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11 ALEGAÇÕES FINAIS - MP

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ 
4ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE PICOS/PI 
 Avenida Senador Helvídio Nunes, bairro Catavento. Centro 
 Empresarial Premium. CEP 64.607-165, fone: (89) 3422.1141 
 
EXMA. SRA. DRA. JUÍZA DE DIREITO DA 5ª VARA DA COMARCA DE PICOS/PI 
 
 
Autos nº 0000045-66.2019.8.18.0032 
Ref. IP nº 001.106/2018 
Imputação: Art. 2º, caput, da Lei nº 12.850/2013 e artigos 33 e 36 da Lei 
11.343/06. 
 
 
MEMORIAL DE ALEGAÇÕES FINAIS DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
 
 O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, pelo Promotor de 
Justiça que esta subscreve, no uso de suas atribuições constitucionais e legais, vem, 
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 403, § 3º do 
Código Processual Penal, apresentar ALEGAÇÕES FINAIS em forma de MEMORIAL, 
nos autos da Ação Penal Pública que move em desfavor de RAIMUNDO NONATO JOÃO 
DA SILVA (DOUTOR), SAYONARA DE ALMEIDA MEDEIROS, ANTÔNIO WESLEY 
DE SOUSA, LUZINEIDE DE SOUSA ALMEIDA, GEILSON DIAS DE SOUSA (GG), 
JOSÉ EDSON NASCIMENTO SILVA, BRENDA CÉSAR DO NASCIMENTO 
EVANGELISTA, MARINEZ LUCAS DE ALMEIDA SOUSA, JOSÉ PEREIRA DE BRITO 
NETO (VELHINHO), TERESA REGINA MARIA DA SILVA, SINARA FRANCISCA 
LEAL e EDILBERTO LUCAS DE ALMEIDA (BITA), já qualificados nos autos em 
epígrafe, pelas práticas dos crimes capitulados nos art. 2º, caput, da Lei nº 12.850/2013, 
arts. 33 e 36 da Lei 11.343/06, nos termos que seguem: 
 
 O Ministério Público denunciou os réus em razão das práticas dos crimes 
de organização criminosa, tráfico de drogas e financiamento ao tráfico (este 
último apenas em relação a RAIMUNDO NONATO e SAYONARA). Na mesma 
peça inicial, também foi denunciado FRANCISCO SALES DE SOUSA, por 
comandar a referida organização criminosa integrada pelos demais réus, e 
pelos crimes de tráfico e financiamento ao tráfico, tendo sido realizada, 
posteriormente, a cisão processual em relação ao referido acusado. 
 
Todas as respostas à acusação foram devidamente apresentadas. 
 
A MM. Juíza, entendendo não ser caso de absolvição sumária, recebeu a 
denúncia. 
 
Todavia, antes da realização da audiência, a defesa dos acusados 
RAIMUNDO NONATO JOÃO DA SILVA, SAYONARA DE ALMEIDA MEDEIROS, GEILSON 
DIAS DE SOUSA e JOSÉ PEREIRA DE BRITO NETO suscitou litispendência da presente 
(e-STJ Fl.465)STJ-Petição Eletrônica (PExt) 00480868/2021 recebida em 21/05/2021 21:42:16
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Recebido em 21/05/2021 21:42:16
ação penal com os processos nº 000959-67.2018.8.18.0032 e nº 0001587-
56.2018.8.18.0032, respetivamente. O juízo acolheu parcialmente o pleito, extinguindo 
parcialmente a ação penal em relação ao delito de tráfico de drogas imputado aos réus, 
uma vez que as ações penais supracitadas se originaram da Operação Narcóticos, cuja 
interceptação telefônica também deu início ao presente processo, prosseguindo-se 
regularmente o feito em relação aos demais crimes. 
 
 Em audiência realizada em 4 de março de 2020, foram ouvidas as 
testemunhas de acusação: Agenor Ferreira Lima Júnior e Jônatas Félix Brasil, e 
as de defesa: Francisca Maria da Silva Moura, Antônio Pedro dos Santos, Antônio 
Barbosa de Araújo, Tarciso Bernardes de Sousa, Yasnayra Tanandra Fernandes e João 
Batista dos Santos. Em seguida, passou-se ao interrogatório dos acusados. 
 
 Encerrada a instrução criminal, a defesa do acusado JOSÉ EDSON 
NASCIMENTO SILVA requereu diligências com finalidade de se oficiar as operadoras TIM 
e CLARO para prestarem informações acerca da titularidade das linhas telefônicas 
referentes aos números 8 99911-6659 e 89 9443-2177. 
 
Decorrido o prazo sem resposta às diligências requisitadas, abriu-se prazo 
para apresentação de alegações finais. 
 
 É, no essencial, o relatório. 
 
 O feito tramitou regularmente. 
 
 Infere-se da denúncia que, no período compreendido entre fevereiro e 
julho de 2018, na cidade de Picos, Francisco Sales de Sousa adquiriu, vendeu, ofereceu 
e forneceu drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar, bem como comandou uma organização criminosa voltada para a 
aquisição e venda de drogas, além de custear e financiar a prática do crime previsto no 
art. 33 da Lei nº 11.343/2006. No mesmo período, todos os acusados integraram 
pessoalmente a referida organização criminosa comandada por Francisco Sales de 
Sousa. 
 
 Consta, ainda, que RAIMUNDO NONATO JOÃO DA SILVA, SAYONARA DE 
ALMEIDA MEDEIROS, ANTÔNIO WESLEY DE SOUSA, LUZINEIDE DE SOUSA ALMEIDA, 
JOSÉ EDSON NASCIMENTO SILVA, BRENDA CÉSAR DO NASCIMENTO EVANGELISTA, 
MARINEZ LUCAS DE ALMEIDA SOUSA, TERESA REGINA MARIA DA SILVA, SINARA 
FRANCISCA LEAL e EDILBERTO LUCAS DE ALMEIDA adquiriram, venderam, ofereceram, 
guardaram e trouxeram consigo drogas sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar, e que RAIMUNDO NONATO JOÃO DA SILVA e 
SAYONARA DE ALMEIDA MEDEIROS custearam e financiaram a prática do crime de 
tráfico de drogas. 
 
 O inquérito policial que originou a presente ação penal foi instaurado em 
08 de março de 2016, com o fito de averiguar o envolvimento de Francisco Sales de 
Sousa com o tráfico de drogas nesta cidade, após informações obtidas em depoimentos 
prestados em sede policial, referente a uma investigação de homicídio. 
 
De início, foi determinada a expedição de ordem de missão policial, a qual 
consignou que “SALES” ostentava longa ficha criminal relacionada a tráfico de drogas e 
comandava um organizado grupo criminoso para promover o tráfico de drogas, a 
exploração de jogos de azar e lavagem de dinheiro, formado por MARINEZ LUCAS DE 
(e-STJ Fl.466)STJ-Petição Eletrônica (PExt) 00480868/2021 recebida em 21/05/2021 21:42:16
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Recebido em 21/05/2021 21:42:16
ALMEIDA SOUSA, RAIMUNDO NONATO JOÃO DA SILVA, SAYONARA DE ALMEIDA 
MEDEIROS, GEILSON DIAS DE SOUSA, dentre outros. 
 
Em razão do grau de organização do grupo criminoso e para aprofundar as 
investigações, a autoridade policial requereu à autoridade judiciária a interceptação 
telefônica dos supostos envolvidos, com o intuito de colher provas cabais. 
 
Deferido o pedido, iniciou-se a operação “NARCÓTICO”, onde os acusados 
foram interceptados entre fevereiro e julho de 2018. Ao final, foi elaborado o auto 
circunstanciado DI-VALE DO GUARIBAS/2018, o qual transcreveu todas as conversas 
relevantes para identificar os envolvidos com tráfico e especificou a função de cada um. 
 
Durante o decurso da operação, foram realizadas as prisões em flagrante 
de RAIMUNDO NONATO, SAYONARA e GEILSON, em decorrência de cumprimento de 
mandado de busca e apreensão, por estarem em posse de quantidade significativa de 
entorpecentes em invólucros prontos para distribuição (proc. nº 0000959-
67.2018.8.18.0032) e de JOSÉ PEREIRA DE BRITO NETO (proc. nº 0001587- 
56.2018.8.18.0032), cujos processos sobrevieram sentença condenatória. Os demais 
acusados tiveram a prisão preventiva decretada e efetuada em 13 de dezembro de 2018. 
 
 Encerrada a instrução criminal, verificou-se a procedência em partes da 
denúncia, como se passará a demonstrar. 
 
