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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS PROVA DO ALUNO Protocolo: 446563 Página 1 - 21/10/2018 às 16:27 P1 e P2 Curso: Letras Disciplina: Teoria da Literatura I Data de aplicação: 15/10/2018 Data de Gabarito: 16/10/2018 RGM: 063.3260 Aluno(a): MARCIO NOGUEIRA DE MORAES PROVA 01 Questão 1 - Aula # - O que diferencia o texto literário do texto não-literário ? Um texto literário é aquele que desperta um certo estranhamento no leitor, quando o leitor, ao ler, observa que aquele não é um texto comum, mas sim um texto que pode conter, poesia, romance, um texto literário é um texto que desperta certa curiosidade no leitor, que ele vai ler, querendo saber do final. O texto literário, passa pela literaliedade que uma pessoa (intelectual, professor, academia de letras), analisa o texto, usando recursos próprios para dizer que aquele texto é o não literário. Um texto não literário, é um texto comum, escrito por qualquer pessoa, não tem o valor literário. - Parecer do professor: Questão 2 - Aula # - Com base nas aulas e nos textos propostos para leitura, você diria que o texto abaixo é literário? Por quê? BEBA COCA COLA BABE COLA BEBA COCA BABE COLA CACO CACO COLA CLOACA Sim, pode ser considerado um texto literario, porque esse texto ele tem poesia, suas palavras são suaves, tem rima, não é um texto comum, é o tipo de texto que causa extranhamento ao ler, por ser diferente, ele tem plurissignificação. - Parecer do professor: Questão 3 - Aula # - Assinale a alternativa em que o primeiro verso é um decassílabo: CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS PROVA DO ALUNO Protocolo: 446563 Página 2 - 21/10/2018 às 16:27 a) fruto, depois de ser semente humilde e flor, / Na alta árvore nutriz da vida, amadureço. b) A dor de quem recorda os tempos idos / Fere como um punhal envenenado [CORRETA] c) Já a lágrima triste choraram teus filhos. / Teus filhos que choram tão grande tardança d) Índio gigante adormecerá um dia. / Junto aos Andes por terra era prostrado e) o meu amor não tem / importância nenhuma. Questão 4 - Aula # - SONHO DA NOSSA VIDA (Disponível em http://pereirabel.blogs.sapo.pt/ ) Nuvens que pelo céu correm Entre elas o Sol emergindo Acordam saudades que não morrem Dum sonho que fora lindo. Na penumbra de qualquer sonho Rompe por vezes o futuro O que era ainda verde e tristonho dará um fruto belo e maduro. Sonhar toda a gente pode Pois não é coisa proibida a sonhar se escreve a ode Do sonho da nossa vida! Só não está correto o que se afirma na opção: a) Trata-se de um soneto. [CORRETA] b) A última estrofe é composta por versos em redondilha maior. c) As rimas são cruzadas. d) As rimas da última estrofe são ricas. e) O terceiro verso da segunda estrofe é eneassílabo. Questão 5 - Aula # - Nos textos comuns, não literários, o autor seleciona e combina as palavras geralmente pela sua significação. Na elaboração do texto literário, ocorre uma outra operação, tão importante quanto a primeira: a seleção e a combinação de palavras se fazem muitas vezes por parentesco sonoro. Por isso se diz que o discurso literário é um discurso específico, em que a seleção e a combinação das palavras se fazem não apenas pela significação, mas também por outros critérios, um dos quais, o sonoro. Como resultado, o texto literário adquire certo grau de tensão ou ambiguidade, produzindo mais de um sentido. Daí a plurissignificação do texto literário. GOLDSTEIN, N. Versos, sons, ritmos. 5. ed. São Paulo: Ática, 1988, p. 5. Os símbolos, as metáforas e outras figuras estilísticas, as inversões, os paralelismos e as repetições constituem outros tantos meios de o escritor transformar a linguagem usual em linguagem literária. AGUIAR E SILVA, V. M. Teoria da literatura. 3. ed. Coimbra: Almedina, 1979, p.58 (com adaptações). Tomando como referência os textos acima, avalie as afirmações que se seguem. (1.0) I. A plurissignificação de um texto literário é construída pela combinação de elementos que vão além da significação das palavras que o compõem. II. A construção do texto literário envolve um processo de seleção e combinação de palavras baseados, necessariamente, no uso de metáforas. