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Med FAP – Iôgo Torres | 1° Período, UCIII METABOLISMO – UCIII (TUTORIA 1) 1) DESCREVER O METABOLISMO CELULAR Metabolismo é o conjunto das reações químicas que ocorrem num organismo vivo com o fim de promover a satisfação de necessidades estruturais e energéticas. É uma atividade altamente coordenada na qual diversos sistemas multienzimáticos atuam conjuntamente visando 4 objetivos: 1. Obter energia química, seja por captação de energia solar ou degradação de nutrientes ricos em energia obtidos do meio ambiente; 2. Converter as moléculas dos nutrientes em moléculas em unidades fundamentais precursoras das macromoléculas celulares; 3. Reunir e organizar estas unidades fundamentais em pt, ác. nucleicos, polissacarídeos e outros componentes celulares a partir de precursores monoméricos, as quais vão ter atividades específicas nas células; 4. Sintetizar e degradar biomoléculas necessárias às funções especializadas das células. Os ciclos da matéria são possíveis graças a um enorme fluxo de energia para e através da biosfera que se inicia pela captura de energia solar pelos organismos fotossintetizantes e o uso dessa energia para formar carboidratos e outros nutrientes orgânicos ricos em energia. Esses nutrientes são, então, utilizados como fonte de energia pelos organismos heterotróficos. Nos processos metabólicos e em todas as transformações e em todas as transformações de energia há uma perda de energia útil (energia livre) e aumento inevitável na quantidade de energia não aproveitável (calor e entropia). Ao contrário do ciclo da matéria, a energia livre flui apenas em um sentido (…). Carbono, oxigênio e nitrogênio são reciclados continuamente, porém, a energia é constantemente transformada em formas não aproveitáveis, como calor. O metabolismo é a soma de todas as transformações que ocorrem em uma célula no organismo, dá-se por meio de uma série de reações catalisadas por enzimas que formam as vias metabólicas. Cada uma das etapas consecutivas de uma via metabólica contribui com uma mudança química pequena e específica – normalmente remoção, transferência ou adição de um determinado átomo ou grupo funcional. O precursor é transformado em produto por meio de uma série de intermediários metabólicos, denominados metabólitos. Em geral, o termo metabolismo intermediário é aplicado para a atividade combinada de todas as vias metabólicas que interconvertem precursores, metabólitos e produtos de baixo peso molecular (em geral, Mr < 1000). O METABOLISMO É DIVIDIDO EM DUAS FASES: CATABOLISMO E ANABOLISMO • CATABOLISMO = QUEBRA (LIBERAÇÃO DE ENERGIA): é a fase degradativa do metabolismo. Nela, moléculas de nutrientes orgânicos (carboidratos, gorduras e pt) são degradadas por reações consecutivas em produtos finais menores e mais Med FAP – Iôgo Torres | 1° Período, UCIII simples, como ácido lático, CO2 e NH3. As vias catabólicas liberam energia, parte da qual é conservada em forma de ATP e carreadores de elétrons reduzidos (NADH, NADPH e FADH2), sendo que o resto é perdido em calor. • ANABOLISMO = BiOSSÍNTESE (ABSORÇÃO DE ENERGIA): é a fase sintetizante do metabolismo. É nessa fase que precursores simples pequenos são utilizados para formar moléculas maiores e mais complexas, incluindo lipídeos, polissacarídeos, pt e ácidos nucleicos. As reações anabólicas necessitam de um suprimento de energia na forma de potencial de transferência de grupos fosforila do ATP e do poder redutor de NADH, NADPH e FADH2. IMPORTANTE: Algumas vias metabólicas são lineares e outras são ramificadas, produzindo muitos produtos finais úteis a partir de um único precursor ou convertendo vários materiais de partida em um único produto. De maneira geral, as vias catabólicas são convergentes e as vias anabólicas são divergentes. Algumas vias são cíclicas, nas quais um dos produtos iniciais são regenerados ao fim do processo. Três tipos de vias metabólicas não lineares. (a) Convergente, catabólica, (b) divergente, anabólica e (c) cíclica. Em (c), um dos com-postos de partida (no caso, o oxalacetato) é