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Prof. Daniel Negreiros Aula 03 1 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa CAPA Aqui vai ser incluída uma arte, a ser disponibilizada posteriormente Análise da Rentabilidade – Indicadores Econômicos e Estudo da Alavancagem Financeira Análise das Demonstrações Contábeis para o concurso da Sefaz/CE Prof. Daniel Negreiros Prof. Daniel Negreiros Aula 03 2 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Sumário ANÁLISE DA RENTABILIDADE – INDICADORES ECONÔMICOS ................................................................... 3 INDICADORES ECONÔMICOS OU ÍNDICES DE RENTABILIDADE ................................................................. 5 RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO (RETURN ON EQUITY) ........................................................................................ 6 RETORNO SOBRE O ATIVO TOTAL (RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO, RETURN ON ASSETS OU RETURN ON INVESTMENTS) ....... 7 RETORNO SOBRE O ATIVO OPERACIONAL ..................................................................................................................... 12 RENTABILIDADE SOB O PONTO DE VISTA GERENCIAL (EQUAÇÃO DUPONT) ......................................................................... 12 Giros ou rotações (produtividades): ..................................................................................................................... 12 Margens de lucro (lucratividades): ....................................................................................................................... 13 Equações de DuPont: .......................................................................................................................................... 14 ALAVANCAGEM FINANCEIRA ................................................................................................................. 17 QUESTÕES DE CONCURSO .................................................................................................................... 29 GABARITO ............................................................................................................................................ 39 QUESTÕES DE CONCURSO – GABARITO COMENTADO ........................................................................... 40 RESUMO DIRECIONADO ........................................................................................................................ 69 Prof. Daniel Negreiros Aula 03 3 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Análise da Rentabilidade – Indicadores Econômicos Ao final dessa aula você terá estudado: ✓ Análise da Rentabilidade de uma empresa – indicadores econômicos; ✓ Estudo da Alavancagem Financeira. Olá, querido(a) aluno(a)! Estamos aqui em mais um encontro para nos familiarizarmos ainda mais com essa matéria tão intrigante: A Análise das Demonstrações Contábeis de Empresas. E a bola da vez é a análise da rentabilidade de uma empresa! Rentabilidade ou retorno é o resultado (lucro) obtido por uma empresa em razão de suas operações. Ao analisarmos a rentabilidade de uma entidade, devemos verificar quais são os fatores que contribuem para sua formação. É interessante notar que a rentabilidade em termos absolutos (valor em R$ do lucro auferido) tem pouca utilidade. Dizer que a empresa A teve lucro de R$ 1 bilhão e a empresa B, de R$ 100 mil só evidencia que a primeira é de maior porte que a segunda, sem refletir, todavia, qual delas obteve o maior retorno em relação ao capital investido (Ativo), ao capital próprio (Patrimônio Líquido – PL) ou a outra grandeza que se queira relacionar, de acordo com o tipo de análise que se deseje realizar. Dessa forma, completamos o tripé da Análise Contábil: Assim, o usual é utilizarmos índices de rentabilidade que comparam o lucro obtido com o total do Ativo (capital investido pela empresa) ou do Patrimônio Líquido (capital investido pelos sócios): Prof. Daniel Negreiros Aula 03 4 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Outro aspecto importante é que a análise da rentabilidade de uma empresa objetiva saber se a empresa consegue remunerar os capitais que a ela foram confiados, especialmente o capital próprio, uma vez que a remuneração do capital de terceiros é mais facilmente visualizada por meio das demonstrações. Como já comentei na aula passada, em contraste com a análise de liquidez, que mede a capacidade de cumprimento das obrigações, tanto de curto quanto de longo prazo, a rentabilidade tem objetivos que muitas vezes são diametralmente opostos, visto que para se conseguir alta liquidez geralmente se conta com recursos ociosos, o que compromete a otimização da rentabilidade. Da mesma forma, a maximização da rentabilidade também implica, normalmente, em se trabalhar “na corda bamba”, como muitos recursos de terceiros, principalmente quando se consegue com custos abaixo do que os ativos conseguem produzir, mas isso aumenta muito os riscos e pode provocar sérios problemas de capacidade de liquidação das obrigações nos “soluços” negociais1. É o chamado “dilema liquidez-rentabilidade”: 1 MARTINS, 2012. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 5 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Indicadores Econômicos ou Índices de Rentabilidade A seguir, apresentamos os índices de rentabilidade, chamados também de indicadores econômicos, pelo fato de o lucro na Contabilidade ser apurado segundo o regime econômico (regime de competência), assim completando o tripé da análise contábil, conforme mencionado. Para que você consiga absorver com maior consistência os conhecimentos da análise de rentabilidade de uma empresa, considero mais proveitoso iniciar o estudo pelo indicador principal, que é o retorno sobre o patrimônio líquido, ou rentabilidade patrimonial (ROE). Isso porque ele unifica todos os outros indicadores e reflete a eficiência de todas as principais decisões da empresa: as decisões operacionais, de investimento e de financiamento. Além disso, vamos sempre lembrar o que mencionei na aula 1: Quando falarmos em performance, sempre lembrem de uma coisa, que ainda irei repetir ao longo desse curso: qualquer empresa que se preze tem como objetivo remunerar o acionista acima do seu custo de oportunidade.2 A partir do ROE, a ideia é decompô-lo em seus direcionadores, que são justamente o ROA (retorno sobre os ativos) e a Alavancagem Financeira, os quais servirão de ferramenta para os gestores identificarem os pontos fortes e fracos da empresa e analisar a evolução de performance da companhia3. A seguir apresento o esquema da decomposição do ROE em seus direcionadores. Partiremos desse quadro e assim aprofundaremos o estudo de cada um dos índices. Lembrando a você que a profundidade de toda análise contábil depende muito da percepção do analista quanto ao entendimento adequado da situação da empresa. 2 Levem esse “mantra” com vocês sempre que indagados sobre qual é o objetivo de uma empresa 3 MÁLAGA, Flávio Kezam. Análise dos demonstrativos financeiros e da performance empresarial: para empresas não financeiras. 2ª ed. São Paulo: Saint Paul Editora, 2012. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 6 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Em resumo, o ROE pode ser decomposto em ROA (retorno sobre os ativos) e a Alavancagem Financeira, como vimos. Por sua vez, o ROA (ou ROI) reflete as decisões operacionais e de investimento, como veremos adiante. Já a alavancagem reflete as decisões de financiamento, ou seja, informa como a empresa está captando recursos(terceiros ou próprios), e se os juros que ela suporta são compensados por aumento na rentabilidade. Retorno sobre o Patrimônio Líquido (Return on Equity) 𝑅𝑂𝐸 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 O Retorno sobre o Patrimônio Líquido é chamado também de ROE, sigla da expressão inglesa Return On Equity. Esse quociente demonstra a remuneração que está sendo dada ao PL, ou seja, quanto os acionistas estão ganhando com o capital que investiram na empresa. Por isso é considerado o mais importante dos indicadores, pois quem remunera bem esse capital cumpriu seu grande dever para com os que a criaram e nela investiram4. Lembrando mais uma vez: qualquer empresa que se preze tem como objetivo remunerar o acionista acima do seu custo de oportunidade. Se o Retorno sobre o Patrimônio Líquido de uma empresa é, por exemplo, 25%, isso significa que demorará 4 anos para que os proprietários recuperem seus investimentos (100% ÷ 25% = 4 anos para atingir 100% do capital investido pelos sócios). Esse prazo é chamado de payback (tempo médio de retorno) dos proprietários. Por outro lado, se estivermos utilizando o Retorno sobre o Ativo Total (ROI = 25%), esse prazo será o payback da empresa, pois representará quanto tempo a empresa demorará para recuperar 100% de seus ativos. Apesar de ser pouco cobrado em prova, é sempre importante termos uma ideia da aplicação do payback. Sem entrar em maiores detalhes a respeito (existe um mundo de informações desse indicador, mas que não são objeto da nossa prova), caiu recentemente uma questão do CESPE a respeito: Como isso cai em concursos? (CESPE/IFF/Professor/Administração/2018) Ao avaliar a viabilidade de um negócio por meio de seu plano de negócios, é comum estimar o payback, que corresponde: a) ao período de recuperação do investimento descontado com base em uma taxa de juros pré- definida. b) ao período de recuperação do investimento total inicial, quando as despesas se igualam às receitas acumuladas. c) à riqueza em dinheiro gerada pelo negócio ao longo dos primeiros dois anos de atividade. d) à taxa de desconto que iguala os fluxos de entrada com os de saída de caixa. e) à