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Universidade São Francisco - USF Itatiba Engenharia Mecânica - Automação e Sistemas PROJETO DE UMA CÂMARA FRIA PARA MANUTENÇÃO ORGANOLÉTICA DA SEMENTE DE BATATA Daniel Noriaki Saito RA 002200800590 Guilherme Villela Carneiro Veloso RA 002200700128 Itatiba 2014 Daniel Noriaki Saito Guilherme Villela Carneiro Veloso PROJETO DE UMA CÂMARA FRIA PARA MANUTENÇÃO ORGANOLÉTICA DA SEMENTE DE BATATA Monografia apresentada como exigência para obtenção do grau de Bacharelado em Engenharia Mecânica - Automação e Sistemas da Universidade São Francisco - USF. Orientador: MSc. Eugênio de Souza Morita Itatiba 2014 PROJETO DE UMA CÂMARA FRIA PARA MANUTENÇÃO ORGANOLÉTICA DA SEMENTE DE BATATA Daniel Noriaki Saito Guilherme Villela Carneiro Veloso Monografia submetida ao corpo docente do programa de bacharelado em Engenharia Mecânica – Automação e Sistemas, da Universidade São Francisco. Banca examinadora composta por: __________________________________________________________________ Prof.º MSc. Eugênio de Souza Morita (Orientador) USF – Universidade São Francisco – Itatiba – SP. __________________________________________________________________ Prof.º MSc. Paulo Eduardo Silveira USF – Universidade São Francisco – Itatiba – SP. __________________________________________________________________ Prof.º Dr. Fernando César Gentile USF – Universidade São Francisco – Itatiba – SP. Agradecimentos Agradecemos de forma especial ao professor MSc. Eugênio de Souza Morita, pela orientação, apoio e confiança. Sempre muito atencioso e dedicado, nos ajudou a superar os mais diversos obstáculos deste trabalho. Agradecemos a todos os docentes por nos proporcionar o conhecimento racional necessário para realização desta monografia, além de, ao longo da extensão do curso, fornecer as ferramentas necessárias para nos portar de forma correta nas mais adversas situações cotidianas. Agradecemos a Universidade São Francisco pela boa infraestrutura disponibilizada para o curso. Agradecemos o apoio familiar pelo incentivo nas horas difíceis de desânimo e cansaço. Agradecemos a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da nossa formação, о nosso muito obrigado. RESUMO O armazenamento adequado dos tubérculos faz necessário para manter o equilíbrio da oferta de batata no mercado e para a obtenção de tubérculos-semente em adequado estádio fisiológico no momento do plantio. O armazenamento refrigerado prolonga a dormência dos tubérculos, reduzindo o número de brotos e evitando a deterioração por agentes biológicos; as temperaturas de 4 e 10ºC impedem a brotação dos tubérculos produzidos. A perda de massa fresca e a respiração dos tubérculos aumentam com o tempo e a temperatura de armazenamento. A época de plantio altera o comportamento fisiológico dos tubérculos durante o armazenamento. O armazenamento à baixa temperatura, que se faz de 4 e 8 ºC, é eficaz para retardar o envelhecimento fisiológico. O objetivo deste trabalho foi elaborar o projeto de uma câmara fria para o armazenamento de sementes de batata com o intuito de preservar em um maior grau suas propriedades organolépticas, retardando o efeito da temperatura de armazenagem sobre o envelhecimento fisiológico de tubérculos. Palavras-chave: tubérculos, tubérculos-semente, câmara fria, armazenamento organoléptico. ABSTRACT Proper storage of the tubers is very important to maintain the balance in the supply of potatoes in the market and to obtain seed tubers with adequate physiological age at the time of planting. Cold storage prolongs the dormancy of the tubers, reducing the number of shoots and preventing deterioration by biological agents; temperatures of 4 and 10 ° C prevent the sprouting of tubers produced. The fresh mass loss and respiration of the tubers increase with time and temperature of storage. The planting season alter the physiological behavior of the tubers during storage. The storage at low temperature, that makes from (4 to 8 ° C) is effective to slow the physiological aging. The objective of this study was to develop the design of a cold chamber for storage of seed potatoes in order to preserve to a greater degree the organoleptic properties, delaying the effect of storage temperature on the physiological aging tubers. Keywords: tubers, seed tubers, cold chamber, organoleptic properties. Lista de abreviaturas (alfabeto latino) para cálculo da capacidade térmica Apiso = Área do piso, m² Apit = Área total de painel isotérmico, m² Apo = Área da porta, m² BF = Fator de manutenção cbat = Calor específico da batata, kJ/kg.K ccx = Calor específico da caixa plástica vazada, (kcal/kg.°C; kJ/kg.°C) Cipiso = Condutância interna do piso, W/m².K Copiso = Condutância externa do piso, W/m².K cp = Calor específico do pallet, (kcal/kg.°C; kJ/kg.°C) Df = Fator de fluxo Dt = Parte decimal do valor de tempo de abertura da porta eiso = Espessura do material isolante, m Elamp = Valor de iluminância, lux episo = Espessura do piso, m Fm = Fator de densidade Fu = Fator de utilização Fd = Fator de depreciação g = Gravidade, m/s² hamb = Entalpia do ar ambiente, kJ/kg hicf = Entalpia do ar interno da câmara fria, kJ/kg kiso = Coeficiente de condutividade térmica do isolamento, W/ m.K kpiso = Coeficiente de condutividade térmica do piso, kcal/ m.°C lcf = Largura da câmara fria, m lcx = Largura da caixa, cm lp = Largura do pallet, cm magua = Massa molar da água, g/mol mas = Massa molar do ar seco, g/mol mb = Massa a granel de batata em um determinado volume de contenção, kg mcx = Massa da caixa plástica vazada, kg Md = Massa molar do ar seco, g/mol mp = Massa do pallet, kg mtotbat = Massa total a ser armazenada de batata, kg Mv = Massa molar do vapor de água, g/mol Ncmax = Quantidade máxima de caixas no comprimento do pallet Nemax = Quantidade de empilhamentos necessários Nlamp = Quantidade de lâmpadas utilizadas Nlmax = Quantidade máxima de caixas na largura do pallet Npmax = Quantidade máxima de caixas sobre o pallet Npp = Quantidade de pallets por pilha Nsmax = Quantidade máxima de caixas sobre a superfície do pallet Nvpo = Quantidade de abertura de porta Pamb = Pressão ambiente, kPa Pd = Pressão parcial do ar seco, kPa Pdicf = Pressão parcial do ar seco no interior da câmara fria, kPa Ptotlamp = Potência total instalada, kW Pv = Pressão do vapor de água, kPa Pvicf = Pressão do vapor de água no interior da câmara fria, kPa qapo = Carga de refrigeração sensível e latente para o fluxo plenamente estabelecida, kW qci = Carga térmica de condução e insolação, (kcal/dia; TR) qcx = Carga térmica da caixa plástica vazada, (kW; TR) qdeq = Carga térmica de dissipação do equipamento, TR qdaprox = Carga térmica aproximada, TR qfs = Carga térmica com fator de segurança, TR q̅𝑖𝑠𝑜= Fluxo máximo de calor no isolamento, (W/m²; kcal/m²) qlamp = Carga térmica da iluminação, (W; kW; TR) qmp = Calor metabólico da batata, kW �̇�𝑚𝑝= Taxa de calor, W/t qpiso = Carga térmica do piso, (kcal/dia; TR) qp = Carga térmica do pallet, (kW; TR) qpessoa = Carga térmica por pessoa, (W; TR) qprod = Carga térmica do produto, (kW; TR) qtotal = Carga térmica total, TR qtpo = Ganho médio de calor para 24h ou outro período, kW qvmot = Carga térmica dos motores dos ventiladores, TR R = Constante do gás ideal, J/K.mol Tamb = Temperatura ambiente considerada no projeto, (K; °C) Ticf = Temperatura interna da câmara fria, (K; °C) Tpoicf = Temperatura do ponto de orvalho no interior da câmara fria, °C t = Tempo, s Uiso = Coeficiente global do poliestireno expandido, kcal/m².°C Upiso = Coeficiente globaldo piso, kcal/m².°C Vcx = Volume útil da caixa plástica vazada, m³ wamb = Taxa umidade do ambiente, kg vapor/ kg ar seco wicf = Taxa umidade no interior da câmara fria, kg vapor/ kg ar seco Wlamp = Potência da lâmpada, W Lista de abreviaturas (alfabeto grego) αcf = Altura da câmara fria, m αcx = Altura da caixa plástica vazada, cm αicf = Altura interna da câmara fria, (cm; m) αp = Altura do pallet, cm αpmax = Altura máxima do empilhamento de caixas αpo = Altura da porta, m δTv = Variação entre uma temperatura desejada e sua temperatura do ponto de orvalho, °C ∆T = Variação de temperatura, (°C; K) εpo = Efetividade do sistema de proteção da porta ζpc = Carga estática utilizada sobre o pallet, kg ζpmax = Carga estática máxima sobre o pallet, kg λcf = Comprimento da câmara fria, m λcx = Comprimento da caixa, cm λp = Comprimento do pallet, cm ξir = Indice do recinto ρamb = Densidade do ar ambiente, kg/m³ ρb = Densidade a granel da batata, kg/m³ ρicf = Densidade do ar interno da câmara fria, kg/m³ ρplamp = Densidade de potência da lâmpada, W/m² φlamp = Fluxo luminoso, lm Өd = Período de tempo, h Өo = Tempo de porta aberta, min Өp = Tempo de abertura/ fechamento de porta, s Lista de abreviaturas (alfabeto latino) para o condensador 𝐴𝑖𝑛𝑡 – Área interna do tubo, m² 𝐶1 – Constante para escoamento do ar sobre uma matriz tubular 𝐶2 – Fator de correção para quantidade de tubos do condensador 𝑐𝑝,𝑒𝑥𝑡 – Calor específico do ar a temperatura ambiente, J/kg.K 𝑐𝑝,𝑠 – Calor específico do ar na superfície dos tubos, J/kg.K 𝐷𝑒𝑥𝑡 – Diâmetro externo dos tubos 𝑑𝑝 𝑑𝑧 – Gradiente de pressão na tubulação do condensador, (W/m; kW/m) ( 𝑑𝑝 𝑑𝑧 )𝑙𝑜 – Gradiente de pressão do refrigerante no estado líquido, W/m ( 𝑑𝑝 𝑑𝑧 )𝑣𝑜 – Gradiente de pressão do refrigerante no estado de vapor, W/m 𝑓𝑙 – Fator de atrito do fluido refrigerante no estado liquido 𝑓𝑣 - Fator de atrito do fluido refrigerante no estado gasoso 𝐺𝑡𝑜𝑡 – Valor do fluxo mássico por uma determinada