regenerado e reingressa na via. O acetato, um intermediário metabólico chave, é o produto da degradação de uma grande variedade de combustíveis (a), serve de precursor para um grande número de produtos (b) e é consumido na via catabólica conhecida como o ciclo do ácido cítrico (c). A maioria das células possui enzimas que processam tanto a degradação quanto a síntese de categorias importantes de biomoléculas (ex.: ácidos graxos). A síntese e a degradação simultânea de ácidos graxos seria um desperdício, mas isso é evitado pela Med FAP – Iôgo Torres | 1° Período, UCIII regulação recíproca das sequências de reações anabólicas e catabólicas, de modo que, quando uma está operante, a outra está inoperante. Dois fluxos opostos de reações ocorrem nas células: (1) as vias catabólicas degradam os alimentos em moléculas menores e geram tanto energia, em uma forma utilizável pelas células, como também geram as pequenas moléculas que as células necessitam como unidades fundamentais, e (2) as vias anabólicas, ou biossintéticas, que usam as moléculas pequenas e a energia liberada pelo catabolismo de maneira controlada para a síntese de todas as demais moléculas que formam as células. O conjunto desses dois grupos de reações constitui o metabolismo celular. 2) COMPREENDER E RELACIONAR O PROCESSO DE SÍNTESE E DEGRADAÇÃO E SEUS EFEITOS NO ORGANISMO As vias anabólicas e catabólicas que estão ligadas pelos mesmos dois produtos finais (ex.: glicose → → piruvato e piruvato → → glicose) podem utilizar muitas enzimas iguais, porém, invariavelmente, uma das etapas é catalisada por enzimas diferentes, uma na direção do anabolismo e outra na direção do catabolismo, e, ainda, essas enzimas constituem pontos de regulações separados. Outro fator que contribui para a regulação separada das sequências de reações anabólicas e catabólicas é a separação do par de vias anabólicas e catabólicas em diferentes compartimentos celulares. Por exemplo, nos animais, o catabolismo dos ácidos graxos é realizado nas mitocôndrias e o anabolismo (síntese), no citosol. As vias metabólicas são reguladas em vários níveis, tanto de dentro da célula como de fora dela. A regulação mais imediata é a disponibilidade de substrato. Um segundo tipo de controle rápido é a regulação alostérica, que acontece por intermediário metabólico ou uma coenzima que sinaliza o estado metabólico interno da célula. Relações energéticas entre as vias ca-tabólicas e anabólicas. As vias catabólicas disponibilizam energia quí-mica na forma de ATP, NADH, NADPH e FADH2. Esses transportadores de energia são usados em vias anabólicas para converter precursores pe-quenos em macromoléculas celulares. Med FAP – Iôgo Torres | 1° Período, UCIII VIA METABÓLICA = é o conjunto de reações metabólicas envolvidas no processamento de moléculas específicas. Dessa maneira, como podem ser as vias metabólicas dentro do metabolismo? 1. Vias convergentes: catabólicas; 2. Vias divergentes: anabólicas; 3. Vias cíclicas: o produto inicial é regenerado no final 4. Vias de oxidação de carboidratos (via glicolítica, ciclo de pentoses, processos fermentativos) 5. Vias de oxidação de ácidos graxos e AA 6. Produção de energia e precursores de outras moléculas (ciclo ác. tricarboxílico e fosforilação oxidativa) 7. Fotossíntese 8. Ciclo do nitrogênio e fixação biológica de nitrogênio Todas essas vias metabólicas estão relacionadas à manutenção das características e organização dos seres vivos, bem como a extração, transformação e uso da energia do meio em que vivemos. É válido ressaltar que o estudo das transformações da energia que ocorrem nas células e dos processos químicos envolvidos nessas transformações está ligada à bioenergética – que é o estudo quantitativo das transduções de energia que ocorrem nas célulasvivas. Tais transformações da energia biológica em energia química obedecem às Leis da Termodinâmica. → PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA: PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA Para qualquer mudança química ou física, a quantidade total de energia do