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A cidade apostila ENEM
Campo x Cidade 
A Revolução Industrial é um imenso marco da relação campo x cidade, a partir desse momento, pela primeira vez, o maior número de empregos estava na cidade, e não no campo. O meio urbano é, agora, o principal centro econômico e passa a ser o grande destino da população (êxodo rural: migração em massa do campo para a cidade) e, com isso, começam a surgir as primeiras sociedades urbano-industriais.
O Brasil foi, por um bom tempo, conhecido pela sua vocação agrícola. Não que essa atividade tenha deixado de ser importante para a economia, mas o processo de industrialização iniciado por Getúlio Vargas na década de 1930 transformou as relações campo x cidade. A década de 1950 marca o surgimento de um Brasil urbano (51% das pessoas ou mais moravam nas cidades).
A grande concentração fundiária do campo brasileiro (herança do Brasil colônia) logo repercutiu no intenso êxodo rural. Isso fez com que o processo de urbanização brasileira ocorresse de forma muito acelerada, dificultando o planejamento urbano e repercutindo em diversos problemas, como a favelização, o trânsito caótico, a violência e a segregação socioespacial.
Problemas esses diretamente relacionados ao inchaço urbano, fenômeno denominado macrocefalia urbana.
Hoje, observa-se que as atividades do campo estão cada vez mais dependentes do processo industrial e do desenvolvimento de novas tecnologias.
Nesse sentido, uma crise econômica urbana afeta, também, o campo.
Dessa forma deve-se avaliar que o espaço geográfico é constituído pelo rural e pelo urbano, ou seja, pelas áreas densamente habitadas das cidades de um lado e pelas áreas de atividades agropecuárias e também de produção extrativista ou de reservas naturais de outro. Sendo assim, cada uma dessas áreas possui suas próprias características socioespaciais, mas também possui suas múltiplas inter-relações.
Diferença entre espaço rural e urbano:
O espaço rural é geralmente definido como o espaço não urbanizado ou seja, que não apresenta a formação de cidades e nem as suas práticas em um sentido mais denso e que não é urbanizável a curto e médio prazo. Assim, o meio rural costuma agregar as atividades agrárias, além de atividades econômicas que envolvem o extrativismo, a conservação ambiental, a pecuária, a silvicultura, o ecoturismo e outras.
Já o espaço urbano é a área constituída pela justaposição de ocupações populacionais que caracteriza a formação das cidades e suas atividades. Essas cidades são geralmente relacionadas com a prática industrial, o dinâmico comércio e os mais diversos serviços. A complexidade de tais atividades dependerá do nível de urbanização alcançado, bem como dos índices populacionais e do desenvolvimento econômico da região em si.
No entanto, é comum o equívoco de pensar essas regiões de forma separada, como excludentes entre si. Na verdade, o que existe é uma relação de complementaridade e até de dependência de um espaço para com o outro, de modo que suas relações geográficas e econômicas são, ao mesmo tempo, complexas e integradoras. Em outras palavras, podemos dizer que as atividades econômicas praticadas no campo dependem das práticas realizadas nas cidades e vice-versa.
A agricultura, por exemplo, depende em grande escala dos maquinários e produtos agrícolas (insumos, fertilizantes, etc.) produzidos nas cidades, além dos conhecimentos em biotecnologia e produção agrária oferecidos por centros de pesquisa localizados geralmente nas cidades. Por outro lado, as atividades urbanas dependem do campo para o fornecimento de alimentos; as indústrias são altamente dependentes do recebimento de matérias-primas extraídas ou produzidas no meio rural e assim sucessivamente.
Apesar dessa relação de complementaridade entre um espaço e o outro, é importante observar que essa dependência não é igualitária entre ambos, ou seja, existe uma relação de subordinação aí presente. Anteriormente, dizia-se que as cidades eram subordinadas ao campo, uma vez que era, principalmente, a prática da agropecuária que determinava o ritmo e modo de vida nas cidades. Não obstante, com o surgimento e avanço da industrialização, as cidades tornaram-se o centro da matriz econômica, de modo que, hoje, é o campo quem se subordina às cidades, sendo por elas orientado.
Na verdade, o campo atualmente se organiza em função das demandas comerciais e industriais existentes nas cidades, sobretudo para atender as necessidades do mercado interno e externo e garantir o lucro para os seus produtores. Além disso, com a disseminação do êxodo rural, a maior parte da população mundial, atualmente, reside e realiza suas atividades no espaço das cidades.
Bibliografia 
https://www.preparaenem.com/geografia/relacoes-entre-espaco-rural-urbano.htm
O meio rural compreende o espaço que não é urbano, portanto diferencia as suas atividades produtivas. Tradicionalmente as atividades rurais são basicamente Agricultura (cultivo de vegetais como: milho, arroz, feijão, trigo, soja, hortaliças, frutas e etc.) e Pecuária (Produção pastoril ou não, de bovinos, suínos, caprinos, ovinos etc.).
Embora atualmente outras atividades, principalmente no ramo turístico, hotéis fazenda, clínicas de recuperação entre outras, tem modificado a configuração da utilização do espaço agrário.
Hoje, no Brasil, a ocupação da terra na atividade agropecuária está dividida da seguinte forma: 71,1% terras ainda não aproveitadas economicamente, 21% pastagens e 5,9% lavoura.
O espaço agrário é dividido em glebas de terras, que seriam as propriedades rurais, e essas podem variar de tamanho, no Brasil existe a estrutura fundiária (forma como estão distribuídas as propriedades rurais conforme o tamanho).
Na configuração fundiária brasileira as propriedades rurais estão classificadas em:
Minifúndio: São pequenas propriedades rurais, inferior a 50 hectares.
Latifúndio: São grandes propriedades rurais, superior a 600 hectares.
As desigualdades na distribuição de terras é um problema extremamente polêmico, que apresenta constantemente a necessidade de reforma agrária.
Mas o que é reforma agrária? De maneira simplificada é a redistribuição mais justa da terra.
Relação de trabalho no campo
Pequenos proprietários: Trabalhadores de base familiar, com pouca ou nenhuma utilização de tecnologias.
Parceria: é uma espécie de “sociedade” onde um entra com o trabalho e o outro cede parte de sua terra, o lucro é dividido conforme acordo pré-estabelecido.
Arrendatários: São produtores rurais que pagam para utilizar a terra, como se fosse um “aluguel” da terra, nesse período ele poderá utilizá-la na agricultura ou pecuária.
Assalariado Permanente: São trabalhadores rurais que recebem salários permanentes, são amparados por todos direitos trabalhistas estipulados nas leis brasileiras.
Assalariado temporário ou sazonal: São trabalhadores que recebem salários, mas o seu trabalho é realizado em apenas uma parte do ano, um exemplo disso são os períodos de colheita.
 URBANIZAÇÃO
A urbanização é o processo de crescimento populacional e territorial das cidades. A cidade, ou espaço urbano, é caracterizada pela grande oferta de serviços, baseados nos setores secundário e terciário da economia. Essa é a principal diferença entre a cidade e o campo, já que, no espaço rural, a economia está baseada nas atividades primárias.
O processo de urbanização ocorre justamente pela movimentação populacional do campo para a cidade, chamada de êxodo rural. Essa movimentação foi marcada pela modernização do campo e pela industrialização da cidade. Desse modo, a principal causa da urbanização está atrelada à saída da população rural em busca de melhores condições de vida na área urbana.
A urbanização ocorreu de maneira diferente entre as diversas nações do globo. Nos países desenvolvidos, ela ocorreu de maneira lenta e estruturada; já nos países subdesenvolvidos e emergentes, de forma rápida e desordenada. No Brasil, predominou o segundo modelo, sendo que o rápido crescimento das cidadesbrasileiras foi marcado pela desigualdade espacial e de renda, que caracteriza o país.
