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Editora plantas@editoraonline.com.br www.editoraonline.com.br vida nas cidades e a busca pela qualidade têm pro- vocado uma verdadeira volta ao tempo em busca de valores esquecidos. Um exemplo disso é o resgate do cultivo de hortaliças e temperos em casa, cada vez mais comum nas residências. Para concretizar a ideia, não precisa de muito, basta um pequeno espaço – que pode ser até um jar- dim aéreo com vasinhos –, as espécies certas, um solo com pre- paro básico e a drenagem da terra. A partir daí, deixe as pragas bem distantes e bom uso, pois agora você poderá ter produtos frescos sempre à mão! Uma outra grande vantagem de cultivá-lo é o fato de poder ingerir itens orgânicos, mais saudáveis e a um custo baixo, se comparado ao oferecido no mercado. Nesta edi- ção, trouxemos muita ideias para viabilizar sua horta. Há desde uma horta vertical até uma lista de alimentos funcionais e uma relação dos transgênicos hoje comercializados. Tudo para você ficar bem informado e fazer opções mais saudáveis. O luxo de ter uma Editorial Um abraço e boa leitura! casahorta em Fo to : Sh ut te rs to ck Batata ..........................................................51 Batata-doce .................................................51 Berinjela ........................................................52 Beterraba ......................................................53 Boldo-de-jardim..... .......................................53 Brócolis ........................................................54 Bodo-do-chile.......... .....................................55 Boldo-miúdo............ .....................................55 Camomila.................. ...................................56 Capim-limão ou capim-santo ........................57 Cará ..............................................................57 Cebola ..........................................................58 Cebolinha .....................................................58 Cebolinha-francesa .......................................59 Cebolinho-chinês ou cebolinho-nirá ..............59 Cenoura ........................................................60 Cevada .........................................................60 Cidreira-de-arbusto..... ..................................61 Chalota nacional ...........................................61 Chicória ........................................................62 Chuchu....................... ..................................63 Coentro....................... .................................63 Cogumelo-shiitake. .......................................64 Confrei........................ .................................64 Couve-flor.................. ...................................65 Courgettes nacional ou abobrinha ................66 BROTOS COMESTÍVEIS Cultivados na água ou na terra, eles são uma das opções naturais mais nutritivas HORTA VERTICAL Para otimizar o espaço do ambiente, faça o canteiro na parede! FAÇA VOCÊ MESMO Confira o passo a passo e tenha sua própria horta ALIMENTOS FUNCIONAIS Indispensáveis à mesa, eles podem, também, prevenir doenças DICA VERDE As vantagens de incluir hortaliças e legumes nos refrescos TRANGÊNICOS Veja por que os alimentos modificados em laboratório criam tanta polêmica GALERIA Abóbora .......................................................36 Abóbora-japonesa ........................................36 Abobrinha italiana ........................................37 Abobrinha .....................................................38 Açafrão-da-terra ou cúrcuma ........................38 Açafrão-verdadeiro ........................................39 Acelga ..........................................................39 Agrião ...........................................................40 Aipo ..............................................................41 Alecrim .........................................................41 Alcachofra ....................................................42 Alcaparras .....................................................42 Alfafa ............................................................43 Alho ..............................................................43 Alface ..........................................................44 Almeirão .......................................................46 Alho-poró .....................................................47 Arroz ...........................................................47 Aspargo .......................................................48 Aveia ............................................................49 Azedinha ......................................................49 Bardana ........................................................50 Sumário CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ S578g Silva, Aparecida de Barros Guia de hortas / Aparecida de Barros Silva. - 1. ed. - São Paulo : OnLine. il. ISBN 978-85-432-0098-9 1. Horticultura - Guia. I. Título. 14-09109 CDD: 635 CDU: 635 Couve.......................... .................................66 Curry........................... ..................................67 Endívia....................... ...................................68 Endro-dill.................. ....................................68 Escarola..................... ...................................69 Erva-doce.................. ....................................70 Ervilha......................... ..................................70 Espinafre.................... ...................................71 Fava.............................. ................................72 Feijão........................... .................................72 Funcho ..........................................................73 Gengibre .......................................................73 Grão-de-bico .................................................74 Hortelã ..........................................................74 Inhame .........................................................75 Jiló ................................................................75 Lentilha...................... ...................................76 Mandioca ......................................................77 Manjericão ....................................................77 Mandioquinha ..............................................78 Manjericão-folha-de-alface ............................79 Manjericão-italiano ou manjericão-roxo .........79 Manjerona................. ...................................80 Maxixe ..........................................................81 Mostarda ......................................................81 Milho ............................................................82 Nabo .............................................................83 Orégano .......................................................83 Palmito branco ou jussara .............................84 Pepino ..........................................................84 Pimenta ........................................................85 Pimenta-de-bode ..........................................85 Pimentão ......................................................86 Pimenta-do-reino ..........................................87 Pinhão ..........................................................87 Pinhão-roxo ..................................................88 Quiabo ..........................................................88 Rabanete ......................................................89 Repolho ........................................................89 Rúcula ...........................................................90 Salsa .............................................................91 Sálvia ............................................................91 Soja ..............................................................92 Quebra-demanda.. ........................................93 Quebra-pedra...............................................93 Tomate ..........................................................94 Tomilho-limão......... ......................................95 Tomilho...................... ...................................95 Trigo .............................................................96 Vagem ..........................................................97 Uricum ..........................................................97 ONDE ENCONTRAR Os profissionais e entrevistados que fizeram parte desta edição uem diria que aquela experiência feita du- rante os primeiros anos escolares, na aula de Ciências – grãos de feijão envolvidos com algodão úmido – seria repetida em nossa cozinha com resultados bem mais proveitosos. Fácil e de crescimento rápido, os brotos surgem das se- mentes de três a sete dias, como em um passe de mági- ca, sendo comestíveis e supernutritivos (veja receita na página 17). A trajetória do broto para a mesa ocidental brasileira come- çou há mais de 5 mil anos, quando foram incorporados à culiná- ria oriental. Leves e fáceis de preparar, é uma opção acessível e versátil para quem busca uma alimentação saudável. O fato de poderem ser consumidos em fase de germinação, no início do processo de crescimento, é o que garante altas doses de pro- teínas, vitaminas (A, B, C, D e E) e sais minerais (cálcio, iodo, ferro, fósforo e magnésio). “É uma combinação rara, presente em poucos vegetais frescos”, explica a nutricionista da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) Magali Rogge. Livres de produtos químicos sintéticos – fertilizantes, defen- sivos agrícolas, dentre outros –, os chamados alimentos vivos proporcionam fácil digestão e podem ser utilizados em refeições rápidas como sanduíches naturais, saladas e até sucos e iogurtes por todas as pessoas, principalmente, quem pratica atividades físicas intensas, substituindo