Buscar

Guia de Hortas - Edição 01- Setembro 2019

Prévia do material em texto

Editora
plantas@editoraonline.com.br
www.editoraonline.com.br
 
vida nas cidades e a busca pela qualidade têm pro-
vocado uma verdadeira volta ao tempo em busca de 
valores esquecidos. Um exemplo disso é o resgate do 
cultivo de hortaliças e temperos em casa, cada vez 
mais comum nas residências. Para concretizar a ideia, não precisa 
de muito, basta um pequeno espaço – que pode ser até um jar-
dim aéreo com vasinhos –, as espécies certas, um solo com pre-
paro básico e a drenagem da terra. A partir daí, deixe as pragas 
bem distantes e bom uso, pois agora você poderá ter produtos 
frescos sempre à mão! Uma outra grande vantagem de cultivá-lo 
é o fato de poder ingerir itens orgânicos, mais saudáveis e a um 
custo baixo, se comparado ao oferecido no mercado. Nesta edi-
ção, trouxemos muita ideias para viabilizar sua horta. Há desde 
uma horta vertical até uma lista de alimentos funcionais e uma 
relação dos transgênicos hoje comercializados. Tudo para você 
ficar bem informado e fazer opções mais saudáveis.
O luxo de
ter uma
Editorial
Um abraço e boa leitura!
casahorta em 
Fo
to
: 
Sh
ut
te
rs
to
ck
Batata ..........................................................51
Batata-doce .................................................51
Berinjela ........................................................52
Beterraba ......................................................53
Boldo-de-jardim..... .......................................53
Brócolis ........................................................54
Bodo-do-chile.......... .....................................55
Boldo-miúdo............ .....................................55
Camomila.................. ...................................56
Capim-limão ou capim-santo ........................57
Cará ..............................................................57
Cebola ..........................................................58
Cebolinha .....................................................58
Cebolinha-francesa .......................................59
Cebolinho-chinês ou cebolinho-nirá ..............59
Cenoura ........................................................60
Cevada .........................................................60
Cidreira-de-arbusto..... ..................................61
Chalota nacional ...........................................61
Chicória ........................................................62
Chuchu....................... ..................................63
Coentro....................... .................................63
Cogumelo-shiitake. .......................................64
Confrei........................ .................................64
Couve-flor.................. ...................................65
Courgettes nacional ou abobrinha ................66
BROTOS COMESTÍVEIS
Cultivados na água ou na terra, eles são uma 
das opções naturais mais nutritivas
HORTA VERTICAL
Para otimizar o espaço do ambiente, faça o 
canteiro na parede!
FAÇA VOCÊ MESMO
Confira o passo a passo e tenha sua própria horta
ALIMENTOS FUNCIONAIS
Indispensáveis à mesa, eles podem, também, 
prevenir doenças
DICA VERDE
As vantagens de incluir hortaliças e 
legumes nos refrescos
TRANGÊNICOS
Veja por que os alimentos modificados em 
laboratório criam tanta polêmica
GALERIA
Abóbora .......................................................36
Abóbora-japonesa ........................................36
Abobrinha italiana ........................................37
Abobrinha .....................................................38
Açafrão-da-terra ou cúrcuma ........................38
Açafrão-verdadeiro ........................................39
Acelga ..........................................................39
Agrião ...........................................................40
Aipo ..............................................................41
Alecrim .........................................................41
Alcachofra ....................................................42
Alcaparras .....................................................42
Alfafa ............................................................43
Alho ..............................................................43
Alface ..........................................................44
Almeirão .......................................................46
Alho-poró .....................................................47
Arroz ...........................................................47
Aspargo .......................................................48
Aveia ............................................................49
Azedinha ......................................................49
Bardana ........................................................50
Sumário
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
S578g 
Silva, Aparecida de Barros 
 Guia de hortas / Aparecida de Barros Silva. - 1. ed. - 
São Paulo : OnLine. 
il. 
 ISBN 978-85-432-0098-9 
1. Horticultura - Guia. I. Título.
14-09109
CDD: 635 CDU: 635
 
Couve.......................... .................................66
Curry........................... ..................................67
Endívia....................... ...................................68
Endro-dill.................. ....................................68
Escarola..................... ...................................69
Erva-doce.................. ....................................70
Ervilha......................... ..................................70
Espinafre.................... ...................................71
Fava.............................. ................................72
Feijão........................... .................................72 
Funcho ..........................................................73
Gengibre .......................................................73
Grão-de-bico .................................................74
Hortelã ..........................................................74 
Inhame .........................................................75
Jiló ................................................................75
Lentilha...................... ...................................76
Mandioca ......................................................77
Manjericão ....................................................77
Mandioquinha ..............................................78
Manjericão-folha-de-alface ............................79
Manjericão-italiano ou manjericão-roxo .........79
Manjerona................. ...................................80
Maxixe ..........................................................81
Mostarda ......................................................81
Milho ............................................................82
Nabo .............................................................83
Orégano .......................................................83
Palmito branco ou jussara .............................84 
Pepino ..........................................................84
Pimenta ........................................................85
Pimenta-de-bode ..........................................85
Pimentão ......................................................86
Pimenta-do-reino ..........................................87
Pinhão ..........................................................87
Pinhão-roxo ..................................................88
Quiabo ..........................................................88
Rabanete ......................................................89
Repolho ........................................................89
Rúcula ...........................................................90
Salsa .............................................................91
Sálvia ............................................................91
Soja ..............................................................92
Quebra-demanda.. ........................................93
Quebra-pedra...............................................93
Tomate ..........................................................94
Tomilho-limão......... ......................................95
Tomilho...................... ...................................95
Trigo .............................................................96
Vagem ..........................................................97
Uricum ..........................................................97
ONDE ENCONTRAR
Os profissionais e entrevistados que
fizeram parte desta edição
uem diria que aquela experiência feita du-
rante os primeiros anos escolares, na aula 
de Ciências – grãos de feijão envolvidos 
com algodão úmido – seria repetida em 
nossa cozinha com resultados bem mais proveitosos. 
Fácil e de crescimento rápido, os brotos surgem das se-
mentes de três a sete dias, como em um passe de mági-
ca, sendo comestíveis e supernutritivos (veja receita na 
página 17). 
A trajetória do broto para a mesa ocidental brasileira come-
çou há mais de 5 mil anos, quando foram incorporados à culiná-
ria oriental. Leves e fáceis de preparar, é uma opção acessível e 
versátil para quem busca uma alimentação saudável. O fato de 
poderem ser consumidos em fase de germinação, no início do 
processo de crescimento, é o que garante altas doses de pro-
teínas, vitaminas (A, B, C, D e E) e sais minerais (cálcio, iodo, 
ferro, fósforo e magnésio). “É uma combinação rara, presente em 
poucos vegetais frescos”, explica a nutricionista da Universidade 
Metodista de Piracicaba (Unimep) Magali Rogge. 
Livres de produtos químicos sintéticos – fertilizantes, defen-
sivos agrícolas, dentre outros –, os chamados alimentos vivos 
proporcionam fácil digestão e podem ser utilizados em refeições 
rápidas como sanduíches naturais, saladas e até sucos e iogurtes 
por todas as pessoas, principalmente, quem pratica atividades 
físicas intensas, substituindo a carne. Também podem ser usa-
dos como fito-hormônios, fazendo parte da dieta alimentar de 
pessoas que precisam de reposição hormonal, mas não aceitam 
produtos sintéticos. Além disso, os brotos combatem o estresse, 
Brotos:
da
para a
horta
mesa
caseira
Com técnica simples, é possível cultivar 
em casa, em um pequeno recipiente, 
brotos supernutritivos que surgem das 
sementes entre três a sete dias
Texto Cláudia Meyer n Fotos Shutterstock
6 G u i a d e H o r t a s
Cutivo
e a baixa quantidade de calorias é um excelente estímulo para 
quem quer manter o peso.
Sabor e saúde 
Mais de 30 espécies de plantas, principalmente de olerícolas 
– brócolis, rabanete, repolho, cebola, mostarda etc. – e de legu-
minosas – feijão-moyashi, alfafa, trevo, lentilha etc. – têm sido 
utilizadas na culinária, segundo Dr. Rogério Faria Vieira, pesquisa-
dor da Embrapa. Alguns brotos são picantes, como o de rabanete; 
outros são delicados e de sabor suave, tal qual o de alfafa e 
de trevo. Já os brotos de feijão-mungo-verde, também chamado 
de feijão-moyashi, é utilizado para o preparo de pratos orientais. 
Vale lembrar que todos incorporam rapidamente qualquer tipo 
de tempero.
Para quem sofre de hipertensão, osteoporose, anemia e es-
tresse, os brotos podem ser aliados naturais aos tratamentos con-
vencionais. “Uma xícara de broto de feijão, por exemplo, contém 
1/3 da ingestão recomendada de folato e 22% de vitamina C. 
Outros são boas fontes de minerais, como o de alfafa”, analisa a 
nutricionista Tânia Rodrigues. 
A alta concentração de clorofila nessas plantas ajuda a eli-
minação de toxinas no sangue, fortalece o sistema imunológi-
co e auxilia no equilíbrio do metabolismo. Elas possuem grande 
quantidade de substâncias bioflavonoides – antioxidantes natu-
rais produzidos pela planta como mecanismo de proteção –, que 
atuam nas células humanas como anticancerígenos. Descobriu-
se, recentemente, que os brotos de brócolis contêm de 10 a 100 
vezes mais um indutor de enzimas (“sulforaphane”) que combate 
Broto de alfafa 
Um dos alimentos mais ricos em minerais como cálcio, magnésio, fósforo 
e potássio. São substâncias facilmente absorvidas pelo organismo. 
O broto de alfafa é considerado também um alimento altamente 
energético devido à grande quantidade de proteínas.
Broto de bambu 
De consistência crocante 
e levemente ácido, 
pode até substituir o 
palmito em saladas, 
recheios, refogados, 
caldos ou sopas. É rico 
em fibras, proteína 
vegetal, cálcio, fósforo, 
vitaminas B1, B2, e 
C. Também ajuda na 
digestão, estimulando os 
movimentos peristálticos 
do estômago e intestino.
o câncer, quando a comparação é feita com o brócolis na forma 
em que é, normalmente, comercializado”, revela o dr. Rogério Fa-
ria. Já as vitaminas A, C e E previnem a oxidação de gorduras no 
sangue, inibindo a formação de radicais livres no organismo.
Broto de feijão 
Muito utilizado na culinária 
japonesa (em sopas e no 
yakissoba) e na chinesa 
(como recheio dos rolinhos 
primavera e nos refogados). 
Apresenta considerável teor 
de compostos fenólicos e 
substâncias antioxidantes. 
Possui, também, vitaminas e 
minerais e baixo teor lipídico.