As consequências da urbanização das cidades estão relacionadas à perda da qualidade ambiental e humana dos centros urbanos. A urbanização provocou:
· o aumento de ocupações irregulares
· a piora dos índices de poluição
· o aumento da criminalidade
São Paulo é um grande aglomerado urbano que se formou, entre outras causas, pela busca de diversas pessoas por melhores oportunidades de vida.
Processo de urbanização
O processo de urbanização corresponde ao crescimento das cidades conforme a sua expansão territorial e o seu aumento populacional. Portanto, o termo urbanização está ligado ao desenvolvimento dos centros urbanos, em especial, por meio da concentração populacional. A urbanização é um processo temporal contínuo, sendo marcado por importantes variáveis políticas, econômicas e sociais. Seu desenvolvimento foi impactado, no geral, pela saída da população das áreas rurais para as áreas urbanas, em busca de melhores condições de vida, trabalho e renda.
A urbanização não é um processo uniforme e sofreu interferência de diferentes atores ao longo do tempo. Conforme a característica socioeconômica de cada país, a expansão urbana foi marcada por consequências na sociedade e na economia. Na atualidade, grande parte da população mundial é considerada urbana, porém o processo de urbanização ainda é muito forte no mundo e marca as diferenças existentes entre as diversas sociedades que compõem a humanidade.
Causas da urbanização
As causas da urbanização estão atreladas principalmente às motivações que fizeram como que a população rural, antes majoritária em todo o mundo, migrasse para a zona urbana. Esse movimento populacional, chamado de êxodo rural, foi o grande responsável pelo aumento da população urbana e a consequente expansão das cidades. Sendo assim, entre as principais causas da urbanização, estão:
· O processo de industrialização iniciado nas cidades transformou a forma de produção, estabelecendo o emprego de máquinas e mudando as relações de trabalho;
· A mecanização do campo, que substituiu a mão de obra braçal humana pelo emprego de máquinas e equipamentos;
· A elevada concentração fundiária nas zonas rurais, resultante da grande desigualdade social presente, em especial, nos países subdesenvolvidos e emergentes;
· A péssima condição de trabalho e renda no campo assim como os baixos salários pagos aos trabalhadores rurais.
A mecanização das lavouras influenciou na migração de muitos moradores do campo para a cidade.
Urbanização no Brasil
O processo de urbanização do Brasil foi iniciado pela implementação dos primeiros centros urbanos do país. As primeiras cidades brasileiras desenvolveram-se, em um primeiro momento, ao longo do litoral, devido à colonização do país e à importância econômica dos portos. Logo após, foi iniciado um processo de expansão da rede urbana no interior do país. Esse cenário foi influenciado pela expansão de atividades econômicas importantes para o Brasil, como o ouro e o café.
Já mais recentemente, houve uma nova onda de crescimento da urbanização do interior do Brasil, marcada pela transferência da capital do país do Rio de Janeiro para Brasília, e ainda, pela expansão das fronteiras agrícolas nas áreas de Cerrado e de Floresta Amazônica.
A urbanização brasileira, em especial nos grandes centros e nas cidades médias, ocorreu de maneira acelerada e desestruturada. O êxodo rural no Brasil foi iniciado a partir de 1940, sendo intensificado entre as décadas de 1970 e 1980, até meados dos anos de 1990. Nesse período, houve uma ampla migração do campo para as cidades em razão do processo de industrialização.
O rápido crescimento urbano, marcado pela desigualdade social caraterística do Brasil e pela ausência de políticas públicas de planejamento territorial, gerou muitos problemas urbanos e agravou o cenário de pobreza e violência típico das grandes cidades brasileiras.
Urbanização no mundo
O processo de urbanização mundial ocorreu de maneira diferenciada entre dois grandes grupos de nações do globo. Nos países economicamente desenvolvidos, ele ocorreu por meio de um desenvolvimento urbano lento e planejado. Esse cenário foi predominante em países como os Estados Unidos e o Japão, e ainda diversas nações da Europa. Desse modo, mediante políticas de planejamento urbano e melhores condições de trabalho e renda, a urbanização nessas regiões foi muito importante para o desenvolvimento econômico das cidades e para a melhoria da qualidade de vida da população.
Por sua vez, no grupo de países denominados emergentes e subdesenvolvidos, as cidades passaram por um processo de crescimento urbano rápido e desordenado. Elas não foram capazes de absorver o grande fluxo de migrantes provenientes das áreas rurais, assim como muitos deles tiveram inúmeras dificuldades para encontrar emprego e moradia.
O processo de ocupação do território urbano de maneira desordenada contribuiu diretamente para o surgimento de grandes bolsões de pobreza, como as favelas e as ocupações irregulares, e, ainda, gerou graves prejuízos ambientais, como a retirada da vegetação e a perda do solo.
Nos países subdesenvolvidos, a rápida e desordenada urbanização gerou um aumento das ocupações irregulares, como as favelas.
Na atualidade, mais da metade da população mundial é considerada urbana. A industrialização vivenciada pelos países do globo em diferentes momentos ao longo do último século foi uma das  grandes responsáveis pela atração populacional para as cidades. A urbanização é um processo contínuo e tem se acentuado nos últimos anos em países mais pobres da Ásia e da África. As cidades, no mundo atual, concentram uma grande gama de serviços e atraem populações em busca de uma melhor qualidade de trabalho e renda.
Consequências da urbanização
A urbanização provocou diversas consequências nas cidades, relacionadas, em especial, ao rápido e desordenado crescimento dos centros urbanos, em razão do grande volume de movimentação da população do campo para a cidade, assim como dos problemas de desigualdade e renda comuns nos países subdesenvolvidos do globo. No geral, são consequências da urbanização:
· Os impactos ambientais intensificados pelo uso e ocupação irregular do solo, como as inundações e os desabamentos;
· A perda da qualidade do ar devido ao alto volume de poluição emitido pelas indústrias e veículos automotores;
· A falta de acesso à água potável e ao esgoto tratado, cenário que se repercute nas condições de saúde da população;
· A criação e expansão de ocupações irregulares, como as favelas, que não dispõem da infraestrutura básica de serviços públicos;
· A precarização da mobilidade urbana em razão do baixo investimento em transporte público e do alto volume de veículos individuais;
· O aumento do número de famílias em situação de pobreza assim como a precarização do emprego e o consequente aumento da violência;
· A necessidade de políticas públicas de planejamento urbano e territorial para traçar-se estratégias de ocupação das cidades.
O 
Aumento das inundações nas cidades está relacionado ao uso e ocupação desordenado do solo urbano.
Resumo sobre a urbanização
· O espaço urbano é caracterizado pelo desenvolvimento das atividades econômicas ligadas aos setores secundários e terciários de produção;
· O espaço rural é marcado pela prática das atividades primárias da economia, como a agropecuária e o extrativismo;
· O processo de urbanização é entendido pelo crescimento territorial e populacional das cidades ao longo do tempo;
· A urbanização foi causada, principalmente, pelo intenso êxodo rural da população rural em busca de melhores condições de trabalho e renda nas cidades;
· A industrialização teve um papel importante na atração da população para as cidades em razão da grande oferta de emprego nas fábricas;
· No Brasil, a urbanização ocorreu de maneira intensa e desestruturada, mediante o grande fluxo da população do campo para a cidade;
· Nos países desenvolvidos, a urbanização ocorreu de maneira gradual,baseada em políticas de planejamento urbano;
· Nos países subdesenvolvidos e emergentes, a urbanização ocorreu de forma rápida e desordenada, sem a infraestrutura necessária para a população;
· Na atualidade, a maior parte da população do Brasil e do mundo é urbana, ou seja, mora nas cidades;
· A urbanização gerou consequências ambientais e sociais, além de provocar diversos impactos na paisagem e no cotidiano dos moradores das cidades.
