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Planejamento e 
Gestão de Empresas 
e Empreendimentos
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Jean Carlos Cavaleiro
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Análise da Conjuntura Econômica Global e Nacional, 
Conexão da Economia com o Planejamento dos 
Negócios, Tendências para a Próxima Década 
Análise da Conjuntura Econômica Global e Nacional, 
Conexão da Economia com o Planejamento dos 
Negócios, Tendências para a Próxima Década 
 
• Compreender de forma direta o que é Economia;
• Associar vida, negócios e Economia;
• Olhar do gestor para a Economia.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Economia para Planejamento Empresarial.
UNIDADE Análise da Conjuntura Econômica Global e Nacional, Conexão da Economia 
com o Planejamento dos Negócios, Tendências para a Próxima Década
Economia para Planejamento Empresarial 
Contexto da Disciplina 
O mundo funciona em sincronia, isso para qualquer tipo de negócio. As áreas 
de negócios existentes, seja lá quais forem, são dependentes e interdependentes um 
dos outros. A esses negócios dependentes uns dos outros chamamos de cadeia de 
negócios. Para entender os conceitos de cadeia vamos imaginar a aquisição de uma 
coxinha de frango. 
O produto é vendido em uma lanchonete ou similar. É composto de massa de 
farinha de trigo, sal, óleo e frango temperado. 
Para que a Lanchonete tenha a farinha para a produção e venda no varejo, teve 
de adquirir em um atacadista certo volume de farinha, certo volume de peito de 
frango, óleo etc. 
O atacadista, por sua vez, para adquirir a farinha de trigo em grande quantidade 
para revender aos varejistas, deve comprar de um revendedor representante de fa-
bricantes de farinha. 
O moinho, fabricante de farinha, por seu turno, deve adquirir trigo para a produ-
ção. A produção do trigo é realizada por agricultores que cultivam, plantam e colhem 
o trigo. O plantio do trigo exige preparo da terra que, por sua vez, exige maquinários 
para a operação e exige agrotóxicos para garantir a produção de forma eficiente e 
eliminar pragas.
Comercializado o trigo, é preciso ser transportado, o que já envolve, então, cami-
nhões, tratores e combustíveis. 
Tudo isso pela parte do trigo, e pode ser ainda que eu tenha esquecido de alguma 
etapa, pois não é objetivo conhecer a cadeia do trigo, e sim situar a cadeia, até aqui 
só para o trigo necessário para a farinha que será utilizada na produção da coxinha. 
Isso envolve a lanchonete, o atacadista de farinha, o fabricante da farinha, o plantio 
de trigo, os agrotóxicos para o campo, veículos de transportes etc. 
E faltou, ainda, a cadeia do frango, que também envolve o varejo de frango, o 
atacado do frango, o criador de frango, a ração do frango, as vitaminas do frango, a 
produção e comercialização de ovos, o abate, a conservação, a venda e o transporte 
do frango. 
Veja o fluxo percorrido para que a sua coxinha esteja fresquinha na lanchonete 
próxima a você ou na Universidade. Veja que se houver algum acontecimento na 
ração do frango, ou em qualquer outro item na cadeia, a coxinha sofrerá impacto na 
ponta no varejo. 
Uma decisão econômica de importar ou não trigo, que pode interferir no preço, 
vai interferir na coxinha. O clima, propício ou não para a produtividade de trigo, 
interfere na coxinha. 
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Isso, então, é o que chamamos de efeito de cadeia. Essa cadeia compreende os se-
tores gerais de fornecimento de serviços, insumos, máquinas, equipamentos, contando 
com Setores de Produção, Processamento, Armazenamento, Distribuição e Comer-
cialização, que inclui varejo e atacado, passando por Assistência Técnica, Suporte de 
Crédito etc. conectando toda essa rede aos consumidores finais. 
Se com uma simples coxinha a rede conectada é tão grande, pare agora para 
imaginar esse olhar aplicado à Construção Civil.
Você já havia pensado nessa cadeia? 
O que é esse segmento em termos de tamanho e relevância para o giro econômico nacional?
Para esse olhar, é fundamental entender o papel da Economia nos negócios no país. 
Vamos fazer por onde desmistificar a percepção de que Economia é coisa chata, 
pois, na verdade, ela é a base da organização de nossas vidas.
Economia 
Para explicar o conceito de Economia, gostaria de contar para você a história das 
coisas, não importa o que seja. A analogia que farei aqui serve para qualquer cenário. 