OS PRINCIPAIS TIPOS
7
CULTIVO FÁCIL E RÁPIDO
Fáceis de produzir, os brotos requerem pouco espaço, baixo 
investimento, tecnologias simples, e o produto final é obtido ra-
pidamente. Outra vantagem é o alto rendimento da produção; 
apenas 1 kg de sementes chega a produzir até 10 kg de brotos, 
dependendo da espécie. Eles se desenvolvem em qualquer época 
do ano, mas o calor acelera a germinação, embora aumente a 
necessidade de água. O cultivo de brotos pode ser feito tanto 
na água – são completamente higiênicos por estarem isentos do 
contato com o solo ou com insetos – quanto na terra, sendo este 
mais demorado, mas também muito simples. Veja, a seguir, as 
duas técnicas que podem ser aplicadas em diversas sementes – 
linhaça, girassol, alfafa, gergelim, rabanete ou trevo.
Clorofila: pele renovada
Os brotos concentram clorofila – que representa 70% da parte 
sólida – responsável por fazer a planta crescer forte e saudável. Os 
naturalistas designam a clorofila de energia vital, tranferida para 
os alimentos com benefícios compensadores: melhora a circulação 
sanguínea e o funcionamento do intestino e dos pulmões. Além 
disso, desintoxica o organismo e promove a renovação das células 
e dos tecidos. Como reflexo, a pele fica lisa e luminosa.
Enzimas: ótima digestão
Adormecidas nas sementes, as enzimas são liberadas durante 
a germinação e atingem o ponto máximo em uma semana, quan-
do, geralmente, os brotos estão prontos para serem consumidos. 
Elas diminuem os fatores antinutricionais (tanino e ácido fítico) 
da planta, que dificultam a absorção dos nutrientes. Mais: favo-
recem a multiplicação das vitaminas e dos minerais. Um estudo 
do Departamento de Agricultura da Universidade de Alberta, em 
Edmonton, Canadá, observou que os brotos têm a vitamina C 
aumentada em 600%, e a vitamina E e o betacaroteno, triplica-
dos. Antioxidantes, essas três substâncias fortalecem o sistema 
imunológico e, como a clorofila, ajudam a manter as rugas longe.
Proteína: músculos extras
Mais que quantidade, a proteína dos brotos tem qualidade: 
é fácil de ser digerida e assimilada, além de suprir a ausência da 
carne. Os brotos de soja e trigo, em especial, ajudam na formação 
dos músculos. Segundo uma pesquisa do Departamento de Ciên-
cias Tecnológicas da Universidade de Campinas (Unicamp), eles 
têm bastante leucina, valina e isoleucina – aminoácidos de ca-
deia ramificada que formam o BCAA, importante para a recupe-
ração e o ganho de massa magra depois de exercícios com carga.
Na terra
Encha de terra pequenas bandejas ou vasos de plástico 
ou isopor. Prefira sempre uma terra de boa 
qualidade, rica em nutrientes, 
com pouco metal pesado.
Coloque as sementes na 
superfície, depois, envolva-
as bem com terra. 
Deixe as bandejas em 
um local escuro, para dar a 
impressão de que as sementes 
estão embaixo da terra.
Em cerca de uma semana é 
possível consumi-los.
Cutivo
BROTO DE BAMBU: 
MIL E UMA UTILIDADES!Iguaria apreciada pela cultura japonesa, o broto de 
bambu é saboroso, trazendo muitos benefícios para 
a saúde das pessoas que o consomem. Ele faz parte 
da dieta dos povos do Oriente – indianos, japoneses 
e chineses, entre outros – há séculos, cujo cardápio 
abrange desde frituras e assados a cozidos e saladas. 
Mas, somente há pouco tempo, a medicina está des-
cobrindo do que o broto de bambu é capaz. Rico em 
nutrientes, como proteína vegetal, cálcio, aminoácidos, 
fibras, fósforo, e vitaminas B1, B2 e C, ele possui pro-
priedades medicinais acuradas. Por estimular os movi-
mentos do estômago e intestino, ele é indicado para 
tratar problemas digestivos, além de ser utilizado na 
prevenção de doenças cardiovasculares, como anti-
hemorrágico, no combate à epilepsia em crianças, para 
diminuir a gordura corporal e a pressão sanguínea. Suas 
folhas ainda podem ser utilizadas para tratar a tosse. 
Em países pobres, o broto ajuda no combate à desnu-
trição. E mais: seu uso extrapola a alimentação humana 
e de animais, podendo transformar-se em adubo para 
hortas e plantações.
Na água
Separe uma travessa de vidro ou plástico, de preferência larga e 
não muito profunda, que permita a entrada de ar.
Coloque três colheres de sopa das sementes e deixe-as de 
molho em água mineral por uma noite (cerca de 12 horas). 
Isso neutraliza uma enzima que segura a germinação do 
broto e atrapalha a digestão no intestino humano. Cubra-
os com um guardanapo de trama fina (filó ou gaze), 
prendendo-o com um elástico.
A temperatura deve ser ambiente, de 25 a 30 graus.
Na manhã seguinte, escorra a água, lave as sementes e escorra 
novamente. Recomenda-se lavar as sementes duas vezes por 
dia, para retirar os resíduos do próprio grão. Em dias quentes, 
a germinação acontece quando um fio branco rompe a casca 
do grão, em 48 horas em média. Ao aparecerem as primeiras 
folhas, os brotos já estão prontos para o consumo.
(Fonte: http://www.mundodesabores.com.br/receitas/suco-verde-de-brotos)
SUCO VERDE DE BROTOS
Ingredientes
n1 pepino pequeno
n1 maçã grande sem sementes
n1 punhado de brotos de trigo 
ou de outro tipo
n Folhas verdes
Modo de fazer
Coloque o pepino e a maçã picados em cubos no liquidificador. 
Bata tudo sem água, com a ajuda de um socador para auxiliar na 
extração dos nutrientes. Acrescente os brotos e cubra com folhas 
verdes, de preferência orgânicas. Depois, passe em um coador de 
gaze. Caso tenha centrífuga, dispense o coador.
Variação: você também pode acrescentar 1 copo de suco de laranja.
QUAIS SEMENTES USAR?
Em princípio, todas de plantas comestíveis, 
com exceção das solanáceas – o grupo de to-
mates, batatas, berinjela etc. Recomenda-se: 
alfafa, soja, feijão azuki, grão de bico, ervilhas, 
gergelim, girassol, linhaça e cereais como trigo, 
aveia, centeio, cevada e milho. Mas atenção: elas 
devem ser puras, sem agrotóxicos.
9
Quadro 
Por Vanessa Moura
Foto: Marco Aurélio 
Projeto de arquitetura: Varínia Schwartz
vivo 
10 G u i a d e H o r t a s
Horta Vertical
Se o problema é a falta de espaço, planeje sua horta na vertical. Não 
importa se ela ficará na varanda do apartamento, naquele cantinho 
perto da janela ou na cozinha. Usando a criatividade, é possível 
substituir os quadros da natureza morta por natureza viva e ainda ter ao 
alcance das mãos saúde e bem-estar
Muitos usam a parede ou o muro para ins-
talar vasinhos com temperos, outros trans-
formam as floreiras da janela em verdurei-
ras ou cortam garrafas PET para pendurar 
no teto. O segredo do sucesso da horta 
vertical está mesmo é no poder de criação. 
E mais: não adianta ter uma horta grande, 
se não houver tempo para cuidar. O mais 
importante é adaptar a solução à sua casa 
e ao seu modo de viver
11
á imaginou colher ervas frescas sem sair da cozinha, 
enquanto prepara o almoço? Ao unir design, fun-
cionalidade e tecnologia, a empresa Quadro Vivo 
Paisagismo Vertical criou uma solução que reúne 
beleza e praticidade para quem aprecia plantar, mas não 
tem muito tempo para se dedicar às exigências do cultivo.
O ambiente projetado pela arquiteta Varínia Schawartz, locali-
zado na cidade de Curitiba, ganhou ainda mais vida com o quadro 
para temperos idealizado pela paisagista e fundadora da Quadro 
Vivo, Gica Mesiara, que busca valorizar a natureza nos espaços 
internos e reconectar as pessoas ao verde. “A proprietária optou 
por mudas de hortelã, pimenta e tomilho que, além de serem o 
destaque na decoração da cozinha, deixam um delicioso aroma 
no ambiente e dão sabor às refeições”, diz Gica. 
A empresa também é pioneira na utilização de um painel – 
jardins verticais fixos que podem revestir muros ou paredes, sem 
limite dimensional. Segundo a paisagista, ambos têm em comum 
a facilidade na manutenção, graças a um moderno sistema com-
Fo
to
 A
le
xa
n
d
re
 D
o
tt
a
Uma outra boa opção para aproveitar a verticalidade, é lançar mão de aramados para aproximar a horta da cozinha. 
Nos vasos, alecrim, pimenta, manjericão e outros temperos dividem espaço com orquídeas e gerânios
Projeto, execução e vasos de 
cerâmica pintados à mão, AR 
Paisagismo; mudas, Ceagesp; 
estrutura de metal; L’Oeil.
12 G u i a d e H o r t a s
Horta Vertical
fo
to
 A
d
ri
an
a 
B
ar
b
o
sa
fo
to
 d
iv
u
lg
aç
ão
putadorizado de regas, que garante a comodidade do cliente, a 
saúde e a beleza das plantas.
Por permitir diferentes composições de plantas relacionadas 
ao microclima do local em que são instalados, os painéis oferecem 
grande efeito ornamental, enriquecendo qualquer ambiente inter-
no ou externo, grande ou pequeno. Aliás, em áreas reduzidas, além 
de economizar espaço, eles geram a sensação de amplitude. 
Para instalá-los, basta apenas um ponto elétrico e um hi-
dráulico para alimentar o sistema de irrigação automática. Já os 
quadros possuem um reservatório de água que permite o funcio-
namento do sistema mesmo na ausência do proprietário, pois a 
rega é acionada de acordo com a data programada. O sistema 
dispensa regar, sendo necessário somente preencher o reservató-
rio de água do quadro e ficar atento ao acionamento da luz verde. 
Quando ela se acender, é hora de repor a água.
Dispostos em um suporte de ferro, os vasos personaliza-
dos com os nomes das espécies trouxeram graça à pare-
de, além de facilitar na hora da colheita 
13
Na cozinha, área de serviço ou varanda, uma pequena horta 
garante comodidade, ervas sempre frescas e mais sabor à mesa
Texto Cláudia Meyer n Produtora Lúcia Barradas n Fotos Adriana Barbosa
à mãoTemperos
14 G u i a d e H o r t a s
Faça você mesmo
Escolha um local bem-iluminado, com sol direto em, pelo menos, uma parte do dia.
Prefira, sempre, vasos com drenos (furos embaixo para escorer o excesso de água) e baixos (com 10 cm ou um pouco mais 
secam mais rapidamente).
Opte por ervas aromáticas ou medicinais, que exigem pequenas mudas por vez e produzem constantemente. Exemplos: cebo-
linha, salsinha, mangericão, manjerona, hortelã, erva-doce, erva-cidreira etc.
Prefira plantas por meio de mudas ou estaca de ramos em vez de sementes. Se elas não estiverem disponíveis, tente pequenos 
ramos retirados dos maços comprados em supermercados.
