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Rafaela Fernandes O homem, sendo a nasofaringe o local de colonização do microrganismo, é o principal reservatório do Streptococcus pneumoniae. Contato direto (de pessoa para pessoa) ou pelo contato com as secreções nasofaríngeas por meio de gotículas de saliva ou muco expelidos quando os indivíduos infectados tossem, falam ou espirram. Algumas pessoas possuem a bactéria na nasofaringe sem apresentar qualquer sintoma, mas ainda assim são capazes de disseminá-la. Os portadores mais frequentes são as crianças menores de 2 anos. Conasems_ Aula 24 22 DOENÇA PNEUMOCÓCICA Fonte: Adobe Stock O Streptococcus pneumoniae ou pneumococo é uma bactéria gram-positiva, capsulada, que tem mais de 93 sorotipos imunologicamente distintos de importância epidemiológica mundial na distribuição. A infecção causada pela bactéria Streptococcus pneumoniae (pneumococo) é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. O pneumococo causa doenças que atingem o trato respiratório e o cérebro, classificadas em dois tipos: Doença Pneumocócica Invasiva (DPI) – meningite, pneumonia bacterêmica e sepse, e Doenças Não Invasivas, consideradas mais leves, mas de grande peso econômico e social, que incluem otite média, sinusite, bronquite e também a pneumonia não bacterêmica. Reservatório Agente Etiológico Modo de Transmissão Em geral, de 2 a 10 dias, em média 3 a 4 dias. Período de Incubação Rafaela Fernandes A suscetibilidade é geral. As crianças menores de 5 anos, principalmente as menores de 1 ano, pessoas maiores de 60 anos e indivíduos portadores de quadros crônicos ou de doenças imunossupressoras apresentam maior risco de adoecimento. O diagnóstico laboratorial específico é feito por meio das técnicas de cultura, Reação em Cadeia Polimerase (PCR) e aglutinação pelo látex. A cultura é considerada padrão ouro para o diagnóstico da doença. Devem ser feitos testes de sensibilidade antimicrobiana. Em caso de suspeita de infecção pneumocócica, embora o tratamento de escolha para as infecções pneumocócicas seja com antibióticos betalactâmicos ou macrolídios, o tratamento tornou-se um desafio pelo surgimento de cepas resistentes. Cepas altamente resistentes a penicilina, ampicilina e outros betalactâmicos são mundialmente comuns. A resistência a antibióticos macrolídios também aumentou significativamente; esses fármacos não são recomendados como monoterapia para pacientes hospitalizados com pneumonia adquirida na comunidade. Pacientes gravemente enfermos com infecções não meníngeas causadas por microrganismos altamente resistentes à penicilina frequentemente podem ser tratados com cefalosporinas de 3ª geração como ceftriaxona ou cefotaxima. O tratamento precoce e adequado dos casos reduz significativamente a letalidade da doença e é importante para o prognóstico satisfatório. Tratamento Quadro Clínico Entre as principais manifestações clínicas provocadas pelo pneumococo citamos: Bacteremia pneumocócica: pode ocorrer em pacientes imunocompetentes e imunodeprimidos, e os que sofreram esplenectomia (retirada do baço) estão particularmente em risco. Quando ocorre bacteremia (presença da bactéria na corrente sanguínea), a infecção secundária de locais distantes pode provocar infecções, tais como artrite séptica, meningite e endocardite. Pneumonia pneumocócica: é a infecção grave mais frequente causada pelo pneumococo, podendo manifestar-se como pneumonia lobar ou, menos comumente, como broncopneumonia. Meningite pneumocócica: a meningite purulenta aguda é provocada frequentemente por pneumococos e pode ser secundária a bacteremias de outros focos (em especial pneumonia); extensão direta de otite, processo mastoide ou seios paranasais. Ocorrem sintomas típicos de meningite (ex., cefaleia, rigidez de nuca e febre). As complicações após a meningite pneumocócica incluem: perda auditiva (em até 50% dos pacientes), convulsões, disfunção mental, paralisias e óbito. Sinusite paranasal pneumocócica: sinusite paranasal pode ser provocada por pneumococos e se tornar crônica e polimicrobiana. Os seios maxilares e etmoidais são acometidos com mais frequência. Infecção dos seios da face provoca dor e secreção purulenta e pode se estender para o crânio, causando as seguintes complicações: trombose do seio cavernoso, abscessos cerebrais, epidurais ou subdurais, tromboflebite cortical séptica, meningite. Suscetibilidade, Vulnerabilidade e Imunidade Diagnóstico Rafaela Fernandes Referência: Imuniza-SUS; *Exemplo (conasems- ava-prod.s3.amazonaws.com) Doença Pneumocócica (sanoficonecta.com.br) A vacina pneumocócica 23-valente é polissacarídica, induz resposta imunológica de curta duração, sem induzir memória imunológica, os níveis de anticorpos diminuem após cinco a dez anos, e essa queda é mais rápida em alguns grupos que em outros, como imunodeprimidos, incluindo os pacientes com esplenectomia anatômica ou funcional. Indicada para as crianças a partir de dois anos de idade. Vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente – VPP23 Esquema Vacinal Uma dose, com um reforço único após 5 anos. Não se deve administrar mais do que 1 reforço devido à possibilidade de indução de tolerância imunológica. Deve ser conservada entre +2°C e +8°C e não deve ser congelada. Contraindicação: histórico de anafilaxia causada por algum componente ou dose anterior da vacina. Crianças menores de 2 anos de idade. As reações adversas mais frequentes, que ocorrem com mais de 10% dos vacinados, são dor no local da aplicação (60,0%), inchaço ou endurecimento (20,3%); vermelhidão (em 16,4%); dor de cabeça (17,6%); cansaço (13,2%) e dor muscular (11,9%). Reações locais mais intensas, com inchaço de todo braço, chegando até o cotovelo, hematoma e manchas vermelhas podem ocorrer em menos de 10% dos vacinados. Trata-se de vacina inativada. É composta de partículas purificadas (polissacarídeos) das cápsulas de 23 tipos de Streptococcus pneumoniae (pneumococo), cloreto de sódio, água para injeção e fenol. O SUS oferta para pessoas com 60 anos e mais de idade que vivem em instituições fechadas como asilos, hospitais e casas de repouso, por apresentarem mais riscos de contrair pneumonias. Há também algumas situações clínicas que podem receber a vacina pelos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs), como pneumopatas crônicos, esplenectomizados, pacientes oncológicos, transplantados de órgãos sólidos ou de células-tronco hematopoiéticas, pessoas vivendo com HIV/aids, entre outros. Indicação Via de administração Intramuscular profunda. https://conasems-ava-prod.s3.amazonaws.com/v1.1/_global/production/document/pdf_file/936/materialdereferenciaAula24.pdf https://conasems-ava-prod.s3.amazonaws.com/v1.1/_global/production/document/pdf_file/936/materialdereferenciaAula24.pdf https://www.sanoficonecta.com.br/doencas/doencas-preveniveis/doenca-pneumococica https://www.sanoficonecta.com.br/doencas/doencas-preveniveis/doenca-pneumococica
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