1) DOS CRIMES DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA E TRÁFICO DE 
DROGAS 
 
O § 1º do art. 1º da Lei nº 12.850/13 define organização criminosa 
como “a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e 
caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente,com objetivo de obter, 
direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de 
infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que 
sejam de caráter transnacional”. 
Outrossim, para configurar o crime de organização criminosa os agentes 
devem praticar as condutas descritas no artigo 2º: 
Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente 
ou por interposta pessoa, organização criminosa: 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo 
das penas correspondentes às demais infrações penais praticadas. 
Logo, além da prática dos verbos nucleares, integra o conceito legal do 
tipo: a) Associação de quatro ou mais pessoas; b) Estrutura ordenada, pessoas orga-
nizadas sob um regime hierárquico; c) Divisão de tarefas, ainda que informalmente; 
e d) finalidade de buscar vantagem indevida em razão de crimes cuja pena (máxima) 
seja superior a 04 anos ou que tenham caráter transnacional. 
Já o delito de tráfico de drogas, previsto no art. 33 da Lei nº 11.343/06, é 
de ação múltipla, bastando para sua consumação que o agente incida em pelo um dos 
verbos constantes no tipo penal, não sendo imprescindível a comprovação da mercan-
cia. 
(e-STJ Fl.467)STJ-Petição Eletrônica (PExt) 00480868/2021 recebida em 21/05/2021 21:42:16
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O referido tipo penal é composto por dezoito ações nucleares: impor-
tar (trazer de fora), exportar (enviar para fora), remeter (expedir, mandar), prepa-
rar (por em condições adequadas para uso), produzir (dar origem, gerar), fabri-
car (produzir a partir de matérias primas, manufaturar), adquirir (negociar ou entrar na 
posse), vender (negociar em troca de valor), expor à venda (exibir para a venda), ofe-
recer (tornar disponível), ter em depósito (posse protegida), transportar (levar, condu-
zir), trazer consigo (levar consigo, junto ao corpo), guardar (tomar conta, zelar para 
terceiro), prescrever (receitar), ministrar (aplicar), entregar (ceder) a consumo ou for-
necer (abastecer) drogas, ainda que gratuitamente (amostra grátis). 
Nota-se facilmente que estas ações podem se combinar num mesmo con-
texto fático sem que isso provoque concurso de crimes. O tráfico é crime de ação múl-
tipla (ou de conteúdo variado), em que vários núcleos típicos praticados no mesmo 
cenário permitem a punição por crime único, cujo encadeamento de condutas influ-
encia apenas na aplicação da pena-base (circunstâncias do crime). 
Logo, para se concluir pela prática do crime de tráfico, deve se combinar a 
quantidade (ou qualidade) de droga apreendida, com outros fatores, como o contexto 
fático em que se desenvolveu a ação criminosa. 
A materialidade do delitos em epígrafe restou demonstrada pelas inves-
tigações criminais, especialmente pelo auto circunstanciado DI-VALE DO GUARI-
BAS/2018, referente à interceptação telefônica realizada entre fevereiro a julho de 
2018, o qual transcreveu todas as conversas relevantes para identificar os en-
volvidos com tráfico de drogas e especificou a função de cada um; pelas dili-
gências em forma de campana na rua José Carlos Pereira, no decorrer do mês de julho 
de 2018, ocasião em que foi observada e fotografada a atividade criminosa do grupo, 
além da grande movimentação de pessoas, motos e carros (inclusive de luxo) em frente 
à residência de FRANCISCO SALES, RAIMUNDO NONATO, SAYONARA e JOSÉ PEREIRA; 
pelos autos de prisão em flagrante de RAIMUNDO NONATO, SAYONARA e JOSÉ PEREIRA 
DE BRITO em razão das práticas dos crimes de tráfico de drogas; pelos autos de exibi-
ção e apreensão e laudos periciais realizados nas drogas apreendidas; pelos demais 
autos de apreensão e laudos periciais juntados aos autos, além dos demais relatórios 
de missão policial e documentos acostados nos autos. 
Outrossim, a prova testemunhal foi importante para reforçar a materiali-
dade delitiva e apontar a autoria dos crimes, à medida em que relacionou a função 
de cada integrante do grupo e como era estruturada a organização criminosa, voltada 
para a prática do comércio ilegal de substâncias entorpecentes. 
Neste sentido, a testemunha Agenor Ferreira Lima Júnior foi inquirida 
em sede policial e afirmou que o inquérito policial que iniciou a presente ação penal foi 
instaurado pelo Delegado Jônatas Félix Brasil, mas o declarante deu continuidade às 
investigações. Disse que foi realizada interceptação telefônica e uma grande quantidade 
de investigações relacionadas no campo, que possibilitou verificar a ocorrência de 
uma verdadeira organização criminosa voltada para o tráfico ilícito de entor-
pecentes. Durante as interceptações, foi percebida a participação de uma família, as-
sim como de outros indivíduos que não faziam parte da família, mas estavam ali naquele 
meio. Asseverou que todos sabiam da participação dos outros envolvidos, bem 
como a função de cada um na organização criminosa, e que esta era bem defi-
nida entre eles. 
(e-STJ Fl.468)STJ-Petição Eletrônica (PExt) 00480868/2021 recebida em 21/05/2021 21:42:16
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Recebido em 21/05/2021 21:42:16
Prosseguiu seu relato identificando cada um dos envolvidos, os parentes-
cos ou relacionamentos que existiam entre si, bem como a função exercida por cada 
um dos acusados dentro da organização. 
De acordo com seu depoimento, foi percebido pelas interceptações telefô-
nicas e pela investigação de campo que SAYONARA DE ALMEIDA MEDEIROS e RA-
IMUNDO NONATO JOÃO DA SILVA, os quais mantinham um relacionamento 
amoroso, realizavam uma grande liderança, todavia sempre abaixo e no cum-
primento de ordens do acusado FRANCISCO SALES. SALES era o dono da organi-
zação, enquanto SAYONARA e RAIMUNDO NONATO eram espécies de supervi-
sores e tesouraria, já que eram os principais responsáveis também pelo finan-
ciamento e pela arrecadação do dinheiro do tráfico. Eles recebiam pagamento, 
realizavam compras de motocicleta para poder fazer o transporte, compravam drogas, 
juntavam o dinheiro para repassar para SALES e fazer o pagamento das drogas, relati-
vas ao comércio das entorpecentes. 
Sobre os demais acusados, extrai-se do seu depoimento que GEILSON 
DIAS (genro de RAIMUNDO NONATO) realizava o transporte e a distribuição dos 
entorpecentes, e foi, inclusive, preso em flagrante juntamente com SAYONARA e RA-
IMUNDO NONATO, quando estava dentro da residência deles para efetuar o transporte 
das substâncias que estavam sendo divididas no local. 
A testemunha afirmou que JOSÉ PEREIRA (“VELHINHO”) foi preso em 
flagrante no dia da deflagração da operação e possuía uma boca de fumo da organização 
criminosa, em frente à residência de SALES e SAYONARA. Que essa boca de fumo era 
uma forma de conseguir dinheiro rápido e imediato quando eles precisassem e, até 
mesmo para ajudar o JOSÉ PEREIRA. Frisou que ele foi preso em flagrante e que a 
droga encontrada era cocaína, que gera uma grande quantidade de dinheiro. 
Em relação à acusada BRENDA CÉSAR, asseverou que ela mantinha um 
grande relacionamento com esta organização criminosa, à medida em que fornecia e 
intermediava a aquisição de drogas, bem como realizava intensa comercialização com 
o grupo, além de ter sido interceptada em conversas telefônicas com SAYONARA e RA-
IMUNDO NONATO no mesmo dia em que eles foram presos em flagrante pelo delito de 
tráfico. Na ocasião,ela afirmava que o “crack” dela também era de boa qualidade. 
Afirmou, ainda, que o casal ANTÔNIO WESLEY e LUZINEIDE DE SOUSA 
eram responsáveis principalmente pela estocagem e armazenamento da 
droga, bem como recebiam os valores que eram pagos pela organização criminosa 
(Raimundo Nonato, Sales e Sayonara), e que eles mantinham contato com esta última. 
Função semelhante também era exercida por SINARA FRANCISCA e seu compa-
nheiro EDILBERTO LUCAS (BITA), apontados como responsáveis pela comercializa-
ção e também pela estocagem das drogas. 
 Já a acusada MARINEZ LUCAS, esposa de FRANCISCO SALES, foi apon-
tada pelo declarante como responsável por evitar que ficasse armazenada grande quan-
tidade de entorpecente em um único local. Outrossim, ela também tinha conhecimento 
de quantos os indivíduos compareciam na residência do marido para poder efetuar a 
negociação, controlava estocagem (evitar que ficavam muita quantidade em um local 
só) e se a polícia estava no local. 
Sobre a acusada TERESA REGINA, a testemunha declarou que ela tam-
bém mantinha relacionamento com RAIMUNDO NONATO (esposa) e quando compare-
ciam usuários ou outras pessoas na residência dela para comprar entorpecentes, ela 
(e-STJ Fl.469)STJ-Petição Eletrônica (PExt) 00480868/2021 recebida em 21/05/2021 21:42:16
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Recebido em 21/05/2021 21:42:16
entrava em contato com ele, para poder saber se poderia fornecer ou não, e para in-
formar que aquelas pessoas estavam lá para comprar entorpecentes. Mencionou, ainda, 
que se recorda de uma ligação feita por um rapaz de Marcolândia, para efetuar a compra 