Ao preparar o vaso para o plantio, insira primeiro a argila expandida (pode substituir por pedra britada ou mesmo 
pequenos pedaços de telhas), cobrindo totalmente os drenos do fundo do vaso, para evitar que entupam. Acrescente o 
substrato, que pode ser terra com húmus ou terra vegetal pura. 
No caso de mudas, não cubra o vaso totalmente com o substrato, para deixar a planta livre, com apenas as raízes 
cobertas. Após o plantio, regue bem os vasos, mantedo-os em um local bem-iluminado. Na primeira semana, evite deixá-
los sob o sol direto por muito tempo.
Parede com Texturatto rústico da Suvinil (cor: 
areia deserto) Vasos de parede: Anni Verdi (com 
fundo redondo; cônicos e ondulados.
Plantas: podem ser facilmente adquiridas em um 
hortifrutas da região em que você mora.
Para fazer esta horta vertical,você irá 
precisar de:
n Diversos vasos de parede de barro, porcelana 
ou plástico com furo central para permitir esco-
ar o excesso de água
n Bucha de náilon de 8 mm
n Furadeira e lápis grafite
n Diversas mudas de hortaliças. Aqui utilizamos 
alecrim, manjericão, berinjela e pimenta.
Como fazer
1 Para demarcar o lugar onde ficarão os vasos, 
aplique sobre a parede uma textura rústica da 
cor de sua preferência.
2 Veja instruções de como fazer na própria emba-
lagem da textura escolhida.
3 Para seis vasos, utilize uma área de 1,50 x 0,50 
m (altura x largura).
4 Marque os seis pontos onde irá fixar os vasos, 
deixando um espaço de 0,50 m entre eles, tan-
to na vertical quanto na horizontal. Deixe um 
espaço de 1 m entre o chão e a primeira fileira 
de vasos.
5 Faça os seis furos com a furadeira, encaixe as 
buchas e, em seguida, os parafusos. 
6 Agora é só fixas os vasos já plantados.
DICAS DE COMO PLANTAR E CULTIVAR
Mais informações: http://www.cultivando.com.br/f_horta_vasos_3.html
15
ão considerados alimentos funcionais aqueles 
que fornecem, além dos nutrientes básicos (car-
boidratos, proteínas, lipídeos, vitaminas e sais 
minerais), substâncias que ajudam na preven-
ção e tratamento de doenças, melhorando o funciona-
mento do organismo.
Com a atividade diária intensa imposta pela vida moderna, 
tem surgido um estilo de vida prejudicial ao organismo em 
decorrência da falta de atividade física, da má alimentação, do 
fumo e da ingestão de bebidas alcoólicas. O acúmulo desses 
A prevenção ainda
é o
Rotina de vida equilibrada e 
hábitos alimentares saudáveis são 
o caminho
Por Andréa Furtado e Bel Freire
fatores aliado à doença do século, o estresse, tem causado 
o aumento de doenças crônicas, como diabetes, pressão alta,
problemas cardiovasculares.
Por isso, o consumo regular de alimentos funcionais e a mu-
dança na rotina para uma vida baseada em hábitos saudáveis, 
incluindo a prática de exercícios físicos regularmente, parar de 
fumar e diminuir a ingestão de bebidas alcoólicas, promovem me-
lhor qualidade de vida e mais saúde. 
Para combater e prevenir doenças que estão se tornando ver-
dadeiras epidemias do mundo moderno, como o câncer, as disfun-
Fo
to
: M
ô
n
ic
a 
A
n
tu
n
es
 
melhor remédio
16 G u i a d e H o r t a s
Alimentos Funcionais
É uma medicina preventiva que custa pouco, não necessita de prescrição médica e não apresenta 
contra-indicações
ções cardíacas e o diabetes, as maiores universidades e labora-
tórios do mundo estão apresentando pesquisas que comprovam: 
a sua salvação está na alimentação. Mais especificamente, nos 
alimentos funcionais.
De acordo com a dra. Jocelem Mastrodi Salgado, em artigo 
no site da SBAF (Associação Brasileira de Alimentos Funcionais), 
“alimento funcional é aquele que, além das funções nutricionais 
básicas, quando consumido como parte da dieta usual, produz 
efeitos metabólicos e fisiológicos benéficos à saúde, devendo ser 
seguro para consumo sem supervisão médica”, ou seja, contém 
componentes que podem prevenir doenças, além de retardar os 
efeitos do envelhecimento e provocar bem-estar. 
O corre-corre da vida moderna, com seus desequilíbrios, maus 
hábitos alimentares e sedentarismo, desencadeou uma prolife-
Fo
to
: M
ô
n
ic
a 
A
n
tu
n
es
 / 
Pr
o
d
u
çã
o
: S
h
ei
la
 R
o
d
ri
g
u
es
ração das doenças crônicas degenerativas. Aprender a evitá-las 
tem sido um grande desafio para cientistas do mundo inteiro, e 
já existem pesquisas sérias que relacionam o consumo de certos 
alimentos à baixa taxa de doenças cardiovasculares, câncer, hiper-
tensão, diabetes, doenças inflamatórias, intestinais, certas afec-
ções reumáticas, mal de Alzheimer, entre outras. É uma medicina 
preventiva que custa pouco, não necessita de prescrição médica e 
não apresenta contra-indicações.
17
Um engano comum é acreditar que estes alimentos curam 
doenças pré-existentes ou amenizam o seu quadro, como fazem 
os remédios. Os alimentos funcionais podem ser utilizados após 
a diagnosticação do quadro médico, mas somente como comple-
mentar ao tratamento. Eles também não são a garantia absoluta 
de que as doenças não se manifestarão, afinal, existe uma série 
É fato que os alimentos funcionais se provam mais efetivos para pessoas que 
mantêm dieta equilibrada e 
praticam exercícios físicos
de fatores que contribuem com o desenvolvimento de doenças, 
entre eles a genética e a qualidade de vida. Mas, nas palavras da 
nutróloga Laura Sampaio, sócia do Equilibra Centro de Nutrição, 
“ao ingerir estes alimentos, você está eliminando uma das pos-
síveis causas das doenças e, portanto, diminuindo as chances de 
elas se manifestarem”.
A grande lição que se tira é: quanto mais eliminar os agen-
tes de risco, menor é a possibilidade de desenvolver algumas 
doenças, ou seja, se você não tem fator genético que impulsione 
esta doença e levar uma vida equilibrada, consumindo os ali-
mentos certos, suas chances de desenvolver os males é muito 
pequena. Vale ressaltar que é fato que os alimentos funcionais 
se provam mais efetivos para pessoas com uma dieta equilibra-
Fo
to
: J
u
ca
 V
ie
ir
a
18 G u i a d e H o r t a s
Alimentos Funcionais
Fo
to
: M
ô
n
ic
a 
A
n
tu
n
es
 \ 
Pr
o
d
u
çã
o
: S
h
ei
la
 R
o
d
ri
g
u
es
CUIDADOS
Fique atento aos valores calóricos dos alimentos 
funcionais, pois, se forem consumidos em 
excesso, podem causar obesidade e diversos 
males à saúde. Vale lembrar que esses alimentos 
atuam na prevenção de algumas doenças desde 
que associados a hábitos de vida saudáveis.
19
MAIS COR, MAIS VITAMINAS
ALIMENTO COMPOSTO EFEITOS
A dra. Laura Sampaio ensina que “quanto mais colorido for o seu prato, melhor para a sua saúde”, revelando que as cores dos 
alimentos estão ligadas aos componentes que eles contêm. Descubra agora a lista dos funcionais que não podem faltar no seu dia 
a dia e seus benefícios para a saúde.
Soja e derivados
Peixes marinhos: sardinha, salmão, 
atum, anchova, arenque etc. 
Óleos de linhaça, soja; 
nozes e amêndoas 
Frutas vermelhas: cerejas, amoras, 
framboesas, mirtilo, uva roxa e 
vinho tinto
Tomate e derivados, goiaba vermelha, 
pimentão vermelho e melancia 
Azeite extra-virgem 
Frutas oleaginosas: castanha-do-pará, 
amêndoa, castanha-do-cajú etc 
Couve-flor, repolho, brócolis, couve-
de-bruxelas, rabanete e mostarda 
Vinho tinto, suco de uva 
e frutas cítricas
Cereais integrais, como aveia, centeio, 
cevada, farelo de trigo etc; leguminosas, 
como feijão e ervilha; e hortaliças com 
talos e frutas com casca 
Vegetais como raiz de chicória e 
batata yacon
Isoflavonas e proteínas de soja
Ácidos graxos ômega-3 (EPA 
e DHA) 
Acido a-linolênico
Catequinas
Licopeno
Gordura monoinsaturada
Selênio e vitamina E
Indóis e isotiocianatos
Flavonóides
Fibras solúveis e insolúveis 
Prebióticos – 
frutooligossacarídeos
e insulina 
Redução nos sintomas da menopausa, ação anti-
cancerígena e redução do colesterol.
Redução do LDL-colesterol e ação antiinflamatória. É 
indispensável para o desenvolvimento do cérebro e 
da retina de recém-nascidos .
Estimulação do sistema imunológico e 
ação antiinflamatória.
Redução da incidência de certos tipos de 
câncer, redução do colesterol e estimulação 
do sistema imunológico. 
Ação antioxidante, redução dos níveis de colesterol e do 
risco de certos tipos de câncer, como o de próstata. 
Mantêm os níveis elevados do “bom” 
colesterol (HDL). 
Ajudam a diminuir os níveis de colesterol.
Ação anticancerígena, especialmente
o de mama. 
Ação antioxidante, antiinflamatória e preventiva 
ao câncer e doenças cardiovasculares.
Reduzem o risco de câncer de cólon, pois melhoram 
o funcionamento 
intestinal. Podem ajudar no controle da glicemia e 
no tratamento da obesidade,
pois trazem saciedade. 
Ativam a microflora intestinal.
20 G u i a d e H o r t a s
Alimentos Funcionais
ALIMENTO COMPOSTO EFEITOS
Alho e cebola 
Linhaça e noz moscada 
Maçã, manjericão, manjerona, 
sálvia, uva, caju,soja 
Leites fermentados, iogurtes e outros 
produtos lácteos fermentados 
Vegetais e frutas
de cor laranja
Reduzem o colesterol e a pressão sanguínea. 
Melhoram o sistema imunológico e reduzem risco 
de câncer gástrico. 
Inibição de tumores hormônio-dependentes. 
Ação antioxidante, anti-séptica e
vaso-constritora.
Favorecem as funções gastrointestinais, reduzindo 
o risco de constipação e 
câncer de cólon. 
Ajudam a defender as células contra
danos que podem levar ao câncer.
Sulfetos alílicos
(alil sulfetos) 
Lignanas 
Tanino 
Probióticos – bífidobacterias e 
lactobacilos 
Antioxidantes, incluindo 
o beta-caroteno
da e, em especial, praticantes de exercícios físicos.
Não pense em tomar o caminho mais fácil e apelar diretamente 
para os suplementos alimentares. Estes, sim, devem ser tomados com 
a orientação de um profissional de saúde, para que não aconteça 
uma superdosagem. Além disso, nem sempre têm o mesmo efeito 
dos alimentos. “O suplemento não tem a mesma biodisponibilidade, 
o que quer dizer que ele não tem a mesma disposição para absorção 
de todo o nutriente, sem contar que o alimento vem com outros bene-
fícios de vitaminas, minerais, carboidratos agregados”, explica Laura. 