Você tem um desses? 
Figura 1
Fonte: Getty Images
Eu tenho!! 
Mas você já se perguntou como esse produto chegou em suas mãos? Por que 
custa tão caro? Onde é feito?
O estudo da Economia nos ensina que as coisas se deslocam ao longo do Sis-
tema, da extração para a produção, para a distribuição, para o consumo e para o 
tratamento de lixo. 
Esse fluxo é que gera a capacidade de oferta que, por sua vez, estará ou não ali-
nhada à demanda existente. 
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UNIDADE Análise da Conjuntura Econômica Global e Nacional, Conexão da Economia 
com o Planejamento dos Negócios, Tendências para a Próxima Década
As características de um país em seus aspectos geográficos, estruturais, tecnoló-
gicos, financeiros, humanos, culturais e até mesmo religiosos direcionam as decisões 
de produção de um país: o que, quanto, como adquirir produtos e serviços para 
satisfazer as necessidades do país. 
Com esse olhar, os países decidem se vão produzir, quanto, nível de qualidade, 
quando e ou se vão importar de algum país que detenha maior capacidade técnica 
para a operação. 
O Brasil tem sido muito mal avaliado no quesito produtividade/home. Para se ter 
ideia, um trabalhador americano produz três vezes mais que um trabalhador brasi-
leiro. Isso se explica pela baixa capacidade educacional do país, estrutura sucateada 
há décadas. 
E em um mundo globalizado e essa realidade obriga as Empresas brasileiras a 
serem ainda mais inovadoras, pois vão competir mundialmente em um cenário local. 
Então, saber o que está sendo feito no mundo, como e com o que é fundamental 
para que estejam alinhadas com o que há de melhor na operação empresarial. 
Para se ter ideia desse cenário na prática, na década de 1990, o Brasil passou 
por um processo de abertura da Economia, abrindo as portas para importação de 
uma série de produtos e serviços. Como um dos resultados disso, em 1994, iniciou-
-se no país uma verdadeira invasão têxtil, tanto de tecidos como roupas prontas do 
Mercado chinês. 
Na época, o país entrou em choque, e se questionava como era possível ter um 
tecido ou roupa tão baratos. Muitas vezes, eram vendidos no varejo aqui no país por 
um valor inferior até mesmo do custo de produção local. 
Como isso era possível?
Fato que o volume de produção chinês era um fator importante, mas entre outras 
respostas os empresários brasileiros tiveram que aprender a reduzir custos e, em 
buscas de respostas, descobriram maquinários automatizados de corte, cortes a laser, 
com perda praticamente zero, com menos mão de obra envolvida. Isso reduziu custo 
e ampliou produtividade. Foi a reinvenção das Empresas nacionais. 
Mais para frente, outros Setores passaram por isso, como o Setor Calçadista, 
Tecnologia, Alimentício etc. 
Na Construção Civil, esse reflexo é ainda maior, pois a cadeia da qual faz parte 
é mais complexa. E cada elo dessa cadeia sofre os reflexos do que chamamos de 
recursos escassos. 
Esses recursos podem ser dinheiro, mão de obra e tecnologia, entre outros, mas, 
na realidade, nunca se tem nos volumes que se gostaria de ter para atender às de-
mandas existentes ou potenciais. 
Esta Disciplina não tem o papel de formar economistas, mas sim, de compreen-
der o papel da Economia em nossas vidas e nas Empresas, entender como tomamos 
decisões como cidadão, como gestores ou como agimos coletivamente. 
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Uma certeza temos: estamos sempre decidindo tomando como base preceitos da 
Economia. Vamos ver que toda decisão, de alguma forma, conduz a economia para 
um lado ou outro. 
Exemplo
Taxa SELIC – Governo decide ampliar de 6% para 15% ao ano: é uma decisão de 
governo, mas qual o reflexo? 
Você se perguntoupor que isso afetaria sua vida sem dizer somente que é taxa de 
juros? Vejamos! 
Taxa Selic é o que chamamos de taxa básica de juros. Ela remunera as operações 
de governo. 
Entenda que governo não gera receita, ele capta receita. Como? Cobrando impostos, 
taxas e multas basicamente. Quando esse recurso não é suficiente, haveria duas saídas: 
ou se aumentam esses impostos e taxas e criam-se novos ou se emitem títulos públicos. 