universo permanece constante; a energia pode mudar de forma ou pode ser transformada de uma região para outra, mas não pode ser criada ou destruída. → SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA: O UNIVERSO TENDE PARA O AUMENTO DA DESORDEM (ENTROPIA) Em todos os processos naturais, a entropia do universo aumenta (…). Os sistemas biológicos jamais atingem o equilíbrio com o meio, e a constante interação entre o sistema e o meio explica como os organismos podem se auto-organizar, funcionando em total acordo com a segunda leia da termodinâmica. Em resumo, os organismos vivos preservam sua organização interna por captarem a energia livre do meio na forma de nutrientes ou luz solar e devolverem a ele uma quantidade de energia igual, na forma de calor e entropia. PARÂMETROS DA TERMODINÂMICA A SEREM FIXADOS: Energia livre de Gibbs, G = é a quantidade de energia capaz de realizar trabalho durante uma reação a temperatura e pressão constantes. Quando ocorre variação dessa energia, então temos ΔG. Se houver LIBERAÇÃO dessa energia, temos uma reação exergônica – com ΔG negativo. Caso haja GANHO de energias, tem-se, então, uma reação endergônica – com ΔG positivo. Med FAP – Iôgo Torres | 1° Período, UCIII Entalpia, H = é o conteúdo de calor do sistema reagente, e reflete o número e o tipo de ligações químicas nos reagentes e produtos. Quando uma reação libera calor ela é dita exotérmica (ΔH negativo) e quando ela absorve calor ela é dita endotérmica (ΔH positivo). Entropia, S, é a quantitativa da desordem de um sistema. Quando os produtos de uma reação são menos complexos e mais desordenados que os reagentes, a reação ocorre com ganho de entropia. As unidades de ΔG e ΔH são joules/mol ou calorias/mol (lembre-se de que 1 cal 5 4,184 J); as unidades de entropia são joules/mol·Kelvin (J/mol·K). Sob as condições existentes nos sistemas biológicos (in-cluindo temperatura e pressão constantes), as variações de energia livre, entalpia e entropia estão quantitativamente relacionadas pela equação: ΔG = ΔH – TΔS Em que ΔG é a variação na energia livre de Gibbs do sistema reagente, ΔH é a variação na entalpia do sistema, T é a temperatura absoluta e ΔS é a variação da entropia do sistema. Por convenção, ΔS possui sinal positivo quando a entropia aumenta, e ΔH, como mencionado anteriormente, possui sinal negativo quando o sistema libera calor para o meio. Em qualquer uma dessas condições, as duas são tí-picas dos processos energeticamente favoráveis, tendem a fazer ΔG ser negativo. De fato, ΔG dos sistemas que reagem espontaneamente é sempre negativo. FUNCIONAMENTO CELULAR As células são sistemas isotérmicos – elas funcionam essencialmente em temperaturas constantes, assim como em pressão constante. O fluxo de calor não é uma fonte de energia para as células, visto que as células podem e devem utilizar energia livre de Gibbs, G, que permite predizer o sentido das reações químicas, sua posição de equilíbrio exata e a quantidade de trabalho que elas podem realizar em temperatura e pressão constantes. As células dos seres heterotróficos adquirem energia livre a partir das moléculas de nutrientes, e as células fotossintetizantes adquirem energia livre a partir da radiação solar absorvida. Ambos os tipos de células transformam essa energia livre em ATP e em outros compostos ricos em energia, capazes de fornecer energia para a realização de trabalho biológico em temperatura constante. COMO AS CÉLULAS OBTÊM ENERGIA DOS ALIMENTOS O suprimento constante de energia que as células necessitam para gerar e manter a ordem biológica que as mantém vivas vem da energia das ligações químicas das moléculas dos alimentos. Esse processo de transformação de macromoléculas em moléculas menores ocorre devido à digestão enzimática, que degrada as moléculas poliméricas até suas subunidades – as pt em AA, os lipídeos em ác. graxos e glicerol e os carboidratos em açucares. Após a digestão, as pequenas moléculas orgânicas derivadas dos alimentos entram em contato com o citosol das células, onde sua oxidação gradual inicia. Med FAP – Iôgo Torres | 