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS PROVA DO ALUNO Protocolo: 446563 Página 3 - 21/10/2018 às 16:27 III. A ambiguidade do texto literário resulta de um processo de seleção e combinação de palavras.baseados, IV. O texto literário se diferencia do não literário por não depender de significação, mas, sim, de outros recursos no processo de seleção e combinação das palavras. a) I e II b) I e III [CORRETA] c) II e IV d) I, III e IV e) II, III e IV Questão 6 - Aula # - – Leia as afirmações sobre o gênero lírico: I - A origem do termo “lírico” liga-se à Antiguidade Clássica, quando os aedos percorriam as cidades, tocando um instrumento chamado “lira” e cantando as poesias. II – O gênero lírico é específico das poesias, por isso também é chamado de gênero poético. III – O gênero lírico não representa o mundo exterior e objetivo, nem a interação do homem e deste mesmo mundo, assim se distinguindo fundamentalmente da narrativa e do drama. IV – O gênero lírico manifesta-se em poemas de extensão menor em que poucas personagens participam. V – No gênero lírico, a musicalidade exerce papel importante e está ligada à origem desse gênero, quando os poemas eram cantados. Está correto apenas o que se afirma em: a) I, II. b) I, II e III. c) II, III e IV. d) I, III e V. [CORRETA] e) III e V. Questão 7 - Aula # - CANÇÃO AMIGA Eu preparo uma cançãoEm que minha mãe se reconheça,Todas as mães se reconheçamE que fale com dois olhosCaminho por uma ruaQue passa em muitos paísesSe não me vêem, eu vejoE saúdo velhos amigosEu distribuo um segredoComo quem ama ou sorriDois carinhos se procuramMinha vida, nossa vidaFormam um só diamente.Aprendi novas palavrasE tornei outro mais belas.Eu preparo um cançãoQue faça acordar os homensE adormecer as crianças.(Carlos Drummond de Andrade) Observando a métrica do texto proposto, conclui-se que predominam versos: a) hexassílabos b) pentassílabos c) heptassílabos [CORRETA] d) eneassílabos e) versos livres Questão 8 - Aula # - Rima pobre é aquela que se processa com palavras de mesma classe gramatical, como a da opção: a) fino / menino b) lavada / calçada CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS PROVA DO ALUNO Protocolo: 446563 Página 4 - 21/10/2018 às 16:27 c) pequenino / destino [CORRETA] d) neles / aqueles e) ideais / iguais Questão 9 - Aula # - Não, não é fácil escrever. É duro como quebrar rochas. Mas voam faíscas e lascas como aços espalhados. Ah que medo de começar e ainda nem sequer sei o nome da moça. Sem falar que a história me desespera por ser simples demais. O que me proponho contar parece fácil e à mão de todos. Mas a sua elaboração é muito difícil. Pois tenho que tornar nítido o que está quase apagado e que mal vejo. Com mãos de dedos duros enlameados apalpar o invisível na própria lama. (Clarice Lispector. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984, p. 25. ENADE 2008) No trecho do romance A hora da Estrela, de Clarice Lispector, apresenta-se uma concepção do fazer literário, segundo a qual a literatura é: a) uma forma de resolver os problemas sociais abordados pelo escritor ao escrever suas histórias. b) uma forma de, pelo trabalho do escritor, tornar sensível o que não está claramente disponível na realidade. [CORRETA] c) um dom do escritor, que, de forma espontânea e fácil, alcança o indizível e o mistério graças a sua genialidade. d) o resultado do trabalho árduo do escritor, que transforma histórias complexas em textos simples e interessantes. e) um modo mágico de expressão, por meio do qual se de abandona a realidade histórica em favor da pura beleza estética graças à sensibilidade do escritor. Questão 10 - Aula # - Sobre as características do gênero textual poema, estão corretas as seguintes proposições: I. O poema deve ser construído sob forma fixa, semprepreservando elementos como a métrica e a musicalidade dos versos. II. O