Um artigo da revista Food Technology mostrou que 206 es-
tudos epidemiológicos – ciência que estuda quantitativamente a 
distribuição dos fenômenos de saúde/doença e seus fatores con-
dicionantes e determinantes – com humanos e 22 estudos com 
animais foram capazes de estabelecer um vínculo entre o consu-
mo de frutas e vegetais à menor incidência de câncer. Um dado 
curioso revela, ainda, que muitos dos mesmos alimentos preven-
tivos deste mal ajudam a combater as doenças do coração, já que 
os componentes benéficos também têm ação antioxidante.
“É importante a freqüência no consumo e a forma de preparo 
correta. Para que os benefícios sejam alcançados, é necessário 
que o consumo seja regular e que se dê preferência sempre aos 
alimentos crus ou cozidos no vapor, minimizando a perda de nu-
trientes”, diz a dra. Laura, que completa: “Vitaminas, minerais e 
outros componentes se perdem na água do cozimento”. 
Fo
to
: S
h
u
tt
er
st
o
ck
21
Fo
to
: M
an
o
el
 C
ar
va
lh
o
 / 
Pr
o
d
u
çã
o
: B
et
o
 B
ia
n
ca
la
n
a
22 G u i a d e H o r t a s
Alimentos Funcionais
 
A prevenção de males por meio da alimentação deve considerar outros aspectos além da escolha dos produtos, porque vai até a 
forma como são preparados para o consumo. A seguir, dicas importantes para livrar frutas e vegetais de possíveis inimigos invisíveis, 
como agrotóxicos, micróbios e bactérias:
n Dê preferência aos alimentos orgânicos, ou seja, àqueles cultivados com pouco ou sem produtos químicos.
n Escolha cuidadosamente os produtos, prestando atenção se estão livres de furos ou picadas por onde resíduos de agrotóxicos 
possam ter entrado.
n Lave e esfregue com uma bucha macia as frutas e as hortaliças, removendo as folhas
soltas dos vegetais.
n Deixe os alimentos de molho em água com vinagre, por meia hora, em uma solução de 
1 colher (sopa) de vinagre para cada litro de água.
PREVINA DOENÇAS COM UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
Fo
to
: J
u
ca
 V
ie
ir
a
23
Seiva 
A utilização de hortaliças 
e legumes para o preparo 
de sucos vai muito além 
da clássica beterraba, e as 
vantagens dessa combinação 
inusitada são incalculáveis
Por Ângela Arraya
suco, ou sumo, de frutas é uma presença 
obrigatória em qualquer dieta equilibrada e 
saudável. Para torná-lo ainda mais completo 
e refrescante, é possível acrescentar à recei-
ta outros tipos de frutos, vegetais, além de hortaliças 
e legumes. Cenoura e beterraba, por exemplo, são dois 
legumes básicos para misturar ao suco, principalmente 
quando a intenção é “disfarçá-los”, para que crianças e 
pessoas com maus hábitos alimentares possam se benefi-
ciar da qualidade nutricional desses alimentos. Fora isso, 
também é possível ir muito além. Misturar uma folha de 
Fo
to
: F
er
n
an
d
a 
V
en
an
ci
o
 P
ro
d
u
çã
o
 L
u
ci
a 
B
ar
ra
d
as
C
o
p
o
s 
d
e 
vi
d
ro
 e
 t
ra
ve
ss
as
 d
e 
ra
tt
an
, P
ep
p
er
; f
ac
a 
e 
tá
b
u
a 
d
e 
m
ad
ei
ra
, F
u
ll-
Fi
t 
elaborada
24 G u i a d e H o r t a s
Dica Verde
n Melhor aproveitamento das vitaminas e minerais 
hipossolúveis.
n Assimilação dos nutrientes e das fibras mais 
rapidamente, que já estão bem triturados 
e dispensam mastigação.
n Consumo de todos os vegetais crus, o que é muito mais 
saudável do que cozinhá-los ou refogá-los.
n Facilitador da digestão.
n Baixa caloria e praticamente nenhuma gordura.
n Concentração maior de vegetais em relação ao que uma 
pessoa conseguiria comer em forma sólida de uma única vez.
Além da clorofila, outro fator benéfico oferecido pelos in-
gredientes que vêm da horta são as fibras alimentares. Elas 
são componentes das paredes vegetais, superconsagrados 
por causa da sua capacidade de prevenir e combater diversas 
doenças, inclusive constipação intestinal, doenças cardiovas-
culares e câncer de intestino. E o melhor de tudo: são despro-
vidas de calorias, por isso, também são consideradas amigas 
das dietas – além de aumentarem a sensação de saciedade e 
retardar a absorção de glicose pelo organismo.
A VANTAGEM DE 
CONSUMIR SUCOS
O SEGREDO VEM DA HORTA
interagem e são mais bem absorvidos pelo nosso organismo”, ex-
plica a nutricionista funcional Flávia Sguario, da rede de medicina 
Paraná Clínicas.
Suco verde, alimentação viva
Outra possibilidade interessante de aproveitar os benefícios 
da ingestão de clorofila é apostar no suco verde. O conceito dele 
é diferente do simples suco com folhas e legumes processados 
com água e frutas. 
O suco verde é um sumo extremamente concentrado de hor-
taliças, legumes, maçã e grãos germinados, que é extraído sem 
a adição de água e coado em coador de tecido voal. Trata-se de 
uma excelente complementação para pessoas que têm problemas 
cardíacos, vasculares, diabetes, obesidade e retenção de líquidos.
 Desintoxicação profunda 
do organismo.
 Aumento da imunidade.
 Ativação da memória.
 Proteção contra infecções.
 Aceleramento de cicatrizações.
 Combate à anemia.
 Fortalecimento da visão.
 Combate ao envelhecimento.
 Revigoramento do corpo 
e da mente.
 Melhora da drenagem nasal e 
expectoração do catarro.
 Nutrição do sistema circulatório.
CLOROFILA, A GRANDE ALQUIMISTA
A clorofila está presente em todos os vegetais e plantas de cor verde. Ela é res-
ponsável por um dos processos mais importantes para o surgimento e manutenção 
da vida na Terra – a fotossíntese. Atualmente, diversas pesquisas estão sendo reali-
zadas para comprovar sua ação sobre o organismo humano, e os resultados parciais 
já apontam para alguns benefícios:
 Combate ao mal hálito e aos 
problemas bucais.
 Regularização da função intestinal.
 Diminuição da ansiedade 
e do nervosismo.
 Ajuda para manter equilibrados o 
colesterol, o diabetes e 
a pressão arterial.
 Fortalecimento de ossos, dentes, 
pele, músculos e articulações.
 Poder antioxidante.
 Melhora da absorção de 
oxigênio, cálcio e ferro.
Fo
to
: M
ô
n
ic
a 
A
n
tu
n
es
couve ao suco de abacaxi, laranja ou maracujá torna a 
bebida deliciosa, exótica e ainda agrega muitos outros 
nutrientes.
Para aproveitar de fato as vantagens dos sucos com hortaliças 
e legumes, o ideal é consumi-los imediatamente após o preparo. 
Muitos especialistas também aconselham a, se possível, preferir 
ingredientes livres de agrotóxicos e fertilizantes químicos. “Por 
serem obtidos de maneira natural, pela ação da própria natureza, 
esses alimentos têm mais nutrientes, pois a terra usada para o 
cultivo é fértil e natural, sem adição de substâncias químicas. Eles 
25
Belos e resistentes, os alimentos 
geneticamente modificados 
despontam na agricultura como 
solução lucrativa para a economia 
mundial. Mas o impacto que eles 
podem provocar na saúde humana e 
no meio ambiente ainda é ignorado
Texto Cláudia Meyern Fotos Shutterstock
Caixa de
surpresas
26 G u i a d e H o r t a s
Trangênicos
s melhores e mais instigantes filmes de ficção 
científica descortinam um futuro em que a hu-
manidade é independente da natureza, sendo 
capaz de controlar, não só a reprodução dos 
próprios descendentes, mas a oferta de alimentos. Nesse 
mundo, com a ajuda da engenharia genética, tudo é pos-
sível, desde isolar cromossomos defeituosos, para conseguir 
seres humanos perfeitos – como no filme Gattaca: uma ex-
periência genética –, até cruzar diferentes DNAs para produ-
zir alimentos fortes, imunes a pragas e doenças, resistentes 
às intempéries e, consequentemente, amplamente produ-
tivos. O que esses filmes não mostram é que, até chegar a 
esse estágio, o caminho é bastante longo e perigoso.
Assistimos hoje a uma revolução mundial na agricultura promovida 
pela biotecnologia aplicada aos alimentos. Segundo o ISAAA – Serviço 
Internacional para a Aquisição de Aplicações Agro-Biotecnológicas – 
somente no ano passado, foram plantados 148 milhões de hectares de 
transgênicos no mundo, um crescimento de 10% em relação ao ano an-
terior (134 milhões de hectares). Ao todo, 15,4 milhões de agricultores de 
29 países plantaram culturas geneticamente modificadas. 
Isso representa – de 1996 a 2010 – 1 bilhão de hectares em lavou-
DANOS NO INTESTINO
“Camundongos alimentados com batatas GM ‘engenheiradas’ 
para produzir a toxina Bt ou com batatas naturais injetadas 
com a toxina Bt apresentaram crescimento de células exces-
sivo e anormal nos intestinos delgados (íleo). Danos simila-
res ao intestino humano podem resultar em incontinência ou 
sintomas semelhantes à gripe e podem ser pré-cancerosos. O 
estudo derruba a tese de que a toxina-Bt é destruída durante 
a digestão e não é biologicamente ativa em mamíferos.”
*Área mundial de culturas GM em 2010 (milhões de ha)/ Fonte: http://www.cib.org.br/pdf/ISAAA_Briefs_42.pdf
“No Brasil, a adoção de biotecnologia foi muito rápida e hoje temos a 
segunda maior área transgênica do mundo, atrás somente dos Estados 
Unidos”, avalia Anderson Galvão, agrônomo da empresa de consultoria 
Céleres. “O melhor exemplo dessa evolução é o milho transgênico, que, 
apenas em três anos, responde por 57% da área cultivada no País”.
“Se você pode escolher entre transgênicos ou não, por que arriscar? Essa é a pergunta que faço para mim mesmo. O pequeno horticultor deve optar por 
cultivares tradicionais.” 
Ricardo Henrique Cardim, ambientalista e botânico
ras Geneticamente Modificadas (GM). Os países em desenvolvimento 
cultivaram 48% dessas plantações, e o ISAAA estima que, até o ano 
de 2015, eles ultrapassarão as nações industrializadas. Os países da 
América Latina e da Ásia deverão ser os maiores responsáveis pela 
ampliação dos hectares globais cultivados com lavouras GM na se-
gunda década de comercialização da tecnologia.
