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Estreptococos: Classificação e Epidemiologia

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ESTREPTOCOCOS
	 
	 Relembrando, o grupo dos cocos Gram-positivos (CGP) podem ser classificados em 
catalase positivo ou catalase negativo, sendo os estafilococos pertencentes ao grupo positivo e 
os enterococos pertencentes ao grupo negativo.
	 A família Streptococcaeceae abrange tanto os gêneros estreptococos quanto os 
enterococos, e ambos organizam-se em cordões (em contraste com a organização “em cacho de 
uva” dos estafilococos). 
Classificação 
Os estreptococos apresentam classificação complexa, sendo que sistemas isolados não 
são suficientes para classificá-los. Dessa forma, utilizam-se 2 padrões de classificação: 
(1) classificação de Lancefield e (2) padrões hemofílicos.
Classificação de Lancefield: 
	 É um teste de soro-tipagem que irá analisar a especificidade sorológica do carboidrato da 
parece celular. Originalmente classificados em grupos de A a W, mas apenas alguns deles estão 
relacionados com infecções humanas. 
	 Quanto aos principais exemplos desse grupo:
1. Grupo A: Streptococcus pyogenes
2. Grupo B: Streptococcus agalactiae 
3. Grupo C: Streptococcus dysgalactiae 
4. Grupo D: Enterococcus spp 
	 Importante destacar que, para o pneumococo a classificação de Lancefield é ineficiente. 
Padrão de Hemólise:
	 Utiliza-se uma cultura em ágar sangue, onde será analisado o padrão do halo de hemólise 
formado. Pode ser classificado em 3 tipos:
1. Alfa-hemólise: ocorre hemólise incompleta dos eritrócitos. Forma-se uma área esverdeada 
ao redor do halo de hemólise (os estreptococos desse grupo são denominados 
genericamente como viridans streptococci, derivado da palavra grega viridis, que significa 
verde). Os principais representantes são o S. pneumoniae e o grupo viridans. 
2. Beta-hemólise: ocorre hemólise completa dos eritrócitos. Forma-se uma área clara ao redor 
das colônias. O principal representante é o Streptococcus pyogenes. 
3. Gama-hemólise: não ocorre hemólise dos eritrócitos. 
Streptococcus pyogenes: 
	 