Exercícios 
Questão 1 – (Enem 2014)
A urbanização brasileira, no início da segunda metade do século XX, promoveu uma radical alteração nas cidades. Ruas foram alargadas, túneis e viadutos foram construídos. O bonde foi a primeira vítima fatal. O destino do sistema ferroviário não foi muito diferente. O transporte coletivo saiu definitivamente dos trilhos.
(JANOT, L. F. A caminho de Guaratiba. Disponível em: www.iab.org.br. Acesso em: 9 jan. 2014 (adaptado).
A relação entre transportes e urbanização é explicada, no texto, pela
A) retirada dos investimentos estatais aplicados em transporte de massa.
B) demanda por transporte individual ocasionada pela expansão da mancha urbana.
C) presença hegemônica do transporte alternativo localizado nas periferias das cidades.
D) aglomeração do espaço urbano metropolitano, impedindo a construção do transporte metroviário.
E) predominância do transporte rodoviário associado à penetração das multinacionais automobilísticas.
Questão 2 – (UFAC) A intensa e acelerada urbanização brasileira resultou em sérios problemas sociais urbanos, entre os quais podemos destacar:
A) Falta de infraestrutura, limitações das liberdades individuais e altas condições de vida nos centros urbanos.
B) Aumento do número de favelas e cortiços, falta de infraestrutura e todas as formas de violência.
C) Conflitos e violência urbana, luta pela posse da terra e acentuado êxodo rural.
D) Acentuado êxodo rural, mudanças no destino das correntes migratórias e aumento no número de favelas e cortiços.
E) Luta pela posse da terra, falta de infraestrutura e altas condições de vida nos centros urbanos.
Exôdo Rural
O êxodo rural modificou a forma como o ser humano se associa com os grupos e intensificou as transformações no espaço geográfico
O êxodo rural nada mais é do que o deslocamento definitivo da população que habitava a zona rural para a zona urbana. Nos países desenvolvidos, esse processo foi mais gradual, levou várias décadas ou, em alguns casos, alguns séculos. Já nos países subdesenvolvidos, como o Brasil, esse processo foi bem mais acelerado. Em poucos anos, um volume populacional gigantesco abandonou a zona rural para residir nas cidades.
Êxodo rural no Brasil
O acelerado deslocamento da população rural foi motivado especialmente pela industrialização do país, que ocorreu a partir da década de 1950, principalmente nos estados da região Sudeste do Brasil, como São Paulo e Rio de Janeiro. A esperança de conseguir trabalho nas fábricas atraiu pessoas dos quatro cantos do país, que buscavam melhorias na qualidade de vida de suas famílias.
Outro fator importante no êxodo rural brasileiro foi a mecanização do campo. Nesse caso, a migração involuntária de trabalhadores rurais que perderam seus empregos para as máquinas foi um agravador dos efeitos da migração campo-cidade.
O enorme volume de pessoas que as cidades receberam, em períodos curtos de tempo, não foi acompanhado por adaptações e melhorias nas estruturas urbanas e sociais. A desigualdade social foi intensificada e a ausência de planejamento do Estado agravou os efeitos de uma situação já complicada.
Vejamos a seguir alguns efeitos do êxodo rural nos países subdesenvolvidos, como o Brasil:
· Favelização e segregação urbana – A construção e ocupação de habitações em áreas irregulares e de risco é uma consequência direta do êxodo rural. Em razão do deficit habitacional, da especulação imobiliária e das políticas ineficientes de promoção de moradia, a ampliação do tamanho e número de favelas e ocupações irregulares tornou-se um grave problema em muitas metrópoles.
· Desemprego – O mercado de trabalho nas cidades não consegue absorver toda a mão de obra disponível. Além disso, a população que migrou das áreas rurais, em sua maioria, não possui especialização, escolaridade ou formação profissional específica, o que dificulta ainda mais conseguir um novo emprego. O desemprego é a mola propulsora de uma série de outras questões sociais decorrentes da ausência de renda familiar.
· 
· Subemprego – Para garantir a sobrevivência, a grande massa de pessoas que migraram do campo para as cidades e não conseguiram colocação no mercado de trabalho sujeita-se a subempregos. Realizam atividades em condições degradantes, com ausência de segurança e sem a garantia de direitos trabalhistas mínimos, como carga horária fixa, descanso semanal remunerado e férias. Além disso, esses trabalhadores entram cada vez mais para o mercado de trabalho informal. Um número significativo de famílias tem apenas essas alternativas para garantir a subsistência de seus agregados.
· Mobilidade urbana e transporte público prejudicados – À medida que a população urbana foi aumentando, questões como a mobilidade urbana passaram a surgir no cotidiano de trabalhadores e estudantes. As falhas na adaptação das estruturas de transporte público ao aumento da demanda são nítidas nas grandes cidades. O transporte público é alvo cotidiano de reclamações e, em algumas cidades, o sistema chega a ser caótico. Além disso, muitos têm optado pelo transporte individual de passageiros – carro ou moto – como forma de escapar da estrutura defeituosa do transporte coletivo, agravando o inchaço e o problema do trânsito de veículos nas grandes e médias cidades.
· Desigualdade social – as consequências descritas não resultam unicamente do êxodo rural, no entanto, o deslocamento em massa de pessoas do campo para a cidade agravou e criou problemas sociais. A desigualdade social resultante da ineficiência do Estado em gerir essa modificação na estrutura populacional acentuou problemas relacionados à saúde, oferta e qualidade de escolas e instituições de educação, política de moradia, segurança pública e estrutura urbana mínima, como iluminação pública, asfaltamento das ruas, equipamentos de lazer etc.
· 
· Problemas urbanos
Os problemas urbanos são aqueles que ocorrem nas zonas urbanas devido ao crescimento desordenado das cidades e má administração pública, gerando graves desconfortos à qualidade de vida no ambiente urbano.
Com isso, os problemas urbanos são, também, ambientais, pois eles afetam o meio ambiente em torno das cidades. Entender as causas e consequências desses problemas é entender a temática ambiental, melhorando a vida urbana e, consequentemente, o espaço cotidiano das cidades.
Causa dos problemas urbanos
Desde que o ser humano se tornou majoritariamente urbano, os problemas nas cidades se agravaram, confundindo-se a linha entre “problema urbano” e “problema ambiental”. Atualmente se discute que os problemas urbanos são problemas ambientais, pois ambos estão interligados.
As atividades industriais podem intensificaram os problemas urbanos.
No fim do século XVIII, durante a Primeira Revolução Industrial, deu-se o início à formação de uma sociedade urbano-industrial em contraposição à sociedade rural-comercial que havia até então. As revoluções industriais que se sucederam intensificaram a urbanização pelo mundo, o êxodo rural e o surgimento de novas cidades, muitas sem nenhuma infraestrutura ou planejamento.
A partir disso, o ser humano passou a ocupar espaços não devidos para formar essas cidades e suas indústrias. A produção industrial e o alto consumo fizeram com que grandes quantidades de resíduos fossem fabricadas em uma velocidade muito maior do que antes do período industrial.
Ocupação em área irregular e poluição de rio: dois graves problemas urbanos.
Como resultado, não conseguimos nos livrar desse excesso, acarretando em poluição, lixo e infraestrutura urbana inadequada, além de outros problemas que são consequência dos citados.            