área, kg/m².s ℎ2 – Entalpia na saída do compressor, kJ/kg ℎ3 – Entalpia na saída do condensador, kJ/kg ℎ𝑒 – Coeficiente de condutividade térmica externo, W/m².K ℎ𝑖 – Coeficiente de condutividade térmica interna, W/m².K 𝑘𝑒𝑥𝑡 – Condutividade térmica do ambiente externo, W/m.K 𝑘𝑖 – Condutividade térmica do refrigerante no interior dos tubos, W/m.K 𝑘𝑠 – Condutividade térmica do ar na superfície dos tubos, W/m.K 𝐿𝑡𝑜𝑡 – Comprimento total da tubulação do condensador, m �̇� – Fluxo mássico, kg/s 𝑚 - Constante para escoamento do ar sobre uma matriz tubular 𝑁𝑢𝐷 – Nusselt para convecção forçada externa 𝑃1 – Pressão do refrigerante na entrada do compressor, kPa 𝑃2 – Pressão do refrigerante na saída do compressor, kPa 𝑃𝑟𝑒𝑥𝑡 – Prandtl para as condições do ambiente externo 𝑃𝑟𝑠 – Prandtl para as condições de escoamento externo aos tubos �̇�𝑠 – Calor rejeitado no condensador, kW 𝑅𝑒𝐷,𝑚𝑎𝑥 – Número de Reynolds máximo 𝑅𝑒𝑙 –Reynolds para a fase liquida do refrigerante 𝑅𝑒𝑣 - Reynolds para a fase gasosa do refrigerante 𝑆𝑇 𝑒 𝑆𝐿 – Distância entre centros dos tubos, m 𝑇1 – Temperatura do fluido na entrada do compressor, K 𝑇2 – Temperatura do fluido na saída do compressor, K 𝑈 – Coeficiente global de transferência de calor, W/m².K 𝑉 - Velocidade do ar após o ventilador, m/s 𝑉1 – Volume específico do refrigerante na entrada do compressor, m³/kg 𝑉2 – Volume específico do refrigerante na saída do compressor, m³/kg 𝑉𝑚𝑎𝑥 – Velocidade máxima do ar sobre os tubos, m/s 𝑥 – Título Lista de abreviaturas (alfabeto grego) 𝜀𝑣 – Fração de vazios Λ – Relação dos gradientes de pressão dos estados liquído e gasoso do fluido refrigerante 𝜇𝑒𝑥𝑡 – Viscosidade do ar ambiente, Pa.s 𝜇𝑙 – Viscosidade do refrigerante no estado liquido 𝜇𝑠 – Viscosidade do ar na superfície dos tubos, Pa.s 𝜌𝑒𝑥𝑡 – Densidade do ar ambiente, kg/m³ 𝜌𝑙 – Densidade do refrigerante no estado líquido, kg/m³ 𝜌𝑣 - Densidade do refrigerante no estado gasoso, kg/m³ Sumário 1. Introdução ......................................................................................................... 18 2 Revisão bibliográfica .......................................................................................... 20 2.1 Escolha do produto a ser armazenado .......................................................... 20 2.1.1 Importância da batata ................................................................................ 20 2.2 Fisiologia da batata ....................................................................................... 23 2.2.1 Batata-semente .......................................................................................... 23 2.2.2 Problemas de má conservação .................................................................. 26 2.2.3 Histórico da conservação de alimentos ..................................................... 28 2.2.4 História da Batata: importância internacional .......................................... 29 2.3 Introdução da cultura de batata no Brasil ..................................................... 30 2.4 Processo de conservação de alimentos: refrigeração .................................... 32 3 Materiais e Métodos ........................................................................................... 34 3.1 Ciclo de Carnot ............................................................................................ 34 3.2 Dados do ambiente: Cidade de Ipuiuna – MG ............................................. 38 3.3 Fluídos Refrigerantes .................................................................................... 65 3.4 Compressores ............................................................................................... 79 3.4.1 Detalhes construtivos ................................................................................ 79 3.4.2 Compressores scroll hermético ................................................................. 80 3.4.3 Volume deslocado no compressor ............................................................ 81 3.4.4 Potência do compressor ............................................................................ 82 3.4.5 Coeficiente de performance (COP) ........................................................... 82 3.4.6 Vazão mássica para o compressor selecionado para a região de projeto. . 83 3.4.7 Volume deslocado na sucção do compressor selecionado (𝑽𝒅𝒔) ............ 83 3.4.8 Trabalho no compressor selecionado (𝑾𝒄𝒔) ........................................... 83 3.4.9 Coeficiente de desempenho do compressor selecionado (COP) .............. 84 3.5 Condensadores .............................................................................................. 86 3.5.1 Cálculo coeficiente convectivo externo .................................................... 86 3.5.2 Transferência por convecção forçada ....................................................... 87 3.5.3 Cálculos envolvendo parâmetros internos em tubulações de refrigeradores 90 3.5.4 Cálculo do gradiente interno de pressão no interior de dutos ................... 91 3.5.5 Cálculo do coeficiente convectivo interno bifásico .................................. 96 3.5.6 Cálculo do coeficiente global.................................................................... 97 3.6 Válvula de expansão termostática ................................................................ 98 3.7 Evaporador.................................................................................................. 101 4 Conclusão ......................................................................................................... 103 5 Referências Bibliográficas ................................................................................104 6 Anexos .............................................................................................................. 107 Índice de figuras Figura 2.1 - Índice de valor biológico da batata e outros alimentos básicos ................ 20 Figura 2.2 - Relação entre proteínas e calorias disponíveis na batata e em alimentos Básicos. ..................................................................................................................................... 21 Figura 2.3 - Produção mundial (MT) (FAO,2012) ....................................................... 22 Figura 2.4 - Produção de Batata / Coordenador: Francisco J. B. Reifschneider / 1ª edição / 1987. Centro Nacional de Pesquisa de Hortaliças / EMBRAPA. ............................... 24 Figura 2.4 - Maiores produtores de batata no Brasil .................................................... 31 Figura 3.1: Ciclo de Carnot .......................................................................................... 35 Figura 3.2: Gráfico T-s ciclo ideal de compressão a vapor. ......................................... 37 Figura 3.3: Cidade de Ipuiuna (Google, 2014) ............................................................. 38 Figura 3.4: Cidade de Ipuiuna x Cidade de Caldas (retirado de Google maps) ........... 38 Figura 3.5: Carta psicrométrica de Ipuiuna (Psicrom 1.0) ............................................ 40 Figura 3.6: Dados psicrométricos de Ipuiuna (Psicrom 1.0) ........................................ 40 Figura 3.7: Dados de Entrada para Entalpia do Ar Úmido do Ambiente Externo (Retirado de EES) ..................................................................................................................... 41 Figura 3.8: Entalpia do Ar Úmido do Ambiente Externo (Retirado de EES) .............. 41 Figura 3.9: Dados de Entrada para Taxa de Umidade (Retirado de EES) .................... 42 Figura 3.10: Taxa de Umidade (Retirado de EES) ....................................................... 42 Figura 3.11: Dados de Entrada para Entalpia do Ar Úmido (Retirado de EES)........... 42 Figura 3.12: Entalpia do Ar Úmido (Retirado de EES) ................................................ 42 Figura 3.13: Dados de Entrada para Temperatura de Bulbo Úmido (Retirado de EES) .................................................................................................................................................. 43 Figura 3.14: Temperatura de Bulbo Úmido (Retirado de EES) ................................... 43 Figura 3.15: Dados de Entrada Temperatura de Orvalho (Retirado de EES) ............... 43 Figura 3.16: Temperatura de Orvalho (Retirado de EES) ............................................ 43 Figura 3.17: Caixa Plástica Vazada (retirado de Google Images) ................................ 45 Figura 3.18: Pallet de madeira (retirado de Google Images) ........................................ 45 Figura 3.19: Quantidade Máxima de Caixas Sobre a Superfície do Pallet (Autodesk Inventor V.2013) ...................................................................................................................... 47 Figura 3.20: Quantidade Máxima de Caixas por Pilha (Autodesk Inventor) ............... 48 Figura 3.21: Comportamento das massas de ar no interior da câmara (AutoCad) ....... 57 Figura 3.22: Relação de conforto ambiental entre nível de Iluminância e Tonalidade de Cor da lâmpada (retirado do catálogo Osram, 2014) ................................................................ 60 Figura 3.23: Gráfico T-s da modificação do ciclo de Carnot. ...................................... 66 Figura 3.24: Gráfico P-h da modificação do ciclo de Carnot. ...................................... 67 Figura 3.25: Efeito do calor específico molar .............................................................. 