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FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS SANTO AGOSTINHO (FACET) ALINE FRANCIANE SANTOS MOTA SOUSA UMA ABORDAGEM SOBRE O DESCARTE DE EMBALAGENS DOS DEFENSIVOS AGRÍCOLAS INTERAGINDO COM A EDUCAÇÃO AMBIENTALNO MUNICIPIO DE MONTES CLAROS – MG MONTES CLAROS – MG 2015 ALINE FRANCIANE SANTOS MOTA SOUSA UMA ABORDAGEM SOBRE O DESCARTE DE EMBALAGENS DOS DEFENSIVOS AGRÍCOLAS INTERAGINDO COM A EDUCAÇÃO AMBIENTALNO MUNICIPIO DE MONTES CLAROS – MG Monografia apresentada a Faculdades de Ciência Exatas e Tecnológicas Santo Agostinho, para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Ambiental. Orientador: Professor; Flavio LeãoCoelho. MONTES CLAROS - MG 2015 Ao meu DEUS pela perseverança, pela garra, por esforços concedidos, pelo tempo gasto,por alegrias e angústias; aos colegas,amigose professores, obrigada senhor por todos, e por todo AMOR CORRESPONDIDO. AGRADECIMENTO Agradeço antes de tudo e de todos ao meu Deus, depois de tantas benções concedidas me presenteou com mais esta, que toda honra e toda glória seja dada ao senhor. Não posso deixar de agradecer ao meu sogro Gero que hoje esta junto de Deus, sempre me ajudou, sua ajuda foi crucial para minha formação, e não ter o senhor aqui para dividir essa alegria não é fácil, eu te agradeço imensamente.Um homem de postura admirável conduziu a sua família e passou esse exemplo aos filhos, foi uma honra ter o conhecido e fazer parte de sua família.Aminha sogra Helena, uma mulher de Deus que com suas orações e sua ajuda financeira, sempre me confortou, com toda certeza teve uma extrema influência em meu sucesso. A minha família por acreditar em mim, incentivando e ajudando em tantos momentos o meu filho Breno e a minha filha Bárbara, vocês foram meu maior incentivo, eu quis ser um exemplo pra vocês e consegui mesmo não sendo fácil deixá- los todas as noites, depois de um dia de trabalho não poderjantar ou vê-los dormir, esperava por qualquer dia de folga na faculdade só para despojar destes prazeres. Ao meu marido Daniel pela paciência, persistência, ajuda financeira de tantas horas, por ficar com nossos filhos, e pelas inúmeras vezes por ter os levado pra buscar- me, era tão gostoso vê-los no portão me aguardando, ficávamos alegres como se não tivéssemos nos vistos há meses. Minha mãe Girlanepelas palavras de conforto e estímulos.Ao meu padrasto Haroldo por encorajar-me sempre, afirmando que eu já era uma Engenheira Ambiental e o quanto eu merecia.Ao meu irmão Thiago que sempre esteve ao meu lado, ajudando- me com o que eu precisava. Não poderia deixar de agradecer ao meu orientador Flavio Leão, por seus conselhos, dedicação e comprometimento comigo sempre.A minha professora Renata que através de suas aulas consegui me identificar com o que eu quero fazer e ser.Ao professor Lúcio que fazia de suas aulas um grande aprendizado. A todos que contribuíram de forma direta ou indireta para a realização deste trabalho, tenham a certeza de que serão sempre lembrados por mim. MUITO OBRIGADA!!!! “Não basta conquistar a sabedoria, é preciso usá-la”. Cícero RESUMO SOUSA, Aline Franciane Santos Mota, Faculdade de ciências Exatas e tecnológicas Santo Agostinho, Outubro 2015.Uma Abordagem Sobre O Descarte De Embalagens Dos Defensivos Agrícolas Interagindo Com A Educação Ambiental No Município De Montes Claros –(MG). Orientador: Prof. Flavio Leão Coelho. Os agrotóxicos começaram a ser comercializados desde a primeira guerra mundial no combate de insetos nos campos de batalhas, desde então seu crescimento tem sido uma preocupação, devido ao aumento populacional aumenta-se também o consumo de alimentos, o que significa um aumento constante de lavouras, precisamos de medidas mitigadoras para o uso e descarte dos defensivos agrícolas.Neste contesto e mostrado a problemática do descarte das embalagens de agrotóxico relacionando com a educação ambiental, Trata se de um estudo de caso ondehaverá um contato direto com os agricultores para maiores esclarecimentos sobre o uso adequado dos agrotóxico e suas devoluções de embalagens, uma educação ambiental será realizado nas escolas com participações em eventos do meio ambiente, com um conhecimento mais amplo da empresa ARPANORTE, central do INPEv localizada em montes claros , concluiu-seque mesmo com tanto amparo ainda há uma falta de informação de muitos, devido ao método utilizado abordagem direta com os agricultores, praticas de educação ambiental, palestras e participações em eventos, notou-se uma boa recepção entre agricultores, e alunos nas escolas que foi palestrado sobre os agrotóxicos, contudo há necessidade de uma continuação, pois a educação ambiental não e um ato anual o mensal mas sim diário, como manutenção, e novos conhecimentos. PALAVRAS- CHAVE: Agrotóxicos; Embalagens Vazias de Agrotóxicos; Destinação Final. LISTA DE SIGLAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas ABRAPA- Associação Brasileira dos Produtores de Algodão ANDAV-Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários ANDEF - Associação nacional de defesa vegetal ANVISA- Agência Nacional de Vigilância Sanitária - CONAMA- conselho nacional do meio ambiente CNUMAD - Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento DDT - (sigla de diclorodifeniltricloroetano), DNCL - Dia Nacional do Campo Limpo EPI- Equipamentos de proteção individual FEPAM - Fundação Estadual de Proteção Ambiental IAS- Instituto Algodão Social IBAMA- Instituto Nacional do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis IBGE- instituto brasileiro de geografia e estatística IMA- Instituto do meio ambiente INPEV- Instituto nacional de processamento de embalagens vazias MAPA- Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. MTE - ministério do trabalho e empregos PNRS- política nacional do meio ambiente LISTA DE FIGURAS Figura 1 Quadro1 - Classificação Toxologica Dos Agrotoxicos ...................................... 8 Figura 2 Quantidade Vendido De Agrotóxico .................................................................. 9 Figura 3- Uso correto dos EPIs ...................................................................................... 11 Figura 4 - EPIs ................................................................................................................ 12 Figura 5 - INPEV ............................................................................................................ 29 Figura 6 - Fluxo do sistema INPEV ............................................................................... 35 Figura 7- Frente ARPANORTE ..................................................................................... 36 Figura 8– separação das embalagens. ............................................................................. 37 Figura 9- Prensa Hidráulica ............................................................................................ 37 Figura 10- Estocamento .................................................................................................. 38 Figura 11- Saída de carga. .............................................................................................. 38 Figura 12- Recebimento das embalagens de revenda ..................................................... 40 Figura 13- Embalagens laváveis..................................................................................... 42 Figura 14 – Embalagem lavável, não lavada. ................................................................. 42 Figura 15- Sacos flexíveis contaminados ....................................................................... 43 Figura 16- Tampas .......................................................................................................... 44 Figura 17 - Fardos de papelão compactados .................................................................. 44 Figura 18- Coleta de embalagens de laboratório ............................................................ 45 Figura 19 - Caminhão para transporte de embalagens ................................................... 48 Figura 20 - Armazenamento na central .......................................................................... 49 Figura 23– Unidade da ARPANORTE .......................................................................... 59 Figura 24 - Escola Municipal Rotary São Luis .............................................................. 65 Figura 26– blitz ecológica .............................................................................................. 66 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - FEPAM, (Fundação Estadual De Proteção Ambiental) ................................ 17 Tabela 2 - Infrações E Multas Para Quem Não Cumpri As Leis .................................. 19 Tabela 3- Responsabilidade Compartilhada .................................................................. 32 Tabela 4 - Potencial Poluidor ......................................................................................... 39 Tabela 5 - classes de risco .............................................................................................. 