Se a decisão foi ampliar impostos, reduz-se o poder de compra das pessoas, pois 
os impostos são imediatamente repassados para os preços de compra, interferindo, 
assim, na inflação.
Caso as Empresas não possam repassar aos preços por questões de Mercado, 
elas passam a lucrar menos e se tornam menos competitivas. 
Então, veja que mexer em impostos não é uma medida saudável para a Economia 
em geral e pode, de início, gerar ampliação de receitas, mas, em longo prazo, o 
reflexo é o inverso. 
Emitir títulos para financiar, então, as ações de governo, são medidas corriquei-
ras. Resumidamente, são formas de o Governo captar recursos de investidores, na-
cionais ou internacionais e remunerar a taxa SELIC.
Então, quando a taxa estiver a 16% ao ano, significa que a taxa, se houve inves-
timentos de 10 milhões, em um ano, os investidores ganharão 16% sobre o valor. 
É um investimento de risco zero, pois o Governo não pode não pagar, sob pena de 
não conseguir mais captar quando precisar.
Agora imaginem a situação a seguir. 
Você é um empresário e ganhou um valor a mais em operações no Mercado. Vamos supor, 
R$ 100.000.000,00. Precisa decidir se investe em seus negócios ou se compra títulos do Governo. 
Quais as informações que você buscaria? 
Concorda que a taxa de lucro seria uma informação importante? 
Vamos supor, então, que ao verificar seus números, veja que seu lucro líquido nos negócios que 
já possui gira em torno de 10%. E que se investir em títulos do governo, a SELIC remunera a 16%. 
Quais dos investimentos você faria? 
Eu não pensaria duas vezes!!
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UNIDADE Análise da Conjuntura Econômica Global e Nacional, Conexão da Economia 
com o Planejamento dos Negócios, Tendências para a Próxima Década
Pois a Empresa exige sua presença, exige mão de obra qualificada, exige controle, 
exige parcerias com fornecedores, exige participar de forma árdua de concorrência. 
E remunera 10%. 
O investimento em títulos, sem risco nenhum, remunera 16%. 
Mas fica a questão: se sua escolha for investir na Empresa, gera emprego, gera 
renda, criam-se novas parcerias etc., mas se a decisão for investir em títulos do go-
verno, não gera nada, só recursos para o investidor, e dívida para o governo. 
Historicamente, no Brasil, a taxa de juros sempre foi uma das mais altas do mun-
do, chegando aos absurdos 26% ao ano. Para comparar, nos EUA, o FED já teve 
taxas de 0.5% ao ano. 
Quando um governo emite 100 milhões em títulos, a taxa de 16% ao ano pagaria de juros 
para os investidores 16 milhões. 
Quando essa taxa cair para 4,5% ao ano, com os mesmos 100 milhões de títulos, pagaria 4 
milhões e meio de juros aos investidores. 
Agora imagine isso na casa dos bilhões? Quanto o país paga de juros? 
Quando você vir nos noticiários que a Taxa caiu, devemos comemorar. Muitas vezes, por 
questões políticas, não ficamos nem sabendo quando cai. 
Se hoje, ano de 2020, a taxa SELIC estivesse a 20% ao ano, não passaria outra coisa nos 
jornais, mas como está na taxa mais baixa da história, fazendo com que o país gaste bilhões 
a menos nos pagamentos de juros, não ouvimos quase nada.
Com essa reflexão, eu peço para que entendamos a Economia em sua origem, até 
mesmo pelo significado da palavra, que vem do grego – juros – não entendida como 
“aquele que administra um lar”, ou seja, intimamente ligada ao nosso dia a dia, às 
decisões que tomamos dentro de nossas casas. 
Assim como em nossas casas, uma Sociedade também deve tomar decisões, 
como, por exemplo, quais tarefas serão executadas e por quem. 
Alguns produzem alimentos, outros produzem roupas, outros calçados, móveis, 
comida, e assim por diante. 
Esse arranjo de quem faz o que e em que proporção exige que os recursos como 
terras, prédios, máquinas, infraestrutura e pessoas, sejam alocados possibilita a pro-
dução de bens e serviços para a Sociedade.
Já pensou o que aconteceria se houvesse interesse da Sociedade, ou pelo menos de grande 
parte dela, em atuar na produção de sapatos verdes tamanho 44? Haveria excesso de oferta 
e o preço cairia a níveis inviáveis para cobrir custos e garantir lucros.