Quaissão os problemas urbanos?
As atividades industriais geraram, ao longo dos últimos séculos, problemas antes nunca enfrentados pela sociedade humana. Muitos deles acarretam em sérios danos ambientais, nas zonas urbanas ou nas zonas rurais, dada sua proporção e seu alcance.
Veja alguns dos principais (e mais graves) problemas urbanos.
· Ilha de calor
Esse problema é causado pelo excesso de edificação no ambiente urbano, impermeabilização do solo e poucas árvores nas cidades. A cidade em si já é um ambiente quente, e essas ações provocam absorção de calor, formando ilhas de calor.
Com isso, áreas muito impermeáveis, com muitos prédios e sem árvores são mais quentes do que aquelas com características opostas, pois o concreto absorve e retém mais calor. Algumas localidades chegam a ser 5 ºC mais quentes do que áreas vizinhas que possuem intensa arborização e poucas edificações.
· Poluição
Nas cidades, a palavra “poluição” deve vir no plural, pois existem poluições em vários locais e de várias formas: lixo, outdoors, barulho, veículos, indústrias. Poluição sonora, visual e do ar são as mais comuns e degradantes para a vida nas cidades. No século XXI, a maioria da população mundial estará nas cidades, algo que já acontece em grande parte dos países. Dessa maneira, garantir qualidade do ar nesses ambientes é fundamental.
Rio poluído com lixo plástico.
· Chuva ácida 
A poluição do ar intensifica a acidez das chuvas. A chuva ácida acontece devido ao lançamento de gases poluentes na atmosfera pelas indústrias e automóveis. Gases como dióxido de enxofre e dióxido de nitrogênio entram em contato com as nuvens, e esse contato forma ácido sulfúrico, que cai em forma de precipitação. Essa chuva pode queimar plantações, corroer monumentos históricos, causar mortes de peixes, provocar doenças respiratórias, entre outros efeitos.
· Inversão térmica
A inversão térmica é um processo natural, mas que se agrava com as emissões de poluentes, causando e/ou agravando problemas respiratórios. Nas cidades, a inversão térmica é mais comum nos dias frios de inverno, quando o ar frio está próximo da superfície e recebe poluentes pela manhã.
Acima desse ar frio, encontra-se uma camada de ar quente, debaixo de outra camada fria. Dessa forma, o ar quente está “preso” entre as duas camadas frias, sendo que, próximo da superfície, a retenção dos poluentes faz com que as pessoas respirem gases tóxicos. Por isso, muitas doenças respiratórias se agravam no inverno, principalmente na população urbana.
· Ocupação de áreas irregulares
Esse é um problema social e ambiental. A urbanização acelerada em algumas áreas do globo, com a péssima infraestrutura das cidades, fez com que pessoas ocupassem áreas perigosas, como margens de rios, debaixo de viadutos, e encostas de morros. No período chuvoso, a população dessas áreas sofre com enchentes, inundações, alagamentos e, no caso dos morros, deslizamentos, podendo ter vítimas fatais.
Ocupação irregular em Mumbai, Índia.
· Mobilidade
O aumento no número de veículos nas grandes cidades tem cada vez mais preocupado as autoridades. Com esse aumento, a população urbana gasta muito tempo indo de um local para o outro, o que pode atrapalhar nas relações profissionais e desgasta quem passa mais tempo indo para o trabalho e voltando para casa do que no próprio trabalho.
Esse tempo absurdo gasto no deslocamento urbano (engarrafamentos, filas em pontos de ônibus, terminais e metrôs) pode gerar estresse, ansiedade e outros problemas crônicos. Assim, a mobilidade urbana não é só um problema urbano, mas também de saúde populacional.
· Violência 
Considerada um problema social, a violência nas médias e grandes cidades deve ser tratada com seriedade pelas autoridades públicas. Assaltos, homicídios, brigas de trânsito, brigas domésticas, agressão a moradores de rua, entre outros, são algumas das violências cometidas nos ambientes urbanos. A falta de segurança pode ser associada ao desemprego, baixos índices educacionais e desigualdade social.
· Favelização 
A falta de moradia criada pelo crescimento desordenado das cidades faz surgir grandes áreas periféricas que não têm o mínimo de assistência e infraestrutura por parte do poder público, como saneamento básico, coleta de lixo, escolas, postos de saúde etc. Essas áreas, construídas por meio de ocupações irregulares, são conhecidas como favelas, com baixas condições sanitárias e muita gente vivendo em pequenos espaços. Para saber mais sobre esse grave problema urbano, leia: Favelização.
Tipos de problemas urbanos
Entre os problemas urbanos, podemos classificá-los em diferentes grupos, como problemas sociais (falta de moradia, violência, pobreza) e problemas ambientais (enchentes, alagamentos, excesso de lixo, poluições sonora, visual, do ar e dos rios).
Há também os problemas socioambientais, como a ocupação irregular das encostas, causada por um problema social ,a falta de moradia e que pode acarretar em deslizamentos de morros, um grave problema ambiental. 
Consequências dos problemas urbanos
Os problemas urbanos geram consequências nefastas para quem convive diariamente com eles. As poluições, chuvas ácidas e ilhas de calor afetam a qualidade de vida na zona urbana, principalmente nos grandes centros, onde os níveis desses eventos são maiores. Problemas respiratórios são agravados, como asma, bronquite, sinusite, elevando o número de pessoas que buscam atendimento médico.
O lixo é uma questão ambiental e social. Seu armazenamento, de forma indevida, fomenta destinos inadequados, como lixões, descartes irregulares e entupimento de bueiros. Além desses impactos ambientais, devemos observar o consumo, pois classes mais favorecidas geram mais lixo, ou seja, mais impactos negativos.
Para a população urbana, o barulho também é um fator agravante. A poluição sonora (buzinas, motores de veículos grandes como caminhões e ônibus, propagandas em alto-falantes) traz desconfortos e desvalorização imobiliária. Muitos se mudam para áreas mais afastadas dos centros urbanos, buscando condomínios fechados com paz e segurança.
Pessoa em situação de rua, um típico problema urbano social.
Contudo, nem todos têm as condições para buscar moradias mais seguras e tranquilas. A falta de moradia digna para todos pode levar as pessoas a irem morar na rua, com baixíssimas condições sanitárias e alimentícias, sendo um problema social.
Possíveis soluções para os problemas urbanos
É consenso que, para resolvermos os problemas urbanos, tem de haver políticas públicas mais engajadas e entrelaçadas em todos os níveis, pois os problemas também se entrelaçam. Não basta resolver a ilha de calor sem resolver a mobilidade urbana, bem como não basta limpar a cidade e não haver conscientização sobre o consumo em excesso.
Em julho de 2001 foi sancionada a Lei n. 10.257, que rege as políticas urbanas em todo o país. Essa lei, conhecida como Estatuto das Cidades, mostra as diretrizes que os governos municipais, estaduais e federal devem tomar para garantir segurança e bem-estar da população em geral.
Transportes inteligentes e integrados, ciclovias, arborização, conscientização populacional sobre o uso dos espaços coletivos (praças, ruas, parques), planejamento urbano eficiente, limpeza diária, saneamento básico, e facilidade de acesso aos serviços públicos são algumas das ações para amenizar (e solucionar, no longo prazo) os problemas urbanos. 
Exercícios 
Questão 1 – (Unifor CE 2016) A busca pela mobilidade urbana é um desafio enfrentado pela maioria das grandes cidades no Brasil, haja vista que a maior parte das grandes cidades do país encontra dificuldades para desenvolver soluções que reduzam a quantidade de congestionamentos ao longo do dia. Sobre mobilidade urbana, assinale a alternativa CORRETA.
