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Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Sumário Módulo 1: Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP ...................... 4 Introdução ...................................................................................................... 4 Legislação correlata ....................................................................................... 6 Encerramento ...................................................................................................... 9 Módulo 2: Orientações para quem não está inscrito no CTF/APP ....................... 10 Quem está obrigado a se inscrever ............................................................... 10 Exploração e extração de recursos naturais .................................................. 11 Indústria....................................................................................................... 14 Tratamento de resíduos e saneamento básico .............................................. 21 Depósito, comércio e transporte (importação/exportação) ........................... 22 Comércio: quais segmentos são sujeitos à inscrição no CTF/APP ................. 24 Importação e exportação: quais segmentos são sujeitos ao CTF/APP ........... 29 Pesca ........................................................................................................... 31 Infraestrutura ............................................................................................... 34 Como saber se você já está inscrito no CTF/APP .......................................... 36 Antes de abrir o formulário de inscrição ........................................................ 39 Tabela de Atividades do CTF/APP ................................................................. 40 Como fazer o enquadramento ....................................................................... 41 As Fichas Técnicas de Enquadramento – FTE ............................................... 48 A CNAE e o CRF/APP .................................................................................... 51 Datas de início e de término ......................................................................... 54 Módulo 3: Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA ............................ 57 Fundamentos legais da TCFA e sua relação com o CTF/APP ......................... 57 A constituição do tributo – Do lançamento ................................................... 61 Porte Econômico .......................................................................................... 62 Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Base de cálculo da TCFA, qual o valor a pagar............................................... 63 Quem está isento do pagamento da TCFA ..................................................... 64 Qual o valor da TCFA .................................................................................... 65 Taxa Federal e Taxas Estaduais - Compensação de crédito ........................... 66 Como e quando pagar a Taxa ........................................................................ 67 Lançamento manual da Compensação (Art. 17-P da Lei 6.938/81) ............... 67 PORTE, como declarar o porte econômico no CTF/APP ................................. 69 Como retifi car o porte da empresa no ano corrente ....................................... 71 Como contestar uma cobrança de TCFA ....................................................... 72 Módulo 4: Relatório Anual de Atividades ............................................................ 74 O RAPP ........................................................................................................ 74 Formulários que fazem parte do RAPP .......................................................... 80 Como preencher, entregar e retifi car o RAPP ................................................. 83 Sanções ....................................................................................................... 86 Módulo 5: Fazer a gestão do seu cadastro no CTF/APP ...................................... 87 Apresentação ............................................................................................... 87 Quais dados cadastrais você deve atualizar? ................................................ 87 Como atualizar seus dados no CTF/APP ....................................................... 89 Como suspender as atividades no cadastro do CTF/APP .............................. 91 Como e quando emitir o Certifi cado de Regularidade .................................... 92 Como e quando encerrar sua inscrição no CTF/APP ...................................... 94 Como tirar dúvidas sobre seu cadastro no CTF/APP ..................................... 94 4Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Módulo 1: Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Introdução Olá! O Módulo I trata dos Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/ APP. A criação do Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e Utilizadoras de Recursos Ambientais – CTF/APP se deu pela Lei 7.804, de 18 de julho de 1989, que modifi cou a Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA, instituída pela Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981. Encontramos a defi nição deste instrumento no inciso II do art. 17, da Lei 6.938/81: Art. 17. Fica instituído, sob a administração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA: (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) (...) II - Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou à extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) 5Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP O Anexo VIII da PNMA traz uma lista de atividades potencialmente poluidoras, com os respectivos potencial poluidor e grau de utilização (PP/ GU), distribuídas nas categorias de 1 a 20. O CTF/APP se insere, portanto, no marco regulatório da PNMA, e suas alterações publicadas ao longo do tempo. As principais referências legais para o CTF/APP são a Lei 6.938 de 1981 (PNMA) e as Instruções Normativas do Ibama nº 6 de 2013 e a nº 12/2018. Mas, afi nal, você sabe o que é e para que serve o CTF/APP? Vamos esclarecer agora! As primeiras defi nições que precisam fi car claras, quando se trata do CTF/ APP, são: a) O que é o CTF/APP? b) Para que serve o CTF/APP? Respondendo a essas duas perguntas, temos que o CTF/APP é o registro obrigatório de pessoas físicas e jurídicas que realizam atividades passíveis de controle ambiental. A inscrição nesse Cadastro é gratuita e deve ser realizada pelo próprio interessado no sítio eletrônico do Ibama, como será visto mais adiante no curso. O CTF/APP, portanto, identifi ca essas pessoas perante o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), permitindo a geração de informações relevantes para a gestão ambiental no Brasil. E você já sabe quais seriam essas atividades passíveis de controle ambien- tal? São as atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais, tais como: - as que dependem de licenciamento, autorização ou outros atos aprovativos ambientais; 6Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP - as estabelecidas por força do art. 17-C e listadas no Anexo VIII da Lei 6.938/1981; - as listadas na Resolução Conama 237/1997; - as controladas e fi scalizadas ambientalmente, devido a outros normativos federais ou de abrangência nacional. Trataremos o tema em detalhes a seguir. Bom curso! Legislação correlata A Tabela 1 destaca os principais pontos destas referências quanto ao CTF/APP. Os textos destas normas encontram-se disponíveis no site do Ibama, no endereço: http://www.ibama.gov.br/cadastros/ctf/ctf-app#legislacaoTabela 1. Principais referências legais do CTF/APP Referência Legal Descrição Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 Dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, seus fi ns e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente: XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais. Art.17. Fica instituído, sob a administração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA: II - Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou à extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora. 7Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Instrução Normativa nº 6, de 15 de março de 2013 Regulamenta o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e Utilizadoras de Recursos Ambientais. Instrução Normativa nº 12, de 13 de abril de 2018 Estabelece o Regulamento de Enquadramento de pessoas físicas e jurídicas no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e Utilizadoras de Recursos Ambientais. Todas as atividades cuja inscrição é obrigatória no CTF/APP estão no Anexo I, da IN 06/2013, e alterações, que regulamenta o CTF/APP (http:// ibama.gov.br/phocadownload/ctf/2018/Ibama-IN-6-2013-compilada- IN-11-2018.pdf). Além disso, cada uma das atividades possui uma Ficha Técnica de Enquadramento (FTE) que detalha as descrições que são ou não compreendidas pelo CTF/APP. As FTE, que são documentos legais e em formato eletrônico, estão disponíveis na página do Ibama na internet, através do link: http://ibama.gov.br/cadastros/ctf/ctf-app/ftes#tabelacompleta. As FTE podem ser apresentadas como comprovantes em processos de licitação, de licenciamento ambiental ou de fi nanciamentos por bancos, além de serem um guia juridicamente seguro para identifi cação correta da atividade a ser declarada no formulário de inscrição do CTF/APP, conforme estabelecido pela IN 12/2018, e alterações. Um outro instrumento da PNMA que também se relaciona com as atividades po- tencialmente poluidoras é