47 Tabela 6 - Efeito da exposição aos agrotóxicos ............................................................. 53 Tabela 7 - Mapa: localização da cidade de Montes Claros, MG. ................................... 55 Tabela 8 - Acompanhamento Revendedores .................................................................... 2 SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1 2.JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 3 3. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 4 3.1. Objetivo Geral ............................................................................................................... 4 3.2. Objetivos Específicos ................................................................................................... 4 4. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................ 5 4.1. Defensivos Agrícolas .................................................................................................... 5 4.2. Classificação Dos Agrotóxicos .................................................................................... 7 4.3. Equipamento De Proteção Individual (Epis) ............................................................. 9 4.4. Receituário Agrônomo ............................................................................................... 12 4.5. Soluções Viáveis Para O Uso Do Agrotóxico ......................................................... 13 5. LEGISLAÇÕES ........................................................................................................ 14 6. EDUCAÇÃO AMBIENTAL ..................................................................................20 6.1. Historia Da Educação Ambiental ............................................................................. 23 7 CARACTERIZAÇÃO DO INPEV ....................................................................... 28 7.1. Responsabilidade Compartilhada .............................................................................. 30 7.2. Logística Reversa ........................................................................................................ 32 8. ARPANORTE ............................................................................................................ 36 8.1. Tipos De Embalagens De Agrotóxicos .................................................................... 39 8.2. Embalagens Laváveis ................................................................................................. 41 8.3. Embalagens Laváveis e Não Lavável ....................................................................... 42 8.4. Embalagens Não Laváveis ......................................................................................... 43 8.5. Embalagens Não Contaminadas ................................................................................ 44 8.6. Monitoramento De Controle ...................................................................................... 45 8.7. Transporte ..................................................................................................................... 45 8.8. Armazenamento ........................................................................................................... 48 8.9. Recicladora ................................................................................................................... 49 8.10. Incineradora ............................................................................................................... 50 9. IMPACTOS CAUSADOS POR AGROTÓXICOS ................................................... 51 9.1. Impactos Causados A Saúde Humana ...................................................................... 51 9.2. Impactos No Solo Por Agrotóxico ............................................................................ 53 10.MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................................... 55 10.1. Caracterização Do Município .................................................................................. 55 10.2. Área De Estudo ......................................................................................................... 56 10.3. Levantamento De Dados Em Campo ..................................................................... 56 10.4. Análise De Dados E Informações Coletadas ......................................................... 57 11.RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................. 59 11.1. CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DE RECEBIMENTO .......................... 59 11.2. Intervenção ................................................................................................................. 59 12. CONCLUSÃO .............................................................................................................. 12 13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 70 14. ANEXO I ........................................................................................................................ 75 15. ANEXO II ...................................................................................................................... 76 1 1. INTRODUÇÃO Embora seja comum o uso dos defensivos agrícolas, abordar a devolução das embalagens, a destinação correta para com as embalagens de defensivos agrícolas é de suma importância seja com a fauna ou a flora, a humanidade requer a participação de todos, sejam eles os fabricantes, os comerciantes, os produtores, a fiscalização e todas as atividades relacionadas como transporte, recebimento, manuseio, armazenamento e os demais responsáveis pelasua destinação final as recicladoras ou as incineradoras. Os defensivos agrícolas, denominados também como o nosso mal necessário, se manuseado de maneira inadequada podem trazer grandes consequências, seja ao meio ambiente, seja ao homem. É preocupante o número de produtores que não praticam a tríplice lavagem, seja porque esquece, por falta de informação, ou pela fiscalização. No início da década de 90, uma nova proposta de responsabilidade pós-consumo foi semeada pelo setor de defensivos agrícolas e o comprometimento de todos os envolvidos no agronegócio brasileiro construiu um bem sucedido programa de logística reversa que hoje é referência para outros setores e países ao destinar 94% das embalagens plásticas primárias de agrotóxico colocadas no mercado. Em 1992 a INPEV- Instituto nacional de processamento de embalagens vazias buscou uma solução para o problema, tentando amenizar o impacto causado pelas embalagens que até então eram jogadas a céu aberto, em cursos hídricos ou até mesmo queimadas sem nenhum controle, com isso a própria indústria se uniu para recolhimento destas embalagens, naquele tempo era mais difícil de saber a quantidade de produtores, somente essa experiência, contribuiu para o funcionamento da lei que temos hoje (INPEV, 2012). “A lei federal nº 9.974/2000 que ordena a prática, foi regulamentada dois anos após o Decreto Federal nº 4.074, que determinou a responsabilidade compartilhada, hoje a revenda por meio da nota fiscal orienta o produtor na devolução das embalagens”. (BRASIL, 2000). A ARPANORTE - Associação dos Revendedores dos Produtos Agropecuários do Norte de Minas, hoje com sede em Montes Claros tem um recebimento de embalagens vazias com uma media de 10 a 15 produtor dia, recebimento de postos de 2 cargas por mês, Jaíba, Pirapora e Janaúba. As revendas orientam sobre a importância destas devoluções,há uma carência de profissionais da área, no entanto ao serem contratados passam por cursos para melhor preparação dos mesmos. As devoluções de embalagem de agrotóxico quando não feitas podem acarretar em multa pelo órgão regulamentador o IMA- Instituto do Meio 2 Ambiente, a falta de informação pode vir com consequência financeira, os efeitos também podem ser ao meio ambiente, causando efeitos drásticos à saúde humana e dos animais.Essas embalagens abandonadas em lugares inadequados podem contaminar o solo e os rios, os agrotóxicos são nocivos e o uso desenfreado tem sequelas. Há umaconscientização em escolas diante das revendas com agricultores sobre a devolução correta das embalagens, mesmo porque nem sempre essas devoluções vêm de maneira adequada, não fazer a tríplice lavagem e estar em desacordo com a lei.Alémda devolução correta precisa estar lavada e furada no fundo para que possa ser dimensionada de maneira correta trazendo maior eficiência a logística reversa, proporcionando o ambiente que todos queremos, e aumentando os números na estatística. Esse trabalho é para que vejamos a necessidade da coletividade, uma vez que cada umassuma a sua responsabilidade desde a fabricação ao descarte, tornando assim eficiente a logística reversa das embalagens de agrotóxico, não permitindo então que o ciclo se disfarçar. 