de entorpecente, e que ela entrou em contato com “DOUTOR” para autorizar ou não a 
venda. 
Em relação a JOSÉ EDSON, conhecido como “Edson Mototaxista”, 
apontou que ele era responsável pela comercialização, distribuição e transporte do en-
torpecente, com atuação bastante similar ao acusado GEILSON, apenas na distribuição. 
Afirmou que se recordava de uma ligação telefônica interceptada em que o JOSÉ EDSON 
foi o responsável por buscar uma quantidade de entorpecente na casa dos acusados 
ANTÔNIO WESLEY e LUZINEIDE. 
Em seu depoimento, ressaltou que essa organização foi monitorada pela 
Polícia Civil, sob seu comando, por mais de 1 ano e, inclusive foi fornecido relatório do 
GAECO, o qual foi autorizado a acostar ao inquérito policial, em que consta a persona-
lidade de SALES, do RAIMUNDO NONATO e da SAYONARA, dentro dessa organização 
criminosa. Relatou que durante o período de monitoramento telefônico, o SALES era 
constantemente mencionado, falava de maneira bastante espontânea e deixava clara a 
sua liderança, principalmente no momento de pegar o dinheiro. Nesse sentido, a acu-
sada SAYONARA, em uma ligação interceptada, chegou a mencionar que não poderia 
também fazer muitas ligações para não deixar ele (SALES) chateado, em conversa com 
RAIMUNDO NONATO, demonstrando a posição de hierarquia em que ele se encontrava. 
Ademais, consignou que ficou bastante caracterizada essa pirâmide de SA-
LES para baixo e que já tinha conhecimento, através de populares e dentro da própria 
Delegacia de Polícia, que esta era uma organização criminosa instalada na cidade de 
Picos, principalmente para o tráfico ilícito de entorpecentes. Que as investigações de-
monstraram que eles vendiam usualmente para usuários, mas quem adquiria as drogas, 
principalmente, eram os donos das bocas de fumo, que funcionavam como filiais. 
Tal fato ficou bastante claro na ocasião da prisão em flagrante de RAIMUNDO NONATO 
e SAYONARA, já que as trouxas que foram localizadas e apreendidas, já separadas, em 
um volume que era para ser dividido ainda nas bocas de fumo. 
Outrossim, frisou que eles mencionavam grandes quantias em dinheiro, 
inclusive com relação a motocicletas que conseguiram comprar com a venda dos entor-
pecentes. Neste sentido, foi realizado um gráfico, quadro, ao final do auto circunstan-
ciado, no qual os analistas de inteligência mencionaram essa quantidade de dinheiro, 
identificada durante a investigação do tráfico ilícito de entorpecentes. 
Consultando o referido gráfico, verificou-se que, durante a interceptação, 
os acusados movimentaram cerca de R$ 674.380,00 (seiscentos e setenta e quatro mil, 
trezentos e oitenta reais), de acordo com os valores que foram citados nas diversas 
conversas interceptadas, além de 41,630 kg de substâncias entorpecentes, de natureza 
variada (crack, maconha e cocaína). 
À sua vez, o delegado Jônatas Félix Brasil, inquirido em juízo, afirmou 
que iniciou esse inquérito em 2017 para apurar a questão da traficância, mas atuou 
mais no início, já que foi posteriormente lotado em outro setor. Sobre os fatos, relatou 
que participou do cumprimento de mandado de prisão do acusado WESLLEY e que tinha 
conhecimento do envolvimento de SALES, RAIMUNDO NONATO e SAYONARA, com trá-
fico de drogas e organização criminosa. Sobre o ANTONIO WESLEY, afirmou que ele é 
apontado na investigação com uma das pessoas que guardaria as drogas, mas não se 
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recorda se era para SAYONARA, RAIMUNDO NONATO ou SALES. Que a Portaria, inicial-
mente, era para apurar o delito de tráfico de drogas praticado por SALES, mas posteri-
ormente o objeto se expandiu. Afirmou se recordar que, tanto a SAYONARA, quanto o 
RAIMUNDO NONATO e o SALES pediram para o JOSÉ EDSON pegar a droga em um 
lugar e levar para outro local, e era isso que ele fazia dentro da organização. Ademais, 
afirmou que MARINEZ era esposa do SALES, tinha conhecimento do tráfico e ele (SA-
LES) mandava ela pegar a droga. 
No que pesem as declarações das testemunhas arroladas pela defesa, não 
foi acrescentado nenhum fato que pudesse ajudar a elucidar a presente ação penal, já 
que se limitaram ora a apontar condutas abonadoras dos acusados, ora a afirmar des-
conhecer que eles estivessem envolvidos com os delitos que lhe foram imputados. 
Em seguida, passou-se ao interrogatório dos acusados. Na ocasião, RAI-
MUNDO NONATO JOÃO DA SILVA (“DOUTOR”) negou que integrasse organização 
criminosa, mas admitiu a comercialização de entorpecentes. Disse que conhece todos 
os acusados, que eles não tinham nenhuma participação na comercialização e que não 
mantinha contato frequente com Sales para vender drogas. Relatou que vendia crack, 
que tinha pouco tempo que mexia com droga e gastou o dinheiro obtido para tratar 
doença, além de comprar uma moto, a qual foi apreendida. Alegou que SAYONARA só 
teve conhecimento depois que ele estava mexendo (com drogas) e pediu que ele pa-
rasse, já TERESA REGINA não tinha conhecimento nenhum. Sustentou que não se re-
corda de ter mantido ligação telefônico com SALES na época da interceptação e que 
não era membro de nenhuma organização criminosa, tampouco financiou o tráfico. 
Ademais, ressaltou que GEILSON não sabia que ele tinha envolvimento com tráfico, e 
o declarante nunca pediu que ele entregasse qualquer encomenda. 
Ao contrário do alegado pelo acusado, é possível extrair do auto circuns-
tanciado Di-Vale do Guaribas/2018, devidamente corroborado pela prova testemunhal, 
que RAIMUNDO NONATO mantinha contato frequente com SALES para falar a 
respeito da comercialização das drogas (maconha, cocaína e crack), da quan-
tidadeque estava à venda e da arrecadação de dinheiro oriunda do tráfico. 
Ademais, “DOUTOR” prestava contas do dinheiro obtido e enviava a ele quando solici-
tado, para pagamento de fornecedores de drogas ou para a aquisição de mais entorpe-
centes, conforme infere-se dos áudios obtidos. 
Sua posição na estrutura organizacional restou evidenciada nas intercep-
tações obtidas, nas quais foi possível verificar que vários compradores de drogas en-
travam em contato com ele com o objetivo de adquirir drogas (maconha, cocaína e 
crack). Ademais, ele negociava a venda dos entorpecentes, o preço, local de entrega e 
realizava cobrança a “pequenos” traficantes. Inclusive, em certas negociações, são ofe-
recidas a ele arma de fogo, motocicletas e celulares, em troca das substâncias ilícitas, 
ou para saldar dívidas. A variedade de drogas comercializada é percebida em diversos 
áudios, ocasião em que eram utilizados codinomes referentes à cor da droga, como 
“verde” para maconha e “amarelo” ou “abacaxi” para crack e “branco” para cocaína. 
Outrossim, ele mantinha intenso contato com sua companheira SAYONARA 
para falar sobre a venda de entorpecentes, pagamento aos fornecedores, sobre quali-
dade das drogas e quantias de dinheiro oriundas do tráfico, além de discutirem sobre 
os carregamentos de entorpecentes que chegavam e do local onde estavam armazena-
dos. A sua posição é nítida na organização à medida em que também mantinha contato 
com SINARA (responsável por estocar e comercializar drogas para o grupo – fls. 454), 
com BRENDA (intermediadora para a compra de drogas com os fornecedores – fls. 461 
(e-STJ Fl.471)STJ-Petição Eletrônica (PExt) 00480868/2021 recebida em 21/05/2021 21:42:16
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a 463), com sua esposa REGINA, além de recrutar GEILSON para transportar e buscar 
drogas entre as casas dele e de SAYONARA (fls. 465/466 e 486). 
Importante frisar que, na fase final de interceptação, os áudios capturados 
apontaram acerca de um carregamento de drogas que estava para chegar (crack e 
cocaína), recebido pela acusada BRENDA e que seria repassado a “DOUTOR” e SAYO-
NARA (fl. 488). Nesse sentido, diante de tais informações, foi deferido pedido 
de busca e apreensão na residência do casal no dia 31/07/2018, durante a 
operação NARCÓTICO, ocasião em que o réu RAIMUNDO NONATO foi preso em 
flagrante juntamente com SAYONARA e GEILSON, com grande quantidade de 
cocaína e crack, gerando o processo nº 0000959-67.2018.8.18.0032, cujas có-
pias estão anexadas aos autos. 
A acusada SAYONARA DE ALMEIDA MEDEIROS também negou as im-
putações lançadas contra ela. Arguiu que os entorpecentes localizados em sua residên-
cia eram comercializados pelo companheiro, RAIMUNDO NONATO, e que, não obstante 
tivesse conhecimento disso, não participava da atividade delitiva. Afirmou conhecer ou-
tros acusados, como FRANCISCO SALES; ANTÔNIO WESLEY, casado com uma prima 
sua; LUZINEIDE, sua prima; GEILSON, genro do seu companheiro; JOSÉ EDSON; 
BRENDA; MARINEZ, sua tia; JOSÉ PEREIRA; TERESA REGINA, ex-esposa de seu com-
panheiro; SINARA, esposa de seu tio; EDILBERTO LUCAS, seu tio. Asseverou desco-
nhecer o envolvimento de tais pessoas com o tráfico de drogas, com exceção de GEIL-
SON, que fora preso na mesma oportunidade em que ela também fora, em razão da 
apreensão de entorpecentes. Quanto à conduta do seu companheiro, RAIMUNDO NO-
NATO, mencionou que uma pessoa levava a droga para ele para posterior comerciali-
zação. Acerca dos áudios presentes nos autos, onde se menciona que a acusada 