Há duas safras, o Brasil é o segundo maior produtor mundial de 
commodities transgênicas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. A 
última safra (2009/2010) teve 76% da soja, 57% do milho e 27% do 
algodão produzidos a partir de sementes modificadas. A perspectiva é 
de que a área cultivada com transgênicos triplique na próxima déca-
da, alcançando 72 milhões de hectares na safra 2019/20. A soja, assim 
como hoje, continuará sendo a principal cultura transgênica cultivada. 
Fonte: Roleta Genética – Riscos Documentados dos Alimentos Trans-
gênicos sobre a Saúde. Smith, Jeffrey M.
OS 5 MAIORES PRODUTORES
Posição País
Área 
(em milhões de hectares)
Culturas GM
1 EUA 66,8 Soja, milho, algodão, canola, abóbora, papaia, alfafa e beterraba
2 Brasil 25,4 Soja, milho e algodão
3 Argentina 22,9 Soja, milho e algodão
4 Índia 9,4 Algodão 
5 Canadá 8,8 Canola, milho, soja e beterraba
27
MITOS VERDADES
São seguros. As empresas estão oferecendo produtos para milhões de pessoas de uma ciência que ainda 
está em seu estágio infantil. Liberados no meio ambiente, eles podem alterar, permanente-
mente, o ecossistema.
Produzem colheitas maiores. Os cultivos GM têm produtividade média mais baixa por área. Um estudo do dr. Charles Ben-
brook, ex-diretor do Board on Agriculture, da National Academy of Science, mostra que nenhu-
ma das sementes “engenheiradas” aumenta significativamente a produtividade. Em mais de 
8.200 experimentos de campo, a soja Roudup Ready produziu menos bushels de soja do que 
variedades similares.
Promovem colheitas consis-
tentes e confiáveis.
Um relatório da ActionAid concluiu, que em vez de aliviar a fome no mundo, a tecnologia dos 
transgênicos “pode exarcebar a insegurança alimentar, aumentando o número de pessoas 
com fome”.
São melhores que as opções 
concorrentes.
Outros métodos, como a agricultura sustentável, são bem melhores para as colheitas e para a 
vida dos agricultores.
São a solucão para a fome, 
por causa do aumento da 
produtividade nas colheitas.
O aumento na produtividade da plantação não erradica, por si só, a fome. O livro World Hun-
ger: Twelve Myths, de 1998, cita um estudo em que “78% de todas as crianças mal-nutridas 
abaixo de 5 anos em países em desenvolvimento vivem em países com excesso de alimentos.” 
Um relatório da ONU confirma que não haverá escassez no futuro. A causa primeira da fome é 
a pobreza. Para que alimentos se os mais famintos continuarem a não poder pagar por eles?
De acordo com o estudo “Benefícios Econômicos e Socioam-
bientais da adoção de Biotecnologia Agrícola no Brasil” realizado 
pela empresa de consultoria Céleres, em 2019, a área cultivada 
com soja somará 31,2 milhões de hectares, a de milho será de 
16,9 milhões de hectares, e a de algodão deve alcançar 2,4 mi-
lhões de hectares. E mais: em apenas alguns anos, estarão dispo-
níveis mudas de cana-de-açúcar transgênicas.
Impactos do cultivo transgênico
Produto transgênico é aquele modificado geneticamente 
e que pode conter genes de outros organismos. A técnica tem 
sido utilizada para o melhoramento de plantas, com o objetivo 
de torná-las resistentes a pragas e doenças, aumentando a pro-
dutividade no campo. Na prática, a inserção da biotecnologia no 
meio ambiente e, consequentemente, na vida das pessoas e na 
economia, não é tão simples assim, acredita Jeffrey Smith, diretor 
executivo do Instituto Pela Tecnologia Responsável e autor de dois 
livros-bomba contra os transgênicos – Sementes da Decepção 
e Roleta Genética.
“Diferentemente da poluição química, os transgênicos se auto-
propagam e podem tornar-se elementos fixos de nosso meio ambien-
“O consumo de hortaliças transgênicas é, no mínimo, arriscado e, principalmente, desnecessário para hortas caseiras e de menor porte, pois 
estas permitem o uso de cultivares tradicionais e até orgânicos, como por 
exemplo a compostagem para adubação.” 
Ricardo Henrique Cardim, ambientalista e botânico
ALERGIAS À SOJA
“Em um único ano, 1999, as alergias à soja no Reino Uni-
do saltaram de 10% para 15% da população amostrada. A 
soja GM chegou ao País um pouco antes de 1999. Testes de 
anticorpos verificaram que alguns indivíduos reagem de forma 
diferente à soja GM e não-GM. A soja GM apresenta concen-
tração de um alérgeno conhecido.”
te. Com tamanha herança, parece-me razoável e prudente congelar 
qualquer novo lançamento de transgênicos até que tenhamos uma 
melhor compreensão do DNA, e das ramificações de nossa interven-
ção”, afirma Smith, que esteve no Brasil em outubro e participou 
do seminário “Alimentos transgênicos e seus impactos na saúde, no 
meio ambiente e na economia”. 
Especializado nos perigos que os alimentos transgênicos oferecem 
à saúde, Jeffrey Smith relaciona o consumo desses produtos a várias 
doenças: casos de esterilidade e morte, reações tóxicas e alérgicas em 
5 MITOS SOBRE TRANSGÊNICOS
Conheça os cinco mitos sobre os transgênicos e as justificativas para cada um deles, segundo Jeffrey M. Smith.
Fonte: SMITH, Jeffrey M. Roleta Genética – Riscos Documentados dos 
Alimentos Transgênicos sobre a Saúde. Coral Editora. 
28 G u i a d e H o r t as
Trangênicos
humanos, além de modificações estruturais no organismo de animais es-
tudados em laboratórios. “E não é só isso. Perigos como esses tornam-se 
ainda maiores se considerarmos que os OGMs contaminam plantações 
não-transgênicas e espécies selvagens, permanecendo no meio ambiente 
por muito tempo”, esclarece.
OGMs x Saúde
Economicamente, Jeffrey acredita que a adoção dos transgênicos é 
prejudicial aos agricultores e à economia do País, pois interfere no de-
senvolvimento do mercado para produtos não-transgênicos. Mas a gran-
de preocupação do autor é com os reflexos do consumo de alimentos 
geneticamente modificados pela população ao longo dos anos. “Uma 
das afirmações mais anticientíficas e perigosas já feitas pela indústria de 
biotecnologia é que milhões de pessoas nos Estados Unidos comeram 
alimentos transgênicos durante uma década e ninguém ficou doente. 
Pelo contrário, os transgênicos já podem estar contribuindo para sérios 
problemas de saúde, mas como ninguém estava monitorando isso, pode 
levar várias décadas até que seja possível identificar esses problemas”, 
afirma em entrevista dada ao Greepeace.
Jeffrey cita a Inglaterra, em que alergias à soja foram acen-
tuadas em 50% logo que a soja transgênica foi introduzida no 
mercado. “Sem pesquisas e testes clínicos em seres humanos, 
não há como saber se ela é realmente a culpada. Os alimen-
tos transgênicos podem estar contribuindo para vários tipos de 
problemas de saúde nas pessoas”, lamenta. “Consumimos hoje 
diversos alimentos com ingredientes à base de transgênicos, 
produzidos para matar insetos e resistir a agrotóxicos. As pes-
soas devem pensar que exaustivos testes foram feitos, e todas 
as pesquisas que apontam possíveis riscos foram levadas em 
consideração, para que transgênicos fossem liberados. No en-
tanto, isso não acontece”, garante um dos maiores críticos da 
produção de alimentos GM, Jeffrey Smith.
“O problema fundamental da forma pela qual alimentos GM foram aprovados é que eles não foram, de jeito nenhum, testados 
apropriadamente. Tudo o que foi feito é algo que eu caracterizaria como 
um exercício de expectativa otimista.” 
Erik Millstone, professor de Ciência Política, University of Sussex
29
TRANSGÊNICO NÃO TRANSGÊNICO
ÓLEOS
Aro (Makro), Liza (Cargill), Oliva (Car-
gill), Olivares (Paladar), Salada (Bun-
ge), Soya (Bunge), Carmelita (Vigor), 
Mazola (Cargill), Primor (Bunge), Ve-
leiro (Cargill).
Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Pão de Açúcar, Champion, Sinhá (Caramuru), 
Campestre, Great Value (Wal-Mart), Ceres (Vida), Cocamar, Dois Amores (Caramuru), Leve 
(Imcopa), Gilda (Vida), Maria (Vida), Sadia, Suavit (Cocamar), Brejeiro.
ALIMENTO INFANTIL
Arisco (Unilever), Big, Carrefour, Cremogema (Unilever), Compre Bem/Barateiro, Extra, Mai-
zena (Unilever), Nestlé, Pão de Açúcar, Aptamil (Support), Bebelac (Support), Nan (Nestlé), 
Nestogeno, (Nestlé), Ninho (Nestlé), Nutriton (Support), Soya Diet (Support).
FARINHAS E GRÃOS
Aro (Makro) e Quero. Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Pão de Açúcar, Dafap’s, Bontrato (Caramuru), 
Caramuru, Cereja (Sakura), Champion, Hikari, Jasmine, Mãe Terra, Mais Vita, Produtos Na-
turais, Missô (Sakura), Nekmil (Caramuru), Nutrimental, Oetker, Panco, Sinhá (Caramuru), 
Vitao (Nutrihouse) e Yoki.
MOLHOS E CONDIMENTOS
Soya (Bunge), Ajinomoto, Primor 
(Bunge), Luppini, Quero, Mesa (Vi-
gor), Vigor, Virmont, Gourmet (Car-
gill), Liza (Cargill), Sazon (Ajinomoto) 
e Hondashi (Ajinomoto).
Arisco (Unilever), Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Pão de Açúcar, Cereja (Saku-
ra), Champion, Mãe Terra, Missô (Sakura), Great Value (Wal-Mart), Maria (Vida), Cepêra, 
Mais por Menos (Wal-Mart), Aji no Shoyu (Sakura), Cica (Unilever), Etti (Parmalat), Goodlight, 
Hellman’s, Hikari, Knorr (Unilever), Lanchy (Cocamar), Linguanotto (Masterfoods), Mococa, 
Parmalat, Peixe (Cirio), Purity (Cocamar), Sakura, Uncle Ben’s (Masterfoods), Cirio, Fondor 
(Nestlé), Pomarola (Unilever), Salsaretti (Parmalat), Tarantella (Unilever) e Maggi (Nestlé).
ENLATADOS
Quero. Big, Compre Bem/Barateiro, Extra, Pão de Açúcar, Great Value (Wal-Mart), Mais por Me-
nos (Wal-Mart), Etti (Parmalat), Peixe (Cirio), Anglo (BF), Bonduelle, Bordon (BF), Coqueiro, 
Quaker, Superbom e Swift (BF).
SOPAS E PRATOS PRONTOS
Hemmer, La Table D’or e Vigor. Arisco (Unilever), Big, Pão de Açúcar, Panco, Sinhá (Caramuru), Vitao (Nutrihouse), Sadia, 
Goodlight, Knorr (Unilever), Missoshiru (Sakura), Nissin, Qualimax e Maggi (Nestlé).