3 2. JUSTIFICATIVA Devido a alterações ambientais no mundo, podemos estar condenando a uma péssima qualidade de vidanossas gerações futuras, sendo que o usufruto desenfreado dos nossos recursos naturais hoje geraráconsequências imensuráveis, se não tratadas adequadamente. O uso do agrotóxico com eficiência é de suma importância no campo, porém não é o que vemos a falta de informação ou até mesmo o descaso tornou-se degradante, poucos usam EPI - Equipamentos de proteção individual enão fazem a devolução das embalagens maneira correta. Este trabalho faz delimitações de ações corretivas para o melhoramento da educação ambiental nas destinações corretas das embalagens de agrotóxico, sendo feito questionários, palestras, blitz ecológica e eventos. 4 3. OBJETIVOS 3.1. Objetivo Geral Mostrar à problemática dos descartes das embalagens de defensivos agrícolas e relacionar com a educação ambiental. 3.2. Objetivos Específicos Conscientizar sobre a legislação correlata ao tema; Orientar produtores rurais sobre a tríplice lavagem e sua importância; Visitar escolas realizar palestras sobre a conscientização ambiental; Levantamento bibliográfico sobre os agrotóxicos serão feitos, com participações em eventos do meio ambiente. 5 4. REFERENCIAL TEÓRICO 4.1. Defensivos agrícolas De acordo com RIBAS e MATSUMURA (2009) “Os Agrotóxicos também denominados como defensivos químicos, pesticidas,praguicidas, remédios de planta e venenos, são substancias químicas utilizadas no controle de pragas, sendo essas em plantas ou animais”. Definição: a Lei Federal nº 7.802 de 11/07/89, regulamentada através do Decreto 98.816, no seu Artigo 2º, Inciso I, define o termo AGROTÓXICOS da seguinte forma: Os produtos e os componentes de processos físicos, químicos ou biológicos destinados ao uso nos setores de produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas nativas ou implantadas e de outros ecossistemas e também em ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora e da fauna, a fim de preservá-la da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores do crescimento.(PORTAL EDUCAÇÃO). Na década de 40, ocorreram várias sínteses de outras substâncias, dentre elas a dos ciclodienos, que foram largamente utilizados na agricultura. Nos anos que se seguiram, o organoclorado DDT, como substância passou a ser designado, começou a ser empregado em escala mundial no combate a insetos para prevenir as muitas doenças perigosas transmitidas pelos mesmos. Só o emprego do DDT contra o mosquito anófeles (transmissor do causador da malária) salvou desde o final dos anos 40, a vida de milhões de pessoas. Tal foi o sucesso do DDT que após a Segunda Guerra Mundial, Paul Müller ganhou o Prêmio Nobel em 1948. A aplicação do DDT mostrou-se muito econômica, pois, uma vez realizado o tratamento ou aplicação, o inseticida continua agindo por muito tempo por ação residual, pois a sua degradação é muito lenta. Justamente esta degradação lenta do inseticida no meio ambiente, é responsável pelos seus aspectos negativos. Com aplicações repetidas o composto se acumula na natureza, e como ele é tipicamente lipofílico (solúvel em gorduras), deposita-se, sobretudo nas gorduras do organismo, além de mostrar uma tendência incontestável de se espalhar por todo o globo terrestre, (CARRARO, 1997). Após a Segunda Guerra Mundial, a indústria de agrotóxico expandiu-o, entretanto suas primeiras unidades produtivas de agrotóxicos no Brasil datam a partir da 6 década de1940.Acompleição do parque industrial dos agrotóxicos no país adveiodasegunda metade dos anos 70, sendo que após 1975 com a criação do Programa Nacionaldos Defensivos Agrícolas, buscou internalizar a produção de agrotóxicos no Brasil, desde então o Brasil e um intenso consumidor dos defensivos agrícolas. O uso dos agrotóxicos no Brasil começou a partir da década de 70, quando iniciou se a revolução verde, devido ao combate de praga agrícola e insetos, o DDT (sigla de diclorodifeniltricloroetano), foi o primeiro pesticida moderno usado após a segunda guerra mundial como forma de proteção contra insetos que transmitirão doenças como a malária e controle de pragas agrícolas. A revolução verde se deu devido a um processo de mudança da política agrícola no país a partir da segundaguerra mundial, quase todos os agrotóxicos e maquinas veio devido a adaptações de pesquisas e equipamentos utilizados na guerra (MPA, 2010). Conforme Naidin (1985). Em fins dos anos 1960 e início da década de 1970, o rápido ciclo de vida dos agrotóxicos forçou as empresas a buscar novos mercados, com os quais pudessem postergar os efeitos da obsolescência dos agrotóxicos. A autora aponta então, que a internacionalização produtiva passou a ser a estratégia das firmas líderes na busca por lucros extraordinários. Por sua vez, o rápido aumento no consumo de agrotóxicos provocado pela modernização da agricultura nacional fora atendido por importações de produtos das empresas líderes do mercado mundial até meados da década de 1970. Segundo a ANVISA (2011) A Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, o Ministérioda Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA,junto ao InstitutoNacional do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis -IBAMA esses são órgãos responsáveis por fazer as normas que avaliam o registrodos agrotóxicos. O registro só é feito após estudos rigorosos dos produtos, pelos órgãos citados (ANVISA, 2011). Ainda segundo a ANVISA (2011): O Brasil e o maior consumidor de agrotóxico do mundo, o Brasil tem como intenção registrar vendas de um milhão de toneladas de agrotóxicos em 2015, sendo que diminuir o consumo de agrotóxico, a proibição do uso de produtos que comprovem ameaças à segurança alimentar e ocupacional, e a redução da toxicidade dos produtos usados, em consequência há melhorias na saúde da população e na qualidade do meio ambiente, o grande desafio é conseguir isto mantendo ou aumentando a produtividade atual da agropecuária, sendo que muitos depende destes insumos. Tudo aquilo que degradaa qualidade de outro material, e avaliadocomo um poluentee podem ser subprodutos ou resíduos de atividades benéficas para a população, como os defensivos agrícolas para a produção de alimentos. Isso abrange o uso, e igualmente o descarte de embalagens de defensivos agrícolas podendocomprometer a saúde do meio ambiente e a saúde humana, pois para rejeiteadequado devem ser cumpridas todas as etapas contidas na legislação específica de agrotóxicos. 7 É de suma importância o uso de agrotóxico no campo, consistindo em uma ferramenta proveitosa no controle de doenças, praga se plantas daninhas, esse uso na propriedade determina que o proprietário e os aplicadores tenham um conhecimento básico sobre a maneira de ação, as doses recomendadas, hora e época da aplicação, formulação do produto, classe toxicológica e cuidados durante e após a aplicação. Certificando assim da qualidade de vida dele e dos demais que de forma indireta podem ser prejudicados com o mau uso dos defensivos agrícolas. É necessário parar imediatamente a aplicação se acaso estiver chovendo tais produtos não funcionam com chuva. Agindo assim, você só estaria contaminando o solo, os rios, o lagos, o reservatório de água, intoxicando os animais de criação, estaria desperdiçando tempo, produto e em consequência dinheiro. A chuva lava o agrotóxico e não deixa o produto agir na planta, volte a pulverizar quando a chuva tiver parado completamente. 4.2. Classificação dos agrotóxicos Conforme SAVOY, (2011) “Os agrotóxicos são classificados de diversas maneiras: quanto ao seu modo de ação no organismo alvo, em relação à sua estrutura química, quanto aos efeitos que causa à saúde humana, pela avaliação da toxicidade etc”. Quanto a sua toxidade esses agrotóxicos são classificados pela ANVISA, órgão de controle do Ministério da Saúde, a classificação e feita em quatro classes de perigo para sua saúde, cada uma é representada por uma cor no rótulo e na bula do produto. Segundo a EMBRAPA a classificação dos defensivos agrícolas quanto ao perigo e feito por cores, vermelho, amarelo, azul e verde, cada cor representa seu grau de periculosidade, como mostra o quadro 1,essas cores servem de alerta para quem o manuseia ou tem contato direto ou indireto, também feita por classes de acordo com a toxicidade dos princípios ativos de cada produto, essa toxicidade depende da dose ou do tipo do contato, e do organismo. (ANVISA, 2011). A seguir é apresentadooQUADRO 01, que corresponde á Classificação toxicológica dos agrotóxicos. 