E se do outro lado, uma única família tivesse interesse em criar frangos. Quais seriam as con-
sequências? Escassez de produtos, aumento de preço, falta dele em regiões mais distintas. 
Certamente seria um produto elitizado.
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O que podemos afirmar com isso?
Que o ponto de partida para esse arranjo produtivo é a existência, o volume e a 
característica de algo chamado “Demanda”.
O papel da Economia, então, é administrar esses recursos necessários para a 
gestão do arranjo produtivo nacional, seja de bens, seja de serviços. Em particular, é 
necessária essa gestão por termos recursos escassos, seja de espaço, de tecnologia, 
de mão de obra ou de dinheiro. 
Pode-se definir escassez como a limitação existente desses recursos. Uma Socie-
dade não tem como ter acesso a tudo que gostaria, na hora e na quantidade que 
deseja, e as decisões de Economia é o que equilibra isso. 
Economia é um ramo das Ciências Sociais cujo foco é a forma pela qual a Sociedade rea-
liza suas escolhas de produção de bens e serviços com o objetivo de satisfazer as necessi-
dades humanas, considerando que os recursos disponíveis para tal produção são escassos 
(CARVALHO, 2015).
Isto é, a Economia estuda como as pessoas tomam decisões sobre compra, venda, 
investimento, poupança, consumo, trabalho etc., e como interagem umas com as 
outras com o objetivo de satisfazer suas necessidades econômicas.
Na Construção Civil, já vivemos algum tipo de escassez? 
Começa pela formação de Engenheiros que, no início do ano 2000, apresentava 
falta desse profissional. Isso levou o Governo a ter programas específicos para a for-
mação de Engenheiros. A Área estava aquecida, até que surgiu o chamado mensa-
lão, lava jato, ações que atacaram em cheio o ambiente da Construção Civil, caindo 
abruptamente o Mercado para Engenheiros.
Quando iniciou a lava jato, por exemplo, os imóveis estavam na maior alta dos últimos 
30 anos, alguns temiam até mesmo a chamada bolha imobiliária do Mercado americano. 
Nesse período o número de lançamento de novos empreendimentos era enorme, a 
atuação no setor público e no exterior financiada pelo governo também era crescente. 
Nesse período, a formação de Engenheiros estava em alta, inclusive com forma-
ção no exterior, para acelerar a formação desses profissionais. 
Após essa crise política, o Mercado retraiu, os lançamentos caíram, as atuações 
com Setor Público também caíram, gerando desemprego no Setor, o fechamento de 
algumas Empresas na Área e a redução da capacidade de atuação. 
Trade Offs 
É outro princípio importante e básico da Economia. Significa “troca”. Vamos 
entender melhor.
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UNIDADE Análise da Conjuntura Econômica Global e Nacional, Conexão da Economia 
com o Planejamento dos Negócios, Tendências para a Próxima Década
Imagine sua casa: você e sua família, pai, mãe e dois filhos. O pai é professor e a mãe 
enfermeira, os filhos têm 6 e 8 anos de idade e estudam em escola particular. Eles pa-
gam prestação da casa e deixam uma pequena reserva para viajarem nas férias.
Um ano qualquer, um mês antes das férias, recebem a divulgação de um carro em 
oferta. O carro é um Jeep Compasso, sonho da família há anos. Na base de troca, 
teriam de dar o carro que já possuem e completar com R$ 20.000,00, ou financiar 
pagando R$ 980,00 por mês. 
Diante dessa situação, temos uma escolha a fazer. 
• Opção 1 – Pagar à vista e não viajar com a família;
• Opção 2 – Não trocar o carro e viajar;
• Opção 3 – Trocar o carrofinanciado e viajar com a família.
Veja que, em qualquer situação, estaríamos trocando uma coisa por outra: o 
prazer de viajar pelo prazer de um sonho realizado, ou a viagem em família teria 
prioridade, ou se endividar e reduzir o poder de poupança nos próximos anos, o que 
pode garantir a viagem atual, mas comprometer a viagem do futuro. 
Com esse olhar, podemos aplicar aqui a máxima da Economia moderna: “não há 
lanche grátis”, isto é, para se ter uma coisa, abre-se mão de outra. 
No nível de governo de estado também é assim: nunca se vai ter o dinheiro no volume 
que se gostaria de ter. Se houver o dinheiro, não há os espaços necessários, se houver o 
espaço, não há a Tecnologia que gostaria, ou pessoas com as competências que gostaria. 