SOBREMESAS
Vigor, Virmont, Linea e Leco (Vigor). Big, Maizena (Unilever), Nestlé, Pão de Açúcar, Hikari, Oetker, Great Value (Wal-Mart), Goo-
dlight, Mococa, Parmalat, Dona Benta, Paulista (Danone), Clight (Kraft), Ducoco, Fresh (Kraft), 
Karo (Unilever), Kibon (Unilever), La basque, Miss Daisy (Sadia), Royal (Kraft) e Danone.
GUIA DO CONSUMIDOR – PRODUTOS COM OU SEM TRANSGÊNICOS
1. Prefira os alimentos orgânicos
Não é permitido o uso intencional de ingredientes geneticamente modificados em produtos orgânicos, apesar de diminutas contami-
nações ocorrerem.
2. Evite ingredientes “de risco”. Veja a lista a seguir divulgada pelo Greenpeace (http://www.greenpeace.org.br/consumidores/
guiaprint.php), com alimentos industrializados transgênicos e não-transgênicos encontrados nos supermercados:
30 G u i a d e H o r t a s
Trangênicos
MATINAIS E CEREAIS
Linea, Sustagen (Bristol & Meyers), 
Café do Ponto, Kellog´s, Diet Shake 
(Nutrilatina), Melitta, Quero e Pro 
Sobee (Bristol & Meyers).
Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Nestlé, Pão de Açúcar, Jasmine, Mãe Terra, Vitao 
(Nutrihouse), Great Value (Wal-Mart), Mais por Menos (Wal-Mart), Mococa, Quaker, Sanavi-
ta, Batavo, Ativa Soy, (Nutrimental), Suprasoy (Josapar), Nutrifoods, Nutrilon (Nutrimental), 
Nutry (Nutrimental), Nutry Fun (Nutrimental), Cerealon (Nutrifoods), Chocomilk (Batavo), 
Chomax (Ducoco), Fibra Total (United Mills), Fitness & Diet (United Mills), Mucilon (Nestlé), 
Nescau (Nestlé), Nesquik (Nestlé), Neston (Nestlé), Nutren (Nestlé), Toddy (Quaker) e Trio 
(United Mills).
CHOCOLATES E BALAS
Adams, Cadbury, Dan Top, Dizioli, 
Duitt, Garoto, Halls, Santa Edwiges 
e Trident.
Big, Nestlé, Pão de Açúcar, Great Value (Wal-Mart), Arcor, Hershey’s, Dori, Ferrero, Kopenha-
gen, Lacta (Kraft), M&M (Masterfoods), Milka (Kraft), Pan, Twix (Masterfoods) e Snickers 
(Masterfoods).
BISCOITOS E SALGADINHOS
Adria, Ebicen (Glico), Lu (Arcor) e Za-
bet (Adria).
Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Nestlé, Pão de Açúcar, Champion, Jasmine, 
Mãe Terra, Panco, Vitao (Nutrihouse), Great Value (Wal-Mart), Mais por Menos (Wal-Mart), 
Parmalat, Firenze, Piraquê, Nutrifoods, Nutry (Nutrimental), Dauper, Dori, Lu (Arcor), Ativa 
(Nutrimental), Bauducco, Elbis (Mabel), Elma Chips, Fritex (Bauducco), Iracema (Kraft), Kelly 
(Mabel), Mabel, Mini Bits (Kraft), Nabisco (Kraft), Skiny (Mabel), Tica (Panco), Tostines (Nes-
tlé), Visconti, Wickbold, Aymoré (Arcor), Gran Dia (Arcor), Biits Cookies (United Mills), Bon 
Gouter (Kraft), Chocolícia (Kraft), Chocooky (Kraft), Club Social (Kraft), Oreo (Kraft), Trakinas 
(Kraft), Duchen (Parmalat), Raris (Masterfoods), Mr. Nut´s (Masterfoods) e Triunfo (Arcor).
PÃES E BOLOS
Santa Edwiges, Pullman e Ana Maria 
(Pullman).
Big, Pão de Açúcar, Panco, Great Value (Wal-Mart), Mais por Menos (Wal-Mart), Firenze, 
Bauducco, Tica (Panco), Visconti, Wickbold, Kidlat (Parmalat) e Jack Bolinho (Wickbold).
BEBIDAS
All Day (Bunge) e Cyclus (Bunge). Sanavita, Batavo, Clight (Kraft), Fresh (Kraft), Royal (Kraft), Danone, Ativa (Nutrimental), 
Yakult, Ades (Unilever), Cereal Shake Light, Ki-Suco (Kraft), Maguary (Kraft), Jui-C (Nutri-
mental), Nutrinho (Nutrimental), Sustare (Olvebra), Tang (Kraft), Q-Refres-ko (Kraft), Tonyu 
(Yakult), Chamy (Nestlé), Kissy (Batavo), Diet Fiber (Olvebra), Longevita (Olvebra), Novo Mi-
lke (Olvebra), Soy Fruit (Olvebra), Soy Original (Olvebra) e Soymilke (Olvebra).
FRIOS E EMBUTIDOS
  Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra,Champion, Sadia, Mais por Menos (Wal-Mart), 
Anglo (BF), Bordon (BF), Swift (BF), Batavo, Perdigão, Rezende (Sadia), Seara, Marba e Wil-
son (Sadia).
LATICÍNIOS E MARGARINAS
Primor (Bunge), Mesa (Vigor), Leco 
(Vigor), Vigor, All Day (Bunge), Amé-
lia (Vigor), Cyclus (Bunge), Delícia 
(Bunge), Franciscano (Vigor), Mila 
(Bunge) e Soya (Bunge).
Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Nestlé, Pão de Açúcar, Great Value (Wal-Mart), 
Sadia, Mais por Menos (Wal-Mart), Goodlight, Paulista (Danone), Batavo, Piraquê, Danone, 
Arisco, Philadelphia (Kraft), Claybom (Unilever), Baker (Vida), Colméia (Vida), Becel (Unile-
ver), Corpus (Danone), Cremutcho, Dannete (Danone), Danny (Danone), Doriana (Unilever), 
Molico (Nestlé), Qualy (Sadia), Saúde (Unilever), Deline (Sadia), Dupli (Danone), FBE (Vida), 
Glacier (Vida), Margarella (Vida) e Mariella (Vida).
MASSAS
Adria, Frescarini (General Mills), Pas-
titex e Santa Branca.
Big, Carrefour, Pão de Açúcar, Champion, Sadia, Mezzani, Firenze, Massaleve, Pavioli e 
Piraquê.
CONGELADOS
Arosa, Forno de Minas (General 
Mills), Pescal e Belcook.
Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Pão de Açúcar, Champion, Panco, Great Value 
(Wal-Mart), Sadia, Goodlight, Anglo (BF), Bordon (BF), Superbom, Swift (BF), Batavo, Da 
Granja, Kilo Certo, Perdigão, Rezende (Sadia), Seara, Bonduelle e Toque de Sabor (Perdi-
gão).
RAÇÕES PARA ANIMAIS
Guabi, Purina (Nestlé), Alpo (Nestlé), Bonzo (Nestlé), Cat Chow (Nestlé), Champ (Masterfoo-
ds), Deli Dog (Nestlé), Dog Menu (Nestlé), Fancy Feast (Nestlé), Faro (Guabi), Friskies (Nes-
tlé), Frolic (Masterfoods), Gatsy (Nestlé), Herói Mascote (Guabi), Kanina (Nestlé), Pedigree 
(Masterfoods), Whiskas (Masterfoods), Top Cat (Guabi) e Kitekat (Masterfoods).
31
LEI DE BIOSSEGURANÇA NO BRASIL
A nova Lei de Biossegurança não altera a inconstitucionalida-
de do cultivo transgênico existente. A novidade é que, agora, a 
CTNBio é o órgão responsável pela liberação da pesquisa, cultivo 
e comercialização de transgênicos. Confira, em síntese, o principal 
conteúdo da nova lei:
n O plantio da soja transgênica está permitido por lei.
n A CTNBio passa a ser o órgão que decide sobre a liberação
de transgênicos.
n Estão revogadas todas as disposições anteriores sobre o tema
após a entrada em vigor da nova lei. A Lei de Biossegurança
fere três princípios do Direito Ambiental, sobre os quais o texto
legal sequer faz menção: a precaução, a sustentabilidade e a
indenização. Assim, continua válido o direito de contestação das 
decisões da CTNBio, do qual o Conselho de Ministros pode fazer 
uso, como a possibilidade de recorrer judicialmente contra as
decisões tomadas.
POR QUE DEFENDER O 
CULTIVO DOS TRANSGÊNICOS
Para a Associação Brasileira de Sementes e Mudas, a se-
mente é hoje um dos principais vetores de transferência de 
tecnologia para a agricultura. O estudo da Céleres, que, em 
seu quarto levantamento, ouviu 396 agricultores de pequeno, 
médio e grande porte, instalados em diversas regiões do Bra-
sil, constatou que, entre as vantagens socioambientais do uso 
da biotecnologia, estão:
n A redução do uso da água, do uso de óleo diesel e da emissão
de gás carbônico.
n Na safra 2009/10, as lavouras transgênicas possibilitaram a re-
dução de 16,2 bilhões de litros de água, de 134 milhões de
litros de óleo diesel.
n Cerca de 357 mil toneladas de CO² deixaram de ser emitidas.
n Para a safra 2019/20, estatísticas apontam para uma redução
de emissão de 3 milhões de toneladas de CO², economia de
1,11 bilhão de óleo diesel e de 134 bilhões de litros de água.
Mudas geneticamente modificadas em laborató-
rio
PANORAMA MUNDIAL
Clive James, presidente e fundador do ISAAA, viveu e traba-
lhou, nos últimos 30 anos, nos países em desenvolvimento da 
Ásia, América Latina e África, dedicando esforços para questões 
de pesquisa e desenvolvimento agrícola com foco na biotecnologia 
de plantações e na segurança global de alimentos. Veja as futuras 
repercussões do cultivo dos transgênicos no Brasil e no mundo:
n Com a capacidade de levar à produção até 100 milhões de hec-
tares de área plantada, o Brasil continuará sendo a mola pro-
pulsora na adoção global de plantações biotecnológicas e está
investindo em infraestrutura para apoiar esse crescimento.
n Dos 15,4 milhões de agricultores que plantaram culturas trans-
gênicas, 90% (14,4 milhões) são pequenos agricultores de pa-
íses em desenvolvimento e com poucos recursos. Hoje, a maior
parte deles está na China e Índia: 6,5 milhões de chineses e 6,3
milhões de indianos.
n São esperadas, para os próximos anos, novas culturas com
características nutricionais e agronômicas, como o arroz com
provitamina A, ou arroz dourado, que deverá estar disponível
para o plantio nas Filipinas em 2013, depois, em Bangladesh,
Indonésia e Vietnã.
n É aguardada a comercialização do arroz Bt, resistente a insetos, 
que deve ser apresentada antes de 2015.
n O milho tolerante à seca é esperado nos EUA no começo de
2012 e, de forma importante, na África até 2017.
n Estão em desenvolvimento variedades de trigo GM com diversas 
características, entre elas: tolerância à seca, resistência a doen-
ças e qualidade dos grãos. Os primeiros devem estar prontos
para comercialização em 2017.
n Outras culturas poderão ser aprovadas para o comércio até
2015, entre elas: batata resistente à requeima, cana-de-açúcar
com melhor qualidade, banana resistente à doença, berinjela,
tomate, brócolis e repolho Bt, além de mandioca, batata doce,
leguminosas e amendoim GMs.