taxa que mede o retorno do negócio sobre o capital investido. Gabarito: Letra B. Comentário: 4 MARTINS, 2012 Prof. Daniel Negreiros Aula 03 7 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Quando a banca não especifica qual é o payback que ele está pedindo, partiremos sempre do pressuposto que é o payback da empresa, ou seja, quanto tempo a empresa demorará para recuperar 100% de seus investimentos. É o tempo em que o lucro líquido acumulado se iguala ao valor desse investimento. Qualquer projeto de investimento possui, inicialmente, um período de despesas5 (em investimento), seguido normalmente de um período de receitas. As receitas tendem a recuperar o capital investido, e o período de tempo necessário para que as receitas recuperem tais despesas em investimento é o chamado payback. A letra A intenta conceituar o chamado payback descontado; a letra C não fala de nenhum indicador conhecido, pois não há nada na literatura que relaciona a riqueza em sinheiro nos dois primeiros anos da empresa; a letra D tenta apresentar o conceito de taxa interna de retorno (TIR) e a letra E é o próprio conceito de ROA. Voltando ao assunto, veja que em relação ao ROE não há dúvidas a respeito da fórmula a ser utilizada, uma vez que o Lucro Líquido é a grandeza que se relaciona com o investimento dos acionistas. Assim, há consenso entre as bancas examinadoras a respeito desse assunto, ao contrário do ROI (ou ROA), como veremos a seguir. Retorno sobre o Ativo Total (Retorno sobre o Investimento, Return on Assets ou Return on Investments) 𝑅𝑂𝐼 = 𝑅𝑂𝐴 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜∗ 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 O ROI (ou ROA) mostra o quanto a empresa lucrou por real investido. Relembre-se que esse investimento pode ter sido feito com recursos próprios (recursos dos sócios ou Patrimônio Líquido) ou com recursos de terceiros (Passivo Exigível), as duas origens de recursos que você conhece bem. Olhando novamente o esquema da decomposição do ROE e ROI, você percebe que o desempenho do ROI é consequência basicamente de duas estratégias financeiras6: 1) Estratégia Operacional: envolve política de preços, escala de produção, qualidade decisões de compra e estocagem etc.; 2) Estratégia de Investimento: uso mais produtivo do capital, tecnologia, eliminação de ativos pouco rentáveis, identificação de novos investimentos economicamente atraentes etc. Os denominadores dos índices são os valores médios (a única forma objetiva de obtê-los é mediante o cálculo das médias aritméticas dos valores iniciais e finais) ou, na falta destes, os valores finais. Isso porque os numeradores são variáveis-fluxo, que representam resultados gerados ao longo do período, apresentados na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, enquanto os denominadores são variáveis-estoque, representativas do Patrimônio Líquido ou do Ativo Total em uma determinada data do exercício (Balanço Patrimonial inicial ou final). 5 Veja que aqui não estamos preocupados com o conceito estrito de despesa. Estamos considerando os investimentos como despesas no sentido amplo (saídas de recursos em geral) 6 ASSAF NETO, 2010. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 8 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Contudo, os valores iniciais ou finais poderão ser utilizados se não houver grandes variações de saldos do Ativo Total ou Patrimônio Líquido no exercício. Ou a banca vai pedir isso na questão ou, em alguns poucos casos, você tem que usar um pouco do seu bom senso. Com relação ao numerador, existe uma discussão com relação ao que é cobrado em provas de concurso. A fórmula mais veiculada em concursos públicos mais antigos é a que apresentamos acima, ou seja, algumas das bancas examinadoras ainda considera essa como a fórmula para o Retorno sobre o Ativo Total. Contudo, grande parte dos autores7 discordam desse posicionamento, e as questões mais “novas”, principalmente do CESPE, adotam essa tratativa defendida por esses autores (salvo algumas exceções, infelizmente). Eu me incluo nesse grupo que discorda da tratativa dada pelo ROA em algumas provas. A nossa sorte é que de uns tempos para cá as bancas cada vez mais estão inclinadas a adotar a expressão correta para esse indicador, fórmula essa que você verá a seguir. Essa teoria parte do princípio de que o lucro líquido do exercício é apenas parte da renda gerada pela empresa, e que esta renda visa remunerar o capital de risco8 (geralmente o Patrimônio Líquido) e não o Ativo Total. O lucro que remunera o capital total investido é o NOPAT (Net Operating Profit After Taxes), ou Lucro Operacional Ajustado. Chamamos de “ajustado” porque ele é diminuído do Imposto de Renda “Bruto” (o IR que pagaríamos se não pagássemos as Despesas Financeiras oriundas dos encargos sobre o Passivo Oneroso, ou seja, um IR maior do que o que efetivamente a empresa paga). Isso porque, em regra, o Lucro Operacional Ajustado, sem dúvida o mais utilizado na Análise Contábil, não é o que consta da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), mas um valor ajustado (como o nome já denota), somando-se ao resultado operacional da demonstração o valor das despesas financeiras líquidas de Imposto de Renda (juros líquidos de impostos), apesar da a lei brasileira incluí-las como componentes do lucro operacional. Em suma, as parcelas que formam o lucro operacional devem ser apenas aquelas oriundas da atividade principal da empresa, que é o que de fato remunera o capital total investido.7 ASSAF NETO, 2010 e MATARAZZO, 2010, MALAGA, 2012, entre outros. 8 Capital de risco, ou Venture Capital, é uma modalidade de investimento utilizada para apoiar negócios por meio da compra de uma participação acionária, geralmente minoritária, com objetivo de ter as ações valorizadas para posterior saída da operação. Apesar de implicar riscos para o investidor, a melhor tradução seria capital empreendedor ou capital de oportunidade. Chama-se capital de risco não pelo risco do capital, porque qualquer investimento, mesmo a aplicação tradicional, em qualquer banco tem um risco, mas pela aposta em empresas cujo potencial de valorização é elevado e o retorno esperado é idêntico ao risco que os investidores querem correr (http://pt.wikipedia.org/wiki/Capital_de_risco e http://dinheirama.com/blog/2010/09/29/entendendo-como-funciona-o-capital-de-risco- venture-capital). http://pt.wikipedia.org/wiki/Investimento http://pt.wikipedia.org/wiki/Neg%C3%B3cio http://sledge.boo-box.com/list/page/aW52ZXN0aWRvcl8jI19ib3hfIyNfdGFnZ2luZy10b29sLXdwXyMjXzc0-56 http://pt.wikipedia.org/wiki/Banco Prof. Daniel Negreiros Aula 03 9 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Em linhas gerais, o balanço e a demonstração do resultado a seguir exemplificam a teoria apresentada: Podemos verificar que a empresa efetuou investimentos totais no montante de $2.000, os quais produziram um resultado de $375, dos quais $25 para remuneração dos empréstimos bancários (capitais alheios (passivo) onerosos) e $350 para remuneração do Patrimônio Líquido (capital próprio). Veja a figura abaixo: Prof. Daniel Negreiros Aula 03 10 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Outra forma de interpretar esses resultados é afirmar que o Lucro Operacional de $375 refere-se tão somente ao resultado das decisões de investimentos (e operacionais) tomadas pela empresa, não sendo influenciado pela forma como a empresa se financiou no período9. Reforça-se a ideia de que as despesas financeiras, de acordo com a legislação fiscal brasileira, produzem uma redução na base de cálculo do Imposto de Renda, por isso a penúltima linha da DRE ajustada denota a economia decorrente de tal benefício. Assim, a fórmula correta, de acordo com essa teoria e abraçado pelo CESPE na maioria das suas questões a respeito do assunto10, é essa: 𝑅𝑂𝐴 = 𝑅𝑂𝐼 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑎𝑑𝑜∗ 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙∗∗ = 𝑁𝑂𝑃𝐴𝑇 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 Relembro que esse lucro operacional é chamado de AJUSTADO porque é calculado antes das despesas financeiras, mas após a tributação pelo IR. Os dois asteriscos no denominador atentam ao fato de que existe ainda uma variação para esse Ativo, que, para alguns autores, representa o ativo total excluído das aplicações que não geram lucro (investimentos pré-operacionais, incentivos fiscais, participações em outras empresas, etc), o chamado Ativo Operacional11. 9 ASSAF NETO, 2010. 10 Infelizmente é muito difícil prever qual das duas fórmulas a banca irá adotar. Sugiro que seja dada preferência a esta última quando forem fazer uma prova. 11Para as provas, sugiro usar o Ativo Total. Quando estivermos diante do Retorno sobre o Ativo Operacional, usaremos este no denominador. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 11 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Lembrando que o NOPAT, na prova, pode ser obtido basicamente de duas formas: (i) partindo da receita de vendas, lucro bruto e deduzindo as despesas operacionais, exceto as financeiras, e incidindo o IR sobre aquele valor; ou (ii) fazendo o caminho inverso, partindo do lucro líquido e somando as despesas financeiras líquidas de imposto de renda (1) 𝑁𝑂𝑃𝐴𝑇 = (𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑏𝑟𝑢𝑡𝑜 − 𝑑𝑒𝑠𝑝. 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠) × (1 − 𝑎𝑙í𝑞𝑢𝑜𝑡𝑎 𝐼𝑅) (2) 𝑁𝑂𝑃𝐴𝑇 = 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 + 𝐷𝑒𝑠𝑝. 