67 Figura 3.26: Gráfico T-s representando o efeito refrigerante ....................................... 68 Figura 3.27: Refrigerante R-134a (retirado de Refrigeração Marechal) ...................... 78 Figura 3.28: Refrigerante R-22 (retirado de Refrigeração Marechal) .......................... 78 Figura 3.29: Diagrama T-s do ciclo de refrigeração ..................................................... 79 Figura 3.30: Compressor alternativo do tipo aberto (retirado de google images) ........ 80 Figura 3.31: Compressor alternativo do tipo semi-hermético (retirado de google images) ..................................................................................................................................... 80 Figura 3.32: Compressor scroll do tipo hermético (retirado de google images) .......... 80 Figura 3.33: Fases de compressão ................................................................................ 81 Figura 3.34: Condensador Elgin com espaço para dois ventiladores ........................... 86 Figura 3.35: Arranjo alternado dos tubos em uma matriz tubular (AutoCad 2012) ..... 89 Figura 3.36: Válvula de expansão termostática (retirado de catálogo Danfoss) .......... 98 Figura 3.37: Diagrama T-s modificação do ciclo de Carnot ........................................ 98 Figura 3.38: Evaporador Trineva ................................................................................ 101 Figura 3.39: Instalação dos evaporadores ................................................................... 101 Índice de tabelas Tabela 3.1: Condições climáticas de Ipuiuna ............................................................... 39 Tabela 3.2: Condições do ambiente externo e interno .................................................. 44 Tabela 3.3: Fator de utilização de luminária - teto/parede/piso (Osram) ..................... 61 Tabela 3.4: Carga térmica total ..................................................................................... 64 Tabela 3.5: Fluídos refrigerantes puros (Retirado de Ashrae, 2009) ............................ 69 Tabela 3.6: Fluídos refrigerantes azeotrópicos (Retirado de Ashrae, 2009) ................ 69 Tabela 3.7: Expansão linear % devido a presença de refrigerante líquido (Retirado de Ashrae, 2009) ........................................................................................................................... 70 Tabela 3.8 – Propriedades ambientais dos refrigerantes puros (Retirado de Ashrae, 2009) ......................................................................................................................................... 72 Tabela 3.9: Propriedades ambientais dos refrigerantes azeotrópicos (Retirado de Ashrae, 2009) ........................................................................................................................... 72 Tabela 3.10: Características do refrigerante R-22 (Retirado de Ashrae, 2009) ............ 74 Tabela 3.11: Características do refrigerante R-32 (Retirado de Ashrae, 2009) ............ 75 Tabela 3.12: Características do refrigerante R-124 (Retirado de Ashrae, 2009) .......... 76 Tabela 3.13: Características do refrigerante R-134a (Retirado de Ashrae, 2009) ........ 77 Tabela 3.14: Performance dos fluídos refrigerantes ..................................................... 77 Tabela 3.15: Propriedades do refrigerante R-134a ....................................................... 82 Tabela 3.16: Constante para escoamento do ar sobre uma matriz tubular de 10 ou mais colunas (Retirado de Incropera,2008) ...................................................................................... 88 Tabela 3.17: Fator de correção para quantidade de fileiras inferior a 10 ..................... 90 Índice de Anexos Anexo I - Caixa Plástica Marfinite ............................................................................. 107 Anexo II – Compressor Scroll Danfoss ...................................................................... 108 Anexo III - Condensador Elgin................................................................................... 110 Anexo IV - Evaporador Trineva ................................................................................. 112 Anexo V - Lâmpada Osram ........................................................................................ 113 Anexo VI - Motor WEG ............................................................................................. 114 Anexo VII - Painel isotérmico Isoeste ........................................................................ 115 Anexo VIII - Pallet de madeira SBPallet ................................................................... 116 Anexo IX - Válvula de expansão termostática Danfoss ............................................. 116 1. Introdução Apesar de muitas culturas produzirem flores e frutos e nestes serem produzidas sementes botânicas, também chamadas de sementes verdadeiras, a cultura da batata é normalmente propagada vegetativamente, por meio dos tubérculos que são caules modificados para a acumulação de amido e nutrientes, originando plantas idênticas geneticamente. Com isso, há uma maior uniformidade da lavoura e a manutenção do vigor híbrido obtido nos cruzamentos. A batata-semente é um fator fundamental para garantir qualidade e a produtividade em uma cultura de batata. O plantio de batata-semente de má qualidade pode comprometer uma safra, mesmo que todas as outras condições sejam altamente favoráveis ao cultivo. Portanto, recomenda-se a utilização de uma batata-semente com boa sanidade, bom estado fisiológico e brotação adequada. A boa sanidade da batata-semente é proporcionada pelas inspeções no campo, na colheita e no armazém, garantindo níveis toleráveis de doenças. Tubérculos com estas características são encontrados em batata-semente produzidas por produtores especializados. É necessário também que a batata-semente se apresente em um bom estado fisiológico e bem conservada, isto é, colhida na época adequada, túrgida e firme. Deve-se evitar a utilização de tubérculos esgotados e murchos, indicativos de uma idade fisiológica muito avançada. O plantio desses tubérculos mal conservados resulta em plantas pouco vigorosas e ciclo vegetativo mais curto, comprometendo seriamente a produção. Armazenamento de batatas é diferente de quase qualquer outra cultura. Ao contrário de grãos ou cereais, batatas não podem ser armazenados de temporada para temporada devido à sua perecibilidade. No entanto, em comparação com o tomate, a batata pode ser armazenada por muito mais tempo. Em geral são necessários 120 dias a partir do plantio para uma batata para ser colhida. Quando as batatas são colhidas a sua oferta é geralmente elevada, que faz com que o preço seja baixo. Se os agricultores podem manter suas culturas longas o suficiente para esperar até que o suprimento de batatas diminua, eles são capazes de vender suas batatas por preços mais elevados e aumentam seus lucros. O armazenamento de batatas demanda espaço e experiência por parte dos seus produtores. Tecnologias para armazenamento à frio apresentam variações e, essencialmente, é constituído por fundamentos básicos aplicados à manutenção térmica de ambientes, nos quais as sementes de batatas são mantidas por volta de 4 °C até oito meses. Estes ambientes refrigerados, como consequência, danificam sua película, tornando-a mais dura, retardando sua deterioração. À curto prazo isso pode ajudar os agricultores a aumentar, em termos de tempo, a oferta da batata no mercado e, paralelamente, guardar suas sementes para serem plantadas em outras épocas e ou estágios climáticos. Em uma escala maior, permite que as comunidades de pequenos agricultores reúnam as suas colheitas para abastecer o mercado e indústrias de processamento alimentar. Com o objetivo de aumentar a qualidade da produção de batatas apresentaremos o projeto de uma câmara fria para a manutenção organoléptica da batata-semente. 2 Revisão bibliográfica 2.1 Escolha do produto a ser armazenado 2.1.1 Importância da batata Nas próximas duas décadas, estima-se que a população mundial vai crescer a uma média de mais de meio milhão de pessoas por ano. Mais de 95 % desse aumento ocorrerá nos países em desenvolvimento, onde as pressões sobre a terra, água e outros recursos naturais e atualmente é intensa (CIP, 2013). A batata é o terceiro alimento mais importante do mundo, seguido pelo arroz e trigo (CIP, 2013). Além de ser um dos alimentos mais nutritivos para o homem (figuras 2.1 e 2.2). Tem proteína de boa qualidade e índice de valor biológico alto. A relação entre proteínas e calorias disponíveis indica que ela poderá ser uma das melhores alternativas alimentares para os povos dos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. É a que proporciona mais carboidratos na dieta de centenas de milhões de pessoas nos países em desenvolvimento. Esta cultura é central para as dietas dos povos dos países da América do Sul, África, Ásia Central e Ásia como um todo (CIP, 2013). Figura 2.1 - Índice de valor biológico da batata e outros alimentos básicos Fonte: EMBRAPA/SPSB, 1982 Figura 2.2 - Relação entre proteínas e calorias disponíveis na batata e em alimentos Básicos. Segundo dados da FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), a produção mundial de batatas se posiciona em uma das doze maiores produções mundiais com 365 milhões de toneladas em 2012 (Fig 2.3), constituindo-se numa das principais fontes de alimento para a humanidade (FAOSTAT, 2012). Figura 2.3 - Produção