poema caracteriza-se por ser centrado em um trabalho peculiar com a linguagem. Em geral, reflete o momento e o impacto dos fatos sobre o homem. III. O poema diferencia-se dos demais gêneros por ser escrito em versos e por possuir um ritmo mais marcado que o ritmo da prosa. IV. A poesia não é exclusividade do poema: ela é uma atitude subjetiva que pode estar nas mais variadas manifestações artísticas. a) Todas estão corretas. b) Apenas I está correta. c) II, III e IV estão corretas. [CORRETA] d) I e III estão corretas. e) I, III e IV estão corretas. PROVA 02 Questão 1 - Aula # - Conto de Natal Rubem Braga Sem dizer uma palavra, o homem deixou a estrada andou alguns metros no pasto e se deteve um instante diante da cerca de arame farpado. A mulher seguiu-o sem compreender, puxando pela mão o menino de seis anos. — Que é? O homem apontou uma árvore do outro lado da cerca. Curvou-se, afastou dois fios de arame e passou. O menino preferiu passar deitado, mas uma ponta de arame o segurou pela camisa. O pai agachou-se zangado: — Porcaria... Tirou o espinho de arame da camisinha de algodão e o moleque escorregou para o outro CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS PROVA DO ALUNO Protocolo: 446563 Página 5 - 21/10/2018 às 16:27 lado. Agora era preciso passar a mulher. O homem olhou-a um momento do outro lado da cerca e procurou depois com os olhos um lugar em que houvesse um arame arrebentado ou dois fios mais afastados. — Péra aí... Andou para um lado e outro e afinal chamou a mulher. Ela foi devagar, o suor correndo pela cara mulata, os passos lerdos sob a enorme barriga de 8 ou 9 meses. — Vamos ver aqui... Com esforço ele afrouxou o arame do meio e puxou-o para cima. Com o dedo grande do pé fez descer bastante o de baixo. Ela curvou-se e fez um esforço para erguer a perna direita e passá-la para o outro lado da cerca. Mas caiu sentada num torrão de cupim! — Mulher! Passando os braços para o outro lado da cerca o homem ajudou-a a levantar-se. Depois passou a mão pela testa e pelo cabelo empapado de suor. — Péra aí... Arranjou afinal um lugar melhor, e a mulher passou de quatro, com dificuldade. Caminharam até a árvore, a única que havia no pasto, e sentaram-se no chão, à sombra, calados. O sol ardia sobre o pasto maltratado e secava os lameirões da estrada torta. O calor abafava, e não havia nem um sopro de brisa para mexer uma folha. De tardinha seguiram caminho, e ele calculou que deviam faltar umas duas léguas e meia para a fazenda da Boa Vista quando ela disse que não agüentava mais andar. E pensou em voltar até o sítio de «seu» Anacleto. — Não... Ficaram parados os três, sem saber o que fazer, quando começaram a cair uns pingos grossos de chuva. O menino choramingava. — Eh, mulher... Ela não podia andar e passava a mão pela barriga enorme. Ouviram então o guincho de um carro de bois. — Oh, graças a Deus... Às 7 horas da noite, chegaram com os trapos encharcados de chuva a uma fazendinha. O temporal pegou-os na estrada e entre os trovões e relâmpagos a mulher dava gritos de dor. — Vai ser hoje, Faustino, Deus me acuda, vai ser hoje. O carreiro morava numa casinha de sapé, do outro lado da várzea. A casa do fazendeiro estava fechada, pois o capitão tinha ido para a cidade há dois dias. — Eu acho que o jeito... O carreiro apontou a estrebaria. A pequena família se arranjou lá de qualquer jeito junto de uma vaca e um burro. No dia seguinte de manhã o carreiro voltou. Disse que tinha ido pedir uma ajuda de noite na casa de “siá” Tomásia, mas “siá” Tomásia tinha ido à festa na Fazenda de Santo Antônio. E ele não tinha nem querosene para uma lamparina, mesmo se tivesse não sabia ajudar nada. Trazia quatro broas velhas e uma lata com café. Faustino agradeceu a boa-vontade. O menino tinha nascido. O carreiro deu uma espiada, mas não se via nem a cara do bichinho que estava embrulhado nuns trapos sobre um monte de capim cortado, ao lado da mãe adormecida. — Eu de lá ouvi os gritos. Ô Natal desgraçado! — Natal? Com a pergunta de Faustino a mulher