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 × (1 − 𝑎𝑙𝑖𝑞𝑢𝑜𝑡𝑎 𝐼𝑅) Por fim, a última fórmula, muito menos cobrada em prova, considera que todo o passivo exigível é oneroso, ou seja, gera despesas financeiras. Essa é uma aproximação, já que em alguns itens do Passivo isso não acontece (ou acontece de forma implícita). Nesse caso, e de acordo com essa teoria, o Retorno sobre o Ativo passa a se chamar “Retorno sobre o Passivo Remunerado” ou “Retorno sobre o Ativo Líquido”, e se dá pela seguinte expressão: 𝑅𝑂𝐴 = 𝑅𝑂𝐼 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠∗ 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑂𝑛𝑒𝑟𝑜𝑠𝑜 = 𝑁𝑂𝑃𝐴𝑇 𝑃𝐿 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑂𝑛𝑒𝑟𝑜𝑠𝑜 Existem, ainda, outras variações para essa fórmula, mas por motivos didáticos (e de pouca (ou quase nenhuma) utilidade para a prova) optei por não apresentar. Para uma correta interpretação das taxas de retorno até então apresentadas, é preciso saber qual a parcela do Ativo financiada pelo Patrimônio Líquido e, consequentemente, qual a parcela que foi financiada por capitais de terceiros (isso significa ter conhecimento da estrutura de financiamento da empresa, como vimos com detalhes na aula teórica anterior). Isso porque, como já mencionei, ambos os indicadores (ROI e ROE), embora parecidos, não indicam a mesma coisa. Por fim, o ROI é mais útil para comparar empresas no mesmo setor, já que setores diferentes usam ativos de maneira diferente. Por exemplo, o ROI para empresas orientadas a serviços, como bancos, será significativamente maior do que o ROI para empresas de capital intensivo como empresas de construção ou concessionárias de serviços públicos12. 12 http://escaladevalores.com.br/retorno-sobre-ativos-roa-investopedia/ Prof. Daniel Negreiros Aula 03 12 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Retorno sobre o Ativo Operacional 𝑅𝑂𝐼𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙∗ 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 Para encontrar o Ativo Operacional, devem ser excluídas do Ativo total as contas do subgrupo Investimentos e as parcelas não-operacionais do ARLP, como empréstimos a acionistas. Outras parcelas não relacionadas à atividade principal da entidade também devem ser excluídas. Geralmente, na prova, a banca sinalizará de alguma forma as alterações que deverão ser realizadas. Vale citar, ainda, a título de informação, um índice chamado de rentabilidade financeira, expresso pela seguinte fórmula: 𝑅𝑒𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 + 𝑅𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑠 Rentabilidade sob o ponto de vista gerencial (Equação Dupont) É interessante notar que a rentabilidade de uma empresa pode originar-se tanto da velocidade com que ela realiza suas vendas em dado período (volume de vendas ou produtividade), como de quanto ela ganha a cada venda realizada (lucratividade). No primeiro caso, estamos falando do giro da empresa; no segundo, de sua margem de lucro a cada venda. Apresentemos, inicialmente, os índices de giro normalmente utilizados por uma entidade: Giros ou rotações (produtividades): Giro (rotação) do Ativo Total 𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 = 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 Giro (rotação) do PL ou do Capital Próprio 𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 Giro (rotação) do Ativo Operacional 𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 Aqui, como nas rentabilidades, também se utilizam os valores de Ativo e PL médios ou finais. O giro significa quantas vezes a empresa “gira” ou “recupera” seu investimento no período. Por exemplo, se uma entidade possuium Ativo de R$ 2.000 e, em determinado exercício, realiza vendas líquidas de R$ 4.000, isso significa que ela recupera duas vezes o valor de seu investimento nesse período (4.000 ÷ 2.000). Ela possui um volume de vendas equivalente a duas vezes o seu investimento total. O giro indica, assim, a eficiência com que a empresa utiliza seu Ativo (ou o PL), com o objetivo de gerar recursos de vendas. Agora, vejamos os indicadores utilizados para calcular as margens de lucro de uma empresa (que alguns autores chamam de “retornos sobre as vendas”): Prof. Daniel Negreiros Aula 03 13 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Margens de lucro (lucratividades): Margem Bruta 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑎 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 Margem Operacional 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 Margem Líquida 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 Margem Operacional Ajustada 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙∗ = 𝑁𝑂𝑃𝐴𝑇 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 Por exemplo, se uma entidade comercial realiza, em determinado período, vendas líquidas no total de R$ 7.500, auferindo um lucro operacional de R$ 2.500, sua margem operacional será de 0,33 (2.500 / 7.500). Significa que a cada R$ 1,00 de vendas líquidas, a empresa ganha R$ 0,33 de lucro operacional. As margens evidenciam, assim, quantos centavos a empresa ganha por real vendido. No estudo das margens, o analista deve ficar atento para alguns aspectos que podem gerar distorções dos indicadores: 1) Volume de despesas ou receitas não-operacionais (outras receitas e outras despesas), que podem distorcer o lucro líquido; 2) Critérios de avaliação de estoques e de apropriação de custos, que podem interferir no valor do custo das mercadorias vendidas – CMV (ou custo dos produtos vendidos – CPV) e, portanto, no lucro. Há empresas que obtém seu retorno fundamentalmente em razão da margem; outras auferem seus lucros principalmente em função do giro. Um supermercado, normalmente, vende um pote de requeijão cremoso a um preço bem mais barato que uma padaria. No entanto, o supermercado vende uma grande quantidade de potes de requeijão, enquanto a padaria vende poucos, considerado o mesmo período. Desse modo, podemos dizer que o supermercado ganha no giro de sua atividade, ainda que com pouca margem de lucro; já a padaria ganha na margem, ainda que movimente pouco seus estoques. Veja que as empresas que ganham mais na margem obtêm lucros no preço; as que ganham mais no giro visam à quantidade maior de produtos vendidos. Em função dessa formação do retorno da empresa, foi desenvolvido um método de análise da rentabilidade chamado Método DuPont13, que verifica justamente a 13 O método DuPont originou-se nos EUA no início do século XX, devido a ocorrência de várias incorporações de firma que deram origem a grandes empresas. Daí a necessidade de uma gestão para gerenciar informações complexas com o objetivo de obter maior geração de lucro. Fundada em 1903, a firma de explosivos DuPont Powder Company foi considerada um exemplo de contabilidade gerencial que integrava múltiplas atividades. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 14 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa participação da lucratividade (margem) e da produtividade (giro) no retorno da entidade. A equação de DuPont indica a rentabilidade vista de uma maneira gerencial, baseada na seguinte identidade: Ou seja, isso equivale a dizer que a fórmula (ou equação) DuPont permite à empresa decompor seu retorno em dois componentes: lucro sobre as vendas e eficiência no uso dos ativos A seguir, apresentamos as variantes da equação de DuPont: Equações de DuPont: Retorno sobre o Capital Próprio (ROE) 𝑅𝑂𝐸 = 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 × 𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑃𝐿 Retorno sobre o Ativo Total (ROI ou ROA) 𝑅𝑂𝐴 = 𝑅𝑂𝐼 = 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙∗ × 𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 Retorno sobre o Ativo Operacional 𝑅𝑂𝐴𝑜𝑝 = 𝑅𝑂𝐼𝑜𝑝 = 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 × 𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 Por exemplo, seja uma empresa com Ativo Total de R$ 300.000 que tenha auferido um lucro operacional ajustado (NOPAT) de R$ 100.000, oriundo de vendas líquidas de R$ 600.000. Calculemos o Retorno sobre o Ativo Total a partir do cálculo da margem operacional ajustada e do Giro sobre o Ativo: 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙∗ = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙∗ 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 = 100.000 600.000 = 0,17 Isso significa que, a cada giro, a empresa ganhou R$ 0,17 por cada R$ 1,00 de vendas líquidas. 𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 = 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 = 600.000 300.000 = 2 Isso demonstra que a empresa “girou” seu Ativo 2 vezes no período. 𝑅𝑂𝐴 = 𝑅𝑂𝐼 = 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙∗ × 𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 = 0,17 × 2 = 0,34 = 34% Isto é, o ROI no período foi de R$ 0,34 para cada R$ 1,00 investido pela empresa, ou seja, a cada real investido a empresa gera 34 centavos na sua operação. A depender da sua estrutura de financiamento (quanto desse investimento é captado com terceiros e capital próprio), uma parte desse recurso gerado vai remunerar os credores (despesas financeiras) e o restante remunera os acionistas (lucro líquido). O método DuPont permite fazer a análise da rentabilidade da empresa e avaliar os fatores que contribuem para a sua formação, verificando se o retorno da empresa provém mais da sua margem ou do giro de sua atividade, permitindo, ainda, adequar uma e outra, em caso de ineficiência operacional. A boa rentabilidade será obtida por meio de uma boa conjugação entre preço e quantidade vendida, isto é, entre lucratividade e produtividade. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 15 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Se uma empresa, por exemplo, desejar um ROI de 20%, sabendo que demorará, em média, dois anos para vender uma vez seu Ativo (giro = 0,5), ela deverá ter uma margem operacional ajustada de 40%: 𝑅𝑂𝐴 = 𝑅𝑂𝐼 = 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙∗ × 𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 ∴ 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙∗ = 𝑅𝑂𝐼 𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 = 0,2 0,5 = 0,4 = 40% Em relação ao estudo da margem e do giro, é possível ir além e avaliar os componentes que levaram à formação desses itens. É a chamada análise da formação da margem e do giro, conforme o quadro ao lado. Percebe-se que o modelo DuPont tem o mérito de unir em uma análise única o Balanço Patrimonial (por meio do giro do Ativo) e a Demonstração do Resultado do Exercício (por meio da margem de lucro). As bancas costumam cobrar questões como essa a seguir: Como isso cai em concursos? (CESPE/IFF/Professor/Administração/2018) Uma empresa possui os seguintes indicadores: margem operacional de lucro: 30%; rentabilidade dos investimentos: 60%; rotação do ativo: 2 vezes. Nesse caso, se a rotação do ativo da empresa cair para 1,5 vez, então a margem de lucro para manter constante a rentabilidade dos investimentos será igual a a) 35%. b) 40%. c) 45%. d) 50%. e) 60% Gabarito: Letra B. Comentário: Veja que a banca quer que o candidato saiba a equação DuPont: 𝑅𝑂𝐴 = 𝑅𝑂𝐼 = 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙∗ × 𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 Assim, ela pede a margem de lucro para que a empresa mantenha o ROI de 60% (supondo o giro (rotação) do ativo igual a 1,5). Dessa forma, temos: 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = 𝑅𝑂𝐼 𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 = 60% 1,5 = 40% Vamos aproveitar questões relativamente fáceis como essa! A prova de Análise está quase sempre cheia delas!!! Prof. Daniel Negreiros Aula 03 16 de 72|www.direcaoconcursos.com.brAnálise da Rentabilidade de uma empresa Por fim, a seguir apresento um esquema completo da análise Margem X Giro (DuPont), no qual partimos dos elementos da DRE para chegarmos à margem de lucro, e dos elementos do balanço em conjunto com os elementos da DRE para chegarmos ao giro do ativo, e daí para o ROA, GAF e ROE: Prof. Daniel Negreiros Aula 03 17 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Alavancagem financeira Na física, a alavanca é um objeto rígido que é usado com um ponto fixo apropriado (ponto de apoio ou fulcro) para multiplicar a força mecânica que pode ser aplicada a um outro objeto (resistência). Isto é denominado também vantagem mecânica, e é um exemplo do princípio dos momentos. O princípio da força de alavanca pode também ser analisado usando as leis de Newton. A alavanca14 é uma das 6 máquinas simples15. Na contabilidade e nas finanças, de forma simplista, podemos dizer que o termo alavancagem tem a ver com potencializar o uso de recursos para a obtenção de ganhos expressivos. Ou seja, com a alavancagem, os ganhos aumentam a uma proporção maior do que o uso dos recursos. Conforme citamos acima, a alavancagem financeira (leverage16) consiste no aumento relativo dos resultados líquidos por meio de financiamentos de terceiros. A análise da alavancagem financeira tem por escopo avaliar a eficiência na aplicação dos recursos alheios e no aumento da rentabilidade do capital próprio. Vemos, assim, que a “alavanca”, a responsável por essa multiplicação dos ganhos, é justamente o endividamento. Sabemos, todavia, que o emprego de capitais de terceiros não é ilimitado, pois o aumento desmedido do endividamento aumenta sobremaneira as despesas de juros cobradas pelos emprestadores de dinheiro. Se as taxas de juros são muito elevadas, as despesas financeiras geradas pelos empréstimos eliminam os ganhos correspondentes ao uso do capital alheio, podendo mesmo causar prejuízos. Assim, os juros oriundos das novas dívidas não podem anular o aumento da rentabilidade do Patrimônio Líquido pretendido com o uso de capitais de terceiros ou não haverá interesse da empresa em contrair os empréstimos, pois estes não estarão alavancando seu resultado. Assim, o conceito de alavancagem financeira propõe o maior uso possível de capital de terceiros com o objetivo de melhorar a rentabilidade do capital próprio. Imaginemos uma empresa cujo patrimônio tivesse a configuração a seguir e tivesse auferido, no exercício, lucro operacional ajustado (NOPAT) de R$ 120.000. Veja que seu Passivo é composto apenas de capitais próprios (R$ 600.000), o que nos faz concluir que a empresa não paga despesas financeiras e, assim sendo, seu lucro líquido também é igual a R$ 120.000. Veja como ficam o balanço patrimonial a DRE segundo os pronunciamentos do CPC e a DRE modificada para a obtenção do NOPAT: 14 O princípio da alavanca foi descoberto por Arquimedes no século III a.C. 15 https://pt.wikipedia.org/wiki/Alavanca 16 Lembrando sempre que o CESPE adora termos em inglês. https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%ADsica https://pt.wikipedia.org/wiki/Objeto https://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7a https://pt.wikipedia.org/wiki/Leis_de_Newton https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1quina_simples https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_III_a.C. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 18 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Balanço Patrimonial DRE segundo as normas de contabilidade (CPC 26) DRE modificada para a obtenção do NOPAT (lucro operacional ajustado) A consequência disso é que o ROI e o ROE terão valores idênticos, pois todo o investimento da empresa (Ativo) advém de recursos próprios (PL): 𝑅𝑂𝐼 = 𝑁𝑂𝑃𝐴𝑇 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 = 120.000 600.000 = 0,2 = 20% 𝑅𝑂𝐸 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑃𝐿 = 120.000 600.000 = 0,2 = 20% Prof. Daniel Negreiros Aula 03 19 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Será que a rentabilidade do capital próprio não seria maior se a entidade utilizasse mais recursos de terceiros como origens das aplicações no Ativo, obtidos, por exemplo, por meio de empréstimos bancários? Imagine que a empresa contraísse financiamentos no valor de R$ 350.000, com idêntica redução no capital social, a fim de manter o mesmo volume de recursos aplicados. Imagine ainda que os juros desses empréstimos perfizessem o total de R$ 25.000, o que, por sua vez, causaria redução de valor no lucro líquido para R$ 101.250 (não reduz os R$ 25.000 completos por causa da economia de IR, pois os juros são dedutíveis da base de cálculo do imposto). Teríamos, assim, o seguinte quadro: A Demonstração do Resultado do Exercício assume a seguinte forma: Já a DRE ajustada para fins de análise fica assim: Prof. Daniel Negreiros Aula 03 20 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa As rentabilidades após a mudança de cenário ficam: 𝑅𝑂𝐼 = 𝑁𝑂𝑃𝐴𝑇 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 = 120.000 600.000 = 0,2 = 20% 𝑅𝑂𝐸 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑃𝐿 = 101.250 250.000 = 0,405 = 40,5% Veja que a opção de utilizar capital alheio, em vez de capital próprio, gerou um aumento na rentabilidade do PL de 20% para 40,5%, embora tenha havido uma redução no valor absoluto do lucro líquido de R$ 120.000 para R$ 101.250. Podemos verificar, como fizemos no exemplo do início da aula, que a empresa efetuou investimentos totais no montante de $600.000, os quais produziram um resultado de $120.000, dos quais $18.750 para remuneração dos empréstimos bancários (passivos onerosos) e $101.250 para remuneração do patrimônio líquido (capital próprio). Desse modo, com a tomada dos empréstimos, o uso do capital próprio foi mais eficiente, evidenciado pelo aumento na taxa de retorno do PL. Conclui-se, portanto, que foi mais vantajoso para a empresa endividar-se e utilizar recursos alheios em suas operações. Mais uma vez, lembro a você que “pouco” importa o valor absoluto do lucro da empresa, o que vale mesmo é o quanto ele representa em relação ao investimento, seja da empresa como um todo ou dos acionistas. Em casos como este, o aumento relativo na rentabilidade do PL é calculado pelo chamado Grau de Alavancagem Financeira – GAF, que compara as rentabilidades do capital próprio em relação ao que rendeu a aplicação no ativo total. Calculando o GAF para o exemplo acima, teremos: 𝐺𝐴𝐹 = 𝑅𝑂𝐸 𝑅𝑂𝐼 = 40,5% 20% = 2,025 Na primeira situação, na qual não há endividamento oneroso ou alavancagem financeira, o máximo que os acionistas conseguiriam obter de rentabilidade seria a alcançada pelos ativos (ROE = ROI). À medida que a empresa se endivida de maneira saudável (diz-se que ela está positivamente alavancada, ou simplesmente “alavancada”), o ROE começa a aumentar e se distanciar do ROI. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 21 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Outra forma de observar o poder da alavancagem financeira é perceber a mudança que ocorre no lucro líquido para cada alteração no lucro operacional. No exemplo, o ROE supera o ROI em pouco mais de duas vezes, demonstrando alavancagem financeira positiva (o uso favorável de capitais de terceiros). Desse modo, o GAF mede a eficiência da utilização dos recursos de terceiros na geração de retorno do capital próprio da empresa. Veja que o custo da dívida (taxa de juros), considerando que todo o passivo exigível é oneroso, é igual a 5,36%, pois: 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 = 𝐷𝑒𝑠𝑝. 𝐹𝑖𝑛. 