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A pandemia de coronavírus

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Estima-se que 93% das pessoas sentiram o impacto da covid-19 no mundo do trabalho. Vários países já entraram em retrocesso e, na avaliação de vários economistas e observadores, a economia global sofrerá anos até se recuperar das perdas da crise provocada pelo coronavírus. Na tentativa de impedir a disseminação do vírus, boa parte da população do mundo, tiveram que se isolar, fechando escolas, comércios, interrompendo a produção industrial e fechando fronteiras. A pandemia tem estimulado perdas históricas nas bolsas de valores, atividades artísticas, criativas e de espetáculos, companhias aéreas, empresas do setor de turismo, tecnologia, automóveis dentro outros. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) a crise econômica trabalhista provocada pela pandemia do covid-19 pode aumentar o desemprego global em quase 25 milhões de pessoas.
Desemprego e a flexibilidade no contrato de trabalho durante a pandemia
O desemprego no Brasil aumentou 27,6% em seis meses de pandemia, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O País perdeu 7,8 milhões de postos de trabalho em relação ao trimestre anterior. E o número de empregados com carteira assinada também caiu para o menor nível da série histórica e, pela primeira vez, menos da metade da população em idade de trabalhar está ocupada. 
A palavra de ordem no momento, é "Isolamento Social" o isolamento está sendo necessário para tentar evitar a quebra do sistema de saúde. Diante disso o governo tomou algumas medidas, como o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. O governo também reduziu em 50% contribuições das empresas para o Sistema S.
De inicio, a quarentena obrigou o fechamento da maior parte do comércio, assim, ficando aberto somente o "necessário" como postos de gasolina, farmácias e supermercados, a quarentena despertou as pessoas para a praticidade de comprar online e isso certamente permanecerá como tendência. 
Apelidada de MP trabalhista, a Medida Provisória nº 936 de primeiro de abril de 2020 autoriza empregadores a reduzirem salários e cargas horárias proporcionalmente. A estimativa oficial é de que 24,6 milhões de trabalhadores do regime CLT sejam afetados.
A precarização se expandiu a partir daí, visto que boa parte da população não tem carteira assinada e trabalha por conta própria, cinco por cento dos brasileiros, 10,4 milhões de pessoas, sobrevivem com R$ 51 mensais, em média. Outros 30%, 60,4 milhões de pessoas, com R$ 269. Esses valores já são considerados baixissimos para a sobrevivência, sem ele é pior ainda.
Com a nova flexibilidade, as mudanças trabalhistas vem com a proposta de aumentar os empregos, mas isso infelizmente após as reformas que prometeram criar empregos sem sucesso, medidas temporárias tentam manter vagas em meio à crise causada pelo novo coronavírus. A reforma trabalhista de 2017 foi uma das principais bandeiras do governo de Michel Temer 2016 a 2018. O então presidente, que assumiu o cargo após o impeachment de Dilma Rousseff 2011 a 2016, defendia que a flexibilização do trabalho iria gerar empregos e modernizar a legislação brasileira. A reforma passou a valer em novembro de 2017, com novas regras para contratar, demitir, negociar e acionar a Justiça.
À época, as projeções do governo era de criação de milhões de empregos – o Ministério do Trabalho falava em 2 milhões, e o então ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, chegou a falar em 6 milhões de novas vagas por conta da flexibilização. Em novembro de 2019, um texto do Nexo mostrou que, dois anos após a reforma, o desemprego havia recuado timidamente, e o crescimento que houve no número de pessoas empregadas se deu majoritariamente no setor informal.
Pouco menos de dois anos depois, já sob Jair Bolsonaro, o Congresso Nacional aprovou outro conjunto de mudanças que afetaram as relações de trabalho. A chamada Medida Provisória da Liberdade Econômica, de agosto de 2019, foi apelidada de “minirreforma trabalhista” em Brasília. Isso porque trazia mais pontos de flexibilização do trabalho, como menores exigências nas obrigações das empresas para registrar o ponto dos funcionários. À época de sua tramitação, o governo chegou a dizer no texto que levaria à criação de 3,7 milhões de empregos em dez anos.
Em 2020, as relações trabalhistas estão novamente sob discussão em Brasília, agora em razão da pandemia do novo coronavírus e seus impactos na economia. As medidas em andamento são uma tentativa de manter parte dos empregos atuais.
Desde o início da pandemia, o número de pessoas empregadas no Brasil despencou. Entre março e maio de 2020, quase 7,8 milhões de postos de trabalho foram perdidos, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Além do fechamento de vagas, muitas pessoas deixaram de procurar trabalho – seja por desalento (falta de esperança de ser contratado), falta de trabalho no local onde mora ou por receio de contágio pelo novo coronavírus.
Flexibilizar ao invés de garantir direitos trabalhistas na presente crise pode parecer uma incoerência, mas é apropriado ter em mente que, como já se sabe, os grandes movimentos históricos acontecem primeiro como tragédia e depois como farsa. É preciso vigilância. O movimento de flexibilização constantemente revisita a conformação laboral. É como um vírus sofrendo mutação, que reaparece tirando direitos com mais força.
