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EXAME FÍSICO OSTEOARTICULAR Lara Camila | 4º Semestre Boa parte do que acomete o aparelho locomotor são lesões traumáticas, deformidades e inflamatórias; EXAME GERAL 1- Inspeção Realizamos a inspeção tanto das articulações acometidas, quanto observando no paciente características relevantes para o exame do aparelho locomotor. Assim, na inspeção estática analisamos alterações de pele e fâneros. Tufos pilosos na região lombossacral são muito comuns em crianças com defeitos de fechamento do tubo neural. Nem sempre esse defeito é clinicamente evidente. Manchas café com leite – manchas hipercrômicas que podem indicar neurofibromatose. Além disso, também avaliamos aumento de volume da articulação, deformidades, características específicas de algumas doenças etc. Há vários tipos de deformidades, seja por traumas, fraturas ou luxações ou por causas mais crônicas, como escoliose. Na inspeção dinâmica analisamos o paciente fazendo movimentos específicos; Geralmente, é feita em regiões chaves, ou seja, não é realizada em todas as articulações do corpo. Na inspeção dinâmica avaliamos a amplitude do movimento, para observarmos se existe alguma limitação. Além disso, avaliamos a marcha – que se divide entre a parte da neurologia e do aparelho locomotor. Na neurologia, temos um olhar voltado para as doenças neurológicas, já em locomotor analisamos se o paciente tem um encurtamento dos membros, por exemplo. 2- Palpação Na palpação, realizamos algumas manobras específicas. Inicialmente, deve-se tocar as articulações, palpar os processos espinhosos etc. Testes especiais a) Teste de Adams: avalia escoliose. b) Tete de Phalen: avalia a síndrome do túnel do carpo; se o paciente relatar dor, o teste é positivo. EXAME SEGMENTAR 1- MÃOS E PUNHOS Na inspeção, avaliamos desvios ou deformidades nos dedos (artrite reumatoide com desvio ulnar e lúpus com artropatia de jaccout); presença de nódulos: Haberden/Bouchard A osteoartrite das mãos pode cursar com deformidades das articulações interfalagianas; se for nas articulações distais, são chamadas de nódulos de Heberden, e se for nas articulações proximais, são chamadas de nódulos de Bouchard. Na palpação, analisamos dor, edema articular e os nódulos de Henerden/Bouchard. Muitas vezes, esses nódulos não causam dor à palpação, mas podem causar a depender do grau da inflamação. A dor está mais presente em processos inflamatórios agudos, como AR ou lúpus se tiver com inflamação ativa. Os movimentos também devem ser analisados inicialmente de forma ativa, e depois de forma passiva: Punhos -> pronação/supinação e flexão/extensão Dedos -> adução/abdução e flexão/extensão Polegar + indicador -> pinça Síndrome do Túnel do Carpo Causas: DM, gestação, hipotireoidismo (retenção hídrica acaba comprimindo a região); Compressão direta: sinovite, tumor; Testes: além do Teste de Phalen, que comprime o nervo, podemos realizar o Teste de Tinel (percute o nervo mediano que passa no meio da região anterior do punho se o paciente sentir um choque/dor/dormência o teste é positivo); OBS: o nervo mediano inerva os três primeiros quilodáctilos e parcialmente o quarto. A porção dorsal das mãos é inervada, majoritariamente pelo nervo radial. Dedo em gatilho Tendinite que pode gerar alguns nódulos nos tendões. O nódulo dificulta o deslizamento do tendão dentro da polia, que ocasiona a dificuldade para extensão do dedo. Fratura de Colles (rádio distal) É uma fratura que acontece em idosos, normalmente por osteoporose, e em jovens acontece por traumas de alta energia. Deformidade em “Dorso de Garfo”. OBS: terá história de traumas. 2- OMBRO Na inspeção, avaliamos a assimetria (elevação do ombro) que pode ter vários motivos, inclusive a escoliose. Além disso, realizamos a palpação em pontos dolorosos e em edema articular. Avaliamos os movimentos: • Flexão (levantar o braço para frente) e extensão (para trás); • Abdução e adução; • Rotação interna e externa; Síndrome do Impacto (lesão do manguito) Lesão dos tendões que compõem o manguito rotador: supra espinhoso (lesão mais frequente) + infraespinhoso + subescapular + redondo menor. Testes para avaliar a integridade do manguito: a presença de dor indica lesão. a) Manobra de Neer: eleva o braço do paciente; b) Teste de Hawikins-Knenedy: dobra o braço com o polegar para baixo; o médico força o antebraço para baixo fazendo uma rotação interna; c) Teste de Yokum: coloca a mão no ombro contralateral e o próprio paciente pode tentar elevar o cotovelo; Esses testes analisam lesões em locais diferentes, mas todas avaliam o manguito. Luxação do ombro Sinal da dragona – sinal radiológico presente no processo de luxação anterior da clavícula; é muito comum em quedas. 