1° Período, UCIII Grande parte das moléculas orgânicas se ligam por LIGAÇÕES COVALENTES, que são ligações químicas caracterizadas pelo compartilhamento de um ou mais pares de elétrons entre átomos com a principal finalidade de formar moléculas estáveis segundo a teoria do octeto (segundo a qual um átomo adquire estabilidade quando possui 8 elétrons na camada de valência (camada eletrônica mais externa), ou 2 elétrons quando possui apenas uma camada. A partir disso, diferentemente das ligações iônicas, em que ocorre a perda ou o ganho de elétrons, nas ligações covalentes, geralmente ocorridas entre não metais (ametais) da tabela periódica, os pares eletrônicos compartilham elétrons com o objetivo de obterem estabilidade. As ligações covalentes são classificadas em: Ligações Covalentes e Ligações Covalentes Dativa. Como exemplo de ligações covalentes temos a formação da água, H2O, do oxigênio, O2, e do ferro, F2. 3) RECONHECER OS PRINCIPAIS NUTRIENTES PARA O ORGANISMO, SUAS FUNÇÕES E ONDE ENCONTRÁ-LOS Segundo Sociedade Brasileira de Diabetes e estudos da UnB existe uma relação direta entre nutrição, saúde e bem-estar físico e mental do indivíduo. As pesquisas comprovam que a boa alimentação tem um papel fundamental na prevenção e no tratamento de doenças. Há milhares de anos, Hipócrates já afirmava: “que teu alimento seja teu remédio e que teu remédio seja teu alimento”. É isso mesmo. O equilíbrio na dieta é um dos motivos que permitiu ao homem ter vida mais longa neste século. O QUE SÃO ALIMENTOS: Alimentos são todas as substâncias sólidas e líquidas que, levadas ao tubo digestivo, são degradadas e depois usadas para formar e/ou manter os tecidos do corpo, regular processos orgânicos e fornecer energia. Mas devemos tomar cuidado com definições genéricas. Um exemplo: não existem alimentos perfeitos, ou seja , nenhum alimento possui todos os nutrientes responsáveis por regular, construir ou manter os tecidos e fornecer energia. O QUE SÃO NUTRIENTES: Nutrientes são todas as substâncias químicas que fazem parte dos alimentos e que são absorvidas pelo organismo, sendo indispensáveis para o seu funcionamento. Também podemos dizer que os nutrientes são os produtos dos alimentos depois de degradados. Assim, os alimentos são digeridos para que os nutrientes sejam absorvidos (processo pelo qual os nutrientes chegam ao intestino e, daí, passam para o sangue, agindo sobre o organismo). O QUE É CALORIA (CAL): A caloria é a unidade de calor usada na Nutrição. Esta unidade de calor é a medida de energia liberada a partir da “queima” (digestão) do alimento e que é então utilizada pelo corpo. Cada nutriente fornece diferentes quantidades de energia (caloria). Quanto maior for a variedade de nutrientes que um alimento tiver, maior será o seu valor nutricional (equilíbrio entre qualidade e quantidade). Assim, os alimentos são divididos em grupos, pelas semelhanças que apresentam, sendo uma delas a concentração de nutrientes. Med FAP – Iôgo Torres | 1° Período, UCIII O QUE SÃO MACRONUTRIENTES: Os macronutrientes são os nutrientes dos quais o organismo precisa em grandes quantidades e que são amplamente encontrados nos alimentos. São especificamente os carboidratos, as gorduras e as proteínas. Os carboidratos são nutrientes que fornecem energia para o nosso organismo. A ingestão de carboidratos evita que as proteínas dos tecidos sejam usadas para o fornecimento de energia. Quando isso ocorre, há comprometimento do crescimento e reparo dos tecidos, que sãoas funções importantes das proteínas. Os carboidratos são classificados em simples e complexos. Glicose, frutose, sacarose e lactose são os carboidratos simples mais encontrados nos alimentos, estando o amido entre os complexos. Encontramos os carboidratos simples, por exemplo, no mel, no açúcar presente no leite e das frutas. Já os carboidratos complexos são encontrados nos cereais e derivados, como arroz, trigo, centeio, cevada, milho, aveia, farinhas, massas, pães, tapioca, cuscuz, macarrão etc. OBS.: FIBRAS Embora as fibras sejam também classificadas como carboidratos, pertencem