., de forma lenta, com imigrações e 
invasões, 
A civilização védica está na base histórica da Índia como a conhecemos. Sua cultura foi 
compilada pelos diversos reinos que se formaram na região. Caracteriza-se pela 
religião – o hinduísmo e, posteriormente, o bramanismo – e pela forma de organização 
social – o sistema de castas. 
O hinduísmo fundamentava-se nas crenças descritas nos Vedas, com a adoração de 
várias divindades, e mesmo animais, e a crença na reencarnação. Seus seguidores 
tinham como objetivo principal a plena purificação (o chamado nirvana), que poria fim 
ao eterno ciclo do nascimento, a morte e a reencarnação. 
O domínio dos guerreiros (xátrias) e dos sacerdotes (brâmanes) sobre os demais 
grupos sociais indianos fundamenta o sistema de castas. Castas são grupos sociais 
fechados, compostos de pessoas que exercem a mesma posição. Nesse sistema não se 
pode passar de uma casta a outra. As mais importantes castas eram formadas pelos 
árias. Os sacerdotes ficavam no topo da hierarquia social, na casta dos bramares. 
Em seguida, estavam os xátrias (nobres, guerreiros e administradores), ou 
comerciantes, e os sudras, artesãos e trabalhadores manuais não arianos. Na base da 
hierarquia social estavam os párias, pessoas excluídas da sociedade, sem direito à 
instrução, ouvir os hinos védicos e viver nas cidades. 
Nessa sociedade a educação era privilégio das castas superiores, embora não fossem 
comuns as escolas. Havia nesta sociedade hierarquizada, portanto, uma extrema 
discriminação. 
A educação, também discriminatória, privilegiava os brâmanes. Com a orientação dos 
professores, eram estudados os textos sagrados dos Vedas e dos Upanishards; estes, 
textos mais recentes, datam do período entre 1500 e 500 a.C. 
A formação moral baseava-se na transmissão dos valores dos ancestrais. Tudo era feito 
de maneira rigorosa e dogmática, com ênfase nas técnicas de memorização. 
As aulas ocorriam, geralmente, ao ar livre, sob árvores e dependiam da iniciativa 
privada. O mestre era muito respeitado e havia uma disciplina, mas que não abusava 
dos castigos. Predominava o ensino religioso com destaque para os preceitos morais. 
O aprendizado caracterizava-se pela memorização. Por isso, não havia grande 
interesse pela educação física. Inicialmente apenas os brâmanes atingiam os estudos 
superiores. 
CHINA 
Por volta de 7000 a.C., surgiram as primeiras aldeias às margens dos rios na região que 
hoje forma a China. Foi no vale do rio Huang Ho (rio Amarelo), no norte da China, que 
a agricultura mais se desenvolveu, o que levou à formação de muitas comunidades. 
Com o passar do tempo, esses povoados se transformaram em pequenos Estados 
governados por chefes cujo poder era transmitido por meio de laços familiares. Estes 
pequenos Estados foram unificados formando um império, governado por várias 
dinastias. Após certo período, o império se expandiu por extensas áreas, tornando a 
sociedade e as relações econômicas e políticas mais complexas. 
Durante os sete séculos governados pela dinastia Shang, que reinou até o século XI 
a.C., a China viveu uma era de florescimento cultural, com a criação de uma escrita 
primitiva (Yinxu), que originou a atual escrita chinesa, feita com ideogramas, símbolos 
gráficos ou desenhos que representam ideias, sentimentos ou conceitos. 
Ainda durante a dinastia Shang, foi desenvolvido um calendário com 365 dias, o uso de 
conchas como dinheiro, a criação de instrumentos musicais, como tambores e sinos, e 
o descobrimento da técnica de fabricar tecidos de seda com base nos casulos do bicho-
da-seda. Durante esse período, os chineses acreditavam em vários deuses, 
consultavam oráculos e realizavam sacrifícios de humanos e animais em nome dos 
deuses. 
Com o fim da dinastia Shang, segue-se uma disputa pelo poder, dando início a um 
período de lutas que acabou levando a uma crise estrutural da sociedade. Essa crise 
provocou reflexões a respeito do papel do Estado, das leis e dos governantes. Da 
mesma forma, estimulou o nascimento de teorias filosóficas, como o taoísmo e 
o confucionismo. 
O taoísmo, por sua vez, foi fundado por LaoTsé (cerca de 570-490 a.C.). Defendia o 
abandono das vaidades do mundo, o retiro da vida pública e a dedicação à meditação 
solitária, que seria o caminho para uma integração íntima com o universo. 
Ao contrário de outras sociedades, cujo saber estava nas mãos da classe sacerdotal, na 
China o poder estava com os letrados, os mandarins, altos funcionários e responsáveis 
pela burocracia do Estado, da confiança do imperador. 
Havia um rigoroso sistema de seleção para o ensino superior, baseado em exames 
oficiais direcionados às diversas atividades administrativas. Os cursos restringiam-se à 
classe dominante, enquanto as oficinas eram reservadas para os artesãos e 
camponeses. 
https://md.uninta.edu.br/geral/historiaeducacao/#definicao-taoismo
https://md.uninta.edu.br/geral/historiaeducacao/#definicao-confucionismo
A educação elementar tinha por objetivo o ensino do cálculo e a alfabetização. Devido 
à complexidade da escrita chinesa, esse processo era difícil e demorado. A formação 
moral baseava-se na transmissão dos valores dos ancestrais. O ensino era 
caracterizado por ser rigoroso e dogmático, com ênfase na memorização. 
 
HEBREUS 
 
Os Hebreus povo hebreus saíram da Mesopotâmia, passou por Canaã (Palestina) e 
fixou-se no Egito no segundo milênio a.C., de onde foi reconduzido por Moisés a 
Canaã, a Terra Prometida, onde se juntaram a outros grupos 
Como nas demais civilizações antigas, os hebreus estavam impregnados da 
religiosidade transmitida pela Bíblia, livro sagrado. Valorizavam os antepassados, mas 
não como deuses ou semideuses, e sim como seres humanos. 
Os hebreus foram os primeiros povos a estabelecer um monoteísmo ético, isto é, a 
exigência de que os seguidores do judaísmo tivessem um comportamento moral 
baseado no respeito ao próximo. 
A educação era prerrogativa dos profetas que, acreditava-se, eram os mensageiros de 
Deus e os escolhidos para “educar o povo” com rigor e disciplina na interpretação da 
Lei e castigar repreendendo com violência aqueles que não seguirem os seus 
ensinamentos, estes organizados em torno da interpretação da Lei divina. 
De início, as sinagogas também se transformavam em escolas ou locais para a 
instrução religiosa e não apenas centros de oração e de vida religiosa e civil, pela qual 
se transmitiam as verdades bíblicas. 
A educação tinha um caráter religioso, voltada tanto para a “palavra” quanto para os 
costumes. Os conteúdos de ensinamentos eram trechos escolhidos da Torá, que 
significa “ensinamento” ou “instrução”, formada por cinco livros sagrados.