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( Cefaléia )CEFALÉIA Síndrome Álgica do Segmento Cefálico 1. Por que devemos conhecer as cefaléias? 2. Anamnese cefaliátrica (história clínica do paciente para conhecer a evolução da doença, especificamente para os pacientes com cefaléia) 3. Diagnosticando cefaléias e dores faciais · Cefaleias primárias (dores de cabeça por si só, enxaquecas, por exemplo). · Cefaleias secundárias (decorre de algum problema, como por exemplo, aneurisma cerebral e tumor cerebral) · Neuropatias cranianas dolorosas, outras dores faciais e outras cefaléias POR QUE DEVEMOS CONHECER AS CEFALEIAS? · Queixa neurológica mais frequente na prática clínica · >200 condições clínicas associadas · 10% de todas as consultas em UBS · Uma das principais causas de procura do serviço de urgência/emergência · Alta prevalência · >95% da população mundial tem, teve ou terá cefaléia em algum momento da vida · 3% da população mundial sofre por cefaleia em >15 dias/mês · Importante causa de sofrimento crônico · Impacto na qualidade de vida · Importante: · A maioria das cefaléias não oferece risco de vida · 90% das cefaléias presentes no serviço médico são benignas · Necessidade de realizar uma boa anamnese: · Diagnóstico correto · Conduta terapêutica adequada · Identificar os tipos que possuem um bom prognóstico ANAMNESE CEFALIÁTRICA · Identificar: · Sexo · Idade (criança, adulto (gestante), idoso) · Caracterizar a dor - queixa-duração, história da moléstia. Atual: · Intensidade: qualificar, graduar (0-10), capacidade funcional · Localizar a dor: unilateral, bilateral, holocraniana OBS: Migrânia (enxaqueca) · Qualidade da dor: pressão, pulsátil, punhalada, variado · Duração da dor: segundos a minutos, horas, dias. · Frequência da dor: recorrente (qual intervalo entre as crises?), nova · Evolução da dor: início (agudo), pico de dor (início, progressivo) · Sintomas associados: neurológicos, sistêmicos (vômito, febre) · Fatores de piora da dor: · Manobra de valsava · Noite · Luminosidade (fotofobia, comum na enxaqueca) · Ruídos (fonofobia, comum na enxaqueca) · Cheiro (também na enxaqueca) · Fatores de melhora: · Vômito (pode melhorar quadro de hipertensão intercraniana) · Antecedentes pessoais: · História de traumatismo crânio encefálico (TCE) · Comorbidades: · Diabetes Melius, Hipertensão Arterial Sistêmica, DLP · História Progressa de Cefaleia (quadro novo ou de longa data) · Medicamentos · Etilismo · Tabagismo · Drogas Ilícitas · Antecedentes familiares · Malformação vascular · Aneurisma · Acidente Vascular Encefálico (AVE) · Neoplasia · Cefaleia PRIMÁRIA x SECUNDÁRIA · Primária: sem etiologia demonstrável pelos exames clínicos ou laboratoriais usuais (tomografia e ressonância) · Secundária: substrato orgânico identificável (exame neurológico anormal) Secundária a aneurisma, quadro infeccioso, tumor cerebral, hematoma traumático. CEFALEIAS SECUNDÁRIAS · Cefaleia em trovoada (Thunderclap) · “Pior dor de cabeça da minha vida”. · O paciente deve ser atendido na urgência! · Início súbito, intensidade máxima, quadro novo diferente da enxaqueca que apresenta e pode ter sintomas associados · Comum: Hemorragia Subaracnóidea (Aneurisma Roto) · Sexo: mais frequente no sexo feminino · Idade: entre 40-65 anos · Queixa duração/história da moléstia atual: · Intensidade: forte (pico em segundos) · Localização: local da hemorragia · Duração: relação temporal com o evento. · Sintomas associados: alterações difusas neurológicas (alteração da consciência), meningismo, vasoespasmo, hidrocefalia (cefaleia pode ser o único sintoma da hemorragia subaracnóidea) · AP: HAS, DM, DSL. Alcool, fumo. · AF: aneurisma (15%) · Aneurisma não roto (não rompeu e não causou hemorragia) · Causa cefaléia? 