o licenciamento ambiental. Este é o instrumento respon- 8Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP sável pelo controle preventivo, que busca especifi car os padrões de qualidade que deverão ser atendidos e como deverá ser feito o controle da atividade licenciada. Neste caso, considera-se licenciamento todo processo autorizativo de atividade ambiental. De maneira geral, o licenciamento defi ne como e quando a atividade que está sob controle deve ser exercida. A partir daí o CTF/APP identifi ca a pessoa sujeita ao controle. O que isso quer dizer? Que todo aquele que exerce atividades potencialmente poluidoras ou utilizadoras de recursos ambientais, licenciadas ou autorizadas, conforme previsão em leis federais ou de abrangência nacional, está sujeito à inscrição no CTF/APP. Neste contexto, temos a Resolução CONAMA nº 237, de 1997, que é a norma de organização e padronização nacional do licenciamento de atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais, incluindo a distribuição de competência administrativa entre os entes federativos. No Anexo 1 desta Resolução, há uma lista de atividades ou empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental, que é praticamente igual à lista do Anexo VIII da PNMA, demonstrando a convergência entre os diferentes dispositivos legais. Mas, se a inscrição no cadastro é obrigatória para determinadas atividades, o que acontece quando a pessoa obrigada deixa de se inscrever? Essas pessoas que são obrigadas à inscrição no CTF/APP, mas que não efetuarem seu registro, estarão sujeitas às sanções previstas no art. 76 do Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008, sem prejuízo de sanções cabíveis de ordem tributária. A multa por deixar de se inscrever no CTF/APP varia de R$ 50,00 a R$ 9.000,00. Da mesma forma, independentemente de situação cadastral, a pessoa inscrita, diretamente ou por meio de prepostos e sucessores legais, que elaborar ou apresentar informação total ou parcialmente falsa, enganosa ou omissa, seja nos sistemas ofi ciais de controle ou em qualquer outro procedimento administrativo ambiental, estará sujeita à multa que pode variar de R$ 1.500,00 a R$ 1.000.000,00. 9Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Encerramento Finalizamos aqui o primeiro módulo do curso CTF/APP, que trouxe uma introdução e a legislação correlata ao tema. No próximo módulo, você terá acesso a orientações para quem ainda não está inscrito no CTF/APP. 10Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Módulo 2: Orientações para quem não está inscrito no CTF/APP Quem está obrigado a se inscrever O Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e Utilizadoras de Recursos Ambientais – CTF/APP é um registro obrigatório para quem exerce alguns tipos de atividades econômicas. Atualmente, são 196 atividades relacionadas na Tabela do CTF/APP, distribuídas em 22 categorias. Essas atividades estão no CTF/APP porque existe normativa federal ou de abrangência nacional na qual está previsto o controle e fi scalização ambiental sobre elas. São Leis e Decretos Federais, Resoluções do Conama ou Instruções Normativas do Ibama. O Ibama publicou, para cada atividade da Tabela, uma Ficha Técnica de Enquadramento que especifi ca em detalhes quais atividades compreendem e quais não compreendem aquela descrição. Consulte as Fichas Técnicas sempre que tiver dúvidas de enquadramento. Elas são um documento legal, assinado pelo Presidente do Ibama, e estão disponíveis no site www.ibama. gov.br. Cadeias produtivas: Vejamos, na lógica das cadeias produtivas, quais são os segmentos que se enquadram nessa obrigação legal: • Exploração e extração de recursos naturais • Indústria (etapa fabril) 11Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP • Tratamento de resíduos e saneamento básico • Depósito, comércio e transporte (importação/exportação) • Pesca (extração, benefi ciamento, fabricação e comércio) • Obras de infraestrutura • Turismo, Energia e outros Exploração e extração de recursos naturais 1. Mineração: Lavra a céu aberto, Lavra subterrânea, Lavra garimpeira, Pesquisa mineral com guia de utilização. 2. Perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural. 3. Exploração da madeira e subprodutos florestais: supressão de vegetação; silvicultura; coleta de produtos florestais; manejo florestal; produção de carvão e lenha de espécie nativa com propósito comercial; desdobramento de tora no local da exploração florestal. 4. Exploração de recursos aquáticos vivos: Pesca (exceto pesca amadora); aquicultura. 5. Exploração econômica da fauna exótica e da fauna silvestre: criação comercial de fauna; jardim zoológico. 6. Criação, manutenção, triagem e manejo de fauna silvestre. 7. Utilização do patrimônio genético natural. 8. Importação ou exportação de fauna e flora nativas. 9. Introdução de espécies exóticas. 10. Uso da diversidade biológica pela biotecnologia. 12Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP ATENÇÃO: Veja os detalhes nas Fichas Técnicas de Enquadramento das Categorias: 1 – Extração e tratamento de minerais; e 20 – Uso de Recursos Naturais. Mineração: quais segmentos são sujeitos à inscrição no CTF/APP A mineração envolve a extração de substâncias minerais, portanto, é uma das primeiras etapas da cadeia produtiva. O controle dessas atividades está previsto na Lei 6.938/81, no art. 17, além de outras normas listadas nas Fichas Técnicas de Enquadramento de cada atividade. Na Tabela do CTF/APP (Anexo I, da IN 06/2013), as atividades relacionadasà mineração estão contidas na Categoria 1: 1 - 1: Pesquisa mineral com guia de utilização 1 - 2: Lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem benefi ciamento 1 - 3: Lavra subterrânea com ou sem benefi ciamento 1 - 4: Lavra garimpeira 1 - 5: Perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural 1 - 7: Lavra garimpeira - Decreto nº 97.507/1989 (utilização de mercúrio metálico) Para o código 1-1, a guia de utilização é o documento emitido pela Agência Nacional de Mineração, que autoriza a extração de minerais, antes da outorga de concessão de lavra. Mas, essa autorização é em caráter excepcional. 13Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Os códigos 1-2, 1-3 e 1-4 se referem a minerais metálicos e não metálicos, enquanto o código 1- 5 trata exclusivamente de petróleo e gás. Da mesma forma, a atividade 1-7 é apenas para aquelas pessoas que realizam atividade de lavra garimpeira, com a utilização de mercúrio metálico. É importante lembrar que o exercício de outras atividades, em decorrência da mineração, deve ser declarado em seus códigos correspondentes. Vejamos: 01 02 03 04 05 06 07 A disposição final de rejeitos da indústria ou da mineração em confinamento licenciado pelo órgão ambiental competente (17 – 58); O tratamento de resíduos de mineração (17 – 59); A recuperação de áreas degradadas (17 – 67); A recuperação de áreas contaminadas (17 – 68); A construção de barragens e diques para contenção de rejeitos da atividade minerária (22 – 2); O transporte dutoviário de petróleo (18 – 2); O transporte dutoviário de gás natural (18 – 2); 08 A unidade flutuante de armazenamento (FSU) utilizada para o armazenamento de óleo produzido (18 – 4). Esses são apenas alguns exemplos. Por isso, para garantir a inscrição correta no CTF/APP, é importante a leitura cuidadosa das FTE. 14Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Indústria Na Indústria, os segmentos que se enquadram são: Indústria de produtos minerais não metálicos Indústria metalúrgica Indústria mecânica Indústria de material elétrico, eletrônico e de comunicações Indústria de material de transporte Indústria da madeira Indústria de papel e celulose Indústria da borracha Indústria de couros e peles Indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos de tecidos Indústria de produtos de matéria plástica Indústria do fumo Indústrias diversas (usinas de asfalto e concreto) Indústria química Indústria de produtos alimentares e de bebidas ATENÇÃO: Veja os detalhes nas Fichas Técnicas de Enquadramento das Categorias 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15 e 16. 15Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Consulte a tabela da Classifi cação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE para entender quem está obrigado e quem não está. Por exemplo: é obrigado a se inscrever no CTF/APP quem exerce as atividades da Divisão 13 da CNAE – Fabricação de produtos têxteis. Já a Divisão 14 da CNAE – Confecção de artigos do vestuário e acessórios - não foi incluída na Lei que criou o CTF/APP, e não consta da lista de atividades passíveis de pagamento da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA). Portanto, as atividades abrangidas por essa Divisão não estão sujeitas à inscrição no CTF/APP. ATENÇÃO: Veja a seguir um tópico só para a Indústria! E outro tópico que aborda a relação da CNAE com o CTF/APP. Indústria: quais segmentos são sujeitos à inscrição no CTF/APP Após a etapa de exploração e extração de recursos naturais, segue a industriali- zação. O controle dos segmentos da indústria que são de inscrição obrigatória no CTF/APP é determinado no artigo 17 da Lei 6.938/81, além de outras normas lista- das nas Fichas Técnicas de Enquadramento de cada atividade. Na Tabela do CTF/APP (Anexo I da IN 06/2013), as atividades relacionadas à indústria estão contidas nas Categoria 2 a 16, conforme a seguir: Categoria 2 Indústria de produtos minerais não metálicos Categoria 3 Indústria metalúrgica Categoria 4 Indústria mecânica Categoria 5 Indústria de material elétrico, eletrônico e comunicação Categoria 6 Indústria de material de transporte Categoria 7 Indústria de madeira Categoria 8 Indústria