acordou. — Olhe, mulher, hoje é dia de Natal. Eu nem me lembrava... Ela fez um sinal com a cabeça: sabia. Faustino de repente riu. Há muitos dias não ria, desde que tivera a questão com o Coronel Desidério que acabara mandando embora ele e mais dois colonos. Riu muito, mostrando os dentes pretos de fumo: — Eh, mulher, então “vâmo” botar o nome de Jesus Cristo! A mulher não achou graça. Fez uma careta e penosamente voltou a cabeça para um lado, cerrando os olhos. O menino de seis anos tentava comer a broa dura e estava mexendo no embrulho de trapos: — Eh, pai, vem vê... — Uai! Péra aí... O menino Jesus Cristo estava morto. Texto extraído do livro "Nós e o Natal", Artes Gráficas Gomes de Souza - Rio de Janeiro, 1964, pág. 39. a) Classifique as personagens. b) Classifique o narrador. c) Identifique o espaço. d) Quanto ao tempo, valoriza-se a ação interior ou a exterior? Por quê? e) O que caracteriza esse texto como conto? A) Os personagens: Homem (faustino), a Mulher, o filho de seis anos, e o filho que nasceu no decorrer do conto - Esses são os personagens principais da história. Aparecem também na história: O capitão, que não estava na fazenda, pois a casa estava fechada, seu Anacleto - queriam voltar para o sítio dele, apareceu um guincho de um carro de bois, o homem do guincho de bois, foi pedir ajuda da sia Tomásia, mas ela tinha ido à uma festa. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS PROVA DO ALUNO Protocolo: 446563 Página 6 - 21/10/2018 às 16:27 C) O espaço: O enredo passa em uma estrada, de alguma fazenda, sob um sol muito quente da tarde, e no começo da noite uma grande chuva os pegou no caminho, onde ele relata: "pingos grossos de chuvas". D) Quanto ao tempo: está contando a história de uma família, que estava em uma estrada, sob um sol muito forte, com a mulher grávida de 9 meses, como a história se passou toda contando a história com riquezas de detalhes, valorizou-se a ação exterior: o calor, a chuva, a cerca, a criança que nasceu, a fazenda fechada, a ajuda do guincho carro de bois, o anoitecer com o horário, mostra coisas exteriores. E) Conto: Esse tipo de texto iterário, oferece uma amostra da vida através de um episódio, um momento singular e representativo, possui economia de meios narrativos e densidade na construção dos personagens. - Parecer do professor: Questão 2 - Aula # - – Com base na leitura da obra de Sófocles e no excerto a seguir, explique sobre a divergência existente entre Creonte e Antígona e quais as consequências disso. CREONTE – [...] tiveste a ousadia de desobedecer a essa determinação? ANTÍGONA – Sim, pois não foi decisão de Zeus; e a Justiça [Diké], a deusa que habita com as divindades subterrâneas, jamais estabeleceu tal decreto entre os humanos; tampouco acredito que tua proclamação tenha legitimidade para conferir a um mortal o poder de infringir as leis divinas [Thémis], nunca escritas, porém irrevogáveis; não existem a partir de ontem, ou de hoje; são eternas, sim! E ninguém pode dizer desde quando vigoram! Decretos como os que proclamaste, eu, que não temo o poder de homem algum, posso violar sem merecer a punição dos deuses! (SÓFOCLES, 2008, p. 96). Creonte está muito zangado porque Antígona desobedeceu uma determinação imposta por ele. Para ele, como não foi Zeus que havia tomada a decisão, ela achou que não deveria obedece-lo. Esclareceu que a deusa que habita com as divindades, jamais havia estabelecido tal decreto entre os humanos. Não acreditando que um mortal teria um poder de infrigir tais leis divinas. A conseqûência é que para Antígona, no pensamento dela, os decretos de Creone, por ela não temer o poder de homem algum, ela pode violar sem merecer a punição dos deuses. Creonte, está muito zangado com Antígona, porque ela desobedeceu uma determinação imposta por ele. Para ela (Antígona), uma determinação dessa, só teria valor se fosse decretadapor um deus, no caso o ZEUS. E Dike, deusa que habita com as divindades subterrâneas, jamais estabeleceu decreto algum entre os humanos, e que para ela, a proclamação de