8 Figura 1 Quadro1- Classificação Toxologica Dos Agrotoxicos Fonte: ANVISA, 2011. Sendo que também podem ser classificados de acordo com sua periculosidade ambiental, em classes que variam de I a IV, produtos altamente perigosos ao meio ambiente (Classe I), produtos muito perigosos ao meio ambiente (Classe II), produtos perigosos ao meio ambiente (Classe III), e produtos pouco perigosos ao meio ambiente ou a saúde humana (Classe IV), como derivados de óleos minerais, (BRAIBANTE e ZAPPE, 2012). Ao adquirir o produto informe a venda de preferência a um agrônomo diante a sua finalidade em empregar produtos menos tóxicos que são os produtos da Classe IV e Classe III. Os produtos da Classe II e I só devem ser utilizados se realmentefor cogente, em casos em que não há produtos das Classes IV ou III para a mesma praga ou doença e que não permaneçaqualqueroutromodo de combate desta praga. Quanto ao seu grupo químico,Inseticidas: possuem ação de combate a insetos,larvas e formigas. Os inseticidas pertencem a quatro grupos químicos principais, Organofosforados são compostos orgânicos derivados dos ácidos fosfórico, tiofosfórico, fosfônico ou ditiofosfórico Carbamatos são derivados do ácido carbâmico Organoclorados, são compostos à base de carbono, com átomos de cloro. São derivados do clorobenzeno, do ciclo-hexano ou do ciclodieno. Foram muito utilizados na agricultura, como inseticidas, porém, seu emprego tem sido progressivamente restringido ou mesmo proibido. Piretróides são compostos sintéticos que apresentam estruturas químicas semelhantes à piretrina, substância existente nas flores do crisântemo (Pyrethrum). Alguns desses compostos são: aletrina, resmetrina, decametrina, cipermetrina e fenpropanato. Fungicidasagem no combate a fungos. Existem muitos fungicidas no mercado. Os principais grupos químicos são: Etileno-bis-ditiocarbamatos, Trifenil estânico, Captan, Hexaclorobenzeno. CLASSE TOXICOLÓGICA TOXIDADE DL50 (mg/kg) I Extremamente Tóxico ≤ 5 II Altamente Tóxico Entre 5 e 50 Amarela III Mediamente Tóxico Entre 50 e 500 Azul IV Pouco Toxico Entre 5oo e 5.000 9 Herbicidas: combatem ervas daninhas. Sua utilização tem sido crescente na agricultura nos últimos 20 anos. Seus principais representantes são: Paraquat, Glifosato, derivados do ácido fenoxiacético, Pentaclorofenol, Dinitrofenóis. Há outros grupos não menos importantes como: Raticidas, utilizados no combate a roedores,Nematicidas: combate a nematóides; Molusquicidas: ação de combate a moluscos,Fumigantes, agem no combate a insetos e bactérias, Acaricidas, ação de combate a ácaros diversos. AFigura 2 mostra a participação percentual das classes na quantidade vendida de defensivos agrícolas, em produto comercial. Figura 2 Quantidade Vendido De Agrotóxico Fonte: Estado de São Paulo, 2005. 4.3. Equipamento de proteção Individual (EPIS) Equipamento de proteção Individual – EPI é de uso de inúmeras atividades, seja no campo ou na indústria para manejo de matérias particulado, ferroso ou corrosivo. Os EPIS são dispositivos de uso pessoal utilizado pelo empregado, seu objetivo é de uso e de proteção de riscos de ameaça à segurança e a saúde, a empresa é obrigada a fornecer ao empregador, gratuitamente, EPI adequado ao seu tamanho erisco em estado perfeito de conservação. 10 Os EPIstêm a função de proteger individualmente cada empregado de possíveis lesões quando da ocorrência de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Portanto, o EPI não evita os acidentes em si, mas protegeo empregado quando o risco estiver ligado à função ou ao cargo do trabalhador e à exposição ao agente. O risco está ligado ao tipo e à quantidade do agente, ao tempo de exposição e à sensibilidade do organismo do trabalhador, (ALVES,2013). A sexta Norma Regulamentadora do trabalho urbano - NR 6, Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, cujo título é equipamento de Proteção Individual (EPI), estabelece: Definições legais, Forma de proteção, Requisitos de comercialização e Responsabilidades (empregador, empregado, fabricante, importador e Ministério do Trabalho e Emprego MTE). A interpretação da NR 6, principalmente no que diz respeito à responsabilidade do empregador, é de fundamental importância para a aplicação da NR 15 - Atividades e Operações Insalubres, na caracterização ou descaracterização da insalubridade. Portaria MTE/SIT nº 25, de 15/10/01 - Altera e dá nova redação à NR 6 - EPI - Alteração já efetuada no texto. Conforme estabelece a Portaria MTE/SIT nº 25, de 15 de outubro de 2001: O fabricante ou importador de EPI deve cadastrar-se junto ao MTE, de acordo com as disposições contidas no Anexo II da NR 6. A emissão ou renovação de qualquer Certificado de Aprovação (CA) de EPI está condicionada ao cadastramento efetuado pelo fabricante ou importador,Portaria MTE/SIT nº 48, de 25/03/03 - Estabelece as normas técnicas de ensaios aplicáveis aos EPIs com o respectivo. Como os EPIs existem para proteger a saúde do trabalhador, devem ser testados e aprovados pela autoridade competente para comprovar sua eficácia. O Ministério do Trabalho atesta a qualidade de um EPI por meio da emissão obrigatória do “Certificado de Aprovação” (C.A.). Outro certificado emitido pelo Ministério do Trabalho visando cadastrar os fabricantes de EPIs é o “Certificado de Registro de Fabricante (C.R.F.)”. (ALVES,2013). A legislação trabalhista conjeturaocompromisso do empregador de fornecer os EPI adequados ao trabalhador, instruir e treinar de acordo com ao uso dos EPI. Fiscalizar e exigir o uso, manter e substituir os EPIs, é obrigação do trabalhado havendo falhas nestas obrigações poderá ser responsabilizado o empregador onde responderá por ação na justiça, além de ser multado pelo Ministério do Trabalho o funcionário poderá até ser demitido por justa causa. 11 Os trabalhadores são, de maneira geral, alertados sobre os riscos associados ao agrotóxico e sobre os cuidados que devem ser tomados, conhecer a necessidade de se proteger não implica necessariamente que isso seja feito, a justificativa do não uso por não achar necessáriopode estar atrelada à falta de informação, ao descaso dos serviços públicos, ao baixo nível socioeconômico e de escolaridade. (FILHO, PEREIRA,2011). Figura 3- Uso correto dos EPIs Fonte: próprio autor, ARPANORTE 2015. Foi possível acompanhar os trabalhos efetuados pela empresa ARPANORTE , observando o uso diário dos equipamentos de EPIS, sendo os mesmos compostos por: bota impermeável, jaleco, calça, luvas, viseira facial, respirador e protetor auricular (fone).No entanto esses equipamentos são para o manuseio das embalagens de agrotóxicos vazias, os EPIS para a aplicação de agrotóxicos são um pouco há mais com uma proteção mais devida, pois a exposição do homem e maior uma vez que se tem contato com o produto mesmo sendo indiretamente. Muitos agrotóxicos apresentam riscos que podem ser reduzidos, ou mesmo eliminados com a adoção de Equipamentos de Proteção Individual. É importante que se observe o hábito de usar os EPIs não apenas durante aplicação,mas sempre que tiver algum contato com os agrotóxicos e suas respectivas embalagens. É de fundamental importância o uso de EPIs com oCertificado de Aprovação do Ministério do Trabalho.(CARRARO, 1997). 12 Figura 4 -EPIs Fonte: Manualde uso EPIs,2015. Estudos evidenciam que os consumosde EPI afetam, em média, menos de 0,05% dos investimentos indispensáveis para uma lavoura. Alguns episódios como a soja e milho, o valor cai para menos de 0,01%. Insumos, fertilizantes, sementes, produtos fitossanitários, mão de obra, custos administrativos e outros materiais adicionam mais de 99,95%. O uso dos EPI é obrigatório e o não cumprimento da legislação poderá ocasionar em multas e ações trabalhistas. Devemos considerar os EPI como insumos agrícolas obrigatórios. 4.4. Receituário agronômico O receituário agronômico éa ferramenta correta do agrotóxico, são informações complementares eum laudo técnico onde consta a real situação fitossanitária seu objetivo é minimizar os riscos e evitar o uso desnecessário da aplicação dos defensivos agrícolas, os usuários só poderão adquirir e usar os produtos se feito de maneira correta, ou seja, orientados por um profissional habilitado, conforme o Anexo 01. Segundo a Lei de Agrotóxicos, a compra destes produtos só pode ocorrer com a apresentação do chamado Receituário Agronômico – o equivalente a uma “receita medica”, exigido para a compra de medicamentos tarjados. O Receituário Agronômico deve ser emitido por profissional legalmente habilitado, Engenheiro Agrônomo, Engenheiro Florestal ou Técnico Agrícola. Para emissão da Receita Agronômica, o profissional deve basear sua prescrição técnica no exame “in loco” da atividade agropecuária, sugerindo- 13 se os seguintes passos, Visita à propriedade,Identificação da cultura ou material a ser tratada, Definição da área ou volume ou peso a ser tratada, Identificação do agente etiológico. (CREA,2012). O principal objetivo do Receituário Agronômico é orientar o uso racional de agrotóxicos e o diagnóstico é pré-requisito essencial para a prescrição da receita. O ato de diagnosticar pressupõe a análise de sinais e sintomas do evento que se pretende controlar, das condições do clima e do estágio e condições da lavoura, (RECEITUARIO AGRONOMICO, 2012). Segundo o Art. 65 do Decreto 4.074/2002, que regulamenta a Lei de Agrotóxicos, a receita necessitaestar especificada para cada cultivo ou dificuldade e conter informações como o diagnostico, doses de aplicação e quantidades totais a serem adquiridas do produto, época de aplicação, intervalo de segurança, entre outras. Em tese, para que um profissional possa emitir um receituário agronômico, ele deve antes visitar a propriedade rural ou examinar amostra do material infectado. Em fatos de emissão dolosa de receituários agronômicos configuram crime e também necessitam ser delatada a Secretaria Estadual de Agricultura. A Secretarianecessitará apurar a denuncia e constatando a irregularidade, autuar o estabelecimento. A fiscalização acontece nas propriedades rurais para verificar se a aplicação está feita corretamente e de acordo com a receita. Devem constar dela a veracidade das informações constantes em receitas e notas fiscais, a real aplicação dos agrotóxicos pelos usuários e o fornecimento e condições dos equipamentos de proteção individual (aos) dos aplicadores. O fornecimento dos EPIs – Equipamentos de Proteção Individual aos funcionários também é cobrado das empresas prestadoras de serviços fitossanitários, além da utilização de equipamentos adequados para aplicações específicas. (RECEITUARIO AGRONOMICO,2012). 