de papel e celulose Categoria 9 Indústria da borracha Categoria 10 Indústria de couros e peles Categoria 11 Indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos de tecidos 16Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Categoria 12 Indústria de produtos de matéria plástica Categoria 13 Indústria do fumo Categoria 14 Indústrias diversas Categoria 15 Indústria química Categoria 16 Indústria de produtos alimentares e bebidas Conforme vimos anteriormente, algumas atividades do CTF/APP podem ser facilmente relacionadas à CNAE, principalmente as atividades industriais, visto que essa classifi cação foi a origem da sistematização das atividades sujeitas ao licenciamento ambiental. Considerando então que todas as atividades industriais somadas correspondem a 44% do total de atividades do CTF/APP, a utilização da CNAE pode facilitar muito o enquadramento no CTF/APP. Essa correspondência entre a Tabela do CTF/APP e a tabela da CNAE está legal- mente formalizada nas Fichas Técnicas de Enquadramento, conforme já vimos no capítulo anterior sobre as FTEs. Entretanto, não é possível identifi car essa correspondência na totalidade das atividades do CTF/APP. Vamos agora dar uma olhada nas categorias industriais. Categoria 2 - Indústria de produtos minerais não metálicos São atividades, não associadas à extração, que estão relacionadas ao benefi ciamento (cód. 2-1) e à fabricação e elaboração de produtos minerais (cód. 2-2). Categoria 3 - Indústria metalúrgica Essa categoria possui 12 atividades, que envolvem desde a fabricação de aço e produtos siderúrgicos, metalurgia, relaminação e fabricação de estruturas metálicas e artefatos de ferro e têmpera e cementação. 17Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Categoria 4 - Indústria mecânica Esta categoria envolve apenas 1 atividade, que trata de fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios. Categoria 5 - Indústria de material elétrico, eletrônico e comunicações Inclui as atividades de fabricação de: - pilhas, baterias e outros acumuladores; - material elétrico, eletrônico e equipamentos para telecomunicação e informática; - aparelhos elétricos e eletrodomésticos; - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio, de luz mista. Categoria 6 - Indústria de material de transporte As atividades relacionadas ao material de transporte são a fabricação e montagem de veículos rodoviários, ferroviários e aeronaves, assim como, a fabricação e reparo de embarcações e estruturas flutuantes. Categoria 7 - Indústria de madeira As atividades da indústria da madeira compreendem aquelas relacionada à serraria e desdobramento de madeira, a preservação da madeira e a fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada, prensada e compensada e de estruturas de madeira e móveis. A FTE 7-4 lista algumas atividades relacionadas à fabricação de estruturas de madeira e móveis, que não estão sujeitas ao CTF/APP. Alguns exemplos: - a fabricação de artefatos de bambu, vime, junco, palha e outros materiais trançados; - a fabricação de artefatos de madeira para usos doméstico, industrial e comercial; 18Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP - a fabricação de bijuterias de madeira; - a fabricação de brinquedos de madeira; - a fabricação de utensílios de madeira para uso doméstico, tais como panelas e colheres; Categoria 8 - Indústria de papel e celulose Esta categoria inclui a fabricação de celulose e pasta mecânica, de papel e papelão, e de artefatos de papel, papelão, cartolina, cartão e fi bra prensada. Não possuem enquadramento no CTF/APP, algumas atividades tais como: - a fabricação de jogos e brinquedos de papel, papel-cartão e papelão ondu- lado; - atividade de impressão (jornais, livros, calendários,pôsteres, cartazes, catálogos promocionais, catálogos de arte, tabloides e encartes, kits promocionais, banners, outdoors, malas diretas...). Categoria 9 - Indústria da borracha Na indústria da borracha, possuem enquadramento no CTF/APP atividades relacionadas ao benefi ciamento de borracha natural, fabricação de laminados e fi os de borracha, fabricação de espuma de borracha e de artefatos de espuma de borracha, inclusive látex, assim como, fabricação de câmara de ar e pneumáticos. Alguns exemplos de atividades que não possuem enquadramento no CTF/APP: - a coleta do látex em seringais nativos ou cultivados; - o benefi ciamento do látex no local da coleta; - a fabricação de acessórios esportivos de borracha; - a fabricação de artefatos de borracha para uso doméstico, pessoal, higiêni- co e farmacêutico (preservativos, bicos para mamadeira, chupetas etc.); - a fabricação de botas de borracha; - a fabricação de colchões de espuma; - a fabricação de jogos e brinquedos de borracha. 19Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Categoria 10 - Indústria de couros e peles Esta categoria inclui a secagem e salga, o curtimento e outras preparações, a fabricação de artefatos diversos e a fabricação de cola animal. Não possuem enquadramento no CTF/APP, atividades como: - a confecção de vestuário de couro natural ou sintético; - a fabricação de cintos de segurança para uso profi ssional; - a fabricação de roupas de couro natural ou sintético para segurança pessoal ou profi ssional. Categoria 11 - Indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos de tecidos Esta categoria se refere: - ao benefi ciamento de fi bras têxteis, vegetais, de origem animal e sintéticos; - à fabricação e acabamento de fi os e tecidos; - ao tingimento, estamparia e outros acabamentos em peças do vestuário e artigos diversos de tecidos; - à fabricação de calçados e componentes para calçados. Não possuem enquadramento no CTF/APP, algumas atividades tais como: - a preparação primária das fi bras para o mercado, realizadas no estabeleci- mento agrícola ou sob contrato, inclusive de sericultura; - a confecção de artigos do vestuário e acessórios; - a fabricação de artefatos de tecido não-tecido para uso médico-hospitalar (gorros, máscaras protetoras, aventais etc.); - a fabricação de artigos de malharia e tricotagem; - a fabricação de redes para esporte; - a fabricação de tapetes (capachos) de borracha; - a fabricação de calçados ortopédicos de qualquer material; 20Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP - a renovação, a reparação e o conserto de calçados de qualquer material; - a reparação e o conserto de tênis; - os serviços de engraxataria; - o sapateiro. Categoria 12 - Indústria de produtos de matéria plástica Com relação à matéria plástica, há o enquadramento no CTF/APP das atividades de fabricação de laminados plásticos e de artefatos de material plástico. Exclui-se: - a fabricação de acessórios esportivos de plástico; - a fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos, de plástico; - a fabricação de móveis de material plástico. Categoria 13 - Indústria do fumo Apenas a atividade de fabricação de cigarros, charutos, cigarrilhas e outras atividades de benefi ciamento do fumo é de inscrição obrigatória no CTF/APP. Não possuem enquadramento, as seguintes atividades: - o cultivo de fumo; - o processamento do fumo através de secagem, defumação e outros processos, quando atividade complementar ao cultivo; - a produção de semente de fumo. Categoria 14 - Indústrias diversas As indústrias diversas se referem às usinas de produção de concreto e asfalto. Categoria 15 - Indústria química A indústria química é a maior categoria, dentre as consideradas industriais. Ela possui 19 códigos de atividades, que incluem a produção de substâncias e fabricação de produtos químicos, de combustíveis não derivados de petróleo, de tintas, de sabões, de fertilizantes e agroquímicos e muitos outros produtos. 21Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Categoria 16 - Indústria de produtos alimentares e bebidas Esta é a segunda maior categoria e compreende 15 códigos de atividades, de uma enorme diversidade de descrições, tais como o benefi ciamento, moagem, torrefação e fabricação de produtos alimentares, Fabricação e refi nação de açúcar, Fabricação de vinhos e vinagre e matadouros. IMPORTANTE! Para toda as atividades industriais, existem três atividades que já são consideradas parte integrante do processo industrial, e que por isso, não devem ser declaradas separadamente. São elas: - o depósito para estocagem, no mesmo estabelecimento industrial em que ocorra a sua utilização, de produto perigoso que seja matéria-prima, insumo ou fonte de energia de processo industrial; - o depósito de resíduos perigosos, no mesmo estabelecimento em que ocorra a sua geração, e que serão expedidos para tratamento, disposição ou destinação; - o tratamento de efluentes industriais no próprio estabelecimento industrial gerador de efluentes. Tratamento de resíduos e saneamento básico Nesse segmento, estão incluídas as empresas, autarquias e outras entidades que executam: - a destinação de resíduos de esgotos sanitários e de resíduos sólidos urba- nos, inclusive aqueles provenientes de fossas (incluindo os aterros sanitá- rios); 22Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP - a produção de energia termoelétrica; - a dragagem e os derrocamentos em corpos d’água; - o tratamento e a destinação de resíduos industriais (incluindo os resíduos perigosos, da mineração, e os aterros industriais); - a destinação de resíduos especiais (incluindo os resíduos de saúde, pilhas e baterias, da construção civil, pneumáticos e de agrotóxicos); - a recuperação de áreas degradadas e de áreas contaminadas; - as estações de tratamento de água. ATENÇÃO: Veja os detalhes nas Fichas Técnicas de Enquadramento da Categoria 17 – Serviços de Utilidade; e também da Categoria 21. Depósito, comércio e