BRENDA cobrou dinheiro a RAIMUNDO NONATO (DOUTOR), disse desconhecer o fato. 
Todavia, as provas obtidas durante a instrução criminal corroboraram a 
imputação realizada na denúncia de que a acusada integrava a organização criminosa 
voltada para o tráfico de entorpecentes e exercia liderança importante juntamente com 
“DOUTOR”, à medida em que arrecadava os valores correspondentes ao tráfico e re-
passava ao seu tio e chefe da organização, SALES. 
Outrossim, o auto circunstanciado da interceptação telefônica demonstrou 
com exaustão a participação da acusada, consignando que em diversos contatos tele-
fônicos, ela falava com o companheiro acerca da comercialização de drogas, do dinheiro 
oriundo do tráfico, sobre carregamento de drogas que estaria chegando e também sobre 
o pagamento a fornecedores (fls. 409, 421, 422 a 430). 
Ademais, verificou-se sua participação ativa na organização e sua posição 
importante no grupo quando ela tomou à frente nas negociações com fornecedores, 
arrecadando dinheiro, encomendando drogas e comercializando entorpecentes a usuá-
rios. Inclusive, é possível verificar que ela arrecadava e efetuava o pagamento aos 
fornecedores de drogas, inclusive a SALES, conforme se extrai do seguinte áudio (fl. 
441): 
DOUTOR: COMEÇOU A FICAR BOM AQUI. 
SAYONARA: FOI? POIS É, O MENINO DISSE PARA DEPOSITAR 15 
AMANHÃ, SEM FALTA. 
DOUTOR: POIS VAI DAR É CERTO, TEM 10 AÍ? 
SAYONARA: TEM. DOUTOR: AH, ENTÃO VAI DAR É CERTO. 
SAYONARA: MAS TEM QUE DAR AO MENOS 5 A ADALMIR E 
ALGUMA COISA A TITO (SALES). 
(e-STJ Fl.472)STJ-Petição Eletrônica (PExt) 00480868/2021 recebida em 21/05/2021 21:42:16
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DOUTOR: É? TU NÃO TÁ VENDENDO AÍ NÃO? 
SAYONARA: NÃO, AQUI O POVO NÃO VEM MAIS NÃO, DIA DE DO-
MINGO NÃO VEM, SÓ VEM PEDIR BICHO! NAM. (...) 
As conversas se mantiveram intensas, sempre falando sobre grandes 
quantidades de drogas, sobre carregamentos que estavam chegando, grandes quantias 
em dinheiro e estocagem da droga (fls. 441 a 445, 447 a 451, 465 a 474). Também 
era possível verificar que SAYONARA possuía drogas em sua residência e recebia de 
mais de “DOUTOR” quando acabavam. 
A ré também manteve contato com outros indiciados, como LUZINEIDE e 
ANTÔNIO WESLEY, mandando que eles lhe trouxessem as drogas que estavam na re-
sidência do casal (fls. 451 e 452) e com BRENDA, que intermediava a compra de drogas 
com fornecedores. No que diz respeito a esta última, nos áudios constantes às fls. 488 
a 491, as duas articulavam o recebimento de uma grande quantidade de entorpecentes. 
Na ocasião, SAYONARA chega a reclamar que o combinado era receber 5 (cinco) quilo-
gramas, mas recebeu apenas 3 (três). 
Como dito anteriormente, em 31/07/2018, durante a fase final da opera-
ção NARCÓTICO, a ré SAYONARA foi presa em flagrante juntamente DOUTOR e GEIL-
SON, com grande quantidade de cocaína e crack, gerando o processo nº 0000959-
67.2018.8.18.0032, cujas cópias estão anexadas aos autos. 
Frise-se, por oportuno, que ouvida em sede policial, a acusada chegou a 
confessar a prática do delito de tráfico de drogas e disse que foi convencida por seu 
companheiro a participar da prática do crime. Ressaltou que quando se referia ao termo 
“chá” nas ligações interceptadas, referia-se à maconha e que realmente negociava en-
torpecentes com a acusada BRENDA (fl. 343). 
Em seu interrogatório, GEILSON DIAS DE SOUSA (“GG”) também ne-
gou que integrasse organização criminosa e relatou que sua prisão ocorreu quando foi 
pegar a motocicleta de seu sogro (RAIMUNDO NONATO) para levar o filho ao Hospital. 
Afirmou que só conhece o RAIMUNDO NONATO e a TERESA REGINA, já a SAYONARA, 
apenas de vista. Alegou que sabia por comentários que RAIMUNDO NONATO era envol-
vido com drogas, mas nuncapresenciou. Sobre sua prisão, relatou que estava na casa 
de SAYONARA e que andava lá de vez em quando. Quando indagado, afirmou que não 
conhecia o SALES, que nunca foi deixar nenhuma entrega ou encomenda a pedido de 
RAIMUNDO NONATO e que SAYONARA também nunca lhe pediu para levar encomenda. 
Não obstante suas alegações, as provas colhidas demonstraram que ele 
era o responsável por distribuir, transportar e comercializar a droga para a organização 
criminosa e tal fato foi verificado durante as interceptações telefônicas, nas quais “DOU-
TOR” afirmava que mandaria GEILSON buscar cocaína na casa de SAYONARA (fls. 441 
e 465), bem como na ocasião em que o mandava levar drogas para a casa dela (fls. 
485). 
Ressalte-se, ainda, que alguns dias após a captura dos áudios, GEILSON 
foi preso em flagrante juntamente com SAYONARA e DOUTOR, durante operação reali-
zada em 31/07/2018. Na ocasião, foi encontrada em posse deles grande quantidade de 
crack e cocaína, razão pela qual foram autuados em flagrante e denunciados pelos cri-
mes previstos nos arts. 33, caput, 34 e 35 da Lei nº 11.343/06 (processo nº 0000959-
67.2018.8.18.0032). 
(e-STJ Fl.473)STJ-Petição Eletrônica (PExt) 00480868/2021 recebida em 21/05/2021 21:42:16
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O réu JOSÉ PEREIRA DE BRITO NETO (“VELHINHO”), a princípio, ne-
gou a prática dos crimes a ele imputados. Disse também que desconhecia o envolvi-
mento do réu FRANCISCO SALES com o tráfico de entorpecentes. Refutou qualquer 
envolvimento com os demais réus para a prática de atividades ilícitas. Entretanto, 
quando questionado sobre já ter vendido drogas, admitiu que “às vezes, 
quando acabava a cerveja, vendia dez ou vinte (reais de drogas), mas não era 
direto”. Esclareceu que a droga que comercializava tratava-se de cocaína. Disse 
que adquiria os entorpecentes com recursos de sua aposentadoria. 
Ocorre que restou comprovada sua participação na organização criminosa, 
à medida em que guardava e comercializava drogas. Nesse sentido, diversos áudios 
pesam contra ele, demonstrando que participava da organização criminosa voltada para 
o tráfico de drogas. 
Extrai-se em diversas interceptações, que ele negociava a venda de drogas 
(cocaína e maconha), conforme infere-se dos áudios constantes às fls. 453 e 455 a 457, 
e que se identificava como “o VELHINHO que trabalha para SALES” (fl. 458): 
(...) VELHINHO: ALÔ. 
HNI: QUEM TÁ FALANDO? 
VELHINHO: QUEM TÁ FALANDO É O VELHINHO. 
HNI: QUEM? 
VELHINHO: O VELHINHO QUE TRABALHA COM SALES AQUI, 
QUEM TÁ LIGANDO? (…) 
A atuação em conjunto de JOSÉ PEREIRA com os demais acusados (RAI-
MUNDO NONATO, SAYONARA, BRENDA E SALES) também é verificada em outros áu-
dios, a saber: 
a) áudio 7937342: quando “DOUTOR” liga para o terminal de “VELHINHO” 
e fala com uma mulher não identificada (provavelmente parente do DE-
NUNCIADO) pedindo que ela arrumasse meio quilo de “verde” (maconha) 
(fls. 459/460); 
b) áudio 7938895: quando “DOUTOR” liga para o celular de “VELHINHO” 
para falar com SAYONARA. Na ocasião, falam sobre a troca de motocicletas 
em drogas (fls. 460/461); 
c) áudio 7941982: quando “DOUTOR” liga para “VELHINHO” com a inten-
ção de falar com SALES (fl. 461). 
Ressalte-se, por oportuno, que durante a operação que culminou com o 
cumprimento de mandado de prisão e de busca e apreensão em desfavor dos acusados, 
foram encontradas na residência de JOSÉ PEREIRA, 16 (dezesseis) trouxas de substân-
cia análoga à cocaína, o que ocasionou o oferecimento de denúncia pelo crime de tráfico 
de drogas nos autos do processo nº 0001587-56.2018.8.18.0032. O processo já se 
encontra com sentença penal condenatória. 
Os áudios transcritos comprovam a participação do acusado e podem ser 
verificados no Auto Circunstanciado DI- Vale do Guaribas/2018, nas páginas 98 a 110. 
Não obstante os indícios de autoria e materialidade delitiva, em sede poli-
cial, o acusado confessou que vendeu entorpecentes na sua residência no dia em que 
(e-STJ Fl.474)STJ-Petição Eletrônica (PExt) 00480868/2021 recebida em 21/05/2021 21:42:16
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foi preso em flagrante (13/12/2018). Ademais, disse que “olhava” o comércio de SALES 
e que costumava emprestar seu telefone para ele, SAYONARA e Matusalém (fl. 357). 
A acusada BRENDA CÉSAR DO NASCIMENTO alegou em seu interroga-
tório que a acusação não é verdadeira. Que conhece SAYONARA, já o RAIMUNDO NO-
NATO, só por nome. Afirmou que não tem envolvimento nenhum relacionado às drogas, 
nem participa de organização (criminosa) com essas pessoas, bem como nunca inter-
mediou compra e venda de drogas e não sabe o motivo de ter seu nome mencionado 
nas conversas telefônicas do dia 30 de julho de 2018 entre os dois, sobre o recebimento 
de drogas. Quando indagada sobre supostos telefonemas interceptados entre ela e RA-
IMUNDO NONATO, relativos à busca de uma quantia em dinheiro, alegou que pode ter 
sido relativo à venda de alguma confecção, perfume ou produto de beleza, que era 
vendido entre elas (Sayonara e Brenda). 
Não obstante a negativa de autoria dos crimes, as provas colhidas nos 
autos demonstraram que a acusada fornecia grande quantidade de droga (maconha, 
cocaína e crack) para a organização criminosa e realizava intensa negociação, especi-
almente com SAYONARA e RAIMUNDO NONATO. 
 Nesse sentido, os áudios capturados comprovaram que ela intermediava 
a comercialização dos entorpecentes entre um fornecedor e os compradores (SAYO-