mundial (MT) (FAO,2012) É um alimento rico em carboidratos, com cerca de 23 g de carboidratos em um tubérculo de tamanho médio, possuindo alta versatilidade e popularidade em todo o mundo podendo ser preparada de diversas maneiras. Recentemente colhidas, ele contém cerca de 80 % de água e 20 % de matéria seca. Cerca de 60 a 80 % da matéria seca é amido. Numa base de peso seco, o teor de proteína de batata é semelhante ao de cereais e é muito elevada, em comparação com outras raízes e tubérculos. Na forma cozida, uma única batata de tamanho médio contém cerca de metade da exigência adulta diária de vitamina C, bem com quantidades significativas de vitaminas B1, B3 e B6, além de minerais como potássio, magnésio e fósforo, contendo ainda ácido fólico, ácido pantoténico e riboflavina. (FAO, 2014.) As vitaminas são substâncias orgânicas, não energéticas, que devem ser fornecidas ao corpo humano em quantidades pequenas. Muitas delas atuam como coenzimas de certas reações e outras servem de funções fisiológicas específicas. Entre as solúveis em água temos a vitamina C (ácido ascórbico) e todas aquelas pertencentes ao complexo B (B1 ou tiamina, B2 ou riboflavina, B6 ou piridoxina, ácido fólico, etc.) . (GAVA, 1998) Os minerais são necessários ao processo vital,devendo estar contidos nos alimentos em quantidades e proporções adequados. Alguns participam da formação do esqueleto (Ca, P, Fe, Mg, etc.); outros fazem parte da estrutura de compostos importantes para o organismo (Fe, Ca, P, Cu, I, etc.); outros são necessários para manter o equilíbrio osmótico das células (Na, K, P, etc.) e outros são necessários no transporte de substâncias através das células (Na), etc. Batatas também contêm antioxidantes, que podem desempenhar um papel na prevenção de doenças relacionadas com o envelhecimento. 2.2 Fisiologia da batata 2.2.1 Batata-semente Os tubérculos são caules adaptados que constituem os principais órgãos de armazenamento e reprodução da planta. Do ponto de vista biológico e econômico são os órgãos de maior interesse da planta da batata (figura 2.4). Figura 2.4 - Produção de Batata / Coordenador: Francisco J. B. Reifschneider / 1ª edição / 1987. Centro Nacional de Pesquisa de Hortaliças / EMBRAPA.O tubérculo da batata-semente depois de desligado da planta mãe, tem vida independente nunca estando complemente em repouso, apresentando características próprias conforme a sua idade fisiológica. Quando o tubérculo é plantado antes ou após a idade fisiológica mais apropriada haverá perda produtiva proporcional ao tempo. Na sua superfície encontram-se estruturas denominadas lenticelas e olhos; as lenticelas são pequenos poros respiratórios que fazem a comunicação da parte interna com a externa do tubérculo; os olhos correspondem a gemas dormentes que ao se desenvolverem darão origem a um novo sistema de hastes e estolões. Cada olho é formado por um grupo de 3 a 5 gemas, uma gema representa uma haste que sai do tubérculo semente. A disposição dos olhos é de forma espiralada, alternando desde a inserção dos estolões até a parte oposta onde o número de olhos é mais abundante. Porém a cultivar, o tamanho do tubérculo e as condições de crescimento são fatores diretamente relacionados com o número, a disposição e a profundidade dos olhos no tubérculo (Fortes & Pereira, 2003). Tubérculos de batata recém colhidos não emitem brotação, isto é apresentam os meristemas (gemas ou “olhos”) dormentes devido a fatores fisiológicos endógenos. A dormência (alguns denominam repouso) é definida como o estádio fisiológico no qual não há crescimento visível do broto, mesmo quando colocado em condições favoráveis para o crescimento. O tubérculo recém colhido passa por cinco estádios de brotação ou estágios fisiológicos (figura 2.5): 1) dormência: estágio fisiológico induzido pela presença de ácido abscísico (ABA) no qual o tubérculo não brota, mesmo que as condições do ambiente sejam favoráveis para a brotação; 2) dominância apical: A gema apical do extremo oposto ao ponto de inserção dos estolões é a primeira a se desenvolver dominando o crescimento de todas as outras, este fenômeno é denominado de dominância apical. A dominância das regiões apicais está relacionada com o balanço hormonal endógeno e também com a mobilização de nutrientes para estas partes (Montalde, 1984). O plantio de tubérculos neste estágio dará origem a menor número de caules por tubérculo, devido à baixa taxa de brotação dos tubérculos-semente. Nessa fase, o tubérculo é conhecido como fisiologicamente jovem; 3) brotação múltipla: cessa o efeito da dominância apical e verifica-se a brotação da maioria das gemas dos tubérculos; A brotação é acompanhada por diversas alterações fisiológicas, incluindo redução do teor de açúcar, perda de água, aumento da respiração e conteúdo de glicoalcalóides (Burton 1989). Em contraposição à quebra da dormência é possível inibir a brotação com inibidores da brotação de tubérculos que serão armazenados por período de médio a longo prazo antes de serem utilizados no plantio. A brotação é considerada apropriada quando os brotos apresentam-se com comprimento próximo de 1 cm. Deve-se evitar o plantio de tubérculos com um único broto ou com brotos pouco desenvolvidos, que dão origem a poucas hastes por cova, que além de insuficientes para garantir a produtividade, pode provocar falhas se hastes forem quebradas ou atacadas por doenças ou pragas. Por outro lado, o plantio de tubérculos com brotos pouco desenvolvidos pode retardar a emergência, causando um crescimento desuniforme das plantas, dificultando os tratos culturais. Em adição, o atraso da emergência expõe os brotos por mais tempo ao ataque de doenças e pragas de solo. 4) intensa ramificação dos brotos: os tubérculos perdem a capacidade de emitir novos brotos vigorosos e os brotos existentes ramificam-se; 5) tuberização: fase avançada de brotação do tubérculo onde há formação de pequeno tubérculo na base do broto. Nessa fase, o tubérculo é conhecido como fisiologicamente velho (Fontes, 2005). A idade fisiológica da batata-semente é responsável pelo número e vigor dos brotos emitido, a batata-semente deve apresentar as condições necessárias de rápida emergência para atingir a densidade populacional desejada. Normalmente a idade ideal para o plantio situa-se entre 4 a 6 meses depois do desligamento da planta-mãe; a qual determina o potencial de brotação no plantio que dará origem ao número de hastes por tubérculo (Caldiz, 1994). Figura 2.5 - Ciclo vegetativo da cultura da batata (solanum tuberosum L.). Fonte Tofoli, 2014. 2.2.2 Problemas de má conservação A conservação da batata-semente depende da maneira como ela é tratada desde a colheita até a época de plantio. O armazenamento por um período prolongado, normalmente por até 8 meses, é feito em câmaras frias a temperaturas que oscilam entre 2 e 400 e umidades relativas acima de 85%. Nestas câmaras, as caixas de batata-semente são empilhadas de maneira a se ter um espaço entre elas para facilitar o arejamento dos tubérculos. O armazenamento por um período mais curto, em torno de três meses, pode ser feito em galpões sombreados bem ventilados, sendo as caixas empilhadas à semelhança da câmara fria. Deve-se evitar o armazenamento em locais sujeitos a intempéries, como chuvas e geadas, que prejudicam os tubérculos para seu uso como semente. Com a finalidade de se controlar o fluxo de mercado e aumentar o período de conservação dos tubérculos é necessário armazená-los em baixas temperaturas. Esse tipo de armazenamento aumenta a vida útil dos tubérculos consequentemente traz qualidade ao produto final (tabela 2.1). Tabela 2.1 - Temperatura e o tempo de conservação da batata, em câmaras frigoríficas, conforme a utilização. O período de armazenamento pode variar conforme a cultivar, a idade fisilógica do tubérculo e o grau de ataque de patógenos e pragas, bem como as condições climáticas em que ocorreu a tuberização. Fonte: Hirano, (2003b). O período de dormência é seriamente afetado com a alteração de temperaturas, em temperaturas mais baixas próxima a 4 ºC, ocorre inibição do processo de brotação e por outro lado, temperatura acima de 21 •C acelera o processo de aparecimento de brotos (Embrapa – Brasilia (DF.), 2003). Segundo Braun (2007), o período de dormência dos tubérculos depende da cultivar, temperatura de armazenamento dos tubérculos, da época da safra, estágio de maturidade dos tubérculos no momento da colheita e infecção por micro-organismo. A temperatura é o fator ambiental que mais influencia na regulação da dormência e brotação dos tubérculos de batata. Em função deste estado de dormência, pode-se conservar as batatas-semente por um período maior de tempo em condições favoráveis de temperatura e umidade. Após a quebra da dormência, ocorre aumento acentuado da respiração para suprir as necessidades energéticas, o que resulta na degradação de reservas, translocação de carboidratos, perda de água por transpiração e, consequentemente, perda de massa fresca dos tubérculos. É importante observar constantemente a batata-semente quanto ao ataque de pulgões a partir do momento em que se inicia a brotação. Os pulgões podem ser introduzidos para dentro nas câmaras frias ou galpões associados com as batatas-sementes ou levados de plantas hospedeiras existentes ao redor das câmaras ou galpões. Os pulgões podem transmitir vírus ao lote de batata-semente armazenado. Uma outra praga que pode comprometer a qualidade da batata-semente durante o armazenamento é a traça-da-batata, cujas larvas penetram nos tubérculos na região das gemas, comprometendo a brotação quando os danos são muito severos. Ao notar a presença de pulgões ou traças, o produtor deve fazer o controle imediato sob o risco de ter todo o lote de batata-semente danificado e impróprio para o plantio. Podridões de tubérculos, provocadas por fungos e bactérias, devem ser constantemente monitoradas no armazém. Tubérculos total ou parcialmente podres devem ser eliminados para evitar transmissão das doenças. 