Creonte, não tem legitimidade para conferir um mortal o poder de infrigir as leis divinas. - Parecer do professor: Questão 3 - Aula # - O gênero dramático, entre outros aspectos, apresenta como característica essencial: a) A presença de um narrador. b) A estrutura dialógica . [CORRETA] c) O extravasamento lírico . d) A musicalidade. e) O descritivismo. Questão 4 - Aula # - Relacione as espécies literárias ao lado com suas respectivas características dispostas abaixo e assinale a CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS PROVA DO ALUNO Protocolo: 446563 Página 7 - 21/10/2018 às 16:27 alternativa correta: (UFU-MG) I. Modalidade de texto literário que oferece uma amostra da vida através de um episódio, um flagrante ou instantâneo, um momento singular e representativo; possui economia de meios narrativos e densidade na construção das personagens. II. À intensidade expressiva desse tipo de texto literário, à sua concentração e ao seu caráter imediato, associa- se, como traço estético importante, o uso do ritmo e da musicalidade. III. Essa modalidade de texto literário prende-se a uma vasta área de vivência, faz-se geralmente de uma história longa e apresenta uma estrutura complexa. IV. Nos textos do gênero, o narrador parece estar ausente da obra, ainda que, muitas vezes, se revele nas rubricas ou nos diálogos; neles impõe-se rigoroso encadeamento causal. V. Espécie narrativa entre literatura e jornalismo, subjetiva, breve e leve, na qual muitas vezes autor, narrador e protagonista se identificam. ( ) Poema lírico ( ) Conto ( ) Crônica ( ) Romance ( ) Texto teatral a) II � I � V � III e IV. [CORRETA] b) II � I � V � IV e III. c) II � I � III � V e IV. d) I � II � V � III e IV. e) I � IV � II � V e III. Questão 5 - Aula # - A crônica é um gênero literário bastante lido nos dias de hoje. Isso se dá porque I – é escrita em linguagem comunicativa, o que facilita a leitura; II – aborda temas essencialmente atuais; III – geralmente é encontrada em jornais e revistas, o que facilita o acesso do leitor; IV – permite ao leitor um maior contato com temas ligados ao amor. Quais estão corretas? a) APENAS I b) APENAS II E IV c) APENAS III E IV d) APENAS II E III e) APENAS I, II E III [CORRETA] Questão 6 - Aula # - Considere o texto O Vizinho, de Leonardo Brasiliense: “Meu vizinho do outro lado da rua passa a vida olhando a vida - dos outros - pela janela. É um homem velho e acho que doente: não imagino outro motivo para ele ficar o tempo todo assim. E ali onde o vejo deve ser o seu quarto. Uma pessoa como ele não deve sair nunca do quarto. Há de receber muitos cuidados, por uma enfermeira particular, talvez, ou por alguém que o ame. Fico mais tranquilo se pensar que ele é amado. Assim fica menos triste ver passar a vida, ele lá, da sua janela, e eu aqui, da minha.” O narrador do texto é classificado como: a) narrador observador [CORRETA] b) narrador onisciente neutro CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS PROVA DO ALUNO Protocolo: 446563 Página 8 - 21/10/2018 às 16:27 c) narrador protagonista d) narrador personagem e) narrador onisciente intruso Questão 7 - Aula # - Quais são as divisões, ao nível da forma, num texto dramático ? a) Capítulos. b) Estrofes e versos. c) Introdução e Desenvolvimento. d) Atos e cenas. [CORRETA] e) Atos e capítulos. Questão 8 - Aula # - A nuvem - Fico admirado como é que você, morando nesta cidade, consegue escrever uma semana inteira sem reclamar, sem protestar, sem espinafrar! E meu amigo falou da água, telefone, Light em geral, carne, batata, transporte, custo de vida, buracos na rua, etc. etc. etc. Meu amigo está, como dizem as pessoas exageradas, grávido de razões. Mas que posso fazer? Até que tenho reclamado muito isto e aquilo. Mas se eu for ficar rezingando todo dia, estou roubado: quem é que vai agüentar me ler? Acho que o leitor gosta de ver suas queixas no jornal, mas em termos. Além disso, a verdade não está apenas nos buracos das ruas e outras mazelas. Não é verdade que as amendoeiras neste inverno deram um