1/5 dos pacientes com aneurisma não roto apresentam cefaléia ½ dos pacientes com HSA aneurismática referiram cefaléia súbita nas 4 semanas anteriores ao evento (aumento súbito da malformação arterial “cefaléia sentinela” · Caso a cefaléia esteja presente, não possui características específicas · Aneurismas costumam apresentar sintomas quando rompem · Acidente vascular encefálico (AVE) · Hemorrágico: 1/5 dos AVEs (normalmente dá cefaléia) · Isquêmico: 4/5 dos AVEs AVE HEMORRÁGICO: · Hemorragia intraencefálico: ruptura de pequenos vasos sanguíneos dentro do tecido encefálico, sangramento no tecido encefálico · Hemorragia Subaracnóidea: rotura aneurismática – sangramento no espaço subaracnóide · Hemorragia subdural ou epidural: Sudural: veias entre a aracnóide e dura-mater Epidural: rotura de AA meníngeas HEMORRAGIA INTRAENCEFÁLICA – EPIDEMIOLOGIA: · 10-15% dos AVEs (40-60% dos AVEh) · Alta mortalidade (35-50% em 6 meses) · Gravidade das seqüelas nos sobreviventes: 20% são independentes em 6 meses x 60% no AVE, dependente da localização e tamanho do hematoma Apresentação clínica: · Cefaleia explosiva (mais intensa que no AVE), encoberta por déficits neurológicos focais ou coma · Vômitos · Déficits neurológicos focais (topografia da hemorragia) · Alteração do nível de consciência Declínio gradual do nível de consciência paralelo com aumento gradual na gravidade da apresentação dos déficits neurológico focais · Fatores de risco: HAS, idade avançada, malformações vasculares, agentes coagulares e fibrinolíticos AVE ISQUÊMICO AVEi x Cefaleia? · Raramente é o sintoma inaugural ou mais proeminente do AVEi (sintoma mais frequente e intenso no AVEh do que AVEi) · Sintoma presente em até 1/3 dos casos de AVEi (intensidade moderada e sem características especificas, acompanhada de sinais neurológicos focais e/ou alterações da consciência) · Topografia arterial: território vertebrobasilar >> território carotídeo Raramente surge no AVEi lacunares HIPERTENSÃO INTRACRANIANA Queixa/duração – história da moléstia atual: Cefaleia: · Fator agravante: durante a noite, manobra de valsava · Fator de melhora: vômito Sintomas associados: · Vomito em jato · Náusea · Letargia · Papiledema (nervo óptico borrado) INFECCIOSA Queixa/duração – história da moléstia atual: · Cefaleia: · Intensidade: forte (bacteriana > viral) · Localização: variada · Duração: relação temporal com o evento, contínua, oscilando em intensidade Instalação aguda · Sintomas associados: rigidez nucal, febre, vômitos em jato, mal estar, fraqueza ABUSO DE MEDICAMENTOS - Queixa/duração – história da moléstia atual · Intensidade variada · Tipo variado · Localização variada · Duração: 15 ou mais dias/mês durante 3 ou mais meses - Antecedente Pessoal: · Medicações variadas (analgésicos simples, analgésicos potentes) Uso irregular e crônico de analgésicos que determina uma sensibilidade alterada do organismo ao medicamento! SINUSITE Queixa/duração – história da moléstia atual DOR: · Intensidade variada · Tipo variados (como pressão) · Localização: uni ou bilateral · Duração: relação temporal com quadro de sinusite Sintomas Associados: · Congestão nasal, secreção nasal, tosse, febre, cansaço, coriza, dores musculares e perda de apetite Fatores de piora: · Flexão cefálica · Pressão aplicada nos seios paranasais OBS: apenas a sinusite aguda cursa com cefaléia, a crônica não cursa RED FLAGS: · Cefaleia com inicio após