Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Doença Inflamatória Intestinal Crônica, Apendicite e Diverticulite • Doença inflamatória crônica: colite ulcerativa e doença de Crohn • Doenças agudas: apendicite e diverticulite Relembrando Intestino delgado • Três porções distintas: transição do epitélio gástrico para o intestinal no duodeno (início), jejuno é a porção mais longa e por último temo o íleo • Função finalizar o processo de digestão, devido ao suco pancreático e bile que desemboca no duodeno. Depois de finalizar o processo de digestão começa a absorção dos nutrientes pelos enterócitos (células que possuem microvilosidades – borda em escova) • Mucosa diferente entre o jejuno e o íleo, isso ocorre devido a diminuição da absorção dos nutriente – então o jejuno é a maior porção em comprimento e de absorção. Condições que facilitam a absorção: presença de pregas, vilosidades e microvilosidade que aumentam a superfície de contato Tipos celulares • Células absortivas (enterócitos) • Células caliciformes: estão distribuídas entre enterócitos e aumentam em número em direção ao íleo produzem glicoproteínas ácidas do tipo mucina, a qual origina o muco que serve para proteger e lubrificar a mucosa e melhorar o deslizamento do bolo fecal • Células M (microfold): são células epiteliais especializadas que recobrem folículos linfoides das placas de Peyer, localizadas no íleo. Importantes na defesa imunolóica intestinal • Células de Paneth: porção basal das criptas são células exócrinas (eosinofílica) contêm lisozima e defensina, enzimas que podem permeabilizar e digerir a parede de bactérias • Células- tronco (regenerativa): porção basal da cripta, entre as células de Paneth • Células enteroendócrinas: sob estímulos liberam o conteúdo de seus grânulos Intestino Grosso • Função: absorção de água e eletrólitos, fermentação, formação fecal e muita produção (muitas células caliciformes) de muco para facilitar a passagem do bolo fecal • Não tem pregas e nem vilosidades na mucosa e sim muitas células produtoras de muco (caliciformes) • Temos uma camada muscular longitudinal que forma a tênia do cólon – uma dobra do lado externo do intestino • Camada serosa com maior acúmulo de gordura Inflamações Intestinais • Enterites: inflamação somente no intestino delgado • Colites: inflamações somente no intestino grosso • Esterocolite: inflamação por todo intestino • Lembrar sempre dos sinais cardinais: edema, rubor, calor, dor e perda de função • Inflamações agudas: esterocolite infecciosas – curto prazo, caracterizada por uma intoxicação ou infecção (associada a patógenos) • Inflamações crônicas: doenças de Crohn e colite ulcerativa – resposta prolongada Enterocolites Infecciosas • Inflamação aguda em todo o intestino • Causa por: bactérias, protozoários e vírus Diverticulite • Diverticulite é a inflamação do divertículo • Divertículo (tipo uma “bolsinha”): uma projeção sacular para fora do intestino que possui uma luz – projeção de toda a parede intestinal e devido à luz do divertículo podemos ter a entrada de bolo fecal • Pseudo ou falso divertículo: projeção somente da mucosa e submucosa • Divertículo verdadeiro: projeção de todas as camadas intestinais • Dilatações saculares das camadas da parede intestinal mais comuns no cólon esquerdo (sigmóide) – devido ao estreitamento • Pacientes são assintomáticos Diverticulose: condição patológica onde temos a formação exagerada desses divertículos – relação com o aumento da pressão, quanto maior a pressão que as paredes intestinais estão suportando maior a chance de formas divertículos – principal fator de aumento da pressão é a prisão de ventre- sem inflamação • 10 a 25% acometidos por diverticulose • Pode evoluir para um abcesso, fistula e uma perfuração levando a um extravasamento