2.2.3 Histórico da conservação de alimentosAlimentação é um processo essencial pelo qual os organismos obtêm e assimilam alimentos ou nutrientes para as suas funções vitais, incluindo o crescimento, movimento, reprodução e manutenção da temperatura do corpo. No período Paleolítico, que refere-se ao período da pré-história que aconteceu cerca de 2,5 milhões A.C., quando os antepassados do homem começaram a produzir os primeiros artefatos feitos em madeira, osso ou pedra lascada, o homem caçava e coletava alimentos para satisfazer sua fome imediata sendo que a caça era difícil e todo alimento era consumido na forma obtida, portanto, cru. O consumo de alimentos se dava de forma bem rudimentar, sendo os frutos, as raízes, os peixes e os insetos os alimentos mais consumidos (DIONYSIO,R. B.;MEIRELLES, F. V. P, 2014) A disponibilidade de alimentos estava intimamente relacionada com a maneira na qual ele vivia. Neste período os humanos eram essencialmente nômades caçador-coletores, tendo que se deslocar constantemente em busca de alimentos. Por volta de 10.000 A.C., houve a chamada Revolução Neolítica, em que as primeiras aldeias foram estabelecidas geralmente próximas a rios, de modo a usufruir da terra fértil (onde eram colocadas sementes para plantio) e água para homens e animais. A agricultura passou a ser cultivada, assim como a prática de domesticação de animais como a cabra, o boi, o cão e o dromedário, tornando o homem não mais dependente apenas da coleta e caça. A disponibilidade de alimento permite também às populações um aumento do tempo de lazer e surge a necessidade de armazenar os alimentos e as sementes para cultivo. Com a descoberta do fogo, criou o processo de defumação, logo após aprendendo a utilidade do sal na conservação de carnes, condimentos para melhorar a palatabilidade, como também realizar fermentações de produtos de origem animal ou vegetal. Outra forma do homem primitivo conservar seus alimentos era a utilização do gelo para armazenamento da caça. O homem buscando a sua sobrevivência, assim compreendeu que deveria guardar as sobras de alimentos dos dias de fartura, para os tempos de escassez, evitando a deterioração dos alimentos durante um período mais ou menos longo. Essa necessidade de conservação, se deve muito ao fato das matérias-primas agroalimentares de origem animal ou vegetal serem suscetíveis a alterações, produzidas sejam eles por agentes físicos (luz e calor), químicos (oxigênio e água), ou biológicos (microrganismos e enzimas). Essas alterações se iniciam desde a colheita dos vegetais, abate dos animais (no caso dos pescados, quando são retirados de seu habitat). Os métodos de conservação dos alimentos têm o objetivo de aumentar a vida útil dos alimentos através de técnicas que evitam alterações provocadas pelas enzimas próprias dos produtos naturais ou por microrganismos, enzimáticas, químicas e físicas, entretanto, mantendo seus nutrientes e suas características organolépticas (aroma, sabor, textura), tais como o emprego do frio, a redução do teor de água, diretamente, como na secagem, ou indiretamente, como no emprego do sal e do açúcar. Os microrganismos para se desenvolverem, necessitam de um ambiente nutritivo, com taxa de umidade, oxigênio, temperatura e outras condições favoráveis, segundo a espécie microbiana. Assim, os processos de conservação são baseados na eliminação total ou parcial desses microrganismos, ou então na supressão de um ou mais fatores essenciais, de modo que o meio se torne não propício a qualquer manifestação vital. Dentre as alterações mais importantes são as de origem microbianas, pois além de alterar os alimentos podem provocar doenças e levar o indivíduo à morte. Com a evolução da sociedade, os fenômenos da globalização e da industrialização atuaram como fatores determinantes na modificação dos hábitos alimentares, impondo transformações no estilo de vida de, praticamente, toda a população mundial. Como consequência, a necessidade por meios de conservação dos produtos alimentícios ocasionou a elaboração de projetos de refrigeração, com o intuito de atender o aumento da demanda, a sazonalidade dos produtos, assim como a sua duração, visto a existência de produtos perecíveis. 2.2.4 História da Batata: importância internacional Originária da região andina, a história da batata (Solanum tuberosum L.) remonta aproximadamente há 8 mil anos na região do lago Titicaca, que fica a 3.800m acima do nível do mar, na Cordilheira dos Andes na América do Sul, na fronteira entre a Bolívia e o Peru (FAO, 2014). A batata foi fundamental para a segurança alimentar do império Inca: na vasta rede de armazéns do Estado, especialmente um tipo de batata liofilizada chamado chuño - foi um dos principais itens alimentares, utilizados para alimentar oficiais, soldados e operários, assim como um estoque de emergência após a perda de colheitas (FAO, 2014) A invasão espanhola, em 1532, decretou o fim dos Incas, no qual a batata foi levada à Europa. Em 1565 foi plantada nas Ilhas Canárias e em 1573 já era cultivada na Península Ibérica. (MINARÉ, R.,2008) Nos séculos XVII e XVIII a batata lentamente se espalhou para as mesas do norte da Europa e pelo mundo todo, do Cáucaso à Península da Coréia, dos Altiplanos Peruanos à Região dos Grandes Lagos, do Delta do Nilo à Ilha de Java. No curso de sua história, a batata se adaptou, e foi adotada, como uma cultura de subsistência em todos os continentes de terras altas. Na Europa, era originalmente um alimento utilizado contra a fome, mas depois tornou-se uma das bases da alimentação. Na África e na Ásia, tem sido um vegetal ou co-cultura básica. A batata foi classificada como combustível da Revolução Industrial no século XVIII na Europa, mas culpada por meados do século XVIV pela fome irlandesa. Ao longo de três séculos, ele também se tornou um elemento central e distinto da cozinha europeia regional e depois nacional . Embora a "requeima" continuou a atormentar os que dependem de batatas para sustento (CIP 1994), a popularidade batata tem crescido, no entanto, desde o fim da II Guerra Mundial, particularmente em suas formas industrialmente padronizadas de produção como batata fritas, chips e outros alimentos congelados e processados de "conveniência". Aceitação de batatas fritas padrão (com hambúrgueres) e chips embalados simboliza a "globalização da dieta", como McDonald, Pepsico, e outras empresas de alimentos transnacionais que movimentam as batatas ao redor do mundo devido a criação bem sucedida e à comercialização do gosto universal para esses produtos. (KIPLE,K. F.;ORNELAS,K.C., 2000) 2.3 Introdução da cultura de batata no Brasil No Brasil, a cultura da batata foi introduzida por imigrantes europeus no final do século XIX, no sul do país, onde as condições de clima eram mais favoráveis à sua produção, servindo de alimentação básica para os colonos até final daquele século (EMATER/RS, 2008). O estado de Minas Gerais se destaca na cultura devido à geração de emprego e renda, colocando Minas Gerais como o maior produtor de batatas do Brasil (Fig. 2.2.2). Figura 2.5 - Maiores produtores de batata no Brasil A cultura da batata foi introduzida no estado na primeira metade do século XX, marcadas pela chegada de descendentes de italianos e espanhóis, em busca de clima adequado, altitude das montanhas e terras férteis, favoráveis ao cultivo da batata. Cultura esta que começava a se desenvolver em Ipuiúna MG, sendo responsável em grande parte pelo seu desenvolvimento econômico e urbano como um dos principais produtos agrícolas produzidos pelo município até os dias de hoje. (PEREIRA, A.S. 2011) A industrialização da batata cresceu a partir da década de 90, primeiramente para a fabricação de batata frita na forma de rodelas („chips‟), posteriormente na forma de batata palha. Em 2006 foi estabelecida a industrialização em escala da batata na forma depalitos pré-fritos congelados no país, visando diminuir a importação, que em 2010 foi de cerca de 200 mil toneladas. Atualmente a batata industrializada atinge 30% do produto consumido (PEREIRA, A.S. 2011 apud. Shimoyama, 2011). No que se refere ao manejo da cultura, desde sua introdução até os anos de 1950, o plantio, capinas, amontoa e colheita eram realizadas manualmente com enxada (EMATER/RS, 2008). Na década de 50, surgiram novas tecnologias de manejo, como fertilizantes químicos, mecanização baseada na tração animal, resultando em aumento de áreas e de produtividade. No Sul as pulverizações e polvilhações não eram práticas comuns, ao passo que em São Paulo os produtores japoneses faziam um bom trabalho de pulverização e polvilhamento. Na década de 60, ampliou-se o uso de fungicidas para o controle das 0 200.000 400.000 600.000 800.000 1.000.000 1.200.000 1.400.000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 MG Minas Gerais PR Paraná SP São Paulo RS Rio Grande do Sul BA Bahia GO Goiás SC Santa Catarina DF Distrito Federal doenças. Na década de 70 e 80, foi crescente a mecanização tratorizada, com plantadeira, adubadeira, pulverizador