3- COTOVELOS Na inspeção avaliamos os nódulos (tofos gotosos) e o aumento do volume articular e da Bursa olecraniana. Em relação aos movimentos, avaliamos a flexão/extensão e a pronação/supinação. Na palpação, avaliamos pontos dolorosos e edema articular. Epicondilite lateral: tendinite dos extensores do punho; cotovelo do tenista Epicondilite medial: tendinite dos flexores do punho; cotovelo do golfista Para avaliar a epicondilite medial, avaliamos os flexores através de uma flexão do punho contra uma resistência. Se o paciente sentir dor, o teste é positivo; Para avaliar a epicondilite lateral, avaliamos os extensores ao pedir para o paciente realizar a extensão do punho contra resistência (Teste de Mill e Teste de Cozen ) 4-QUADRIL Na inspeção, avaliamos a marcha e dismetria (diferença entre os membros); Movimentos: flexão, extensão, adbução, adução, rotação interna e externa. Na palpação, avaliamos a articulação profunda não palpável, e pontos dolorosos peri articulares (Bursa trocantérica). Bursite Trocantérica Dor na região trocantérica: irradia para face lateral da coxa até o joelho (nunca atinge os pés); Agravada ao levantar-se Dor noturna – paciente não consegue deitar-se do lado acometido Fraturas do quadril Ocorre principalmente em idosos devido à osteoporose, ou em acidentes automobilísticos; o processo de fratura ocasiona o encurtamento e rotação externa do membro; Fraturas em livro aberto da pelve Como a pelve é uma região que comporta muito sangue, o paciente pode entrar em choque hipovolêmico. Pode haver aumento da bolsa escrotal ou dos grandes lábios sendo um sinal de sangramento intenso que está extravasando para as partes moles. Rotação externa dos dois membros; Presença do Sinal de Destot – surgimento de um hematoma extenso acometendo a genitália. 5- JOELHOS Na inspeção, avaliamos os desvios: geno varo (os joelhos se afastam do eixo) ou geno valgo (os joelhos se encontram medialmente) Na inspeção, avaliamos o aumento do volume articular. Na palpação, avaliamos edema articular, pata de ganso – nessa região irão se inserir os tendões dos músculos que sustentam a patela; ele se insere na face anterior da tíbia como se fosse o pé de um pato, por isso essa região é chamada de pata de ganso. As tendinites nessa área podem gerar instabilidade no joelho, dor e edema. Avaliamos os movimentos: flexão e extensão Sempre avaliar a crepitação do joelho na palpação (comum nos processos de osteoartrose); Testes para instabilidade ligamentar Deslocamento da tíbia: mexe a tíbia, se houver deslocamento o teste é positivo; É necessário fazer os movimentos cruzado anterior e posterior; O teste para o ligamento cruzado anterior é chamado de Teste de Gaveta anterior. Para os ligamentos colaterais, realizamos os movimentos: medial e lateral Bursiteanserina/tendinite da pata de ganso Tendinite da pata de ganso: envolve apenas os tendões e não a Bursa; Bursite anserina: inflamação e distensão da Bursa anserina Queixa: dor/aumento do volume local, principalmente se tiver bursite associada. 6- TORNOZELOS E PÉS Na inspeção, avaliamos o arco do pé e desvios do hálux valgo. Na palpação, avaliamos o edema articular e postos dolorosos: Calcâneo/região plantar -> esporão de calcâneo (calcificação de parte da face plantar); Avaliar os movimentos: dorsiflexão do pé, flexão plantar, eversão do pé, inversão do pé, abdução/adução. Fasciite Plantar Quadro doloroso na região plantar do retropé; Dor localizada particularmente no primeiro apoio pela manhã; Causa mais frequente é o esporão calcâneo (é como se fosse um calo; uma calcificação que surge na região do calcâneo e, por isso, no plano irá surgir uma fasciíte plantar). 7- COLUNA VERTEBRAL Na inspeção avaliamos as curvatutas: escoliose, hiperlordose e hipercifose. Na palpação, é necessário avaliar os processos ósseas e a musculatura paravertebral; Avaliar os movimentos: flexão/extensão, rotação e lateralização. Exame neurológico: força muscular, reflexos, teste para compressão radicular (Laségue); Teste de Laségue
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