a carne. Também podem ser usa- dos como fito-hormônios, fazendo parte da dieta alimentar de pessoas que precisam de reposição hormonal, mas não aceitam produtos sintéticos. Além disso, os brotos combatem o estresse, Brotos: da para a horta mesa caseira Com técnica simples, é possível cultivar em casa, em um pequeno recipiente, brotos supernutritivos que surgem das sementes entre três a sete dias Texto Cláudia Meyer n Fotos Shutterstock 6 G u i a d e H o r t a s Cutivo e a baixa quantidade de calorias é um excelente estímulo para quem quer manter o peso. Sabor e saúde Mais de 30 espécies de plantas, principalmente de olerícolas – brócolis, rabanete, repolho, cebola, mostarda etc. – e de legu- minosas – feijão-moyashi, alfafa, trevo, lentilha etc. – têm sido utilizadas na culinária, segundo Dr. Rogério Faria Vieira, pesquisa- dor da Embrapa. Alguns brotos são picantes, como o de rabanete; outros são delicados e de sabor suave, tal qual o de alfafa e de trevo. Já os brotos de feijão-mungo-verde, também chamado de feijão-moyashi, é utilizado para o preparo de pratos orientais. Vale lembrar que todos incorporam rapidamente qualquer tipo de tempero. Para quem sofre de hipertensão, osteoporose, anemia e es- tresse, os brotos podem ser aliados naturais aos tratamentos con- vencionais. “Uma xícara de broto de feijão, por exemplo, contém 1/3 da ingestão recomendada de folato e 22% de vitamina C. Outros são boas fontes de minerais, como o de alfafa”, analisa a nutricionista Tânia Rodrigues. A alta concentração de clorofila nessas plantas ajuda a eli- minação de toxinas no sangue, fortalece o sistema imunológi- co e auxilia no equilíbrio do metabolismo. Elas possuem grande quantidade de substâncias bioflavonoides – antioxidantes natu- rais produzidos pela planta como mecanismo de proteção –, que atuam nas células humanas como anticancerígenos. Descobriu- se, recentemente, que os brotos de brócolis contêm de 10 a 100 vezes mais um indutor de enzimas (“sulforaphane”) que combate Broto de alfafa Um dos alimentos mais ricos em minerais como cálcio, magnésio, fósforo e potássio. São substâncias facilmente absorvidas pelo organismo. O broto de alfafa é considerado também um alimento altamente energético devido à grande quantidade de proteínas. Broto de bambu De consistência crocante e levemente ácido, pode até substituir o palmito em saladas, recheios, refogados, caldos ou sopas. É rico em fibras, proteína vegetal, cálcio, fósforo, vitaminas B1, B2, e C. Também ajuda na digestão, estimulando os movimentos peristálticos do estômago e intestino. o câncer, quando a comparação é feita com o brócolis na forma em que é, normalmente, comercializado”, revela o dr. Rogério Fa- ria. Já as vitaminas A, C e E previnem a oxidação de gorduras no sangue, inibindo a formação de radicais livres no organismo. Broto de feijão Muito utilizado na culinária japonesa (em sopas e no yakissoba) e na chinesa (como recheio dos rolinhos primavera e nos refogados). Apresenta considerável teor de compostos fenólicos e substâncias antioxidantes. Possui, também, vitaminas e minerais e baixo teor lipídico. OS PRINCIPAIS TIPOS 7 CULTIVO FÁCIL E RÁPIDO Fáceis de produzir, os brotos requerem pouco espaço, baixo investimento, tecnologias simples, e o produto final é obtido ra- pidamente. Outra vantagem é o alto rendimento da produção; apenas 1 kg de sementes chega a produzir até 10 kg de brotos, dependendo da espécie. Eles se desenvolvem em qualquer época do ano, mas o calor acelera a germinação, embora aumente a necessidade de água. O cultivo de brotos pode ser feito tanto na água – são completamente higiênicos por estarem isentos do contato com o solo ou com insetos – quanto na terra, sendo este mais demorado, mas também muito simples. Veja, a seguir, as duas técnicas que podem ser aplicadas em diversas sementes – linhaça, girassol, alfafa, gergelim, rabanete ou trevo. Clorofila: pele renovada Os brotos concentram clorofila – que representa 70% da parte sólida – responsável por fazer a planta crescer forte e saudável. Os naturalistas designam a clorofila de energia vital, tranferida para os alimentos com benefícios compensadores: melhora a circulação sanguínea e o funcionamento do intestino e dos pulmões. Além disso, desintoxica o organismo e promove a renovação das células e dos tecidos. Como reflexo, a pele fica lisa e luminosa. Enzimas: ótima digestão Adormecidas nas sementes, as enzimas são liberadas durante a germinação e atingem o ponto máximo em uma semana, quan- do, geralmente, os brotos estão prontos para serem consumidos. Elas diminuem os fatores antinutricionais (tanino e ácido fítico) da planta, que dificultam a absorção dos nutrientes. Mais: favo- recem a multiplicação das vitaminas e dos minerais. Um estudo do Departamento de Agricultura da Universidade de Alberta, em Edmonton, Canadá, observou que os brotos têm a vitamina C aumentada em 600%, e a vitamina E e o betacaroteno, triplica- dos. Antioxidantes, essas três substâncias fortalecem o sistema imunológico e, como a clorofila, ajudam a manter as rugas longe. Proteína: músculos extras Mais que quantidade, a proteína dos brotos tem qualidade: é fácil de ser digerida e assimilada, além de suprir a ausência da carne. Os brotos de soja e trigo, em especial, ajudam na formação dos músculos. Segundo uma pesquisa do Departamento de Ciên- cias Tecnológicas da Universidade de Campinas (Unicamp), eles têm bastante leucina, valina e isoleucina – aminoácidos de ca- deia ramificada que formam o BCAA, importante para a recupe- ração e o ganho de massa magra depois de exercícios com carga. Na terra Encha de terra pequenas bandejas ou vasos de plástico ou isopor. Prefira sempre uma terra de boa qualidade, rica em nutrientes, com pouco metal pesado. Coloque as sementes na superfície, depois, envolva- as bem com terra. Deixe as bandejas em um local escuro, para dar a impressão de que as sementes estão embaixo da terra. Em cerca de uma semana é possível consumi-los. Cutivo BROTO DE BAMBU: MIL E UMA UTILIDADES!Iguaria apreciada pela cultura japonesa, o broto de bambu é saboroso, trazendo muitos benefícios para a saúde das pessoas que o consomem. Ele faz parte da dieta dos povos do Oriente – indianos, japoneses e chineses, entre outros – há séculos, cujo cardápio abrange desde frituras e assados a cozidos e saladas. Mas, somente há pouco tempo, a medicina está des- cobrindo do que o broto de bambu é capaz. Rico em nutrientes, como proteína vegetal, cálcio, aminoácidos, fibras, fósforo, e vitaminas B1, B2 e C, ele possui pro- priedades medicinais acuradas. Por estimular os movi- mentos do estômago e intestino, ele é indicado para tratar problemas digestivos, além de ser utilizado na prevenção de doenças cardiovasculares, como anti- hemorrágico, no combate à epilepsia em crianças, para diminuir a gordura corporal e a pressão sanguínea. Suas folhas ainda podem ser utilizadas para tratar a tosse. Em países pobres, o broto ajuda no combate à desnu- trição. E mais: seu uso extrapola a alimentação humana e de animais, podendo transformar-se em adubo para hortas e plantações. Na água Separe uma travessa de vidro ou plástico, de preferência larga e não muito profunda, que permita a entrada de ar. Coloque três colheres de sopa das sementes e deixe-as de molho em água mineral por uma noite (cerca de 12 horas). Isso neutraliza uma enzima que segura a germinação do broto e atrapalha a digestão no intestino humano. Cubra- os com um guardanapo de trama fina (filó ou gaze), prendendo-o com um elástico. A temperatura deve ser ambiente, de 25 a 30 graus. Na manhã seguinte, escorra a água, lave as sementes e escorra novamente. Recomenda-se lavar as sementes duas vezes por dia, para retirar os resíduos do próprio grão. Em dias quentes, a germinação acontece quando um fio branco rompe a casca do grão, em 48 horas em média. Ao aparecerem as primeiras folhas, os brotos já estão prontos para o consumo. (Fonte: http://www.mundodesabores.com.br/receitas/suco-verde-de-brotos) SUCO VERDE DE BROTOS Ingredientes n1 pepino pequeno n1 maçã grande sem sementes n1 punhado de brotos de trigo ou de outro tipo n Folhas verdes Modo de fazer Coloque o pepino e a maçã picados em cubos no liquidificador. Bata tudo sem água, com a ajuda de um socador para auxiliar na extração dos nutrientes. Acrescente os brotos e cubra com folhas verdes, de preferência orgânicas. Depois, passe em um coador de gaze. Caso tenha centrífuga, dispense o coador. Variação: você também pode acrescentar 1 copo de suco de laranja. QUAIS SEMENTES USAR? Em princípio, todas de plantas comestíveis, com exceção das solanáceas – o grupo de to- mates, batatas, berinjela etc. Recomenda-se: alfafa, soja, feijão azuki, grão de bico, ervilhas, gergelim, girassol, linhaça e cereais como trigo, aveia, centeio, cevada e milho. Mas atenção: elas devem ser puras, sem agrotóxicos. 