e colheitadeira. (PEREIRA, A.S. 2011) Até a década de 90, a cultura se constituía numa atividade principalmente de pequenos produtores, numa exploração típica da agricultura de base familiar (PEREIRA, A.S. 2011 apud. Pereira, 2008). Com a globalização dos mercados, a cultura transformou-se na hortaliça de maior importância dentro do agronegócio brasileiro, reduzindo drasticamente o número de produtores, com efeito do aumento dos custos de produção, frequentes oscilações de cotação do produto e, mais do que tudo, pela perda de competitividade na comercialização. (PEREIRA, A.S. 2011) A partir da metade da década de 90, houve também uma mudança na geografia da produção, com surgimento de novas áreas na região tropical de altitude - Cristalina (GO), Triângulo Mineiro/ Alto Parnaíba (MG) e Chapada Diamantina (BA) – em detrimento de áreas produtoras na região subtropical. Esta mudança de geografia também ocorreu na região subtropical, com destaque para a região dos Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul, e para o município de Água Doce, em Santa Catarina, onde os cultivos são realizados no verão. As novas áreas foram promovidas pelos avanços tecnológicos e utilização de novas cultivares, assim como por mudança fundiária e de gerenciamento das propriedades (PEREIRA, A.S. 2011 apud. Deleo & Boteon, 2005). Outro fator decisivo para o desenvolvimento do município foi a construção da rodovia Juscelino Kubitschek, em 1954, todo o trecho mineiro estava pavimentado, completando a ligação entre Poços de Caldas e a via Dutra. Com isto, tornou-se mais fácil o escoamento da produção de batata para os grandes centros, como o Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. 2.4 Processo de conservação de alimentos: refrigeração Existem diversos métodos de conservação de alimentos dentre os quais atualmente, destacam-se a refrigeração e o congelamento como métodos que utilizam as baixas temperaturas para retardar ou inibir as reações químicas de deterioração natural e as atividades enzimáticas. A aplicação da refrigeração na indústria alimentícia, iniciada no século XX, foi justamente uma das grandes inovações da Tecnologia de Alimentos (FILHO, 2010). Cada microrganismo presente possui uma temperatura ótima de crescimento e uma temperatura mínima, abaixo da qual não pode multiplicar-se (FILHO, 2010). A indicação de cada um dos diferentes processos de conservação por refrigeração é feita de acordo com o tipo, constituição, composição química e o tempo requerido para a conservação do alimento, sem que haja sensíveis perdas de seu valor nutritivo, de suas características organolépticas e diminuição do peso por desidratação. Conforme a temperatura desejada, pode-se lançar mão de dois processos de conservação utilizando técnicas de refrigeração, que geralmente é empregada a curto prazo e técnicas de congelamento, a longo prazo. Na refrigeração a temperatura utilizada varia em média de -1 a 8 ºC, conservando as características do produto fresco ou in natura, sendo diferenciada a forma do seu tratamento, em razão das propriedades organolépticas de cada tipo de alimento. Leva-se em conta alguns fatores no seu armazenamento tais como a temperatura, a umidade relativa, a circulação de ar, luminosidade e composição da atmosfera no interior da câmara de armazenamento (STOECKER e JABARDO, 2002.) O congelamento acontece quando a temperatura do alimento é reduzida abaixo do seu ponto de congelamento e a proporção de água em seu interior sofre uma mudança no seu estado se transformando em cristais de gelo, imobilizando parte da água. Usa-se em média, temperaturas de -10ºC a -40ºC. 3 Materiais e Métodos 3.1 Ciclo de Carnot O nome dado a este ciclo é uma homenagem ao engenheiro francês Nicolas Leonard Sadi Carnot (1796-1832) que estabeleceu a estrutura principal da segunda lei da termodinâmica. O ciclo de Carnot é um sistema idealizado no qual todos os processos operantes entre dois reservatórios térmicos são reversíveis, sendo este o ciclo com maior rendimento. É denominado processo reversível aquele que após ter ocorrido dentro do sistema, pode retornar ao estado original, com a inversão do processo, sem que tenham mudanças no sistema quanto no meio. Um exemplo para o processo de refrigeração operando como um sistema reversível e adotando como fluido de trabalho uma substância pura como a água, tem-se as etapas descritas a seguir. Turbina (processo adiabático - W12) – Aumento da temperatura do fluido de trabalho, desde a temperatura do reservatório de baixa até o reservatório de alta, havendo compressão de uma mistura de líquido e vapor decorrente da saída do evaporador. Condensador (processo isotérmico – Q23) – A temperatura do fluido de trabalho no condensador é infinitesimalmente maior que a temperatura do reservatório a alta temperatura, sendo admitida a temperatura do reservatório e da água constantes, além de ter a mudança de fase de vapor para líquido a pressão constante por rejeição de calor. Bomba (processo adiabático – W34) – Redução da temperatura do fluido de trabalho, desde a temperatura do reservatório de alta até a temperatura do reservatório de baixa, sem que haja troca de calor com o ambiente externo, ocorrendo o trabalho devido a energia interna do sistema. Evaporador (processo isotérmico – Q41) - A temperatura do fluido de trabalho no evaporador é infinitesimalmente menor que a temperatura do reservatório a baixa temperatura, absorvendo assim o calor do sistema. Podem-se verificar as etapas descritas acima pela figura 3.1. Figura 3.1: Ciclo de Carnot O ciclo de Carnot independe do fluido de trabalho e depende somente da temperatura dos reservatórios térmicos, ficando assim expresso o rendimento por: 𝜂𝑡 = 1 − 𝑄𝐿 𝑄𝐻 = 1 − 𝑇𝐿 𝑇𝐻 Máquina térmica ideal Para uma máquina térmica ideal, sendo esta reversível de acordo com ciclo de Carnot o coeficiente de eficácia é descrito como: 𝛽 = 𝑄𝐿 𝑄𝐻 − 𝑄𝐿 = 𝑇𝐿 𝑇𝐻 − 𝑇𝐿 Para o projeto desenvolvido neste trabalho será verificado qual a potência mínima necessária para remover do ambiente interno da câmara uma carga térmica de 28,1929 kW e manter a temperatura interna em 4 °C, com a temperatura externa média em 27,3 °C. Os valores utilizados nesta questão são decorrentes de capítulos posteriores. 𝛽 = 𝑇𝐿 𝑇𝐻 − 𝑇𝐿 𝛽 = 273 + 4 27,3 − 4 𝛽 = 11,89 A potência de acionamento do condicionador de ar é: �̇� = �̇�𝐿 𝛽 �̇� = 28,1929 11,89 �̇� = 2,37 𝑘𝑊 Irreversibilidades de um sistema A irreversibilidade é diretamente proporcional ao afastamento do equilíbrio termodinâmico, ocorrendo de forma mais rápida quanto maiora irreversibilidade. A entropia é uma grandeza termodinâmica que mede o grau de irreversibilidade de um sistema, é a parcela de energia interna de um sistema em seu equilíbrio termodinâmico que não é capaz de ser convertida em trabalho. De forma análoga, pode-se comparar entropia com o grau de liberdade de um sistema mecânico, que ao estar no estado fixo, possui entropia zero, porém quando totalmente liberado, possui a máxima entropia possível, maior “desordem” dentro do sistema. A irreversibilidade de um sistema é o fator que contribui para que as máquinas térmicas reais possam ser constantemente melhoradas a fim de se aproximarem cada vez mais da máquina idealizada. Algumas dessas irreversibilidades são: Atrito Expansão não resistida Transferência de calor com diferença finita de temperatura Mistura de duas substancias diferentes Podem-se verificar as perdas no sistema conforme descrito abaixo: Turbina – escoamento do fluido pelas palhetas e canais, e uma pequena parcela para o ambiente externo. Bomba – perdas relativamente menores que as da turbina, porém proveniente analogamente a da turbina, devido ao escoamento do fluido. Tubulações – Perda de carga devido ao atrito, tanto pelas paredes da tubulação como o de “escorregamento” quando em escoamento bifásico. O calor transferido ao ambiente externo, mesmo em quantidade pequena também aumenta a irreversibilidade no sistema. Condensador – resfriamento abaixo da temperatura de saturação do líquido, sendo necessária uma quantidade de calor maior para que o fluido volte a temperatura de saturação. Ciclo de compressão a vapor O ciclo de compressão a vapor é dado pelos processos abaixo. Compressor (processo isoentrópico) – recebe o fluido de trabalho no estado gasoso na isobárica de baixa temperatura, comprimindo-o até a isobárica de alta temperatura. Condensador (processo isobárico) – fluido de trabalho entra no condensador como vapor superaquecido e após rejeitar o calor para o meio, sai como liquido saturado. Válvula de expansão (processo isoentalpico) – recebe o fluido de trabalho no estato líquido saturado e após a redução da pressão a jusante da válvula, a mistura de liquido e vapor. Evaporador (processo isobárico) – fluido de trabalho entra como mistura de liquido e vapor e após receber calor, deixa o evaporador como vapor saturado. O ciclo de compressão a vapor se distância do ciclo ideal de Carnot devido o fluido de trabalho entrar no compressor somente no estado gasoso (figura 3.2). Figura 3.2: Gráfico T-s ciclo ideal de compressão a vapor. 