Se o governo tem receita X, e decide ampliar investimento no Social, vai retirar 
de outra área, tais como Saúde, Educação, Infraestrutura, Tecnologia etc. não estou 
aqui dizendo que não o deva fazer, mas sim que dinheiro não nasce em árvore, para 
entra em uma área deve sair de outra. 
Custo de Oportunidade 
É outro princípio básico para o pensamento econômico. Como vimos acima, to-
mamos decisões com base em trocas, e essa troca nos gera um custo, ou pelo menos 
uma noção de referência para custo.
Essa noção de custo de oportunidade nos conduz a pensar que devemos avaliar 
tendo opções de escolha. Só é decisão se houver escolha, caso seja a única opção, 
não é escolha, é caminho único e ponto final. 
Por exemplo, você quer abrir uma Empresa. As decisões poderiam ser: 
1. Abrir a empresa: Montar Plano de Negócios, implementar o negócio e 
gerenciar em busca de obter lucro. 
Mas qual lucro é o ideal?
2. Investir em títulos do governo: Taxa SELIC por exemplo, imaginária 
de 16%. 
Nesse cenário, você investe, não tem esforço algum e tem ganho de 16%. 
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Se optar pela opção 1, abrirá mão da 2. Logo, você abre mão de rendimento de 
16% para empreender. 
Voltando a pergunta, qual o lucro ideal? 
Veja que agora temos uma referência, 16%. Se o negócio pretendido rendesse 
lucro de 10%, abriria mão dos 16%? Acho que não!
Esse então é o que chamamos de “custo de oportunidade”, aquilo que abrimos 
mão por causa de outra opção. 
Incentivo ao consumo
Incentivo é o que induz alguém a agir, seja lá como for. Comprar isso ou aquilo e 
em que quantidade. 
Até a década de 1990, uma linha de telefone residencial custava o equivalente a 
um carro popular, só famílias mais abastadas tinham esse direito. 
Com a privatização, os preços caíram significativamente e isso foi grande incen-
tivo à ampliação do uso nas residências. A mesma situação ocorreu com a redução 
de custo dos aparelhos celulares. 
Outra decisão baseada em incentivos é, por exemplo, o alto custos dos combus-
tíveis no país, sendo os impostos o principal motivo desses valores elevados, mas, 
independentemente dos motivos desse alto custo dos combustíveis, há incentivo para 
aquisição de carros pequenos de baixo consumo.
Na Economia, isso pode ocorrer por meio do governo com subsídios, reduzindo, as-
sim, os custos, por ação das Empresas, melhorando qualidade e não aumentando preço.
Capacidade de produzir bens e serviços 
Interfere diretamente no padrão de vida das pessoas, pois facilita ou dificulta o 
acesso aos bens de consumo. 
Veja a diferença de ganho médio entre o cidadão americano e um cidadão bra-
sileiro. Enquanto o primeiro vive com ganhos médios de 50 mil dólares, o segundo 
vive com ganho médio 7,2 mil dólares anuais.
Você já se perguntou o motivo de tanta diferença? 
A capacidade produtiva do país é a grande resposta. Um trabalhador americano 
produz três vezes mais que um trabalhador brasileiro, sendo o cenário no Japão, que 
possui um território extremamente irregular, muito menor que o brasileiro, tem uma 
população menor que a nossa, mas produz muito mais que o nosso país. 
O Brasil, infelizmente, investe em produção e exportação de bens brutos de baixo 
valor agregado, e compramos os itens processados com valor agregado como pro-
duto de importação.
Vamos entender como produtividade a quantidade de bens e serviços produzidos 
por unidade de insumo de mão de obra.
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UNIDADE Análise da Conjuntura Econômica Global e Nacional, Conexão da Economia 
com o Planejamento dos Negócios, Tendências para a Próxima Década
Inflação 
A inflação assombra o brasileiro que tenha mais de 40 anos. Na década de 1980, 
vivemos o pior período de inflação da nossa história, na verdade foi o que chamamos 
de hiperinflação. 
A inflação é causada pela perda de poder de compra da moeda local. Os motivos 
são inúmeros e, entre os principais, podemos citar o excesso de emissão de moeda. 
Isso amplia o volume de moeda em circulação, mas reduz o valor dela. 
Outra situação é a relação de oferta e demanda, em que o Mercado regula os preços. 
