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Kaliane Oliveira Existe uma calcificação normal no esqueleto e dentes que é a deposição de sais de cálcio. Calcificação patológica Acontece por deposição de sais de cálcio (fosfato de cálcio, carbonato de cálcio, citrato de cálcio) em tecidos não osteóides (não são osseis), tecidos frouxos que sofrem enrijecimento. Antes era chamado de mineração patológica. Além do cálcio, se deposita ferro, magnésio e outros minerais em menor quantidade. Presente em uma ampla variedade de doenças. Deposição normal de cálcio no corpo Ocorre na forma de hidroxiapatita, conforme visualizado em estudos de difração de raios-x, o cálcio se deposita de forma organizada/modela para conferir o formato dos ossos. Sendo encontrado no corpo humano 1 a 2 kg de cálcio, onde 90% está nos dentes e no esqueleto. Metabolismo do cálcio Ele é obtido através da dieta (800mg a 1000mg Ca/dia), sendo absorvido no duodeno por transporte ativo dependente de proteínas, com o auxílio da vitamina D, o cálcio é distribuído nos líquidos corporais, na corrente sanguínea terá uma calcemia (nível de cálcio normal 8 a 10mg/100ml de sangue), distribuição de cálcio no líquido extracelular e dentro das células. Além da ingestão, o corpo possui um mecanismo de reabsorção óssea, onde, diariamente, tem uma mobilização de cálcio do esqueleto para os líquidos corporais e um mecanismo de incorporação de cálcio, uma aposição óssea, o retorno do cálcio vindo dos líquidos corporais para o esqueleto. Existe uma relação entre os níveis de fosfato e de cálcio no sangue, ou seja, os níveis de fosfato são equilibrados com os níveis de cálcio. Portanto, havendo uma diminuição de fosfato no sangue (hipofosfatemia), o cálcio tende a diminuir e vice versa, a fim de equilibrar. Os níveis de cálcio podem ser regulados pelo hormônio paratormônio (PTH), secretado pelas glândulas paratireoides, ele favorece a mobilização óssea, regulando os níveis de cálcio no sangue. Além desse hormônio tem a calcitonina que tende a diminuir os níveis de cálcio no sangue por estimular a sua eliminação através da urina. Normalmente através da urina se elimina cerca de 200mg/dia de cálcio, através das fezes 800mg/dia de cálcio e uma pequena quantidade pelo suor. O PTH também age nos rins aumentando a eliminação de fosfato na urina, diminuindo, consequentemente, os níveis de fosfato no sangue. O aumento da concentração de vitamina D no corpo pode causar uma hipercalcemia (aumento dos níveis plasmáticos de cálcio), pois será absorvido mais cálcio. Um distúrbio nas glândulas paratireoides, fazendo que seja secretado mais Kaliane Oliveira PTH, pode mobilizar mais cálcio dos ossos para o sangue, causando uma hipercalcemia. A hipercalcemia é um risco porque o cálcio em excesso ultrapassa o limiar de solubilidade e começa a se depositar nos vasos sanguíneos, levando a um deposito nos tecidos, como é em todo o corpo, é chamado de calcificação metastática (calcificação em tecidos sadios). Apesar de essencial, o cálcio é um elemento potencialmente tóxico para as células. Por essa razão, existem mecanismos diversos e complexos para manter um elevado gradiente de concentração, de modo a conservar o cálcio intracitoplasmático em nível rigorosamente baixo. Tipos de calcificações Calcificação distrófica: Acontece em tecidos lesados; Não depende dos níveis plasmáticos de cálcio; É mais frequente (porque em qualquer tipo de lesão, de processo inflamatório pode desencadear); É localizada (somente na área lesioanada). Calcificação metastática: Acontece nos tecidos sadios; Depende dos níveis plasmáticos de cálcio (de uma hipercalcemia); É menos frequente (só acontece diante de um distúrbio das quantidades de cálcio); É disseminada/sistêmica. As quatro principais causas da hipercalcemia são (1) aumento da secreção de paratormônio devido a tumores primários das paratireoides ou à produção de proteína relacionada ao paratormônio por outros tumores malignos; (2) destruição óssea devida aos efeitos do turnover ósseo acelerado (p. ex., doença de Paget), imobilização ou tumores (aumento do catabolismo ósseo decorrente de mieloma múltiplo, leucemia ou metástases esqueléticas difusas); (3) distúrbios relacionados à vitamina D, incluindo a intoxicação por vitamina D e sarcoidose (na qual os macrófagos ativam um precursor da vitamina D); e (4) insuficiência renal, na qual a retenção de fosfato leva ao hiperparatireoidismo secundário. Ocorrência da calcificação distrófica Tecido conjuntivo fibroso de lesões antigas hialinizadas: parede de vaso esclerosado (rígidos) com placa ateromatosa; nódulos em valvas cardíacas que se enrijece; tumores malignos que realizam destruição tecidual; Áreas de necrose antiga e não reabsorvidas (áreas de granulomas): ao redor de parasitas e larvas mortas; abscessos crônicos de difícil resolução; Em órgãos tubulares: processos inflamatórios em ductos e vesículas, formando cálculo. Kaliane Oliveira Consequências e complicações das calcificações patológicas Depende do local e da intensidade da deposição dos sais; Geralmente os depósitos de cálcio são considerados inócuos e inertes, apesar de permanentes e irreversíveis. Calcificação distrófica: Geralmente não tem grandes repercussões para o organismo, exceto se: atingir valvas cardíacas (quando pode causar estenose ou insuficiência valvar); se houver formação de placas ateromatosas; quando favorecer a formação de cálculos; Quando ocorre em lesões da tuberculose, nos abscessos crônicos e nos aneurismas verminócitos, pode ser considerada benéfica (porque isola ainda mais o parasito). Calcificação metastática: Em geral não tem repercussões clínicas expressivas (a hipercalcêmia pode trazer complicações maiores do que a própria calcificação); Comprometimento extenso dos pulmões: insuficiência respiratória; Formação de depósitos maciços nos rins (nefrocalcinose): insuficiência renal; Transformação de fibroblastos e células mesenquimais indiferenciadas em osteoblastos e formação de tecido osteóide: metaplasia óssea – consequência comum.
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