3.2 Dados do ambiente: Cidade de Ipuiuna – MG Carta psicrométrica A cidade de Ipuiuna está situada no sul de Minas Gerais, com coordenadas 22°05’57,5”S e 46°11’28.0”W a aproximadamente 1200 metros acima do nível do mar (figura 3.3). Figura 3.3: Cidade de Ipuiuna (Google, 2014) Para determinação da temperatura ambiente em Ipuiuna, assim como a umidade relativa, foi utilizado o banco de dados referente ao ano de 2013 da estação meteorológica do INMET (tabela 3.3), situada na cidade de Caldas distante de 34,9 km do local de instalação do projeto, conforme ilustrado na figura 3.4. Figura 3.4: Cidade de Ipuiuna x Cidade de Caldas (retirado de Google maps) Observa-se que a máxima temperatura média mensal, assim como a máxima umidade relativa mensal, pode ser utilizada como característica de projeto, dada a segurança no cálculo da carga térmica para atender os requisitos do ambiente. Assim, serão considerados os valores de 27,3 °C e 83% respectivamente (tabela 3.1). Tabela 3.1: Condições climáticas de Ipuiuna Mês Tmáx (°C) Tmin (°C) REL (%) Janeiro 25.9 17.1 82.0 Fevereiro 27.3 17.1 79.1 Março 25.9 17.0 82.5 Abril 24.3 12.7 79.1 Maio 23.6 10.0 77.8 Junho 22.4 10.3 83.0 Julho 22.9 6.9 75.5 Agosto 24.4 6.6 67.3 Setembro 25.5 10.4 69.7 Outubro 25.0 13.9 74.8 Novembro 25.4 15.4 77.7 Dezembro 27.0 17.2 80.1 Para a determinação da carta psicométrica de Ipuiuna, foi utilizado o software “Psicrom 1.0”, desenvolvido pelo Prof. Dr. Maurício Roriz, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o qual possui como entrada a altitude local, temperatura de bulbo seco e umidade relativa (figura 3.5). Figura 3.5: Carta psicrométrica de Ipuiuna (Psicrom 1.0) A figura 3.6 gerada pelo programa “Psicrom 1.0” nos fornece os dados referente à composição atmosférica para a região em estudo. Figura 3.6: Dados psicrométricos de Ipuiuna (Psicrom 1.0) Para determinar os valores de taxa de umidade, entalpia, temperatura de orvalho e bulbo úmido do ambiente interno, assim como a entalpia do ambiente externo, utilizou-se o programa EES Versão 6.883 – 3D. Foram utilizados os seguintes dados de entrada para cálculo da entalpia do ar úmido do ambiente externo (figura 3.7): Temperatura de Bulbo Seco: 27,3 °C; Taxa de Umidade: 0,0222 (kg vapor/kg ar seco); Pressão: 87,716 kPa. Figura 3.7: Dados de Entrada para Entalpia do Ar Úmido do Ambiente Externo (Retirado de EES) O resultado encontrado é de 84,1 kJ/kg, de acordo com figura 3.8. Figura 3.8: Entalpia do Ar Úmido do Ambiente Externo (Retirado de EES) Condições internas da câmara fria Segundo Ashrae (2010), as condições de armazenagem da batata semente para períodos de 5 a 10 meses devem ser: Temperatura entre 4 e 12 °C; Umidade relativa entre 95 e 98%. Para este projeto, será considerado: Temperatura de 4 °C; Umidade relativa de 95%. Para calcular a taxa de umidade, empregaram-se os seguintes valores de entrada (figura 3.9): Temperatura: 4 °C; Umidade relativa: 0,95; Pressão: 87,716 kPa. Figura 3.9: Dados de Entrada para Taxa de Umidade (Retirado de EES) A solução obtida foi de 0,005529 (kg vapor / kg ar seco), como ilustrado na figura 3.10. Figura 3.10: Taxa de Umidade (Retirado de EES) Foram utilizadas as informações de entrada abaixo para determinar a entalpia do ar úmido (figura 3.11): Temperatura: 4 °C; Taxa de Umidade: 0,005529 (kg vapor/kg ar seco); Pressão: 87,716 kPa. Figura 3.11: Dados de Entrada para Entalpia do Ar Úmido (Retirado de EES) O valor encontrado foi de 17,89 kJ/kg (figura 3.12). Figura 3.12: Entalpia do Ar Úmido (Retirado de EES) Para determinar a temperatura de bulbo úmido, os seguintes dados de entrada foram utilizados (figura 3.13): Temperatura: 4 °C; Umidade Relativa: 0,95; Pressão: 87,716 kPa. Figura 3.13: Dados de Entrada para Temperatura de Bulbo Úmido (Retirado de EES) O resultado obtido foi 3,64 °C, segundo figura 3.14. Figura 3.14: Temperatura de Bulbo Úmido (Retirado de EES) Os valores das propriedades para determinação do ponto de orvalho são (figura 3.15): Temperatura: 4 °C; Taxa de Umidade: 0,005529 (kg vapor/kg ar seco); Pressão: 87,716 kPa. Figura 3.15: Dados de Entrada Temperatura de Orvalho (Retirado de EES) Segue, de acordo com figura 3.16, a temperatura de orvalho calculada. Figura 3.16: Temperatura de Orvalho (Retirado de EES) Condições de pré-projeto Abaixo estão listadas as informações necessárias ao desenvolvimento inicial do projeto. Região da instalação: Ipuiuna – MG (Região Sudeste do Brasil, sul de Minas); Produto estocado: Tubérculo de batata (batata semente); Natureza: Refrigerado; Quantidade a ser armazenada do produto: 320 toneladas; Dimensões limites para a obra: 10 x 15 x 20 m (altura x largura x comprimento); Montagem: interior de um galpão; Condições do ambiente externo e interno (tabela 3.2). Tabela 3.2: Condições do ambiente externo e interno PROPRIEDADES AR EXTERNO AR INTERNO IPUIUNA CÂMARA FRIA TBS (°C) 27,3 4 TBU (°C) 24,88 3,64 UR (%) 83 95 ENTALPIA (kJ/kg) 84,1 17,89 TAXA DE UMIDADE(g vapor/kg ar seco) 22,2 5,529 TPO (°C) 24,22 3,273 Dimensionamento da câmara a partir das condições de estocagem A estocagem dos tubérculos de batata é feita em caixas plásticas vazadas (figura 3.17) de aprox. 2,0 kg com dimensões externas de 31,0 x 35,5 x 55,0 cm (altura x largura x comprimento) e dimensões internas de 30,0 x 32,0 x 52,0 cm (Anexo I), adotando uma densidade média a granel do produto a ser armazenado de 599,5 kg/m³ conforme Rahman (2008), a capacidade de armazenamento será de 30 kg por caixa, valor demonstrado abaixo. mb = Vcx x ρb Eq [1.1] Em que: Vcx = 0,05 m³; ρb = 599,5 kg m3 ; Retomando a eq. [1.1], obtêm-se: mb = 0,05 x 599,5 mb 30,0 kg Figura 3.17: Caixa Plástica Vazada (retirado de Google Images) O abastecimento do produto no interior da câmara fria será organizado através do empilhamento de caixas plásticas vazadas em cima de pallets de madeira (figura 3.18). As características do pallet são: (Anexo VIII) Dimensão: 15 x 120 x 120 cm (altura x largura x comprimento); Capacidade estática : 3.000 kg; Massa estimada: 25,0 kg; Figura 3.18: Pallet de madeira (retirado de Google Images) O fator limitante para o empilhamento das caixas neste projeto é a capacidade estática do pallet, e será demonstrado abaixo. Para calcular a quantidade máxima de caixas sobre o pallet, utilizou-se a seguinte expressão: Npmax = ζpmax mb+mcx Eq. [1.2] Em que: ζpmax = 3000 kg; mcx = 2,0 kg; Retomando a eq. [1.2], obtêm-se: Npmax = 3.000 30,0 + 2,0 = 93,75 ≅ 93 caixas (cheias de produto) Para determinar a quantidade máxima de caixas sobre a superfície do pallet (figura 3.19), será calculada da seguinte forma: Quantidade máxima de caixas no comprimento do pallet: Ncmax = 𝜆𝑝 𝜆𝑐𝑥 Eq. [1.3] Em que: λp = 120 cm; λcx = 55 cm; Retomando a eq. [1.3], obtêm-se: Ncmax = 120 55,0 2,18 2 caixas Quantidade máxima de caixas na largura do pallet: Nlmax = lp lcx Eq. [1.4] Onde: lp = 120 cm; lcx = 35,5 cm; Retomando a eq. [1.4], obtêm-se: Nlmax = 120 35,5 3,38 3 caixas Quantidade máxima de caixas na superfície do pallet: Nsmax = Ncmax + Nlmax Nsmax = 2 + 3 = 6 caixas Figura 3.19: Quantidade Máxima de Caixas Sobre a Superfície do Pallet (Autodesk Inventor V.2013) Para definir a altura máxima do empilhamento sobre o pallet (figura 3.4), empregou-se a seguinte forma: αpmax = Npmax Nsmax αpmax = 93 6 = 15,5 caixas ≅ 15 caixas Considerando que a cada 05 caixas da altura máxima de empilhamento haverá um pallet (figura 3.20) para facilitar o manuseio com a empilhadeira, a quantidade de pallets é dada por: Npp = αpmax 5 Npp = 15 5 = 3 pallets Figura 3.20: Quantidade Máxima de Caixas por Pilha (Autodesk Inventor) Verificando a carga estática no pallet mais solicitado, temos: ζpc = [Nsmax × αpmax × (mb + mcx)] + (2 × mp) Eq. [1.5] Em que: mp = 25 kg; Retomando a eq. [1.5], obtêm-se: ζpc = [6 x 15 x (30 + 2)] + (2 x 25) ζpc = (90 x 32) + 50 ζpc = 2.880 + 50 = 2.930 kg Portanto, o valor de carga estática está dentro do limite estabelecido de 3.000 kg. Para estipular a altura interna da câmara, será levado em consideração um vão livre de 0,8 m entre o teto e o topo do empilhamento de caixas, permitindo que haja uma circulação ideal do ar. αicf = (αcx × αmcx ) + (3 × αp) + 80 Eq. [1.6] Em que: αcx = 31 cm αp = 15 cm Retomando a eq. [1.6], obtêm-se: αicf = (31 × 15) + (3 × 15) + 80 αicf = 590 cm = 5,9 m Para encontrar o valor da massa de batata semente em uma pilha, será utilizado o seguinte calculo: mbp = (Nsup × hmcx × mb) mbp = (6 x 15 x 30) mbp = 2.700 kg A partir deste último valor encontrado, podemos verificar a quantidade de pilhas necessárias para a estocagem total do produto. Nemax = mtot mbp Eq. [1.7] Em que: mtotbat = 320000 kg; Retomando a eq. [1.7], obtêm-se: Nemax = 320.000 2.700 118,52 119 pilhas de 90 caixas Colocando 15 pilhas enfileiradas na direção do comprimento da câmara, sendo espaçada em 0,1 m uma da outra, o comprimento interno será de 18,1 m. Dispondo 08 pilhas enfileiradas na direção da largura da câmara, também com espaçamento entre fileiras de 0,1 m,seguindo a medida padrão adotado no espaçamento das pilhas do sentido do comprimento, a largura interna será de 9,7 m. A câmara terá uma capacidade total de armazenamento de 322.700 toneladas. Os valores mínimos encontrados para o dimensionamento interno da câmara é de 5,9 x 9,7 x 18,1 m (altura x largura x comprimento), para efeito de projeto, será utilizado medidas exatas para a parte externa, 6 x 10 x 19 m (altura x largura x comprimento). Dimensionamento do isolamento Especificação da placa isotérmica O painel isotérmico selecionado tem o núcleo com material isolante em poliestireno expandido (EPS) conforme especificação da norma ABNT NBR 11752:2007 Tipo 3, o qual contempla as propriedades físico-químicas que garantem a segurança e durabilidade do produto. O revestimento interno e externo será de aço carbono pré-pintado, uma vez que: Estará abrigado (galpão); Não sofrerá respingos de produtos químicos; Ambiente não agressivo ao material (afastado da orla marítima). A espessura da chapa utilizada é 0,5 mm, acabamento liso e encaixe tipo macho- fêmea. Cálculo da espessura Para que seja possível calcular a espessura do isolamento, será necessário o valor do fluxo máximo de calor, que é dado por: q̅ = −k dT dx q̅𝑖𝑠𝑜 = −kiso ∆T e𝑖𝑠𝑜 Eq. [2.1] Em que: kiso = 0,036 W m . K ; Tamb = 300,3 K; Ticf = 277 K; e𝑖𝑠𝑜 = 0,1 m; Retomando a eq. [2.1], obtêm-se: �̅�𝑖𝑠𝑜 = −0,036 . (277−300,3) 0,10 = 8,388 𝑊 𝑚² = 7,212 kcal/m² Admitindo que não haja calor de insolação devido à existência do galpão que envolve a câmara, o coeficiente global é calculado da seguinte maneira: 𝑈𝑖𝑠𝑜 = 𝐾𝑖𝑠𝑜 ∆𝑇 𝑈𝑖𝑠𝑜 = 7,212 300,3 − 277 0,31 𝑘𝑐𝑎𝑙 𝑚2. 