NARA e “DOUTOR”), recebia a droga e repassava a eles. Há, ainda, ligações intercep-
tadas em que conversava com “DOUTOR” cobrando o dinheiro da droga que ele estava 
devendo e, na ocasião, relatando que SAYONARA entregou 6 (seis) mil reais e ficou 
devendo 4 (quatro) mil (fl. 462). 
Nesse sentido, há, ainda, conversa interceptada entre SAYONARA e “DOU-
TOR” em que falam sobre a ligação recebida por parte de BRENDA cobrando o dinheiro 
dos entorpecentes, o que confirma que ela era a intermediadora da compra e venda 
das drogas. Na mesma conversa, RAIMUNDO NONATO afirma que “não tem 
medo de ameaça e que no mundo do crime é pela ordem, e que se o fornecedor 
não aguentar esperar, que saia do 'ramo'” (fl. 466). 
A participação de BRENDA foi demonstrada em diversos áudios (fls. 489 a 
491), quando DOUTOR e SAYONARA falavam sobre um carregamento de drogas (crack 
e cocaína) que iria chegar e que foi recebido por BRENDA, além de conversas entre ela 
e SAYONARA sobre o recebimento de uma grande quantidade de entorpecentes, ocasião 
em que passa a reclamar que o combinado era 5kg (cinco quilogramas) de drogas, mas 
só mandaram 3kg (três quilogramas). Outrossim, “DOUTOR” e BRENDA a: “MEU CHEGA 
ESTALA QUANDO TU BATE ASSIM, CHEGA ABRE DE UMA VEZ. NÃO É DAQUELES QUE 
TU PEGA E ESFARELA NA MÃO NÃO” (fl. 490). 
Ora, Vossa Excelência, embora as conversas não remetessem especifica-
mente aos nomes das substâncias ilícitas, verificou-se que se tratavam sim da aquisi-
ção/compra/mercancia de substâncias ilícitas, e não da negociação de perfumes ou 
roupas, como a acusada tenta sustentar, conforme se extrai dos áudios transcritos no 
Auto Circunstanciado DI- Vale do Guaribas/2018, nas páginas 112/113, 120, 127/128 
e 145-148. 
Interrogada, a ré SINARA FRANCISCA LEAL afirmou que não guardava, 
nem comercializava drogas e que conhece algunsdos acusados, mas nenhum tem en-
volvimento com tráfico. Alegou que não tinha nenhuma quantidade de droga em sua 
casa e que não faz parte de organização criminosa. 
(e-STJ Fl.475)STJ-Petição Eletrônica (PExt) 00480868/2021 recebida em 21/05/2021 21:42:16
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No que pese a negativa de autoria, as provas acostadas demonstram que 
ela guardava e comercializada as substâncias ilícitas para a organização. Contra ela 
pesam diversos áudios que comprovam que sua casa era utilizada para estocar droga 
e como ponto de comercialização das substâncias ilícitas (fls. 408/409). Tais fatos são 
confirmados em outros áudios, como em uma conversa entre “DOUTOR” e SINARA, 
quando ele lhe indaga se a companheira teria pegado “alguma coisa” na casa dela (fl. 
420). 
Tal fato é reforçado por outros diversos áudios oriundos das escutas tele-
fônicas, que apontam SINARA como participante da organização criminosa e do tráfico 
de drogas, principalmente diante de uma conversa entre “DOUTOR” e SINARA em que 
falam sobre as drogas que estavam guardadas na casa dela (fls. 444/445 e 447/448), 
bem como quando a referida acusada utiliza o terminal de “VELHINHO” para falar com 
“DOUTOR”, ocasião em que este lhe orienta a mandar os compradores (de drogas) 
voltarem mais tarde (fls. 454) 
O envolvimento da acusada pode ser verificado nas transcrições contidas 
no Auto Circunstanciado DI- Vale do Guaribas/2018, pág. 35, 48, 50-53, 62, 66, 70, 
72, 102, 123 e 124. 
Em seu interrogatório, JOSÉ EDSON NASCIMENTO SILVA afirmou que 
não é verdadeira a acusação, embora tenha afirmado conhecer quase todos os acusa-
dos, exceto ANTONIO WESLEY, a LUZINEIDE e o GEILSON. Alegou que já fez entregas 
para essas pessoas que conhecia e sabia do se tratava, mas não eram drogas. Que o 
RAIMUNDO NONATO lhe ligava para fazer entregas de carne e que já fez pagamentos 
para SAYONARA. Já em relação ao SALES, asseverou que pouquíssimas vezes tiveram 
esse tipo de contato. Disse que não tinha conhecimento de que RAIMUNDO NONATO 
vendia drogas, que não prestava muitos serviços a ele e que, nas vezes que prestou, 
sabia o que era levado (geralmente carne, feira). Outrossim, não teve nenhuma con-
versa com ele sobre valor de corrida ou de drogas transportadas e que a única enco-
menda que transportou para o SALES foi quando comprou remédios controlados para 
ele. Sustentou que na sua função de moto taxista, é comum transportar encomendas, 
mas nem sempre lhe diziam do se tratava. 
Todavia, as provas obtidas em sede policial e corroboradas em juízo, de-
monstraram que ele distribuía e realizava o transporte da droga para a organização 
criminosa. 
Sua participação é verificada em diversos áudios, inclusive em conversas 
interceptadas entre SAYONARA, LUZINEIDE e ANTÔNIO WESLEY, nas quais falavam 
sobre as drogas que estavam na residência do casal, ao tempo em afirmava que EDSON 
(moto taxista) iria buscá-las (fls. 451 e 452), como também no seguinte diálogo entre 
EDSON e DOUTOR, em 30/07/2018, às 15:44 (fl. 483): 
DOUTOR: (AO FUNDO) “LEVA RAPAZ! 120? NÃO DÁ CERTO NÃO, EU 
PEGO A 130. Ó, SÓ VAI PURA PORQUÊ EU PEGO O QUILO FECHADO, 
SE TU PEGAR EM QUALQUER UM AÍ (INAUDÍVEL), PERGUNTE A SA-
YONARA, UM QUILO FECHADO. 200 GRAMAS...” 
EDSON: OI. 
DOUTOR: TU TÁ AÍ NO PONTO? 
EDSON: É. 
DOUTOR: POIS EU VOU MANDAR O MENINO TE ENTREGAR UNS NE-
GÓCIOS (DROGAS) AÍ, AÍ TU DEIXA LÁ EM CIMA (CASA DE DOU-
TOR). VIU? 
EDSON: TRANQUILO. 
(e-STJ Fl.476)STJ-Petição Eletrônica (PExt) 00480868/2021 recebida em 21/05/2021 21:42:16
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DOUTOR: POIS PRONTO, POIS ELE VAI TE ENTREGAR AÍ, NÃO SAIA 
DAÍ QUE ELE VAI JÁ TE ENTREGAR VIU. 
EDSON: TÁ BOM, BELEZA. 
Em um novo diálogo, “DOUTOR” manda EDSON ir atrás da pessoa conhe-
cida como Bruno (recém egresso do sistema prisional) e da esposa de Amauri, para 
irem até ele porque a droga já estaria pronta (fls. 484 e 485). Ademais, as escutas 
apontaram que SALES também entrou em contato, por diversas vezes, com o acusado, 
demonstrando assim que ele participava ativamente e tinha um papel definido na or-
ganização criminosa voltada para o tráfico de drogas. 
Ao contrário do que foi alegado pelo réu EDSON, as interceptações telefô-
nicas demonstraram que os serviços prestados pelo réu a RAIMUNDO NONATO e SA-
YONARA não eram referentes à compra de carne ou feira, nem ao pagamento de contas, 
mas eram ordens que o acusado não questionava, apenas acatava, demonstrando que 
já sabia do que se tratava e qual era sua função. 
Interrogado, ANTÔNIO WESLEY DE SOUSA negou as imputações feitas 
na denúncia, alegando que nunca teve envolvimento com tráfico de drogas nem com 
os demais denunciados, apesar de conhecer FRANCISCO SALES (casado com a tia de 
sua esposa), SAYONARA (prima de sua esposa), MARINEZ (tia de sua esposa), SINARA 
que é “junta” com o tio da sua esposa, EDILBERTO. Os demais acusados afirmou não 
conhecer. Negou qualquer envolvimento com tráfico de drogas, bem como envolvi-
mento em organização criminosa, asseverando que não sabia, até antes de ser preso, 
que os denunciados tinham envolvimento com comércio de entorpecente. Afirmou que 
não se recordava de ter feito qualquer ligação telefônica com SAYONARA falando de 
EDSON e em nenhum momento mandou ou recebeu encomenda entregue por ele. 
Ocorre que as provas demonstraram que ele e a companheira LUZINEIDE 
guardavam substâncias entorpecentes em sua residência, para a organização crimi-
nosa. Tal fato pode ser verificado no áudio entre SAYONARA e ANTÔNIO, onde ele falava 
como acondicionou a droga e mandou por EDSON, ressaltando ainda que, qualquer 
coisa, levaria pessoalmente mais drogas (fls. 452). 
A ré LUZINEIDE DE SOUSA ALMEIDA alegou que não é verdadeira a 
acusação e que ela se baseou apenas em uma ligação onde não está explicitando o 
nome de drogas e nada. Alegou que não tem envolvimento com guarda de entorpecen-
tes e não tem conhecimento de que algum dos acusados era envolvido com comércio e 
venda de entorpecente. 
Ocorre que, nesta única ligação interceptada, foi possível verificar a atua-
ção da acusada na organização, já que era responsável por guardar grande quantidade 
de drogas em sua residência. Tal fato, verifica-se quando SAYONARA questiona LUZI-
NEIDE se ANTÔNIO WESLEY estava em casa, e mandava que ele trouxesse a droga que 
estava na residência deles. É possível verificar que a ré participa ativamente da ativi-
dade criminosa, uma vez que sabia detalhes de como a droga estava acondicionada (fl. 
451). 
O réu EDILBERTO LUCAS DE ALMEIDA negou a prática dos delitos a ele 
imputados. Afirmou que ele, juntamente com sua esposa, não guardava drogas em sua 
residência e, tampouco, as comercializavam. 
(e-STJ Fl.477)STJ-Petição Eletrônica (PExt) 00480868/2021 recebida em 21/05/2021 21:42:16
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Embora tenha sido apontado como responsável por guardar e comercializar 
drogas na residência do casal para a organização criminosa,juntamente com a compa-
nheira SINARA, as provas colhidas ao longo da instrução criminal não foram suficientes 
para demonstrar sua participação, de forma cabal, dentro do grupo, tampouco a prática 
do tráfico. Ademais, embora as interceptações tenham demonstrado que a residência 
do casal era utilizada para estocar drogas e comercialização de entorpecentes, verificou-