Frente a essa realidade, muitas pessoas têm encontrado na modalidade remota uma alternativa para conciliar o isolamento e seus trabalhos. O tele trabalho, previsto em ambas MPs, requer apreciação cautelosa. Alguns discursos de grandes empreendedores ressurgem levantando o estandarte otimista do tele trabalho como nova possibilidade, combinando liberdade, otimização de recursos, e demais supostas vantagens.
os entregadores de apps expõe os riscos e precarização do serviço
 A pandemia de coronavírus tem ocasionado abalos nos mercados globais e paralisado atividades econômicas em todo o mundo, com impactos na produção industrial, comércio, emprego formal e informal e renda. Afetando severamente o mundo do trabalho, seja, com a perda de emprego e renda, com a introdução massiva do trabalho remoto ou com a exposição ao risco de contágio, trabalhadores de todo o mundo sofrem os efeitos da covid-19.
. Na tentativa de impedir a disseminação do vírus, boa parte da população do mundo, tiveram que se isolar, fechando escolas, comércios, interrompendo a produção industrial, fechando fronteiras e infelizmente muitas pessoas também tiveram que se adaptar a nova realidade de hoje, devido a pandemia, então foi o jeito melhor de atender a população e a entregas o chamado de delivery.
As medidas de isolamento social impostas pela pandemia de Covid-19 colocaram em evidência o trabalho dos entregadores de aplicativos e as condições a que estes trabalhadores e trabalhadoras estão submetidos, com jornadas extenuantes, critérios de remuneração pouco claros e completa ausência de direitos ou benefícios sociais.
Diante da pandemia, em que os aplicativos se tornaram um serviço essencial para a população, os entregadores estão se dando conta do quanto correm riscos e não são remunerados da maneira adequada. Quando Todo mundo está em casa se isolando em quarentena, os entregadores estão ficamos nas ruas o dia inteiro, na batalha para garantir as entregas de delivery, colocando a nossa saúde e de nossas famílias em risco, trabalhando largados à própria sorte e sem nenhuma medida de prevenção e proteção das empresas de aplicativos que fazemos as entregas.
Segunda a categoria informaram que as empresas que usam este tipo de apps, lucraram tanto com esta pandemia. E infelizmente Na contramão do aumento dos lucros das empresas, os acidentes de motociclistas não param de subir também. Mesmo com as medidas de isolamento social e a consequente diminuição no trânsito de veículos, o número de acidentes de motos cresceu expressivamente desde o início da quarentena. Segundo o levantamento o numero de vitimas fatias aumentaram também durante o isolamentosocial. Uma Denuncia feita pelo motoboy Mineiro, mostra como a precarização dessa categoria esta nesta pandemia, “Quando pegamos a corrida temos que fazer a entrega no tempo estipulado para o cliente não ficar furioso. Isso é um perigo, pois muitas das vezes, na pressa de chegar até o destino, o motoqueiro acaba se envolvendo em acidente. Isso se agrava ainda mais, pois existem meninos novos fazendo entregas e que ainda não têm a habilidade para pilotar”.
E devido a estes descasos, não existe transparência total na remuneração dele, sendo que o algoritmo que é responsável pelo cálculo de remuneração dos serviços prestados pelos entregadores de apps. As empresas de aplicativos praticam um preço 50% menor do que as empresas formais porque as empresas de aplicativo não cumprem toda a estrutura de trabalho prevista na legislação – o piso salarial, seguro de vida, aposentadoria, auxílio em caso de acidente, 13º, férias, cesta básica, equipamentos de segurança, vale-refeição, refeitório, adicional de periculosidade.
Diante de todos os fatos de precariedade que se acentuou em meio a pandemia, as manifestações tem sido a forma como estes trabalhadores encontraram para se fazer ouvir e tem se desenrolado uma série de protestos, paralisações e greves realizadas por entregadores vinculados a aplicativos. Assim como muitos outros movimentos, a perseguição por parte dos aplicativos, através dos desligamentos, a fim de reprimir a luta e a organização dessa parte da classe trabalhadora, expõe que para o capital, o que importa é o lucro acima de tudo. Em meio a pandemia, a solidariedade entre a classe trabalhadora é fundamental para conquistarmos condições de vida dignas para os nossos. Assim, mesmo que os atos que têm sido realizados representem um risco de contágio precisamos apoiá-los.
Blog do Pedlowski, Greve dos entregadores de aplicativos expõe a ultra precarização do trabalho no Brasil. julho 1, 2020. Disponível em: https://blogdopedlowski.com/2020/07/01/greve-dos-entregadores-de-aplicativos-expoe-a-ultra-precarizacao-do-trabalho-no-brasil/. Acessado em 02/11/2020.
Portal Geledes, Greve dos entregadores expõe precarização do trabalho por aplicativos. Entrevista com Ricardo Antunes e Ruy Braga. 07 jul2020. Disponível em: https://www.geledes.org.br/greve-dos-entregadores-expoe-precarizacao-do-trabalho-por-aplicativos/. Acesso em 02/11 2020.
André Barreto, Precisamos falar sobre a precarização do trabalho dos entregadores por aplicativo, 03 de Julho de 2020 às 14:01, Disponível em: https://www.brasildefatope.com.br/2020/07/03/precisamos-falar-sobre-a-precarizacao-do-trabalho-dos-entregadores-por-aplicativo/. Acessado em: 02/11/2020.

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