9 Quadro Por Vanessa Moura Foto: Marco Aurélio Projeto de arquitetura: Varínia Schwartz vivo 10 G u i a d e H o r t a s Horta Vertical Se o problema é a falta de espaço, planeje sua horta na vertical. Não importa se ela ficará na varanda do apartamento, naquele cantinho perto da janela ou na cozinha. Usando a criatividade, é possível substituir os quadros da natureza morta por natureza viva e ainda ter ao alcance das mãos saúde e bem-estar Muitos usam a parede ou o muro para ins- talar vasinhos com temperos, outros trans- formam as floreiras da janela em verdurei- ras ou cortam garrafas PET para pendurar no teto. O segredo do sucesso da horta vertical está mesmo é no poder de criação. E mais: não adianta ter uma horta grande, se não houver tempo para cuidar. O mais importante é adaptar a solução à sua casa e ao seu modo de viver 11 á imaginou colher ervas frescas sem sair da cozinha, enquanto prepara o almoço? Ao unir design, fun- cionalidade e tecnologia, a empresa Quadro Vivo Paisagismo Vertical criou uma solução que reúne beleza e praticidade para quem aprecia plantar, mas não tem muito tempo para se dedicar às exigências do cultivo. O ambiente projetado pela arquiteta Varínia Schawartz, locali- zado na cidade de Curitiba, ganhou ainda mais vida com o quadro para temperos idealizado pela paisagista e fundadora da Quadro Vivo, Gica Mesiara, que busca valorizar a natureza nos espaços internos e reconectar as pessoas ao verde. “A proprietária optou por mudas de hortelã, pimenta e tomilho que, além de serem o destaque na decoração da cozinha, deixam um delicioso aroma no ambiente e dão sabor às refeições”, diz Gica. A empresa também é pioneira na utilização de um painel – jardins verticais fixos que podem revestir muros ou paredes, sem limite dimensional. Segundo a paisagista, ambos têm em comum a facilidade na manutenção, graças a um moderno sistema com- Fo to A le xa n d re D o tt a Uma outra boa opção para aproveitar a verticalidade, é lançar mão de aramados para aproximar a horta da cozinha. Nos vasos, alecrim, pimenta, manjericão e outros temperos dividem espaço com orquídeas e gerânios Projeto, execução e vasos de cerâmica pintados à mão, AR Paisagismo; mudas, Ceagesp; estrutura de metal; L’Oeil. 12 G u i a d e H o r t a s Horta Vertical fo to A d ri an a B ar b o sa fo to d iv u lg aç ão putadorizado de regas, que garante a comodidade do cliente, a saúde e a beleza das plantas. Por permitir diferentes composições de plantas relacionadas ao microclima do local em que são instalados, os painéis oferecem grande efeito ornamental, enriquecendo qualquer ambiente inter- no ou externo, grande ou pequeno. Aliás, em áreas reduzidas, além de economizar espaço, eles geram a sensação de amplitude. Para instalá-los, basta apenas um ponto elétrico e um hi- dráulico para alimentar o sistema de irrigação automática. Já os quadros possuem um reservatório de água que permite o funcio- namento do sistema mesmo na ausência do proprietário, pois a rega é acionada de acordo com a data programada. O sistema dispensa regar, sendo necessário somente preencher o reservató- rio de água do quadro e ficar atento ao acionamento da luz verde. Quando ela se acender, é hora de repor a água. Dispostos em um suporte de ferro, os vasos personaliza- dos com os nomes das espécies trouxeram graça à pare- de, além de facilitar na hora da colheita 13 Na cozinha, área de serviço ou varanda, uma pequena horta garante comodidade, ervas sempre frescas e mais sabor à mesa Texto Cláudia Meyer n Produtora Lúcia Barradas n Fotos Adriana Barbosa à mãoTemperos 14 G u i a d e H o r t a s Faça você mesmo Escolha um local bem-iluminado, com sol direto em, pelo menos, uma parte do dia. Prefira, sempre, vasos com drenos (furos embaixo para escorer o excesso de água) e baixos (com 10 cm ou um pouco mais secam mais rapidamente). Opte por ervas aromáticas ou medicinais, que exigem pequenas mudas por vez e produzem constantemente. Exemplos: cebo- linha, salsinha, mangericão, manjerona, hortelã, erva-doce, erva-cidreira etc. Prefira plantas por meio de mudas ou estaca de ramos em vez de sementes. Se elas não estiverem disponíveis, tente pequenos ramos retirados dos maços comprados em supermercados. Ao preparar o vaso para o plantio, insira primeiro a argila expandida (pode substituir por pedra britada ou mesmo pequenos pedaços de telhas), cobrindo totalmente os drenos do fundo do vaso, para evitar que entupam. Acrescente o substrato, que pode ser terra com húmus ou terra vegetal pura. No caso de mudas, não cubra o vaso totalmente com o substrato, para deixar a planta livre, com apenas as raízes cobertas. Após o plantio, regue bem os vasos, mantedo-os em um local bem-iluminado. Na primeira semana, evite deixá- los sob o sol direto por muito tempo. Parede com Texturatto rústico da Suvinil (cor: areia deserto) Vasos de parede: Anni Verdi (com fundo redondo; cônicos e ondulados. Plantas: podem ser facilmente adquiridas em um hortifrutas da região em que você mora. Para fazer esta horta vertical,você irá precisar de: n Diversos vasos de parede de barro, porcelana ou plástico com furo central para permitir esco- ar o excesso de água n Bucha de náilon de 8 mm n Furadeira e lápis grafite n Diversas mudas de hortaliças. Aqui utilizamos alecrim, manjericão, berinjela e pimenta. Como fazer 1 Para demarcar o lugar onde ficarão os vasos, aplique sobre a parede uma textura rústica da cor de sua preferência. 2 Veja instruções de como fazer na própria emba- lagem da textura escolhida. 3 Para seis vasos, utilize uma área de 1,50 x 0,50 m (altura x largura). 4 Marque os seis pontos onde irá fixar os vasos, deixando um espaço de 0,50 m entre eles, tan- to na vertical quanto na horizontal. Deixe um espaço de 1 m entre o chão e a primeira fileira de vasos. 5 Faça os seis furos com a furadeira, encaixe as buchas e, em seguida, os parafusos. 6 Agora é só fixas os vasos já plantados. DICAS DE COMO PLANTAR E CULTIVAR Mais informações: http://www.cultivando.com.br/f_horta_vasos_3.html 15 ão considerados alimentos funcionais aqueles que fornecem, além dos nutrientes básicos (car- boidratos, proteínas, lipídeos, vitaminas e sais minerais), substâncias que ajudam na preven- ção e tratamento de doenças, melhorando o funciona- mento do organismo. Com a atividade diária intensa imposta pela vida moderna, tem surgido um estilo de vida prejudicial ao organismo em decorrência da falta de atividade física, da má alimentação, do fumo e da ingestão de bebidas alcoólicas. O acúmulo desses A prevenção ainda é o Rotina de vida equilibrada e hábitos alimentares saudáveis são o caminho Por Andréa Furtado e Bel Freire fatores aliado à doença do século, o estresse, tem causado o aumento de doenças crônicas, como diabetes, pressão alta, problemas cardiovasculares. Por isso, o consumo regular de alimentos funcionais e a mu- dança na rotina para uma vida baseada em hábitos saudáveis, incluindo a prática de exercícios físicos regularmente, parar de fumar e diminuir a ingestão de bebidas alcoólicas, promovem me- lhor qualidade de vida e mais saúde. Para combater e prevenir doenças que estão se tornando ver- dadeiras epidemias do mundo moderno, como o câncer, as disfun- Fo to : M ô n ic a A n tu n es melhor remédio 16 G u i a d e H o r t a s Alimentos Funcionais É uma medicina preventiva que custa pouco, não necessita de prescrição médica e não apresenta contra-indicações ções cardíacas e o diabetes, as maiores universidades e labora- tórios do mundo estão apresentando pesquisas que comprovam: a sua salvação está na alimentação. Mais especificamente, nos alimentos funcionais. De acordo com a dra. Jocelem Mastrodi Salgado, em artigo no site da SBAF (Associação Brasileira de Alimentos Funcionais), “alimento funcional é aquele que, além das funções nutricionais básicas, quando consumido como parte da dieta usual, produz efeitos metabólicos e fisiológicos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica”, ou seja, contém componentes que podem prevenir doenças, além de retardar os efeitos do envelhecimento e provocar bem-estar. O corre-corre da vida moderna, com seus desequilíbrios, maus hábitos alimentares e sedentarismo, desencadeou uma prolife- Fo to : M ô n ic a A n tu n es / Pr o d u çã o : S h ei la R o d ri g u es ração das doenças crônicas degenerativas. Aprender a evitá-las tem sido um grande desafio para cientistas do mundo inteiro, e já existem pesquisas sérias que relacionam o consumo de certos alimentos à baixa taxa de doenças cardiovasculares, câncer, hiper- tensão, diabetes, doenças inflamatórias, intestinais, certas afec- ções reumáticas, mal de Alzheimer, entre outras. É uma medicina preventiva que custa pouco, não necessita de prescrição médica e não apresenta contra-indicações. 17 Um engano comum é acreditar que estes alimentos curam doenças pré-existentes ou amenizam o seu quadro, como fazem os remédios. Os alimentos funcionais podem ser utilizados após a diagnosticação do quadro médico, mas somente como comple- mentar ao tratamento. Eles também não são a garantia absoluta de que as doenças não se manifestarão, afinal, existe uma série É fato que os alimentos funcionais se provam mais efetivos para pessoas que mantêm dieta equilibrada e praticam exercícios físicos de fatores que contribuem com o desenvolvimento de doenças, entre eles a genética e a qualidade de vida. Mas, nas palavras da nutróloga Laura Sampaio, sócia do Equilibra Centro de Nutrição, “ao ingerir estes alimentos, você está eliminando uma das pos- síveis causas das doenças e, portanto, diminuindo as chances de elas se manifestarem”. A grande lição que se tira é: quanto mais eliminar os agen- tes de risco, menor é a possibilidade de desenvolver algumas doenças, ou seja, se você não tem fator genético que impulsione esta doença e levar uma vida equilibrada, consumindo os ali- mentos certos, suas chances de desenvolver os males é muito pequena. Vale ressaltar que é fato que os alimentos funcionais se provam mais efetivos para pessoas com uma dieta equilibra- Fo to : J u ca V ie ir a 18 G u i a d e H o r t a s Alimentos Funcionais Fo to : M ô n ic a A n tu n es \ Pr o d u çã o : S h ei la R o d ri g u es CUIDADOS Fique atento aos valores calóricos dos alimentos funcionais, pois, se forem consumidos em excesso, podem causar obesidade e diversos males à saúde. Vale lembrar que esses alimentos atuam na prevenção de algumas doenças desde que associados a hábitos de vida saudáveis. 