transporte (importação/exportação) Na fase da logística - depósitos, comércio, transporte, importação/exportação e terminais, os segmentos que se enquadram são: 1. Os depósitos de produtos químicos perigosos (depósitos fechados, de dis- tribuição, postos de abastecimento de combustíveis, de resíduos perigo- sos); 2. O comércio de produtos perigosos, desde que sujeitos a licenciamento ambiental pelo órgão competente; 3. O comércio de combustíveis e derivados de petróleo; 4. O comércio de animais vivos e de peixes; 23Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP 5. O comércio de madeira, lenha e subprodutos florestais; 6. O transporte de cargas perigosas e de resíduos perigosos; 7. O transporte por dutos; 8. As marinas; 9. Os portos; 10. Os aeroportos; 11. Os terminais de minério, petróleo e derivados e produtos químicos; A importação de produtos controlados, tais como: óleo lubrifi cante acabado, de produtos preservativos de madeira, de Poluentes Orgânicos Persistentes – POP; dispersantes químicos; pilhas e baterias que contenham metais pesados; de lâmpadas fluorescentes; de eletrodomésticos; de veículos para uso próprio ou comercial; de pneus; (lista não exaustiva). A importação ou exportação de fauna silvestre exótica; e A exportação de dispersantes químicos e biorremediadores, e de carvão vegetal de espécie exótica. ATENÇÃO: Veja os detalhes nas Fichas Técnicas de Enquadramento da Categoria 18 – Transporte, terminais, depósitos, comércio; e da Categoria 21 – Outras atividades passíveis de controle e fi scalização não relacionadas no Anexo VIII da Lei nº 6938, de 1981. 24Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Comércio: quais segmentos são sujeitos à inscrição no CTF/APP O comércio é a etapa das cadeias produtivas em que os produtos industrializados, ou mesmo in natura, chegam ao consumidor fi nal. Para o Cadastro Técnico Federal – CTF/APP, há duas referências paradefi nir os tipos de comércio que estão sujeitos à inscrição: 1) Na Lei nº 6.938, de 1981, art. 17, inciso II – que é o dispositivo que instituiu o CTF/APP: Art. 17. Fica instituído, sob a administração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA: (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) II - Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou à extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) Portanto, a Lei enquadra como obrigatório para o CTF/APP, o comércio: • De produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente; • De produtos e subprodutos da fauna e flora. 25Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP 2) Na Lei nº 6.938, de 1981, alterada pela Lei nº 10.165, de 2000, em seu Anexo VIII, que estabelece as atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais que sujeitam ao pagamento da TCFA. Transporte, terminais, depósitos e comércio - transporte de cargas perigosas, transporte por dutos; marinas, portos e aeroportos; terminais de minério, petróleo e derivados e produtos químicos; depósitos de produtos químicos e produtos perigosos; comércio de combustíveis, derivados de petróleo e produtos químicos e produtos perigosos. Dessa forma, o legislador deixou de fora do Anexo VIII o comércio de produtos e subprodutos da fauna e flora – que continua sujeito à inscrição no CTF/APP. E delimitou como sujeito à TCFA o comércio de combustíveis e derivados de petróleo e o comércio de produtos químicos e perigosos. Importante ressaltar que, por força do inciso II do art. 17, não existe obrigação de inscrição no CTF/APP – e, portanto, não existe sujeição à TCFA – para o comércio de produtos que não sejam potencialmente perigosos ao meio ambiente. Assim, a expressão “comércio de produtos químicos e produtos perigosos”, do Anexo VIII, deve ser entendida como comércio de produtos classifi cados como perigosos. Comércio de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente: ATENÇÃO: O único comércio que está sujeito ao pagamento da TCFA é o comércio de combustíveis e derivados de petróleo, e o comércio de produtos classifi cados como perigosos. 26Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Essas atividades estão representadas na Tabela do CTF/APP com o código genérico 18-7 Comércio de produtos químicos e produtos perigosos, e com outros mais específi cos. De acordo com a FTE 18-7, compreende: - o comércio atacadista de produto perigoso não especificado e obrigado a autorização ou a licenciamento ambiental por órgão competente; - o comércio atacadista com depósito para estocagem de produto perigoso, a granel ou embalado; - o comércio varejista de produto perigoso não especificado e obrigado a autorização ou a licenciamento ambiental por órgão competente. Nessas expressões, chamamos a atenção para os seguintes pontos: • A expressão “não especifi cado” é utilizada para diferenciar a atividade 18-7 de outros códigos que se referem a um produto perigoso específi co. São eles: 27Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP 18 - 17 18 - 66 18 - 8 Comércio de produtos químicos e produtos perigosos - Decreto nº 97.634/1989 (mercúrio metálico) 18 - 10 Comércio de produtos químicos e produtos perigosos - Protocolo de Montreal 18 - 13 Comércio de produtos químicos e produtos perigosos - Resolução CONAMA nº 362/2005 (importação de óleo lubrificante acabado) Comércio de produtos químicos e produtos perigosos - Convenção de Estocolmo / PI nº 292/1989 (POP, preservativo de madeira) 18 - 64 Comércio de produtos químicos e produtos perigosos - Resolução CONAMA nº 463/2014 / Resolução CONAMA nº 472/2015 (remediadores, dispersantes químicos) Comércio de produtos químicos e produtos perigosos - Lei nº 7.802/1989 (agrotóxicos) 18 - 79 Comércio de produtos químicos e produtos perigosos - Decreto nº 875/1993 (exportação, resíduos perigosos, rejeitos perigosos) 18 -81 Comércio de produtos químicos e produtos perigosos - Resolução CONAMA nº 401/2008 (importação, pilhas, baterias) • O comércio atacadista com depósito para estocagem de produto perigoso refere-se ao estabelecimento que estoca produto perigoso, porém, sem que seja realizada a entrega direta ao consumidor. • Em regra, o comércio de produto perigoso só deve ser inscrito no CTF/APP se estiver sujeito a licenciamento ou autorização ambiental. • As operações que envolvem o comércio, sem estocagem associada do pro- duto – ou seja, os escritórios que realizam tão somente a emissão de notas fi scais, a representação comercial, a venda virtual ou operações semelhan- tes – não são passíveis de inscrição no CTF/APP, uma vez que não há ativi- dade potencialmente poluidora nessas operações. • Observe que alguns dos códigos relacionados ao comércio de produto perigoso – como o 18-13, o 18-79 e o 18-81 – referem-se a operações de importação e/ou exportação, e não ao comércio varejista ou atacadista. 28Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP (Veja no próximo tópico mais informações sobre importação e exportação no CTF/APP.) Comércio de produtos e subprodutos da Fauna e Flora Na Tabela do CTF/APP, outras atividades relacionadas ao Comércio estão inseridas na Categoria 21 – que, como lembramos, não sujeita ao pagamento da TCFA. Dentre os códigos da Categoria 21, chamamos especial atenção para aqueles que dizem respeito ao comércio de produtos e subprodutos da fauna e da flora. São eles: 21 - 70 21- 72 21 - 67 Comércio atacadista de madeira, de lenha e de outros produtos florestais - Lei nº 12.651/2012: art. 37 21 - 68 Comércio varejista de madeira, de lenha e de outros produtos florestais - Lei nº 12.651/2012: art. 37 21 - 69 Comercialização de recursos pesqueiros - Lei nº 11.959/2009: art. 3º, X; art. 31 Revenda de organismos aquáticos vivos ornamentais - Lei nº 11.959/2009: art. 3º, X; art. 31 21- 71 Revenda de animais vivos de fauna silvestre - Instrução Normativa IBAMA nº 7/2015: art. 3º, III Comércio de partes, produtos e subprodutos de fauna silvestre - Instrução Normativa IBAMA nº 7/2015: art. 3º, IV 21 - 64 Exportação de carvão vegetal de espécies exóticas - Instrução Normativa IBAMA nº 15/2011: art. 2º, § 1º 29Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Observe que os códigos 21-67 e 21-68 estão vinculados à Lei nº 12.651/2012, também conhecida como novo Código Florestal. Isso porque o comércio de madeira está sujeito a controle ambiental, de acordo com o art. 37 do Código. Já os códigos 21-69 e 21-70 vinculam-se à Lei nº 11.959/2009, também conhecida como Lei da Pesca. Os códigos 21-71 e 21-72 referem-se ao comércio de fauna silvestre, regulamentado pela IN nº 7/2015, do Ibama. Outros tipos de Comércio sujeitos à inscrição no CTF/APP: Também na Categoria 21 está incluído o código 21 - 73: Comercialização de motosserra – Lei nº 12.651/2012: art. 69 Importação e exportação: quais segmentos são sujeitos ao CTF/APP Alguns tipos de importação e exportação estão sujeitos à inscrição no CTF/APP. Importação e exportação na Categoria 18 Primeiro, trataremos da importação e exportação na Categoria 18, que trata de produtos perigosos, e que são sujeitas ao pagamento da TCFA. Vejamos qual tipo de importação e exportação não está sujeito à inscrição no CTF/ APP, em razão do código 18-7. Na Ficha Técnica desse código, o campo A descrição não compreende inclui esses dois enunciados. - a importação de produto perigoso que independa de processo autorizativo do Ibama; - a exportação de produto perigoso que independa de processo autorizativo do Ibama. 30Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP ATENÇÃO: A importaçãoou exportação de produto perigoso que não depende de autorização do Ibama não estão sujeitas à inscrição no CTF/APP. Ressaltamos que a inscrição no CTF/APP não representa um ato autorizativo. Ato autorizativo = anuência, autorização, licença. Conforme já vimos no tópico sobre comércio, a importação e exportação incluídas na Categoria 18 são: 18 - 17 18 - 66 18 - 13 Comércio de produtos químicos e produtos perigosos - Resolução CONAMA nº 362/2005 (importação de óleo lubrificante acabado) Comércio de produtos químicos e produtos perigosos - Convenção de Estocolmo / PI nº 292/1989 (POP, preservativo de madeira) - inclui importação 18 - 64 Comércio de produtos químicos e produtos perigosos - Resolução CONAMA nº 463/2014 / Resolução CONAMA nº 472/2015 (remediadores, dispersantes químicos) - inclui importação e exportação Comércio de produtos químicos e produtos perigosos - Lei nº 7.802/1989 (agrotóxicos) - inclui importação e comércio exterior 18 - 79 Comércio de produtos químicos e produtos perigosos - Decreto nº 875/1993 (exportação, resíduos perigosos, rejeitos perigosos) 18 -81 Comércio de produtos químicos e produtos perigosos - Resolução CONAMA nº 401/2008 (importação, pilhas, baterias) Importação e exportação na Categoria 21, não sujeita à TCFA 31Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP 21 - 43 21 - 45 21 - 40 Comércio exterior de resíduos controlados - Decre- to nº 875/1993 21 - 41 Importação de lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista - Lei nº 12.305/2010 21 - 42 Importação de eletrodomésticos - Resolução CONAMA nº 20/1994 Importação de veículos automotores para uso próprio - Lei nº 8.723/1993 21 - 44 Importação de veículos automotores para fins de comercialização - Lei nº 8.723/1993 Importação de pneus e similares - Resolução CONAMA nº 416/2009 21 - 57 Importação ou exportação de fauna silvestre exótica - Portaria IBAMA nº 93/1998: art. 3º 21 - 64 Exportação de carvão vegetal de espécies exóticas - Instrução Normativa IBAMA nº 15/2011: art. 2º, § 1º As normativas citadas nos respectivos códigos são aquelas que determinam o controle ambiental dessas importações e exportações. Pesca Toda a cadeia produtiva da Pesca está representada na Tabela de Atividades do CTF/APP, em conformidade com a legislação vigente, (em especial, a Lei Geral da Pesca). A etapa da extração está prevista na Categoria 20 – Uso de Recursos Naturais A etapa de benefi ciamento e fabricação insere-se na Categoria 16 – Indústria de Produtos Alimentares e Bebida. 32Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP A etapa de comércio insere-se na Categoria 21 (como já vimos nos tópicos anteriores, relacionados a Comércio). 20 - 54 21 - 69 20 - 6 Exploração de recursos aquáticos vivos Exploração de recursos aquáticos vivos - Lei nº 11.959/2009: art. 2º, II (aquicultura) 16 - 4 Preparação de pescados e fabricação de conservas de pescados Comercialização de recursos pesqueiros - Lei nº 11.959/2009: art. 3º, X; art. 31 21 - 70 Revenda de organismos aquáticos vivos ornamentais - Lei nº 11.959/2009: art. 3º, X; art. 31 O código 20-6 abrange: a pesca comercial industrial; a pesca comercial artesanal; o abate e a frigorifi cação de recursos pesqueiros, quando integrados à exploração pesqueira; a preservação do pescado realizada em embarcação dedicada à pesca comercial; a pesca comercial de recursos pesqueiros, embarcada ou não; a pesca comercial para captura de organismos aquáticos vivos com fi ns de ornamentação e aquariofi lia; a pesca comercial em qualquer área de exercício da atividade pesqueira; 33Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP a captura com propósito comercial de peixes, crustáceos e moluscos em águas marinhas; a coleta com propósito comercial de produtos marinhos, tais como esponjas, corais, pérolas, algas, outros produtos e seres vivos marinhos; a pesca não comercial científi ca. ATENÇÃO: A pesca amadora não comercial de subsistência e a pesca não comercial desportiva não estão sujeitas à inscrição no CTF/APP. Já o código 21-69 refere-se ao comércio de pescados, compreendendo: - o comércio atacadista de peixes, invertebrados aquáticos e vegetais desti- nados à alimentação humana e oriundos da aquicultura comercial; - o comércio atacadista de peixes, invertebrados aquáticos e vegetais destinados à alimentação humana e oriundos da pesca comercial; - o comércio varejista de peixes, invertebrados aquáticos e vegetais destinados à alimentação humana e oriundos da aquicultura comercial; - o comércio varejista de peixes, invertebrados aquáticos e vegetais destina- dos à alimentação humana e oriundos da pesca comercial; - a manutenção de organismos aquáticos vivos para revenda no estabeleci- mento de comercialização de recursos pesqueiros. ATENÇÃO: Não estão sujeitas à inscrição no CTF/APP as atividades de comércio de pratos preparados com pescados, inclusive congelados; e a manutenção de organismos aquáticos vivos para o abate consumo direto em restaurantes e similares. 34Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Infraestrutura A Categoria 22 da Tabela do CTF/APP inclui as obras de infraestrutura e outros tipos de obras na fase da Licença de Instalação de empreendimentos. Inclui obras de: Rodovias, ferrovias, hidrovias e metropolitanos; Barragens e diques; Canais para drenagem; Barras, embocaduras e canais; Obras de arte. ATENÇÃO: Veja os detalhes nas Fichas Técnicas de Enquadramento da Categoria 22 - Obras Civis. 35Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Outros segmentos econômicos passíveis de enquadramento: As atividades da Tabela do CTF/APP também incluem outros segmentos, como: Turismo: Complexos turísticos e de lazer, inclusive parques temáticos. Energia: Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica; geração de energia eólica; Saneamento básico: Estações de tratamento de água. ATENÇÃO: Veja outros segmentos na categoria 21 - Atividades sujeitas a controle e fi scalização ambiental não relacionadas no Anexo VIII da Lei nº 6.938/1981. 36Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Como saber se você já está inscrito no CTF/APP Pode ser que você esteja em dúvida: será que minha empresa já está inscrita nesse Cadastro do Ibama? Em regra, o Ibama não faz, de ofício, o cadastramento de empresas ou mesmo de pessoas físicas, exceto em condições excepcionais. Por isso, se você foi inscrito, é provável que a inscrição tenha sido realizada pela própria empresa. Ao realizar a inscrição, é preciso identifi car quem é o Declarante, ou seja, a pessoa que está preenchendo o formulário de inscrição. Portanto, ao acessar o seu cadastro, é possível verifi car quem foi o Declarante. Para acessar o seu cadastro, faça o seguinte caminho: (dê preferência ao navegador Mozilla Firefox) www.ibama.gov.br → Menu Ibama → Assunto → Serviços → Login Serviços → Insira CNPJ e senha. 37Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Caso você consiga logar, é porque está no banco de dados do Ibama, mas não necessariamente inscrito no CTF/APP. Para saber se você está cadastrado no CTF/APP, acesse no menu Cadastro Técnico Federal – CTF/APP → Dados cadastrais. Para verifi car todos os dados declarados ao Ibama no seu cadastro, acesse o Relatório consolidado dos dados cadastrais. É possível também atualizar os dados. Mais informações no Módulo 5 – Como fazer a gestão do seu Cadastro. 38Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP ATENÇÃO: As empresas ou pessoas físicas que exercem atividades NÃO PASSÍVEIS de inscrição no CTF/APP e que, mesmo assim, fazem a inscrição apenas para obter o Certifi cado de Regularidade ou para obter qualquer tipo de vantagem, estão sujeitas a multa por declaração falsa em sistema ofi cial de controle – conforme o art. 82 do Decreto Federal nº 6514, de 2008: Art. 82. Elaborar ou apresentar informação, estudo, laudo ou relatório ambiental totalou parcialmente falso, enganoso ou omisso, seja nos sistemas ofi ciais de controle, seja no licenciamento, na concessão florestal ou em qualquer outro procedimento administrativo ambiental: Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Por isso, tenha certeza de que a atividade que sua empresa realiza de fato se enquadra em uma das descrições da Tabela do CTF/APP. Caso qualquer órgão público ou privado que exija a inscrição de sua empresa no CTF/APP, ou a emissão do Certifi cado de Regularidade, mas a sua atividade não é enquadrável, basta você apresentar a Ficha Técnica de Enquadramento relacionada – pois ela é um documento hábil que funciona como uma “Certidão” que comprova a não exigência de inscrição. ATENÇÃO: O Ibama não emite “Certidão de Dispensa” do CTF/APP. A FTE funciona como uma Certidão, tanto para comprovar que a atividade não se enquadra, como para comprovar que há enquadramento. 39Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Veja o Art. 41-A da IN nº 6, de 2013: Art. 41-A. Independentemente de requerimento de parte interessada, as Fichas Técnicas de Enquadramento do RE-CTF/APP são instrumento hábil à comprovação de obrigatoriedade ou de não obrigatoriedade de inscrição no CTF/APP, conforme respectivo formulário eletrônico no sítio eletrônico do Ibama na rede mundial de computadores. (Incluído pela Instrução Normativa nº 11, de 2018). Antes de abrir o formulário de inscrição Para se inscrever no CTF/APP, basta preencher o formulário de inscrição, disponível no site do Ibama (veja o Tutorial de Como fazer a inscrição da pessoa jurídica). O preenchimento do formulário é simples e rápido, mas convém ter em mãos algumas informações antes de abri-lo. ATENÇÃO: Antes de abrir o formulário de inscrição da Pessoa Jurídica, abra o formulário da Pessoa Física para realizar a inscrição do responsável legal e do declarante (se forem pessoas diferentes). Portanto, tenha em mãos: • Os dados do responsável legal pela empresa – ou seja, a pessoa física que responde legalmente pela pessoa jurídica. Necessariamente, precisa ser um sócio ou aquele que consta no Contrato Social como Administrador, nunca um funcionário, um contador ou consultor. • A atividade ou atividades que a empresa exerce - Faça o enquadramento de sua empresa na Tabela de Atividades do CTF/APP – Ou seja, qual é a atividade da Tabela do CTF/APP que corresponde à atividade que sua empresa exerce. Pode ser que você tenha que declarar mais de uma atividade! Saiba mais no tópico “Como fazer o enquadramento”. • A data de início da atividade - Existe diferença entre a data de constituição da pessoa jurídica e a data de início da atividade. Saiba mais no tópico “Qual é a data de início da atividade”. • A data de término da atividade - A data de término só deve ser declarada quando aquela atividade já estiver encerrada. Saiba mais no tópico especí- fi co. 40Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP • Qual é o Porte de sua empresa, para cada ano, a partir da data de início da atividade. • Os dados de endereço, e-mail e outras informações básicas. • As coordenadas geográfi cas do empreendimento – É preciso declarar as coordenadas geográfi cas do lugar onde a atividade é executada ou onde o empreendimento funciona. Enquadramento da atividade: Para saber se realmente a atividade que sua empresa realiza está sujeita à inscrição, e identifi car qual é (ou quais são) essa atividade, é preciso fazer o enquadramento da empresa na Tabela de Atividades do CTF/APP, que conheceremos a seguir. Tabela de Atividades do CTF/APP Essa Tabela é o Anexo I da Instrução Normativa nº 6 (e alterações). Essa Instrução Normativa já foi apresentada no Módulo I – Fundamentos legais, além da IN nº 12, de 2018. ATENÇÃO: Apenas essas Instruções Normativas regulamentam o CTF/APP, atualmente. Todas as outras estão revogadas. A Tabela do CTF/APP tem 196 atividades, distribuídas em 22 categorias. As categorias 1 até a 20 constam do Anexo VIII da Lei nº 6938, de 1981, e sujeitam as pessoas jurídicas que as executam ao pagamento da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA. (Mais informações sobre a TCFA no Módulo 3) Já as categorias 21 e 22 sujeitam à inscrição no CTF/APP, porém, não obrigam ao pagamento da TCFA, pois não constam do Anexo VIII. 41Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Cada descrição da Tabela possui um código numérico, composto por: código da Categoria + código da descrição. Por exemplo, a atividade 6-2 Fabricação e montagem de aeronaves. o código 6 refere-se à Categoria 6 – Indústria de Material de Transporte; o código 2 refere-se à descrição. Veja a tabela, por categorias Veja a tabela completa aqui Como fazer o enquadramento Faça um check list para saber se sua empresa está ou não obrigada a se inscrever no Cadastro Técnico Federal - CTF/APP. Pergunta 1: Sua empresa precisa de licença ambiental? ATENÇÃO: Licença ambiental, aqui, signifi ca: Licença de Instalação, Licença de Operação, Autorizações, Anuências, concessões e outros atos autorizativos emitidos por órgãos ambientais. SIM: Se a empresa está licenciada, verifi que no documento da licença qual é a atividade licenciada. 42Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Ex. 1: Ex. 2: 43Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP • Agora, vá para a Tabela de Atividades do CTF/APP e procure uma atividade similar àquela que consta da sua licença. Veja no Anexo I da Instrução Normativa nº 6, de 15/03/2013, e alterações (texto compilado) • Quando encontrar uma atividade similar, abra a Ficha Técnica de Enquadramento correspondente. • Na Ficha, consulte: • O Campo “A descrição compreende” - Veja se algum dos enunciados elencados nesse campo descreve com maior exatidão a atividade licenciada. 44Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP • O campo “Classifi cação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE” - Veja se o código CNAE da atividade licenciada consta dentre os elencados nesse campo. ATENÇÃO: A existência de um código CNAE no cartão do CNPJ, que de fato não seja exercido pela empresa, não obriga à inscrição no CTF/APP, mesmo que esse código conste do campo da Ficha Técnica. Isso signifi ca que o mero registro do código CNAE em cartão de CNPJ ou em contrato social não implica, de forma automática, em obrigação de inscrição. É preciso que a atividade seja exercida de fato, principalmente se estiver sujeita a licença ambiental. • Consulte também o campo “A descrição não compreende” - Pode ser que a atividade da sua empresa conste desses enunciados. Se constar, e à frente do enunciado houver um código de outra atividade, isso signifi ca que você deve consultar a Ficha desse código. Por exemplo, na FTE 5-3 Fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomés- ticos. A descrição não compreende: - a fabricação de papéis para fotografi a (15-1); 45Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP - a fabricação de fornos, fogareiros, churrasqueiras, grelhas e aquecedores domésticos, não elétricos; Signifi ca que quem fabrica papéis para fotografi a não se enquadra na atividade 5-3, mas sim na atividade 15-1. E signifi ca que quem fabrica fornos, fogareiros, churrasqueiras, grelhas e aquecedores domésticos, não elétricos não se enquadra em nenhuma atividade da Tabela do CTF/ APP. 46Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP • Encontrou a atividade de sua empresa na Tabela ou na Ficha Técnica? (Caminho feliz) É esta a atividade que você vai selecionar, no Formulário de Inscrição, no campo “Atividades Desenvolvidas”. • Não encontrou a atividade da sua empresa na Tabela ou na Ficha Técnica? Anote o código da FTE que poderá comprovar que não há obrigação de inscrição, caso seja necessário. Vamos voltar à Pergunta 1: Sua empresa precisa de licença ambiental? NÃO: 47Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Se a empresa não possui licença, convémconferir se a atividade que você exerce de fato não está sujeita ao licenciamento ambiental pelo órgão estadual ou municipal. Verifi que também se não há necessidade de alguma autorização ou anuên- cia por parte do Ibama. Por exemplo: O transporte de cargas perigosas interestadual está sujeito à autorização emitida pelo Ibama. Já o transporte de cargas perigosas realizado apenas dentro de um mesmo estado, na maioria das vezes, está sujeito à autorização pelo órgão ambiental estadual. • Se, de fato, a empresa não precisa de licença ambiental nem de qualquer outro tipo de autorização por órgãos ambientais, é bem provável que não haverá obrigação de inscrição no CTF/APP. Isso porque, como já vimos no capítulo sobre a relação entre o CTF/APP e o Licenciamento Ambiental, as atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais – para efeito de inscrição no CTF/APP – são aquelas que estão sujeitas a controle ambiental por meio de licenças, autorizações ou outros atos similares. Uma das poucas exceções a essa regra é a situação em que uma determi- nada atividade está prevista em uma normativa de abrangência nacional como passível de licenciamento, mas o órgão competente não relaciona essa atividade em suas normas de licenciamento. Nesse caso, se não há uma dispensa expressa do órgão competente (estadual ou municipal), mas o controle ambiental da atividade está previsto expressamente em normati- va federal, persiste a obrigação de inscrição no CTF/APP. A dispensa expressa pode ser representada por uma Certidão de Dispensa ou pela norma estadual, especifi cando que aquela atividade não é passível de licenciamento. 48Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Em regra, uma atividade dispensada, expressamente, de licença ambiental não está obrigada à inscrição no CTF/APP, exceto nos casos em que a dispensa for vinculada ao cumprimento de regras específi cas pré- determinadas para o exercício da atividade (veja o Art. 10-B, inciso V da IN nº 6, de 2013). ATENÇÃO: Veja algumas regras básicas de enquadramento: - Você deve declarar todos os códigos da Tabela do CTF/APP que identifi car como coincidente com a atividade que sua empresa exer- ce (lembre-se: de preferência, aquela – ou aquelas - que está - ou estão - sujeita a licenciamento ou autorização ambiental). - Entre um código generalista e um código específi co, se houver en- quadramento no código específi co, não é necessário declarar o có- digo generalista. Por exemplo: Se sua empresa comercializa mer- cúrio metálico e nenhum outro produto perigoso, basta declarar a atividade 18 - 8: Comércio de produtos químicos e produtos perigo- sos - Decreto nº 97.634/1989 (mercúrio metálico). Não é necessário declarar a 18-7 (código generalista). As Fichas Técnicas de Enquadramento – FTE Para cada atividade da Tabela do CTF/APP, existe uma Ficha Técnica de Enquadramento, que detalha e especifi ca as atividades abrangidas e não abrangidas pelo código correspondente. A Ficha é um documento legal, na forma de um formulário eletrônico assinado pelo Presidente do Ibama. Ela pode ser usada para realizar o enquadramento da atividade da empresa, mas também para ser anexada a requerimentos perante o Ibama ou outros órgãos públicos. Veja o Tutorial de Como consultar uma FTE. A FTE é composta dos seguintes campos: 49Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Cabeçalho Identifi ca o código, a Categoria e a atividade, além da versão. A versão publicada no site do Ibama será sempre a mais atualizada. PP/GU – Potencial Poluidor e Utilizador de Recursos Naturais. O PP/GU é determinado na Lei nº 6.938, de 1981, em seu Anexo VIII. A Ficha apenas reproduz o que está na Lei. Por isso, as Fichas das Categorias 21 e 22 não trazem PP/GU, pois as atividades dessas Categorias não constam do Anexo VIII. Pessoa Jurídica/Pessoa Física. A Ficha