se que a atuação ativa ficava a cargo de SINARA, que entrava em contato frequente-
mente com “DOUTOR” e SAYONARA, e era a responsável por guardar a droga. 
Interrogada, MARINEZ LUCAS DE ALMEIDA, esposa do Francisco Sales, 
afirmou que conhece todos os acusados, alguns apareciam no seu comércio para com-
prar coisas e não frequentavam a residência dela. Todavia, alegou não saber que Rai-
mundo Nonato comercializava droga. Afirmou que seu marido trabalha com ela no co-
mércio e negocia carros e motos. Indagada em juízo, afirmou que não é ela no áudio 
em que fala com “Neguinho” para tirar uma determinada quantidade de droga de um 
lugar. 
A denúncia apontou a ré como coordenadora da traficância juntamente 
com seu esposo, FRANCISCO SALES. Todavia, as provas produzidas não foram sufici-
entes para emitir um juízo de certeza sobre sua participação e função exercida dentro 
da organização criminosa, tampouco demonstrou que ela tenha incidido em um dos 
núcleos contidos no delito previsto no art. 33 da Lei nº 11.343/06. 
Ademais, embora tenha sido deferida a interceptação telefônica nos termi-
nais 9 9905-7633 e 9 9909-0507, pertencentes à acusada, o auto circunstanciado con-
signou que os terminais não geraram áudios ou não foram relevantes para a investiga-
ção. Logo, a denúncia baseou sua participação em um áudio interceptado de SALES, no 
qual é possível escutar a suposta acusada falando ao fundo que “Neguinho catou tudo, 
não deixou nada ali. Pode não, deixar esse tanto de coisa num lugar só, na mesma rua 
não” (auto circunstanciado, pág. 93). 
Outrossim, não foram verificadas quaisquer interações da ré com os de-
mais integrantes da organização, tampouco seu nome foi mencionado em outras liga-
ções, de modo a demonstrar que ela, de algum modo, coordenava essa traficância jun-
tamente com o marido. 
A ré TERESA REGINA MARIA DA SILVA afirmou que, na época de sua 
prisão, era esposa do Raimundo Nonato. Todavia, negou a acusação em relação aos 
crimes de tráfico de drogas e organização criminosa. Relatou que já conhecia o GEIL-
SON por ser vizinho, já o restante dos acusados só veio a conhecer quando foi 
presa. Ademais, alegou que só soube que seu ex-marido tinha envolvimento com droga 
depois que ele foi preso. Indagada pelo MP a respeito de um áudio em que o DOUTOR 
(RAIMUNDO NONATO) dizia que as “motinhas” (drogas) tinham chegado e que era para 
ela receber, desconversou e disse que não tinha celular digital. 
Conforme infere-se da exordial acusatória, ela foi apontada como respon-
sável por intermediar a comercialização de entorpecentes, quando os compradores iam 
até sua residência em busca de drogas. Todavia, as provas produzidas não foram sufi-
cientes para exercer um juízo de certeza sobre as imputações que lhe foram feitas. 
Os áudios extraídos de conversas entre a acusada e o marido RAIMUNDO 
NONATO não foram significativos e não demonstraram indubitavelmente sua participa-
ção nos delitos. Neste sentido, as transcrições demonstravam que a ré entrava em 
(e-STJ Fl.478)STJ-Petição Eletrônica (PExt) 00480868/2021 recebida em 21/05/2021 21:42:16
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contato com RAIMUNDO NONATO para informar que determinada pessoa estava pro-
curando por ele na residência. Na ocasião, ela repassava o telefone para que a pessoa 
pudesse falar com seu marido. Todavia, tal fato, não é suficiente para comprovar que 
ela coordenava e intermediava a comercialização de entorpecentes. Os poucos diálogos 
obtidos são frágeis e não são capazes de corroborar a imputação delituosa. 
Sendo assim, verifica-se que RAIMUNDO NONATO JOÃO DA SILVA 
(DOUTOR), SAYONARA DE ALMEIDA MEDEIROS, GEILSON DIAS DE SOUSA 
(GG) e JOSÉ PEREIRA DE BRITO NETO (VELHINHO) praticaram o delito do art. 
2º, caput, da Lei nº 12.850/2013. 
Já os acusados BRENDA CÉSAR DO NASCIMENTO EVANGELISTA, SI-
NARA FRANCISCA LEAL, JOSÉ EDSON NASCIMENTO SILVA, ANTÔNIO WESLEY 
DE SOUSA e LUZINEIDE DE SOUSA ALMEIDA praticaram os delitos do art. 2º, 
caput, da Lei nº 12.850/2013 c/c art. 33 da Lei 11.343/06. Nesse sentido, vale 
frisar que, as provas obtidas demonstraram que eles concorreram para a prática do 
tráfico de drogas, já que faziam parte da organização criminosa voltada para a comer-
cialização de entorpecentes, conheciam a rotina do grupo e exerciam sua função dentro 
da empreitada criminosa, embora não estivessem em posse de substâncias entorpe-
centes, no momento da prisão, conforme entendimento jurisprudencial: 
APELAÇÃO CRIMINAL. ARTS. 33, "CAPUT", 35 E 37 DA LEI Nº 
11.343/06. A materialidade dos delitos restou evidenciada pelos 
elementos dos autos. Para a configuração do delito previsto no art. 
33, "caput", da Lei nº 11.343/06, o necessário é que as teste-
munhas confirmem que o Réu estava com o material entor-
pecente e que este se destinava à traficância, o que ocorreu 
nos autos. Materialidade e autoria que emergem das provas dos 
autos. Os depoimentos dos policiais são firmes no sentido de re-
gistrar que os Réus foram presos na posse de grande quantidade 
de drogas no ponto do tráfico - o que indica o dolo no fornecimento 
do material ilícito naquela região. Não encontro motivos, deste 
modo, para suspeitar da lisura das informações dos policiais, por-
quanto nenhuma razão foi apontada pela Defesa - com base em 
provas nos autos - para que acusassem, sem motivo, os Réus THI-
AGO e WANDERSON. Concluindo, inexiste motivo para duvidar-
mos da retidão dos testemunhos dos policiais, não havendo 
nenhuma incongruência que torne suspeitas suas palavras. 
Assim, não há porque questionar a idoneidade dos depoimentos, 
diante da segurança com que foram prestados, na forma da Sú-
mula nº 70 do TJ/RJ. Associação para o tráfico. Punem-se os atos 
preparatórios para a prática de algum dos delitos elencados 
no art. 35. Assim, não é necessária a efetiva execução dos 
tipos previstos, mas, simplesmente, a associação. Esta pos-
sui elementares próprias, descrevendo, assim, um crime indepen-
dente e distinto daqueles. Os vários elementos colhidos - como o 
porte de grande quantidade de cocaína, "crack" e maconha, a 
forma de acondicionamento, a apreensão de dinheiro, radiotrans-
missor e munições, a dominância do local pela facção "Comando 
Vermelho", além da própria confissão de que trabalhava para o 
tráfico de drogas - são suficientes para que concluamos pela exis-
tência de uma organização anterior entre o acusado e a associação 
criminosa local. Efetivamente, uma associação eventual não com-
preenderia tantos elementos diversos como os encontrados. Signi-
fica dizer que havia uma rotina anterior a ser seguida, com base 
em experiências prévias. Colaboração para o tráfico de drogas. O 
radiotransmissor apreendido e a existência de indivíduos que se 
(e-STJ Fl.479)STJ-Petição Eletrônica (PExt) 00480868/2021 recebida em 21/05/2021 21:42:16
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comunicavam com o Réu ATILAND no momento da prisão consti-tuem elementos idôneos de que ele colaborava com o grupo crimi-
noso local. "(...) A norma incriminadora do art. 37 da Lei nº 
11.343/2006 tem como destinatário o agente que colabora como 
informante com grupo (concurso eventual de pessoas), organiza-
ção criminosa (art. 2º da Lei nº 12.694/2012) ou associação (art. 
35 da Lei nº 11/343/2006), desde que não tenha ele qualquer en-
volvimento ou relação com as atividades daquele grupo, organiza-
ção criminosa ou associação para as quais atua como informante. 
Se a prova indica que o agente mantém vínculo ou envolvi-
mento com esses grupos, conhecendo e participando de sua 
rotina, bem como cumprindo sua tarefa na empreitada co-
mum, a conduta não se subsume ao tipo do art. 37 da Lei de 
Tóxicos, mas sim pode configurar outras figuras penais, 
como o tráfico ou a associação, nas modalidades autoria e 
participação, ainda que a função interna do agente seja a de 
sentinela, fogueteiro ou informante (...)" (HC 224.849/RJ, Rel. 
Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 
11/06/2013, DJe 19/06/2013). Noutro giro, deixo de acolher a 
causa de diminuição do art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006, por-
quanto os depoimentos dos policiais militares não deixam dúvidas 
de que o Réu WANDERSON dedicava-se a atividades criminosas. 
Aplicação da Súmula nº 231 do STJ. RECURSOS DEFENSIVOS A 
QUE SE NEGA PROVIMENTO. (TJ-RJ - APL: 
00140774120168190004 RIO DE JANEIRO SAO GONCALO 5 VARA 
CRIMINAL, Relator: FLAVIO MARCELO DE AZEVEDO HORTA FER-
NANDES, Data de Julgamento: 30/01/2018, SEGUNDA CÂMARA 
CRIMINAL, Data de Publicação: 06/02/2018) 
 Em relação à aplicação do tráfico privilegiado, previsto no §4º da Lei nº 
11.343/2006, embora a maioria dos acusados seja tecnicamente primários, faz-se 
necessário ressaltar, nesse ponto, que mesmo sendo um direito subjetivo do réu, é 
necessário o preenchimento de 4 (quatro) requisitos cumulativos para a sua aplicação, 
a saber, o agente ser primário, de bons antecedentes, não se dedicar a atividades 
criminosas e não integrar organização criminosa, o que não ocorre no presente 
caso, já que os acusados também estão sendo acusados por integrar uma organização 
criminosa voltada para o tráfico de entorpecentes. 
 
