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Fechamento – Problema 4 Módulo - Perda de Sangue Hyana M. UNIME 2021.2 tratamento: A peça chave para o tratamento de tromboembolismo pulmonar é a anticoagualção. É importante saber que os anticoagulantes não degradam os trombos já formados, mas eles atuam impedindo a formação de novos trombos, ou seja, os anticoagulantes evitam a recorrência do tromboembolismo pulmonar. !!!! A escolha da melhor opção terapêutica consiste na avaliação da apresentação hemodinâmica do paciente. E podemos lembrar da classificação de PESI quanto ao risco de mortalidade do paciente com TEP e ver onde o paciente deve ser tratado: 1. Baixo risco: tratamento ambulatorial; 2. Risco intermediário: tratamento hospitalar em enfermaria 3. Risco alto; tratamento hospitalar em unidade de terapia intensiva. Pacientes de baixo risco: Pacientes de baixo risco pelo escore prognóstico PESI são candidatos a tratamento domiciliar com anticoagulação oral e acompanhamento ambulatorial. Opções de anticoagulação oral: -- Rivaroxabana 15 mg VO de 12/12 horas por 3 semanas, seguido de 20 mg 1x/dia por pelo menos 3 a 6 meses; -- Apixabana 10 mg VO de 12/12 horas por 7 dias, seguido de 5 mg VO de 12/12 horas por pelo menos 3 a 6 meses. Pacientes de médio e alto risco: Nestes casos, o tratamento tem como base duas estratégias terapêuticas complementares: a anticoagulação e a trombólise, sendo esta última indicada nos casos graves com instabilidade hemodinâmica e/ou disfunção do VD grave. A preferência é pela heparina de baixo peso molecular (enoxaparina, dalteparina) nos casos de não alto risco, e pela heparina não-fracionada nos casos de alto risco (instabilidade hemodinâmica e candidato a trombólise - processo pelo qual se dissolve um trombo formado na corrente sanguínea). Medidas de Suporte: 1. Oxigenoterapia: pacientes com saturação periférica de O2 (SpO2) < 90% devem receber oxigênio suplementar. Saturação da paciente é de 91% Como o pulmão possui 3 fontes possíveis de suprimento de oxigênio para seus tecidos (artérias pulmonares, vias aéreas e artérias brônquicas), deverá sempre ser fornecido oxigênio suplementar para os pacientes com TEP. Analgesia pode ser utilizada, quando houver necessidade. Em caso de hipóxia, instabilidade hemodinâmica grave e rebaixamento do nível de consciência e insuficiência respiratória grave – tem indicação de intubação orotraqual e ventilação mecânica. 2. Suporte Hemodinâmico: Pacientes que apresentam hipotensão devem receber fluidos com cautela, sendo recomendada infusão de 500 a 1000ml de cristaloides. Em caso de ausência de resposta adequada, deve ser instituída terapia com droga vasoativa. Conduta com o paciente ESTÁVEL: O paciente pode ser anticoagulado de imediato, mesmo que o diagnóstico ainda não tenham sido fechado, nestes casos, se tivermos evidencias, não devemos postergar e esperar o resultado dos exames de imagem, pois a mortalidade de TEP é elevada. Iniciar anticoagulação independente do tempo para disponibilização do resultado do exame. Opções de anticoagulantes usados na fase inicial são: 1. Heparina de Baixo peso molecular (HBPM): Exemplo: Enoxaparina – administrar 1,5 mg/kg de peso, via subcutânea, uma vez ao dia. Em relação à heparina não fracionada, a heparina de baixo peso molecular possui efeito rápido e menor risco de sangramento e plaquetopenia (nível baixo de plaquetas). Não é necessário o acompanhamento por exames complementares (coagulograma) para avaliar sua atividade anticoagulante, o RNI. Esta medicação deve ser contraindicada ou ajustada em pacientes com disfunção renal grave já que sua excreção é renal. 