de conteúdo fecal causando peritonite e uma sepse • Causa não totalmente elucidado • Acúmulos de resíduos, obstruções do colo estreito ocasionando crescimento bacteriano e inflamação podendo causar perfurações • Eliminação de sangue pelo reto, dor abdominal, febre, anorexia e leucocitose • Normalmente na diverticulite fazemos a retirada cirúrgica da porção com inflamação Apendicite • Inflamação do apêndice, que é um divertículo verdadeiro longo de aproximadamente 10cm • Causa mais comum de abdômen agudo em crianças e jovens (2 e 3º década) • Apêndice é importante para a regulação da flora intestinal, local de proliferação desses microrganismos – estudos recentes • Sintomas: forte dor abdominal, com migração clássica de periumbilical ou epigástrica para a fossa ilíaca– médico faz uma compreensão no quadrante inferior direito e a dor da apêndice ocorre na descompressão (sinal de Blumberg) • Devido a essa inflamação, o apêndice comprimi os vasos sanguíneos ao seu redor levando a uma hipoxia e consequente necrose • Principal problema clínico é o apêndice romper Patogênese: obstrução da luz apendicular (fecálitos, sementes fibras, vermes e neoplasias) levando a uma infecções bacteriana primaria (início do processo inflamatório) – aumento da pressão leva as dores abdominais Doenças Inflamatórias Crônicas (DII) • Duas condições patológicas distintas: colite ulcerativa e doença de Crohn • Principais diferença: local de acometimento, a colite ulcerativa é uma inflamação no cólon (uma porção do intestino grosso) e na doença de Crohn essas lesões são salteadas (porções inflamadas) • Doença de Crohn: vamos ter uma degradação da mucosa formando úlceras profundas que acomete todas as camadas, são chamadas de úlceras transmurais • Colite ulcerativa: ocorre a degradação da mucosa de forma mais branda- mucosa e submucosa sendo ulceradas • Homens e mulheres em torno da 4º ou 5ª década de vida Etiologia: • Fatores genéticos: pacientes com alguma alteração genica que aumenta a resposta inflamatória • Resposta imune: importante para aquele local, seja ela controlada ou exacerbada influencia diretamente • Microbiota: papel importante na saúde do intestino, então uma desregulação dela favorece as doenças Obs: o uso de antibióticos em um período de 7 a 10 dias leva a microbiota demorar em torno de 2-3 anos para se recompor totalmente – outra curiosidade importante é que alguns estudos indicam que quanto mais cedo uma criança (primeiro ano de vida) toma antibiótico mais pré- disposta ela fica a desenvolver a doença de Crohn Fatores genéticos: • Mais relacionados com a doença de Crohn • Doença de Crohn: concordância para gêmeos monozigóticos 50% • Doença ulcerativa: concordância para gêmeos monozigóticos 15% • Principais genes envolvidos: NOD2 (proteína) temos uma hiper expressão no genes de codificação de proteína intracelular que se liga aos peptideoglicanos bacterianos e ativa a via NFKB resultando na ativação de genes pró inflamatórios • Outros genes: ATG16L1 e IRGM Fatores imunológicos • A agressão imunitária é mediada por linfócitos TCD4 • Doença de Crohn: perfil TH1 • Doença ulcerativa: perfil TH2 e destruição tecidual mediada por linfócitos TH17 • Fatores que influenciam: citocinas (TNF, INF- GAMA, IL-13) e moléculas imuno regulatórias (IL- 10 e TGF-B) Defeitos Epiteliais • Defeitos epiteliais são a consequência e a causa da inflamação (exposição das bactérias isoladas) • Doença de Crohn: polimorfismo no NOD2 • Doença ulcerativa: polimorfismo no ECM1 (proteína 1 da matriz extracelular) inibem a MMP9 • Polimorfismo no HNFA Microbiota • Microbiota saudável = equilíbrio dos microrganismo • Contaminação dos alimentos e mudanças na composição da microbiota do intestino • Uso de antibióticos: alteração da flora por até 2 anos • Transferência