show luxuoso de folhas vermelhas voando no ar? E ficaria demasiado feio eu confessar que há uma jovem gostando de mim? Ah, bem sei que esses encantamentos de moça por um senhor maduro duram pouco. São caprichos de certa fase. Mas que importa? Esse carinho me faz bem; eu o recebo terna e gravemente; sem melancolia, porque sem ilusão. Ele se irá como veio, leve nuvem solta na brisa, que se tinge um instante de púrpura sobre as cinzas de meu crepúsculo. E olhem só que tipo de frase estou escrevendo! Tome tenência, velho Braga. Deixe a nuvem, olhe para o chão - e seus tradicionais buracos. (Rubem Braga, Ai de ti, Copacabana) Em "E olhem só que tipo de frase estou escrevendo! Tome tenência, velho Braga", o narrador: a) chama a atenção dos leitores para a beleza do estilo que empregou; b) revela ter consciência de que cometeu excessos com a linguagem metafórica; [CORRETA] c) exalta o estilo por ele conquistado e convida-se a reverenciá-lo; d) percebe que, por estar velho, seu estilo também envelheceu; e) dá-se conta de que sua linguagem não será entendida pelo leitor comum. Questão 9 - Aula # - Leia, atentamente, o texto abaixo, de Machado de Assis. Um Apólogo Machado de Assis Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha: — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo? — Deixe-me, senhora. — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça. — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros. — Mas você é orgulhosa. — Decerto que sou. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS PROVA DO ALUNO Protocolo: 446563 Página 9 - 21/10/2018 às 16:27 — Mas por quê? — É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu? — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu? — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados... — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando... — Também os batedores vão adiante do imperador. — Você é imperador? — Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto... Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha: — Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima... A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic- plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperandoo baile. Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe: — Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá. Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: — Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária! Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59. O narrador desse conto é classificado como: a) narrador personagem b) narrador personagem intruso c) narrador protagonista d) narrador parcial e) narrador onisciente [CORRETA] Questão 10 - Aula # - (UFV) Considere o texto: "O incidente que se vai narrar, e de que Antares foi teatro na sexta-feira 13 de dezembro do ano de 1963, tornou essa localidade conhecida e de certo modo famosa da noite para o dia. (...) Bem, mas não convém antecipar fatos nem ditos. Melhor será contar primeiro, de maneira tão sucinta e imparcial quanto possível, a história de Antares e de seus habitantes, para que se possa ter uma idéia mais clara do palco, do cenário e principalmente da personagens principais, bem como da comparsaria, desse drama CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS PROVA DO ALUNO Protocolo: 446563 Página 10 - 21/10/2018 às 16:27 talvez inédito nos anais da espécie humana." (Érico Veríssimo) Assinale a alternativa que evidencia o papel do narrador no fragmento acima: a) O narrador tem senso prático, utilitário e quer transmitir uma experiência pessoal. b) É um narrador introspectivo, que relata experiências que aconteceram no passado, em 1963. c) Em atitude semelhante à de um jornalista ou de um espectador, escreve para narrar o que aconteceu com x ou y em tal lugar ou tal hora. [CORRETA] d) Fala de maneira exemplar ao leitor, porque considera sua visão a mais correta. e) É um narrador neutro, que não deixa o leitor perceber sua presença.
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