A) A mobilidade urbana também é uma questão ambiental, pois o excesso de veículos nas ruas gera mais poluição, interferindo em problemas naturais e climáticos no ambiente urbano.
B) A principal causa dos problemas de mobilidade urbana no Brasil relaciona-se ao aumento do uso de transportes coletivosem detrimento da utilização de transportes individuais.
C) O aumento da renda média do brasileiro nos últimos anos e a redução de impostos por parte do Governo Federal sobre produtos, como os automóveis, são soluções para a melhoria do trânsito nas grandes cidades brasileiras.
D) Entre os anos de 2002 e 2012, o número de veículos licenciados no Brasil apresentou taxa de crescimento igual à taxa de crescimento da população brasileira no mesmo período.
E) O maior uso de bicicletas e a realização de rodízios na utilização de carros particulares em grandes cidades contribuem para a piora das condições do trânsito dessas cidades.
Questão 2 – (IFMG 2017)
(Disponível em https://estudestaff.wordpress.com/tag/urbanizacao/)
Leia as afirmações.
I. Megacidades são aglomerações urbanas formadas por, pelo menos, duas regiões metropolitanas conurbadas que são interdependentes economicamente.
II. São fatores que impulsionam a urbanização mundial: a industrialização e o êxodo rural, provocado, dentre outros fatores, pela mecanização do campo.
III. São problemas comuns em países subdesenvolvidos muito urbanizados: a favelização, o aumento da criminalidade e a precária infraestrutura de moradia, educação, saúde, transporte coletivo e saneamento básico; além de problemas de ordem ambiental, como poluição do ar e da água, lixo urbano e enchentes.
Assinale a alternativa que indica quais afirmações são verdadeiras.
A) Apenas I e II.
B) Apenas II e III.
C) Apenas I e III.
D) I, II e III.
 Conurbação 
Conurbação é a junção entre o espaço urbano de duas cidades distintas. É produto do crescimento horizontal, sobretudo pela ampliação das periferias das grandes cidades. Geralmente, a conurbação ocorre entre uma metrópole e outras cidades menores, formando um único espaço urbano com duas ou mais cidades.
A partir da formação de um aglomerado de cidades conurbadas, que passam a integrar um único espaço urbano que não pode ser dividido a partir da observação direta, surgem as áreas metropolitanas ou regiões metropolitanas. Existem casos da formação de regiões metropolitanas de cidades que não se conurbaram, mas que devem se encontrar em um período de tempo relativamente curto.
As regiões metropolitanas são áreas geralmente com mais de 1 milhão de habitantes e, graças à conexão e interdependência entre as várias cidades que as compõem, necessitam de uma administração central ou de uma integração entre as respectivas prefeituras.
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A necessidade de tal integração se faz em virtude de as diferentes cidades de uma área metropolitana apresentarem problemas que só podem ser solucionados se for promovido um combate por todas elas. Exemplos: problemas de déficit habitacional, segregação urbana, violência, carência no transporte público etc.
Existem centenas de regiões metropolitanas no mundo. A maior delas é Tóquio, seguida por Seul (Coreia do Sul) e Jacarta (Indonésia). São Paulo apresenta a maior região metropolitana do Brasil e a sétima maior do mundo, sua formação se deu a partir da conurbação da capital paulista com Santo André, São Caetano do Sul, Diadema, São Bernardo do Campo, Guarulhos e muitas outras.
Por: Rodolfo F. Alves Pena
Animais urbanos
Os pombos são muito comuns nas cidades
O processo de urbanização ocorreu no início do século XX, nesse período houve a introdução das indústrias em vários países que atraiu grande quantidade de pessoas para os centros urbanos, desencadeando assim o fenômeno do êxodo rural.
A partir desse deslocamento por parte das pessoas, muitos animais passaram a viver e se adaptar às condições urbanas, assim alguns animais não vivem em outro ambiente.
A fauna urbana é denominada pelos biólogos de fauna sinantrópica (do grego sýn = ação unida e ánthopos = homem), que corresponde a espécies de animais que sobrevivem na companhia do homem.
Dentre os animais urbanos destaca-se a barata que é uma espécie de inseto de hábitos noturnos, tem a capacidade de se adaptar a diversos ambientes, é bastante encontrado em residências e estabelecimentos comerciais.
Outro animal típico das cidades é o pardal, que corresponde a uma espécie de ave de origem européia, os primeiros chegaram ao território brasileiro em 1903, com o acelerado processo de urbanização e construção de rodovias os pardais se dispersaram por todo país, chegando até o estado do Amazonas em 1964. Os pardais constroem seus ninhos nas fendas de edificações comerciais, residenciais e telhados, essas aves se alimentam de restos de alimentos humanos, além de pequenos animais como insetos, larvas, frutos e sementes.
Muitas vezes os animais que habitam as cidades são tratados como pragas e muitos deles são mesmo, porém em algumas oportunidades esses bichos podem ser benéficos, um exemplo disso são os morcegos que se alimentam de insetos e contribuem para a limpeza urbana.
Desigualdade social
A desigualdade social diferencia as pessoas nas condições de acesso a novas oportunidades
A Desigualdade social é o fenômeno em que ocorre a diferenciação entre pessoas no contexto de uma mesma sociedade, colocando alguns indivíduos em condições estruturalmente mais vantajosas do que outros. Ela manifesta-se em todos os aspectos: cultura, cotidiano, política, espaço geográfico e muitos outros, mas é no plano econômico a sua face mais conhecida, em que boa parte da população não dispõe de renda suficiente para gozar de mínimas condições de vida.
Inúmeros dados e estudos apontam que a desigualdade social e econômica cresce em todo o mundo. Dados do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) revelam que 1% dos mais ricos detêm 40% dos bens globais. Um relatório da ONG Oxfam demonstra também que as 85 pessoas mais ricas do mundo possuem uma renda equivalente às 3,5 bilhões de pessoas mais pobres.
Diante desse panorama, que gera inúmeros excluídos e miseráveis em todo o mundo, surge a questão: o que causa a desigualdade social?
A grande questão é que, desde as construções das civilizações durante o período neolítico, quando as sociedades passaram a viver dos excedentes que produziam, as diferenças sociais começaram a surgir. O problema, nesse caso, é a intensificação da pobreza e da falta de equidade nas condições oferecidas para que os diferentes indivíduos possam produzir suas próprias condições de sobrevivência.
O teórico Jean-Jacques Rosseau afirmava que a desigualdade é um fenômeno que tende a sempre se intensificar no contexto social. As famílias mais pobres possuem um menor acesso à instrução e às informações necessárias para alavancar um desenvolvimento próprio, enquanto os grupos mais ricos possuem um maior nível estrutural para investirem e multiplicarem sua renda e os largos benefícios advindos dela. Para Rosseau, o que causa a desigualdade é exatamente a divisão social do trabalho, com a criação da propriedade e dos bens particulares e não distribuíveis.
Outro pensador famoso por categorizar essa questão foi Karl Marx. Ele enxergava a sociedade a partir da luta de classes e via a desigualdade manifestada a partir dos desequilíbrios entre a burguesia e os trabalhadores, haja vista que a primeira era a detentora dos meios de produção, controlando e retendo a maior parte dos lucros sobre os bens produzidos a partir do trabalho coletivo. Essa lógica, perpetuada pela mais-valia, concentrava a renda e marginalizava os cidadãos, além de criar o exército de reserva de desempregados, que garantia uma concorrência entre os próprios trabalhadores, privando-os de sua emancipação.