ao grupo dos oligossacarídeos, sendo eliminadas nas fezes pelo organismo. Justamente por essa razão são importantes para a manutenção das funções gastrointestinais e a consequente prevenção de doenças relacionadas. Devem constar do planejamento das refeições, sendo facilmente encontradas em alimentos de origem vegetal, como hortaliças, frutas e cereais integrais. As fibras são classificadas em solúveis e insolúveis, tendo as primeiras importante função no controle glicêmico (especialmente as pectinas e as beta glucanas), e as insolúveis, na fisiologia intestinal. Os Lipídeos ou Gorduras, são componentes alimentares orgânicos que, por conterem menos oxigênio que os carboidratos e as proteínas, fornecem taxas maiores de energia. São também importantes condutoras de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e fornecem ácido graxos essenciais assim denominados pois o nosso organismo não os produz, devendo ser obtidos a partir de fontes alimentares. A recomendação de ingestão diária de gorduras é de 25% a 30% do valor calórico total, preferencialmente proveniente de alimentos vegetais e/ou de seus respectivos óleos, lembrando que, por serem ricos em calorias, devem ser consumidos moderadamente. são os principais fornecedores de energia, além dos carboidratos. Também são responsáveis por proteger os órgãos contra lesões, manter a temperatura do corpo e produzir uma sensação de saciedade depois das refeições. As gorduras podem ser tanto de origem animal quanto vegetal. As de origem animal geralmente são sólidas à temperatura ambiente e as de origem vegetal são líquidas. Lipídios e gorduras podem ser encontrados no azeite de oliva, canola, girassol ou amendoim, já as gorduras poliinsaturadas encontramos em peixes, semente de linhaça e óleo de soja e são importantes componentes alimentares que também auxiliam na manutenção de um adequado perfil lipídico sanguíneo As proteínas são componentes necessários para o crescimento, construção e reparação dos tecidos do nosso corpo. Elas entram na constituição de qualquer célula, sejam células nervosas no cérebro, células sanguíneas (hemácias), células dos músculos, coração, fígado, das glândulas produtoras de hormônio ou quaisquer outras. As proteínas ainda fazem parte da composição dos anticorpos do sistema imunológico corporal, participam ativamente de inúmeros processos metabólicos e de muitas outras funções do corpo. Med FAP – Iôgo Torres | 1° Período, UCIII Quando necessário, as proteínas são convertidas em glicose para fornecer energia. O excesso de consumo de proteína pode causar prejuízos, como a sobrecarga de trabalho no fígado e nos rins, aumento da excreção de cálcio e de outros minerais. As fontes de proteína de origem animal são de alto valor biológico, ou seja, apresentam melhor pool (composição) de aminoácidos em relação às fontes proteicas vegetais. Para melhorar esse pool de aminoácidos dos alimentos de origem vegetal é essencial ter uma alimentação variada e combinar os alimentos numa mesma refeição, como é o caso do arroz com feijão (complementação da proteína de um cereal com a proteína de uma leguminosa). MICRONUTRIENTES: o contrário dos macronutrientes, existem nutrientes que não precisamos absorver em grandes quantidades, embora eles sejam muito importantes para o bom funcionamento de nosso organismo. São os micronutrientes, encontrados nos alimentos em concentrações pequenas. Existem dois tipos de micronutrientes: as vitaminas e os minerais. Podemos encontrar as vitaminas nas frutas, vegetais e em alimentos de origem animal. Elas são importantes na regulação das funções do nosso organismo, ou seja , são indispensáveis para o seu bom funcionamento, contribuindo para o fortalecimento do nosso corpo e evitando gripes freqüentes e outras doenças. Por isso, são essenciais para ajudar as proteínas a construir e/ou manter os tecidos e os processos metabólicos. Podemos encontrar os minerais nos alimentos de origem animal e vegetal. As melhores fontes alimentares são aquelas nas quais os minerais estão presentes em maior quantidade e