	 O S. pyogenes causa uma série de doenças supurativas e não-supurativas. Ainda que 
esse microrganismo seja a causa mais comum da faringite bacteriana, sua notoriedade resulta da 
mionecrose causada por ele, e por essa razão, é conhecido como a bactéria “comedora de 
carne”.
	 É classificada como uma bactéria beta-hemolítica e grupo A de Lancefield. E pode ser 
dividia em grupos sorológicos graças à presença de 2 proteínas na sua parede celular: a proteína 
M, proteína altamente imunogênica e que dificulta a fagocitose, e a proteína F, que facilita a 
adesão da bactéria com a ajuda de fibronectinas. 
	 Algumas cepas do S pyogenes apresentam uma cápsula de ácido hialurônico que “dribla” 
o sistema imune, por essa cápsula apresentar uma composição muita parecida à da matriz 
extracelular. 
Epidemiologia
	 O S pyogenes possui uma série de enzimas e toxinas, que justificam os altos índices de 
invasão e de patogenecidade dessa bactéria. Pode causar doenças diversas, como faringite, 
otite, sinusite, erisipela, impetigo, piodermite, febre puerperal e fasciite necrosante. 
	 Essa bactéria pode colonizar a orofaringe de crianças e adultos jovens sem apresentar um 
quadro de doença. No entanto, quando causa doença, é um quadro importante. 
	 De forma geral, as doenças são causadas pelo estabelecimento de cepas recém 
adquiridas de S pyogenes na faringe ou pele, antes mesmo que o sistema imune inicie a 
produção de anticorpos. 
	 Faringite causada por essa bactéria é primariamente uma doença de crianças de 5 a 15 
anos, mas adolescentes e adultos também estão suscetíveis. 
	 Infecções de tecidos moles (ex: pioderma, erisipela, celulite, fasciite) são tipicamente 
precedidas por uma colonização inicial de pyogenes na pele e, após isso, a bactéria atinge 
tecidos mais profundo através de um rompimento na barreira de proteção da pele. 
Faringite 
	 O S pyogenes é responsável por 90% dos casos de faringoamigdalite de origem 
bacteriana. Apresenta um quadro clínico de dor de garganta, febre, mal-estar, dor de cabeça e, 
mais comumente em crianças, vômitos. 
	 A parede posterior da faringe pode apresentar exusudado e as tonsilas podem apresentar 
pus, além da inflamação dos linfonodos cervicais. Fora esses sinais clínicos, a diferenciação da 
faringite viral (70% dos casos) e da faringite bacteriana é difícil. Um diagnóstico preciso só será 
possível com exames laboratoriais específicos. No caso de dúvida, não deve prescrever-se 
antibióticos sem saber a origem da doença, o ideal é aguardar a evolução do caso para só 
depois iniciar o tratamento farmacológico mais adequado. 
Piodermites
	 Fazem parte do grupo das piodermites a erisipela e impetigo. 
1. Impetigo: é uma infecção da derme confinada e purulenta que primariamente atinge áreas 
expostas (braços, pernas, face). A infecção começa quando a pele é colonizada pelo S 
pyogenes através de contato direto com pessoas infectadas. 
	 O microrganismo penetra no tecido subcutâneo e vesículas se desenvolvem, progredindo 
para pústulas (vesículas de pus) que posteriormente se rompem. 
	 Impetigo é visto principalmente nos meses mais quentes e úmidos e em crianças com 
higiene pessoal deficitária. 
	 O S aureus também é comumente presente nessas lesões.
2. Erisipela: é uma infecção de pele aguda. Pacientes relatam dor localizada, inflamação e 
linfonodos aumentados. Nota-se uma região da pele (geralmente face e membros inferiores) 
muito avermelhada e que difere das regiões não afetadas. Geralmente afeta crianças, idosos 
e diabéticos.
Celulite:
	 Diferentemente da erisipela, celulite envolve tanto a pele quanto o tecido subcutâneo e a 
distinção entre área afetada e não afetadas não é clara. 
Fasciíte necrosante:
	 Fasciíte necrosante (também chamada de gangrena estreptocócica) é uma infecção 
profunda no tecido subcutâneo que se espalha para o plano fascial, e é caracterizado por uma 
extensa destruição de músculos e gordura.
	 Inicialmente, aparecem evidências de celulite, depois da qual aparecem bolhas e 
gangrena. Intoxicação, falência múltipla dos órgãos e morte são marca registrada dessa doença; 
tendo isso em vista, intervenção médica imediata é necessária para salvar a vida do paciente. 
Febre reumática:
	 É uma reação imunológica frente ao S pyogenes. Possui caráter ambiental e genético, 
afetando principalmente crianças. 
Glomerolupatia estreptocócica:
	 É caracterizada por uma inflamação aguda do glomérulo renal, com edema, hipertensão, 
hematúria e proteinúria. Inicialmente o paciente apresenta uma infecção de pyogenes na pele e, 
por ser geneticamente suscetível, ocorre uma reação imunológica exacerbada. Os anticorpos 
produzidos formam o chamado complexo imune circulante (CIC), esses CIC acabam se 
acumulando no glomérulo, causando glomerulonefrite pós-estrepcocócica. 
Streptococcus agalactiae 
	 Bactéria pertencente ao grupo B de Lancefield. Pode compor microbiota normal do trato 
digestivo e trato genital. Em adultos e mulheres não gestantes não apresenta muita importância 
clínica. 
	 Está presente em 30% das gestantes e constitui uma fator de risco, uma vez que o recém 
nascido ao passar pelo trato vaginal na hora do parto pode se infectar com essa bactéria, sendo 
ela a principal responsável por sepse, meningite e pneumonia no RN. 
Streptococcus pneumoniae (pneumococo) 
	 Bactéria alfa-hemolítica com mais de 70 cepas diferentes, não pode ser classificado por 
Lancefield. Apresentam um cápsula muito grande, o que dificulta o combate imune e facilita a 
proliferação. 
	 O pneumococo compõe a flora normal de 75% da população. No entanto, pode causar 
uma série de doenças, como pneumonia, sepse, sinusite, meningite, otite, empiema, pericardite e 
endocardite. Sendo o principal causador da pneumonia comunitária. 
	 Sua alta patogenicidade deve-se a presença de vários fatores e enzimas, como cápsula, 
ácido teóico, proteína A, protease IgA2 e principalmente a pneumolisina (destrói os penumócitos, 
facilitando o acesso). 
	 Em idosos, agripe é uma fator de risco para o desenvolvimento de pneumonia, uma vez 
eles apresentam movimento ciliar diminuído, facilitando a broncoaspiração de secreções ricas em 
penumococos. 
	 Além dos idosos, é comum em adultos que apresentem um quadro de gripe intensa que a 
secreção produzida entre em contato com o ouvido médio, causando primariamente otite e 
posteriormente essa bactéria consegue adentras às meninges, causando meningite. Esse 
mecanismo via otite também pode ocorrer através da sinusite.
	 Vacina anti-pneumocócica: para crianças a 12-valente (12 cepas), adulto a 23-valente (23 
cepas). Estudos viram que dando 23 para as crianças o sistema imunológica não reagia muito 
bem. Sao conhecidos 88 tipos de pneumococos, portanto não é uma vacina 100%eficaz. 
Enterococcus 
	 Ainda que o enterococo não possua o amplo espectro de fatores de virulência encontrado 
nos estafilococos e estreptococos, doenças fatais, resistentes a antibióticos, causadas por 
enterococos se tornaram um problema sério em pacientes hospitalizados. 
	 Além disso, os enterococcus tanto são imunes aos antibióticos mais usados, quanto 
adquiriram genes resistentes. Dessa forma, pacientes imunocomprometiods estão 
particularmente suscetíveis à infecções enterocócicas. 
	 Enterococos são patógenos importantes, principalmente em pacientes hospitalizados, na 
verdade, enterococos são uma das causas mais comuns de infecções adquiridas em hospitais. 
	 O trato urinário é o sítio mais comum de infecção, e está frequentemente associado à 
utilização do cateter urinário, hospitalização prolongada e uso de antibióticos de amplo espectro.
	 Além de infecções urinárias, o enterococcus pode causar doença no trato gastro 
intestinal, sepse e endocardite.

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