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Max Weber, por sua vez, observou essa questão a partir das estratificações sociais. As três grandes estratificações ocorrem no campo da economia, do status e do poder, proporcionando uma diferenciação no acesso à renda, ao prestígio e ao controle social. Essa acontece por meio da diferenciação entre habilidades, qualificações e interesses.
A desigualdade social, seja ela intelectual, econômica ou sob qualqueroutra forma, materializa-se no espaço social, ou seja, torna-se visível na composição estrutural das sociedades, sejam elas rurais ou urbanas. As cidades e os lugares expressam a diferenciação econômica entre as pessoas, que é resultante, muitas vezes, de questões históricas que submetem cidadãos e até grupos étnicos a contextos de subalternidade. Um exemplo foi o processo de escravidão que até hoje deixa suas marcas no sentido de manter a maior parte da população negra com baixos níveis de renda e educação.
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O espaço social é revelador das desigualdades sociais
O espaço geográfico, por definição, expressa e é expressado por essas configurações. Muitas sociedades são conhecidas por serem a própria visão da desigualdade, com destaque para muitos países africanos e outros centros periféricos do mundo. Mas não é somente aí que reside a miséria e a pobreza do mundo, que também se apresentam nas periferias de grandes cidades, até mesmo em metrópoles mundiais, tais como Paris, Nova York, Tóquio e Londres. Portanto, lutar contra a desigualdade é uma forma de manter a sociedade mais humana e justa perante os seus cidadãos.
Déficit Habitacional
Exemplo de moradia inadequada
Déficit habitacional é quando há uma quantidade de cidadãos sem moradia adequada numa determinada região. A moradia inadequada é classificada como a moradia que foi construída com materiais não duráveis, a coabitação ou quantidade de pessoas excessiva e pelo fato de uma moradia não ser construída para habitação.
Somam-se ao déficit habitacional a violência urbana, a poluição, o trânsito e a deficiência dos serviços urbanos. No Brasil, o déficit habitacional é de 7,2 milhões de moradias concentradas com 40% no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Tal déficit cresceu quase 17% nos últimos anos e as conseqüências são: as aglomerações de assentamentos irregulares como loteamento clandestino, favelas, cortiços e ocupações em espaços públicos.
Na última década, o número de favelas cresceu três vezes mais que a população brasileiros sendo maiores em São Paulo, Rio de Janeiro e Belém. Sendo que a maior causa é os moradores rurais virem para a cidade em busca de melhor expectativa de vida.
Estratificação urbana
A estratificação urbana ocorre quando uma parcela da população é afastada do centro de um conjunto urbano e tem acesso precário a serviços básicos.
Ao fundo, os distantes prédios do centro urbano
As desigualdades sociais fazem parte do nosso cotidiano social. Podemos observá-las de várias maneiras, seja pela exclusão social, seja pela estratificação em função da cor da pele dos indivíduos, de sua situação econômica ou mesmo de sua posição política. Entretanto, uma das formas mais explícitas desse tipo de desigualdade é a que chamamos de estratificação urbana.
Uma forma simples de se entender o que é a estratificação social é enxergá-la como as desigualdades que atingem diferentes sujeitos e pelas quais eles são “separados”, isto é, um grupo de pessoas que pertence a uma camada mais pobre de uma sociedade, por exemplo, acaba não tendo acesso a certos tipos de serviços que uma pessoa de melhor condição econômica tem.
Enquanto algumas formas de exclusão social e de estratificação sejam, em determinados momentos, tão veladas e discretas, como é o caso de certas desigualdades motivadas pela cor da pele e que ainda são vistas como inexistentes, a estratificação urbana é uma das mais explícitas e visíveis formas de exclusão e afastamento social que podemos observar.
O processo de urbanização das cidades brasileiras desenvolveu-se em meio à desigualdade econômica. Isso consequentemente se refletiu na forma de organização dos grandes centros urbanos, ocorrência vista de forma clara na composição e na organização da maior parte das grandes cidades. Os bairros que abrigam a maior parte da população mais pobre estão localizados, comumente, nas margens dos centros das cidades, isto é, na periferia dos centros urbanos.
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Nessa perspectiva específica, referimo-nos às dificuldades em torno do acesso a serviços básicos que as pessoas que vivem em bairros periféricos enfrentam diariamente. O inchaço dos grandes centros urbanos veio acompanhado do constante afastamento das camadas mais pobres da população de áreas do centro. Nos bairros mais periféricos, o acesso a serviços básicos, como saneamento, educação, transporte público e saúde, normalmente são inexistentes ou muito precários.
O afastamento também é visto como forma de “higienização” do meio urbano para a camada mais rica da população. O surgimento de bairros nobres e condomínios fechados, geralmente também mais afastados dos centros urbanos, é um fenômeno recente e que ganha força. A diferença “entre os mundos”, no entanto, é gritante: o acesso a serviços básicos é sempre uma garantia para esses assentamentos mais afastados e povoados pela porção rica de nossas sociedades. No extremo oposto, temos as favelas, que sofrem com a ausência do Estado. Esgoto que corre a céu aberto e grandes quantidades de lixo que não são recolhidas pelos órgãos responsáveis são alguns dos exemplos de maior impacto sobre a vida daqueles que sofrem com a estratificação urbana.
Por: Lucas de Oliveira Rodrigues
Favelização 
 
 
A favelização revela-se a partir da urbanização acelerada das cidades e da intensificação das desigualdades socioespaciais nos grandes centros urbanos.
Complexo do Alemão, uma favela do Rio de Janeiro
As favelas não necessariamente se circunscrevem aos morros ou áreas íngremes tal qual costumamos imaginar. Na verdade, qualquer área de habitações irregulares, com carência em infraestruturas básicas como saneamento, luz, esgoto, coleta de lixo e demais serviços públicos, é considerada uma favela. Observa-se, quase sempre, um padrão homogêneo em sua paisagem no que diz respeito à sua estruturação, improvisação das construções e desorganização das habitações.
Como surgem as favelas?
O processo de surgimento das favelas é denominado por favelização — uma expressão das desigualdades sociais manifesta no espaço geográfico das cidades, na qual a população economicamente menos abastada passa a residir em áreas precárias em função da ausência de renda familiar necessária para garantir as mínimas condições de vida em qualquer outro lugar.
Em linhas gerais, o processo de favelização é ocasionado pelo inchamento das cidades, quando elas não são suficientes para absorver toda a população ou quando a disponibilidade de renda e dinheiro não se efetua para todos os seus habitantes, o que é comumente chamado de macrocefalia urbana. A urbanização acelerada, típica dos países subdesenvolvidos (incluindo o Brasil), foi responsável por intensificar esse processo.
No Brasil, a origem das favelas remonta ao período da abolição da escravatura, quando muitos ex-escravos, então libertos, passaram a ocupar as áreas mais afastadas das cidades, fruto da discriminação racial e também da realidade econômica em que viviam. No Rio de Janeiro e São Paulo, as primeiras favelas surgiram de contextos mais específicos, como a Guerra de Canudos e outros eventos históricos.
Mas, no geral, a maior parte das favelas brasileiras surgiu do processo acelerado de urbanização pelo qual o país passou ao longo do século XX, quando a mecanização do campo e a industrialização do país intensificaram o êxodo rural, aumentando o número de pessoas nas grandes cidades. Cita-se também, nesse ínterim, a intensiva migração cidade-cidade, em que pessoas abandonaram as pequenas e médias cidades, ou áreas sem investimentos sociais, tal como ocorreu no Nordeste brasileiro, para habitar as grandes metrópoles. Esse processo foi chamado de metropolização, que hoje caminha lentamente em um caminho inverso.