4.5. Soluções viáveis para o uso do agrotóxico Segundo a ANDAV (2000) Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários, sempre ao iniciar uma lavoura, logo se pensa nos cuidados necessários para que ela seja de boa qualidade. Sendo importante a escolha do lugar, a seleção das sementes, mudas, os equipamentos ou os insumos, as pessoas que vão trabalhar e muitos outros. É preciso plantar com consciência para colher boa resultados, produzir alimentos saudáveis e de forma econômica os produtos fitossanitários são produtos importantes para proteger as plantas do ataque de pragas, doenças e plantasdaninhas, mas podem ser perigosas se forem usados de forma errada. A ANVISA (2011) determina que: Antes de aderir produto deve sempre consultar um engenheiro agrônomo, para que possa ser feita uma análise da plantação, o tipo de ataque de pragas ou espécies invasoras, sempre optar por pesticidas de classe III e IV que são os menos nocivos ao meio ambiente e saúde humana, mesmo porque nem 14 sempre os de classe I e II são somente eles que resolvem porem é os que mais degradam o solo e transmitindo doenças. De acordo com RIBAS, MATSUMURA, (2009): Para que o uso de agrotóxicos ocorra deforma consciente e responsável, o Brasil vem trabalhando dentro de uma agenda básica de racionalização que engloba ações como o desenvolvimento do “Programa Nacional de Racionalização do Uso de Agrotóxicos”, no qual autoridades com o poder de arbítrio e regulamentação do uso de agrotóxicos estabelecem um protocolo de ações para minimização dos impactos ambientais. Ainda segundo RIBAS, MATSUMURA (2009): Diferentes formas de incentivo aos trabalhadores rurais, conscientes dessa responsabilidade poderiam ser aplicadas, tanto por parte do Governo Federal como dos Estados e Municípios e produtores, já que o fato de reduzir a aplicação dos produtos tóxicos diminuiria também à contaminação local. O desenvolvimento de diferentes formas de manejo integrado, bem como a regulamentação e comercialização de produtos biológicos são saídas para que essa atitude seja tomada. Assim conforme SILVA et al, 2011 “só por meio da consciência é que podemos começar a mudar o mundo em que vivemos, mas é necessário que nossas ações a partir do preceito de forma sustentável podem garantir a vida das presentes e futuras gerações”. 5.LEGISLAÇÃO Na evolução da legislação ambiental brasileira, a PNRS é muito recente, instituída somente em 02 de agosto de 2010 pela Lei nº 12.305, que altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Esta nova lei do Art. 1º institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo os perigos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2012). Esta nova lei trouxe positividade na área social, econômica e ambiental. A Política Nacional de Resíduos Sólidos reúne o conjunto de princípios, objetivos, instrumento, diretrizes, metas e ações com vistas à gestão integrada e ao gerenciamento ambiental adequado dos resíduos sólidos. Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos (BARTHOLOMEU; CAIXETA-FILHO, 2011, p 23). 15 A PNRS delega responsabilidades entre os elos do sistema de logística reversa e um dos seus instrumentos é o sistema de logística reversa e outras ferramentas relacionadas à implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. De acordo com a Lei, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de agrotóxicos, seus resíduo e embalagens são forçados a implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos depois o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos. A ABNT NBR 10004:2004 não é uma Norma que se objetiva a permitir ou não a utilização de resíduos sólidos, cabendo a ela tão somente classificá-los como perigosos ou não perigosos, e assim servir como uma ferramenta aos diversos setores envolvidos com o gerenciamento de resíduos sólidos. Resíduos classe I-Perigosos Aqueles que apresentam periculosidade, conforme definido em 3.2 (risco à saúde pública ou risco ao meio ambiente), ou uma das características de: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade ou constem nos anexos A ou B. Resíduos classe II A-Não inertes: Aqueles que não se enquadramnas classificações de resíduos classe I –Perigosos ou de resíduos classe II B – Inertes. Os resíduos classe II A-Não Inertes podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. Resíduos classe II B-Inertes Quaisquer resíduos que não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor. Os objetivos da PNRS mais específicos à questão das embalagens de agrotóxicos e a redução do volume e da periculosidade os resíduos perigosos; estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida do produto; incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o aproveitamento energético. É importante ressaltar seu Art. 33da Lei 12.305/2010 onde: São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes. I – agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do suasa, em normas técnicas; II- pilhas e baterias; III- pneus; IV- óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; 16 V- lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; VI- produtos eletroeletrônicos e seus componentes. Com objetivo de proteger a sua colheita, o homem desenvolveu os agrotóxicos, estes produtos químicos eram destinados ao uso, armazenamento e beneficiamento dos agrotóxicos, nas pastagens, na proteção das florestas e outros ecossistemas urbanos, hídricos e industriais, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, também empregados como substâncias e produtos desfolhantes, dessecantes,estimuladores e inibidores do crescimento, (CARRARO, 1997). Resolução nº 465, de 05 de Dezembro de 2014 - CONAMA dispõe sobre os requisitos e critérios técnicos mínimos necessários para o licenciamento ambiental de estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens de agrotóxicos ou afins, vazias ou contendo resíduos. A deliberação Normativa COPAM nº 109, de maio de 2007. Assim o IMA (2005) estabelece que as “normas para a regularização ambiental de estabelecimento que comercializam produtos agrotóxicos e altera o anexo I da Deliberação Normativa do COPAM nº 74, de 09 de setembro de 2004”. Tais normas estãoprotegidas por uma vasta estrutura legal a preservação ambiental pautada ao uso de agrotóxicos, que deve ser acatada pela citricultura, a Lei nº 6.938 de 31 de Agosto de 1981, dispõe sobre a política nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências, na mesma lei no art. 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. Portaria de n°650,do IMA disciplina o cadastro de agrotóxicos e afins destinados ao uso nos setores de produção agropecuária, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, agroindústrias e na proteção de florestas no Estado de MinasGerais. Portaria n° 862, baixa normas para o registro de estabelecimento de agrotóxico e afim, armazenamento, exposição, comercialização de agrotóxico e afim e destinação de suas embalagens vazias.(IMA, 2015). Equivalendo a Lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 e seus Decretos n° 3179/98 (Crimes Ambientais) e n° 6514/08 (Substâncias Tóxicas Perigosas ou Nocivas) dispõe a propósito das sanções penais e administrativas provenientes de procedimentos 17 e atividades nocivas ao meio ambiente e institui o processo administrativo federal para apuração destas infrações. VALORES PARA DOCUMETOS LICENCIATORIOS DE AGROTÓXICO Abreviaturas Descrição do Documento Data inicio da Vigência Valor do Documento AGRI CERTIFICADO DE CADASTRO DE PRODUTO AGROTÓXICO CLASSE TOXICOLÓGICA I 01/01/2011 R$ 12.433,36 AGRII CERTIFICADO DE CADASTRO DE PRODUTO AGROTÓXICO CLASSE TOXICOLÓGICA II 01/01/2011 R$ 11.164,93 AGRIII CERTIFICADO DE CADASTRO DE PRODUTO AGROTÓXICO CLASSE TOXICOLÓGICA III 01/01/2011 R$ 7.459,10 AGRIV CERTIFICADO DE CADASTRO DE PRODUTO AGROTÓXICO CLASSE TOXICOLÓGICA IV 01/01/2011 R$ 6.582,36 ALTAGR ALTERAÇÕES-INFORMAÇÕES DE CADASTRO DE PRODUTO AGROTÓXICO 01/01/2011 R$ 2.474,12 Tabela 1 -FEPAM, (Fundação Estadual De Proteção Ambiental) Fonte - FEPAM,( 2015). Legislação Federal Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a Lei de Agrotóxico nº 7.802, de 12 de julho de 1989, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagem, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins. Esta lei define os agrotóxicos como “produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos” (BRASIL, 1989). A lei de n° 9.974 de 6 de junho de 2000 Altera a Lei n° 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização a propaganda comercial a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências.(IMA, 2015) Decreto nº 4.074 de 4 de janeiro de 2002 Regulamenta a Lei n 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências.(IMA,2015). 18 Legislação Estadual: Lei 10.545, de 13 de dezembro de 1991 Dispõe sobre produção, comercialização e uso de agrotóxicos e afins e dá outras providências. Decreto 41.203, de 8 de agosto de 2000 Aprova o regulamento da Lei nº 10.545, de 13 de dezembro de 1991, que dispõe sobre produção, comercialização e uso de agrotóxico e afins, e dá outras providências.(IMA,2015). A Portaria Normativa do Instituto Nacional do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA nº 84 de 15 de outubro de 1996. Diante disso o IBAMA (1996) observar que deste a fabricação, comercialização, uso e descarte dos agrotóxicos e afins, há uma forte legislação que estabelece critérios e parâmetros, para que essas substâncias, não afetem o meio ambiente ou a saúde humana. A nova legislação federal que fala sobre a destinação final de embalagens vazias de agrotóxicos ela determina as responsabilidades para o agricultor, o revendedor e para o fabricante. O não cumprimento destas responsabilidades poderá implicar em penalidades previstas na legislação específica e na lei de crimes ambientais, como multas e até pena de reclusão, (ANDAV, 2000). Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. INFRAÇÃO MULTA Não devolver a embalagem vazia de agrotóxico ao comerciante, no prazo estipulado. 3.278,91 Descartar sobras e resíduos de agrotóxico em desacordo com a orientação do fabricante ou dos órgãos de agricultura, saúde e meio ambiente. 3.511,53 Utilizar equipamento de proteção e de aplicação de agrotóxico com defeito ou sem manutenção. 3.617,94 Não fornecer equipamento de proteção ao trabalhador ou aplicador de agrotóxico. 4.043,58 Descartar embalagem de agrotóxico sem fazer a tríplice lavagem e em desacordo com a orientação do fabricante. 19 4.256,40 Não respeitar o período de carência após aplicação de agrotóxico. 4.256,40 Aplicar agrotóxico sem receita ou em desacordo com ela, e não devolver o produto com validade vencida. 4.788,45 Armazenar agrotóxico de forma inadequada. 5.320,50 Comercializar produto com resíduo de agrotóxico ou afim acima do permitido. 6.384,60 Comercializar produto agrícola proveniente de área interditada em razão do uso inadequado de agrotóxico ou afim. 6.491,01 Aplicar agrotóxico não recomendado para a cultura. 9.576,90 Produzir, manipular, comercializar, armazenar e utilizar, agrotóxico sem registro. 10.641,00 Vender, utilizar ou remover agrotóxico ou afim interditado. 19.153,80 Tabela 2 -Infrações E Multas Para Quem Não Cumpri As Leis Fonte - IMA,( 2013). A tríplice lavagem segue as determinações da NBR 13.968 (Norma Técnica da ABNT), que foi publicada em 1997,e a INPEV (2012) orienta o procedimento de lavagem das embalagens vazias de agrotóxicos no campo de acordo com padrõesaceitos e adotados mundialmente. Segundo MINAMI, et al, (2008) a classe I-resíduo sólido perigoso, exige procedimentos especiais para as etapas de manuseio edestinação adequada. Sendo que as embalagens lavadas ou as de tríplice lavagem ou lavagem sob pressão, são classificadas como classe III - resíduo sólido não perigoso, inerte. Deliberação Normativa COPAM nº 74, de 09 de setembro de 2004.Estabelece critérios para classificação, segundo o porte e potencial poluidor, de empreendimentos e atividades modificadoras do meio ambiente passíveis de autorização ou de licenciamento ambiental no nível estadual, determina normas para indenização dos custos de análise de pedidos de autorização e de licenciamento ambiental, e dá outras providências.(IMA, 2015). Segundo a ABRAPA - Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Multas para o transportador e o expedidor, que não cumpriremas regulamentações de transporte. O veículo será apreendido e a carga transbordada, acidentes de transporte que provocarem danos ambientais por nãoatenderem às normas vigentes serão 20 enquadrados na Lei de Crimes Ambientais(Art. 56 da Lei 9.605 de 13 de fevereiro de 1998), onde está previsto multa reparação do meio ambiente atingido e até mesmo pena de reclusão de2 a 4 anos aos infratores. Conforme a ANVISA (2011), o veículo apropriado é uma caminhonete e deve estar em perfeitascondições de uso. As embalagens devem estarcolocadas de forma segura paranão se deslocar, entornar oudanificar, e cobertas por uma lonaimpermeável, presa na carroceria, sempre acompanhada da nota fiscal dos produtos. Segundo adeliberação normativa COPAM nº 74, de 9 de setembro de 2004, o numero de veículos para o caso de transporte de produtosperigosos listados no regulamento do decreto federal 96.044/88, refere-se ao numero total de veículos da frota. Cada conjunto “cavalo mecânico + equipamento” corresponde a uma unidade para fins de determinado do porte. Entende-se por equipamento o semirreboque (tanque, baú, carroceria aberta, etc.). (DN COPAM, 74). 6.EDUCAÇÃO AMBIENTAL A educação ambiental, não é um métodovemos muito nós dias de hoje, apesar de muito falada, não évistacomo uma disciplina, pois seu desenvolvimento acontece em todas as extensões eem todos os conteúdos, relacionando-os ao homem e sua vida, aeducação ambiental, procura solucionar problemas com caráter interdisciplinar, integrando acomunidade, onde o indivíduo está inserido ela não trata somente do ambiente, mas do comportamento das pessoas. A acelerada degradação do ambiente provocada pelo crescimento econômico assumiu, a olhos vistos, dimensões globais atingindo todo o planeta sem respeitar fronteiras. Nos países industrializados, como resposta à destruição onde ela se encontrava de forma mais acentuada e como tomada de consciência de que algo já havia sido perdido, movimentos de proteção ambiental começaram a se articular questionando o modelo de sociedade industrial, especialmente os empreendimentos econômicos e militares que ela produz, e que possuem um poder destrutivo da natureza. (RAMOS,1996). Segundo GLAZER (1999), o senso de identidade indispensável ao fortalecimento pessoal okpode ser estabelecido de fora para dentro ou de dentro para fora. O que vem de fora para dentro é normalmente interpretado como imposição ou doutrinação; o que emerge de dentro para fora, que brota de nossas experiências, é compreendido como expressão. “Cabe ao educador estimular a melhor expressão de cada um, na inter-relação grupal e societária. Quando o sentido de identidade coletiva emerge da compreensão de 21 vivências compartilhadas, cresce a força organizativa dos grupos sociais”. (PADUA, SÁ, 2002). Quando mencionamos à educação ambiental, não tratamosexclusivamente da natureza, como geralmente esse termo é idealizado, entretanto a um conjunto de relações sociais, políticas, históricas e econômicas, cujo homem é sujeito participante, transformador, e consequentemente receptor de suas ações. Na década de 60 divulgaram o livro primavera silenciosa (Silent Spring), em um dos seus numerososargumentosa autora sita “apenas dentro de seu momento de tempo representado pelo século presente e que uma espécie – o homem -adquiriu capacidade significativa para alterar a natureza de seu mundo”. (CARSOM, RACHEL, 1964). Rachel Carson (1964) segue dizendo que “o controle da natureza” é a frase concebida em espírito de arrogância, quando ainda se pressupunha que a natureza existia para a conveniência do homem. A conferência das nações unidas a propósito do meio ambiente realizado em Estocolmo em 1972 confere uma cautela especial ao instrumento de política pública, com o objetivo de preparar o homem para viver em harmonia com o meio ambiente, a partir de então a educação ambiental passou a ser considerado praticamente em todos os fóruns relacionados com á temática do desenvolvimento e meio ambiente. A legislação federal que institui a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999 Art.1), entende se por educação ambiental os processos por qual o individuo e a coletividade constrói valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Segundo PADUA SÁ, (2002): A educação ambiental vem claramente conquistando reconhecimento. A partir da Lei nº 9.795/99, sancionada pelo Presidente da República em 27 de abril de 1999, passou a ser reconhecida oficialmente como uma área essencial e permanente em todo processo educacional do país, tanto na educação formal quanto na não formal, essa Lei expressa as demandas de vários segmentos da sociedade, já que é o resultado de quase cinco anos de debates e discussões, e mostra um avanço importante que consolida um entendimento amplo da educação ambiental retratado em seus princípios básicos. SARAIVA (2008) discorre que: A educação ambiental tenta resgatar valores, a união homem e natureza mostrando caminhos alternados para a sustentabilidade, conscientizando que suas ações podem melhorar como destruir o meio em que vivemos, prejudicando não só ele como todos que coabitam o planeta, a meta da