os 40 anos · A pior cefaléia de vida ou cefaléia explosiva (em trovoada) · Mudança no padrão clínico de uma cefaléia preexistente · Cefaleia em paciente com uma história familiar de aneurisma cerebral · Cefaleia associada à febre, encefalopatia, rigidez na nuca ou erupções cutâneas, ou cefaléia após o TCE, durante a gravidez ou pós-parto. · Cefaleia em um paciente imunologicamente comprometido · Cefaleia associada à mudança de posição e associada à manobra de Valsava · Exame neurológico anormal · Déficit neurológico focal persistente · Cefaleia noturna ou com piora ao deitar-se CEFALEIAS PRIMÁRIAS Tensional: · ID: · Sexo: mais frequente no sexo feminino · Idade: não tem preferência · Queixa-duração – história da moléstia atual DOR: · Intensidade: fraca a moderada · Tipo: pressão · Localização: bilateral · Duração 30 minutos – 7 dias Sintomas associados: · Náuseas levesou vômitos · Fotofobia ou fonofobia (apenas um) · Não agravada por atividades diárias · Pode estar associada à sensibilidade muscular Fatores desencadeantes: · Estresse · Perturbação do sono (insônia, bruxismo) · Problemas na ATM · Dor no pescoço · Cansaço ocular Migrânea: enxaqueca · ID: · Sexo: masculino > feminino pré puberdade. Feminino > masculino pós puberdade · Idade: primeira manifestação antes dos 20 anos (máximo até os 35 anos) · Queixa-duração – história da moléstia atual DOR: · Intensidade: moderada ou grave · Tipo: pulsátil · Localização: unilateral (retro-orbicular, frontotemporal, temporal, occipital) · Duração: 4-72 horas Fatores associados/fatores agravantes: · Nausea e ou vômito · Fotofobia · Fonofobia · Osmofobia · Sinais autonômicos · Pródromo: sinais premonitórios que aparecem 1-5 dias antes do quadro de cefaléia · Sonolencia · Hiper ou hipoatividade · Bocejo constante · Rigidez e/ou dor na nuca · Alteração cognitiva · Alteração de humor · Alteração do ritmo intestinal · Desejo por certos alimentos · Aura: sintomas neurológicos que precedem a dor em 5-6- minutos: · Visual · Retiniano (monoocular): cintilações, escotomas, amaurose · Sensitivo: hiperestesia, hipoestesia, anestesia e parestesia · Fala e/ou linguagem: compreensão e expressão da linguagem · Motor: fraqueza motora · Tronto cerebral: disartria, vertigem, zumbido, hipoacusia, diplopia, ataxia · Diminuição do nível de consiência · Aura visual ou retiniano: · Escotoma cintilante, campo efiderico serrilhado, campo disforme · Bola colorida · Percepção da luz em ziguezague · Visão embaçada · Pontos luminosos ou piscantes Fatores desencadeantes: · Alimentares: · Metilxantinas · Glutamato monossódico · Nitritos e nitratos · Alcool derivado da fermentação · Familia da pimenta · Frutas cítricas com alto grau de acidez · Aspartame · Queijo envelhecido Cefaléia em Salvas: ID: maior no sexo masculino, com idade entre 20-40 anos · QD/HMA: DOR: · Intensidade: grave “dor suicida” · Tipo: pontada · Localização: unilateral (orbitária, supraorbitária e/ou temporal) · Duração: 15 minutos-3horas (1x/2dia-8x/dia) SINTOMAS E SINAIS ASSOCIADOS: · Pacientes agitados · Autonomicos ipsilateral à dor: · Hiperemia conjuntival e ou lacrimejo · Congestão nasal ou rinorreia · Edema de palbebra · Sudorese facial e da região frontal · Rubor facial e da região frontal · Sensação de ouvido cheio · Miose e/ou ptose Fatores desencadeantes: álcool, altas altitudes, drogas vasodilatadoras, histamina, nitroglicerina Fatores de melhora: inalação de oxigênio a 100% com mascara facial aberta NEUROPATIAS CRANIANAS DOLOROSAS Ativação anormal do nervo trigêmeo.
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