indica o tipo de pessoa que pode declarar aquela atividade. A restrição baseia-se nas normas ambientais específi cas para a atividade da Ficha, ou no Código Civil, art. 967, referente à obrigatoriedade de Registro Público de Empresas Mercantis. A descrição compreende Esse campo relaciona as atividades abrangidas pela descrição da Ficha Técnica. Se a atividade de sua empresa não estiver nesse campo, vá para o próximo. A descrição não compreende Esse campo relaciona as atividades não abrangidas pela descrição da Ficha Técnica. Caso haja um código à frente do enunciado, é porque há enquadramento nesse código. Recomenda-se, então, consultar a Ficha Técnica correspondente ao código indicado. Caso não haja código indicado à frente do enunciado, signifi ca que essa descrição não está sujeita a enquadramento no CTF/APP. ATENÇÃO: O campo A descrição não compreende, sem indicação de código, corresponde a uma Declaração de não obrigatoriedade de inscrição no CTF/APP. Defi nições e linhas de corte Esse campo é muito importante para esclarecer as defi nições e termos utilizados na Tabela de Atividades do CTF/APP ou nas próprias Fichas Técnicas. Corresponde a um glossário de termos técnicos, com base nas normativas ambientais aplicáveis. Por exemplo, na Ficha Técnica 20-2 Exploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos florestais, encontramos, nesse campo, a seguinte defi nição: 50Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP - considera-se produção de carvão vegetal o benefi ciamento de madeira em carvão por meio de método tradicional em fornos e sem a obtenção de subprodutos da pirólise ou da gaseifi cação da madeira. Classifi cação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE Nesse campo, estão relacionados os códigos CNAE correspondentes às atividades daquela Ficha Técnica. Mas nem sempre há correspondência entre a atividade do CTF/APP e um código da CNAE. Em muitos casos, a atividade ambiental potencialmente poluidora não corresponde à atividade econômica. A correspondência é mais direta e frequente no segmento da Indústria, e mais rara nas atividades relacionadas ao uso de recursos naturais. Outras atividades do CTF/APP, cadastros do Ibama e Relatório Anual de Atividades Nesse campo, a Ficha Técnica indica: - se há obrigação de declarar outras atividades da Tabela do CTF/APP, além daquela da FTE; - se há obrigação de inscrição no Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos – CNORP. O CNORP não é um cadastro à parte. A inscrição no CTF/ APP já representa a inscrição no CNORP, no caso de a empresa declarar uma das atividades da Instrução Normativa nº 1, de 25 de janeiro de 2013; - se há obrigação de inscrição no CTF/AIDA – Cadastro de Atividades e Instrumen- tos de Defesa Ambiental. Para mais informações sobre esse Cadastro, consulte a página do CTF/AIDA; - se há obrigação de entregar os formulários do Relatório Anual de Atividades – RAPP. Esse Relatório é uma obrigação prevista na Lei nº 6.938, de 1981, em seu art. 17-C: Art. 17-C. É sujeito passivo da TCFA todo aquele que exerça as atividades constantes do Anexo VIII desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) § 1º O sujeito passivo da TCFA é obrigado a entregar até o dia 31 de março de cada ano relatório das atividades exercidas no ano anterior, cujo modelo será defi nido pelo Ibama, para o fi m de colaborar com os procedimentos de controle e fi scalização. (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) 51Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Para mais informações sobre o RAPP, consulte o módulo IV – Relatório Anual de Atividades. Observações Nesse campo, estão as notas de esclarecimento eventualmente indicadas na FTE, em sobrescrito. Referências normativas Nesse campo são relacionadas as normativas aplicáveis a atividade da FTE, incluindo Leis e Decretos Federais, Resoluções do CONAMA e Instruções Normativas do Ibama. A CNAE e o CTF/APP A Classifi cação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE é utilizada pelos órgãos da administração pública para identifi car as atividades exercidas pelas pessoas físicase jurídicas. A primeira versão da CNAE foi publicada em 1995, pouco antes da publicação da Resolução CONAMA nº 237, em 1997. Essa Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente é considerada a norma matriz do licenciamento ambiental no Brasil, pois ela define: O que é licenciamento ambiental; Quem são os órgãos licenciado- res; Tipos de licença e etapas do licenciamen- to; Os critérios gerais para o licenciamen- to; E quais são as atividades passíveis de licenciamen- to. 01 02 03 04 05 52Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP O Anexo I da Resolução é uma relação de atividades sujeitas ao licenciamento, divididas por categorias bastante similares às da Tabela de Atividades doA CNAE e o CTF/APP. Repare como são similares: Extração e tratamento de minerais Indústria de produtos minerais não metálicos Indústria metalúrgica Indústria mecânica Indústria de material elétrico, eletrônico e comunicações Indústria de material de transporte Indústria da madeira Indústria de papel e celulose Indústria da borracha Indústria de couros e peles Indústria química Indústria de produtos de matéria plástica Indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos de tecidos Indústria de produtos alimentares e bebidas Indústria do fumo Indústrias diversas Obras civis Serviços de utilidade Transporte, terminais e depósitos Turismo Atividades diversas Atividades agropecuárias Uso de recursos naturais 53Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP É possível observar, portanto, uma similaridade entre as listas de atividades: Da tabela CNAE → Da Resolução CONAMA nº 237, de 1997 (licenciamento ambiental) → do Anexo VIII da Lei nº 6.938, de 1981 (alterada pela Lei nº 10.165, de 2000) → da Tabela de Atividades do CTF/APP. Ao defi nir a lista das atividades passíveis de licenciamento, e das atividades sujeitas à TCFA, o legislador buscou na CNAE uma referência importante como classifi cação nacional. O CTF/APP traz uma lista de atividades passíveis de controle ambiental por meio de licenças e autorizações, sendo que a maioria delas também é sujeita à TCFA. Daí que é legítima a utilização da classifi cação CNAE como forma de uniformizar a classifi cação das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais. Essa correspondência entre a Tabela do CTF/APP e a tabela da CNAE está legalmente formalizada nas Fichas Técnicas de Enquadramento, conforme já vimos no capítulo anterior sobre as FTEs. Entretanto, não é possível identifi car essa correspondência na totalidade das atividades do CTF/APP. 54Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Datas de início e de término Ao preencher o formulário de inscrição no Cadastro Técnico Federal – CTF/ APP, é necessário inserir a atividade exercida (como já vimos no tópico sobre enquadramento de atividades), e também a data em que a atividade foi iniciada. Lembre-se de que, para efetuar o enquadramento correto na Tabela de Atividades do CTF/APP, o primeiro passo é verifi car, na licença ambiental, qual foi a atividade licenciada. Para saber qual é a data de início da atividade, siga o passo a passo: Verifi que a primeira Licença de Operação emitida para sua empresa (ou Autorizações, Anuências, Concessões e outros atos autorizativos emitidos por órgãos ambientais). Em regra, a data de emissão da primeira licença ou autorização será a data de início da atividade. Na criação de uma empresa, a solicitação das licenças e autorizações ambientais só é realizada, em geral, após a formalização da pessoa jurídica e do registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas na Receita Federal. ATENÇÃO: Não confunda a data de início da atividade com a data em que a empresa foi constituída ou registrada no CNPJ. Por isso, na hora de declarar a data de início da atividade, tenha cuidado para inserir a data correta. Isso porque, por exemplo, a cobrança da TCFA é gerada no sistema a partir dessa data de início! 55Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Para cada atividade declarada, insira a data de início. Por exemplo, uma empresa que possui um depósito de combustíveis e também faz o transporte do produto, poderá declarar datas de início diferentes. Essa empresa terá de declarar duas atividades: 18-6 Depósito de produtos químicos e perigosos – sendo a data de início aquela da emissão da primeira licença de operação; 18-1 Transporte de cargas perigosas – a data de início será aquela da emissão da primeira autorização para transporte de produtos perigosos. Qual é a data de término da atividade No formulário de inscrição do CTF/APP, a data de término vem no campo ao lado da data de início. Obviamente, ela só deve ser declarada quando as atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais são encerradas. Também é possível declarar a data de término quando ocorre a suspensão das atividades, havendo ou não possibilidade de retomada. A data de término pode ser a data da baixa na Receita Federal ou mesmo a do vencimento da última Licença de Operação. Também pode ser usada a data da baixa na Receita Estadual, desde que signifi que impedimento defi nitivo de emissão de notas fi scais. Dentre essas opções, utilize como regra a data mais antiga. 56Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP A partir da data de término, cessará a geração da cobrança da TCFA. ATENÇÃO: O Ibama realiza verifi cações e auditagens dos dados declarados, incluindo a atividade declarada e as datas de início e término. Faz isso a partir de cruzamentos com os dados da Receita Federal, dos órgãos estaduais de meio ambiente e das Secretarias Estaduais de Fazenda, dentre outras bases de dados públicas. Assista aos tutoriais “Como fazer a inscrição da pessoa física (responsável legal e declarante)” e “Como fazer a inscrição da pessoa jurídica” na seção específi ca de tutoriais. Você se inscreveu no CTF/APP – e agora? Vá para o Módulo 5: “Como fazer a gestão do seu cadastro no CTF/APP”. 57Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Módulo 3: Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA Fundamentos legais da TCFA e sua relação com o CTF/APP A Constituição Federal confere competência à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para instituir tributos, dentre eles as taxas. Essa é uma competência comum a todos os entes federativos conforme os Artigos 145, caput e inciso II, da Constituição Federal e 80 do Código Tributário Nacional, [Lei 5.172/1966]. A Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA é uma espécie de tri- buto cujo fato gerador é uma atividade estatal específi ca diretamente re- lacionada ao contribuinte. A referibilidade da taxa tem como ponto focal o exercício regular do poder de polícia ou a serviço público específi co e divi- sível, prestado ou colocado à disposição do contribuinte, cuja materialidade advém desse poder de polícia, conforme é previsto no artigo 78 do Código Tributário Nacional, [Lei 5.172/1966]. A constitucionalidade da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (v. RE 416.601), tendo sido conferido ao IBAMA, por meio da Lei que o criou, o poder de polícia ambiental conforme o Artigo 2º, inciso I, da Lei 7.735/1989. A taxa visa custear atividades estatais, logo, deve haver uma proporcionali- dade entre o seu valor e o gasto estatal com a realização das atividades que correspondem a seu fato gerador. Por essa razão, taxas não podem ter base de cálculo própria de impostos, conforme determina os Artigos 145, §2º, da Constituição Federal e 77, parágrafo único do Código Tributário Nacional. 58Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Quem está obrigado ao pagamento da TCFA A taxa, em virtude do poder de polícia, é cobrada quando certas pessoas jurídicas provocam a fi scalização do Estado sobre elas, sendo que uma taxa apenas pode ser cobrada ante o efetivo exercício do poderde polícia. Todavia, a mera existência de um órgão estruturado que exerça atividade de polícia administrativa permite a cobrança da taxa àqueles que estejam sujeitos à sua fi scalização. Em suma, deve pagar a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA todo aquele que está sujeito a controle e fi scalização pelo IBAMA por exercer atividade legalmente qualifi cada como de impacto ambiental ou utilizadora de recursos naturais, sendo importante destacar que a TCFA remunera o exercício do poder de polícia do Estado. Para cobrança da TCFA, o Ibama utiliza a base de dados do Cadastro Técnico Federal – CTF/APP. Estão sujeitos à TCFA aqueles que exercem as atividades incluídas nas categorias de 1 a 20 na Tabela de atividades do CTF/APP, que correspondem à lista de atividades previstas no Anexo VIII da Lei nº 6.938, de 1981. A relação do CTF/APP com a TCFA O Cadastro Técnico Federal - CTF/APP foi instituído em 1989, pela Lei nº 7.804, que alterou a Lei nº 6.938, que, como já vimos, é a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente. Já a TCFA só foi criada no ano 2000, pela Lei nº 10.165, que também alterou a Lei 6.938. Vejamos o dispositivo que institui o CTF/APP: Art. 17. Fica instituído, sob a administração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA: (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) 59Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP (...) II - Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou à extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) Veja que o dispositivo fala genericamente de quais são as atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais – porém, não remete a uma lista de atividades. Por outro lado, o dispositivo que instituiu a TCFA remete a uma lista – no caso, o Anexo VIII da Lei nº 6.938: Art. 17-B. Fica instituída a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA, cujo fato gerador é o exercício regular do poder de polícia conferido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama para controle e fi scalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais. (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) (Vide Medida Provisória nº 687, de 2015) Art. 17-C. É sujeito passivo da TCFA todo aquele que exerça as atividades constantes do Anexo VIII desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) Então, vamos entender a relação entre o CTF/APP e a TCFA: • O CTF/APP é um instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, que tem a função de identifi car as pessoas físicas e jurídicas cuja atuação está sujeita a controle ambiental por meio de licenciamento, autorizações e outros atos similares. 60Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP • O CTF/APP não é um cadastro de contribuintes da TCFA, embora parte das pessoas inscritas nele sejam contribuintes dessa Taxa. • O universo de atividades sujeitas à inscrição no CTF/APP (art. 17, inciso II) é mais amplo do que o conjunto de atividades sujeitas à TCFA (Anexo VIII da Lei). Por exemplo: o Anexo VIII não incluiu o comércio de fauna e flora como sujeito à TCFA. Mas essa atividade sujeita à inscrição no CTF/APP, pois é explicitada no inciso II do art. 17. (Veja a fi gura abaixo). • Signifi ca que nem todas as pessoas que são obrigadas a ter inscrição no Cadastro têm obrigação de pagar a Taxa. Na Tabela do CTF/APP, isso é representado da seguinte forma: • Da categoria 1 até a 20 – estão as atividades relacionadas ao Anexo VIII da Lei, ou seja, todas as atividades incluídas nessas categorias estão sujeitas à TCFA. • As categorias 21 e 22 são compostas de atividades sob controle ambiental por força de normativas federais ou de abrangência nacional, e se enquadram nas descrições do inciso II do art. 17 da Lei. Porém, não estão incluídas no Anexo VIII, e, portanto, não sujeitam à TCFA. • Isso foi feito porque o Ibama utiliza a base de dados do CTF/APP para operacionalizar a cobrança da TCFA. Ou seja, os dados declarados no CTF/APP são a referência para estabelecer quem são as pessoas contribuintes da TCFA e qual o valor que devem pagar. • Os dados do CTF/APP utilizados para a cobrança da TCFA são: atividade declarada; data de início; data de término; porte. • Por isso, é muito importante declarar corretamente essas informações no CTF/APP, para evitar a cobrança indevida da Taxa, ou para evitar multa no caso de declaração falsa ou omissa. 61Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Atividades Passíveis de Inscrição no CTF/APP Atividades sujeitas ao pagamento da TCFA A constituição do tributo – Do lançamento O tributo é constituído tendo como parâmetro o Porte declarado pelo contribuinte aliado à sua atividade desempenhada, e declarada no Cadastro Técnico Federal – CTF/APP, de acordo com a Tabela de Atividades desse cadastro (Anexo I da IN nº 6, de 2013, Categorias 1 a 20). O art. 147 do CTN, Lei 5.172/1966, § 2º, reafi rma a possibilidade de revisão do lançamento regularmente notifi cado. Já, quanto ao § 1º, tal possibilidade é facultada ao contribuinte na seguinte condição: § 1º A retifi cação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notifi cado o lançamento. 62Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP Porte Econômico O Porte econômico é a variável que expressa o tama- nho do estabelecimento, a qual, em conformidade com a Lei 10.165/2000, associada à variável “potencial de poluição e grau de utilização de recursos naturais” (PP/GU), defi ne o valor a ser pago a título da TCFA conforme o fi xado no Anexo IX da Lei 10.165/2000. Em outras palavras, o que isso signifi ca? Signifi ca que o potencial de poluição/grau de utilização (PP/GU) é comum a todos os estabelecimentos em cada grupo de enquadramento, ou seja, todos os CNPJs que se dedicam às atividades de depósito e comércio de combustível têm um PP/ GU ALTO independentemente do seu tamanho, desde as grandes refi narias até os pequenos postos de gasolina. O que diferencia e identifi ca a correspondente ação estatal, principalmente no que diz respeito ao controle e a ação fi scalizatória, é o porte de cada um deles, mapeando, dessa forma, a dimensão da ação do Estado, naquilo que lhe é incumbido, como contraprestação ao pagamento da TCFA. O porte expressa a capacidade operacional e produtiva do estabelecimento, ele, por si só, é capaz de demonstrar ao poder público, o quanto o estado terá que destinar da prestação do serviço de fi scalização como contrapartida ao pagamento da TCFA. Em outras palavras, o porte dá a amplitude da grandeza do impacto ambiental que pode ser provocado pela capacidade operacional de um determinado empreendimento, dimensionando ainda, a capacidade econômica da empresa. Entretanto, o porte econômico de um empreendedor, que com o Ibama entretém uma relação jurídico-tributária, está sujeito à averiguação. Os documentos aptos a comprovar a capacidade econômica do empreendimento são os seguintes: 1. Cópia da Declaração de Imposto de Renda, ainda que parcial, contanto que contenha trecho onde fi ca clara, completa e evidenciada a receita bruta auferida pelo empreendimento no ano-calendário em apuração; 63Fundamentos legais e principais conceitos do CTF/APP 2. Cópia da Guia de Informação de Apuração do ICMS referente ao ano- calendário em apuração, salvo se a atividade econômica da empresa for, no todo ou em parte, isenta do recolhimento de ICMS por substituição tributária ou fato jurídico relevante similar; 3. Relatório de Movimentação de