19 MAIS COR, MAIS VITAMINAS ALIMENTO COMPOSTO EFEITOS A dra. Laura Sampaio ensina que “quanto mais colorido for o seu prato, melhor para a sua saúde”, revelando que as cores dos alimentos estão ligadas aos componentes que eles contêm. Descubra agora a lista dos funcionais que não podem faltar no seu dia a dia e seus benefícios para a saúde. Soja e derivados Peixes marinhos: sardinha, salmão, atum, anchova, arenque etc. Óleos de linhaça, soja; nozes e amêndoas Frutas vermelhas: cerejas, amoras, framboesas, mirtilo, uva roxa e vinho tinto Tomate e derivados, goiaba vermelha, pimentão vermelho e melancia Azeite extra-virgem Frutas oleaginosas: castanha-do-pará, amêndoa, castanha-do-cajú etc Couve-flor, repolho, brócolis, couve- de-bruxelas, rabanete e mostarda Vinho tinto, suco de uva e frutas cítricas Cereais integrais, como aveia, centeio, cevada, farelo de trigo etc; leguminosas, como feijão e ervilha; e hortaliças com talos e frutas com casca Vegetais como raiz de chicória e batata yacon Isoflavonas e proteínas de soja Ácidos graxos ômega-3 (EPA e DHA) Acido a-linolênico Catequinas Licopeno Gordura monoinsaturada Selênio e vitamina E Indóis e isotiocianatos Flavonóides Fibras solúveis e insolúveis Prebióticos – frutooligossacarídeos e insulina Redução nos sintomas da menopausa, ação anti- cancerígena e redução do colesterol. Redução do LDL-colesterol e ação antiinflamatória. É indispensável para o desenvolvimento do cérebro e da retina de recém-nascidos . Estimulação do sistema imunológico e ação antiinflamatória. Redução da incidência de certos tipos de câncer, redução do colesterol e estimulação do sistema imunológico. Ação antioxidante, redução dos níveis de colesterol e do risco de certos tipos de câncer, como o de próstata. Mantêm os níveis elevados do “bom” colesterol (HDL). Ajudam a diminuir os níveis de colesterol. Ação anticancerígena, especialmente o de mama. Ação antioxidante, antiinflamatória e preventiva ao câncer e doenças cardiovasculares. Reduzem o risco de câncer de cólon, pois melhoram o funcionamento intestinal. Podem ajudar no controle da glicemia e no tratamento da obesidade, pois trazem saciedade. Ativam a microflora intestinal. 20 G u i a d e H o r t a s Alimentos Funcionais ALIMENTO COMPOSTO EFEITOS Alho e cebola Linhaça e noz moscada Maçã, manjericão, manjerona, sálvia, uva, caju,soja Leites fermentados, iogurtes e outros produtos lácteos fermentados Vegetais e frutas de cor laranja Reduzem o colesterol e a pressão sanguínea. Melhoram o sistema imunológico e reduzem risco de câncer gástrico. Inibição de tumores hormônio-dependentes. Ação antioxidante, anti-séptica e vaso-constritora. Favorecem as funções gastrointestinais, reduzindo o risco de constipação e câncer de cólon. Ajudam a defender as células contra danos que podem levar ao câncer. Sulfetos alílicos (alil sulfetos) Lignanas Tanino Probióticos – bífidobacterias e lactobacilos Antioxidantes, incluindo o beta-caroteno da e, em especial, praticantes de exercícios físicos. Não pense em tomar o caminho mais fácil e apelar diretamente para os suplementos alimentares. Estes, sim, devem ser tomados com a orientação de um profissional de saúde, para que não aconteça uma superdosagem. Além disso, nem sempre têm o mesmo efeito dos alimentos. “O suplemento não tem a mesma biodisponibilidade, o que quer dizer que ele não tem a mesma disposição para absorção de todo o nutriente, sem contar que o alimento vem com outros bene- fícios de vitaminas, minerais, carboidratos agregados”, explica Laura. Um artigo da revista Food Technology mostrou que 206 es- tudos epidemiológicos – ciência que estuda quantitativamente a distribuição dos fenômenos de saúde/doença e seus fatores con- dicionantes e determinantes – com humanos e 22 estudos com animais foram capazes de estabelecer um vínculo entre o consu- mo de frutas e vegetais à menor incidência de câncer. Um dado curioso revela, ainda, que muitos dos mesmos alimentos preven- tivos deste mal ajudam a combater as doenças do coração, já que os componentes benéficos também têm ação antioxidante. “É importante a freqüência no consumo e a forma de preparo correta. Para que os benefícios sejam alcançados, é necessário que o consumo seja regular e que se dê preferência sempre aos alimentos crus ou cozidos no vapor, minimizando a perda de nu- trientes”, diz a dra. Laura, que completa: “Vitaminas, minerais e outros componentes se perdem na água do cozimento”. Fo to : S h u tt er st o ck 21 Fo to : M an o el C ar va lh o / Pr o d u çã o : B et o B ia n ca la n a 22 G u i a d e H o r t a s Alimentos Funcionais A prevenção de males por meio da alimentação deve considerar outros aspectos além da escolha dos produtos, porque vai até a forma como são preparados para o consumo. A seguir, dicas importantes para livrar frutas e vegetais de possíveis inimigos invisíveis, como agrotóxicos, micróbios e bactérias: n Dê preferência aos alimentos orgânicos, ou seja, àqueles cultivados com pouco ou sem produtos químicos. n Escolha cuidadosamente os produtos, prestando atenção se estão livres de furos ou picadas por onde resíduos de agrotóxicos possam ter entrado. n Lave e esfregue com uma bucha macia as frutas e as hortaliças, removendo as folhas soltas dos vegetais. n Deixe os alimentos de molho em água com vinagre, por meia hora, em uma solução de 1 colher (sopa) de vinagre para cada litro de água. PREVINA DOENÇAS COM UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL Fo to : J u ca V ie ir a 23 Seiva A utilização de hortaliças e legumes para o preparo de sucos vai muito além da clássica beterraba, e as vantagens dessa combinação inusitada são incalculáveis Por Ângela Arraya suco, ou sumo, de frutas é uma presença obrigatória em qualquer dieta equilibrada e saudável. Para torná-lo ainda mais completo e refrescante, é possível acrescentar à recei- ta outros tipos de frutos, vegetais, além de hortaliças e legumes. Cenoura e beterraba, por exemplo, são dois legumes básicos para misturar ao suco, principalmente quando a intenção é “disfarçá-los”, para que crianças e pessoas com maus hábitos alimentares possam se benefi- ciar da qualidade nutricional desses alimentos. Fora isso, também é possível ir muito além. Misturar uma folha de Fo to : F er n an d a V en an ci o P ro d u çã o L u ci a B ar ra d as C o p o s d e vi d ro e t ra ve ss as d e ra tt an , P ep p er ; f ac a e tá b u a d e m ad ei ra , F u ll- Fi t elaborada 24 G u i a d e H o r t a s Dica Verde n Melhor aproveitamento das vitaminas e minerais hipossolúveis. n Assimilação dos nutrientes e das fibras mais rapidamente, que já estão bem triturados e dispensam mastigação. n Consumo de todos os vegetais crus, o que é muito mais saudável do que cozinhá-los ou refogá-los. n Facilitador da digestão. n Baixa caloria e praticamente nenhuma gordura. n Concentração maior de vegetais em relação ao que uma pessoa conseguiria comer em forma sólida de uma única vez. Além da clorofila, outro fator benéfico oferecido pelos in- gredientes que vêm da horta são as fibras alimentares. Elas são componentes das paredes vegetais, superconsagrados por causa da sua capacidade de prevenir e combater diversas doenças, inclusive constipação intestinal, doenças cardiovas- culares e câncer de intestino. E o melhor de tudo: são despro- vidas de calorias, por isso, também são consideradas amigas das dietas – além de aumentarem a sensação de saciedade e retardar a absorção de glicose pelo organismo. A VANTAGEM DE CONSUMIR SUCOS O SEGREDO VEM DA HORTA interagem e são mais bem absorvidos pelo nosso organismo”, ex- plica a nutricionista funcional Flávia Sguario, da rede de medicina Paraná Clínicas. Suco verde, alimentação viva Outra possibilidade interessante de aproveitar os benefícios da ingestão de clorofila é apostar no suco verde. O conceito dele é diferente do simples suco com folhas e legumes processados com água e frutas. O suco verde é um sumo extremamente concentrado de hor- taliças, legumes, maçã e grãos germinados, que é extraído sem a adição de água e coado em coador de tecido voal. Trata-se de uma excelente complementação para pessoas que têm problemas cardíacos, vasculares, diabetes, obesidade e retenção de líquidos. Desintoxicação profunda do organismo. Aumento da imunidade. Ativação da memória. Proteção contra infecções. Aceleramento de cicatrizações. Combate à anemia. Fortalecimento da visão. Combate ao envelhecimento. Revigoramento do corpo e da mente. Melhora da drenagem nasal e expectoração do catarro. Nutrição do sistema circulatório. CLOROFILA, A GRANDE ALQUIMISTA A clorofila está presente em todos os vegetais e plantas de cor verde. Ela é res- ponsável por um dos processos mais importantes para o surgimento e manutenção da vida na Terra – a fotossíntese. Atualmente, diversas pesquisas estão sendo reali- zadas para comprovar sua ação sobre o organismo humano, e os resultados parciais já apontam para alguns benefícios: Combate ao mal hálito e aos problemas bucais. Regularização da função intestinal. Diminuição da ansiedade e do nervosismo. Ajuda para manter equilibrados o colesterol, o diabetes e a pressão arterial. Fortalecimento de ossos, dentes, pele, músculos e articulações. Poder antioxidante. Melhora da absorção de oxigênio, cálcio e ferro. Fo to : M ô n ic a A n tu n es couve ao suco de abacaxi, laranja ou maracujá torna a bebida deliciosa, exótica e ainda agrega muitos outros nutrientes. Para aproveitar de fato as vantagens dos sucos com hortaliças e legumes, o ideal é consumi-los imediatamente após o preparo. Muitos especialistas também aconselham a, se possível, preferir ingredientes livres de agrotóxicos e fertilizantes químicos. “Por serem obtidos de maneira natural, pela ação da própria natureza, esses alimentos têm mais nutrientes, pois a terra usada para o cultivo é fértil e natural, sem adição de substâncias químicas. Eles 25 Belos e resistentes, os alimentos geneticamente modificados despontam na agricultura como solução lucrativa para a economia mundial. Mas o impacto que eles podem provocar na saúde humana e no meio ambiente ainda é ignorado Texto Cláudia Meyern Fotos Shutterstock Caixa de surpresas 26 G u i a d e H o r t a s Trangênicos s melhores e mais instigantes filmes de ficção científica descortinam