Com informações do Serviço Internacional para a Aquisição 
de Aplicações Agro-Biotecnológicas (ISAAA).
Fonte: Roleta Genética – Riscos Documentados dos Alimentos Trans-
gênicos sobre a Saúde. Smith, Jeffrey M.
32 G u i a d e H o r t a s
Trangênicos
Por Ricardo Cardim – Ambientalista n Foto Shutterstock
à escolha
Sem direito
tecnologia sempre esteve associada à agri-
cultura, principalmente, nas últimas déca-
das. Entretanto, nada gerou e gera tanta 
polêmica entre os consumidores como o 
advento dos alimentos transgênicos. No caso dos ve-
getais criados pela engenharia genética, eles são de-
senvolvidos com os principais objetivos de aumentar 
e facilitar a produção agrícola e também melhorar ca-
racterísticas nutricionais e até farmacológicas dos ali-
mentos.
Desde meados da década de 1990, cultivos de soja, milho, 
algodão e até hortaliças e frutas vêm sendo aplicados em escala 
comercial. A polêmica desenvolve-se a partir da percepção dos 
eventuais efeitos colaterais que esses organismos geneticamen-
te modificados podem ter sobre a saúde humana e o meio am-
biente. E a preocupação é pertinente.
Mesmo após anos da disseminação de cultivares transgêni-
cos em quase todo o mundo, poucas são as pesquisas e o conhe-
cimento científico produzidos sobre seus reais efeitos deletérios, 
principalmente nos de médio e longo prazo. A questão que fica é 
sobre a real segurança desses vegetais para a saúde humana.
Para o meio ambiente, considerando que o Brasil é o país de 
maior biodiversidade do planeta, a ameaça é seriamente preocupan-
te. Plantas transgênicas podem contaminar populações nativas de 
vegetais por meio da polinização e causar efeitos como alteração ge-
nética no ecossistema e outros inesperados e de difícil quantificação.
Cultivares tradicionais também podem ser afetados, fa-
zendo-os desaparecer ou ser alterados. Outro fenômeno que 
vem ocorrendo é a escassez de sementes convencionais no 
mercado, devido à monopolização do fornecimento de trans-
gênicos por algumas grandes empresas multinacionais.
Vejamos o caso da soja, cultura amplamente difundida no 
Brasil. Em 2010, mais da metade da cultura foi transgênica. 
Diante de um número tão impressionante, difícil que o brasileiro 
não acabe consumindo-a, principalmente na forma de alimentos 
processados e industrializados que tenham a soja como compo-
nente e, com o milho – outro ingrediente comum nesse tipo de 
alimento – a situação é semelhante.
Esse é um ponto fundamental da discussão.O consumidor não 
sabe o que está ingerindo na maioria das situações, já que os alimen-
tos sinalizados como transgênicos nas prateleiras de supermercados 
e nos restaurantes são exceções à regra. O resultado é que, literal-
mente, os vegetais transgênicos nos são colocados “goela abaixo”.
Artigo
33
Todos com informações completas: nome científico, 
família, dicas de cultivo e utilização
Texto Ângela Arraya n Produção Lúcia Barradas n Fotos Leandro Andrade
Leguminosas 
e vegetais
34 G u i a d e H o r t a s
Galeria
35
Abóbora
Nome científico: Cucurbita ssp
Família: Cucurbitaceae
Características: planta rasteira cuja reprodução 
ocorre pelas sementes. Os frutos pesam de 5 kg 
a 40 kg.
Cultivo: deve ser feito em local definitivo, colocan-
do 4 sementes em cada cova de 25 cm de profun-
didade. Irrigar diariamente durante 30 dias após o 
plantio. Depois, regar de quatro em quatro dias. A 
colheita ocorre de 100 a 130 dias após o plantio.
Utilização: é consumida cozida para o preparo de 
doces, purês, sopas e saladas.
Pragas e doenças: podridão-dos-frutos, mosaico 
da melancia, cúpricos e brocas.
Abóbora-japonesa
Nome científico: Híbrido das espécies Cucurbita 
maxima e Cucurbita moschata
Família: Curcubitaceae
Características: também conhecida como tetsuka-
buto, é uma planta rasteira da família das abóboras 
com alta produtividade e tempo de desenvolvimen-
to um pouco mais rápido. Seus frutos arredondados 
têm casca de coloração escura e polpa alaranjada 
com grande concentração de água.
Cultivo: por ser uma espécie híbrida, deve-se plan-
tar em consórcio com algum cultivar polinizador já 
semeado, na proporção de 15 a 20%. Desenvolve-
se bem em climas quentes, com temperaturas de 
20ºC a 30ºC. Prefere os solos drenados, de textura 
média, leves e de boa fertilidade. 
Utilização: cozida, em diversas receitas salgadas e 
doces, em forma de purê, em pedaços nas saladas.
Pragas e doenças: pulgões, vaquinhas, brocas, 
antracnose e doenças causadas por fungos, como 
oído e míldio.
Fo
to
: 
Fe
rn
an
da
 V
en
ân
ci
o/
Pr
od
uç
ão
: 
Lu
ci
a 
Ba
rr
ad
as
Fo
to
: 
Fe
rn
an
da
 V
en
ân
ci
o/
Pr
od
uç
ão
: 
Lu
ci
a 
Ba
rr
ad
as
36 G u i a d e H o r t a s
Abobrinha italiana
Nome científico: Cucurbita pepo
Família: Curcubitaceae
Características: variedade de aboboreira com fru-
to mais alongado e alto teor de água, textura leve 
e rápido desenvolvimento.
Cultivo: gosta de solo areno-argiloso profundo e 
drenado, com pH entre 6 e 6,5. Adapta-se bem às 
mais variadas temperaturas, porém, prefere as mais 
altas. Propaga-se por sementes; cerca de 40 dias 
após o plantio, já está pronta para ser colhida. 
Utilização: Pode ser consumida assada, cozida, 
frita, empanada, refogada ou crua (ralada ou cor-
tada em finíssimas fatias).
Pragas e doenças: brocas, podridão-dos-frutos.
37
Fo
to
: 
Le
an
dr
o 
An
dr
ad
e/
Pr
od
uç
ão
: 
Lu
ci
a 
Ba
rr
ad
as
Açafrão-da-terra ou cúrcuma
Nome científico: Curcuma longa 
Família: Zingiberaceae 
Origem: Índia
Características: bem adaptada em solos úmidos, 
ricos e argilosos. Possui grandes folhas elípticas 
que partem de seu rizoma, que é ovoide e contém 
tubérculos cilíndricos. Suas flores são amareladas e 
têm 15 cm de largura em espigas densas. 
Parte usada: apenas o rizoma.
Ações: anti-inflamatória, hepatoprotetora, coleré-
tica e antidispéptica. Suas propriedades são indica-
das para combater os problemas de vesícula biliar, 
fígado e colesterol. Pesquisas demonstram que al-
tas doses de açafrão inibem a ovulação. 
Toxicologia e contraindicações: Não ingerir 
mais de 10 g por dia, o que equivale a 4 colheres 
de sobremesa, pois a planta é tóxica em grandes 
doses, podendo alterar o sistema nervoso e provo-
car abortos.
Curiosidades: faz parte da composição de co-
rantes e do curry, tempero tradicional indiano. Os 
trajes típicos budistas têm a cor amarelada pela 
cúrcuma. 
Abobrinha
Nome científico: Cucurbita pepo
Família: Cucurbitacea
Características: as abobrinhas são, na verdade, os 
frutos da aboboreira colhidos ainda jovens. Herbá-
ceas repletas de proteínas, cálcio, ferro, fósforo e 
vitamina A, B1, B2 e C.
Cultivo: em locais de clima quente, pode ser feito 
durante o ano todo. Já nas áreas mais frias, semeie 
duas sementes em vasos de 9 cm de diâmetro no 
início de novembro e faça o transplante das mudas 
para o canteiro definitivo no mês de dezembro. 
Colheita de 40 a 70 dias após a semeadura.
Utilização: é consumida de
diferentes formas: assada, cozida,
frita ou empanada.
Pragas e doenças: podridão-dos-frutos, mosaico-
da-melancia, cúpricos e brocas.
Fo
to
: 
M
ôn
ic
a 
An
tu
ne
s/
Pr
od
uç
ão
: 
Re
gi
na
 G
ui
di
Fo
to
: 
Sh
ut
te
rs
to
ck
38 G u i a d e H o r t a s
Açafrão verdadeiro 
Nome científico: Crocus sativus
Família: Iridaceae
Origem: Oriente Médio e parte da Ásia
Características: herbácea bulbosa com vistosas 
flores roxas. Gosta de solos areno-argilosos com 
exposição solar que vai da luz plena à meia-som-
bra. Propaga-se por sementes e estacas. 
Parte usada: estigma.
Ações: condimento, corante natural, aromatizan-
te. Tem propriedades antiespasmódicas, emena-
gogas e sedativas. Auxilia em casos de asma, co-
queluche, hemorroidas e cálculos renais, do fígado 
e da bexiga. Algumas fontes da medicina chinesa 
o consideram afrodisíaco. 
Toxicologia e contraindicações: oito a dez estig-
mas ou três gramas por dia . Em doses muito altas 
pode ser tóxico, desnorteante e abortivo. 
Curiosidades: é um dos ingredientes culinários 
mais caros do mundo, pois necessita uma quanti-
dade exorbitante de flores para produzir um quilo 
de produto. 
Acelga
Nome científico: Beta vulgaris (variedade: Beta cicla)
Família: Chenopodiaceae
Características: planta bianual sem fruto comes-
tível. As folhas são grandes, com forma oval, cuja 
cor varia conforme a espécie. O que se consome 
são as folhas e o nervo central, ricos em cálcio, 
ferro, fósforo, hidratos de carbono, potássio, pro-
teínas, sódio, niacina, vitaminas A, B1, B2, B5 e C. 
É conhecida também como beterraba-branca.
Cultivo: recomenda-se colocar de 2 a 3 sementes 
por cova, já no local definitivo, com 30 cm de dis-
tância entre cada uma. A colheita ocorre de 60 a 
90 dias após o plantio.
Utilização: é consumida crua ou refogada e é 
muito utilizada no preparo de saladas.
Pragas e doenças: nematódeos e pulgões.
Fo
to
: 
Fe
rn
an
da
 V
en
ân
ci
o/
Pr
od
uç
ão
: 
Lu
ci
a 
Ba
rr
ad
as
Fo
to
: 
Sh
ut
te
rs
to
ck
39
Agrião
Nome científico: Nasturtium officinale
Família: Brassicaceae
Características: herbácea aquática de caule oco, 
grandes folhas compostas e pequenas flores bran-
co-amareladas. Pode ser perene; a multiplicação 
ocorre por sementes plantadas diretamente no lo-
cal definitivo. 