2. Heparina não fracionada (HNF): Via intravenoso Possui efeito rápido e pode ser usado em pacientes com disfunção renal. Um dos principais esquemas sugere administrar uma dose de ataque de 80UI/kg, seguido por uma dose de manutenção de 12-18UI/kg por hora em bomba de infusão, com dose máxima de 1000UI/kg. Devemos realizar o controle com coagulograma pelo TPPa (inicialmente deve-se pedir de 6/6h), realizando A anticoagulação na gestação deve ser feita com a Enoxaparina. Fechamento – Problema 4 Módulo - Perda de Sangue Hyana M. UNIME 2021.2 ajustes pelo valor do TTPa, cujo valor deve ficar entre 65 e 85. valor de TTPA da paciente foi de 40 segundos. Normal = inferior a 40 segundos. Observações: Antídoto disponível: protamina. Não precisa ajustar função renal. 3. Inibidor do Fator Xa: Exemplo: Fondaparinux Faz parte dos novos anticoagulantes orais e apresenta como benefício: à não interação com alimentos (diferente do que ocorre com os cumarínicos), assim não há restrição alimentar. Também não é necessário realização de exames para acompanhar sua atividade anticoagulante, portanto, NÃO se faz controle do RNI. Entretanto o que limita a sua utilização é o elevado custo, o que dificulta a difusão do seu uso no Brasil. Fondaparinux – Possui efeito rápido e agudo. É muito utilizado em pacientes com trombocitopenia induzido pela heparina. Contraindicado em casos de disfunção renal. Deve ser administrado conforme o peso, por via subcutânea: 1. Peso menor que 50 kg: 5 mg. 2. Peso 50-100 kg: 7,5 mg. 3. Peso maior que 100 kg: 10 mg Observações: Não recomendado na lactação. 4. Cumarínicos: Exemplo: Marevan (Varfarina sódica). Marevan - Inicia-se com 5 mg por dia via oral, com ajustes conforme RNI. -- Ajustar a dose para manter RNI entre 2 e 3. Dose diária final (após ajuste): varia de 2 a 10mg/dia. É uma das drogas mais utilizadas para anticoagulação dos pacientes após a alta hospitalar, no entanto, NÃO pode ser utilizado isoladamente no paciente admitido com TEP, uma vez que os inibidores da vitamina K (como a varfarina) apresentam inicialmente um efeito pró-trombótico paradoxal, devendo ser combinados ao uso da HNF ou enoxaparina até atingir os níveis de RNI adequados. Assim é utilizado como uma ponte terapêutica, já que seu efeito demora cerca de 3 a 5 dias. Devem ser EVITADOS durante a gestação por apresentar atividade teratogênica. Porém durante a amamentação pode ser utilizada já que não é excretado pelo leite materno. Evitar o consumo de alimentos ricos em vitamina K (exemplo: folhas verde-escuras), já que os cumarínicos exercem sua função anticoagulante inibindo os fatores de coagulação dependentes de vitamina K. É válido salientar que estes pacientes devem fazer o controle regular do RNI (15 em 15 dias). A meta do RNI é ficar entre o intervalo 2-3, para que o paciente seja considerado adequadamente anticoagulado. Em caso de RNI < 2 devemos subir a dose da medicação (paciente não anticoagulado). Porém, em níveis > 3 aumenta-se a chance de sangramento, assim devemos reduzir a dose da medicação e em casos de RNI muito elevado, por exemplo, acima de 6, o paciente deve ser internado para controle do RNI. 5. Novos anticoagulantes orais (NOACs): Apixabana - Administrar 10 mg VO a cada 12 h, por 7 dias, seguidos de 5 mg VO a cada 12 h. Rivaroxabana: xarelto – Administrar dose de 15 mg por via oral (VO) a cada 12 horas, por 21 dias, seguida de 20 mg VO uma vez ao dia. (inibidor do Fator Xa) Endoxaban – Administrar 60 mg por via oral (VO) uma vez ao dia. Dabigatran: pradaxa – Administrar 150 mg por via oral (VO) a cada 12 horas. (inibidor de trombina). Redução da dose para 110mg , 12/12h é recomendado em pacientes com maior