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑂𝑛𝑒𝑟𝑜𝑠𝑜 = 𝐷𝐹(1 − %𝐼𝑅) 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑂𝑛𝑒𝑟𝑜𝑠𝑜 = 18.750 350.000 = 0,05357 Também podemos ver se a empresa está alavancada ao comparar o ROI (ou taxa de retorno dos ativos) e ocusto da dívida (taxa de juros). Quando o ROI é maior do que o custo da dívida, temos que a alavancagem é positiva; do contrário, a alavancagem é desfavorável ou negativa17. Vale lembrar que esse raciocínio parte do pressuposto de que todo o passivo exigível da empresa é do tipo oneroso (que rende juros passivos), o chamado passivo de financiamento. Caso haja obrigações que não sejam onerosas, como fornecedores ou tributos a recolher, chamadas de passivo de funcionamento, o custo da dívida onerosa deve ser calculado levando em consideração apenas o passivo oneroso; assim sendo, o passivo não oneroso deve ser retirado do cálculo. Geralmente nas provas as questões não complicam muito a vida do candidato em relação a isso. 17 CUIDADO! Quando falamos em alavancagem POSITIVA, o GAF é maior do que UM, não maior do que ZERO! E quando falamos em alavancagem negativa, o GAF é menor que UM, não menor do que ZERO!!! Prof. Daniel Negreiros Aula 03 22 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Isto posto, note que há basicamente três caminhos para se maximizar o retorno do capital próprio: Para conseguir o maior rendimento do capital próprio, portanto, deve-se buscar a estrutura patrimonial ideal, com a menor participação possível do capital próprio no Passivo total da empresa18, ou seja, buscar o Grau de Alavancagem Financeira ideal. Assim, a análise da rentabilidade deve evidenciar os três componentes básicos que a compõem (lucratividade, produtividade e estrutura) e possibilitar a verificação dos componentes que eventualmente precisem de adequações corretivas. Um indicador relacionado à alavancagem financeira é o índice de cobertura de juros – CJ, que indica se a empresa gera lucro suficiente para cobrir suas despesas com pagamento de juros, e é dado por: Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 (𝐶𝐽) = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙∗ 𝐷𝑒𝑠𝑝. 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 = 𝑁𝑂𝑃𝐴𝑇 𝐷𝑒𝑠𝑝. 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 Lembre-se que o lucro operacional a ser utilizado é o resultado antes das despesas financeiras (e após o IR)19. O índice mostra quantas vezes os resultados operacionais da empresa cobrem a remuneração devida ao capital de terceiros. As despesas financeiras que devem constar no denominador são apenas as que representam encargos financeiros com capital de terceiros (juros), pelos seus valores líquidos, isto é, com a dedução do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido – CSLL20. Porém, só para variar, além da exceção que mostrei na nota de rodapé 19, existe ainda a cobertura de juros utilizando como parâmetro o EBITDA (Earnings before interest, taxes, depreciation and amortization), que é outra métrica operacional que não faz parte do escopo do nosso curso porque não consta do edital para o nosso concurso: Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 (𝐶𝐽) = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙∗ 𝐷𝑒𝑠𝑝. 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 = 𝐸𝐵𝐼𝑇𝐷𝐴 𝐷𝑒𝑠𝑝. 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 18 Isso se o endividamento for saudável, como já mencionamos. 19 Em algumas questões de prova, a banca considera o lucro operacional antes das despesas financeiras, sem considerar a incidência de IR. 20 Isso na teoria, porque em quase 100% das provas, as bancas cobram o uso das despesas financeiras totais nesse cálculo. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 23 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Veja como a FCC cobrou esse assunto em prova recente: Como isso cai em concursos? (FCC/Sabesp/Analista de Gestão/Contabilidade/2018) Considere as seguintes informações financeiras anuais da Companhia da Praia, para a data base de 31.12.2017 (R$ mil): O índice de cobertura de juros é de a) 2,00. b) 2,78. c) 5,78. d) 0,83. e) 1,29. Gabarito: letra B. Comentário: Sabemos que o índice de cobertura de juros – CJ indica se a empresa gera lucro suficiente para cobrir suas despesas com pagamento de juros, e é dado por: Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 (𝐶𝐽) = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙∗ 𝐷𝑒𝑠𝑝. 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 = 𝑁𝑂𝑃𝐴𝑇 𝐷𝑒𝑠𝑝. 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 Como comentei, o numerador pode sofrer variações, e algumas questões de prova consideram o lucro operacional ou o chamado lucro antes dos juros e impostos, como é o caso da questão. Assim, temos: Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 (𝐶𝐽) = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑜𝑠 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑒 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐷𝑒𝑠𝑝. 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 = 1.250 450 = 2,77777 Prof. Daniel Negreiros Aula 03 24 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Por fim, segundo Assaf Neto21, uma outra forma de entender o ROE22 é segmentando-o em seus dois componentes: o retorno da decisão de investimento (ROI) e o retorno oferecido pelas dívidas mais baratas (quando a alavancagem é positiva) ou mais caras (quando a alavancagem é negativa). Em outras palavras, ao acionista já é “garantido” o ganho sobre a decisão de investimento (ROI). A partir daí, o ganho ou perda para o acionista advém da decisão de financiamento da empresa, observando o seguinte dilema, como comentamos há pouco: Assim, o retorno para o acionista terá um incremento positivo se o custo da dívida for menor (alavancagem positiva) e esse incremento será negativo se o custo da dívida for maior (alavancagem negativa). Esse incremento é chamado de spread e a fórmula do ROE pode ser expressa da maneira a seguir: 𝑅𝑂𝐸 = 𝑅𝑂𝐼 + (𝑅𝑂𝐼 − 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎) × 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑂𝑛𝑒𝑟𝑜𝑠𝑜 𝑃𝐿 Perceba que o spread é agregado ao retorno do acionista de forma ponderada ao endividamento da empresa. Este é o fator determinante das decisões de financiamento da empresa, pois retrata a atratividade de se captar recursos alheios. Voltando à decomposição do ROE, o passo final é entender o Grau de Alavancagem Financeira a partir da sua definição e usando os fatores da figura a seguir. Sabemos que o GAF mede o aumento (ou diminuição) da rentabilidade do PL (ROE) em relação à rentabilidade dos ativos (ROI) mediante o incremento do uso de capitais de terceiros (passivo exigível). Em outras palavras, reflete as decisões de 21 ASSAF NETO, 2010. 22 Veja que o Cespe pode cobrar esse enfoque do ROE em prova, fique atento. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 25 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa financiamento da empresa e como elas influenciam no aumento da rentabilidade; é alavancar o lucro líquido por meio do uso “inteligente” da estrutura de capital da empresa. Podemos “destrinchar” a fórmula do GAF da seguinte maneira: 𝐺𝐴𝐹 = 𝑅𝑂𝐸 𝑅𝑂𝐼 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑃𝐿 𝑁𝑂𝑃𝐴𝑇 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑃𝐿 × 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑁𝑂𝑃𝐴𝑇 Assim, o GAF também pode ser escrito da seguinte forma: Assim sendo, alavancar o lucro líquido por meio do uso “inteligente” da estrutura de capital da empresa significa maximizar dois indicadores: a alavancagem do lucro líquido (ALL) e a alavancagem da estrutura de capital (AEC): 𝐺𝐴𝐹 = 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑜 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 × 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑎 𝐸𝑠𝑡𝑢𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝐺𝐴𝐹 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑁𝑂𝑃𝐴𝑇 × 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑃𝐿 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝐴𝐿𝐿 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑁𝑂𝑃𝐴𝑇 (1) 𝑒 𝐴𝐸𝐶 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑃𝐿 (2) Maximizar o primeiro deles (ALL) significa conseguir que o Lucro Líquido se aproxime o máximo possível do NOPAT, o que vai denotar que a empresa está pagando cada vez menos despesas financeiras (o Lucro Líquido sempre é menorou igual ao NOPAT). Maximizar o segundo (AEC) significa captar cada vez mais recursos de terceiros (aumentar o investimento total em relação ao PL). Veja que são tarefas quase que antagônicas, pois à medida que você capta mais recursos com terceiros, a tendência é que você pague mais despesas financeiras, o que faz com que o lucro líquido se distancie mais do NOPAT. Ou seja, na prática, a tarefa é aumentar a captação de recursos com terceiros em proporção maior que o aumento da relação entre o lucro líquido e o NOPAT. 𝐴𝐿𝐿 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑁𝑂𝑃𝐴𝑇 = 101.250 120.000 = 0,844 = 84,4% Prof. Daniel Negreiros Aula 03 26 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa 𝐴𝐸𝐶 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑃𝐿 = 600.000 250.000 = 2,4 No nosso caso, a ALL é igual a 0,844, ou 84,4%: isso indica que, para cada R$ 1 gerado pela operação, aproximadamente R$ 0,84 (ou 84%) é destinado para os sócios e o restante (aprox. R$ 0,16, ou 16%) é direcionado aos credores. Esse é um fator que nos fornece um parâmetro sobre a distribuição aos investidores dos recursos gerados pelos ativos (ou pela operação)23 O fator AEC, por sua vez, é igual a 2,4, o que significa que para cada R$ 2,40 investido no ativo, R$ 1 provém dos sócios e R$ 1,40 são advindos de terceiros. Uma análise completa da decomposição do Grau de Alavancagem Financeira nos dá as seguintes informações: 1) Da estrutura de capital da empresa se verifica que aproximadamente 41,67% ( 𝟏,𝟎 𝟐,𝟒 ) dos investimentos feitos provém dos sócios, e 58,33% ( 𝟏,𝟒 𝟐,𝟒 ) são advindos de terceiros (análise do fator AEC); 2) Dos recursos gerados pelos investimentos (ativo), 84,4% é destinado para os sócios e 15,6% para os credores (análise do fator ALL); 3) Portanto, há um desequilíbrio entre a forma de investir e a forma de distribuir os recursos gerados pelos investimentos (ativo). Nesse caso, há um desequilíbrio favorável aos acionistas. Como você descobre isso? Relacionando as conclusões 1) e 2) acima: os sócios (acionistas) participam de 41,67% da parcela de investimentos da empresa, mas “abocanham” 84,4% dos recursos gerados pela operação (alavancagem financeira positiva); 4) A empresa tomou, nesse caso, uma decisão adequada do uso de capital de terceiros, que beneficia a rentabilidade patrimonial (ROE); 23 MALAGA, 2012. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 27 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa 5) O quadro da análise do GAF fica assim: Como falei anteriormente, no exemplo que mostrei, caso os sócios investissem sozinhos na empresa, a rentabilidade que iriam obter seria a mesma rentabilidade alcançada pela operação (ROE = ROI = 20%). Todavia, ao se utilizar de capitais de terceiros de maneira adequada, na qual a taxa de retorno dos ativos é superior ao custo da dívida (ROI > Custo da Dívida), a rentabilidade dos sócios foi alavancada de 20% para 40,5%. Isso foi possível porque a empresa captou recursos de terceiros a um custo médio de 5,36% e os aplica em ativos que geram, em média, 20%. A diferença (spread) entre essa taxa de captação e o que rende a operação pertence aos sócios, o que explica a elevação da sua rentabilidade de 20% para 40,5% 𝑅𝑂𝐸 = 𝑅𝑂𝐼 + (𝑅𝑂𝐼 − 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎) × 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑂𝑛𝑒𝑟𝑜𝑠𝑜 𝑃𝐿 𝑅𝑂𝐸 = 20% + (20% − 5,36%) × 350.000 250.000 = 20% + 14,64% × 1,4 = 20% + 20,5% = 40,5% Veja como o spread (diferença entre ROI e custo da dívida) atua de forma proporcional à parcela de passivo oneroso em relação ao capital próprio ( (𝑅𝑂𝐼 − 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎) × 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑂𝑛𝑒𝑟𝑜𝑠𝑜 𝑃𝐿 ). Nesse caso, como se vê, é uma atuação favorável, pois aumenta o ROE em relação ao ROI. Vale ressaltar, por derradeiro, que a rentabilidade obtida no lado esquerdo do balanço (ROI) direciona a do lado direito. Em outras palavras, se a operação e os investimentos geram uma rentabilidade de 20%, os Prof. Daniel Negreiros Aula 03 28 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa investidores24 auferem, em média, também 20%, sendo que os credores obtiveram em média 5,36% e os sócios (acionistas), 40,5%. O ROA (ou ROI) de 20% equivale à rentabilidade média ponderada dos investimentos (pondera-se as rentabilidades pela participação de cada investidor (credor e acionista) nos investimentos: 𝑅𝑂𝐼 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 × 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑂𝑛𝑒𝑟𝑜𝑠𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 + 𝑅𝑂𝐸 × 𝑃𝐿 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑅𝑂𝐼 = 5,36% × 350.000 600.000 + 40,5% × 250.000 600.000 𝑅𝑂𝐼 = 3,125% + 16,875% 𝑹𝑶𝑰 = 𝟐𝟎% 24 Sempre que falarmos em investidores, estamos nos referindo ao conjunto de acionistas (capital próprio) e credores (capital de terceiros) Prof. Daniel Negreiros Aula 03 29 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Questões de Concurso 1. (FCC/Sabesp/Analista de Gestão/Contabilidade/2018) Considere as seguintes informações sobre a Cia. das Frutas: Com base nestas informações, é correto afirmar que a Cia. das Frutas apresentou a) retorno sobre ativo total igual a 15%, sendo decomposto pelo giro do ativo de 1,5 e margem líquida de 10%. b) retorno sobre ativo total igual a 12%, sendo decomposto pelo giro do ativo de 1,5 e margem líquida de 8%. c) retorno sobre o patrimônio líquido igual a 20%, decomposto pelo giro do ativo de 1,5 e margem líquida de 10%. d) retorno sobre o ativo total é 12% e o retorno sobre o patrimônio líquido é 25%. e) retorno sobre o ativo total é 12% e o retorno sobre o patrimônio líquido é 20% 2. (FCC/ARTESP/Especialista em Regulação de Transportes – Administração de Empresas/2017) A análise das demonstrações financeiras é utilizada, normalmente, para a tomada de decisão de investimento. A Taxa de Retorno sobre o Ativo mede o a) desempenho dos ativos de uma empresa e seu impacto no custo de oportunidade do capital próprio. b) desempenho de uma empresa na utilização de ativos para gerar lucro, levando-se em consideração o custo do financiamento destes ativos. c) total de vendas da empresa produzida com o seu ativo, gerando um índice de eficiência no uso dos ativos. d) impacto da participação dos ativos da empresa no lucro antes dos juros, depreciação e amortização. e) desempenho de uma empresa na utilização de ativos para gerar lucros, independentemente de como financiou a aquisição desses ativos. 3. (FCC/Prefeitura de Teresina-PI/Técnico de Nível Superior/Administrador/2016) Para calcular o índice denominado alavancagem financeira de uma empresa, um analista deverá utilizar. a) o lucro operacional e o lucro bruto. b) os dividendos e os juros sobre o capital próprio. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 30 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa c) o capital próprio e o capital de terceiros. d) o lucro líquido e o lucro operacional. e) o lucro por ação e o volume de vendas. 4. (FCC/Câmara Legislativa do DF/Consultor-Técnico-Legislativo Administrador/2018) Considere as seguintes informações obtidas a partir das demonstrações contábeis das empresas Redonda S.A. e Quadrada S.A. de determinada data: Com base nas informações acima, é correto afirmar que a) o passivo circulante da empresa Redonda S.A. é maior que o da empresa Quadrada S.A. b) a empresa Quadrada S.A. é mais endividada. c) a empresa Quadrada S.A. obteve mais recursos de terceiros do que capital próprio. d) o patrimônio líquido da empresa Redonda S.A. é maior que o da empresa Quadrada S.A. e) o lucro líquido apurado pela empresa Redonda S.A. é maior que o da empresa Quadrada S.A. 5. (FCC/Prefeitura de Recife/Analistade Gestão Contábil/2019) A tabela a seguir apresenta informações que foram obtidas das demonstrações contábeis da Cia. Líquida e da Cia. Duvidosa publicadas em 31/12/2017: Com base nessas informações, é correto afirmar que a Cia. a) Duvidosa apresentou maior passivo não circulante em 31/12/2017. b) Líquida apresentou maior passivo circulante em 31/12/2017. c) Duvidosa apresentou maior patrimônio líquido em 31/12/2017. d) Duvidosa apresentou um montante menor de recursos de terceiros. e) Líquida teve um lucro líquido em 2017 maior do que a Cia. Duvidosa. 6. (UFPR/Itaipu Binacional/Administrador/2014) Considere os seguintes dados do D.R.E e do Balanço Patrimonial no exercício 20X3. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 31 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Assinale a alternativa que apresenta o retorno sobre o investimento, a margem operacional e o retorno sobre o Patrimônio Líquido. a) 0,09% – 0,21% – 0,12%. b) 12% – 16% – 17,4%. c) 29% – 12,62% – 17,4%. d) 9,1% – 12,62% – 11,02%. e) 9,1% – 21,74% – 12,02%. 7. (UFPR/Itaipu Binacional/Administrador/2014) A Cia. JKL S/A apresentou um Lucro Operacional Antes do Imposto de Renda (LOAIR) de R$ 100 milhões, no demonstrativo de resultado de 2013. Sabe-se que a alíquota de Imposto de Renda é de 34%. O Passivo total corresponde a R$ 296 milhões e o Patrimônio Líquido é de R$ 364 milhões. Com base nesses valores, qual o Retorno sobre o Ativo (RA) dessa companhia? a) 0,01. b) 10%. c) 5%. d) 0,2. e) 20%. 8. (UFPR/COPEL/Contador Júnior/2016) Se a taxa de Retorno sobre Investimento é de 14,30%, o payback é de: a) 5 anos. b) 7 anos. c) 8 anos. d) 9 anos. e) 11 anos. 9. (UFPR/Itaipu Binacional/Ciências Contábeis/2015) Os dados abaixo foram coletados junto às Demonstrações Contábeis de uma sociedade empresária e se referem ao exercício social de 2014: I. Valor do Ativo total médio do ano de 2014: $ 50.000. II. Valor do Patrimônio Líquido médio do ano de 2014: $ 25.000. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 32 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa III. Valor médio dos Empréstimos e Financiamentos bancários a pagar durante o ano de 2014: $ 15.000. IV. Taxa média ponderada de juros incidentes sobre os empréstimos e financiamentos no ano: 12%. V. Lucro Operacional antes dos efeitos das Despesas Financeiras: $ 8.000. Considerando os dados acima, assinale a alternativa correta. a) O Retorno do Patrimônio Líquido (ROE) de 2014 é de 16,00%. b) O Retorno do Ativo (ROA) de 2014 é de 24,80%. c) O Retorno do Patrimônio Líquido (ROE) de 2014 é de 24,80%, ao passo que o Retorno do Ativo (ROA) de 2014 é de 12,40%. d) O Grau de Alavancagem Financeira para o ano de 2014 é 1,55, o que significa que o Retorno do Patrimônio Líquido (ROE) é superior ao Custo da Dívida. e) O Grau de Alavancagem Financeira para o ano de 2014 é inferior a 1,00, o que significa que o Custo da Dívida é superior ao Retorno do Patrimônio Líquido (ROE). 