Se houver procura maior que a oferta, os preços sobem, gerando inflação. Se 
houver mais produtos para serem adquiridos do que pessoas para adquirir, sobram 
itens no Mercado e, por consequência, os preços caem. Países com baixa capacida-
de produtiva são mais suscetíveis à inflação. Um país como o Japão, por exemplo, 
consegue se adaptar rapidamente ao aumento de demanda, não trazendo a inflação 
como resultado.
Economia e tomada de decisão
Tomar decisão faz parte do dia a dia de todas as Empresas. Na verdade, as deci-
sões começam na abertura da Empresa. 
Para que você entenda as divisões, a Economia se divide em:
• Microeconomia: Enfoca as relações de Mercado, estabelecidas pela oferta e 
demanda de bens e o equilíbrio e o grau de variação de ambos (elasticidade), a 
forma pela qual as Empresas se organizam no Mercado, entre outros pontos;
• Macroeconomia: Aborda os aspectos econômicos de forma ampla, e também 
as consequências gerais do relacionamento entre os agentes econômicos. En-
foca a produção total de uma Economia como um todo (riqueza nacional), as 
consequências das variações dos preços dessa Economia (inflação ou deflação, 
distribuição de renda etc.) e o papel do Estado na Economia (políticas monetária 
e fiscal), entre outros pontos.
A Macroeconomia é a base para a tomada de decisão empresarial, procura com-
preender o conjunto de escolhas individuais e empresariais, públicas ou privadas, 
avaliando assim seus impactos. Avalia-se não o consumo de um lar em específico, 
mas um conjunto de lares do país e, da mesma forma, não avalia a produção de uma 
Empresa, mas do conjunto de Empresas por segmentos no país afora. 
Então, a partir dessa definição, podemos dizer que a macroeconomia é o pano de 
fundo de todas as decisões empresariais relevantes. Com isso, é fácil compreender o 
quanto é importante para a estratégia e gestão empresarial em geral. 
As premissas da macroeconomia estão presentes em todas as decisões estraté-
gicas das Empresas, como, por exemplo, ao realizar um Plano de Negócios que, 
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para ser validado, passará por uma análise econômica, além de se verificar se o que 
consta no Plano está de acordo com a realidade da Economia. 
Como previsão de demanda para os produtos e os serviços previstos no plano, 
verificar se a concorrência existente permite a atuação como prevista e se os Planos 
de Compras previstos podem ser realizados, dada a situação observada no ambiente 
e auxilia, por exemplo, nas definições das ações no lançamento de um produto, ou 
na compra de uma Empresa etc. 
Vejamos um exemplo de pensamento ao iniciar qualquer operação empresarial.
Observa-se a população da região, identificam-se os potenciais clientes, os con-
correntes da região, define-se um Market share, ou a participação de Mercado e, a 
partir dessas informações, projeta-se a Empresa. 
Mas o que acontece se o que foi planejado não se confirmar?
Quando esse cenário previsto não se confirma, tudo que foi planejado precisa ser 
refeito, nem mesmo a política de preço se mantém. 
Vejamos um exemplo.
Uma das formas de se definir o preço de venda é o rateio de custo fixos. Assim, 
uma Empresa com custo fixo total de R$10.000,00/mês, ao produzir 1000 unida-
des de um item, cada item teria uma proporção de R$ 10,00 em cada unidade de 
custo de fixo. 
Logo, se a variável for R$ 10,00, o custo total seria R$ 20,00 e, assim, atribui-se 
a margem de lucro desejada. 
Agora, se num primeiro mês, a Empresa produz mil unidades, mas não vende, e 
verifica que na verdade teria de fabricar somente 500 unidades, ao fazer essa altera-
ção, os custos fixos, como aluguel, entre outros, não sofrerão alterações. 
Logo, o rateio unitário passaria para R$ R$ 20,00 e, mantendo-se o custo variá-
vel de R$ 10,00, agora teríamos um custo total de R$ 30,00. 
Percebeu o impacto que a não confirmação do planejado pode ter sobre os resul-
tados da Empresa?
Essa situação pode ser gerada por uma série de fatores, mas o mais comum 
é a interpretação equivocada do cenário econômico, superestimando ou menos-
prezando as informações de Mercado e do cenário econômico, levando a consi-
derar como positivo algo que não é, ou mesmo a ação da concorrência anulando 
suas ações. 