educação ambiental e desenvolver uma população mundial consciente que se preocupa com o meio ambiente, que possa atuar individual e coletivamente 22 em busca de soluções viáveis para os problemas atuais e para a prevenção de problemas futuros. Constituindo um processo informativo e formativo, tendo por objetivo a melhoria de sua qualidade de vida e a de todos os membros da comunidade na qual estão inseridos. “O ser humano deve compreender que suas ações podem mudar drasticamente o meio no qual vive, prejudicando não somente a si próprio como os outros milhões de seres que coabitam no planeta”. (SILVA et al2011). De acordo com SARAIVA (2008) a carta BELGRADO, 1975, contém metas, objetivos e diretrizes para estruturar um programa de educação ambiental em diferentes níveis nacional, regional ou local. Destarte como a agenda 21, apresentamos o “Rio+20, como é conhecida a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, e que aconteceu no Rio de Janeiro, Brasil, em junho de 2012, vinte anos depoisdo marco que representou a Cúpula da Terra. O Rio+20 representa também uma chance de contemplarmos o futuro, para que o mundo que almejamos ter daqui a 20 anos. A agenda 21 em seu capitulo 19, fala sobre o “Manejo Ecologicamente Saudável das Substâncias Químicas Tóxicas”, incluindo a Prevenção do Trafico Internacional Ilegal dos Produtos Tóxicos e Perigosos. Os objetivos da educação ambiental, de acordo com a Carta de Belgrado, são os seguintes: 1. Conscientização: contribuir para que indivíduos e grupos adquiram consciência e sensibilidade em relação ao meio ambiente como um todo e quanto aos problemas relacionados com ele. 2. Conhecimento: propiciar uma compreensão básica sobre o meio ambiente, principalmente quanto às influências do ser humano e de suas atividades. 3. Atitudes: propiciar a aquisição de valores e motivação para induzir uma participação ativa na proteção ao meio ambiente e na resolução dos problemas ambientais. 4. Habilidades: proporcionar condições para que os indivíduos e grupos sociais adquiram as habilidades necessárias a essa participação ativa. 5. Capacidade de avaliação: estimular a avaliação das providências efetivamente tomadas em relação ao meio ambiente e aos programas de educaçãoambiental. 6. Participação: contribuir para que os indivíduos e grupos desenvolvam o senso de responsabilidade e de urgência com relação às questões ambientais.(BARBIERI,SILVA) O autor aponta ainda a falta de proposições concretas e uma visão pouco realística foram às críticas mais frequentes à Carta de Belgrado. Apesar disso, ela é um 23 dos documentos mais importantes sobre EA em termos de conceitos, princípios e diretrizes associadas ao desenvolvimento sustentável. Muitos de seus termos foram ratificados pela Conferência Intergovernamental sobre EA de Tbilisi, na Geórgia, de 1977, na qual foram enunciadas 41 recomendações sobre EA. A Recomendação nº 8 especifica três setores da população aos quais a EA deve ser endereçada, a saber: A educação do público em geral; A educação de grupos profissionais ou sociais específicos, cujas atividades e influência tenham repercussões sobre o meio ambiente, como engenheiros, administradores, arquitetos, projetistas industriais, formuladores de políticas e agricultores; A formação de determinados grupos de profissionais e cientistas que se ocupam de problemas ambientais específicos, por exemplo, biólogos, geólogos, toxicólogos, agrônomos, sanitaristas, meteorologistas etc. Não se trata apenas de estudar, ou mesmo entender o processo de degradação, pelo qual o planeta Terra vem passando, além destes é necessário que entendamos a educação ambiental, como educação política, que envolve escolhas, decisões e opções, que não tomamos sozinhos, já que vivemos em sociedade. No nosso caso, a sociedade da informação, portanto, fazer uma educação para o meio ambiente implica envolver todas as áreas do conhecimento em prol de um conhecimento comum: o de que somos parte, e como tal dependemos do todo.(OLIVEIRA, MEDEIROS, 2010). 6.1. História da educação ambiental “O modelo de produção baseado no usointensivo de energia fóssil, na superexploração dos recursos naturais e no uso do ar,água e solo como depósito de dejetos, é apontado como a principal causa dadegradação ambiental atual”. (Espinosa, 1993). “Os problemas ambientais não existem somente após a Revolução Industrial. Porém osimpactos da ação dos seres humanos se ampliaram com odesenvolvimento tecnológico e com o aumento da população gerados por essa Revolução”. (MARCATTO, 2002). O livropublicado em 1962, “Primavera Silenciosa” (“Silent Spring”), de Raquel Carson, apontou os primeiros sintomas ao meio ambiente, foi à primeira critica mundialmente conhecida sobre os efeitos drásticos ao meio ambiente, da utilização devastadora dos defensivos agrícolas,e do despejo de dejetos industriais, em 1972, foi 24 realizado em Estocolmo Suécia a Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente onde foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. As discussões em relação à natureza da Educação Ambiental passaram a ser desencadeadase os acordos foram reunidos nos Princípios de Educação Ambiental, estabelecidos noseminário realizado em Tammi. (Comissão Nacional Finlandesa para a UNESCO, 1974). Esseseminário considerou que a Educação Ambiental permite alcançar os objetivos de proteçãoambiental e que não se trata de um ramo da ciência ou uma matéria de estudos separada, masde uma educação integral permanente, em 1975, a UNESCO, em colaboração com o Programa das Nações Unidas para o Meioambiente (PNUMA), em resposta à recomendação 96 da Conferência de Estocolmo, cria oPrograma Internacional de Educação Ambiental (PIEA), destinado a promover, nos paísesmembros,a reflexão, a ação e a cooperação internacional nesse campo. Sem dúvida, aConferência de Estocolmo configurou-se mais como um ponto centralizador para identificar osproblemas ambientais do que como um começo da ação para resolvê-los. (MEDINA, 2008). EM 1975 - Seminário de Belgradona Sérvia com aCriação do PNUMA e PIEA e aCarta de Belgrado constitui um dos documentos mais importantes gerados na então década. Falava sobreo desejo de todos os cidadãos da Terra, sugeria temas sobre as necessidades básicas da pobreza como a fome, o analfabetismo, a poluição, a exploração e dominação, eram tratadas de forma sistêmica, nenhuma nação deve se desenvolver a custa de outra nação, havendo necessidade de uma ética global, o jovem deve receber um novo tipo de educação na união entre estudantes e professores, entre escolas e sociedade, finalizam com a proposta para um programa mundial de Educação Ambiental. Dois anos mais tarde celebrou-se em Tbilisi, URSS, a Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, que constitui, até hoje, o ponto culminante do Programa Internacional de Educação Ambiental. Nessa conferência foram definidos os objetivos e as estratégias pertinentes em nível nacional e internacional. Postulou-se que a Educação Ambiental é um elemento essencial para uma educação global orientada para a resolução dos problemas por meio da participação ativa dos educados na educação formal e não formal, em favor do bem estar da comunidade humana, (MEDINA, 2008). Medina segue dizendo que no Brasil, a Política Nacional do Meio Ambiente, definida por meio da Lei nº 6.983/81, situa a Educação Ambiental como um dos princípios que garantem “a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar no país condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana”. Estabelece, ainda, que a Educação Ambiental deve ser oferecida em todos os 25 níveis de ensino e em programas específicos direcionados para a comunidade. Visa, assim, à preparação de todo cidadão para uma participação na defesa do meio ambiente. No Decreto n. º 88.351/83, que regulamenta a Lei n. º 226/87, do conselheiro Arnaldo Niskier, que determina a necessidade da inclusão da Educação Ambiental nos currículos escolares de 1º e 2º graus. Esse parecer recomenda a incorporação de temas ambientais da realidade local compatíveis com o desenvolvimento social e cognitivo da clientela e a integração escola-comunidade como estratégia de aprendizagem. (MEDINA, 2008). EM 1987- Congresso Internacional na Rússia realiza-se o CongressoInternacional sobre a Educação e Formação Relativasao Mio Ambiente, em Moscou, na Rússia, promovido pela UNESCO. No documento final, estratégia internacional de ação em matéria de educação e formação ambiental para o decêniode 90, ressalta-se a indigência de atender prioritariamente à formação de recursos humanosnas áreas formais e não formais da Educação Ambiental e na inclusão da dimensão ambientalnos currículos de todos os níveis de ensino. Realizada no Rio de Janeiro em 1992 a Conferência do Rio de Janeiro reuniu delegações de 178 países e trouxe para a cidade 114 Chefes de Estado ou de Governo, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida de maneira geral como Rio-92 ou Eco-92,vinte anos apósaConferência de Estocolmo teve como objetivo a elaboação de medidas para diminuir a degradação ambiental, introduzir a ideia da sustentabilidade, preservar para hoje e as futuras grações. A Eco-92 foi um evento bipartido: enquanto no Riocentro ocorreu a Cúpula da Terra, e a reunião das delegações oficiais dos países participantes onde as decisões diplomáticas e os acordos internacionais foram constituídos, no Aterro do Flamengo aconteceu o Fórum Global, envolvendo as ONGs e movimentos sociais, com a participação de diversos interessados em debater esta temática. A Cúpula da Terra se sobrepôs ao Fórum ao criar a falsa impressão de um diálogo ativo entre ambas em torno do desenvolvimento sustentável, quando na verdade apenas a primeira possuiu caráter deliberativo. Ideologicamente, o Fórum Global foi tratado como um evento festivo onde ocorreu a celebração definitiva do desenvolvimento. O autor segue dizendo O Fórum Global, com suas lutas e inquietações, se proliferaram em inúmeros outros fóruns. Um grande passo foi dado neste sentido na Rio-92. Um novo passo pode ser dado na Rio + 20.