𝐾 ≅ 0,31 𝑘𝑐𝑎𝑙 𝑚2.°𝐶 Com o valor do coeficiente global, têm-se condições para encontrar a espessura, que equivale a 100 mm (Anexo VII). O coeficiente global dado pelo fabricante do painel isotérmico para espessura de 100 mm é de 0,33 𝑘𝑐𝑎𝑙 𝑚2.°𝐶 , suprindo o mínimo recomendado por norma, sendo assim adotado para o decorrer dos cálculos. Quantidade do painel isotérmico De acordo com a norma Ashrae (2010), câmaras frigorificas mantidas acima da temperatura de congelamento, não necessitam de tratamento especial no piso, sendo assim a área total de isolante necessário é de 538 m². Porta frigorífica Porta frigorífica deslizante com dimensões de 0,1 x 2,0 x 2,5 m (espessura x largura x altura), facilitando o trafego de empilhadeiras para o interior da câmara. Cálculo da carga térmica Para se calcular a carga térmica referente à câmara deve-se levar em consideração os calores de condução e insolação, carga térmica de infiltração, carga térmica de produto, carga térmica de pessoas, de iluminação, metabolismo e de motores. Segue o memorial referente às cargas de interesse. Carga térmica de condução e insolação Para calcular esta carga utilizou-se a seguinte equação: qci = Upe. Apit (Tamb + ∆Ti − Ticf) 24 Eq. [3.1] Em que: Uiso = 0,33 𝑘𝑐𝑎𝑙 𝑚2 .°𝐶 (valor fornecido pelo fabricante e adotado para cálculo); Apit = 538 m²; ∆Ti =0 (câmara esta no interior de um galpão); Retomando a eq. [3.1], obtêm-se: qci = 0,33. 538 (27,3 + 0 − 4) 24 qci = 99280,368 𝑘𝑐𝑎𝑙 𝑑𝑖𝑎 = 1,37 TR Lembrando que 1 Tonelada de Refrigeração (TR), é a quantidade de calor necessária para fundir uma tonelada de gelo em 24 horas. 1 TR = 12.000 BTU/h = 3.024 kcal/h= 3.516,8 W. Carga térmica de infiltração e abertura de porta As expressões utilizadas nesta seção com relação a cálculo da carga térmica por infiltração foram retiradas da norma Ashrae (2010). qtpo = qapo . Dt . Df (1 – εpo) Eq.[3.2] Determinação dos valores solicitados na equação [3.2]: Para determinar a carga de refrigeração latente e sensível, utiliza-se: qapo = 0,221 . Apo(hicf . hamb) ρr (1 – ρicf/ρamb) 0,5 (g . αpo) 0,5 Fm Eq. [3.3] A parte decimal do valor de tempo de abertura da porta é dada por: Dt = (Nvpoθp+60θ0) 3600θd Eq. [3.4] Em que: Nvpo = 3 vezes; θp = 20 s; θ0 = 30 min; θd = 24 h; Retomando a eq. [3.4], obtêm-se: Dt = (3 . 20 + 60 . 30) 3600 . 24 Dt = 0,0215 Segundo Ashrae (2010, apud HENDRIX, 1989), para diferenciais de temperatura acima de 11 °C, o fator de fluxo a ser utilizado é: 𝐷𝑓 = 0,8 Considerando as informações contidas na norma Ashrae (2010), com relação à efetividade do sistema de proteção da porta, por questão de durabilidade e segurança, estaremos adotando um caso crítico, que é: εpo = 0,85 Para determinar solução da eq. [3.3], são necessários os valores das incógnitas: Apo = 2 . 2,5 = 5 m²; hicf = 17,89 kJ kg (retirado tabela 3.1); hamb = 84,1 kJ kg (retirado tabela 3.1); g = 9,81 m s² ; αpo = 2,5m; ρamb = (Pd . Md+ Pv . Mv) R . Tamb Eq. [3.5] ρicf = (Pdicf . Md+ Pvicf . Mv) R . Ticf Eq. [3.6] Fm = [ (2) (1+ ρicf ρ𝑎𝑚𝑏 ) 1 3 ] 1/5 Eq. [3.7] Para resolver a eq. [3.5], necessitou-se: Md = 28,964 g mol ; Mv = 18,01524 g mol ; R = 8,314 J K.mol ; T𝑎𝑚𝑏 = 300,3 K; w𝑎𝑚𝑏 = magua . Pv mas . (P𝑎𝑚𝑏− Pv) Eq. [3.8] Em que: magua = 18,01524 g mol ; mas = 28,964 g mol ; Pamb = 87,716 kPa; wamb = 0,0222 kgvapor kgar seco ; Retomando a eq. [3.8], obteve: 0,0222 = 18,01524 . Pv 28,964 . (87,716 − Pv) Pv = 3,02285 kPa P d = Pamb − Pv Pd = 87,716 – 3,02285 P𝑑 = 84,69315 kPa Retomando a eq. [3.5], obteve-se: 𝜌𝑎𝑚𝑏 = (84,69315 . 28,964 + 3,02285 . 18,01524) 8,314 . 300,3 𝜌𝑎𝑚𝑏 ≅ 1,004332 𝑘𝑔 𝑚³ Para resolver a eq. [3.6], utilizou-se: Md = 28,964 g/mol; M𝑣 = 18,01524 g/mol; R = 8,314 J/K. mol; T icf = 277 K; 𝑤𝑖𝑐𝑓 = 𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎 . 𝑃𝑣 𝑚𝑎𝑠 . (𝑃𝑎𝑚𝑏− 𝑃𝑣) Eq. [3.9] Em que: magua = 18,01524 g mol ; mas = 28,964 g mol ; Pamb = 87,716 kPa; wicf = 0,0055 kgvapor kgar seco ; Retomando a eq. [3.9], obteve-se: 0,0055 = 18,01524 . Pvicf 28,964 . (87,716 − Pvicf) Pvicf 0,76883 kPa Pdicf = Pamb − Pvicf P dicf = 87,716 – 0,76883 Pdicf = 86,94717 kPa Retomando a eq. [3.6], obteve-se: 𝜌𝑖𝑐𝑓 = (86,94717 . 28,964 + 0,76883 . 18,01524) 8,314 . 277 𝜌𝑖𝑐𝑓 ≅ 1,099527 𝑘𝑔 𝑚³ Retomando a eq. [3.7], encontrou-se: 𝐹𝑚 = [ (2) (1+ 1,099528 1,004332 ) 1 3 ] 1/5 Fm 1,093444 O resultado da eq.[3.3] é: qapo = 0,221 . 5 (84,1 − 17,89) 1,099527 (1 – 1,004332/1,099527)0,5 (9,81 . 2,5)0,5 1,09344 qapo = 128,172645 kW O valor encontrado para eq. [3.2] é: qtpo = 128,172645 . 0,0215 . 0,8 (1 – 0,85) qtpo 0,331 kW 0,0941 TR Carga térmica devida a temperatura de entrada dos produtos O método utilizado para o cálculo de carga térmica, tomando como base a estocagem do produto em sua totalidade (320 ton.), sem movimentação diária, considerou-se que para ter uma taxa de resfriamento adequada, a diferença de temperatura entre a base e o topo das pilhas não devesse exceder a variação entre uma temperatura desejada e sua temperatura do ponto de orvalho (Bishop, 2009). O caso mais crítico a ser considerado, independente da temperatura escolhida na faixa de resfriamento, é quando a umidade relativa esta em seu máximo valor. O intuito destas considerações é evitar que haja condensação dos vapores causados pela respiração das batatas mais expostas a refrigeração (topo da pilha). A ocorrência deste fenômeno deve-se ao fato de que a massa de ar frio possui a tendência de se deslocar para a região inferior da câmara, resfriando as bases dos empilhamentos e por consequência dado ao ciclo natural de convecção, o ar quente da respiração das batatas conduz-se para a parte superior da câmara (figura 3.21) devido as diferenças de densidade e ou massa específica. Figura 3.21: Comportamento das massas de ar no interior da câmara (AutoCad) Para encontrar a máxima variação de temperatura entre a base e o topo do empilhamento, será utilizado a temperatura de bulbo seco final do interior da câmara de 4 °C e sua temperatura do ponto de orvalho com umidade relativa máxima de 95%. δTv = Ticf − Tpoicf Eq. [3.10] Em que: Tpoicf = 3,273 ℃; Retomando a eq. [3.10], obteve-se: δTv = 4 − 3,273 δTv = 0,727 °C Para que se mantenha uma margem de segurança, a variação considerada será de 0,6°C. A equação abaixo foi utilizada para calcular a carga térmica de produto: qprod = mtot . 1000 . cbat . δTv t Eq. [3.11] Em que: cbat = 3,8 kJ/kg.K - calor específico da batata, valor de acordo com Pringle et al. (2009); Retomando a eq. [3.11], obteve-se: qprod = 320 . 1000 . 3,8 . 0,6 24 . 3600 qprod 8,444 kW = 2,401 TR Carga térmica de metabolismo O calor metabólico é determinado pela temperatura de armazenamento do ponto de ajuste (Pringle et al., 2009), para calcular tal carga utilizou-se a seguinte expressão: qmp = mprod .q̇mp 1000 Eq. [3.12] Segundo Pringle et al. (2009 apud BURTON, 1989), quando as batatas estão dormentes, o calor de respiração é pequeno, as vezes menor que 10 W/t. Será levado a titulo de cálculo o valor de 10 W/t. Retomando a eq. [3.12], obtêm-se: 𝑞𝑚𝑝 = 320 . 10 1000 𝑞𝑚𝑝 = 3,2 𝑘𝑊 = 0,91 𝑇𝑅 Carga térmica de condução do piso Para determinar a carga térmica de condução do piso, tem-se: Upiso = 1 1 𝐶𝑖𝑝𝑖𝑠𝑜 + 𝑒𝑝𝑖𝑠𝑜 𝑘𝑝𝑖𝑠𝑜 + 1 𝐶𝑜𝑝𝑖𝑠𝑜 eq. [3.13] Onde: Cipiso = 1,6; valor conforme Ashrae (2010), ambiente com ar calmo 𝐶𝑜𝑝𝑖𝑠𝑜 = 1,6; valor conforme Ashrae (2010), ambiente com ar calmo episo = 0,15 m; 𝑘piso ≅ 1,2 𝑊 𝑚.𝐾 ; Retomando a eq. [3.13], resultou em: Upiso = 1 1 1,6 + 0,15 1,2 + 1 1,6 Upiso ≅ 0,73 W m² .K A carga térmica do piso foi calculada abaixo: qpiso = Upiso. Apiso (ΔT) Eq. [3.14] Em que: Apiso = 190 m²; Retomando a eq. [3.14], teve-se que: 𝑞𝑝𝑖𝑠𝑜 = 0,73 . (10 . 19). (300,3 − 277) 𝑞𝑝𝑖𝑠𝑜 ≅ 3232 W = 0,919 𝑇𝑅 Carga térmica de ocupação Para o cálculo da carga térmica de ocupação considerou-se a seguinte expressão, conforme Ashrae (2010): qpessoa = 272 . 6. Ticf qpessoa = 272 . 6 . 4 qpessoa = 248 W = 0,0705 TR Carga térmica de iluminação Conforme norma ABNT NBR 5413, para iluminação geral para áreas utilizadas interruptamente ou com tarefas visuais simples, o valor adotado da iluminância é de 150 lux. O fator de depreciação será considerado 1,25 (referenciar catalogo Osram), considerando uma boa manutenção (em caso de queima, troca imediata; limpeza das luminárias). Para o ambiente de armazenamento com Iluminância de 150 lux, recomenda-se que a tonalidade de cor da luz seja aproximadamente 2700, conforme figura 3.22 do fabricante de lâmpadas Osram. Figura 3.22: Relação de conforto ambiental entre nível de Iluminância e Tonalidade de Cor da lâmpada (retirado do catálogo Osram, 2014) De acordo com a norma Ashrae (2010), as lâmpadas tipo T8 com reator eletrônico, introduzem menos calor dentro do espaço refrigerado comparado com T12 com reator magnético que comumente é utilizado nestes tipos de instalações. Será utilizado lâmpadas fluorescentes
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