Cultivo: as sementes podem ser plantadas nos 
canteiros definitivos, com distância de 30 cm en-
tre elas. O cultivo necessita de tanques inundados, 
também chamados de “agrieiras”, nos quais a fer-
tilização deve ser feita a cada semana. Colheita de 
75 dias após o plantio.
Utilização: em saladas, . Possui propriedades me-
dicinais antiescorbúticas, com alto teor de vitamina 
C e iodo. Além disso, trata-se de uma planta esti-
mulante, tonificante, cicatrizante e balsâmica.
Pragas e doenças: lagarta-rosada.
Fo
to
: 
Fe
rn
an
da
 V
en
ân
ci
o/
Pr
od
uç
ão
: 
Lu
ci
a 
Ba
rr
ad
as
40 G u i a d e H o r t a s
Aipo
Nome científico: Apium graveolens
Família: Apiaceae
Características: também conhecido como salsão, é 
uma planta composta de talos e folhas muito aro-
máticos. É fonte de vitamina A e de cálcio e sua sa-
fra acontece entre os meses de julho e novembro. 
Cultivo: prefere solos areno-argilosos, profundos, 
ricos em matéria orgânica e bem drenados. Adap-
ta-se melhor a temperaturas entre 15ºC e 20ºC e 
deve ser irrigado regularmente. 
Utilização: é amplamente usado no preparo de 
sopas, saladas e como condimento.
Pragas e doenças: septoriose do aipo. 
Fo
to
: 
Fe
rn
an
da
 V
en
ân
ci
o/
Pr
od
ução
: 
Lu
ci
a 
Ba
rr
ad
as
Alecrim
Nome científico: Rosmarinus officinalis L.
Família: Lamiaceae
Características: arbusto perene, de numerosas fo-
lhas verdes estreitas e duras. Possui intenso perfume 
nas folhas e flores, cuja cor é azul-clara. Pode viver 
até nove anos, exala um aroma forte e agradável e se 
adapta melhor ao clima subtropical. 
Cultivo: propaga-se bem em solos secos, bem 
drenados e pobres de matéria orgânica. Podem ser 
cultivados em vasos, desde que expostos à luz so-
lar de cinco a seis horas por dia.
Utilização: estimula o sistema nervoso, dando for-
ça e vigor aos que sentem fraqueza e exaustão. 
Possui propriedades antiespamódica, estomacal, 
antisséptica, antibacteriana e fungicida. As folhas, 
geralmente consumidas frescas, também podem 
ser usadas secas, principalmente em forma de chás 
e compressas. É indicado em caso de febre, dor de 
cabeça de origem digestiva, inapetência, debilida-
de cardíaca, gases intestinais, gripe, reumatismo e 
problemas respiratórios, estomacais e intestinais. 
Também pode ser usado como diurético, e seu 
óleo ajuda a prevenir a queda de cabelos.
Pragas e doenças: formigas-cortadeiras e brocas 
em plantas novas.
Fo
to
: 
Le
an
dr
o 
An
dr
ad
e
41
Alcaparras
Nome científico: Capparis spinosa L.
Família: Caparidáceas 
Características: possuem talos que podem crescer 
e atingir mais de um metro. As folhas são gran-
des e arredondadas, e as flores possuem coloração 
branca e um bonito botão floral.
Cultivo: desenvolvem-se bem em solos secos, exi-
gem temperatura elevada, muita iluminação e abri-
go dos ventos. Vegetam bem em solos áridos e até 
pedregosos, desde que bem drenados; os ideais são 
sílico-calcários e sílico-calcários-argilosos. O cultivo 
pode ser por sementeiras ou, mais comumente, atra-
vés de estacas e embriões da raiz. A partir do segun-
do ano de plantio, entram em produção e mantêm-
se produtivas por, aproximadamente, 20 anos.
Utilização: como tempero no preparo de peixes e 
carnes, além de pizzas e saladas. São fontes de vi-
taminas, sais minerais e fibras, contêm considerável 
teor de cálcio, sendo recomendadas para pessoas 
com osteoporose e com retenção de líquidos.
Alcachofra
Nome científico: Cynara scolymus
Família: Compositaeae
Características: são hortaliças perenes, com caule 
esbranquiçado, grandes folhas verdes, lanceoladas 
e carnosas. Podendo atingir até 1,5 m de altura. 
Multiplica-se por brotos que se desenvolvem em 
torno do caule principal.
Cultivo: não há época apropriada para semeá-
la. O o transplante pode ser feito entre janeiro e 
fevereiro, com um espaçamento de 60 cm entre 
as mudas. Não é recomendado dividir o local com 
outro tipo de cultura. A colheita é feita quando as 
brácteas estão inchadas, porém não se deve colher 
tudo de uma só vez. Deve-se cortar as brácteas em 
formato de flor quando ainda estiverem verdes, 
para aproveitar melhor o sabor.
Utilização: além de alimento, a alcachofra é muito 
apreciada por suas virtudes terapêuticas: regulariza 
o metabolismo e as funções do fígado.
Pragas e doenças: pulgões e cochonilha-vermelha.
Fo
to
: 
Le
an
dr
o 
An
dr
ad
e
Fo
to
: 
M
ôn
ic
a 
An
tu
ne
s 
42 G u i a d e H o r t a s
Alho
Nome científico: Allium sativum
Família: Alliaceae
Características: herbácea de propagação vegeta-
tiva, cujas características, como formato e cor dos 
bulbos, número de dentes, folhas, sistema radicu-
lar e ciclo, identificam suas diferentes variedades. 
As folhas são estreitas e alongadas, recobertas por 
uma camada de cera que protege do ataque de 
doenças. Seu porte vai de 50 a 70 cm de altura e 
suas raízes são compridas, atingindo 50 cm.
Cultivo: entre fevereiro e abril. Divida uma cabeça 
de alho em dentes e plante-os em linha reta com 
um espaçamento de 15 cm entre eles. Colha quan-
do as folhas começarem a amarelar.
Utilização: possui propriedades medicinais, como 
redução da pressão arterial e prevenção de tumo-
res e problemas nos vasos sanguíneos.
Pragas e doenças: tripes e mariposas, ácaros, fer-
rugem e podridão-branca.
Alfafa
Nome científico: Medicago sativa
Família: Fabaceae 
Características: leguminosa perene de alto valor 
nutritivo e muito adaptável aos mais diferentes ti-
pos de clima e solo.
Cultivo: prefere solos areno-argilosos férteis de 
estrutura média, profundos e sem compactação, 
com boa permeabilidade e de pH neutro. Atenção 
à qualidade das sementes, que devem ter uma co-
loração amarelo-esverdeada.
Utilização: saladas, sopas, tempero, chá (da folha 
seca) e forragem para animais. Ajuda a combater 
anemia, raquitismo, ansiedade, excesso de ureia, 
escorbuto, falta de apetite, má digestão, úlceras 
nervosas, cistite, reumatismo e artrite.
Pragas e doenças: lagartas, vaquinha e pulgões, 
murcha bacteriana e podridão das raízes.
Fo
to
: 
Fe
rn
an
da
 V
en
ân
ci
o/
Pr
od
uç
ão
: 
Lu
ci
a 
Ba
rr
ad
as
43
44 G u i a d e H o r t a s
Alface
Nome científico: Lactuca sativa
Família: Asteraceae
Características: a alface tem como parte comestível as folhas, que po-
dem se apresentar lisas ou crespas, de coloração verde ou roxa. Sua 
multiplicação é feita por sementes pequenas, cinzas, pretas ou marrons. 
As flores são distribuídas em capítulos, do tipo hermafroditas, com au-
topolinização. Possuem grandes ramificações e são fasciculadas. 
Cultivo: pode ser feito durante o ano todo. Recomenda-se um espaça-
mento de 30 cm entre as mudas. A germinação leva cinco dias e, na hora 
do transplante, escolha as mudas com 6 ou 8 folhas bem desenvolvidas. 
O ciclo da alface varia entre 50 e 100 dias. Na colheita, corte as folhas ou 
arranque-as pela raiz. Uma dica importante é fazer a colheita durante a 
madrugada, para manter a qualidade.
Utilização: é uma das verduras mais consumidas no preparo de saladas.
Pragas e doenças: lagartas, lesmas e caracóis, podridão basal e mosaico.
Fo
to
: 
Le
an
dr
o 
An
dr
ad
e/
Pr
od
uç
ão
: 
Lu
ci
a 
Ba
rr
ad
as
45
Fo
to
: 
Le
an
dr
o 
An
dr
ad
e/
Pr
od
uç
ão
: 
Lu
ci
a 
Ba
rr
ad
as
Almeirão
Nome científico: Chicrium intybus
Família: Asteraceae
Características: folhas que variam do verde mais cla-
ro até o mais escuro. Pouco energéticas, com cerca 
de 20 calorias a cada 100 g. Possuem em sua compo-
sição, proteínas, fósforo, cálcio, ferro e as vitaminas 
A, B1, B2 e C.
Cultivo: feito com sementes no local definitivo, es-
palhadas em covas de 1 cm e em uma distância de 
25 cm entre elas. Nas regiões Sul e Sudeste, o plan-
tio ocorre o ano todo. Já nas outras áreas do País, 
acontece entre março e junho. A colheita ocorre em 
cerca de 50 a 60 dias após a semeadura. O corte das 
folhas externas deve ser feito rente ao solo.
Utilização: normalmente é consumido cru, 
em saladas.
Pragas e doenças: fungos, pulgões,
tripes, lesmas e lagarta-rosa.
46 G u i a d e H o r t a s
Arroz
Nome científico: Oriza sativa
Família: Poaceae
Características: originário de regiões úmidas da 
Ásia e considerado o alimento básico para mais da 
metade da população mundial. É uma planta hi-
drófila e necessita de boa irrigação. Caracteriza-se 
por pequenos grãos brancos, amarelos, marrons, 
vermelhos e até mesmo pretos. Existem mais de 
100 espécies.
Cultivo: a partir de outubro ou no fim de setembro 
até o começo de dezembro, dependendo da varie-
dade. Pode ser feito com semeadeiras manuais em 
covas de 5 cm. A planta é delicada e exige uma boa 
preparação do solo. O arroz está no ponto de colher 
quando a maioria dos grãos, 2/3 ou mais, atingir 
pleno amadurecimento.
Utilização: é consumido cozido em água, muito 
comum no prato dos brasileiros e asiáticos.
Pragas e doenças: cupim, percevejo, brusone, 
mancha de grãos e escaldadura.
Alho-poró
Nome científico: Allium porrum
Família: Alliaceae
Características: no primeiro ano, produz apenas 
folhas; no segundo, começam a surgir flores de di-
ferentes cores. São resistentes e rústicas, cuja parte 
comestível, o talo, apresenta-se cilíndrico e estiolado, 
com a base dilatada. É rico em ferro, cálcio, fósforo, 
proteínas

Continue navegando