(OLIVEIRA, RIO-92) 26 A Agenda 21, documento aprovado durante a Conferência do Rio de Janeiro, é um programa de ação abrangente para guiar a humanidade em direção a um desenvolvimento que seja ao mesmo tempo socialmente justo e ambientalmente sustentável. Ela é constituída por 40 capítulos, dedicados: Às diversas questões sociais e ambientais de caráter planetário (erradicação da pobreza, proteção da atmosfera, conservação da biodiversidade etc.); Ao fortalecimento dos principais grupos de parceiros para implantar as ações recomendadas (ONGs, governos locais, comunidade científica e tecnológica, sindicatos, indústria e comércio etc.); Aos meios de implementação, como mecanismos financeiros, desenvolvimento científico e tecnológico, cooperação internacional e a promoção do ensino. De acordo com a AGENDA 21, CAP.36-PAG-433:As autoridades educacionais, com a colaboração apropriada das organizações não governamentais, inclusive as organizações de mulheres e de populações indígenas, devem promover todo tipo de programas de educação de adultos para incentivar a educação permanente sobre meio ambiente e desenvolvimento, utilizando como base de operações, as escolas primárias e secundárias e centrando-se nos problemas locais. Estas autoridades e a indústria devem estimular as escolas de comércio, indústria e agricultura para que incluam temas dessa natureza em, seus currículos. O setor empresarial pode incluir o desenvolvimento sustentável em seus programas de ensino e treinamento. Os programas de pós-graduação devem incluir cursos especialmente concebidos para treinar os responsáveis por decisões. Durante o RIO-92, houve uma proposta de uma carta da terra discutida mundialmentepor Organizações Não Governamentais e Governos, 1995 encontro de 60 representantes de diversas áreas em Haia, na Holanda. Foi criada a Comissão da Carta da Terra para organizar uma consulta mundial durante 2 anos, resultado “Princípios de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentado em 1997, Sob a coordenação de Maurice Strong (ONU) e Mikhail Gorbachev (Cruz Verde Internacional) foi redigido o 1º esboço da Carta da Terra, 1998 a 1999 Amplo debate e discussão em todos continentes e em todos os níveis, de escolas primárias a ministérios), 46 países e mais de 100.000 pessoas envolvidas, ( CARTA DA TERRA, 1998). Ainda a Carta da Terra (1998): “A Carta da Terra parte de uma visão integradora e holística. Considera a pobreza, a degradaçãoambiental, a injustiça social, os conflitos étnicos, a paz, a democracia, a ética e a crise espiritual comoproblemas interdependentes que demandam soluções includentes. Ela representa um grito de urgência faceàs ameaças que pesam, sobre a biosfera e o projetoplanetário humano. 27 Significa também um libelo emfavor da esperança de um futuro comum da Terra eHumanidade.” (CARTA DA TERRA, 1998) Foi dentro desse gráfico de mudanças que se realizou, em 1997, a Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade, em Tessalônica, Grécia. Essa conferência marcou uma mudança profunda na trajetória da EA, no âmbito da UNESCO, nem sempre bem-vista por praticantes da EA. No mesmo ano em Kyoto, no Japão, foiassinado o Protocolo de Kyoto, um novo componente da Convenção, que contém, pela primeira vez, um acordo vinculante que compromete os países do Norte a reduzir suas emissões de gás na atmosfera. Tais gases tratam-se, por conseguinte, a sua ascendência, de um fenômeno natural, que não estar sujeito daação do homem. No entanto, o homem, em benefício do desenvolvimento das suasatividades industriais e econômicas, emite também gases do efeito estufa (GEE),sobretudo o dióxido de carbono (CO2), aumentando a sua concentração naatmosfera e ocasionando um processo de intensificação do efeito estufa. A Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), em seu Artigo 1º, define a educação ambiental refletindo preocupações sociopolíticas da sociedade em lidar com o meio ambiente, quando afirma: “Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”. E complementa no Artigo 2º: “A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal”. (PADUA, SÁ 2002). O Art. 9° entende-se por educação ambiental na educação escolar, o desenvolvimento no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privada, englobando: Educação básica: educação infantil; ensino fundamental e ensino médio; Educação superior; Educação especial; Educação profissional; Educação de jovens e adultos. 28 Art. 13. Entende-se por educação ambiental não formal as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente. O alarmante de todos os assaltos contra o meio ambiente efetuado pelo homem, e representado pela contaminação do ar da terra dos rios e dos mares, por via de materiais perigosos e ate letais, esta poluição e sua maior parte irremediável a cadeia de males que ela inicia não apenas no mundo que deve sustentar a vida, mas também nos tecidos viventes, nesta contaminação agora universal as substancias químicas, ou seja, os agrotóxicos são os parceiros sinistros e pouco reconhecidos (RACHEL CARSOM, 1964). 7. CARACTERIZAÇÃO DO INPEV Em 2001 foi fundado o INPEV, presidido pelo engenheiro agrônomo João Cesar Rando, instalado em 14 de dezembro, começando a funcionar em março de 2002, em conformidade com a lei que atribuiu aos usuários de defensivos agrícolas a responsabilidade de devolver as embalagens vazias de defensivos agrícolas aos comerciantes e estes a destinação correta para que ocorra a logística reversa, em 2009 lançaram a ecoplástica triex, embalagem reciclada desenvolvida a partir de um processo pioneiro, a embalagem materializada a autossuficiência econômica do sistema, que contabiliza em um total, de 136 mil toneladas de embalagens vazias retiradas do campo, a partir de 412 unidades de recebimento em todo Brasil. (INPEV, 2012). Após a criação da lei 9.974/00 que regulamenta o recolhimento e destinação final das embalagens de defensivos agrícolas, a lei distribui responsabilidades a todos, como fabricantes, comerciantes, indústrias e agricultores, tornando assim obrigatória a devolução das embalagens de forma apropriada. O INPEV- Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias surgiu de uma iniciativa da indústria, para atender a legislação vigente, pode-se afirmar que é uma entidade sem fins lucrativos criados para gerir a destinação final de embalagens vazias de agrotóxicos, e uma forma de atender o mercado ambientalmente e economicamente. As centrais de recebimentos são unidades ambientalmente licenciadas, com no mínimo 80 m² de área construída, administrados por associações de distribuidores e cooperativas agrícolas e em muitos casos em parceria com o INPEV- Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias, essas centrais recebem as embalagens, classificam entre lavadas e não lavadas, e não laváveis (contaminadas), separam por tipo de material e emitem um comprovante de entrega para os agricultores. (INPEV, 2012). O INPEV tem como anexas mais de 100 empresas produtoras de defensivos agrícolas do Brasil e dez institutos representativos do setor. Os produtores são sócios colaboradores, têm direito a voto, participação em cargos eletivos e nas Assembleias 29 Gerais. As entidades de classe são sócios colaboradores, ou seja, não pagam contribuição ao instituto, mas participam das Assembleias Gerais sem direito a voto. Figura 5 - INPEV Fonte: INPEV, 2015 Em 2012 a INPEV completou 10 anos de atuação no mercado, contabilizando mais de 37 mil toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas destinadas entre janeiro e dezembro, com um aumento de 9% se comparado com o ano anterior, o Brasil e recordista de devolução de embalagens vazias de agrotóxico. Do total de recursos aplicados pelo Instituto, cerca de 80% têm origem nas contribuições das empresas associadas. O restante são recursos gerados pelo próprio Sistema. Uma parcela expressiva dessa receita decorre do fechamento do ciclo de vida das embalagens de defensivos agrícolas dentro da própria cadeia: a partir da resina reciclada das embalagens pós-consumo, são fabricadas
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