são melhor absorvidos pelo organismo, ou seja, quando são melhor aproveitados. Alguns dizem que as melhores fontes são de origem animal, mas outros já preferem as de origem vegetal. Seja qual for a fonte, os minerais são indispensáveis para regular as funções do nosso organismo e compor a estrutura dos nossos ossos e dentes. O cálcio é o principal responsável por essa função e pode ser encontrado em maior quantidade nos leites e derivados. Como ocorre com as vitaminas, a suplementação de minerais geralmente não é importante, já que a maioria deles está disponível nos alimentos e na água (rica em flúor, importante para a saúde dos dentes). Para garantir uma quantidade adequada de todas os minerais, portanto, é só ter uma alimentação balanceada. (TUTORIA 2) 1) DESCREVER O PROCESSO DE FORMAÇÃO DO ATP O ATP é sintetizado em uma reação de fosforilação altamente desfavorável do ponto de vista energético, na qual um grupo fosfato é adicionado à ADP (adenosina difosfato). Quando necessário, o ATP doa certa quantidade de energia por meio de sua hidrólise, energeticamente muito favorável, formando ADP e fosfato inorgânico. O ADP regenerado fica, então, disponível para ser utilizado em outro ciclo de reação de fosforilação que forma ATP novamente. A reação energeticamente favorável da hidrólise do ATP é acoplada a muitas outras reações (que sem esse acoplamento seriam desfavoráveis), nas quais são sintetizadas outras moléculas. Muitas dessas reações Med FAP – Iôgo Torres | 1° Período, UCIII acopladas envolvem a transferência do fosfato terminal do ATP para alguma outra molécula. Por ser o carreador ativado de energia mais abundante nas células, o ATP é a principal “moeda corrente”. Adenosina Trifosfato, ATP, é uma molécula formada por uma adenosina (junção de uma ribose + uma adenina) e três grupamentos fosfato – sendo que tal molécula é o resultado químico do metabolismo energético e é a ÚNICA forma de energia utilizável pelas células. Assim, para que a energia derivada da oxidação dos nutrientes possa ser utilizada pelas células, ela deve ser convertida sob a forma de ATP. Essa molécula de ATP é formada a partir da Adenosina Difosfato (ADP) e do Fosfato Inorgânico (Pi, a pH 7,4). O aproveitamento da energia do ATP é feito associado a remoção de seu grupo fosfato terminal aos processos que requerem energia. Desta forma, a energia química armazenada no ATP pode ser utilizada em processos químicos (biossíntese), mecânicos (contração muscular), elétricos (condução do impulso nervoso), osmóticos (transporte ativo através de membranas) etc. Med FAP – Iôgo Torres | 1° Período, UCIII ADP + Pi + energia livre → ATP + H20 Quando perde um de seus fosfatos inorgânicos o ATP se torna ADP, Adenosina Difosfato. A recarga do ADP para a produção de ATP pode ocorrer tanto durante a fosforilação oxidativa (processo que ocorre na respiração celular) como na fotofosforilação (processo que ocorre na fotossíntese). Por fim, é importante lembrar que a produção de ATP é considerada um anabolismo, pois é um processo de síntese de uma molécula. Já a quebra de ATP em ADP + grupo fosfato inorgânico é considerada uma reação de catabolismo,pois quebra uma molécula para produzir energia. O objetivo primordial do metabolismo energético é a síntese e a ressintetização da molécula de ATP para a manutenção do bom funcionamento celular As enzimas acoplam reações energeticamente favoráveis (como a oxidação de alimentos) com reações energeticamente desfavoráveis, como a geração de moléculas carreadoras ativadas. OBS.: Oxidação refere-se a mais do que à adição de átomos de oxigênio. O termo se aplica de maneira geral a qualquer reação na qual haja transferência de elétrons de um átimo a outro. Onde oxidação é remoção de é e redução é a adição de é. 2) INTERPRETAR O CICLO DE KREBS As mitocôndrias, que ocorrem em quase todas as células de animais, plantas e fungos, “queimam” moléculas do alimento para produzir ATP pela fosforilação oxidativa. Os cloroplastos, que ocorrem somente nas plantas e algas verdes, aproveitam a energia solar para produzir ATP pela