 Provada a existência dos crimes e demonstrado que os réus são seus 
autores, não havendo excludente de tipicidade ou de ilicitude, tampouco causa de 
isenção de pena, por consequência lógica devem os acusados serem condenados nas 
sanções previstas nas normas por eles infringidas. 
 
2) DO DELITO DE FINANCIAMENTO AO TRÁFICO IMPUTADO A 
RAIMUNDO NONATO JOÃO DA SILVA E SAYONARA DE ALMEIDA 
MEDEIROS 
 
 O delito de financiamento ao tráfico está previsto no artigo 36 da lei de 
Drogas, que assim dispõe: 
 
“Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos 
artigos 33, caput e parágrafo 1º, e 34 desta lei. 
Pena: reclusão, de oito anos a 20 anos, e pagamento de 1,5 mil a 4 
mil dias-multa” 
 
(e-STJ Fl.480)STJ-Petição Eletrônica (PExt) 00480868/2021 recebida em 21/05/2021 21:42:16
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Financiar significa proporcionar os meios, emprestar, fornecer dinheiro ou 
bens. Custear significa pagar as despesas. O objeto da conduta é qualquer dos crimes 
descritos nos artigos 33, caput, § 1º, ou 34, delitos considerados como tráfico de drogas. 
Cuida-se de conduta que pela legislação anterior era tida como participação no crime 
de tráfico de drogas. No entanto, dada à sua maior gravidade, o Legislador resolveu 
tratá-la como crime autônomo, cominando pena mais severa. 
 
Com efeito, aquele que sustentar com bens ou dinheiro a prática de tráfico 
de drogas (arts. 33, caput, e § 1º, e 34) incorrerá no tipo penal do art. 36. Por isso, 
depende da prática de um dos crimes pelo traficante, uma vez que o tipo penal deixa 
evidente a necessidade do efetivo financiamento ou custeio e a realização dos tipos 
penais (arts. 33, caput, § 1º ou 34). 
 
Dessa forma, não pode haver concurso de crimes entre as condutas 
previstas nos artigos 33 e 34 com a do artigo 36 da Lei de Drogas. No caso de o 
traficante executar a traficância pessoalmente e também financiar ou custear a 
aquisição das drogas, responderá pelo crime do artigo 33 com o acréscimo da pena 
previsto no artigo 40, inciso VII, da Lei de Drogas (por financiar ou custear a prática do 
crime), não se lhe aplicando a conduta autônoma prevista no artigo 36 do mesmo 
diploma legal, conforme entendimento firmado pelo STJ: 
 
RECURSO ESPECIAL. PENAL. TRÁFICO IL´CIITO DE DROGAS. ART. 
33, CAPUT, DA LEI Nº 11.343/2006. FINANCIAMENTO PARA O 
TRÁFICO. INCIDÊNCIA DA CAUSA DE AUMENTO DO ART. 40, IN-
CISO VII, DA MESMA LEI. IMPOSSIBILIDADE DE CONDENAÇÃO, 
EM CONCURSO MATERIAL, PELA PRÁTICA DOS CRIMES DO ART. 
33, CAPUT, E DO ART. 36 DA LEI DE DROGAS. 1. O financia-
mento ou custeio ao tráfico ilícito de drogas (art. 36 da Lei 
nº 11.343/2006) é delito autônomo aplicável ao agente que 
não tem participação direta na execução do tráfico, limi-
tando-se a fornecer os recursos necessários para subsidiar 
a mercancia. 2. Na hipótese de autofinanciamento para o tráfico 
ilícito de drogas não há falar em concurso material entre os crimes 
de tráfico e de financiamento ao tráfico, devendo ser o agente con-
denado pela pena do artigo 33, caput, com a causa de aumento de 
pena do artigo 40, inciso VII, da Lei de Drogas. 3. Recurso especial 
improvido. 
(STJ - REsp: 1290296 PR 2011/0265668-3, Relator: Ministra MA-
RIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Data de Julgamento: 
17/12/2013, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 
03/02/2014). 
Como é cediço, os acusados RAIMUNDO NONATO e SAYONARA foram 
autuados em flagrante, processados e condenados pelo crime de tráfico de drogas e 
associação para o tráfico, nos autos do processo 0000959-67.2018.8.18.0032. O 
supracitado processo originou-se a partir da operação Narcótico, a mesma que 
acarretou a presente ação penal, razão pela qual determinou-se a exclusão neste da 
imputação pelo crime de tráfico, já que não é admitido no direito penal que uma pessoa 
seja processada, julgada e condenada mais de uma vez pelo mesmo fato delituoso. 
 
Assim, as provas obtidas no decorrer da instrução criminal demonstraram 
que os referidos acusados atuavam diretamente no tráfico de drogas, inexistindo provas 
que eles fomentaram e dirigiram com poderio financeiro próprio a prática do delito de 
tráfico: 
 
(e-STJ Fl.481)STJ-Petição Eletrônica (PExt) 00480868/2021 recebida em 21/05/2021 21:42:16
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“Apelação. Arts. 33 e 36 da Lei 11346/06. A defesa pugna pela 
reforma da decisão para absolver o apelante e, subsidiariamente, 
o reconhecimento da minorante inserta no § 4º do art. 33 da Lei 
n. 11.343/06. A autoria restou devidamente comprovada pela 
prova oral produzida, restando certo que o apelante, ao ocupar a 
posição de ¿dono da boca¿, era o responsável pela compra das 
substâncias para que fossem vendidas aos usuários que se dispu-
sessem a comprá-las. Logo, não procede o pleito de absolvição, 
quando provada à saciedade, à luz do conjunto probatório repre-
sado aos autos, a concorrência do acusado para a prática dos cri-
mes que lhe foram imputados. Quanto ao pedido de reconheci-
mento da minorante inserta no § 4º do art. 33da lei 11.343/06, 
igualmente não merece reparo a r. sentença, uma vez que o ape-
lante é reincidente, sendo certo que o acervo probatório evidencia 
que ele se dedicava habitualmente ao tráfico de drogas, fazendo 
desta atividade seu principal meio de subsistência. Correta a dosi-
metria. Quanto ao crime de financiamento do tráfico de drogas, 
tenho que não restou bem caracterizado, daí porque impõe-se a 
absolvição. Com efeito, ao prever como delito autônomo a 
atividade de financiar ou custear o tráfico (art. 36 da Lei nº 
11.343/2006), objetivou o legislador punir o agente que 
não tem participação direta na execução no tráfico, limi-
tando-se a fornecer dinheiro ou bens para subsidiar a mer-
cancia, sem importar, exportar, remeter, preparar, produ-
zir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter 
em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescre-
ver, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas ilici-
tamente. Deste modo, não há provas nos autos de que Alo-
ísio apenas fornecia dinheiro para subsidiar a venda da 
droga. Ao contrário, há provas de que ele atuava no tráfico 
de modo direto, comandando a venda das drogas em diver-
sas localidades. E na hipótese de autofinanciamento para o 
tráfico ilícito de drogas, não há concurso material entre os 
crimes de tráfico (art. 33, caput, da Lei 11.343/2006) e de 
financiamento ao tráfico (art. 36). Este, inclusive, é o entendi-
mento do STJ (6ª Turma, REsp 1290296, j. 17/12/2013). Parcial 
provimento do recurso para absolver o réu da imputação contida 
no art. 36, da Lei 11343/06. (TJ-RJ - APL: 
00055779620118190024 RIO DE JANEIRO ITAGUAI VARA CRIMI-
NAL, Relator: MONICA TOLLEDO DE OLIVEIRA, Data de Julga-
mento: 28/04/2015, TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL, Data de Publi-
cação: 05/05/2015). 
 Sendo assim, impõe-se a absolvição de SAYONARA ALMEIDA DE 
MEDEIROS e RAIMUNDO NONATO JOÃO DA COSTA quanto ao delito do art. 36 
da Lei nº 11.343/06, por não haver prova da existência do fato, nos termos do 
art. 386, II do CPP. 
 
A primeira fase da dosimetria, fixação da pena-base, é das mais 
importantes do processo de fixação da sanção, tanto em razão da variedade de 
elementos que devem ser levados em conta pelo magistrado (e que permitem uma 
análise aprofundada da situação pessoal do réu e do crime que cometeu) como por 
conta das consequências oriundas dessa análise (isto porque as circunstâncias do art. 
59 do CP, além de possibilitarem o estabelecimento da pena em qualquer patamar, 
entre o mínimo e o máximo, sem fixação de percentuais de aumento ou diminuição, 
devem ser consideradas como vetor para a escolha do regime de cumprimento da 
sanção – art. 33, § 3º, do CP). 
 
(e-STJ Fl.482)STJ-Petição Eletrônica (PExt) 00480868/2021 recebida em 21/05/2021 21:42:16
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O art. 59 menciona oito elementos diversos para dosimetria, exatamente 
para evitar a padronização da pena, atitude contrária à individualização. 
 