um futuro em que a hu- manidade é independente da natureza, sendo capaz de controlar, não só a reprodução dos próprios descendentes, mas a oferta de alimentos. Nesse mundo, com a ajuda da engenharia genética, tudo é pos- sível, desde isolar cromossomos defeituosos, para conseguir seres humanos perfeitos – como no filme Gattaca: uma ex- periência genética –, até cruzar diferentes DNAs para produ- zir alimentos fortes, imunes a pragas e doenças, resistentes às intempéries e, consequentemente, amplamente produ- tivos. O que esses filmes não mostram é que, até chegar a esse estágio, o caminho é bastante longo e perigoso. Assistimos hoje a uma revolução mundial na agricultura promovida pela biotecnologia aplicada aos alimentos. Segundo o ISAAA – Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações Agro-Biotecnológicas – somente no ano passado, foram plantados 148 milhões de hectares de transgênicos no mundo, um crescimento de 10% em relação ao ano an- terior (134 milhões de hectares). Ao todo, 15,4 milhões de agricultores de 29 países plantaram culturas geneticamente modificadas. Isso representa – de 1996 a 2010 – 1 bilhão de hectares em lavou- DANOS NO INTESTINO “Camundongos alimentados com batatas GM ‘engenheiradas’ para produzir a toxina Bt ou com batatas naturais injetadas com a toxina Bt apresentaram crescimento de células exces- sivo e anormal nos intestinos delgados (íleo). Danos simila- res ao intestino humano podem resultar em incontinência ou sintomas semelhantes à gripe e podem ser pré-cancerosos. O estudo derruba a tese de que a toxina-Bt é destruída durante a digestão e não é biologicamente ativa em mamíferos.” *Área mundial de culturas GM em 2010 (milhões de ha)/ Fonte: http://www.cib.org.br/pdf/ISAAA_Briefs_42.pdf “No Brasil, a adoção de biotecnologia foi muito rápida e hoje temos a segunda maior área transgênica do mundo, atrás somente dos Estados Unidos”, avalia Anderson Galvão, agrônomo da empresa de consultoria Céleres. “O melhor exemplo dessa evolução é o milho transgênico, que, apenas em três anos, responde por 57% da área cultivada no País”. “Se você pode escolher entre transgênicos ou não, por que arriscar? Essa é a pergunta que faço para mim mesmo. O pequeno horticultor deve optar por cultivares tradicionais.” Ricardo Henrique Cardim, ambientalista e botânico ras Geneticamente Modificadas (GM). Os países em desenvolvimento cultivaram 48% dessas plantações, e o ISAAA estima que, até o ano de 2015, eles ultrapassarão as nações industrializadas. Os países da América Latina e da Ásia deverão ser os maiores responsáveis pela ampliação dos hectares globais cultivados com lavouras GM na se- gunda década de comercialização da tecnologia. Há duas safras, o Brasil é o segundo maior produtor mundial de commodities transgênicas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. A última safra (2009/2010) teve 76% da soja, 57% do milho e 27% do algodão produzidos a partir de sementes modificadas. A perspectiva é de que a área cultivada com transgênicos triplique na próxima déca- da, alcançando 72 milhões de hectares na safra 2019/20. A soja, assim como hoje, continuará sendo a principal cultura transgênica cultivada. Fonte: Roleta Genética – Riscos Documentados dos Alimentos Trans- gênicos sobre a Saúde. Smith, Jeffrey M. OS 5 MAIORES PRODUTORES Posição País Área (em milhões de hectares) Culturas GM 1 EUA 66,8 Soja, milho, algodão, canola, abóbora, papaia, alfafa e beterraba 2 Brasil 25,4 Soja, milho e algodão 3 Argentina 22,9 Soja, milho e algodão 4 Índia 9,4 Algodão 5 Canadá 8,8 Canola, milho, soja e beterraba 27 MITOS VERDADES São seguros. As empresas estão oferecendo produtos para milhões de pessoas de uma ciência que ainda está em seu estágio infantil. Liberados no meio ambiente, eles podem alterar, permanente- mente, o ecossistema. Produzem colheitas maiores. Os cultivos GM têm produtividade média mais baixa por área. Um estudo do dr. Charles Ben- brook, ex-diretor do Board on Agriculture, da National Academy of Science, mostra que nenhu- ma das sementes “engenheiradas” aumenta significativamente a produtividade. Em mais de 8.200 experimentos de campo, a soja Roudup Ready produziu menos bushels de soja do que variedades similares. Promovem colheitas consis- tentes e confiáveis. Um relatório da ActionAid concluiu, que em vez de aliviar a fome no mundo, a tecnologia dos transgênicos “pode exarcebar a insegurança alimentar, aumentando o número de pessoas com fome”. São melhores que as opções concorrentes. Outros métodos, como a agricultura sustentável, são bem melhores para as colheitas e para a vida dos agricultores. São a solucão para a fome, por causa do aumento da produtividade nas colheitas. O aumento na produtividade da plantação não erradica, por si só, a fome. O livro World Hun- ger: Twelve Myths, de 1998, cita um estudo em que “78% de todas as crianças mal-nutridas abaixo de 5 anos em países em desenvolvimento vivem em países com excesso de alimentos.” Um relatório da ONU confirma que não haverá escassez no futuro. A causa primeira da fome é a pobreza. Para que alimentos se os mais famintos continuarem a não poder pagar por eles? De acordo com o estudo “Benefícios Econômicos e Socioam- bientais da adoção de Biotecnologia Agrícola no Brasil” realizado pela empresa de consultoria Céleres, em 2019, a área cultivada com soja somará 31,2 milhões de hectares, a de milho será de 16,9 milhões de hectares, e a de algodão deve alcançar 2,4 mi- lhões de hectares. E mais: em apenas alguns anos, estarão dispo- níveis mudas de cana-de-açúcar transgênicas. Impactos do cultivo transgênico Produto transgênico é aquele modificado geneticamente e que pode conter genes de outros organismos. A técnica tem sido utilizada para o melhoramento de plantas, com o objetivo de torná-las resistentes a pragas e doenças, aumentando a pro- dutividade no campo. Na prática, a inserção da biotecnologia no meio ambiente e, consequentemente, na vida das pessoas e na economia, não é tão simples assim, acredita Jeffrey Smith, diretor executivo do Instituto Pela Tecnologia Responsável e autor de dois livros-bomba contra os transgênicos – Sementes da Decepção e Roleta Genética. “Diferentemente da poluição química, os transgênicos se auto- propagam e podem tornar-se elementos fixos de nosso meio ambien- “O consumo de hortaliças transgênicas é, no mínimo, arriscado e, principalmente, desnecessário para hortas caseiras e de menor porte, pois estas permitem o uso de cultivares tradicionais e até orgânicos, como por exemplo a compostagem para adubação.” Ricardo Henrique Cardim, ambientalista e botânico ALERGIAS À SOJA “Em um único ano, 1999, as alergias à soja no Reino Uni- do saltaram de 10% para 15% da população amostrada. A soja GM chegou ao País um pouco antes de 1999. Testes de anticorpos verificaram que alguns indivíduos reagem de forma diferente à soja GM e não-GM. A soja GM apresenta concen- tração de um alérgeno conhecido.” te. Com tamanha herança, parece-me razoável e prudente congelar qualquer novo lançamento de transgênicos até que tenhamos uma melhor compreensão do DNA, e das ramificações de nossa interven- ção”, afirma Smith, que esteve no Brasil em outubro e participou do seminário “Alimentos transgênicos e seus impactos na saúde, no meio ambiente e na economia”. Especializado nos perigos que os alimentos transgênicos oferecem à saúde, Jeffrey Smith relaciona o consumo desses produtos a várias doenças: casos de esterilidade e morte, reações tóxicas e alérgicas em 5 MITOS SOBRE TRANSGÊNICOS Conheça os cinco mitos sobre os transgênicos e as justificativas para cada um deles, segundo Jeffrey M. Smith. Fonte: SMITH, Jeffrey M. Roleta Genética – Riscos Documentados dos Alimentos Transgênicos sobre a Saúde. Coral Editora. 28 G u i a d e H o r t as Trangênicos humanos, além de modificações estruturais no organismo de animais es- tudados em laboratórios. “E não é só isso. Perigos como esses tornam-se ainda maiores se considerarmos que os OGMs contaminam plantações não-transgênicas e espécies selvagens, permanecendo no meio ambiente por muito tempo”, esclarece. OGMs x Saúde Economicamente, Jeffrey acredita que a adoção dos transgênicos é prejudicial aos agricultores e à economia do País, pois interfere no de- senvolvimento do mercado para produtos não-transgênicos. Mas a gran- de preocupação do autor é com os reflexos do consumo de alimentos geneticamente modificados pela população ao longo dos anos. “Uma das afirmações mais anticientíficas e perigosas já feitas pela indústria de biotecnologia é que milhões de pessoas nos Estados Unidos comeram alimentos transgênicos durante uma década e ninguém ficou doente. Pelo contrário, os transgênicos já podem estar contribuindo para sérios problemas de saúde, mas como ninguém estava monitorando isso, pode levar várias décadas até que seja possível identificar esses problemas”, afirma em entrevista dada ao Greepeace. Jeffrey cita a Inglaterra, em que alergias à soja foram acen- tuadas em 50% logo que a soja transgênica foi introduzida no mercado. “Sem pesquisas e testes clínicos em seres humanos, não há como saber se ela é realmente a culpada. Os alimen- tos transgênicos podem estar contribuindo para vários tipos de problemas de saúde nas pessoas”, lamenta. “Consumimos hoje diversos alimentos com ingredientes à base de transgênicos, produzidos para matar insetos e resistir a agrotóxicos. As pes- soas devem pensar que exaustivos testes foram feitos, e todas as pesquisas que apontam possíveis riscos foram levadas em consideração, para que transgênicos fossem liberados. No en- tanto, isso não acontece”, garante um dos maiores críticos da produção de alimentos GM, Jeffrey Smith. “O problema fundamental da forma pela qual alimentos GM foram aprovados é que eles não foram, de jeito nenhum, testados apropriadamente. Tudo o que foi feito é algo que eu caracterizaria como um exercício de expectativa otimista.” Erik Millstone, professor de Ciência Política, University of Sussex 29 TRANSGÊNICO NÃO TRANSGÊNICO ÓLEOS Aro (Makro), Liza (Cargill), Oliva (Car- gill), Olivares (Paladar), Salada (Bun- ge), Soya (Bunge), Carmelita (Vigor), Mazola (Cargill), Primor (Bunge), Ve- leiro (Cargill). Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Pão de Açúcar, Champion, Sinhá (Caramuru), Campestre, Great Value (Wal-Mart), Ceres (Vida), Cocamar, Dois Amores (Caramuru), Leve (Imcopa), Gilda (Vida), Maria (Vida), Sadia, Suavit (Cocamar), Brejeiro. ALIMENTO INFANTIL Arisco (Unilever), Big, Carrefour, Cremogema (Unilever), Compre Bem/Barateiro, Extra, Mai- zena (Unilever), Nestlé, Pão de Açúcar, Aptamil (Support), Bebelac (Support), Nan (Nestlé), Nestogeno, (Nestlé), Ninho (Nestlé), Nutriton (Support), Soya Diet (Support). FARINHAS E GRÃOS Aro (Makro) e Quero. Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Pão de Açúcar, Dafap’s, Bontrato (Caramuru), Caramuru, Cereja (Sakura), Champion, Hikari, Jasmine, Mãe Terra, Mais Vita, Produtos Na- turais, Missô (Sakura), Nekmil (Caramuru), Nutrimental, Oetker, Panco, Sinhá (Caramuru), Vitao (Nutrihouse) e Yoki. MOLHOS E CONDIMENTOS Soya (Bunge), Ajinomoto, Primor (Bunge), Luppini, Quero, Mesa (Vi- gor), Vigor, Virmont, Gourmet (Car- gill), Liza (Cargill), Sazon (Ajinomoto) e Hondashi (Ajinomoto). Arisco (Unilever), Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Pão de Açúcar, Cereja (Saku- ra), Champion, Mãe Terra, Missô (Sakura), Great Value (Wal-Mart), Maria (Vida), Cepêra, Mais por Menos (Wal-Mart), Aji no Shoyu (Sakura), Cica (Unilever), Etti (Parmalat), Goodlight, Hellman’s, Hikari, Knorr (Unilever), Lanchy (Cocamar), Linguanotto (Masterfoods), Mococa, Parmalat, Peixe (Cirio), Purity (Cocamar), Sakura, Uncle Ben’s (Masterfoods), Cirio, Fondor (Nestlé), Pomarola (Unilever), Salsaretti (Parmalat), Tarantella (Unilever) e Maggi (Nestlé). ENLATADOS Quero. Big, Compre Bem/Barateiro, Extra, Pão de Açúcar, Great Value (Wal-Mart), Mais por Me- nos (Wal-Mart), Etti (Parmalat), Peixe (Cirio), Anglo (BF), Bonduelle, Bordon (BF), Coqueiro, Quaker, Superbom e Swift (BF). SOPAS E PRATOS PRONTOS Hemmer, La Table D’or e Vigor. Arisco (Unilever), Big, Pão de Açúcar, Panco, Sinhá (Caramuru), Vitao (Nutrihouse), Sadia, Goodlight, Knorr (Unilever), Missoshiru (Sakura), Nissin, Qualimax e Maggi (Nestlé). SOBREMESAS Vigor, Virmont, Linea e Leco (Vigor). Big, Maizena (Unilever), Nestlé, Pão de Açúcar, Hikari, Oetker, Great Value (Wal-Mart), Goo- dlight, Mococa, Parmalat, Dona Benta, Paulista (Danone), Clight (Kraft), Ducoco, Fresh (Kraft), Karo (Unilever), Kibon (Unilever), La basque, Miss Daisy (Sadia), Royal (Kraft) e Danone. GUIA DO CONSUMIDOR – PRODUTOS COM OU SEM TRANSGÊNICOS 1. Prefira os alimentos orgânicos Não é permitido o uso intencional de ingredientes geneticamente modificados em produtos orgânicos, apesar de diminutas contami- nações ocorrerem. 2. Evite ingredientes “de risco”. Veja a lista a seguir divulgada pelo Greenpeace (http://www.greenpeace.org.br/consumidores/ guiaprint.php), com alimentos industrializados transgênicos e não-transgênicos encontrados nos supermercados: 30 G u i a d e H o r t a s Trangênicos MATINAIS E CEREAIS Linea, Sustagen (Bristol & Meyers), Café do Ponto, Kellog´s, Diet Shake (Nutrilatina), Melitta, Quero e Pro Sobee (Bristol & Meyers). Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Nestlé, Pão de Açúcar, Jasmine, Mãe Terra, Vitao (Nutrihouse), Great Value (Wal-Mart), Mais por Menos (Wal-Mart), Mococa, Quaker, Sanavi- ta, Batavo, Ativa Soy, (Nutrimental), Suprasoy (Josapar), Nutrifoods, Nutrilon (Nutrimental), Nutry (Nutrimental), Nutry Fun (Nutrimental), Cerealon (Nutrifoods), Chocomilk (Batavo), Chomax (Ducoco), Fibra Total (United Mills), Fitness & Diet (United Mills), Mucilon (Nestlé), Nescau (Nestlé), Nesquik (Nestlé), Neston (Nestlé), Nutren (Nestlé), Toddy (Quaker) e Trio (United Mills). CHOCOLATES E BALAS Adams, Cadbury, Dan Top, Dizioli, Duitt, Garoto, Halls, Santa Edwiges e Trident. Big, Nestlé, Pão de Açúcar, Great Value (Wal-Mart), Arcor, Hershey’s, Dori, Ferrero, Kopenha- gen, Lacta (Kraft), M&M (Masterfoods), Milka (Kraft), Pan, Twix (Masterfoods) e Snickers (Masterfoods). BISCOITOS E SALGADINHOS Adria, Ebicen (Glico), Lu (Arcor) e Za- bet (Adria). Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Nestlé, Pão de Açúcar, Champion, Jasmine, Mãe Terra, Panco, Vitao (Nutrihouse), Great Value (Wal-Mart), Mais por Menos (Wal-Mart), Parmalat, Firenze, Piraquê, Nutrifoods, Nutry (Nutrimental), Dauper, Dori, Lu (Arcor), Ativa (Nutrimental), Bauducco, Elbis (Mabel), Elma Chips, Fritex (Bauducco), Iracema (Kraft), Kelly (Mabel), Mabel, Mini Bits (Kraft), Nabisco (Kraft), Skiny (Mabel), Tica (Panco), Tostines (Nes- tlé), Visconti, Wickbold, Aymoré (Arcor), Gran Dia (Arcor), Biits Cookies (United Mills), Bon Gouter (Kraft), Chocolícia (Kraft), Chocooky (Kraft), Club Social (Kraft), Oreo (Kraft), Trakinas (Kraft), Duchen (Parmalat), Raris (Masterfoods), Mr. Nut´s (Masterfoods) e Triunfo (Arcor). PÃES E BOLOS Santa Edwiges, Pullman e Ana Maria (Pullman). Big, Pão de Açúcar, Panco, Great Value (Wal-Mart), Mais por Menos (Wal-Mart), Firenze, Bauducco, Tica (Panco), Visconti, Wickbold, Kidlat (Parmalat) e Jack Bolinho (Wickbold). BEBIDAS All Day (Bunge) e Cyclus (Bunge). Sanavita, Batavo, Clight (Kraft), Fresh (Kraft), Royal (Kraft), Danone, Ativa (Nutrimental), Yakult, Ades (Unilever), Cereal Shake Light, Ki-Suco (Kraft), Maguary (Kraft), Jui-C (Nutri- mental), Nutrinho (Nutrimental), Sustare (Olvebra), Tang (Kraft), Q-Refres-ko (Kraft), Tonyu (Yakult), Chamy (Nestlé), Kissy (Batavo), Diet Fiber (Olvebra), Longevita (Olvebra), Novo Mi- lke (Olvebra), Soy Fruit (Olvebra), Soy Original (Olvebra) e Soymilke (Olvebra). FRIOS E EMBUTIDOS Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra,Champion, Sadia, Mais por Menos (Wal-Mart), Anglo (BF), Bordon (BF), Swift (BF), Batavo, Perdigão, Rezende (Sadia), Seara, Marba e Wil- son (Sadia). LATICÍNIOS E MARGARINAS Primor (Bunge), Mesa (Vigor), Leco (Vigor), Vigor, All Day (Bunge), Amé- lia (Vigor), Cyclus (Bunge), Delícia (Bunge), Franciscano (Vigor), Mila (Bunge) e Soya (Bunge). Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Nestlé, Pão de Açúcar, Great Value (Wal-Mart), Sadia, Mais por Menos (Wal-Mart), Goodlight, Paulista (Danone), Batavo, Piraquê, Danone, Arisco, Philadelphia (Kraft), Claybom (Unilever), Baker (Vida), Colméia (Vida), Becel (Unile- ver), Corpus (Danone), Cremutcho, Dannete (Danone), Danny (Danone), Doriana (Unilever), Molico (Nestlé), Qualy (Sadia), Saúde (Unilever), Deline (Sadia), Dupli (Danone), FBE (Vida), Glacier (Vida), Margarella (Vida) e Mariella (Vida). MASSAS Adria, Frescarini (General Mills), Pas- titex e Santa Branca. Big, Carrefour, Pão de Açúcar, Champion, Sadia, Mezzani, Firenze, Massaleve, Pavioli e Piraquê. CONGELADOS Arosa, Forno de Minas (General Mills), Pescal e Belcook. Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Pão de Açúcar, Champion, Panco, Great Value (Wal-Mart), Sadia, Goodlight, Anglo (BF), Bordon (BF), Superbom, Swift (BF), Batavo, Da Granja, Kilo Certo, Perdigão, Rezende (Sadia), Seara, Bonduelle e Toque de Sabor (Perdi- gão). RAÇÕES PARA ANIMAIS Guabi, Purina (Nestlé), Alpo (Nestlé), Bonzo (Nestlé), Cat Chow (Nestlé), Champ (Masterfoo- ds), Deli Dog (Nestlé), Dog Menu (Nestlé), Fancy Feast (Nestlé), Faro (Guabi), Friskies (Nes- tlé), Frolic (Masterfoods), Gatsy (Nestlé), Herói Mascote (Guabi), Kanina (Nestlé), Pedigree (Masterfoods), Whiskas (Masterfoods), Top Cat (Guabi) e Kitekat (Masterfoods). 31 LEI DE BIOSSEGURANÇA NO BRASIL A nova Lei de Biossegurança não altera a inconstitucionalida- de do cultivo transgênico existente. A novidade é que, agora, a CTNBio é o órgão responsável pela liberação da pesquisa, cultivo e comercialização de transgênicos. Confira, em síntese, o principal conteúdo da nova lei: n O plantio da soja transgênica está permitido por lei. n A CTNBio passa a ser o órgão que decide sobre a liberação de transgênicos. n Estão revogadas todas as disposições anteriores sobre o tema após a entrada em vigor da nova lei. A Lei de Biossegurança fere três princípios do Direito Ambiental, sobre os quais o texto legal sequer faz menção: a precaução, a sustentabilidade e a indenização. Assim, continua válido o direito de contestação das decisões da CTNBio, do qual o Conselho de Ministros pode fazer uso, como a possibilidade de recorrer judicialmente contra as decisões tomadas. POR QUE DEFENDER O CULTIVO DOS TRANSGÊNICOS Para a Associação Brasileira de Sementes e Mudas, a se- mente é hoje um dos principais vetores de transferência de tecnologia para a agricultura. O estudo da Céleres, que, em seu quarto levantamento, ouviu 396 agricultores de pequeno, médio e grande porte, instalados em diversas regiões do Bra- sil, constatou que, entre as vantagens socioambientais do uso da biotecnologia, estão: n A redução do uso da água, do uso de óleo diesel e da emissão de gás carbônico. n Na safra 2009/10, as lavouras transgênicas possibilitaram a re- dução de 16,2 bilhões de litros de água, de 134 milhões de litros de óleo diesel. n Cerca de 357 mil toneladas de CO² deixaram de ser emitidas. n Para a safra 2019/20, estatísticas apontam para uma redução de emissão de 3 milhões de toneladas de CO², economia de 1,11 bilhão de óleo diesel e de 134 bilhões de litros de água. Mudas geneticamente modificadas em laborató- rio PANORAMA MUNDIAL Clive James, presidente e fundador do ISAAA, viveu e traba- lhou, nos últimos 30 anos, nos países em desenvolvimento da Ásia, América Latina e África, dedicando esforços para questões de pesquisa e desenvolvimento agrícola com foco na biotecnologia de plantações e na segurança global de alimentos. Veja as futuras repercussões