fotossíntese. Med FAP – Iôgo Torres | 1° Período, UCIII Para interpretar o ciclo do krebs, ou ciclo do ácido cítrico, é necessário saber que tal processo faz parte da Respiração Celular e esta, por sua vez, divide-se em três processos: GLICÓLISE, CICLO DE KREBS E CADEIA RESPIRATÓRIA. A respiração celular tem por objetivo a produção de ATP, na qual os saldos energéticos de cada fase são: • Glicólise: 2 ATP • Ciclo de Krebs: 2 ATP • Cadeia Respiratória: 34 ATP _______________________________ saldo final = 38 ATP GLICÓLISE Na glicólise, uma molécula de glicose é degradada em uma série de reações catalisadas por enzimas, gerando duas moléculas de um composto de três carbonos, o piruvato. A glicólise é a via central quase universal do catabolismo da glicose. A quebra glicolítica da glicose é a única fonte de energia metabólica em alguns tecidos e células (ex.: medula renal, eritrócitos, encéfalo etc) A fermentação, por sua vez, é um termo geral para a degradação anaeróbica da glicose ou de outros nutrientes orgânicos para obtenção de energia, conservada como ATP. A glicólise difere entre as espécies apenas nos detalhes de sua regulação e no destino metabólico subsequente do piruvato formado. Os princípios termodinâmicos e os tipos de mecânicos de mecanismos regulatórios que governam a glicólise são comuns a todas as vias do metabolismo celular. Med FAP – Iôgo Torres | 1° Período, UCIII CICLO DE KREBS 3) DESCREVER O PROCESSO DE FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA A fosforilação oxidativa, ou síntese de ATP, é um processo endergônico (de consumo de energia) que adiciona fosfato inorgânico ao ADP. ADP + Pi + energia livre → ATP + H20 Existem duas hipóteses para que ocorra a fosforilação oxidativa: • Enzimática • Quimiosmótica (princial) – tal hipótese, desenvolvida pelo cientista Peter Mitchell em 1961 prega que a energia do transporte de elétrons é utilizada para bombear prótons do interior da mitocôndria através da membrana interna, que é virtualmente impermeável a prótons, para o espaço intermembranas . O transporte de H+ ocorre contragradiente, sendo um processo endergônico. Med FAP – Iôgo Torres | 1° Período, UCIII 4) DESCREVER O METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS Os carboidratos são compostos orgânicos que contêm: C, H e O em várias combinações. As funções dos carboidratos são: fornecimento de energia, reserva de energia, estrutural etc. Os carboidratos são a única fonte de energia aceita pelo cérebro, importantes para o bom funcionamento do sistema nervoso. São classificados em simples e complexos: • simples: monossacarídeos (glicose, frutose e galactose) e dissacarídeos (sacarose, maltose e lactose • oligossacarídeos • polissacarídeos: vegetais (celulose e amido) e animais (glicogênio). O processo de “quebra” da molécula de carboidrato para produção de energia ou para a produção de moléculas menores de CHO é denominado HIDRÓLISE. O caminho percorrido pelos carboidratos até se tornarem energia é: E as principais enzimas envolvidas nesse processo são: • Amilase salivar: início da quebra do polissacarídeo em dissacarídeo na boca • Amilase pancreática: no intestino delgado, o polissacarídeo é convertido em dissacarídeos • Sacarase: no intestino delgado, a sacarose é convertida em glicose e frutose • Maltase: no intestino delgado, a maltose é convertida em 2 moléculas de glicose • Lactase: no intestino delgado, a lactose é convertida em glicose e galactose Med FAP – Iôgo Torres | 1° Período, UCIII Após a absorção: Glicose se converte em glicogênio (muscular ou hepático) e o excesso se transformará em gordura. GLICOGÊNESE: síntese de glicose em glicogênio GLICOGENÓLISE: quebra e conversão do glicogênio em glicose GLICONEOGÊNESE: formação de glicose a partir de outras substâncias como os AA, glicerol, piruvato e lactato pelo fígado. Obs.: os produtos da decomposição de gorduras, pt e outras substâncias podem ser levadas ao fígado pelo sangue para a reconversão em glicose. Med FAP – Iôgo Torres | 1° Período, UCIII
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