Veja que esse fato demonstra a importância da macroeconomia para a tomada de 
decisões de negócios e para a estratégia empresarial.
O planejamento empresarial exige análise econômica, e a Teoria nos aponta duas 
formas de análises (CARVALHO, 2015): método dedutivo e método indutivo.
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UNIDADE Análise da Conjuntura Econômica Global e Nacional, Conexão da Economia 
com o Planejamento dos Negócios, Tendências para a Próxima Década
Método dedutivo 
É também conhecido como método abstrato ou analítico e se baseia no raciocínio 
a priori. As conclusões são provenientes de certos pressupostos fundamentais e sua 
forma de análise parte do pressuposto geral para a aplicação específica. 
Por exemplo: Todos os homens são mortais. João é um homem. João é mortal. 
Procura métodos da lógica dedutiva. 
Trazendo para o Mercado: Sorvete é um produto de verão. O verão inicia em de-
zembro e termina em março. Entre dezembro e março é o período de maior venda 
de sorvete. 
Método indutivo
Ao contrário do dedutivo, parte de observações específicas para a generalização. 
Os elementos do método indutivo são: 
• Identificação de um problema; 
• Formulação de hipótese (uma hipótese é uma suposição ou um palpite bem 
formulado); 
• Coleta, organização e análise de dados; 
• Formulação de conclusões; 
• Verificação, rejeição ou modificação da hipótese após testá-la;
• Essa análise é mais complexa, avalia, por exemplo, a intenção de compra, a 
aceitação de um produto ou serviço a determinado preço e a aceitação ou não 
de mudanças em embalagens ou características de serviços e produtos. 
A necessidade de Planejamento Estratégico por parte das Empresas para seu ge-
renciamento eficaz e até mesmo quando da construção de um Plano de Negócios, ou 
do cálculo do valor de uma Empresa, requer a determinação de cenários para variáveis 
que afetem os resultados projetados, tais como a taxa de câmbio, a taxa de juros e a 
taxa de inflação, pois são fatores que afetam diretamente os resultados dos negócios.
Isso exige que todos os envolvidos na tomada de decisão entendam o funciona-
mento da Economia, pois as variáveis macroeconômicas guardam uma inter-relação 
e, por isso, será necessário fazer uma análise integrada, chamada pelos economistas 
de análise de equilíbrio geral.
Ao finalizar esta Unidade, espera-se que o aluno compreenda que o planejamento 
empresarial não está dissociado da análise econômica.
Essa é a base para as tomadas de decisões, tanto para decidir ampliar ou restrin-
gir um negócio quanto para a escolha da praça de atuação, para a determinação de 
preço, o lançamento de produtos etc. 
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Economia Animada – Aula 2 O que é escassez?
https://youtu.be/gZAj7zkPkfU
ECO – 02 – Oferta e demanda
https://youtu.be/H2aRvRXJgq4
Formação do preço de Vendas e Custos pelo método RKW – Aula 01/02
https://youtu.be/hSFnFWq2r6Y
 Leitura
Modelo de Decisão em Gestão Econômica
https://bit.ly/3hox5Cp
Os princípios da economia no cotidiano das pessoas
https://bit.ly/2EA1dMg
Economia e Administração
https://bit.ly/3ho3icQ
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UNIDADE Análise da Conjuntura Econômica Global e Nacional, Conexão da Economia 
com o Planejamento dos Negócios, Tendências para a Próxima Década
Referências
DIAS, M. de C. Economia fundamental. São Paulo: Érica, 2015.
VASCONCELLOS, M. A. S. de; GAMBOA, M. R. de; TUROLLA, F. A. Macroeco-
nomia para gestão empresarial. São Paulo: Saraiva, 2016.
GREMAUD, A. P. Economia brasileira contemporânea. Amaury Patrick Gremial, 
Marco Antônio Sandoval de Vasconcellos, Rudinei Tonto Jr. – 8. ed. – São Paulo: 
Atlas, 2017.
MCGUIGAN, J. R. Economia de empresas: aplicações, estratégia e táticas. James 
R. táticas, R. Charles Moer, Frederick H. de. Harris; [tradução Lívia Copel e Priscilla 
Lopes, revisão técnica Peter Edward Mr. Wilson, Heloisa Bernardo, José Carlos Luxo 
e Marcos Antônio de Andrade]. – 3. ed. – São Paulo: Engagé Learning, 2016.
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