do cultivo dos transgênicos no Brasil e no mundo: n Com a capacidade de levar à produção até 100 milhões de hec- tares de área plantada, o Brasil continuará sendo a mola pro- pulsora na adoção global de plantações biotecnológicas e está investindo em infraestrutura para apoiar esse crescimento. n Dos 15,4 milhões de agricultores que plantaram culturas trans- gênicas, 90% (14,4 milhões) são pequenos agricultores de pa- íses em desenvolvimento e com poucos recursos. Hoje, a maior parte deles está na China e Índia: 6,5 milhões de chineses e 6,3 milhões de indianos. n São esperadas, para os próximos anos, novas culturas com características nutricionais e agronômicas, como o arroz com provitamina A, ou arroz dourado, que deverá estar disponível para o plantio nas Filipinas em 2013, depois, em Bangladesh, Indonésia e Vietnã. n É aguardada a comercialização do arroz Bt, resistente a insetos, que deve ser apresentada antes de 2015. n O milho tolerante à seca é esperado nos EUA no começo de 2012 e, de forma importante, na África até 2017. n Estão em desenvolvimento variedades de trigo GM com diversas características, entre elas: tolerância à seca, resistência a doen- ças e qualidade dos grãos. Os primeiros devem estar prontos para comercialização em 2017. n Outras culturas poderão ser aprovadas para o comércio até 2015, entre elas: batata resistente à requeima, cana-de-açúcar com melhor qualidade, banana resistente à doença, berinjela, tomate, brócolis e repolho Bt, além de mandioca, batata doce, leguminosas e amendoim GMs. Com informações do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações Agro-Biotecnológicas (ISAAA). Fonte: Roleta Genética – Riscos Documentados dos Alimentos Trans- gênicos sobre a Saúde. Smith, Jeffrey M. 32 G u i a d e H o r t a s Trangênicos Por Ricardo Cardim – Ambientalista n Foto Shutterstock à escolha Sem direito tecnologia sempre esteve associada à agri- cultura, principalmente, nas últimas déca- das. Entretanto, nada gerou e gera tanta polêmica entre os consumidores como o advento dos alimentos transgênicos. No caso dos ve- getais criados pela engenharia genética, eles são de- senvolvidos com os principais objetivos de aumentar e facilitar a produção agrícola e também melhorar ca- racterísticas nutricionais e até farmacológicas dos ali- mentos. Desde meados da década de 1990, cultivos de soja, milho, algodão e até hortaliças e frutas vêm sendo aplicados em escala comercial. A polêmica desenvolve-se a partir da percepção dos eventuais efeitos colaterais que esses organismos geneticamen- te modificados podem ter sobre a saúde humana e o meio am- biente. E a preocupação é pertinente. Mesmo após anos da disseminação de cultivares transgêni- cos em quase todo o mundo, poucas são as pesquisas e o conhe- cimento científico produzidos sobre seus reais efeitos deletérios, principalmente nos de médio e longo prazo. A questão que fica é sobre a real segurança desses vegetais para a saúde humana. Para o meio ambiente, considerando que o Brasil é o país de maior biodiversidade do planeta, a ameaça é seriamente preocupan- te. Plantas transgênicas podem contaminar populações nativas de vegetais por meio da polinização e causar efeitos como alteração ge- nética no ecossistema e outros inesperados e de difícil quantificação. Cultivares tradicionais também podem ser afetados, fa- zendo-os desaparecer ou ser alterados. Outro fenômeno que vem ocorrendo é a escassez de sementes convencionais no mercado, devido à monopolização do fornecimento de trans- gênicos por algumas grandes empresas multinacionais. Vejamos o caso da soja, cultura amplamente difundida no Brasil. Em 2010, mais da metade da cultura foi transgênica. Diante de um número tão impressionante, difícil que o brasileiro não acabe consumindo-a, principalmente na forma de alimentos processados e industrializados que tenham a soja como compo- nente e, com o milho – outro ingrediente comum nesse tipo de alimento – a situação é semelhante. Esse é um ponto fundamental da discussão.O consumidor não sabe o que está ingerindo na maioria das situações, já que os alimen- tos sinalizados como transgênicos nas prateleiras de supermercados e nos restaurantes são exceções à regra. O resultado é que, literal- mente, os vegetais transgênicos nos são colocados “goela abaixo”. Artigo 33 Todos com informações completas: nome científico, família, dicas de cultivo e utilização Texto Ângela Arraya n Produção Lúcia Barradas n Fotos Leandro Andrade Leguminosas e vegetais 34 G u i a d e H o r t a s Galeria 35 Abóbora Nome científico: Cucurbita ssp Família: Cucurbitaceae Características: planta rasteira cuja reprodução ocorre pelas sementes. Os frutos pesam de 5 kg a 40 kg. Cultivo: deve ser feito em local definitivo, colocan- do 4 sementes em cada cova de 25 cm de profun- didade. Irrigar diariamente durante 30 dias após o plantio. Depois, regar de quatro em quatro dias. A colheita ocorre de 100 a 130 dias após o plantio. Utilização: é consumida cozida para o preparo de doces, purês, sopas e saladas. Pragas e doenças: podridão-dos-frutos, mosaico da melancia, cúpricos e brocas. Abóbora-japonesa Nome científico: Híbrido das espécies Cucurbita maxima e Cucurbita moschata Família: Curcubitaceae Características: também conhecida como tetsuka- buto, é uma planta rasteira da família das abóboras com alta produtividade e tempo de desenvolvimen- to um pouco mais rápido. Seus frutos arredondados têm casca de coloração escura e polpa alaranjada com grande concentração de água. Cultivo: por ser uma espécie híbrida, deve-se plan- tar em consórcio com algum cultivar polinizador já semeado, na proporção de 15 a 20%. Desenvolve- se bem em climas quentes, com temperaturas de 20ºC a 30ºC. Prefere os solos drenados, de textura média, leves e de boa fertilidade. Utilização: cozida, em diversas receitas salgadas e doces, em forma de purê, em pedaços nas saladas. Pragas e doenças: pulgões, vaquinhas, brocas, antracnose e doenças causadas por fungos, como oído e míldio. Fo to : Fe rn an da V en ân ci o/ Pr od uç ão : Lu ci a Ba rr ad as Fo to : Fe rn an da V en ân ci o/ Pr od uç ão : Lu ci a Ba rr ad as 36 G u i a d e H o r t a s Abobrinha italiana Nome científico: Cucurbita pepo Família: Curcubitaceae Características: variedade de aboboreira com fru- to mais alongado e alto teor de água, textura leve e rápido desenvolvimento. Cultivo: gosta de solo areno-argiloso profundo e drenado, com pH entre 6 e 6,5. Adapta-se bem às mais variadas temperaturas, porém, prefere as mais altas. Propaga-se por sementes; cerca de 40 dias após o plantio, já está pronta para ser colhida. Utilização: Pode ser consumida assada, cozida, frita, empanada, refogada ou crua (ralada ou cor- tada em finíssimas fatias). Pragas e doenças: brocas, podridão-dos-frutos. 37 Fo to : Le an dr o An dr ad e/ Pr od uç ão : Lu ci a Ba rr ad as Açafrão-da-terra ou cúrcuma Nome científico: Curcuma longa Família: Zingiberaceae Origem: Índia Características: bem adaptada em solos úmidos, ricos e argilosos. Possui grandes folhas elípticas que partem de seu rizoma, que é ovoide e contém tubérculos cilíndricos. Suas flores são amareladas e têm 15 cm de largura em espigas densas. Parte usada: apenas o rizoma. Ações: anti-inflamatória, hepatoprotetora, coleré- tica e antidispéptica. Suas propriedades são indica- das para combater os problemas de vesícula biliar, fígado e colesterol. Pesquisas demonstram que al- tas doses de açafrão inibem a ovulação. Toxicologia e contraindicações: Não ingerir mais de 10 g por dia, o que equivale a 4 colheres de sobremesa, pois a planta é tóxica em grandes doses, podendo alterar o sistema nervoso e provo- car abortos. Curiosidades: faz parte da composição de co- rantes e do curry, tempero tradicional indiano. Os trajes típicos budistas têm a cor amarelada pela cúrcuma. Abobrinha Nome científico: Cucurbita pepo Família: Cucurbitacea Características: as abobrinhas são, na verdade, os frutos da aboboreira colhidos ainda jovens. Herbá- ceas repletas de proteínas, cálcio, ferro, fósforo e vitamina A, B1, B2 e C. Cultivo: em locais de clima quente, pode ser feito durante o ano todo. Já nas áreas mais frias, semeie duas sementes em vasos de 9 cm de diâmetro no início de novembro e faça o transplante das mudas para o canteiro definitivo no mês de dezembro. Colheita de 40 a 70 dias após a semeadura. Utilização: é consumida de diferentes formas: assada, cozida, frita ou empanada. Pragas e doenças: podridão-dos-frutos, mosaico- da-melancia, cúpricos e brocas. Fo to : M ôn ic a An tu ne s/ Pr od uç ão : Re gi na G ui di Fo to : Sh ut te rs to ck 38 G u i a d e H o r t a s Açafrão verdadeiro Nome científico: Crocus sativus Família: Iridaceae Origem: Oriente Médio e parte da Ásia Características: herbácea bulbosa com vistosas flores roxas. Gosta de solos areno-argilosos com exposição solar que vai da luz plena à meia-som- bra. Propaga-se por sementes e estacas. Parte usada: estigma. Ações: condimento, corante natural, aromatizan- te. Tem propriedades antiespasmódicas, emena- gogas e sedativas. Auxilia em casos de asma, co- queluche, hemorroidas e cálculos renais, do fígado e da bexiga. Algumas fontes da medicina chinesa o consideram afrodisíaco. Toxicologia e contraindicações: oito a dez estig- mas ou três gramas por dia . Em doses muito altas pode ser tóxico, desnorteante e abortivo. Curiosidades: é um dos ingredientes culinários mais caros do mundo, pois necessita uma quanti- dade exorbitante de flores para produzir um quilo de produto. Acelga Nome científico: Beta vulgaris (variedade: Beta cicla) Família: Chenopodiaceae Características: planta bianual sem fruto comes- tível. As folhas são grandes, com forma oval, cuja cor varia conforme a espécie. O que se consome são as folhas e o nervo central, ricos em cálcio, ferro, fósforo, hidratos de carbono, potássio, pro- teínas, sódio, niacina, vitaminas