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Atualmente, o espaço das favelas é ainda muito precário, com algumas poucas exceções. Além da ausência de estruturas básicas, elas contam com elevados índices de violência, tráfico e atividades irregulares. As formas de combate por parte do Estadotêm sido as piores possíveis, haja vista que o único braço do poder público que costuma alcançar esses lugares é a polícia, que não coíbe totalmente a criminalidade e, quando muito, apenas “migra” os principais criminosos de um local para outro.
A favelização é uma manifestação espacial das contradições sociais
As melhores medidas para a questão das favelas é urbanizá-las, fornecendo estruturas como energia elétrica, água encanada, encanamento de esgoto e asfalto. Além disso, é necessária a realização de ações sociais para maior inserção da população nas escolas, com mais creches e empregos. Isso sem falar na remoção das famílias que habitam áreas de risco ou pontos de difícil acesso.
Gentrificação
A gentrificação corresponde ao fenômeno de transformação do espaço urbano em que paisagens periféricas são substituídas por áreas nobres ou de classe média.
Na gentrificação, áreas periféricas são substituídas por paisagens urbanas mais estéticas
Entende-se por gentrificação o processo de transformação ou substituição das paisagens urbanas em que uma localidade geralmente popular, dotada de uma paisagem típica de setores periféricos da cidade, é rápida ou gradativamente substituída por um uma expressão geográfica referente ao espaço nobre.
A expressão “gentrificação” é fruto de um neologismo proveniente da língua inglesa. O termo gentry, em tradução literal, pode ser entendido como “de origem nobre” ou “bem nascido”, fazendo uma alusão a uma espécie de “aburguesamento” do espaço geográfico. Atribui-se a criação do termo à socióloga germano-britânica Ruth Glass na década de 1960.
Um dos principais fatores associados ao processo de gentrificação das cidades é a especulação imobiliária, bem como as desigualdades de renda existentes no contexto da sociedade. Isso porque o solo, visto pelo mercado como uma mercadoria, valoriza-se rapidamente, o que faz com que suas relações sejam continuamente ressignificadas.
À medida que esses espaços valorizam-se, atraem maiores investimentos privados e até públicos, o que gera uma gradativa mudança no perfil populacional local. Com o tempo, a população mais pobre – em razão do processo de segregação urbana – passa a deslocar-se para áreas ainda segregadas espacialmente, o que acarreta a consequente mudança de paisagem.
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Existem também casos em que a gentrificação da paisagem urbana acontece de modo rápido. O exemplo mais notório no caso brasileiro foram as áreas que, por intervenção do poder público, transformaram-se rapidamente em razão das mudanças proporcionadas pela preparação para a Copa do Mundo de 2014. No Rio de Janeiro, o mesmo processo ocorreu, lembrando que nessa cidade ainda acontecerão os Jogos Olímpicos de 2016, outro megaevento que transforma sobremaneira as dinâmicas da Geografia da cidade.
Existem muitas críticas ao processo de Gentrificação. Movimentos sociais acusam o poder público de promover uma espécie de “higienização” urbana, movendo a população de baixa renda para pontos onde não pudesse ser notada pelo olhar do turista, dando uma falsa impressão de segurança e qualidade de vida. Em outros casos, as críticas são direcionadas ao próprio mercado e até ao sistema capitalista, que seria um agente contínuo de transformação no perfil das paisagens urbanizadas.
Por: Rodolfo F. Alves Pena
Hierarquia das cidades
Brasília, exemplo de Metrópole Nacional
As cidades podem ser classificadas a partir de seu grau de influência econômica e também política. Nesse sentido, leva-se em conta os mais diversos índices, como renda per capita, Produto Interno Bruto, índice populacional etc. Tal classificação é chamada de Hierarquia das Cidades ou Hierarquia Urbana.
Em razão de os critérios sobre a classificação hierárquica das cidades serem bem variados, existem vários tipos de hierarquias urbanas, com padronizações diferentes. Utilizaremos aqui as divisões mais comumente adotadas.
As cidades podem ser divididas em cidades locais, centros regionais, cidades médias, cidades metropolitanas, metrópole e cidades globais.
Cidades locais: são cidades que exercem um grau de influência sobre uma área não muito elevada. Costumam apresentar baixo grau de urbanização, pequenos índices populacionais e relevante dependência econômica para com outras cidades.
Centros regionais: são cidades que exercem influência econômica sobre algumas pequenas cidades que se situam na mesma Unidade Federativa ao qual pertencem. Exemplo: Rio Verde (GO), Guarapuava (PR), São José do Rio Preto (SP).
Cidades médias: são cidades que, geralmente, apresentam mais de 200 mil habitantes e apresentam uma relevância econômica que, muitas vezes, transcende as divisas estaduais. Para fazer parte do quadro de cidades médias, uma cidade deve fazer parte do RECIME (Rede de Pesquisadores sobre Cidades Médias) e não podem compor Regiões Metropolitanas. Exemplos: Dourados (MS), Anápolis (GO), Londrina (PR).
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Cidades metropolitanas: são cidades que compõem Regiões Metropolitanas, áreas de influência de uma determinada metrópole. As Regiões Metropolitanas são criadas e delimitadas por lei. Exemplos de cidades metropolitanas: Guarulhos (SP), Niterói (RJ), Camaçari (BA), Aparecida de Goiânia (GO), São José dos Pinhais (PR).
Metrópoles: são grandes cidades com grande população e importância econômica. São definidas, por lei, como sedes de Regiões Metropolitanas. O grau de influência econômica delas é variado e, por isso, são subdivididas em Metrópoles Regionais (a exemplo de Manaus e Cuiabá) e Metrópoles Nacionais (como Brasília e Salvador). Uma metrópole também pode ser uma cidade global, como é o caso de São Paulo.
Cidades Globais: são grandes centros e aglomerados urbanos que são responsáveis pela ligação econômica de seus países com o restante do mundo. Configuram-se como centro de decisões econômicas e por terem grande influência a nível nacional e internacional. Geralmente, costumam abrigar grandes filiais de empresas multinacionais e de organismos internacionais. Exemplos: Nova York, Tóquio, Paris, Rio de Janeiro, Hong Kong, Londres, entre outras.
Nova York, exemplo de Cidade Global
Por: Rodolfo F. Alves Pena
Macrocefalia Urbana
A macrocefalia urbana representa o inchamento dos espaços urbanos em razão da concentração das atividades econômicas e sociais.
O crescimento desordenado das cidades expressa suas contradições no espaço urbano
A palavra “macrocefalia” advém do grego Makros, que significa “grande”, e Kephale, que significa “cabeça”. Assim sendo, macrocefalia urbana representa a concentração das atividades nas regiões centrais, as “cabeças” das atividades produtivas na divisão territorial do trabalho entre as cidades. Trata-se da concentração urbana e populacional de uma determinada região em uma única capital ou metrópole.
Um exemplo de macrocefalia urbana é o estado de São Paulo, cuja capital e sua região metropolitana concentram mais da metade de seus 40 milhões de habitantes, além de apresentar as principais estruturas sociais e econômicas. Dados do Censo Demográfico do IBGE de 2010 revelam que pouco mais de 20 cidades concentram a maior parte das atividades demográficas e produtivas do país, que conta com mais de 5500 municípios.
A macrocefalia urbana está diretamente vinculada a dois fenômenos geográficos: êxodo rural e metropolização, ambos muito intensos no século XX. O primeiro representa a migração em massa da população do campo para a cidade e manifesta-se em função da industrialização dos centros urbanos e da mecanização do campo. O segundo ocorre com a formação de uma rede de cidades composta por uma metrópole e suas cidades-satélites que formam o seu entorno e elevam a concentração populacional.