Conforme mencionado por Guilherme de Souza Nucci “a culpabilidade é o 
fundamento e o limite para a pena”. Se na primeira etapa o juízo de culpabilidade dirá 
se a ação foi digna de reprovação ou não, por ocasião da determinação da pena-
base se verificará em que medida (grau) a conduta praticada pelo autor 
merece censura e reprovação. No art. 59 do Código Penal – que especifica as 
circunstâncias judiciais que devem nortear a fixação da pena-base – a culpabilidade não 
vem mencionada em primeiro lugar por acaso, mas sim porque se trata do critério 
básico e fundamental para a fixação da pena. A culpabilidade foi inserida como 
circunstância judicial a partir da reforma penal de 1984, substituindo o critério 
“intensidade do dolo ou grau de culpa”. Segundo mencionado na exposição de motivos 
da nova parte geral do Código Penal: “preferiu o Projeto a expressão ‘culpabilidade’ em 
lugar de ‘intensidade do dolo ou grau de culpa’, visto que graduável é a censura, 
cujo índice, maior ou menor, incide na quantidade da pena”. 
 
Para balizar tal avaliação da culpabilidade como medida da pena, Juarez 
Cirino dos Santos sugere dois parâmetros: i) “o nível de consciência do injusto” e 
ii) “o grau de exigibilidade de comportamento diverso de autor consciente do 
tipo de injusto”. No mesmo sentido manifesta-se Fernando Galvão, para quem o juízo 
de reprovação não comporta somente a discussão sobre ser exigível, ou não, 
comportamento diverso. O problema fundamental que se apresenta é 
dimensionar a medida da exigibilidade [...]. Quanto maior for a exigibilidade 
de comportamento diverso, maior deverá ser a pena. 
 
Há alguma dúvida de que os réus tinham consciência do injusto 
(organização criminosa e tráfico de drogas)? Os acusados integraram uma 
organização criminosa estruturada com a finalidade praticar o comércio de 
entorpecente na cidade de Picos, penalizando inúmeras famílias. 
Movimentaram grandes quantias em dinheiro oriundas da prática ilegal e 
abasteceram bocas de fumo existentes na região, disseminando ainda mais o 
tráfico. Além da consciência do injusto e da exigibilidade de conduta diversa, 
a premeditação também deve ser tida como elemento da negativa da 
culpabilidade, senão vejamos: 
 
[...] 2. Na hipótese dos autos, não merece censura o julgado, quanto à 
majoração da pena-base em face da maior culpabilidade do Agravante, evidenciada 
pela natureza premeditada da prática delituosa. [...] (AgRg no AREsp 288.922/SE, Rel. 
Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 18/06/2014, DJe 01/08/2014) 
 
Cumpre dizer que “a conduta social simboliza o papel do réu em sociedade, 
retratando-o no trabalho, na família, na comunidade etc., avaliando-se sua vida 
pretérita ao crime” NUCCI (2013, p. 229). Miguel Reale Jr. destaca “que o 
comportamento social espelha em que medida o agente é digno de maior ou menor 
censura, por ter se conduzido de molde a que o delito se inseriu no contexto de sua 
vida, ou constituía um fato alheio e isolado”. Em suma, a conduta social que mede, 
como sustenta Juarez Cirino “o comportamento do autor nos papéis de pai/mãe, 
marido/esposa, filho, aluno, membro da comunidade, profissional, cidadão, etc.”, é 
absolutamente negativa e isso salta aos olhos. As provas colhidas demonstram que 
o conceito existente dos réus perante a sociedade é que tem envolvimento com 
práticas delituosas, além de se relacionarem com pessoas envolvidas com a 
prática de crimes. Não trabalham e vivem ostentando com dinheiro do tráfico, 
(e-STJ Fl.483)STJ-Petição Eletrônica (PExt) 00480868/2021 recebida em 21/05/2021 21:42:16
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estimulando crianças, adolescentes e mulheres a buscarem essa vida sem 
responsabilidade e desrespeitadoras das instituições. 
 
Outrossim, a personalidade dos acusados RAIMUNDO NONATO, 
SAYONARA, GEILSON, JOSÉ PEREIRA, SINARA e BRENDA é voltada para o crime, 
já que as provas demonstraram que eles se dedicavam intensamente às atividades 
criminosas, especialmente ao tráfico de drogas. Tal fato mostra que não seguem 
as regras ético-jurídicas da vida em sociedade. A personalidade “deve ser entendida 
como síntese das qualidades morais e sociais do indivíduo. Na análise da personalidade 
deve-se verificar a sua boa ou má índole, sua maior ou menor sensibilidade ético-social, 
a presença ou não de eventuaisdesvios de caráter de forma a identificar se o crime 
constitui um episódio acidental na vida do réu.” (BITENCOURT, Cezar Roberto. Código 
Penal Comentado. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 299). Frise-se que a 
personalidade é circunstância judicial que deve ser aferida pelo juiz não com 
base em prova pericial, mas levando em conta todo o contexto da vida 
criminosa do acusado, a fim de avaliar sua má índole, sua maior ou menor 
sensibilidade ético-social. Enfim, a personalidade não é fato que deixa vestígios para 
exigir perícia, mas sim elemento subjetivo, personalíssimo, examinado à luz de todos 
os comportamentos. Frise-se que a natureza e a quantidade da substância negociada, 
a saber, cocaína e maconha, a personalidade e a conduta social dos agentes são todas 
negativas, e devem preponderar, nos termos do artigo 42, da Lei 11.343/2006. 
 
Quanto à avaliação das circunstâncias do crime, é necessário ter em 
conta, conforme MASSON (2014), “os dados acidentais, secundários, relativos à infra-
ção penal, mas que não integram sua estrutura, tais como o modo de execução do 
crime, os instrumentos empregados em sua prática, as condições de tempo e lo-
cal em que ocorreu o ilícito penal, o relacionamento entre o agente e o ofen-
dido etc1” (grifo nosso). As circunstâncias em que ocorreram os delitos são des-
favoráveis, já que a organização criminosa foi estruturada basicamente dentro 
do próprio grupo familiar, de forma a dificultar sua descoberta, tendo sido ne-
cessárias anos de investigação para identificar o grupo criminoso e a função 
exercida por cada um dos integrantes. De igual modo, a prática do tráfico de 
drogas foi executada de forma a evitar flagrantes e a apreensão de grande 
quantidade de substâncias entorpecentes em um mesmo local, já que foram 
verificados diversos pontos onde as drogas eram estocadas. 
 
As consequências da prática do crime de organização criminosa são 
desfavoráveis, já que foi instituída para a prática de traficância na região, fomentando 
a disseminação de bocas de fumos e de usuários na região. De igual modo, as 
consequências do crime de tráfico de drogas são as mais negativas de que se tem 
notícia, não sendo irrazoável dizer que é um fato notório que dispensa prova. São 
famílias destruídas, pessoas que passam a viver como bichos, hierarquias familiares, 
base da sociedade, quebras pela destruição de tudo que se tem por valores, em nome 
da aquisição da droga. 
 
Por fim, a natureza e quantidade das substâncias entorpecentes deve ser 
considerada relevante. As provas demonstraram que o grupo criminoso movimentou 
uma grande quantidade e variedade de drogas (maconha, cocaína e crack). 
 
 Ante o exposto, provada a materialidade dos crimes de organização 
criminosa e tráfico de drogas, bem como a autoria dos réus e inexistindo causa 
excludente de ilicitude ou culpabilidade, o Ministério Público do Estado do Piauí, 
desde logo, pugna pela: 
 
(e-STJ Fl.484)STJ-Petição Eletrônica (PExt) 00480868/2021 recebida em 21/05/2021 21:42:16
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a) CONDENAÇÃO de RAIMUNDO NONATO JOÃO DA SILVA 
(DOUTOR), SAYONARA DE ALMEIDA MEDEIROS, GEILSON DIAS DE 
SOUSA (GG) e JOSÉ PEREIRA DE BRITO NETO (VELHINHO) pela 
prática do crime previsto do art. 2º, caput, da Lei nº 12.850/2013 
(organização criminosa); 
 
b) CONDENAÇÃO de ANTÔNIO WESLEY DE SOUSA, LUZINEIDE DE 
SOUSA ALMEIDA, JOSÉ EDSON NASCIMENTO SILVA, BRENDA 
CÉSAR DO NASCIMENTO EVANGELISTA e SINARA FRANCISCA LEAL 
pelos crimes do art. 2º, caput, da Lei nº 12.850/2013 e art. 33 da 
Lei nº 11.343/06, nos termos do art. 29 do CP (organização 
criminosa e tráfico de drogas em concurso material); 
 
c) ABSOLVIÇÃO de RAIMUNDO NONATO JOÃO DA SILVA (DOUTOR) 
e SAYONARA DE ALMEIDA MEDEIROS do crime previsto no art. 36 
da Lei nº 11.343/06, por não haver prova da existência do fato; 
 
d) ABSOLVIÇÃO de MARINEZ LUCAS DE ALMEIDA SOUSA, TERESA 
REGINA MARIA DA SILVA e EDILBERTO LUCAS DE ALMEIDA (BITA), 
dos delitos do art. 2º, caput, da Lei nº 12.850/2013 e art. 33 da Lei 
nº 11.343/06, por não existir provas suficientes para a condenação. 
 
 Ato contínuo, diante da fundamentação idônea supracitada, requer-se o 
afastamento do privilégio previsto no art. 33, § 4º da Lei nº 11.343/2006, bem assim, 
que sejam reconhecidas as circunstâncias judiciais (art. 59, CP e art. 42, da lei de 
drogas) desfavoráveis. Ademais, o reconhecimento do caráter hediondo dos referidos 
crimes, nos termos da Lei nº 8.072/90. 
 
 Picos/PI, 13 de abril de 2020 
 
Gerson Gomes Pereira 
Promotor de Justiça 
(e-STJ Fl.485)STJ-Petição Eletrônica (PExt) 00480868/2021 recebida em 21/05/2021 21:42:16
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