A, B1, B2, B5 e C. É conhecida também como beterraba-branca. Cultivo: recomenda-se colocar de 2 a 3 sementes por cova, já no local definitivo, com 30 cm de dis- tância entre cada uma. A colheita ocorre de 60 a 90 dias após o plantio. Utilização: é consumida crua ou refogada e é muito utilizada no preparo de saladas. Pragas e doenças: nematódeos e pulgões. Fo to : Fe rn an da V en ân ci o/ Pr od uç ão : Lu ci a Ba rr ad as Fo to : Sh ut te rs to ck 39 Agrião Nome científico: Nasturtium officinale Família: Brassicaceae Características: herbácea aquática de caule oco, grandes folhas compostas e pequenas flores bran- co-amareladas. Pode ser perene; a multiplicação ocorre por sementes plantadas diretamente no lo- cal definitivo. Cultivo: as sementes podem ser plantadas nos canteiros definitivos, com distância de 30 cm en- tre elas. O cultivo necessita de tanques inundados, também chamados de “agrieiras”, nos quais a fer- tilização deve ser feita a cada semana. Colheita de 75 dias após o plantio. Utilização: em saladas, . Possui propriedades me- dicinais antiescorbúticas, com alto teor de vitamina C e iodo. Além disso, trata-se de uma planta esti- mulante, tonificante, cicatrizante e balsâmica. Pragas e doenças: lagarta-rosada. Fo to : Fe rn an da V en ân ci o/ Pr od uç ão : Lu ci a Ba rr ad as 40 G u i a d e H o r t a s Aipo Nome científico: Apium graveolens Família: Apiaceae Características: também conhecido como salsão, é uma planta composta de talos e folhas muito aro- máticos. É fonte de vitamina A e de cálcio e sua sa- fra acontece entre os meses de julho e novembro. Cultivo: prefere solos areno-argilosos, profundos, ricos em matéria orgânica e bem drenados. Adap- ta-se melhor a temperaturas entre 15ºC e 20ºC e deve ser irrigado regularmente. Utilização: é amplamente usado no preparo de sopas, saladas e como condimento. Pragas e doenças: septoriose do aipo. Fo to : Fe rn an da V en ân ci o/ Pr od ução : Lu ci a Ba rr ad as Alecrim Nome científico: Rosmarinus officinalis L. Família: Lamiaceae Características: arbusto perene, de numerosas fo- lhas verdes estreitas e duras. Possui intenso perfume nas folhas e flores, cuja cor é azul-clara. Pode viver até nove anos, exala um aroma forte e agradável e se adapta melhor ao clima subtropical. Cultivo: propaga-se bem em solos secos, bem drenados e pobres de matéria orgânica. Podem ser cultivados em vasos, desde que expostos à luz so- lar de cinco a seis horas por dia. Utilização: estimula o sistema nervoso, dando for- ça e vigor aos que sentem fraqueza e exaustão. Possui propriedades antiespamódica, estomacal, antisséptica, antibacteriana e fungicida. As folhas, geralmente consumidas frescas, também podem ser usadas secas, principalmente em forma de chás e compressas. É indicado em caso de febre, dor de cabeça de origem digestiva, inapetência, debilida- de cardíaca, gases intestinais, gripe, reumatismo e problemas respiratórios, estomacais e intestinais. Também pode ser usado como diurético, e seu óleo ajuda a prevenir a queda de cabelos. Pragas e doenças: formigas-cortadeiras e brocas em plantas novas. Fo to : Le an dr o An dr ad e 41 Alcaparras Nome científico: Capparis spinosa L. Família: Caparidáceas Características: possuem talos que podem crescer e atingir mais de um metro. As folhas são gran- des e arredondadas, e as flores possuem coloração branca e um bonito botão floral. Cultivo: desenvolvem-se bem em solos secos, exi- gem temperatura elevada, muita iluminação e abri- go dos ventos. Vegetam bem em solos áridos e até pedregosos, desde que bem drenados; os ideais são sílico-calcários e sílico-calcários-argilosos. O cultivo pode ser por sementeiras ou, mais comumente, atra- vés de estacas e embriões da raiz. A partir do segun- do ano de plantio, entram em produção e mantêm- se produtivas por, aproximadamente, 20 anos. Utilização: como tempero no preparo de peixes e carnes, além de pizzas e saladas. São fontes de vi- taminas, sais minerais e fibras, contêm considerável teor de cálcio, sendo recomendadas para pessoas com osteoporose e com retenção de líquidos. Alcachofra Nome científico: Cynara scolymus Família: Compositaeae Características: são hortaliças perenes, com caule esbranquiçado, grandes folhas verdes, lanceoladas e carnosas. Podendo atingir até 1,5 m de altura. Multiplica-se por brotos que se desenvolvem em torno do caule principal. Cultivo: não há época apropriada para semeá- la. O o transplante pode ser feito entre janeiro e fevereiro, com um espaçamento de 60 cm entre as mudas. Não é recomendado dividir o local com outro tipo de cultura. A colheita é feita quando as brácteas estão inchadas, porém não se deve colher tudo de uma só vez. Deve-se cortar as brácteas em formato de flor quando ainda estiverem verdes, para aproveitar melhor o sabor. Utilização: além de alimento, a alcachofra é muito apreciada por suas virtudes terapêuticas: regulariza o metabolismo e as funções do fígado. Pragas e doenças: pulgões e cochonilha-vermelha. Fo to : Le an dr o An dr ad e Fo to : M ôn ic a An tu ne s 42 G u i a d e H o r t a s Alho Nome científico: Allium sativum Família: Alliaceae Características: herbácea de propagação vegeta- tiva, cujas características, como formato e cor dos bulbos, número de dentes, folhas, sistema radicu- lar e ciclo, identificam suas diferentes variedades. As folhas são estreitas e alongadas, recobertas por uma camada de cera que protege do ataque de doenças. Seu porte vai de 50 a 70 cm de altura e suas raízes são compridas, atingindo 50 cm. Cultivo: entre fevereiro e abril. Divida uma cabeça de alho em dentes e plante-os em linha reta com um espaçamento de 15 cm entre eles. Colha quan- do as folhas começarem a amarelar. Utilização: possui propriedades medicinais, como redução da pressão arterial e prevenção de tumo- res e problemas nos vasos sanguíneos. Pragas e doenças: tripes e mariposas, ácaros, fer- rugem e podridão-branca. Alfafa Nome científico: Medicago sativa Família: Fabaceae Características: leguminosa perene de alto valor nutritivo e muito adaptável aos mais diferentes ti- pos de clima e solo. Cultivo: prefere solos areno-argilosos férteis de estrutura média, profundos e sem compactação, com boa permeabilidade e de pH neutro. Atenção à qualidade das sementes, que devem ter uma co- loração amarelo-esverdeada. Utilização: saladas, sopas, tempero, chá (da folha seca) e forragem para animais. Ajuda a combater anemia, raquitismo, ansiedade, excesso de ureia, escorbuto, falta de apetite, má digestão, úlceras nervosas, cistite, reumatismo e artrite. Pragas e doenças: lagartas, vaquinha e pulgões, murcha bacteriana e podridão das raízes. Fo to : Fe rn an da V en ân ci o/ Pr od uç ão : Lu ci a Ba rr ad as 43 44 G u i a d e H o r t a s Alface Nome científico: Lactuca sativa Família: Asteraceae Características: a alface tem como parte comestível as folhas, que po- dem se apresentar lisas ou crespas, de coloração verde ou roxa. Sua multiplicação é feita por sementes pequenas, cinzas, pretas ou marrons. As flores são distribuídas em capítulos, do tipo hermafroditas, com au- topolinização. Possuem grandes ramificações e são fasciculadas. Cultivo: pode ser feito durante o ano todo. Recomenda-se um espaça- mento de 30 cm entre as mudas. A germinação leva cinco dias e, na hora do transplante, escolha as mudas com 6 ou 8 folhas bem desenvolvidas. O ciclo da alface varia entre 50 e 100 dias. Na colheita, corte as folhas ou arranque-as pela raiz. Uma dica importante é fazer a colheita durante a madrugada, para manter a qualidade. Utilização: é uma das verduras mais consumidas no preparo de saladas. Pragas e doenças: lagartas, lesmas e caracóis, podridão basal e mosaico. Fo to : Le an dr o An dr ad e/ Pr od uç ão : Lu ci a Ba rr ad as 45 Fo to : Le an dr o An dr ad e/ Pr od uç ão : Lu ci a Ba rr ad as Almeirão Nome científico: Chicrium intybus Família: Asteraceae Características: folhas que variam do verde mais cla- ro até o mais escuro. Pouco energéticas, com cerca de 20 calorias a cada 100 g. Possuem em sua compo- sição, proteínas, fósforo, cálcio, ferro e as vitaminas A, B1, B2 e C. Cultivo: feito com sementes no local definitivo, es- palhadas em covas de 1 cm e em uma distância de 25 cm entre elas. Nas regiões Sul e Sudeste, o plan- tio ocorre o ano todo. Já nas outras áreas do País, acontece entre março e junho. A colheita ocorre em cerca de 50 a 60 dias após a semeadura. O corte das folhas externas deve ser feito rente ao solo. Utilização: normalmente é consumido cru, em saladas. Pragas e doenças: fungos, pulgões, tripes, lesmas e lagarta-rosa. 46 G u i a d e H o r t a s Arroz Nome científico: Oriza sativa Família: Poaceae Características: originário de regiões úmidas da Ásia e considerado o alimento básico para mais da metade da população mundial. É uma planta hi- drófila e necessita de boa irrigação. Caracteriza-se por pequenos grãos brancos, amarelos, marrons, vermelhos e até mesmo pretos. Existem mais de 100 espécies. Cultivo: a partir de outubro ou no fim de setembro até o começo de dezembro, dependendo da varie- dade. Pode ser feito com semeadeiras manuais em covas de 5 cm. A planta é delicada e exige uma boa preparação do solo. O arroz está no ponto de colher quando a maioria dos grãos, 2/3 ou mais, atingir pleno amadurecimento. Utilização: é consumido cozido em água, muito comum no prato dos brasileiros e asiáticos. Pragas e doenças: cupim, percevejo, brusone, mancha de grãos e escaldadura. Alho-poró Nome científico: Allium porrum Família: Alliaceae Características: no primeiro ano, produz apenas folhas; no segundo, começam a surgir flores de di- ferentes cores. São resistentes e rústicas, cuja parte comestível, o talo, apresenta-se cilíndrico e estiolado, com a base dilatada. É rico em ferro, cálcio, fósforo, proteínas
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