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Esses fenômenos propiciaram uma urbanização extremamente acelerada tanto no Brasil como nos demais países subdesenvolvidos e emergentes, o que desencadeou uma série de problemas sociais. Isso ocorre em virtude de a instalação de infraestruturasno espaço da cidade não acompanhar a velocidade do crescimento desordenado desta.
Fala-se então da saturação do espaço urbano, pois as cidades são incapazes de absorver, tanto geograficamente quanto economicamente, os quantitativos populacionais que lhe são creditados, o que proporciona o surgimento de favelas, cortiços, habitações precárias e irregulares, além de outros sintomas sociais, como falta de mobilidade, transportes públicos inaptos etc.
Para combater esses problemas, além de um adequado planejamento urbano, é preciso uma maior intervenção pública sobre os fatores de localização industrial e das demais atividades produtivas, promovendo a democratização dos espaços e a expansão dos serviços. Isso até vem acontecendo nos últimos anos, mas não de forma suficiente para melhor estruturar a divisão territorial do trabalho no Brasil.
Por: Rodolfo F. Alves Pena
Metropolização
O conceito de metropolização está diretamente relacionado à conurbação e à formação de regiões metropolitanas.
Vista aérea da Cidade do México, uma das maiores regiões metropolitanas do mundo
A metropolização é o fenômeno em que vários centros ou aglomerações populacionais crescem e se integram em torno de uma ou mais áreas urbanas. Ocorre quando uma cidade possui um elevado crescimento urbano, a ponto de integrar outras cidades e estabelecer em torno de si uma centralidade econômica, atraindo pessoas, capitais e investimentos.
Com a metropolização, observa-se a transformação de uma cidade – geralmente uma capital nacional ou local – em uma metrópole, que passa a se configurar como uma espécie de “cidade mãe” de uma região metropolitana, que é integrada por cidades menores que congregam o seu entorno. Essas cidades são também conhecidas por cidades satélites.
Geralmente, o nível de integração que caracteriza a formação de metrópoles perpassa pela ocorrência da conurbação, que é a junção ou união entre o espaço urbano de duas ou mais cidades, ou seja, municípios diferentes passam a dividir o mesmo espaço urbano. Costuma ocorrer, nesse sentido, uma grande dependência econômica das cidades-satélites, de modo que muitos analistas as denominam como cidades-dormitórios, uma vez que sua função principal é servir de moradia para a classe trabalhadora que atua nas metrópoles. No entanto, atualmente, no Brasil, essa lógica vem gradualmente se modificando.
É importante não confundir a metropolização com a urbanização. Urbanizar significa elevar o crescimento das cidades em relação ao campo, enquanto metropolizar é elevar a concentração populacional e econômica em torno das metrópoles e regiões metropolitanas. No entanto, assim como a urbanização, a metropolização ocorreu primeiramente nos países desenvolvidos, uma vez que esses foram os pioneiros em conhecer as consequências das transformações industriais. Atualmente, são os países subdesenvolvidos que passam por esse processo, registrando também a maior concentração de problemas referentes à formação de grandes aglomerados urbanos.
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Em algumas regiões do planeta, há um processo inverso em curso, a desmetropolização. Isso porque a vida caótica nos grandes centros urbanos, geralmente desprovidos de mobilidade e com grandes problemas ambientais, não é mais interessante para as classes dominantes e os seus investimentos. Assim, o crescimento e a concentração populacional em torno das grandes metrópoles vêm diminuindo, em detrimento dos elevados crescimentos registrados nas cidades pequenas e, principalmente, nas cidades médias, que passam a contar com mais indústrias e dinamizando mais as suas economias locais.
Cidade de Jundiaí (SP), um exemplo de cidade média que vem crescendo em função da desmetropolização*
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* Fonte da Imagem: Deadfield / Wikimedia Commons
Mobilidade urbana
A mobilidade urbana consiste no conjunto de infraestruturas e logísticas oferecido pelas cidades para permitir aos seus cidadãos e empresas o rápido deslocamento entre os diferentes pontos de seu espaço urbano.
Portanto, quando se fala em promover a mobilidade urbana, fala-se em combater problemas relativos, principalmente, ao trânsito, tais como os congestionamentos e ausências de meios de transporte públicos adequados.
O congestionamento nas grandes cidades é um dos principais fatores da falta de mobilidade.
Mobilidade urbana no Brasil
O debate a respeito da mobilidade urbana no Brasil sempre foi amplamente discutido entre a Academia e os setores de planejamento público. Contudo, esse tema vem se tornando cada vez mais presente no contexto social, pois algumas das questões referentes às manifestações populares de junho de 2013 estavam justamente ligadas a temas como transporte público e dificuldade de locomoção no espaço das grandes metrópoles do país.
A principal crítica reside na preferência que existe sobre os chamados “veículos individuais”, sobretudo os automóveis. Ao longo dos últimos anos, a melhoria relativa de renda da população e as maiores condições de crédito no mercado favoreceram um substancial aumento da frota veicular nos grandes centros urbanos, o que não foi acompanhado por políticas públicas correspondentes que facilitassem o deslocamento desses veículos.
Soma-se a essa questão o mau tratamento destinado ao transporte público no país, que fica sob a responsabilidade das administrações municipais e quase sempre operado por empresas privadas licitadas. No geral, o que se observa são sistemas públicos ruins, com baixa qualidade nos serviços oferecidos, além de muita lotação nos horários de maior fluxo do dia. Essa questão é dramática principalmente nas regiões metropolitanas, que possuem espaços urbanos bastante amplos e descontínuos entre as áreas centrais e as periferias.
Causas dos problemas de mobilidade urbana no Brasil
Uma das principais causas, além dos termos acima citados, para o excesso do número de congestionamentos nas grandes cidades brasileiras e a dificuldade de deslocamentos é o excessivo caráter concentrador da urbanização brasileira ao longo do século XX. Esse processo foi acompanhado de uma intensiva metropolização, gerando zonas urbanas densamente povoadas.
Para se ter uma ideia dessa realidade, só na região metropolitana de São Paulo há mais habitantes do que todos os estados da Região Norte em conjunto ou toda a Região Centro-Oeste. O resultado não poderia ser diferente, pois mesmo com o grande número de viadutos, vias expressas e rotas alternativas, o paulistano passa, em média, 45 dias do ano no trânsito. Essa mesma situação replica-se em vários centros urbanos internacionais, principais as megacidades de países periféricos.​
Soluções para os problemas de mobilidade urbana
As soluções para os problemas de mobilidade urbana dependem da redução necessária do uso do transporte individual, em benefício dos chamados transportes de massa, tais como ônibus e metrôs. Além disso, os incentivos a meios de transportes alternativos, como a construção de ciclovias ou ciclofaixas, também são considerados medidas para diminuir o inchaço das grandes cidades.
Existem outras propostas praticadas para atender a curto prazo. Em São Paulo, por exemplo, existe o rodízio de veículos, em que os automóveis com determinados números de placa não devem rodar na cidade em determinados dias da semana a fim de diminuir o fluxo. Outra medida, bastante polêmica, é a possível adoção do chamado pedágio urbano, também considerado como uma medida de diminuição do número de carros nas ruas.
De toda forma, é preciso que medidas a longo prazo e com elevado grau de planejamento sejam executadas para ampliar a mobilidade urbana no Brasil e no mundo. E isso inclui:
· a descentralização dos serviços para diminuir a necessidade de deslocamento;
· a democratização dos espaços, infraestruturas para todas as áreas populacionais;
· medidas de promoção da reforma urbana no país.

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