risco de sangramento, incluindo pacientes com ≥75 anos, com um ou mais fatores de risco para sangramento Observações: Novo antídoto disponível no mercado: idarucizumab. Apixabana e Rivaroxabana: possuem efeito rápido. Endoxabana e Dabigatrana: não possuem efeito imediato. Vantagens: menor sangramentoem relação à varfarina, possuem pouca interação com alimentos e não é necessário o controle de RNI. Desvantagens: contraindicado em pacientes com disfunção renal, FA com uso de prótese valvar e pacientes com estenose mitral. Além disso, é um medicamento caro. Por quanto tempo devemos anticoagular o paciente com TEP? Caso a TEP seja de origem não provocada ou causada por um fator que não pode ser corrigido (por exemplo, quando o paciente apresenta um câncer O uso de Heparina (independente do tipo) pode induzir a plaquetopenia, sendo esse evento mais comum em pacientes que fazem uso de heparina não fracionada. Valores do RNI adequados com utilização de Varfarina: entre 2 e 3. RNI >3: aumenta as chances de sangramento. RNI < 2: não protege contra novos eventos trombolíticos. Fechamento – Problema 4 Módulo - Perda de Sangue Hyana M. UNIME 2021.2 que não pode ser tratado) ou ainda se for um quadro de TEP recorrente, a recomendação é anticoagulação por no mínimo três meses. Em caso de TEP provocada por um fator como imobilização, cirurgias, câncer ou gravidez, a recomendação é suspender a anticoagulação após 3 meses da resolução do fator desencadeante. Podendo ser postergada a partir da análise do especialista. Pacientes com câncer devem tratar durante todo o tratamento da neoplasia. Avaliar contraindicações à anticoagulação: Contraindicações RELATIVAS à anticoagulação: 1. Sangramento ativo (recomenda-se aguardar 4-6 semanas para início de anticoagulação em pacientes com sangramento fora do sistema nervoso central; em pacientes com sangramento em nível de SNC, recomenda-se aguardar mais de 6 semanas); 2. AVC hemorrágico no passado; 3. Cirurgia, trauma, procedimentos < 10 dias; 4. Trauma recente, incluindo parada cardíaca traumática; 5. Neurocirurgia < 2 meses; 6. Defeitos conhecidos na coagulação (RNI basal > 1,2 ou TTPa > 1,3 vs. controle); 7. Trombocitopenia (< 50.000/mm3) ou disfunção plaquetária; 8. Doença ulcerosa péptica ativa; 9. Sangramento digestivo < 6 meses; 10. Hipertensão grave, não-controlada (pressão arterial sistólica > 200mmHg ou pressão arterial diastólica > 110 mmHg); 11. AVC ou AIT < 12 meses; 12. Anemia grave ou de causa não explicada; 13. Tumores ulverados (de qualquer tipo); 14. Tumor, aneurisma ou mal-formação do SNC; 15. História de quedas (3 dentro do último ano ou recorrente lesão por queda); 16. Paciente com dificuldade de adesão ao tratamento (por motivos clínicos e/ou sociais); 17. Dissecção de aorta; 18. Idade > 75 anos; 19. Uso atual de anticoagulante oral (ex: varfarina); 20. Gestação (contraindicação somente ao uso de antagonistas da vitamina K); 21. PCR prolongada (> 10 minutos); 22. Cirurgia maior ou procedimento invasivo planejado; 23. Endocardite bacteriana; 24. Retinopatia proliferativa; 25. Trombocitopenia induzida por heparina, especialmente se ocorrida há < 100 dias (se for considerado o uso de Heparina, tanto não- fracionada quanto de baixo peso molecular); Conduta com o paciente INSTÁVEL: A indicação absoluta do uso de trombolíticos, no TEP, é a presença de instabilidade hemodinâmica. Mas alguns trabalhos estendem a indicação dos trombolíticos aos pacientes com pressão arterial normal, porém com disfunção de ventrículo direito pela ecocardiograma. Considera-se INSTÁVEL, na abordagem inicial, o paciente que apresenta QUALQUER uma das seguintes condições: Hipotensão arterial, a qual pode ser definida por qualquer uma das situações abaixo: Pressão arterial sistólica (PAS) < 90 mmHg e/ou Pressão arterial distólica (PAD) < 60 mmHg e/ou Sinais de baixo débito cardíaco (hipotensão arterial, alterações do nível de consciência, oligúria, pulso filiforme e extremidades frias) Hipoxemia significativa (PaO2 ≤ 60 mmHg com FiO2 > 40%). O TEP é uma das causas de CHOQUE OBSTRUTIVO, ou seja, se o paciente estiver sinais de instabilidade hemodinâmica e choque devemos ESTABILIZAR O PACIENTE E REALIZAR UMA TERAPIA DE IMEDIATO. Em pacientes instáveis é preconizado o uso de trombolíticos [Estreptoquinase, Alteplase (rtPA) ou Tenecteplase]. Em virtude dos riscos desta terapêutica devemos ter o diagnóstico de TEP confirmado por exames de imagem. Os trombolíticos mais utilizados para o tratamento do TEP são a estreptoquinase e o rt-PA, infundidos em veia periférica, os esquemas posológicos podem ser: Estreptoquinase – 250.000 UI endovenosa durante 30 min (ataque), seguida de 100.000 UI/h, durante 12-24 h. Alteplase ou rtPA – 100 mg, em infusão venosa contínua, por 2 horas. Observações: Instituir ou retomar a anticoagulação parenteral com heparina perto do final ou imediatamente após a infusão de alteplase quando o tempo de tromboplastina parcial ou tempo de trombina retornar a duas vezes o normal ou menos. Tenecteplase – 30 mg para ≤ 60 kg; 35 mg para 61 a 69 kg; 40 mg para 70 a 79 kg; 45 mg para 80 a 89kg; 50 mg para ≥ 90 kg. Via intravenosa. O uso concomitante da heparina é opcional com a alteplase e deve ser evitado quando se usa a estreptoquinase. Alguns autores recomendam o reinício da HNF após o uso do trombolítico, quando o TTPa estiver menor que 80 segundos. Então Após quatro horas do término da Fechamento – Problema 4 Módulo - Perda de Sangue Hyana M. UNIME 2021.2 administração do trombolítico, deve-se realizar o tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA). Comparados com a heparina, os trombolíticos proporcionam uma resolução mais rápida da obstrução embólica pulmonar, melhorando a perfusão pulmonar, a hemodinâmica e as trocas gasosas. Contraindicações ao uso de trombolíticos: Complicação decorrente do uso de trombolíticos: A principal complicação é o sangramento, mas pode haver febre, reações alérgicas (eritema, urticária e hipotensão), náusea, vômitos, mialgia e dor de cabeça. -- Essas reações estão mais relacionadas ao uso da estreptoquinase. Tratamento não farmacológico (embolectomia): A Embolectomia consiste em um procedimento utilizado para a retirada de êmbolos que se soltam na corrente sanguínea e se abrigam em vasos de menor calibre, sendo realizada através da inserção um Cateter Fogarty, que adentra a o vaso e retira o material oclusivo em sua totalidade. Um terço dos pacientes, aproximadamente, com TEP maciço, não pode receber tratamento farmacológico com trombolíticos devido a contraindicações absolutas. Duas alternativas de embolectomia, através de cirurgia ou de cateter, podem ser empregadas, sendo ambas indicadas no caso de TEP maciço, em pacientes altamente selecionados, quando há insucesso ou contraindicação ao uso de trombolíticos. A embolectomia cirúrgica é utilizada em situações de emergência para aliviar a obstrução pulmonar aguda. Filtro de veia cava inferior: Caso haja contraindicação ao uso de anticoagulante ou reincidência de quadros de tromboembolismo pulmonar em pacientes anticoagulados corretamente a opção é a utilização do filtro de veia cava inferior. Caso o paciente necessite de uma cirurgia e está anticoagulado, também está indicado a utilização do filtro de VCI.
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