ou transplante microbiano Doença de Crohn • Qualquer áreado trato gastrointestinal • Intestino delgado: 40% • Intestino delgado e cólon: 30% • Cólon: 30% • Como resultado → lesões salteadas • Devido a fissura teremos o processo de cura e reparo acontecendo cada vez mais, levando a uma fibrose da parede intestinal e o consequente estreitamento da luz intestinal Região da lesão e do estreitamento nessa doença possui uma acúmulo de gordura maior chamada de gordura de trepadeira Fistulas ou locais de perfuração, levando a uma textura grosseira com aspecto de paralelepípedo Úlceras alongadas e serpentiformes orientadas ao longo do eixo do intestino Aspecto borrachudo como consequência da inflamação (edema) transmural, da fibrose na submucosa e hipertrofia muscular→ formação de estenosa Macroscopia: lesão em paralelepípedo, fissuras, estreitamento do lúmen (estreitamento da parede intestinal) e gordura mesentérica Microscopia: criptas posicionam-se de maneira incomum, infiltrado neutrófilo lesionando o epitélio e abscessos de cripta – também temos granulomas Ulceração com uma transição entre mucosa normal e ulcerada, atrofia da mucosa com perda das criptas Metaplasia das células de Paneth e granulomas formando nódulos que são conhecidos como doença de Crohn metastática (termo incorreto!!!!) Aspectos clínicos: • Episódios intermitentes de diarreia (sanguinolenta), febre e dor abdominal • Dor no quadrante inferior direito, que pode mimetizar apendicite ou perfuração abdominal • Estresse físico e emocional, itens específicos da dieta e tabaco = estímulos externos • Anemia por deficiência de ferro • Perda de proteínas séricas e hipoabulnemia (má absorção de B12 e sais biliares) • Estreitamento do íleo terminar acarretando obstrução ou podemos ter a perfuração e abcessos peritoneais • Terapias biológicas com anticorpos anti-TNF revolucionaram o tratamento Colite Ulcerativa Intimamente relacionada a doença de Crohn Limitada ao cólon e ao reto Manifestações extra intestinais sobrepõem-se às doenças de Crohn 2,5 a 7,5% dos indivíduos com colite ulcerativa também apresentam colangite esclerosante primaria Pode acometer qualquer porção do intestino e dependendo da porção acometida temos uma nomenclatura própria • Proctite: lesão no reto • Colite a esquerda: cólon descendente, sigmoide e reto • Pancolite: todo o intestino grosso • Colite extensa: mais da metade do cólon Macroscopia: • Mucosa retal enatema irregular com erosão e edema • Inflamação difusa • Pregas da mucosa diminuídas, erosões superficiais esparsas em todo cólon • Úlceras alinhadas ao longo do cólon, mas sem aspecto serpentinoso Na tentativa de a mucosa regenerar podemos ter a formação de protuberâncias no lúmen chamadas de pseudópodes Diferente da doença de Crohn, podemos ter uma dilatação do cólon e sem acúmulo de gordura anormal na serosa Mucosa colônia avermelhada ou granular Doença crônica pode levar a atrofia da mucosa com superfície achatada e lisa (sem dobras normais) Microscopia • Infiltrado inflamatório difuso e geralmente limitado á mucosa e submucosa • Abscessos crípticos e distorção da cripta • Destruição da mucosa poder acompanhada por úlceras que se estendem mais profundamente na mucosa • Atrofia e arquitetura distorcida de mucosa e fibrose na submucosa → doença curada • Granulomas ausentes Aspectos clínicos: • Dor abdominal • Episódios intermitentes de diarreia • Fezes com sangue e muco • Menos de 30% necessitam de colectomia • Colectomia cura efetivamente a doença intestinal na colite ulcerativa G. Bogliolo – Patologia Geral. 5ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2013- capítulo 22 Robbins patologia básica. 9ª Edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. ROBBINS, S. L.; COTRAN R.S.; KUMAR, V – capítulo 17
Compartilhar