10. (CESPE/TRT8ª/Administrativa/Contabilidade/2016) Assinale a opção que indica corretamente o retorno sobre o ativo obtido durante o ano de 2015 pela diretoria da empresa cujos indicadores de rentabilidade estão apresentados na tabela. a) 12,50% b) 32,00% c) 3,13% d) 4,00% e) 6,25% 11. (CESPE/Sefaz-RS/Auditor-Fiscal da Receita Estadual/2019) Se, no ano de 2017, uma empresa tiver obtido receitas de venda líquidas no valor de R$500.000 e, nesse mesmo ano, o giro do ativo da empresa houver sido de 0,5 vez e a rentabilidade do seu ativo tiver ficado em 20%, então nessa situação hipotética, o lucro líquido dessa empresa no mesmo período alcançou o valor de a) R$ 100.000 b) R$ 200.000 c) R$ 250.000 d) R$ 1.000.000 e) R$ 5.000.000 Prof. Daniel Negreiros Aula 03 33 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa 12. (CESPE/Sefaz-RS/Auditor do Estado/2018) A respeito do indicador retorno sobre o investimento, julgue os itens a seguir. I. Duas empresas podem apresentar a mesma taxa de retorno, mas com margem de lucro e giro de ativo totalmente diferentes. II. Ao implantar um sistema de gestão de estoques que adota a manutenção de nível mínimo de estoque como premissa, a expectativa da empresa é que, mantido o mesmo nível de vendas, o giro do ativo venha a aumentar. III. Aumentar o giro do ativo sem aumentar simultaneamente a margem de lucro não é suficiente para provocar uma variação positiva na taxa de retorno sobre o investimento. IV. O volume de vendas não é uma variável relevante para o cálculo da margem de lucro de uma empresa. Assinale a opção correta. a) Apenas o item I está certo. b) Apenas o item IV está certo. c) Apenas os itens I e II estão certos. d) Apenas os itens II e III estão certos. e) Apenas os itens III e IV estão certos. 13. (CESPE/TCE-SC/Auditor Fiscal de Controle Externo/2016) Com relação a retorno sobre investimentos e a estrutura de capitais, julgue o item subsecutivo. Nas estruturas em que o custo do capital de terceiros for inferior ao retorno produzido pelos ativos, aumentar o endividamento, de um período A para um período B, diminuirá a participação do capital próprio no financiamento da empresa em ritmo mais acelerado que a diminuição no lucro líquido. 14. (CESPE/TCE-SC/Auditor Fiscal de Controle Externo/2016) Em relação às análises de lucratividade e de liquidez, julgue o seguinte item. A inadimplência, um aspecto que provoca reflexos na rotação dos ativos, não influencia na margem operacional. 15. (CESPE/Telebras/Analista/Finanças/2015) Em relação à análise econômico-financeira de empresas, julgue o item a seguir. O retorno sobre investimento, em determinado período, é consequência da estratégia operacional, que envolve política de preços, escala de produção, qualidade, decisões de compra; e da estratégia de investimento, mediante o uso mais produtivo do capital e da tecnologia, a eliminação de ativos pouco rentáveis e a identificação de novos investimentos. 16. (CESPE/MTE/Contador/2014) No que se refere à análise econômico-financeira de empresas, julgue o item subsecutivo. Caso uma empresa, na comparação entre dois exercícios subsequentes, demonstre variação positiva em seu lucro operacional líquido e variação negativa no total de investimentos, ela apresentará melhora em seu retorno sobre investimentos. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 34 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa 17. (CESPE/EMAP/Analista/Financeira e Auditoria Interna/2018) A tabela a seguir mostra informações extraídas das demonstrações contábeis das empresas A e B, em 31/12/2017. Os valores são expressos em reais. Tendo como referência as informações apresentadas, julgue o item que se segue. Em comparação com a empresa B, a empresa A apresentou melhores indicadores de liquidez corrente e de fluxo sobre o lucro; e piores indicadores de margem líquida. 18. (CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo/2016) No que diz respeito às limitações no processo de análise de indicadores, julgue o item subsequente. É recomendável considerar o valor do ativo total no final do período contábil como referência para o cálculo da taxa de retorno sobre investimentos. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 35 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Tabela para as questões 19 e 20: Considerando as tabelas anteriormente mostradas, que apresentam as demonstrações contábeis ajustadas para fins de análise da empresa hipotética Alfa S.A., referentes aos anos de 20X1 a 20X3, julgue os próximos itens. 19. (CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo/2016) De acordo com os dados apresentados, tanto o retorno sobre o patrimônio líquido quanto o retorno sobre o ativo total sofreramredução de 20X1 para 20X3. 20. (CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo/2016) A lucratividade da empresa diminuiu ao longo do tempo: a margem operacional passou de 0,80 para 0,70. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 36 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Tabela para as questões 21 e 22 Considerando que a tabela acima, cujos valores estão descritos em R$ milhões, tenha sido extraída da contabilidade de determinada empresa ao longo de dois exercícios consecutivos, julgue os itens subsequentes. 21. (CESPE/FUB/Contador/2015) A rentabilidade dos recursos próprios piorou do ano 1 para o ano 2. 22. (CESPE/FUB/Contador/2015) A margem operacional líquida do ano 2 foi inferior à do ano 1. 23. (CESPE/TCE–RN/Auditor/2016) O grau de alavancagem financeira de uma empresa é maior do que 1,0 quando o retorno dos seus ativos supera o custo para remunerar o capital proveniente de terceiros. 24. (CESPE/TJSE/Analista Judiciário/Contabilidade/2014) Julgue os itens subsequentes, referentes à análise econômico-financeira. Considere que uma empresa comercial apresente os seguintes dados: margem operacional = 3,45; rentabilidade de vendas = 1,45; retorno sobre ativo = 3,45. Nesse caso, o giro do ativo total, que indica a eficiência com que os ativos são usados para a realização das vendas da empresa, é inferior a 1,45. 25. (CESPE/TCDF/Auditor de Controle Externo/2014) A respeito da análise de lucratividade e de retorno de investimentos, julgue os itens a seguir. Se o índice de retorno sobre investimento total de uma empresa for igual a 2,10%, e o de retorno sobre patrimônio líquido, 13,65%, então o índice leverage dessa empresa será de 15,75 vezes. 26. (CESPE/TCDF/Auditor de Controle Externo/2014) No que se refere à análise econômico-financeira das organizações, inclusive em seus aspectos qualitativos, julgue o próximo item. As variações no poder de alavancagem financeira são diretamente proporcionais às variações no volume de recursos onerosos empregados na organização. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 37 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Com relação aos conceitos de análise das demonstrações contábeis envolvendo retorno sobre o capital empregado e análise da lucratividade, julgue os itens que se seguem. 27. (CESPE/TCU/Auditor Federal de Controle Externo/2015) A lucratividade de uma empresa pode ser avaliada em relação às vendas, aos ativos e ao patrimônio líquido, e, por ser relativa, sua análise independe do setor de atuação da empresa. 28. (CESPE/TCU/Auditor Federal de Controle Externo/2015) A alavancagem financeira positiva ocorre quando o custo de capital de terceiros é menor que o retorno sobre o ativo operacional, o que gera ganhos adicionais ao acionista. Em relação ao impacto de fatos contábeis nos indicadores econômico-financeiros de uma entidade, julgue os itens a seguir. 29. (CESPE/TCE–PA/Auditor de Controle Externo/2016) O aumento no volume de vendas não provoca qualquer impacto no indicador de eficiência denominado giro do ativo. 30. (CESPE/TCE–PA/Auditor de Controle Externo/2016) A conversão de debêntures em ações altera a estrutura de capital da empresa emitente desses papéis, além de afetar o valor da taxa de retorno sobre o capital próprio a partir da data da conversão. 31. (CESPE/TCU/Auditor Federal de Controle Externo/2013) O modelo DuPont originalmente era uma maneira de decompor o retorno sobre o ativo em dois fatores, que, analisados de forma isolada, representavam a margem líquida e o giro dos ativos. 32. (CESPE/TCU/Auditor Federal de Controle Externo/2013) O grau de alavancagem financeira é a razão entre a taxa de retorno sobre o investimento e a de retorno sobre o ativo. A elaboração de indicadores tem por finalidade avaliar o desempenho de determinada entidade a partir de diferentes critérios. Em relação a essa matéria, julgue os itens subsequentes. 33. (CESPE/TRE-RJ/Analista Judiciário/Contabilidade/2012) Se determinada empresa realizou um empréstimo para a construção de uma nova sede corporativa, seu indicador de giro operacional não será diretamente influenciado pela referida operação. 34. (CESPE/TRE-RJ/Analista Judiciário/Contabilidade/2012) O indicador de margem líquida evidencia qual foi o retorno que a empresa obteve frente ao que conseguiu gerar de receitas. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 38 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa 35. (CESPE/Sefaz-RS/Auditor do Estado/2018) Se o grau de alavancagem financeira de determinada sociedade anônima for igual a 1,35, isso significa que a) o retorno para os acionistas é 135% maior que aquele que obteriam caso a empresa fosse financiada exclusivamente com capital próprio. b) o retorno para os acionistas é 35% maior que aquele que obteriam caso a empresa fosse financiada exclusivamente com capital próprio. c) os recursos de terceiros são 1,35 vezes maiores que os recursos próprios da referida empresa. d) os recursos próprios dessa empresa são 1,35 vezes maiores que os recursos de terceiros. e) o retorno para os acionistas é 35% maior que aquele que obteriam caso a empresa fosse financiada exclusivamente pelo capital de terceiros 36. (CESPE/SDS-PE/Polícia Científica/2016) A respeito da alavancagem financeira, assinale a opção correta. a) Um grau de alavancagem financeira igual a 1,3 significa que os acionistas estão ganhando um retorno 30% melhor do que teriam se financiassem totalmente os seus ativos com seus próprios recursos. b) Quanto maior o grau de alavancagem financeira, menor é o risco financeiro assumido pela empresa. c) Quando o efeito da alavancagem financeira é positivo, presume-se que o retorno do investimento do acionista será reduzido toda vez que a empresa optar por trabalhar com recursos de terceiros. d) O efeito do imposto de renda sobre o lucro operacional é desconsiderado quando do cálculo do grau de alavancagem financeira. e) A alavancagem financeira não afeta o valor do retorno sobre o patrimônio líquido de uma empresa. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 39 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Gabarito 1. letra A 2. letra E 3. letra D 4. letra E 5. letra E 6. letra E 7. letra B 8. letra B 9. letra D 10. letra A 11. letra B 12. letra C 13. C 14. E 15. C 16. C 17. C 18. E 19. C 20. E 21. E 22. E 23. C 24. C 25. E 26. C 27. E 28. C 29. E 30. C 31. C 32. E 33. E 34. C 35. letra B 36. letra A Prof. Daniel Negreiros Aula 03 40 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa Questões de Concurso – Gabarito Comentado 1. (FCC/Sabesp/Analista de Gestão/Contabilidade/2018) Considere as seguintes informações sobre a Cia. das Frutas: Com base nestas informações, é correto afirmar que a Cia. das Frutas apresentou a) retorno sobre ativo total igual a 15%, sendo decomposto pelo giro do ativo de 1,5 e margem líquida de 10%. b) retorno sobre ativo total igual a 12%, sendo decomposto pelo giro do ativo de 1,5 e margem líquida de 8%. c) retorno sobre o patrimônio líquido igual a 20%, decomposto pelo giro do ativo de 1,5 e margem líquida de 10%. d) retorno sobre o ativo total é 12% e o retorno sobre o patrimônio líquido é 25%. e) retorno sobre o ativo total é 12% e o retorno sobre o patrimônio líquido é 20% Gabarito: Letra A Comentário: A Rentabilidade do ativo (Retorno sobre o ativo (ROI ou ROA)) mostra o quanto a empresa lucrou nas suas operações por real investido. Relembre que esse investimento pode ter sido feito com recursos próprios (recursos dos sócios ou Patrimônio Líquido) ou com recursos de terceiros (Passivo Exigível), as duas origens de recursos. O desempenhodo ROI é consequência de duas estratégias: operacional e de investimento. 𝑅𝑂𝐴 = 𝑅𝑂𝐼 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑎𝑑𝑜∗ 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙∗ = 𝑁𝑂𝑃𝐴𝑇 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 Sabe-se que o lucro líquido do exercício é apenas parte da renda gerada pela empresa, e que esta renda visa remunerar o capital de risco (geralmente o Patrimônio Líquido) e não o Ativo Total. Importante: O lucro que remunera o capital total investido é o NOPAT (Net Operating Profit After Taxes), ou Lucro Operacional Ajustado (antes das despesas financeiras). Chamamos de “ajustado” porque ele é diminuído do Imposto de Renda “Bruto” (IR não impactado pelas despesas financeiras, que na realidade são dedutíveis da sua base de cálculo). Todavia, o CESPE (e a FCC, como vimos na questão 1), em algumas questões (e de forma tecnicamente incorreta), considera o retorno sobre o ativo da seguinte forma (vale dizer que alguns autores da área contábil também assumem essa fórmula): Prof. Daniel Negreiros Aula 03 41 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa 𝑅𝑂𝐴 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 E para essa questão nós deveremos utilizar essa premissa, caso contrário não obteríamos resposta (ok, poderíamos também forçar a barra e solicitar anulação da questão, mas sinceramente acho muito difícil um recurso como esse ser deferido). O ROA também pode ser obtido a partir da equação DuPont, que indica a rentabilidade vista de uma maneira gerencial, baseada na seguinte identidade: Ou seja, isso equivale a dizer que a fórmula (ou equação) DuPont permite à empresa decompor seu retorno em dois componentes: lucro sobre as vendas e eficiência no uso dos ativos: 𝑅𝑂𝐴 = 𝑅𝑂𝐼 = 𝑚𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 × 𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 O método DuPont permite fazer a análise da rentabilidade da empresa e avaliar os fatores que contribuem para a sua formação, verificando se o retorno da empresa provém mais da sua margem ou do giro de sua atividade, permitindo, ainda, adequar uma e outro, em caso de ineficiência operacional. A boa rentabilidade será obtida por meio de uma boa conjugação entre preço e quantidade vendida, isto é, entre lucratividade e produtividade. Passada a breve revisão teórica, temos, na questão, que o giro do ativo da empresa é de 1,5 vez e a margem líquida pode ser obtida da razão entre o lucro líquido e a receita líquida de vendas: 𝑚𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 = 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 = 240.000 2.400.000 = 0,1 = 10% Portanto: 𝑅𝑂𝐴 = 𝑚𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 × 𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑅𝑂𝐴 = 0,1 × 1,5 = 0,15 = 15% Só a título de informação, o ROE (retorno sobre o PL), no caso, vale: 𝑅𝑂𝐸 = 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑃𝐿𝑚é𝑑𝑖𝑜 = 240.000 960.000 = 0,25 = 25% 2. (FCC/ARTESP/Especialista em Regulação de Transportes – Administração de Empresas/2017) A análise das demonstrações financeiras é utilizada, normalmente, para a tomada de decisão de investimento. A Taxa de Retorno sobre o Ativo mede o a) desempenho dos ativos de uma empresa e seu impacto no custo de oportunidade do capital próprio. b) desempenho de uma empresa na utilização de ativos para gerar lucro, levando-se em consideração o custo do financiamento destes ativos. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 42 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa c) total de vendas da empresa produzida com o seu ativo, gerando um índice de eficiência no uso dos ativos. d) impacto da participação dos ativos da empresa no lucro antes dos juros, depreciação e amortização. e) desempenho de uma empresa na utilização de ativos para gerar lucros, independentemente de como financiou a aquisição desses ativos. Gabarito: letra E. Comentário: Vimos na aula de hoje que a taxa de retorno sobre o ativo mede, de fato, o desempenho de uma empresa na utilização de ativos para gerar lucros, independentemente de como financiou a aquisição desses ativos. Em outras palavras, o ROI é o retorno das decisões de investimento (e operacionais) tomadas pela empresa, não sendo influenciado pela forma como a empresa se financiou no período, ao passo que o ROE (retorno sobre o PL), é o retorno sobre os ativos, porém ponderados pela forma com a qual a empresa se financia. Vimos também que o giro do ativo tem conceito que se aproxima do apresentado na letra C, ou seja, é total de vendas da empresa produzida com o seu ativo, gerando um índice de eficiência no uso dos ativos 3. (FCC/Prefeitura de Teresina-PI/Técnico de Nível Superior/Administrador/2016) Para calcular o índice denominado alavancagem financeira de uma empresa, um analista deverá utilizar. a) o lucro operacional e o lucro bruto. b) os dividendos e os juros sobre o capital próprio. c) o capital próprio e o capital de terceiros. d) o lucro líquido e o lucro operacional. e) o lucro por ação e o volume de vendas. Gabarito: letra D. Comentário: O Grau de Alavancagem Financeira (GAF) reflete as decisões de financiamento da empresa e como elas influenciam no aumento da rentabilidade; é alavancar o lucro líquido por meio do uso “inteligente” da estrutura de capital da empresa. Podemos destrinchar a fórmula do GAF da seguinte maneira: 𝑮𝑨𝑭 = 𝑹𝑶𝑬 𝑹𝑶𝑰 = 𝑳𝒖𝒄𝒓𝒐 𝒍í𝒒𝒖𝒊𝒅𝒐 𝑷𝑳 𝑵𝑶𝑷𝑨𝑻 𝑨𝒕𝒊𝒗𝒐 O NOPAT, como já vimos, é umas das métricas operacionais, e denota o lucro operacional antes das despesas financeiras e após o IR. Assim, dentre as alternativas, a que mais se aproxima da verdade é a letra D, uma vez que o analista utiliza o lucro líquido para a obtenção do ROE e o lucro operacional (mesmo que ajustado) para a obtenção do ROI. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 43 de 72|www.direcaoconcursos.com.br Análise da Rentabilidade de uma empresa 4. (FCC/Câmara Legislativa do DF/Consultor-Técnico-Legislativo Administrador/2018) Considere as seguintes informações obtidas a partir das demonstrações contábeis das empresas Redonda S.A. e Quadrada S.A. de determinada data: Com base nas informações acima, é correto afirmar que a) o passivo circulante da empresa Redonda S.A. é maior que o da empresa Quadrada S.A. b) a empresa Quadrada S.A. é mais endividada. c) a empresa Quadrada S.A. obteve mais recursos de terceiros do que capital próprio. d) o patrimônio líquido da empresa Redonda S.A. é maior que o da empresa Quadrada S.A. e) o lucro líquido apurado pela empresa Redonda S.A. é maior que o da empresa Quadrada S.A. Gabarito: letra E. Comentário: Questão interessante, que envolve vários conceitos de análise. Como sempre digo, aconselho a você que desenhe o balanço patrimonial para que consiga visualizar a situação das empresas com maior clareza. Vamos às alternativas: a) o passivo circulante da empresa Redonda S.A. é maior que o da empresa Quadrada S.A. Item ERRADO. Sabemos que o índice de liquidez corrente é a razão entre o ativo circulante e o passivo circulante: 𝐿𝐶 = 𝐴𝐶 𝑃𝐶 Assim, os passivos circulantes das empresas podem ser calculados, e percebemos que são iguais: 𝑃𝐶𝑟𝑒𝑑𝑜𝑛𝑑𝑎 = 𝐴𝐶𝑟𝑒𝑑𝑜𝑛𝑑𝑎 𝐿𝐶𝑟𝑒𝑑𝑜𝑛𝑑𝑎 = 21.000 1,5 = 14.000 𝑃𝐶𝑞𝑢𝑎𝑑𝑟𝑎𝑑𝑎 = 𝐴𝐶𝑞𝑢𝑎𝑑𝑟𝑎𝑑𝑎 𝐿𝐶𝑞𝑢𝑎𝑑𝑟𝑎𝑑𝑎 = 28.000 2 = 14.000 b) a empresa Quadrada S.A. é mais endividada. Item ERRADO. Vemos claramente que o grau de endividamento da empresa Quadrada S.A. é menor do que o da empresa Redonda S.A. (50% vs 70%) c) a empresa Quadrada S.A. obteve mais recursos de terceiros do que capital próprio. Item ERRADO. Se o grau de endividamento da empresa Quadrada S.A. (em relação aos recursos totais) é 50%, significa dizer que 50% (metade) do seu ativo total é composto por passivo exigível, e o restante (50%, ou metade) é composto por patrimônio líquido. Prof. Daniel Negreiros Aula 03 44 de 72|www.direcaoconcursos.com.br
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